Prefeitura da Estância Balneária de Praia Grande
I SIMPOSIO REGIONAL DE SAUDE DA FAMILIA
Repensando a ESF na Atenção Básica.
Saude Mental na Estratégia de Saúde da
Família: como integrar os serviços.
Veronica Sanduvette
[email protected]
Laboratório de Saude Mental Coletiva-LASAMEC
Faculdade de Saude Pública-USP
Nesta apresentação:
• Compartilhar nova política, apresentar
informações.
• Falar sobre dois conceitos: gestão matricial e
trabalho organizado por projetos.
• Contar como é possível atender à política e aos
conceitos, descrevendo uma experiência.
There is no health without
mental health
Não há saúde sem saúde mental
Conferencia Internacional de lançamento:
The Lancet Series
19 nov 2007, Unifesp, SP
www.thelancet.com
O impacto global dos transtornos mentais
(GBD - DALYs 2005)
Other
7%
Digestive
6%
Respiratory
8%
Musculoskeletal
4%
Endocrine
4%
Schizophrenia
2%
Unipolar affective disorder
10%
Sense organ
10%
Neuropsychiatric
28%
Bipolar affective disorder
2%
Dementia
2%
Substance and Alcohol use
4%
Other mental disorder
3%
Epilepsy
Cancer
11%
CVD
21%
1%
Other neurological disorder
2%
Other neuropsychiatric
disorder
3%
Os transtornos mentais aumentam o risco de
muitas outras condições de saude e
complicam o seu tratamento.
p.ex, a depressão:
- aumenta o risco de hipertensão, fumar, derrame e diabetes;
- está associada com pior aderência ao tratamento da
hipertensão, às mudanças necessárias de comportamento
depois de um ataque cardíaco, e ao tratamento de HIV;
- está associada com pior prognóstico depois de ataque
cardíaco (recorrência e morte), derrame (reabilitação e morte),
diabetes (complicações) e HIV/AIDS (progressão da doença e
morte);
- nas mães, aumenta o risco de retardamento e de ferimentos
acidentais em seus filhos.
Agenda de prioridades...(desafios)
• Desenvolver e avaliar intervenções para
pessoas com desordens mentais a
serem dispensadas por
profissionais de saude “não mentais”
• Avaliar como os sistemas de saúde podem
implementar intervenções viáveis e eficazes
em
todas as rotinas de cuidados de saude
Vickram Patel, Univ Bristol, London, Lancet Series
hoje,
na Praia Grande...(recursos)
CAPS II, equipe para
psicoses e neuroses graves...
Ambulatório de Saude Mental, equipes para
neuroses, consumo de substancias psicoativas, infância e
adolescencia....
(TMC- transtornos mentais comuns...)
Psicólogas nos Programas de DST/AIDS, TB e HS.
Núcleo Henry de Reabilitação Psicofísica
Capacitação em Terapia Sistêmica Familiar
ESF: 41 equipes, 70% de cobertura
Recursos e estratégias, no Brasil...
Recém criados os NASF, a implantar...
haverá pelo menos um psicólogo para X equipes de
Saúde da Família, além de profissionais
especializados em outras áreas...
A “idéia” de matriciamento... o que é isso?
SUS:
Integralidade, intersetorialidade, descentralização...
como se faz...
Matriciamento é...
...“matriciar” é planejar a organização dos
serviços com base
numa ESTRUTURA (do “tipo” matricial),
num MODO DE GESTÃO (sp participativo),
e de GERENCIAMENTO (preferencialmente
de gestão de informações).
Estrutura..matricial:
MATRIZ de projetos e funções...
Projetos
funcões
AB
SM
ações
a
Md
Cpx
ações
Al
Cpx
ações
b
c
AIDS HDia
Projetos e funções...mas...se...
não há saúde sem saúde mental...
... melhor dizer...
saude emocional...
então pode ser mais
adequado passar a
representar assim:
Projetos
funcões
AB
Md
Cpx
Al
Cpx
SM
AIDS HDia
Trabalhar por projetos supõe...
Equipe (equipes),
que tenham claro (entre todos os envolvidos, em todos os
níveis, de modo transparente):
“um modo de desenhar o futuro, que se dá num
processo, com começo, meio e fim.”
“Desenhar é planejar:
• o que se fará,
• para quem,
• como (qual metodologia, qual tecnologia),
• com quais procedimentos e recursos,
• pensando em quem fará o que (atribuições intra,
inter e transdisciplinares), e em
• como serão avaliadas as ações (indicadores)”.
Agenda de prioridades...(desafios)
• Desenvolver e avaliar intervenções para pessoas
com desordens mentais a serem dispensadas por
profissionais de saude “não mentais”
• Avaliar como os sistemas de saúde podem
implementar intervenções viáveis e eficazes em
todas as rotinas de cuidados de saude
Vickram Patel, Univ Bristol, London, Lancet Series
Uma experiência...
Saude Mental (“emocional”)
Infanto-Juvenil...
Integralidade e intersetorialidade em
Saude Mental Infanto-Juvenil: modelo
de abrangência para a gestão pública
Município de 40 mil habitantes,
18 escolas...
9000 alunos...
3 psicólogas, 80 hs de trabalho semanal...
Como era o atendimento,
em nível ambulatorial...
Clinica individualizada, modelo de
profissional liberal...
Encaminhamentos feitos principalmente
pelos clínicos ou pediatras, e pelos
professores...
Em média, capacidade para atender 90
crianças e adolescentes (1% da demanda)
Filas de espera....
Como era o atendimento...
Não havia:
• Trabalho em equipe
• Planejamento das ações
• Avaliação da assistência prestada.
Trabalhava-se por tarefas,não por projetos...
NAPSI – infância e adolescência
• O NAPSI foi criado em 2006, com três psicólogas organizando-se em
equipe, para conduzir projetos de prevenção e de assistência clínica.
• A cidade não tem índice populacional para implantar um CAPSI,
dimensionado para mais de 100.000 habitantes. Por essa razão, o
NAPSI foi idealizado para praticar os pressupostos de Saúde Coletiva,
enfatizando a ntersetorialidade no intuito de identificar as demandas,
promover o acesso e atender a população infanto-juvenil.
• MODELO DE ABRANGÊNCIA EM GESTÃO PÚBLICA:
processo de construção de parceria com Educação, onde se articula e
recai grande parte das atividades de detecção de problemas e
encaminhamento para a assistência, além de ser espaço privilegiado
para a prevenção e promoção da saúde.
NAPSI distribuição da população em atendimento
clínico individual: idade e gênero – dezembro /2007 N: 90
20
18
Numero
16
14
12
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14 15 16 17
Idades
Masculino
Feminino
Parceria Educação-Saúde
Em outubro de 2006, contatou-se a Educação, informando a
1. disponibilidade da Saúde em estender as ações de Saúde
Mental Infanto-Juvenil para todas as escolas.
Em novembro de 2006,
2. todos os professores (263) foram contatados para opinarem
sobre as dificuldades e facilidades relacionadas à Saúde
Mental,(como as percebiam nos escolares).
70% dos professores participaram.
3. o conteúdo das opiniões dos professores foi analisado.
Com base nesta análise (de conteúdo, Bardin, 1977), foi
4. construído um PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO E
ENCAMINHAMENTO dos escolares para o NAPSI.
Parceria Educação-Saúde
O protocolo foi disponibilizado no primeiro semestre de 2007, e
5. usado, pelos professores, para encaminhar os alunos.
Com base na leitura dos protocolos,
6. 53% dos escolares foram encaminhados para ações de prevenção seletiva
(problemas de aprendizagem e de disciplina), planejadas em oficinas, em parceria com as
coordenadoras pedagógicas, com enfase nas competencias existentes na própria escola.
Os outros
7. 47% foram acolhidos na atenção primária, com as equipes do NAPSI e do
PSF organizadas de modo adocrático, para avaliação e assistência às familias
– prevenção indicada. O processo de avaliação foi requalificado, com as psicólogas
sendo capacitadas no Instituto de Psicologia da USP, para o uso do ASEBA. (Achenbach
Systems of Empirical Behavior Assessement).
(Acesso e acolhimento, assistência comunitária e avaliação –
TRIAGEM, não!)
8. De 240 encaminhamentos protocolados, apenas 15 escolares foram
indicados para atendimento individualizado.
Parceria Educação-Saúde.
Encaminhamentos protocolados N:240 (1º, 2º sem/2007)
60
50
40
30
20
10
0
1
2
3
4
5
6
Encaminhamentos
7
Prevençao
8
9
Avaliação
10
11
12
NAPSI - modelo de abrangência,
na Gestão Pública.
Considerações gerais:
1. Planejamento e reorganização do trabalho.
Novos protagonistas “não mentais”,
e ampliadas as rotinas de cuidado:
- na prevenção seletiva,
entraram as coordenadoras pedagógicas e professoras
- na assistência às familias,
entraram as equipes do PSF e as próprias famílias.
2. Atenção em saúde coletiva.
- ampliação do acesso (de 90 para 330);
- reformulação das demandas e
possibilidades de investigação epidemiológica;
- empoderamento das comunidades;
- requalificação dos trabalhadores.
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