o die 26 de Setembro teve inicio corn a realizaçAo do Simposium “Acessibilidade ao medicarnento: o que mu dou nos Oltimos 40 anos7’, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFU, que contou corn as presenças do presidente da AdrninistraçAo Regional de Saüde (ARS) do Centro, José Tereso, dos membros do Conselho Directivo do Infarmed, Hélder Mote Filipe e Paula Alrneida, do bastonArio da Ordern dos Farmacéu ticos (09, Cartos Mauricio Barbosa, do presidente do Consetho de AdministraçAo do Centro Hospitatar e Uni versitArio de Coirnbra (CHUq, José Martins Nunes, edo director da FFUC, Francisco Veiga, entre vArios outros convidados a oradores. Na abertura do Simposium, a bastonArio da OF anal teceu a importAncia do tame em discussão. “Ao longo destes ültirnos 40 anos, rnuito rnudou no nosso pals na Area da SaUde e, em especial, no acesso aos rnedi camentos. HA 40 anos atrAs, nAo se podia sequer falar em acesso generalizado aos medicarnentos”, realçou o dirigente da or; destacando, neste Ambito, a criacAo do Serviço Nacional de Saude (SNS) como a “grande conquista de Abril”. Carlos Mauricio Barbosa reconhe ceu que a diflcil conjuntura economics e financeira qua o pals atravessa tern tido irnpacto nos cuidados de saUde, rnas admitiu tambérn qua, nAo obstante as di ficuldades, foi possivel rnanter um SN5 universal, com qualidade e prOxirno dos cidadãos. “Espero qua durante a prOxima legislature possa ser reforçado”, sugeriu o bastonArio. A OF tam assurnido posiçOes pOblicas contra a im plementaço de rnedidas que dificultam a acesso aos medicarnentos pela ponulaçAo, recordou o bastonArio. “Por urn lado, a lndUstria Farmacêutica deve adapter os seus preços A nossa realidade, por outro, os decisores polfticos no podern crier barreiras artificiais A entrada de novos rnedicamentos em Portugal, impedindo as nossos cidadAos de usufruirem des rnesrnas tecnolo gias de saOde dos restantes cidadãos europeus”, disse o bastonArio. “Portugal deve fazer parte dos prirneiros paises onde urn nova medicarnento é lançado, rnas RegionaL de Coimbra da OF no ambito das Comemoraçoes do Dia do Farrnacëutico teve como objectivo debater a evoLuçao no acesso ao medicarnento nos Ultirnos 40 anos, bern como Os desafios que a uti[ização desta tecnologia de saUde actualmente encerra. Os oradores convidados apresentararn vérias perspectivas sobre o tema, da autoridade regutadora, dos consumidores, dos farmacêuticos comunitários e hospita[ares. o Simposium organizado pe[a SeCçäo A abertura do Simposium esteve a cargo do bastonArio da OF; do presidente da ARS-Centro a do director da FFUC Simposium “Acessibilidade ao medicamento: o que mudou nos Ultimos 40 anos?” Comemoraçöes do Dia do Farmacêutico em 2015 nacional • • pare isso acontecer é necessArio urn trabalho conjunto entre as autoridades e a IndOstria Farmaceutica para encontrar soluçOes que assegurern a acessibilidade dos doentes As melbores terapAuticas”, acrescentou. Ainda durante a sessAo de abertura, o presidente da ARS-Centro destacou a data como urna celebraçAo do contributo dos farmacéuticos para os ganhos ern saUde e classificou este Simposium como uma iniciativa que “as pelha o elevado grau de diferenciaçAo técnico-dentifica dos farrnacêuticos a a sua preocupaçAo de cidadania ern saUde”. Pare José Teresa, “o farrnaceutico é urna agente prornotor da saQde ao contribuir para a literacia na saüde a na doença dos utentes do SNS e ao promover urna au togestAo apropriada da saUde e da doança”. No que se refere ao terna do evento, o responsAvel da ARS-Centro, considerou qua “0 acesso ao rnedicarnento reveste-se da maior irnportAncia em saUde püblica, nurna populaçAa corn elevado indice de envelhecirnento a corn urn elevada prevalencia de doenças crOnicas”. 0 prirneiro painel de debate do Simposium, intitulado “40 anos de Saüde ern Portugal: percurso e tendéncias”, foi rnoderado palo presidente do CHUC, José Martins Nunes. Este responsAvel corneçou por realçar o enorme aos medicamentos pela populaçäo” medidas que dificuftam o acesso contra a irnplementacao de tern assumido posiçöes pUblicas 0 bastonario aflrmou que “a OF tRI potancial da cidade da Coirnbra na Area da Saude, pa tente na recente criaçAo do Centro Acadérnico a Clinico, no qual tambem a FFUC estA envolvida. Martins Nunes raalçau também qua ao longo dastes Ultimos 40 anos o pals evoluiu bastante nAo so na Area do saüde, corno tarnbém nos nivais de pobraza, de cultura a nas menta lidadas. ‘A inovaçAo na Area do rnedicarnento tern sido notAvel”, disse o presidante do CHUC, qua considera a medicine de precisAo coma o grande desafio des socie dades modernas. Hélder Mota Filipe, vice-p residente do In farmed Med C Humbeno Martins, director pare a Area profissional da AN?’ I .n’&Y*NIUIhT1I 0 paine? “40 anos de SaUde em Portugal: percurso e tendencies” foi moderado pe?o presidente do CHUC, José Martins Nunes 4 presidente da ARS-Centro ([32fl \% Em seguida, o vice-presidente do Infarmed, Helder Mota Filipe, falou sobre a avaliaçAo custo-efectividade e o seu impacto na acessibilidade Mencionou, em es pecial, as medidas adoptadas no Ambito da polItica do rnedicamento durante o periodo de ajustarnento econó mico, coma a obrigatoriedade de prescriçAo de medica mento por denominação comurn internacional, a altera çAo do regime de formaçao de preços ou a remoçAo de barreiras A entrada de genéricos, par exemplo. Como resultado destas politicas, “registou-se uma diminuiçAo dos encargos pare os utentes e pare a Estado corn pare os ganhos ern saude” contributo dos farrnaceuticos corno “urna celebraçao do destacou o Die do Farmacêutico o Este painel teve como oradores convidados a director para a Area profissional da Associação Nacional das FarmAcias (ANfl, Humbefto Martins, que apresentou algumas noçOes bAsicas dos sistemas de saOde, modelos organizativos, bern corno alguns indicadores sobre a saude dos portugueses. Este responsAvel elencou ainda alguns desafios que o Pals enfrenta na Area da Saude, alguns dos quais mencionados nos programas eleitorais dos partidos politicos. Bate! Marques Francisco medicamentos, sem colocar em cause a acessibilida de’, destacou o responsAvel do Infarmed. Hélder Mota Filipe referiu-se também A avaliaçAo econOmica, como instrumento de acesso sustentado aos medicamentos, sublinhando que Portugal fol dos primeiros paises a user este instrumento pare a aprovaçAo e definiçAo da comparticipaçAo de medicamentos. C vice-presidente do Infarmed explicou tembém Os termos de funcio namento do novo Sistema Nacional de AvaliaçAo das Tecnologias de Saude (SiNATS), uma medida que alarga aos dispositivos medicos e outras tecnologias de saude o processo de avaliaçAo e reavaliaçAo da sue mais-valia para a sociedade. No final da sue intervençAo, o vice -presidente do Infarmed elencou aqueles que considera serem Os principais desafios na Area do medicarnento: a promoçAo da prescriçAo e utilizaçAo responsAvel; as de cisöes de financiamento de medicarnentos em funçAo dos resultados em saude e corn base em mecanismos de partilha de risco; e o desenvolvimento de acordos corn os agentes do sector, que permitam assegurar a sustentabilidade e a estabilidade legislativa. o segundo painel do evento, sobre o terna “Acessi bilidade ao medicamento: 0 que se caminhou em 40 anos”, foi moderado pelo professor da FFUC, Francis co Batel Marques, e contou corn as participaçOes de Anabela Mascarenhas, da direcçäo da SecçAo Regional de Coimbra (SRC) da Q que apresentou a visAo dos farmacéuticos comunitArios sobre a problernAtica da acessibilidade ao medicamento, de José Feio, director dos Serviços Farmacéuticos dos CHUC, que abordou as implicaçOes ao nivel dos cuidados diferenciados, designademente em ambience hospitalar, e de MArio Frota, presidente da AssociaçAo Poftuguesa de Direito do Consumo (APDq, que apresentou a perspective dos doentes. o paine! “Acessibilidade ao medicamento: a que se caminhou em 40 anos” foi moderado pelo professor da FFU t’r II flaciDnaL medicarnento tern sido notável’ Na primeira intervençAo deste painel, Anabela Masca renhas efectuou uma resenha histOrica da participaçAo dos farmaceuticos em programas de saude pOblica e apelou a um maior aproveitamento destes profissionais de saude em prol dos doentes. Pare esta farmacêutica cornunitAria, as autoridades devern-se preocupar com o terna da acessibilidade e corn as questOes relacionadas cam a preça dos medicamentos, mas devem atribuir igual importAncia A mais-valia que os farrnacéuticos p0dem introduzir no sisterna de saüde e em beneficio dos doentes. Em seguida, a presidente da APDC sublinhou as direi tos fundamentais dos cidadAos, consagrados na Cons tituiçAo e na car-ta de direitos fundarnentais da UniAo Europeia. Em rnatéria de cuidados de saUde, “os con surnidores aspiram a uma assisténcia pronta, a um diagnOstico rigoroso, a urna prescrição adequada e a fArmacos que obedeçam a critérios coma a ecessibili dade, comportabilidade, qualidade, eflcAcia e seguran ca’, disse MArio Frota, que se mostrou muito critico em relacAo a algumas prAticas na Area da saUde, coma a criaçAo de muitas associaçOes de doentes e sociedades cientificas, que recebem apoios da IndOstria Farmacéu tics, as pressOes sobre a prescriçAo medica e auséncia de controlo e, rnuito especialmente, a desregulaçao em torno da publiddade a determinados tipos de produtos com implicaçOes na saOde dos individuos. o Ultimo orador do evento, José Feio, recordou que nos Ultimos 40 anos se registou uma evoluçao enorme na Area do medicamento, corn o “aparecimento de mais I presidente do CHUC considera que “a inovaçäo na area do c DandO a mote para as intervençOes neste painel, Batel Marques recordou as geneses do sistema de comparti cipaçäo de medicamentos no nosso pals, cujo principal critério era se a medicamento era produzido em Por tugal, havendo lugar A sua comparticipaçAo em 70 por cento, ou se era importado, sendo o seu preço supor tado em 40 por cento por financiamento pOblico. Este especialista lembrou ainda que, seguindo a corrente norte-americana, a conceito de acessibilidade ao me dicamento estA mais relacionado corn a sua disponi bilidade no mercado, mas que para 05 europeus este conceito se traduz na capacidade par-a o adquirir. Batel Marques recordou, no entanto, que o critério da segu rença é transversal a toda a cadeia do medicamento. IL J - HJ 33 moléculas, mais investigação, mais eficAcia, mais se gurança, maior resposta As necessidades terapCuticas, maior investimento e mais profissionais a intervir no processo”. Na sua opiniAo, registou-se urna “democra tizaçAo no acesso ao medicamento” e as organizaçOes estAo também cada vez mais capazes para lidar cam estas tecnologias de saUde, seja em termos de recur sos hurnanos, técnicos e econOmicos, seja nos pro cessos de avaliaçAo e monitarizaçAo da sue utilizaçaa. “Acompanhar a evoluçAo das terapéuticas ao longo dos ültimos anos e uma historia maravilhosa, mas levanta vArios outros desafios que os farmacAuticos tern de es tar preparados para responder”, concluiu o responsAvel dos CHUC. José Feio, director dos Serviços Farmaceuticos dos CHUC MArio Frota, presidente da APOC 5iipoSIUM I..- I Mab&a Mascarenbas, da direcção da LRC “ a WI