JUSPREV é lançado em SP Previdência Privada das Carreiras Jurídicas reúne presidentes de várias entidades do país em coquetel na Sede Social da APAMAGIS. Páginas 10 e 11 Tribuna da Magistratura Informativo da Associação Paulista de Magistrados Ano XVIII - Número 172 - Outubro de 2008 V Congresso de Pensionistas: sucesso! Interiorização: Santos e Ituverava Final de ano: Show com Frejat Evento nacional, realizado pela AMB e Diretoria da APAMAGIS visita comarcas, acelera Jantar de confraternização muda para HSBC APAMAGIS, reuniu mais de 200 pessoas em São o debate institucional e busca soluções para os Brasil e ganha várias inovações, como o show Paulo. Páginas 12 e 13 desafios da Magistratura. PáginaS 08 e 09 com o vocalista do Barão Vermelho. Página 21 Um giro pela APAMAGIS 1ª Vice-Presidência 2ª Vice-Presidência Integração entre os Tribunais Estaduais O VELHO JUIZ JOVEM À frente do Colégio de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil, o Desembargador Marcus Faver, do Rio de Janeiro, vem preconizando a necessidade imperiosa de interligar e harmonizar as relações das Cortes dos 27 Estados, de modo a partilhar suas experiências positivas e tentar eliminar um dos grandes defeitos da nossa Justiça que é a falta de gestão. É preciso realmente trabalhar coesos pelo fortalecimento da Justiça Estadual e pela independência administrativa consagrada pelo artigo “É preciso realmente 96 da Constituição Federal. trabalhar coesos Como bem realçou o eminente pelo fortalecimento Desembargador, “somos formalmenda Justiça Estadual e te uma federação, mas na substância pela independência tendemos a um Estado unitário, isso administrativa é ruim porque o país tem diferenças consagrada pelo artigo profundas de região para região, os 96 da Constituição tribunais estão perdendo sua autoriFederal” zação, sua competência administrativa e financeira pelo gerenciamento administrativo do CNJ, que limita a competência dos Estados; até mesmo uma eventual promoção de juiz é questionada” (v. Revista “Justiça & Cidadania”, edição 96, julho de 2008, p. 6). O caminho, então, é o Colégio de Presidentes mostrar atitudes positivas e trabalhar para impedir que o chamado controle administrativo do CNJ extrapole, desrespeitando o sistema federativo. À evidência, as decisões desse órgão devem atentar para as características de cada Estado e não comprometer o autogoverno dos Tribunais, prejudicando as ações locais. Além disso, é preciso resgatar a importância dos tribunais estaduais, com o aprimoramento dos mecanismos que restringem a admissibilidade dos recursos especiais e extraordinários. A estatura das nossas Cortes deve mesmo ser elevada, passando a dar solução final para a maioria das demandas. E a APAMAGIS estará sempre presente para colaborar na concretização dos objetivos traçados. Estou vivendo um momento importante e altamente significativo na minha vida enquanto professor e magistrado. Desde que ingressei na carreira em agosto de 1976, como Juiz Substituto em Itu, sempre procurei vivenciar o dia-a-dia dos colegas, sem importar se titulares ou substitutos. Para isso, logo após a posse, associei-me à APAMAGIS e passei a freqüentar os eventos programados para a sede social e também no interior. Inclusive, cheguei a organizar vários encontros regionais em Itu, procurando criar momentos de reflexão e estudos, além de congraçamento entre os colegas na expectativa de “(...) o senso de justiça não aliviar um pouco a estafante missão destinos abandona e, assim, nada por DEUS para aqueles que ouviram seguimos cumprindo a o SEU chamado e assumiram a condição nossa missão” de julgadores de seres humanos. O tempo foi passando inexoravelmente e agora estamos em 2008. Continuo participando ativamente da vida associativa. Para muitos me tornei um velho juiz, considerando que alcancei, por força do tempo de carreira, o cargo de desembargador, após 32 anos de trabalho. Mas continuo a participar ativamente da vida associativa, acumulando também o magistério universitário desde bem antes de ser magistrado, com início em 1970. Participei dos primeiros anos da Escola Paulista da Magistratura no início da década de 1990, dando aulas de humanismo para os jovens juízes, com ênfase para a História da Civilização, com o escopo de mostrar que o juiz não pode ser um mero aplicador da lei ao caso concreto, mas, sim, aplicar a lei sem esquecer que atrás do processo estão seres humanos que anseiam por uma decisão justa e, se possível, rápida. Aquela geração mantém o mesmo entusiasmo do primeiro dia porque com alguma freqüência mantenho contatos com ela! É claro que as deficiências estruturais do Poder Judiciário impedem que o magistrado sempre profira decisões rápidas. Mas decisões justas sempre caracterizam os pronunciamentos de cada um de nós, muito embora muitas vezes as Cortes Superiores reformem e isso nos causa certa perplexidade! Mas o senso de justiça não nos abandona e, assim, seguimos cumprindo a nossa missão. Trabalhei como coordenador nos últimos quatro cursos de iniciação funcional da Escola Paulista da Magistratura e, graças a essa função, voltei a manter contatos mais freqüentes com os juízes jovens. Notei que eles vieram para a nossa carreira movidos por uma vontade muito grande de fazer justiça e para tanto mostraram disposição para trabalhar além dos limites das forças físicas para não deixar os processos atrasarem. Procurei então conciliar o velho juiz, que infelizmente represento, com o jovem juiz e notei que ainda sinto em meu íntimo o mesmo ardor que caracteriza aqueles colegas com pouco tempo na carreira. E assim cheguei à conclusão que estou totalmente enganado ao me dirigir a vocês, estimados leitores, como sendo um velho juiz. Na verdade, diante das grandes dificuldades estruturais que ainda existem para melhor desempenharmos o nosso trabalho, só poderemos obter sucesso se não levarmos em consideração a nossa idade física. O que interessa é mantermos o espírito jovem pronto para enfrentar os dissabores, as frustrações que decorrem do desejo de sermos justos com presteza e não conseguimos por razões que fogem do nosso controle. A luta deve ser contínua e sem qualquer preocupação com resultados imediatos. Sou testemunha (e quando a gente envelhece vira testemunha dos fatos relevantes) de que várias gerações de colegas lutaram na APAMAGIS para alcançar as conquistas que hoje existem em prol de todos os magistrados paulistas, como, por exemplo, a reclassificação das entrâncias e a implantação do subsídio. O ingresso na carreira voltou a ser atraente porque um juiz substituto está recebendo um valor não muito distante daquele que recebe um desembargador. E pode permanecer na região de sua preferência até chegar no último cargo da carreira, sem necessidade de deslocar-se com a família para a Capital, se assim desejar! Então, não importa a nossa idade. Não podemos perder o estímulo e o entusiasmo. Continuemos a trabalhar com o espírito jovem até quando DEUS permitir, porque temos a vocação orientada para isso. Continuemos a ser um velho juiz jovem! Até o próximo artigo. Des. Paulo Dimas de Bellis Mascaretti 1º Vice-Presidente ([email protected]) Conselho Consultivo Dois registros Das últimas duas reuniões do Conselho, bem como do que surgirá nas próximas, uma significativa constatação: a participação de seus integrantes nas discussões de questões restritas à decisão pela diretoria executiva. Assim foi com o tema do excesso na exploração das chamadas “fichas sujas”, divulgadas pela AMB, a repercussão interna do anuário sobre o Tribunal de Justiça, publicado pela revista eletrônica Consultor Jurídico, até a troca de idéias sobre alguns detalhes da festa do final do ano. E, aguarda-se, conforme conversado, a remessa dos textos da reforma do judiciário e do estatuto da APAMAGIS. Cumpre-se, assim, o prestígio à escrita, até porque, por definição, os conselheiros também foram eleitos para serem consultados e, nesse proceder, opinar. Parabéns ao Calandra o que, autorizado por mandato, também afirmo por meus colegas. Por outro lado, cabe destacar a postura da diretoria executiva, recebendo e entrevistando candidatos a Prefeito dessa Capital. Sem alarde ou publicidade, menos ainda, opinião, soube preservar uma prudente distância do processo político-partidário. Des. Carlos Teixeira Leite Filho Presidente do Conselho Consultivo, Orientador e Fiscal 2 | Associação Paulista de Magistrados Des. Roque Antonio Mesquita de Oliveira 2º Vice-Presidente ([email protected]) Palavra do Presidente Os 20 anos da Constituição O Brasil, país jovem com apenas 508 anos de existência, é uma das nações mais heterogêneas do mundo. Diversos fatores contribuíram para tornar nossa nação uma das mais multifacetadas do planeta. De diferentes etnias nativas, herdamos influências que perduram até os tempos atuais como o respeito pelo meio ambiente e a marcante riqueza de nossa língua. Somado a isso, recebemos povos de todo o mundo, como portugueses, italianos, espanhóis, alemães, japoneses, árabes, judeus, que encontraram, neste solo, uma nova pátria. Além dessa importante questão da miscigenação, é importante destacar os critérios geográficos que esse país-continente ostenta. Entre diversas outras peculiaridades, não é exagero dizer que somos vários países num mesmo, com as virtudes e defeitos que tal condição singular propicia. Isso se reflete, e muito, no campo do Direito. Fica evidente o imenso desafio imposto ao constituinte de 1988: criar, de forma absolutamente democrática, um conjunto de preceitos que representasse a nossa Lei Maior e, mais ainda, um instrumento apto a resgatar conceitos de cidadania e a diminuir a desigualdade social. O Estado Democrático de Direito, alicerce da Constituição de 1988, reserva papel fundamental ao nosso Poder Judiciário, que muito mais que simplesmente julgar, é alçado à condição de garantidor dos direitos fundamentais de cada um dos cidadãos. A efervescência de Brasília nos momentos de elaboração do texto é um momento marcante para o país e que nós, Magistrados Paulistas, tivemos o orgulho de acompanhar. A APAMAGIS e vários de seus associados muito colaboraram para o aprimoramento do texto constitucional. Parlamentares como Michel Temer, Ulisses Guimarães, Bernardo Cabral e tantos outros abriram as portas dos seus gabinetes e incorporaram importantes sugestões levadas por Juízes e Desembargadores absolutamente abnegados, cujos interesses ultrapassaram os limites pessoais e corporativos para alcançarem o interesse social e do cidadão. Acolhendo os abalizados pareceres dos Magistrados e a melhor doutrina mundial sobre o tema, o legislador constituinte reservou ao Judiciário grandes responsabilidades e, conseqüentemente, prerrogativas correlatas como as que garantem aos cidadãos contar com Juízes e Desembargadores independentes, vocacionados e com grande capacidade de julgar as demandas que lhes são postas. Entretanto, e infelizmente de modo freqüente, os Julgadores enfrentam enormes riscos ao se defrontar com organizações poderosas, grupos econômicos e, principalmente, uma brutal carga de trabalho. Por isso, é preciso lutar cada vez mais, de forma ainda mais intensa, pela independência plena – uma determinação do Constituinte. Nossa cruzada pela autonomia financeira é um verdadeiro marco de resgate dos verdadeiros preceitos constitucionais. Há críticas importantes, e algumas vezes justificadas, ao texto constitucional – em especial sobre sua aplicabilidade plena – em face do que muitos reputam prolixidade excessiva. Em que pese os abalizados argumentos, é intuitivo que a Constituição é e tem sido ferramenta importantíssima para diminuir as vexatórias desigualdades sociais. O Judiciário, consciente de sua missão, busca formas de aplicá-la, protegê-la e, quando necessário, aprimorá-la. Distribuir a verdadeira Justiça exige mais do que belíssimas normas, regras, leis e princípios. Impõe a existência de um Judiciário forte, independente e sintonizado com a sociedade. E essas características, hoje tão visíveis e evidentes, foram-nos legadas há exatos 20 anos por homens e mulheres, dignos representantes do povo. Cinco de outubro de 2008, 20 anos da Constituição Cidadã. Parabéns, Brasil! (...) não é exagero “ dizer que somos vários países num mesmo, com as virtudes e defeitos que tal condição singular propicia. Isso se reflete, e muito, no campo do Direito” Tribuna da Magistratura Publicação da Associação Paulista de Magistrados Ano XVIII - nº 172 R. Tabatingüera, 140 - sobreloja CEP: 01020-901 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3292-2200 Fax: (11) 3292-2209 Tiragem: 3.200 exemplares APAMAGIS [email protected] Presidência [email protected] Secretaria [email protected] Imprensa [email protected] Convênios [email protected] Informática [email protected] Site www.apamagis.com.br DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Henrique Nelson Calandra 1º Vice-Presidente Paulo Dimas de Bellis Mascaretti 2º Vice-Presidente Roque Antonio Mesquita de Oliveira Diretor Secretário Fernando Figueiredo Bartoletti Diretor Adjunto Secretário Ana Paula Sampaio de Q. Bandeira Lins Luis Antonio Vasconcellos Boselli Diretor Financeiro Irineu Jorge Fava Diretor Adjunto Financeiro Elcio Trujillo COMUNICAÇÕES E IMPRENSA Diretor de Comunicações e Diretor-Adjunto de Imprensa Ítalo Morelle Diretor de Imprensa e DiretorAdjunto de Comunicações José Elias Themer Jornalista Responsável Adriana Brunelli (MTB 33.183) Coordenação Geral Luciano Ayres Distribuir a “ verdadeira Justiça exige mais do que belíssimas normas, regras, leis e princípios. Impõe a existência de um Judiciário forte, independente e sintonizado com a sociedade” Redação Karin Hetschko, Cristiane Sommer, Janaína de Menegaz e Macedo e Giselle Corrêa Edição, Revisão, Projeto Gráfico e Diagramação AyresPP Comunicação e Marketing Estratégico Tel: (19) 3232.6823 Fotos AyresPP CONSELHO EDITORIAL Aloísio de Toledo César Ana Paula Sampaio de Queiroz Bandeira Lins José Carlos Ferreira Alves Marcello do Amaral Perino Sebastião Luiz Amorim Silvio Marques Neto Colaboradores Todos os artigos assinados neste jornal são de responsabilidade exclusiva de seus autores. Des. Henrique Nelson Calandra Presidente da APAMAGIS ([email protected]) Associação Paulista de Magistrados | 3 Carreira TJ/SP | Munhoz Soares assume Vice-Presidência Antonio Carlos Munhoz Soares tomou posse, em 25 de agosto último, no cargo de Vice-Presidente do TJ/SP, em substituição ao Des. Jarbas João Coimbra Mazzoni, que se aposentou. A abertura oficial da cerimônia ficou por conta do Presidente do TJ/SP, Des.Roberto Antonio Vallim Bellocchi. Em nome do TJ/SP, o Des. Antonio José Silveira Paulilo contou um pouco sobre sua convivência com o Des. Munhoz Soares, afirmando ser a personalidade do novo Vice-Presidente “como um livro denso e profundo, desses que aos poucos vai se revelando. Um homem de vasta cultura”. Ressaltou, ainda, que talvez a maior obra do novo Vice-Presidente do Tribunal tenha sido a criação do Serviço Psicossocial Clínico e Vocacional do Poder Judiciário. Após mencionar sua vasta cultura e religiosidade, o Des. Silveira Paulilo afirmou que Munhoz Soares poderá fazer muito no Conselho Superior da Magistratura. Na abertura de seu discurso, o novo Vice-Presidente relembrou que é companheiro do Presidente do TJ/SP desde os tempos de concursos até os dias atuais, e que o sentimento de ambos permanece como se fosse o primeiro dia na Magistratura. Em seguida agradeceu a todos os colegas que votaram nele nesta última eleição e, em especial, aos que vieram de outras cidades. Munhoz Soares encerrou o discurso falando da sua família e que ter chegado até onde chegou só foi possível com o apoio de sua esposa. O Presidente do TJ/SP foi o último a discursar e afirmou que ambos têm, a | Des. Munhoz Soares assume a Vice-Presidência partir de agora, uma longa e difícil caminhada, que vem sendo vencida com parcerias saudáveis e republicanas. Na solenidade, estiveram presentes o Secretário Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania Luiz Antonio Guimarães Marrey, o Procurador-Geral do Estado de SP Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo, o Procurador-Geral de Justiça de SP Fernando Grella Vieira, o Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá, o Secretário Estadual da Segurança Pública Ronaldo Marzagão, o Secretário dos Negócios Jurídicos Ricardo Dias Leme, o Corregedor-Geral do MP/SP Antonio de Pádua Bertone Pereira, a DiretoraAdjunta da OAB-SP Tallulah de Carvalho, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese de SP Dom Tarcísio Scaramussa, o Presidente da Seção de Direito Público do TJ/SP Antonio Carlos Viana Santos, o Presidente da Seção de Direito Privado do TJ/SP Luiz Antonio Rodrigues da Silva, além de outras autoridades. | Desembargadores cumprimentam o novo Vice-Presidente Perfil de Munhoz Soares | Posse contou com discursos de diversas autoridades Formado na turma de 1965 da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, Antonio Carlos Munhoz Soares é natural de Itapetininga (SP), ingressou na Magistratura no ano subseqüente e desde 1987 é Desembargador. Em 1995 fundou o Serviço Psicossocial Clínico do Poder Judiciário, cuja estrutura foi inspirada em serviços semelhantes existentes em países da Europa e Canadá. Durante esse período, o Serviço Psicossocial já prestou mais de 140 mil atendimentos. Memória | História do Setor Psicossocial Segundo levantamento do TJ/SP, o Judiciário de São Paulo registrava no ano passado quase 17 milhões de processos em andamento e pouco mais de 40 mil funcionários para acompanhar e executar as tarefas. Trabalho invencível e poucos profissionais para realizá-los, adicionados aos problemas pessoais, revelava evidentemente ingredientes para causar enorme desconforto aos funcionários e Magistrados do TJ/SP. Era, portanto, necessário encontrar alternativa para tentar retomar o ritmo normal da vida. Para auxiliar os trabalhadores do TJ/SP nesse sentido, foi criado o Setor de Atendimento Psicossocial nos idos de 90. Criado em 16 de março de 1995, quando foi inaugurada a primeira instalação do setor na Capital do Estado, o Serviço era planejado desde a década 60. Naquela época, o Des. Munhoz Soares, atual Vice-Presidente do TJ/SP, eleito 4 | Associação Paulista de Magistrados em 14 de agosto último, já catalogava, por meio de um código que montou, angústias, doenças e problemas dos funcionários: “Fiz a seleção dos problemas em leves e graves; menos graves e menos leves, entre coisas que o serviço social poderia acudir, ou coisas que a psicologia poderia acudir”. Após analisar os resultados dos diálogos com alguns funcionários, nos quais os questionava a respeito das relações pessoais deles com as esposas, filhos, família e chefes, o Vice-Presidente do TJ/SP, chegou à conclusão de que algo deveria ser feito para alterar aquela situação. Para tanto, o Des. Munhoz Soares, avançou com seus estudos sobre o trabalho de Sigmund Freud e conheceu povos e culturas diferentes até que conseguisse encontrar um modelo adequado para implantar no TJ/SP: “Depois de ter corrido a Alemanha, Áustria, Espanha, França e Itália, observando como essas instituições fun- cionam, foi em Quebéc, no Canadá, que vi um Psicossocial majestoso, preocupado com o ser humano e percebi também que existia certa semelhança da classe média canadense com a nossa classe média, que abrange os nossos funcionários”. A partir dos dados coletados, o Des. Antonio Carlos Munhoz Soares, juntouse com outros colegas para debater a criação do setor. Dúvidas inerentes ao processo brotaram nessa fase: Como deveria ser essa oferta e como ela deveria ser estruturada? Devemos oferecer a terapia breve ou também estender para os casos mais agudos? Solucionadas as questões, um grupo de Magistrados convocou psicólogos e assistentes sociais para os trabalhos. “Os resultados foram os melhores possíveis, porque no dia seguinte aos da inauguração do Serviço Psicossocial, já tínhamos 30 pessoas para serem atendidas” disse Munhoz Soares. Crescimento do Setor Psicossocial Logo no começo de 1998, quando Dirceu de Mello era Presidente do TJ/ SP, começou-se a estudar a expansão do Serviço Psicossocial para o Interior. Afinal, dois anos depois da inauguração do Setor na Capital paulista, muitas pessoas de cidades distantes de SP freqüentavam o Psicossocial. Campinas, em 11 de dezembro de 1998, foi a primeira sede do Setor no Interior, depois vieram Marília, Piracicaba, Ribeirão Preto, Bauru, São José do Rio Preto, Sorocaba e São José dos Campos e brevemente se estenderá até Araçatuba. Ainda em 98, foi instalado um outro braço do Setor: o Psicossocial vocacional, voltado para traçar avaliações dos candidatos à Magistratura e dos candidatos ao vitaliciamento, acompanhando-os durante todo o processo. TJ/SP | Corte recebe o 352º Desembargador Décio de Moura Notarangeli é empossado em São Paulo O Magistrado Décio de Moura No- tarangeli tomou posse, no dia 30 de setembro, como 352º Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. A solenidade começou com a entrega do Colar do Mérito Judiciário ao Magistrado pelo Presidente do TJ/SP, Roberto Antonio Vallim Bellocchi. Após a entrega da honraria, o VicePresidente da APAMAGIS, Des. Paulo Dimas, comentou sobre o orgulho de homenagear o colega. “Ele não é apenas um grande Magistrado, mas, sobretudo, um grande ser humano”. O Vice-Presidente ainda ressaltou a amizade entre ambos iniciada em 1987 e confessou que estava, na ocasião, mais nervoso do que na data de sua própria posse. O Des. Paulo Dimas terminou sua fala agradecendo a escolha de seu nome para proferir a saudação ao Des. Décio de Moura Notarangeli. Na seqüência, foi a vez do novo Desembargador fazer uso da palavra. “É com emoção profunda, com que acompanho os grandes momentos da vida, que tomo posse como Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo”, iniciou seu discurso, lembrando ainda alguns dos grandes nomes que passaram pelo Tribunal e da contribuição que cada um deles deu ao Poder Judiciário paulista. O Magistrado fez questão de ressaltar alguns dos diversos colegas que contribuíram para sua formação funcional e das diversas etapas de sua carreira. E terminou seu “Ele não é apenas um grande Magistrado, mas, sobretudo, um grande ser humano” Des. Paulo Dimas discurso lembrando que, “apesar das dificuldades, vale enfatizar o que vem sendo feito para melhorar a prestação jurisdicional, como o investimento crescente na informatização e a contratação de novos servidores.” A cerimônia foi encerrada pelo Presidente do TJ/SP, Des. Vallim Bellocchi, que comentou que apesar de ser considerada singela no papel, a posse do novo Desembargador reveste-se de um grande significado para o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Estiveram presentes também à cerimônia, o Vice-Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, o Desembargador Antonio Carlos Munhoz Soares; o Corregedor Geral da Justiça, Desembargador Ruy Pereira Camilo; o Presidente da Seção Criminal do TJ/SP, Eduardo Pereira Santos; o Presidente da Seção de Direito Público, Desembargador Antonio Carlos Viana Santos; o Diretor da Escola Paulista da Magistratura, Desembargador Antonio Rulli Jr.; o Presidente do Tribunal de Justiça Militar, Coronel PM Fernando Pereira e a Vice-Presidente do Tribunal Regional Federal 3ª Região, Suzana Camargo, entre outras autoridades. | Des. Décio é empossado pelo Presidente do TJ/SP, Des. Vallim Bellocchi | Des. Paulo Dimas, 1º Vice-Presidente da APAMAGIS, saúda o novo Desembargador. STJ | Benedito Gonçalves toma posse como Ministro Indicado por Lula, o Magistrado ocupa a vaga aberta com a aposentadoria de José Delgado N o dia 17 de setembro, tomou posse novo Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Benedito Gonçalves foi aprovado em sabatina no Senado e, assim, tornou -se o primeiro negro da história a compor o quadro ministerial do STJ. Em 2003, Lula também indicou Joaquim Barbosa, o primeiro Ministro negro do Supremo Tribunal Federal (STF). O evento foi marcado pelo comparecimento maciço de autoridades. Destacaram-se as presenças dos Governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e da Paraíba, Cássio Cunha Lima, além do Presidente do STF, Gilmar Medes e do Advogado-Geral da União, José Antônio Dias Toffoli, além de Magistrados, membros do Ministério Público, Advogados, familiares e amigos do empossado. Sandra Fado Benedito Gonçalves foi aprovado em sabatina no Senado e, assim, tornou-se o primeiro negro da história a compor o quadro ministerial do STJ. Perfil O novo Ministro é natural do Rio de Janeiro. Antes de compor o quadro do STJ, exercia a função de Desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1978. Especializou-se em Direito Processual Civil no Centro de Estudos Judiciários do Conselho de Justiça Federal. Em 1997, concluiu seu mestrado na Universidade Estácio de Sá. Em 1988, ingressou na Magistratura Federal. Na Seção Judiciária do Rio de Janeiro, integrou a Comissão de Estudos e Instalação de Varas Federais no Interior do Estado, coordenou a instalação de Varas Federais do Foro Regional da Baixada Fluminense e foi Vice-Diretor do Foro. Levou a 3ª Vara Federal a ser a primeira a cumprir o Projeto Zero da Corregedoria-Geral da Justiça Federal da 2ª Região. De intensa atividade acadêmica, foi Professor da UFRJ em 1992 e, hoje, é Professor titular na graduação e pósgraduação da Estácio de Sá. É autor de “Comentários à Reforma do Direito Processual Civil Brasileiro”. | Benedito Gonçalves, novo Ministro do STJ Associação Paulista de Magistrados | 5 Institucional Solidariedade | 20 anos da Fundação da Fraternidade Judiciária José Roberto de Vasconcellos Juiz e Presidente da Diretoria Executiva da Fundação da Fraternidade Judiciária Sensibilizado com as carências de um povo sofrido e de um sistema que não conseguia atender a todas as demandas, o Des. Nereu César de Moraes, então Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, lança a idéia da criação de um serviço voluntário voltado aos funcionários menos favorecidos do Poder Judiciário. Caindo em terreno fértil e alimentada pela disposição de outros Desembargadores que a acolheram com entusiasmo, aquela semente logo começa a despontar preenchendo o espaço vazio. E, em 26 de setembro de 1988, surge a Fundação da Fraternidade Judiciária tendo como objetivo inicial prestar assistência jurídica aos funcionários necessitados. Aquela semente inicial, porém, apesar das dificuldades encontradas, de alguns espinhos surgidos, sempre amparada pelos que dela cuidavam, não parava de crescer, logo se transformando em um arbusto com outras ramificações. Novas formas de auxílio foram surgindo fora do âmbito jurídico, atendendo emergências familiares, prestando auxílio em caso de doenças e internações. De início funcionando em local cedido pelo Oficial do 18° Cartório de Registro de Imóveis, Dr. Bernardo Francês, inestimável colaborador que cedia seu gabinete de trabalho para as reuniões, foi a Fundação desenvolvendo novas atividades, contando com novas adesões, crescendo e se enraizando cada vez mais. Então, não mais como um frágil arbusto, mas como vigorosa árvore em que se ia tornando, pôde a Fundação fincar raízes mais profundas e sólidas, adquirindo uma primeira sala própria. Era uma única sala situada neste mesmo andar. Mas a frondosa árvore continuava a multiplicar seus ramos e sua sombra dava abrigo a cada vez mais pessoas que a procuravam, o que fez com que, quinze anos mais tarde, adquirisse mais três conjuntos neste mesmo prédio, que hoje compõem suas instalações. O Departamento Jurídico, inicialmente constituído por dois Desembargadores e um Juiz de Direito, cresceu de tal forma que exigiu a contratação de dois Advogados que se encarregaram da parte forense. Em uma mega-cidade como a nossa, onde os problemas se multiplicam, a assistência social também foi se ampliando com o trabalho da Fundação, atendendo a áreas diversas. Da ajuda financeira aos tratamentos médicos, a O programa educacional tem proporcionado a inúmeros funcionários a oportunidade de freqüentar uma faculdade, com a concessão de bolsas de estudo para cursos relacionados à área do Direito ou que possam ser de interesse do Poder Judiciário. aquisição de medicamentos e próteses; do auxílio funeral ao mais recente programa implantado, de assistência psicológica àqueles que dela necessitam. E os frutos daquela semente plantada não pararam por aí. Durante algum tempo uma parceria foi firmada com o Tribunal de Justiça para que seu serviço médico fosse agilizado na questão dos processos de afastamento por doença quando funcionários, muitas vezes já restabelecidos, tinham condições de retornar ao trabalho. Para tanto, uma | Magistrados e servidores comemoram 20 anos da Fundação empresa especializada em perícias médicas foi contratada pelo Tribunal de Justiça a expensas da Fundação. O programa educacional tem proporcionado a inúmeros funcionários a oportunidade de freqüentar uma faculdade, com a concessão de bolsas de estudo para cursos relacionados à área do Direito ou que possam ser de interesse do Poder Judiciário. Nesse sentido, é importante ressaltar que dois dos bolsistas da Fundação hoje integram a Magistratura paulista! Assim, tem sido o importante trabalho da Fundação da Fraternidade Judiciária. Estes são alguns dos inúmeros frutos colhidos da grande árvore que, no entanto, só pôde chegar à sua acolhedora copa contando com a seiva que a alimenta, a começar pelo apoio da alta direção do Tribunal de Justiça. É alimentada igualmente com o indispensável suporte de seu Conselho de Curadores e a dedicação de nossos companheiros de Diretoria. Um especial destaque merece o tra- balho e a dedicação dos colaboradores e funcionários da própria Fundação. São eles que, com seu entusiasmo, ajudam a manter acesa a chama de nosso ideal. Se muito já foi realizado nestes 20 anos de existência, muito ainda resta a fazer. Como diz o provérbio, no entanto, “as árvores fazem sombra aos outros e elas mesmas estão no ardor do sol”... Muito sol implacável tem de ser enfrentado com coragem e obstinação. E para que o ardor do sol não seque, mas mantenha viva sua ramagem, conta a Fundação com o imprescindível apoio de seus mantenedores, os Magistrados de São Paulo. Só assim se permitirá à grande árvore continuar a dar abrigo aos desvalidos e frutos cada vez mais numerosos. Muito obrigado. São Paulo, 23 de setembro de 2008 Discurso proferido por ocasião da comemoração dos 20 anos da Fundação da Fraternidade Judiciária. Justiça em pauta Frente a Frente com a Justiça discute os principais temas de interesse da Magistratura Brasileira. Nesta seção, você acompanha as sinopses dos melhores programas apresentados recentemente. TV Justiça: Sábado, 13h00. 6 | Associação Paulista de Magistrados Judiciário e Legislativo AUTONOMIA FINANCEIRA Ferramentas de DO JUDICIÁRIO gestão no TJSP Judiciário e Legislativo Edson Giriboni Rodolfo Costa e Silva e Paulo João Carlos Saletti e José Dimas de Bellis Mascaretti Ernesto Lima Gonçalves O Deputado Estadual abordou as relações entre os Poderes, formas de interação com a sociedade civil e algumas ponderações sobre o projeto de lei em tramitação no Congresso referente ao combate à homofobia. O Deputado Estadual discorreu sobre os indicadores sociais das diversas regiões de São Paulo e sobre as formas de sinergia entre os três Poderes, em especial entre Judiciário e Legislativo. O Desembargador e 1º Vice-Presidente da APAMAGIS e o Deputado Estadual falaram a respeito da autonomia financeira do Poder Judiciário. O Desembargador e o Professor da FGV abordaram a utilização de modernas técnicas de administração para melhorar a eficiência do Poder Judiciário. Bispo Bruno Intercâmbio | Magistrados visitam as instalações da FAB Judiciário e Aeronáutica trocam experiências em Pirassununga No dia 15 de setembro, 22 Magistra- dos participaram de uma experiência ímpar: Eles visitaram as instalações da Força Aérea Brasileira (FAB) em Pirassununga (SP) e respiraram o espírito da corporação. A imersão cultural dos Magistrados no mundo da FAB começou às 8 horas da manhã, quando eles embarcaram, rumo à Pirassununga, no C-99, um projeto nacional da Embraer, conhecido como ERJ-145. No comando da aeronave, estava o Major Brigadeiro do Ar, José Roberto Scheer, um dos organizadores do encontro. Depois de cerca de 25 minutos de viagem, chegando à base área do “Ninho das Águias”, como a corporação é conhecida, a comitiva de Magistrados foi recebida calorosamente pelos integrantes da FAB, comandados pelo Brigadeiro Marco Antonio Carballo Perez. “Esse congraçamento, essa troca de experiência com a Magistratura é muito importante para nós e acredito que para os senhores (Magistrados) também”, disse o Brigadeiro sobre o encontro. Após explanação do Brigadeiro sobre como funciona a FAB, os Magistrados conheceram as dependências da Academia em Pirassununga. Na ocasião, os Juízes e Desembargadores conferiram as salas de aulas, os dormitórios, o refeitório, as pistas de testes da instituição e, às 12h, puderam admirar a parada diária organizada pelos cadetes da aeronáutica. “Eles andam de modo uniforme, é tudo alinhado como se fosse um relógio, uma coisa depende da outra. É como uma engrenagem, se um só fizer errado, estraga tudo, afinal uma corrente tem a força de seu elo mais fraco”, comentou sobre a parada Caio Trindade de Souza Moreira, 10 anos, neto do Desembargador Gilberto de Souza Moreira, que além | Magistrados e oficiais da Força Aérea Brasileira momentos antes do embarque “Levamos uma opinião extremamente positiva à respeito dessas pessoas que dedicam suas vidas ao patrulhamento de nossos ares. Mas também, em contrapartida, deixamos uma série de sugestões para o fortalecimento dessa união com a população civil, inclusive para o aprimoramento dessa escola” Juiz Paulo Prazak de Magistrado, é um exímio Jornalista e Aviador e pelo que vimos seu neto segue os mesmos passos. Fazenda da Aeronáutica Logo depois do almoço, os Magistrados conheceram a Fazenda da Aeronáutica em Pirassununga, localizada a alguns quilômetros da unidade da FAB no município. Lá, eles descobriram que todos os produtos de laticínios, e alguns grãos, frutas e verduras, consumidos pela corporação são produzidos pela Fazenda e o excedente vendido em cidades próximas à Pirassununga. Voltando à base da FAB, os Magistrados fecharam o programa conhecendo de perto alguns modelos de aviões da instituição. E, às 15h, a comitiva da APAMAGIS deu adeus à experiência, retornando para São Paulo e para a vida dos gabinetes. em contrapartida, deixamos uma série de sugestões para o fortalecimento dessa união com a população civil, inclusive para o aprimoramento dessa escola”, relatou o Juiz Paulo Prazak do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo. Além dos Magistrados já citados na reportagem, participaram também dessa experiência o Presidente da APAMAGIS, Des. Henrique Nelson Calandra, os Desembargadores Fernando Pereira, Luiz Christiano Gomes Kuntz, Antonio Carlos Viera de Moraes, Antonio Rulli Entretanto, antes de embarcarem no C-99, alguns Magistrados deixaram registradas suas impressões sobre o encontro. Segundo palavras do Juiz Valdir Marinho, a iniciativa foi espetacular pela troca de experiência que aproximou as duas instituições. “Levamos uma opinião extremamente positiva a respeito dessas pessoas que dedicam suas vidas ao patrulhamento de nossos ares. Mas também, Jr., Daniel Peçanha de Moraes Jr., Carlos Aloysio Canellas de Godoy, Sebastião Flávio da Silva Filho e Pedro Luiz Ricardo Gagliardi; os Juízes Fernando Florido Marcondes, Walter da Silva, Evanir Ferreira Castilho, Carlos Vieira Von Adamek, Luiz Alberto Moro Cavalcante, José Álvaro Machado Marques, Alexandre Félix da Silva e Fábio Evangelista de Moura e as Juízas Camilla Marcela Arcaro e Flávia Pires de Oliveira. Aposentadoria | Des. Luis Antonio Vasconcellos Boselli N | Des. Luís Boselli o dia 5 de setembro, foi publicada a aposentadoria do Desembargador Luis Antonio Vasconcellos Boselli por motivo de doença, que o impossibilita de se locomover e de se comunicar. Em nota publicada no site da APAMAGIS, os Desembargadores Henrique Nelson Calandra, Paulo Dimas, Roque Mesquita e Sebastião Amorim, expressaram seu apoio em nome da associação: “Cada um de nós, seus amigos e admiradores, pedimos a Deus que o ampare nesta dura batalha contra a enfermi- dade, que impossibilita nosso querido colega de retornar ao nosso convívio. Na APAMAGIS, entidade na qual todos são recebidos, não falta fraternidade e o abraço amigo ao colega e aos familiares do nosso companheiro. Fica, então, a folha dobrada à espera de que o nosso querer bem e as nossas preces sejam capazes de resgatar a saúde dele e trazê-lo de volta à nossa convivência. Seu sorriso, seu caminhar e seu amor pela Justiça ecoam em nossos corações.” Na APAMAGIS, entidade na qual todos são recebidos, não falta fraternidade e o abraço amigo ao colega e aos familiares do nosso companheiro. Associação Paulista de Magistrados | 7 Institucional Interiorização | Diretoria da APAMAGIS visita comarcas de Santos e Ituverava Os encontros promoveram uma aproximação entre capital, interior e litoral N os dias 18 e 19 de setembro, a Diretoria Executiva da APAMAGIS percorreu 980 quilômetros, visitando as comarcas de Santos e Ituverava. O encontro entre Juízes das duas regiões com representantes da Associação Paulista dos Magistrados tinha dois objetivos principais: a prestação de contas dos trabalhos e projetos que a APAMAGIS vem desenvolvendo e detectar os problemas da Magistratura daquelas regiões, assim como escutar idéias e soluções dos Juízes locais. Santos Das 15h30 às 19h, do dia 18 de setembro, os representantes da APAMAGIS, Des. Henrique Nelson Calandra, Presidente; Des. Paulo Dimas, 1º Vice-Presidente; Des. Roque Mesquita, 2º Vice-Presidente; Juiz Fernando Bartoletti, Diretor-Secretário e Des. Luiz Sebastião Amorim, Conselheiro, estiveram reunidos com Magistrados de Santos e região. Durante o encontro realizado no Fórum Civil e Criminal de Santos, a Diretoria Executiva da Associação Paulista dos Magistrados anunciou uma série de notícias em prol da Magistratura paulista. “Estamos aqui para relatar aos colegas quais são os trabalhos da atual Diretoria da APAMAGIS e queremos também escutar o que vocês têm a nos dizer sobre as preocupações da Magistratura local”, disse o Des. Henrique Nelson Calandra, iniciando a conversa entre os Juízes de Santos e região. Nos discursos proferidos por representantes da APAMAGIS e Juízes locais, temas como a reformulação do texto do quinto constitucional e da LOMAN, o orçamento do Judiciário para o próximo ano e a defesa das prerrogativas dos Magistrados foram amplamente abordados. Por parte dos Magistrados de | Representantes da APAMAGIS e das comarcas de Ituverava e região reunidos para debater problemas locais Por parte dos Magistrados de Santos, um dos principais problemas apontados foi o provável aumento de trabalho impulsionado pelo crescimento econômico da região com as últimas descobertas de petróleo na camada pré-sal da bacia de Santos. | Juiz Márcio Krammer de Lima | Juiz Joel Birello Mandelli Santos, um dos principais problemas apontados foi o provável aumento de trabalho impulsionado pelo crescimento econômico da região com as últimas descobertas de petróleo na camada pré-sal da Bacia de Santos. Confira a opinião de alguns Juízes locais sobre o encontro: Tribuna da Magistratura: O que o senhor acha dessa integração da APAMAGIS com outras regiões do Estado? Juiz Joel Birello Mandelli, da Comarca de Santos: Sempre houve uma crítica, eu não sei se fundamentada ou não, no sentido de a APAMAGIS | Magistrados de Santos e região estão preocupados com o provável aumento de trabalho impulsionado pelo crescimento econômico da Baixada Santista 8 | Associação Paulista de Magistrados acabar dedicando uma atenção maior aos colegas da Capital. Portanto, parece-me fundamental essa disposição de interiorizar, de aproximar toda a Diretoria da Associação Paulista de Magistrados dos Juízes do Litoral e Interior. Márcio Krammer de Lima: Eu acho fundamental. Apesar de viver- mos na era da comunicação rápida, com os meios de comunicação e internet, nada como a presença física para propiciar o debate de idéias, o esclarecimento sobre determinadas posturas, posições ou avanços que a nossa associação tem conquistado. Parece-me uma iniciativa fundamental, que vem em muita boa hora e que colabora com o melhor aparelhamento da atividade do Magistrado. Ituverava Algumas horas depois do encontro em Santos, a Diretoria Executiva da APAMAGIS já estava novamente na estrada. O destino desta vez era Ituverava, cidade do Interior paulista, situada a 420 quilômetros da Capital. Depois de quase cinco horas de viagem, às 18 horas, no Fórum de Ituverava, iniciou-se a reunião entre os representantes da APAMAGIS - Des. Henrique Nelson Calandra, Presidente; Des. Paulo Dimas, 1º Vice-Presidente; Des. Roque Mesquita, 2º Vice-Presi- dente e Juiz Fernando Bartoletti, Diretor-Secretário – e os Juízes. A reunião em Ituverava seguiu os moldes da de Santos. A Diretoria Executiva da APAMAGIS expôs os trabalhos da atual gestão e observou as queixas e as idéias dos Juízes do município e circunscrição. “Gostaria de agradecer a presença dos colegas e dizer que estamos contentes por estarmos aqui para fazer uma prestação de contas, além de conhecê-los, trocar idéias e ouvir as suas angústias”, informou o Des. Paulo Dimas, 1º Vice-Presidente da APAMAGIS. De acordo com o Juiz Leonardo Breda, uma das preocupações dos Juízes de Ituverava é a reclassificação da Comarca. “Esperamos que o Fórum de Ituverava volte a ser de entrância intermediária”. Outras questões apresentadas e discutidas foram o valor da remuneração das diárias, a lista de políticos “ficha suja” criada pela AMB e a autonomia do Judiciário. APAMAGIS Interiorizar é preciso! Uma das principais metas da APAMAGIS é a constante busca de integração entre todos os associados. O esforço para a aproximação tem levado ao deslocamento dos membros da Diretoria para várias partes do Estado. Ainda nesse ano, a Diretoria realizará encontros e reuniões em Ribeirão Preto, São Carlos, Bauru e São José dos Campos. No mês de novembro, entre os dias 7 e 11, ocorrerá o Encontro Regional do Guarujá, oportunidade em que a Diretoria e associados discutirão os problemas do Judiciário, da Magistratura e dos associados e as correlatas alternativas de solução. Participe! “Esperamos que o Fórum de Ituverava volte a ser de entrância intermediária” Juiz Leonardo Breda Confira a opinião de alguns Juízes locais sobre o encontro Tribuna da Magistratura: Como os senhores analisam este encontro que a APAMAGIS promoveu em Ituverava? Juíza Luisa Helena Carvalho Pita, Diretora do Fórum de Ituverava: Essa regionalização é muito importante para nós, afinal esses encontros e visitas nos trazem proximidade com as notícias, novidades e propostas da APAMAGIS. É engraçado, num tempo em que a informação é muito fácil de ser obtida, pela Internet ou pelos jornais, nós não nos satisfazemos com a divulgação apenas dessa maneira. Se acessarmos o site da APAMAGIS, encontraremos quase tudo que foi falado neste encontro. No entanto, esse contato com a Presidência, com a Diretoria, com a cúpula da APAMAGIS prestigia o Juiz do Interior. Além disso, esses encontros nos estimulam a trabalhar distantes de São Paulo, sabendo que nossos interesse estão sendo bem defendidos em São Paulo e em Brasília. | Representantes da APAMAGIS e da comarca de Ituverava reunidos para debater problemas locais Juiz José Rodrigues Arimatéa, da Comarca de Franca: O encontro faz parte do projeto de interiorização da APAMAGIS que se iniciou na gestão anterior e que na Presidência do Doutor Calandra tem sido dinamizado. É uma das poucas oportunidades que a APAMAGIS tem de trazer toda a sua Diretoria para uma Comarca distante, de entrância mais baixa, mas que nem por isso deixam colegas isolados. Então, a presença da Diretoria da APAMAGIS é importante para os colegas mais novos e isto os motiva, evidentemente, a prestar melhores serviços jurisdicionais na sua comunidade. Porque se os Juízes estão mais bem amparados, apoiados, até | Juíza Luisa Helena Carvalho Pita | Magistrados de Ituverava e região assistem atentos à prestação de contas da Diretoria da APAMAGIS mesmo no aspecto psicológico, eles produzem melhor. Associação Paulista de Magistrados | 9 Previdência Novidade | Associações lançam Jusprev em SP Coquetel marca o lançamento do Fundo de Previdência para Carreiras Jurídicas A APAMAGIS, a Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo (APESP), a Associação Paulista dos Defensores Públicos (APADEP) e a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região (AMATRA XV) lançaram na noite do dia 25 de setembro a JUSPREV - 1ª Previdência Instituída pelas Associações de Carreiras Jurídicas Públicas no Brasil – em São Paulo. O coquetel de lançamento da JUSPREV ocorreu na sede social da APAMAGIS. Além dos Presidentes e representantes das instituições que participavam do evento, autoridades de outras associações também abrilhantaram a ocasião. A JUSPREV é uma fundação sem fins lucrativos, sem aporte de recursos públicos, e é o primeiro Fundo de Pensão Instituído por Associações de Carreiras Jurídicas Públicas no Brasil. O Fundo foi instituído em âmbito nacional, em dezembro do ano passado, e até agora já foi lançado em cinco estados. Apesar de sua jovialidade, o Fundo já nasce forte, contando com a presença de 48 associações. Durante o coquetel, a Presidente da JUSPREV, Maria Tereza Uille Gomes, apresentou detalhes do surgimento do Fundo. “A JUSPREV nasceu em janeiro do ano passado com uma simples reunião entre representantes de algumas associações do meio judiciário. À época, não conseguíamos visualizar a grandiosidade da Previdência que estávamos construindo”. Segundo dados apresentados por Maria Tereza Uille Gomes, a expectativa é que cerca de 100 mil integrantes do Judiciário brasileiro integrem o quadro de | Des. Calandra enaltece a importância da JUSPREV | Evento serviu para explicar o funcionamento da JUSPREV 10 | Associação Paulista de Magistrados | Entidades de vários estados compareceram à solenidade Apesar de sua jovialidade, o Fundo já nasce forte, contando com a presença de 48 associações. associados da JUSPREV. O cunho associativo da iniciativa também foi destacado na oportunidade.“A criação da JUSPREV permite que associados das entidades inscritas se filiem em um fundo que não visa fins lucrativos e será administrado pelos próprios interessados, possibilitando maior controle e transparência da gestão”, frisou Maria Tereza Uille Gomes. Após as explicações da Presidente da JUSPREV, Washington Epaminondas Medeiros Barra, Presidente da Associação Paulista do Ministério Público (APMP), citou a coragem pessoal da Promotora Maria Tereza Uille Gomes para a consagração da JUSPREV: “Em janeiro de 2007, a Dra. Maria Tereza Uille Gomes já trazia a sementinha da solução de um grande problema para as classes de carreira jurídica, após a emenda 45, que retirou a integralidade de nossa aposentaria” Na seqüência, o Des. Sebastião Luiz Amorim, Ex-Presidente da APAMAGIS e Vice-Presidente da AMB, dirigiu algumas palavras aos presentes, falando sobre os primeiros passos que a APAMAGIS tomou a respeito da JUSPREV, ainda em sua gestão (2006-2007). Em seguida, foi a vez do Presidente da APAMAGIS, Des. Henrique Nelson Calandra, falar sobre o momento histórico daquela noite. “Estamos, aqui, reunidos para lançar em São Paulo um projeto de integralidade para uma pensão das carreiras jurídicas, começamos a gerar neste momento um sonho para muitos associados”. Depois, finalizando a solenidade, o Presidente da APAMAGIS citou novamente algumas das vantagens do Fundo, já anunciados pela Presidente da JUSPREV, tais como risco zero, desconto no imposto de renda e baixas taxas de gestão dos planos. Segundo dados apresentados por Maria Tereza Uille Gomes, a expectativa é que cerca de 100 mil integrantes do Judiciário brasileiro integrem o quadro de associados da JUSPREV. Previdência JUSPREV presta atendimento em São Paulo Para saber outros detalhes do Fundo ou fazer sua imediata adesão à Jusprev, entre em contato com as corretoras da empresa Fontana Seguros, que estão atendem na sede administrativa da APAMAGIS, Sissi, Desyree e Cristiane, nos seguintes fones: (11) 3104-0240 e (11) 3104-2933 ou com a corretora Lucimara no fone (11) 3334-7304. Entrevista | Os horizontes da Previdência Wagner Balera aborda os novos paradigmas da Previdência Pública e Privada Várias reformas mudaram completamente o panorama previdenciário no Brasil. Entretanto, alguns especialistas advertem sobre a necessidade de ainda mais mudanças. Para discorrer sobre o tema, a equipe do Tribuna da Magistratura entrevistou um dos maiores especialista, o Professor Wagner Balera. Confira! Tribuna da Magistratura: A Europa experimenta crescimento vegetativo às vezes negativo. Isso traz impacto também para o sistema previdenciário? O fenômeno vai ocorrer no Brasil? Wagner Balera: Você está falando do que os especialistas chamam de Transição Demográfica. Nós queremos viver mais tempo. Hoje, as pessoas se preocupam com cuidados antecedentes à própria doença. Por outro lado, o número de nascimentos tem diminuído. São duas realidades que afetam os planos previdenciários. O aumento da longevidade provoca maior gasto porque as pessoas receberão por mais tempo. E a diminuição da natalidade diminui aqueles que vão para os postos de trabalho. A Organização Internacional do Trabalho começou a se preocupar com isso há 20 anos, porque a Transição Demográfica não acontece de uma hora para outra, e propôs medidas para equilibrar o sistema previdenciário. Uma das medidas das quais ninguém gosta muito de falar, mas necessário refletir, é a fixação de uma idade mínima para as aposentadorias. Quando se fala nisso no Brasil, as pessoas franzem a cara e dizem “bom, mas agora que eu estou chegando, agora que eu estou próximo, por que vai atingir a mim?”. Mas isto, em algum momento, terá que ocorrer. A Transição Demográfica exige a fixação de uma idade mínima. O que nós deveremos discutir, como sociedade, é “qual é esta idade?”. TM: A aposentadoria varia muito entre os países. Como ela é encarada no Brasil? WB: Nós temos grandes modelos de aposentadoria: invalidez, invalidez presumida e tempo de contribuição. Na primeira, a pessoa perdeu a capacidade de trabalho por motivo de doença, ou coisa assim. O mundo inteiro prestigia a aposentadoria por invalidez. A substituição de uma re- | Wagner Balera “(...) é uma injustiça colocar nas costas dos servidores uma conta que é de exclusiva responsabilidade do Poder Público” muneração por um benefício. Há, ainda, a presunção de invalidez pela idade avançada. De fato haverá um momento na vida que nós não vamos mais ter capacidade de trabalho. A aposentadoria por idade avançada já está fixada na Constituição. O homem com 65 anos de idade e a mulher com 60 anos de idade têm direito. Há uma presunção de que ele já não tem mais a mesma capacidade de trabalho. Essa presunção às vezes não se confirma porque o sujeito obtém a aposentadoria e continua trabalhando, o que cria também um outro disparate no sistema porque ele conta com a renovação dos quadros. Eu não estou criticando, estou dizendo que, pela lógica do sistema, isso não deveria ser assim. Aposentadoria significa ir para o seu aposento. Você está saindo do mundo do trabalho. E há a modalidade mais freqüente da aposentadoria, o “sonho dourado” de aposentadoria é o “eu quero aproveitar a vida depois”, é a chamada aposentadoria por tempo de contribuição, onde o sujeito faz uma conta de chegar aos 35 anos de trabalho. Ele cumpre o tempo e diz “agora vou usufruir minha aposentadoria”. Essa, em minha opinião, está com os dias contados. Por isso, eu falava da idade mínima, que ainda é uma tentativa de manter esse tipo de benefício. TM: Algumas pessoas atribuem ao funcionalismo grande responsabilidade pelos rombos na Previdência. Qual sua opinião? WB: Não podemos esquecer o que aconteceu na formação do regime da Previdência dos servidores. O Estado assumiu como um encargo seu conceder aposentadoria para o servidor. O fato de alguém prestar serviços ao Estado tinha, dentre as suas contrapartidas, não apenas a remuneração, não apenas a estabilidade, mas também a aposentadoria. De repente, a lógica muda e se passa a exigir que o servidor pague a parte dele, o que me parece até justo. No entanto, não podemos olhar para o passado e dizer: “olha, vocês estão devendo isso ou aquilo”, porque essa conta não era dos servidores. Então, é uma injustiça colocar nas costas dos servidores uma conta que é de exclusiva responsabilidade do Poder Público. TM: Se uma pessoa era servidora pública federal desde 1990 e, depois e sem solução de continuidade, ingressa numa outra Carreira, agora em âmbito estadual, ela terá direito a se aposentar integralmente? WB: O dia 15 de dezembro de 1998, que é a data da promulgação da Emenda Constitucional nº 20, é o momento chave para a vida previdenciária, para a vida de todos, exceto daqueles que já estavam aposentados antes disso. O conceito de serviço público no Brasil é de uma unidade, embora haja muitos serviços públicos (União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Entidades que giram em torno do Estado), existe esse conceito de unidade. Alguém ter sido servidor da União e depois servidor estadual, desde que não tenha havido solução de continuidade entre um serviço e outro, aquilo é contado como serviço público. Então, suponhamos, num exemplo parecido com o que você acaba de me dar. Um Escrevente do Tribunal de Justiça de São Paulo se forma, presta concurso e é aprovado para Juiz Federal. Vai para o Serviço Público Federal, porque a Magistratura Federal integra o serviço federal. Se não houver solução de continuidade, quer dizer, se isto acontecer imediatamente, todo aquele tempo de serviço público que ele possui, anterior, vale como se fosse uma coisa só. Então, as regras de transição da Emenda nº 20 não se aplicam a essa pessoa porque ela estava no serviço público antes e continua no serviço público depois. Agora, pode acontecer uma outra situação. Alguém estava no serviço público, saiu, foi para uma empresa privada e depois ingressa novamente no serviço público. Aí não se pode mais falar na contagem daquele tempo anterior para efeito da transição. Não é que o sujeito perdeu o tempo, o tempo é patrimônio individual. Sempre alguém vai levar seu tempo de trabalho em qualquer regime para onde estiver. Existe até um instituto que é a contagem recíproca do tempo de serviço. Mas deixou de ser servidor público e agora ele entra no sistema novo, e no sistema novo as regras do jogo são diferentes. TM: Nesse caso, ele vai para previdência privada se ele quiser complementar a aposentadoria... WB: Assim que o plano de previdência privada dos servidores públicos estiver implantado, porque hoje esse plano ainda não existe, apesar de expressa previsão constitucional. Entretanto, depende de lei, e a lei ainda não foi votada no Congresso Nacional. Estamos num período de transição, que ainda não acabou porque não há um plano de previdência privada para os servidores públicos. TM: As associações da Magistratura e do MP criaram um fundo de previdência privada chamado JUSPREV. As pessoas da área que quiserem manter o mesmo nível de remuneração devem migrar para previdência privada? WB: Exatamente. Associação Paulista de Magistrados | 11 Aconteceu Pensionistas | Emoção e união no V Congresso Nacional E ntre os dias 9 e 12 de setembro, São Paulo foi sede do V Congresso Nacional de Pensionistas da Magistratura, evento que foi organizado pela APAMAGIS e pela AMB. O encontro, realizado no Hotel Renaissance, mesclou momentos de lazer, cultura e informes sobre direitos e reivindicações da classe, e contou com programação especial: jantares dançantes, visitas e palestras informativas. Abertura O Congresso recebeu diversas autoridades, como os Presidente da APAMAGIS, Des. Nelson Calandra, e da AMB, Juiz Mozart Valadares, Dona Eneida Barbosa, Diretora do Departamento de Pensionistas da AMB, o | Filippo Pedrinola profere palestra | Des. Paulo Dimas Secretário Municipal de Transportes de São Paulo, Alexandre de Moraes; o Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP); Representante da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), Cláudio Dell’Orto, o Presidente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, Fernando Pereira, e os Presidentes das associações de Magistrados do Distrito Federal (Amagis-DF), Maria Isabel da Silva, do Rio Grande do Sul (Ajuris), Carlos Cini Marchionatti, de Santa Catarina, José Agenor Aragão, e do Maranhão (Amma), Gervásio Protásio dos Santos Júnior, além da Presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV), Catarina Dalla Costa. 12 | Associação Paulista de Magistrados | Des. Calandra discursa na abertura do V Congresso | Magistrados e pensionistas em momento de descontração | Alegria e descontração durante o evento “A significação deste evento é grandiosa, pois traz um alento a nós pensionistas, buscando reivindicações aos nossos direitos, além da confraternização. Aqui, fluirão os mais exitosos momentos, não só culturais, como sociais”. Com essas palavras, Dona Eneida Barbosa, Diretora do Departamento de Pensionistas da AMB, abriu o Congresso que reuniu cerca de 200 pensionistas de todo o Brasil. A Diretoria da APAMAGIS compareceu em peso, representada pelos Presidente, Des. Henrique Nelson Calandra, 1º Vice-Presidente, Des. Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, Diretor Secretário, Juiz Fernando Bartoletti, Diretor do Departamento de Pensionistas, Des. Alfredo Migliore, | Juiz Fernando Bartoletti e Juíza Liane Casarin, Diretora da AMATRA-SP | Des. Sebastião Amorim | Des. Calandra ressaltou a importância da proteção da família dos Magistrados “A significação deste evento é grandiosa, pois traz um alento a nós pensionistas, buscando reivindicações aos nossos direitos, além da confraternização” Eneida Barbosa | Juiz Morvan Meirelles Costa e Diretor-Adjunto do Departamento de Pensionistas, Juiz Morvan Meirelles Costa. Palestras afinadas ao cotidiano do público do Congresso Nos dias 10 e 11 de setembro, o público do Congresso foi agraciado com palestras pertinentes ao seu cotidiano. Na quarta-feira (10), o endocrinologista Filippo Pedrinola ministrou uma palestra cujo tema foi “Envelhecimento Saudável”, na seqüência foi a vez do Dr. Álvaro Atallah apresentar sua exposição sobre “O Paciente e a Medicina Baseado em Evidência”. No dia seguinte (12), a vontade de viver intensamente cada segundo tomou conta da platéia com a palestra do psicólogo Clécio Branco “Desejo de Desejar Sempre”. A seguir, a Consultora de Etiquetas Claudia Matarazzo mostrou ao público como administrar bem o tempo e deu algumas dicas de moda. Carta São Paulo No dia 12 de setembro foi feita a leitura, pela Diretora de Pensionistas da AMB, Dona Eneida Barbosa, da Carta São Paulo, um documento das discussões e intenções que foram pontuadas ao longo do Congresso pelas pensionistas para melhorias à classe. Na oportunidade, Eneida convocou todos os pensionistas da Magistratura para entregar a síntese das discussões do V | Claudia Matarazzo ministrou palestra | Alegria foi a tônica do encontro | Des. Alfredo Migliore CARTA DE SÃO PAULO Os pensionistas da magistratura brasileira, reunidos no V Congresso Nacional de Pensionistas da Magistratura, em São Paulo (SP), vêm a público para: 1– REAFIRMAR mais uma vez a sua inconformidade com a cobrança de contribuição previdenciária de 11% para pensionistas e aposentados, e solicitar efetivo trabalho da Associação dos Magistrados Brasileiros e de todas as associações de magistrados, visando decisão favorável à Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) nº 3.998 em tramitação no Supremo Tribunal Federal. 2 – REPUDIAR a redução inconstitucional do valor de pensões a serem concedidas em 70% acima do teto do valor dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, bem como os entendimentos jurídicos que resultem em violação dos direitos adquiridos. 3 – DEFENDER que o Judiciário mantenha sob sua responsabilidade o pagamento dos proventos e pensões na mesma data da magistratura, preservando os princípios da integralidade e da paridade entre pensionistas, aposentados e magistrados da ativa, e recomendar a inclusão dos pensionistas, quando couber, nos pleitos administrativos e judiciais formulados pelas associações em favor dos magistrados. 4 – REITERAR as exigências de respeito e efetividade às sentenças judiciais que resultaram na expedição de precatórios, cujo pagamento permanece atrasado, e insistir nas denúncias contrárias à exploração da situação de mora do Poder Público por agentes inescrupulosos que pretendem aviltar o valor dos precatórios. 5 – SOLICITAR à Associação dos Magistrados Brasileiros que sejam tomadas as providências cabíveis para se exigir que a união e os estados cumpram o disposto no art. 100 da Constituição Federal e seus parágrafos, incluindo nos orçamentos anuais verbas destinadas para pagamentos de créditos de natureza alimentícia devidos pela fazenda federal ou estadual, em virtude de sentença judiciária. 6 – RECOMENDAR à Associação dos Magistrados Brasileiros que elabore um estudo a respeito das garantias constitucionais dos credores pensionistas, e apresente proposta de emenda aditiva ao art. 100 da Carta Magna, dando prioridade aos pensionistas, idosos e portadores de doenças graves, em cumprimento ao Estatuto do Idoso. 7 – PUGNAR pelo encaminhamento através da Associação dos Magistrados Brasileiros de uma proposta de emenda constitucional para garantir o retorno dos pensionistas e aposentados aos quadros dos respectivos tribunais. 8 – REIVINDICAR aos tribunais e associações de magistrados que garantam irrestrito apoio aos pensionistas nas lutas por seus direitos e interesses. 9 – REQUERER às associações de magistrados que os diretores dos departamentos de pensionistas passem a integrar as diretorias executivas das respectivas entidades de classe. 10 – ASSEGURAR aos pensionistas da magistratura o direito de voto para eleger o presidente e os membros da diretoria das respectivas associações de magistrados. 11 – INCENTIVAR a criação do departamento de pensionistas nas associações de magistrados, e que o cargo de diretor seja exercido por um (a) pensionista. 12 – ESTIMULAR a criação nas associações de um seguro de vida aos filiados, que efetuarão o pagamento somente no óbito do seu associado. São Paulo, 11 de setembro de 2008. | Eneida Barbosa discursa Congresso, pessoalmente, ao presidente da AMB, Mozart Valadares Pires, no dia 23 de setembro, em Brasília (DF). O evento foi acompanhado de perto pela Coordenadora do Núcleo de apoio das pensionistas da APAMAGIS, Haydee Aparecida Mariz De Oliveira. Lágrimas da Platéia A platéia, já visivelmente emocionada com as palestras e a leitura da Carta São Paulo, despediu-se do penúltimo dia do evento com lágrimas com o discurso do 1º Vice-Presidente da APAMAGIS, Des. Paulo Dimas, que, com a voz embargada, narrou parte da saga de sua mãe, pensionista do INSS, e da história de luta da pensionista Agnes Cassavia, que perdeu o marido, Juiz associado da APAMAGIS, quando seus filhos ainda eram pequenos. A representatividade do V Congresso O Congresso funcionou como uma vitrine para que se tome conhecimento das ações dos Departamentos de Pensionistas das associações, que, na maioria das entidades, foram implantados recentemente e com ótimos frutos. “Outro aspecto importante a ser destacado é que o evento também permitiu que as pensionistas tomem conhecimento do que está sendo feito no resto do Brasil a respeito de seus interesses e direitos”, explica Morvan Meirelles Costa, Diretor-Adjunto do Departamento de Pensionistas da APAMAGIS, que ao lado do Diretor, o Desembargador Alfredo Migliore, das outras Diretoras-Adjuntas do Departamento, da Diretoria da APAMAGIS e da Diretoria da AMB fizeram do evento realidade. Associação Paulista de Magistrados | 13 Cultura e Lazer Esporte | III Torneio de Tênis Feminino Maria Silvia Gomes Sterman sença dos maridos Ricardo Andrade (Márcia), Guilherme Strenger (Marília) e Waldir Nuevo Campos Júnior (M. Silvia), todos orgulhosíssimos do desempenho de suas mulheres. As crianças também foram presença marcante no evento. Durante a premiação, contamos com a prestigiosa presença do Presidente da APAMAGIS, Desembargador Henrique Nelson Calandra, do VicePresidente, Desembargador Paulo Di- Diretora de Tênis Feminino Mais uma vez o Torneio de Tênis Fe- minino da APAMAGIS foi um grande sucesso. Ocorrido no dia 13 de setembro, sábado, ele contou com a participação das tenistas Ana Luiza Villa Nova, Renata Martins de Carvalho Alves, Iohana Frizzarino Exposito, Marília Strenger, Maria Silvia Gomes Sterman e Márcia Andrade, que jogaram no agradável sistema de duplas rotativas, em que aquelas que são adversárias em determinado momento tornam-se parceiras. A formatação permite uma enorme confraternização entre todas e impede que os ânimos se acirrem, fazendo com que o evento se torne uma enorme festa. Sagraram-se campeãs Ana Luiza Villa Nova (22 games) e Maria Silvia Gomes Sterman (19 games). A dupla vice-campeã foi composta por Marília Strenger (15 games) e Iohana Frizzarino Exposito (12 games) e a dupla terceira colocada foi formada por Renata Martins de Carvalho Alves e Márcia Andrade (ambas com 11 games). No entanto, o gostoso mesmo foi o espí- 14 | Associação Paulista de Magistrados | Atletas e Diretoria da APAMAGIS comemoram o êxito do torneio rito brincalhão, sem que fossem deixados de fora a vontade de vencer e o espírito de luta das jogadoras. Durante os jogos a chuva chegou. Parecia que vinha para acabar com a nossa festa. Todas as tenistas passaram, então, a procurar uma solução para a continuidade do evento, que poderia ocorrer em quadra coberta. Contamos com a colaboração do professor Edvaldo, que entrou em contato com diversas academias, no intuito de encontrar quadras cobertas. No entanto, a chuva resolveu dar uma trégua e parou cerca de meia hora depois. Graças à rápida ação dos sempre prestativos funcionários Cosme, Zé Luiz e Gustavo, que passaram rodos nas quadras, fazendo com que elas secassem, os jogos recomeçaram. Desta feita, por volta das 14 horas, as pontuações finais já eram conhecidas. Iniciou-se, então, um churrasco de confraternização, que contou com a presença de familiares e amigos queridos. Dentre eles, destacamos a pre- mas de Bellis Mascaretti e do Conselheiro, Desembargador Sebastião Luiz Amorim, que falaram sobre a união e o espírito de confraternização trazidos pelo esporte em geral e, de forma especial, pelo tênis, destacando a importância da participação feminina nestes eventos. Gostaríamos de deixar um carinhoso abraço a todos, sem esquecer da eterna colaboração de nosso querido Professor Pino, bem como dos funcionários da APAMAGIS, tanto da administração (Hebe, Helena e Renato) quanto da sede administrativa (Antonia, Dilma, Viana, Zezinho e tantos outros), sem os quais o evento não alcançaria o sucesso obtido. AMB | Campeonato Nacional de Futebol Society Walter da Silva Diretor-Adjunto do Departamento de Esportes da APAMAGIS Chegou a hora da equipe de Futebol Society da APAMAGIS mostrar toda sua garra na disputa pelo prêmio, na categoria Sênior, do Tetracampeonato Nacional, promovido anualmente pela AMB. Este ano, o evento será entre os dias 15 e 19 de outubro no Centro de Treinamento do São Paulo Futebol Clube, em Cotia – São Paulo. Na competição pelo título estão outras 11 equipes regionais: AMAGES – Associação dos Magistrados do Espírito Santo, ASMEGO – Associação dos Magistrados de Goiás, AMMA – Associação dos Magistrados do Maranhão, AMANSUL – Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul, AMAGIS – Associação dos Magistrados Mineiros, AMAPAR – Associação dos Magistrados do Pará, AMAPI – Associação dos Magistrados do Piauí, AMAERJ – Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, AJURIS – Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, e AMC – Associação dos Magistrados Catarinenses. •AF_NEWS_CURVA.ai 10/21/08 2:28:05 PM | Equipes de futebol da APAMAGIS A diretoria de Futebol da APAMAGIS, pelo seu Diretor Walter da Silva, convida os colegas, atletas ou não, bem como seus familiares para participarem e prestigiarem mais esse evento esportivo. O evento contará, no dia 15 de outubro, com a recepção das equipes, junto à sede social da Rua Dom Diniz, onde será realizado o Congresso Técnico entre as equipes para o sorteio dos jogos, às 21h. Tudo regado a um belo coquetel e apresentação artística. Os jogos serão realizados entre os dias 16 e 19, a partir das 9h, e no final das competições será oferecido aos participantes um churrasco, onde serão entregues os troféus aos vencedores. O local das competições é um grande complexo esportivo e agradável para recepcionar a todos. Aproveitamos para convidar, igualmente, os demais colegas atletas da categoria Máster, para treinar aos sábados, a partir das 09h, em nosso Campo, junto ao Complexo Criminal Mário Guimarães, na Barra Funda, pois estaremos defendendo a APAMAGIS no Campeonato Nacional desta categoria, que será realizado em Rondônia, entre os dias 06 e 09 de novembro próximo. Informamos, também, com muita satisfação e orgulho que a equipe da categoria Super Sênior esteve, entre os dias 21 e 24 de agosto passado, disputando o título nacional na cidade de Campo Grande – Mato Grosso do Sul, onde, com o brilhantismo de nossos atletas, conseguimos ser vice-campeões e trazer mais um troféu para nossa coleção. Parabéns a todos! Confira a cobertura completa do Campeonato de Futebol em São Paulo na próxima edição. C M Y CM MY CY CMY K Associação Paulista de Magistrados | 15 Espaço Aberto Theotonio e o desfile de lembranças Paulo Bomfim Poeta, jornalista e membro da Academia Paulista de Letras Theotonio Negrão, Noé Azevedo e Lauro Malheiros formam tríptico de lembranças imorredouras no coração do poeta. Três vidas entrelaçadas de sabedoria e generosidade. Theotonio que conheci muito moço, portando na heráldica da simplicidade as luzes de um saber profundo. Noé, marido de Sylvia Valadão, amiga de infância de minha mãe. Seu lar na rua Abílio Soares era uma dependência do coração do Mestre amado pelas gerações de estudantes. Nesse ambiente acolhedor, fiz a primeira leitura do “Antonio Triste” que seria lançado em 1947 com prefácio de Guilherme de Almeida e ilustrações de Tarsila do Amaral. As filhas Helena e Laura, presenças líricas em minha juventude. Completando os três ângulos da saudade, surge na memória a figura do jovem advogado Lauro Malheiros freqüentando a residência de meus tios Theodomiro e Cecilia. Lauro, padrão de terra boa de nosso judiciário, foi também excelente memorialista. Seus filhos Isabel e Antonio Carlos fazem parte de minha família espiritual. Nos saraus lítero-musicais em casa de Theodomiro Dias, na Alameda Tietê, vim a conhecer o Ministro Costa Manso e seus filhos Odilon e Young, Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz, meu futuro eleitor na Academia Paulista de Letras, Alcides Ferrari, Vicente Penteado, Arruda Sampaio, Paulo Colombo, Pedro Chaves e outros numes tutelares do Tribunal de Justiça de São Paulo. Nesse ambiente acolhedor, fiz a primeira leitura do “Antonio Triste” que seria lançado em 1947 com prefácio de Guilherme de Almeida e ilustrações de Tarsila do Amaral. Ali, anos mais tarde, meu primo José Carlos leria poemas do livro de estréia “Miragens de Meu Deserto” também prefaciado por Guilherme de Almeida. Todas essas recordações gravitam em torno de Theotonio Negrão, lição viva que se transmite através dos tempos. À medida que os dias passam, sua figura torna-se mais necessária. Possui tudo aquilo que vai rareando nesta época crepuscular. Que as justíssimas comemorações em torno de seu nome se transformem na celebração do caráter, da sabedoria e da generosidade. Com Theotonio, jurista volta a ser Jurisconsulto. É triste verificar que o progresso tornou o jumento obsoleto, mas reduziu os excluídos da riqueza à condição de jumento. dro alegórico de Pedro Américo, foi posto no dorso de um cavalo branco, com hussardos à volta, como Napoleão, o que de modo algum pode corresponder à realidade. A disseminação dos veículos motorizados fez com que o jumento ficasse obsoleto como meio de transporte. Até no interior do Nordeste, os pobres jumentos são desprezados e abandonados à própria sorte, para morrer à míngua. Entretanto, pela metrópole paulistana, a mais opulenta cidade do País, vagam miseráveis catadores de papel, puxando carroças improvisadas, como se fossem animais de tração. É triste verificar que o progresso tornou o jumento obsoleto, mas reduziu os excluídos da riqueza à condição de jumento. Tal paradoxo demonstra a injustiça da nossa estrutura social. Divagação Asinina Paulo Eduardo Razuk Desembargador do Tribunal de Justiça Asno, jumento, jegue ou jerico é um mamífero da família dos eqüídeos, semelhante ao cavalo, de menor tamanho, orelhas mais longas e pelagem dorsal cinza ou amarronzada. Difere do burro ou besta, animal híbrido e estéril, produto do cruzamento do cavalo com a jumenta ou da égua com o jumento1. Burro ou jumento também designa aquele que é falto de inteligência ou de cultura, o estúpido ou ignorante2. Se perde do cavalo em porte, elegância e velocidade, dele ganha o jumento em força e tenacidade. De estúpido nada tem, sendo prudente e desconfiado. Acompanha o homem desde o início da civilização, como animal de tração e de transporte de coisas e de pessoas. Na Faculdade de Direito de São Paulo, o Centro Acadêmico XI de Agosto costumava expedir um diploma de burro aos calouros, escrito em latim, como forma bem humorada de humilhação das vítimas de terrível trote. Narra o apóstolo Mateus que, após a visita dos magos, um anjo se 16 | Associação Paulista de Magistrados manifestou em sonho a José e lhe disse que tomasse o menino e sua mãe e que fosse para o Egito, para fugir à morte dos inocentes ordenada por Herodes3. A tradição conta que, na fuga para o Egito, foi utilizado como meio de transporte um jumento, o que foi retratado por mestres da pintura. A Condessa de Ségur escreveu famoso livro de literatura infantil denominado “Memórias de um Burro”. Machado de Assis deixou saborosa crônica, em que relata o diálogo de dois burros puxadores de bonde a respeito da sociedade do Rio de Janeiro no século XIX. No Brasil, antes que houvesse rodovias e ferrovias, o meio de transporte de coisas e pessoas era o jumento, animal mais apropriado para percorrer os precários caminhos. No lombo do jumento iam o ouro e as pedras preciosas, como também o açúcar, o café e o tabaco, produtos da riqueza nacional, para serem exportados. Grandes fortunas fizeram-se com tropas de muares nos séculos XVII e XVIII. Seguramente, ao voltar de Santos para São Paulo, detendo-se às margens do riacho do Ipiranga, para satisfazer uma necessidade fisiológica, D. Pedro venceu as escarpas da Serra do Mar no lombo de um jumento. No qua- 1 - Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 2 - idem, ibidem. 3 - Mateus, 2, 13/15, Bíblia de Jerusalém. 9 ed. São Paulo: Paulinas, 1991. Para todos os destinos, uma solução perfeita. ESTADOS UNIDOS AMÉRICA DO SUL REVEILLON Aéreo + Hospedagem Aéreo + Hospedagem + Traslados Aéreo + Hospedagem + Traslados PROMOÇÃO ESPECIAL UNIVERSAL 7 noites, saídas até 11 DEZ a 14 FEV 1 semana de aluguel de carro A partir de US$ 1.515 ............................................... BUENOS AIRES 2 noites, saídas até 6 FEV Descontos nos shoppings, traslados e 2 almoços. A partir de US$ 575 DISNEY 9 noites, saída 29 DEZ Guias brasileiros A partir de US$ 3.559 Hotel Hilton ............................................... NEW YORK 4 noites, saídas até 1 MAR A partir de US$ 1.624 ............................................... TRIÂNGULO DO DO OESTE* *Não inclui Aéreo 8 noites, saídas 2, 9, 16 e 30 JAN Los Angeles, Las Vegas, Yosemite e San Francisco A partir de US$ 1.409 FÉRIAS DE JANEIRO Aéreo + Hospedagem + Ingressos Escritório próprio em Buenos Aires. BARILOCHE 4 noites, saídas até 28 FEV Vôo direto TAM Passeio Circuito Chico e Cerro Catedral A partir de US$ 735 ............................................... SANTIAGO 3 noites, saída 01 DEZ Passeio regular a Viña del Mar e Valparaíso A partir de US$ 756 ............................................... PATAGONIA ARGENTINA 8 noites, saídas até 6 FEV Buenos Aires, Calafate e Ushuaia A partir de US$ 1.627 PARIS DISNEY ............................................... 5 NOITES, SAÍDA 29 DEZ 9 NOITES, SAÍDAS 17, 23 JAN EUROPA Somente Parte Terrestre VIENA, BUDAPESTE, PRAGA E BERLIM 9 noites, saídas até 23 JAN A partir de €: 1.040 ............................................... TOUR FANTASIA 7 noites, saídas 4, 11, 18 e 25 JAN Roma, Florença, Veneza e Região de Chianti A partir de €: 768 ............................................... TRÊS CAPITAIS 9 noites, saída 5 NOV França, Inglaterra, Bélgica e Holanda A partir de €: 900 CITY TOUR A PARTIR DE €: 1.631 ............................................... GUIAS BRASILEIROS A PARTIR DE US$ 2.548 ............................................... DUBAI ORLANDO 6 NOITES, SAÍDA 27 DEZ 9 NOITES, SAÍDA 2 JAN TRANSFER PRIVATIVO, CEIA E CITY TOUR A PARTIR DE US$: 5.669 GUIAS BRASILEIROS HOTEL ROYAL PACIFIC A PARTIR DE US$ 3.087 ............................................... SANTIAGO 4 noites, saída 29 DEZ City tour, passeio a Viña del Mar e Valparaiso A partir de US$ 1.139 Marriott ............................................... Somente Parte terrestre SALVADOR - BA 5 noites, saída 27 DEZ Stella Maris Resort A partir de R$ 2.711 ............................................... MURO ALTO - PE 7 noites, saída 27 DEZ Summerville Beach Resort A partir de R$ 4.823 Sheraton Jumeirah ............................................... CANCÚN 6 noites, saídas de 10 JAN a 21 FEV A partir de US$ 2.047 ............................................... BUENOS AIRES 4 noites, saída 29 DEZ - City tour A partir de US$ 697 ............................................... BRASIL BARILOCHE 4 noites, saída 28 DEZ Vôo direto TAM A partir de US$ 1.355 - Cacique Inacayal Somente parte terrestre TRANCOSO - BA 7 noites, saídas até 31 JAN Club Med A partir de R$ 4.492 Pensou navio, pensou Agaxtur. CARIBE E BAHAMAS LIBERTY OF THE SEA S 7 noites, saídas de MIAMI até MAR 2009 Caribe Americano e Mexicano A partir de US$ 555 cat. N - 31 JAN 2009 ............................................... COSTA ATLANTICA 7 noites, saídas de LA ROMANA DEZ 2008 a MAR 2009 Caribe Sul (sem visto americano) A partir de US$ 1.299 cat. BD - 9 MAR 2009 ............................................... CARNIVAL MIRACLE 8 noites, saídas de Fort lau Derdale OUT 2008 a Mar 2009 Caribe Oeste e Caribe Sul A partir de US$ 390 cat.4A - 15 DEZ 2008 ............................................... DISNEY MAGIC 7 noites, saídas de Port Canaveral OUT 2008 a MAR 2009 Caribe Americano e Mexicano A partir de US$ 1.269 cat. 11 - 13 DEZ 2008 MEDITERRÂNEO PRATA PATAGÔNIA COSTA CONCORDIA 10 ou 11 noites, saídas de Savona NOV 2008 a ABR 2009 Grécia, Turquia, Chipre e Egito A partir de US$ 789 COSTA MEDITERRANEA 9 noites, saídas Santos 4, 13, 22, 31 JAN 9, 27 FEV 8 MAR 2009 Rio, Buenos Aires, Punta del Este, Porto Belo A partir de US$ 1.039 SKORPIOS II 5 noites, saídas Punta Arenas OUT 2008 a MAI 2009 Geleira Pio XI A partir de US$ 2.300 cat. I1 - 11 DEZ 2008 (10 noites) ............................................... MSC FANTASIA 11 noites, saídas de Gênova JAN e FEV 2009 Itália, Espanha, Canárias e Madeira A partir de US$ 1.119 cat. 1 - 27 JAN 2009 NORDESTE BRASILEIRO COSTA MAGICA 7 noites, saídas Santos 3, 10, 17, 24, 31 JAN - 14 FEV 2009 Rio, Salvador, Ilhéus e Ilhabela A partir de US$ 829 cat. I1 - 31 JAN 2009 ............................................... CARNAVAL COSTA MAGICA 7 noites, saídas Santos 21 FEV 2009 Rio, Salvador, Ilhéus e Ilhabela A partir de US$ 1.199 cat. I2 ............................................... cat. I2 - 8 MAR 2009 ............................................... MSC OPERA 8 noites, saídas Santos 3, 11, 23, 31 JAN - 8 FEV 2009 Buenos Aires, Punta del Este e Porto Belo A partir de US$ 1.206 COSTA MEDITERRANEA 9 noites, saídas Santos 18 FEV 2009 Rio, Buenos Aires, Punta del Este e Porto Belo A partir de US$ 1.489 cat. I2 ............................................... cat. 8 - 31 JAN 2009 ............................................... MSC MUSICA 6 noites, saídas Santos 6 DEZ 2008 - 15 FEV - 1 MAR 2009 Búzios, Salvador e Ilhéus A partir de US$ 876 SPLENDOUR OF THE SEAS 8 noites, saídas Santos 3, 17, 31 JAN 2009 Porto Belo, Buenos Aires, Punta del Este, Ilhabela A partir de US$ 978 cat. 6 - 6 DEZ 2008 cat. K - 31 JAN 2009 MSC MUSICA 8 noites, saídas Santos 21 FEV 2009 Salvador, Recife e Maceió A partir de US$ 1.854 cat. 7 ............................................... 7 e 8 noites, saídas Santos 2, 10, 18, 25 JAN - 1, 8 FEV 2009 Búzios, Salvador, Maceió e Ilhéus A partir de US$ 1.350 MSC OPERA 8 noites, saídas Santos 20 FEV 2009 Buenos Aires, Punta del Este e Porto Belo A partir de US$ 1.080 cat. 2 ............................................... cat. 8 - 8 FEV 2009 ............................................... MINICRUZEIRO MARE AUSTRALIS 3 e 4 noites, saídas Punta Arenas e Ushuaia OUT 2008 a ABR 2009 Terra do Fogo A partir de US$ 1.064 cat. B - 10 NOV 2008 (3 noites) ............................................... NORWEGIAN SUN 14 noites, saídas Buenos Aires e Valparaíso NOV 2008 a MAR 2009 Chile, Argentina, Ilhas Falklands A partir de US$ 539 cat. N - 7 DEZ 2008 ............................................... RADIANCE OF THE SEAS 13, 14, 15 e 16 noites, saídas Santos, Buenos Aires e Valparaíso NOV 2008 a MAR 2009 Chile, Argentina A partir de US$ 580 cat. N - 7 DEZ 2008 SPLENDOUR OF THE SEAS 8 noites, saídas Santos 20 FEV 2009 Parati, Búzios, Salvador e Ilhabela A partir de US$ 1.068 cat. N COSTA MAGICA, 3 NOITES, SAÍDA SANTOS 4 DEZ 2008 RIO E ILHABELA A PARTIR DE US$: 389 CAT. I1 CENTRAL DE TURISMO APAMAGIS | TEL: Ponte Atenas - 6 DEZ 2008 ............................................... 11 3241-1288 Associação Paulista de Magistrados | 17 Condições gerais: Preços por pessoa, em apto./Cabine dup dupla, exceto Disney em apto/quádruplo. Pacotes e preços sujeitos à disponibilidade e a alterações sem prévio aviso. Taxas de segurança, embarque/portuárias, combustível e de serviços não inclusas. Lugares limitados sujeitos à disponibilidade. e Passagem aérea com saídas de SS. Paulo Paulo, em classe econômica exceto cruzeiros marítimos. Tarifas não válidas para feriados, exceto quando mencionadas. Espaço Aberto Nota pública (e emocionada) de agradecimento Isabel Cardoso da Cunha Lopes Enei Juíza de Direito de Ribeirão Pires Na manhã de 6 de setembro, um sábado, recebi atônita a notícia: dois meninos de 12 e 13 anos, que eram acompanhados havia mais de dois anos pela Terceira Vara e da Infância e Juventude de Ribeirão Pires, de que sou titular, tinham sido assassinados e esquartejados. Seus algozes foram o próprio pai e a madrasta, pessoas que eu ouvira várias vezes ao longo dos nove meses em que os meninos estiveram no abrigo Novo Rumo. E mesmo depois, em oito meses de acompanhamento do processo de reintegração familiar. Processo esse que eu considerava bem-sucedido, principalmente, depois de uma audiência realizada em 7 de agosto de 2008. A perplexidade se consumiu em providências: avisar a Coordenadoria da Infância e Juventude, a Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça, a Corregedoria Geral, a OAB de Ribeirão Pires, orientar a Juíza Substituta que lá estava (eu mesma estava em férias). Em seguida experimentei o horror. Que monstruosidade era aquela? Como conceber que um pai tirasse a vida e ainda tratasse os filhos como coisas? E por que é que isso me acontecia, a mim que sempre dei prioridade, que sempre pus meu coração na área da Infância e Juventude? A rede de atendimento à Infância e Juventude de Ribeirão Pires, com a perfeita sintonia de seus integrantes, seus excelentes abrigos e programas diferenciados, eram meu maior orgulho profissional, consciente que sou de minhas muitas falhas e insuficiências nas outras áreas. Diante do assédio da imprensa, compreendi que o melhor era acatar o conselho dos colegas mais experientes e ficar em silêncio. No desespero, já havia dado uma única entrevista, por telefone, a um jornal respeitável. Consegui impedir que o repórter reproduzisse uma certidão equivocada. Afirmei que se tratava de uma monstruosidade imprevisível, praticada no âmbito de um procedimento absolutamente regular de “volta para casa”, a princípio desejado por todos os envolvidos. Mas como fazer a mesma coisa ao vivo em programas televisivos que só se interessam pelos aspectos escabrosos da barbárie? Como explicar o que é um abrigo e quais as funções do Conselho Tutelar? Como dizer que todo abrigamento pressupõe antecedentes de violência ou negligência sérios, ou então nem existiria? Que o abrigo não é depósito nem gaveta, e que a criança que entra lá continua a respirar, a ir à escola, a pedir para voltar para casa? Que é tarefa do Juiz construir um projeto para cada criança, optando entre reintegração familiar e colocação em família substituta? E que, se achar que não há como recuperar pais que dão surras fortes, é melhor jogar a toalha e desistir da idéia reintegração, já que a maior parte dos lares desestruturados envolve situações como o alcoolismo, muito mais difíceis de tratar? Dezenas de colegas, que em sua maioria não me conheciam, encaminharam mensagens de apoio. Sou profundamente grata. Impossível dizer tudo isso, porque me faltavam a serenidade e o distanciamento. Alguns dias depois, falou a certo jornal um “especialista” em todas as matérias jurídicas e em todos os assuntos, que, baseado sabe-se lá em qual relato – certamente não nos autos do processo, que corria em segredo de Justiça –, comentou minha decisão de 15 de janeiro de 2008 e levianamente me atribuiu a culpa pela morte dos dois meninos. Novamente me calei, confiando que o silêncio, por ora, é a melhor opção. Mas além da tristeza e do horror, conheci a indignação, e a mistura foi bem indigesta. Especialmente porque a atrocidade do ato não abalava o meu discurso público, centrado no caráter fundamental do direito à convivência familiar, discurso já pronto e formatado (e tantas vezes reiterado em palestras, artigos no jornal da cidade, no projeto de Mestrado depositado na Universidade). Muito pior, abalava as minhas convicções íntimas, que são ao mesmo tempo meu instrumento de trabalho: de que todo pai ama seus filhos; de que toda pessoa tem o direito de ser recebida e criada como filho; de que é possível reformar o ser humano; de que o perdão muda até o passado; de que a psicoterapia é meio eficiente de tratar a violência. Em meio a isso tudo, só achei bonito que, diferentemente da mediocridade geral que transforma tantas vezes o Poder Público no lugar do “jogo do empurra”, a Conselheira Tutelar não culpou a Coordenadora do Abrigo, que não culpou a Psicóloga, que não culpou a Juíza, que por sua vez não culpou a Promotora de Justiça. Recebi a solidariedade de muita gente de Ribeirão Pires, sobretudo Advogados. Um deles me telefonou e disse: “Não sofra. Você é um alicerce da política de atendimento à infância da cidade”.Fiquei emocionada, não respondi. Mas pensei com amargura que, diante de duas crianças trucidadas, eu não era alicerce de nada; e, aliás, me sentia sem chão. Aí veio a APAMAGIS, para mais uma vez mostrar seu valor como entidade de classe. Recebi o conforto do Presidente e de seus Diretores, eu que pensava estar vivendo meu pedacinho de Jó na Terra. Dezenas de colegas, que em sua maioria não me conheciam, encaminharam mensagens de apoio. Sou profundamente grata. Mais do que a generosidade em consolar um aflito, esses colegas me prestaram uma ajuda decisiva para colocar as coisas em sua correta perspectiva e reafirmar essas verdades: só não corre riscos quem não decide. São os ossos do nosso ofício de Juiz. A paz está na fidelidade às convicções. E entender que, no final das contas, sou o alicerce de mim mesma. Em bom português: provas coligidas Alexandre Germano “(...) o Des. Moura Ribeiro questionou-me a respeito das expressões “provas coligidas”, “provas colhidas” e “provas coletadas” – qual delas a melhor, a mais exata, a que deve ser preferida.” Desembargador aposentado Encontrei o Des. Paulo Moura Ribeiro por ocasião da abertura da exposição “Desertos”, no Salão dos Passos Perdidos (Palácio da Justiça), que reuniu excelentes fotos tiradas pelo Des. Carlos Stroppa em viagens à Antártida e ao deserto de Atacama. Com essa apresentação artística, o Des. Stroppa despediu-se do Tribunal de Justiça, aposentando-se de suas atividades judiciárias, ele que – poeta, escritor, fotógrafo, músico – jamais deixará de estar presente e ser um participante de destaque nas artes e na cultura. Conversa vai, conversa vem, o Des. Moura Ribeiro questionou-me a respeito das expressões “provas coligidas”, “provas colhidas” e “provas coletadas” – qual delas a melhor, a mais exata, a que deve ser preferida. 18 | Associação Paulista de Magistrados Não respondi na hora, pois em questões de bom português é preciso ter cautela, as aparências enganam. Só os bons dicionários e as boas gramáticas é que têm resposta – quando têm. Mas comecei a pesquisar e aqui apresento o resultado do que encontrei. Para simplificar, direi que os três verbos são equivalentes – coligir provas, colher provas, coletar provas é o mesmo que produzir provas, oferecer provas, de- duzir provas, apresentar provas, provar – enfim, uma variedade de expressões que podem ser usadas praticamente com o mesmo significado, dependendo do estilo ou do gosto de cada um. Então, provas coligidas, colhidas, coletadas, produzidas, oferecidas, deduzidas, apresentadas são formas correntes e usuais da linguagem forense. O importante, nesse episódio, é o escrúpulo demonstrado pelo ilustre Des. Moura Ribeiro, cuidando de aprimorar a redação de seus votos, em busca da linguagem mais precisa, mais clara e mais correta. Que a lição sirva de exemplo a tantos operadores do direito, que atropelam a redação e o vernáculo, escrevendo “de qualquer jeito”, com a desculpa do excesso de serviço e da “correria da vida moderna”, como se a tradição da linguagem jurídica não merecesse ser cultuada com atenção e respeito. Os três erres Fábio Henrique Prado de Toledo Juiz de Direito em Campinas ([email protected]) Na semana passada, tive a grata sa- tisfação de participar da comemoração do aniversário de um jovem adorável, que fazia seus oitenta anos. E tive a oportunidade de conversar com a esposa dele. Também ela mantinha o semblante jovial, aquele que somente as pessoas que encontraram a paz interior conseguem manter. E me contou ela muito satisfeita que em breve completariam sessenta anos de casado. “O casamento é uma coisa boa”, dizia ela, “não sei por que hoje em dia não é mais valorizado”. E depois aconselhou com a autoridade de quem já quase perfaz as bodas de diamante: “O segredo do casamento são os três erres: respeito, responsabilidade e renúncia”. Quanta sabedoria contém esse conselho! Respeito. Todo ser humano é dotado de uma imensa dignidade, de modo que deve ser tratado com um profundo respeito. Mas tanto mais respeitoso deve ser o nosso relacionamento com aquele ou aquela com quem se decidiu S ANTANDER O E livremente formar uma comunhão plena de vida. Há alguns anos, ouvi de um homem, que também tivera a fortuna de manter uma longa e feliz vida matrimonial, contar o segredo desse sucesso: “o segredo do casamento é a educação”. Com essa expressão queria dizer que marido e mulher devem se esmerar por manter cada vez mais a delicadeza no trato. É que as brusquidões, grosserias e frases irônicas vão pouco a pouco apagando a chama do amor conjugal, assim como as cinzas atiradas sobre a brasa ardente destroem o seu brilho e calor. Responsabilidade. A liberdade é um dos maiores dons que possuímos. Contudo, a liberdade somente é legítima se for exercida com responsabilidade. Somos livres, mas exatamente por isso é que somos responsáveis pelos atos e decisões que livremente tomamos. Há quem sustente que o casamento é um contrato. Penso que não é exatamente assim. Na verdade, no ato em que é contraído, o casamento é um contrato, pois depende da livre manifestação da vontade dos noivos. Após mos com relação ao casamento, talvez a primeira idéia que vem à mente é a resignação diante dos dissabores e insucessos de um relacionamento isso, porém, vínculo matrimonial não tem natureza contratual. Mas, conceitos a parte, podemos estabelecer semelhanças entre o matrimônio e os demais contratos. Em todo contrato há sempre um intercâmbio de bens (ou serviços) entre os contratantes. Por exemplo, na compra e venda, um entrega um bem a outro, e esse retribui com certa soma de dinheiro. Na locação, o proprietário cede o uso de um bem seu e, em troca, recebe um aluguel mensal. Mas e no casamento, que bens (ou serviços) um dos contraentes entrega ao outro? Na verdade, não assumem apenas obrigação de entregarem bens ou serviços, mas dão-se mutuamente a si próprios. Com isso, as pessoas que livremente decidiram se casar assumem essa grave responsabilidade de se doarem a si próprios sem reservas, sem condições. Renúncia. Eis aqui outra palavra que, ao lado da entrega, parece ensejar forte resistência. Quando a pronuncia- difícil. Devemos ponderar que a renúncia não é algo em si bom nem ruim. Ao contrário, depende do que se renuncia e em função do que se exerce essa renúncia. Por exemplo, o atleta não considera como perdido ou como uma bobagem as suas horas de treino por dia, ainda que com isso renuncie a muitas outras coisas prazerosas de que poderia desfrutar. Também a pessoa ambiciosa não mede esforços para conseguir atingir o posto a que se propôs, ainda que isso signifique passar por grandes sacrifícios. Não há dúvida de que a condição de casado impõe a ambos muitas renúncias. Contudo, essas valem a pena, pois aquilo a que se renuncia são bens muito pequenos e insignificantes, se comparados com as alegrias e felicidades que proporcionam o relacionamento conjugal. Respeito, responsabilidade e renúncia. Com quais e quanto desses ingredientes temos temperado o nosso relacionamento conjugal? A PAMAGIS VALOR DAS BOAS IDÉIAS GERANDO UMA PARCERIA EXCLUSIVA PARA VOCÊ . S UA CONTA NO S ANTANDER TRAZ BENEFÍCIOS EXCLUSIVOS ! Custo Zero s)SEN ÎODE4ARIFAS 1. #ONTACORRENTECOMDEISEN ÎO NOPACOTEDESERVI OS5TILIZEDIVERSOSSERVI OS ENÎOPAGUENADAPORISSO s! 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Tarifas excedentes ou que não constem no seu pacote serão cobradas pelo valor constante na Tabela de Tarifas afixada nas agências. 2. Transferindo até o sétimo dia útil do mês você fica isento de qualquer tarifa e tributo relativo ao valor utilizado da antecipação. 3. Reembolso das tarifas de (DOC e TED), válido apenas para 1 evento por mês. 4. Cartão Platinum: Atrelado ao pagamento das parcelas de anuidade. 5.Cartão Santander Premium: no mês em que o cartão não for utilizado será cobrado na fatura um valor decorrente do Serviço de Manutenção. Consulte esse valor na Superlinha ou nas agências Santander. 6. Cartão Santander Premium: os 2% de desconto nas despesas em quaisquer supermercados e postos de combustível serão creditados diretamente na fatura do seu cartão de crédito. 20080923_anúncio_AF.indd 1 Fale com um de nossos gerentes e aproveite todas estas novidades. www.santander.com.br O BANCO INTERNACIONAL COM MAIS AGÊNCIAS NO MUNDO Condição válida para qualquer estabelecimento que seja credenciado pela MasterCard®. Para mais informações, consulte o regulamento do Programa de Desconto Santander no site do banco: www.santander.com.br. 7. Financiamento de veículos novos e usados com até 12 anos de fabricação, para pagamento em até 60 meses, com parcelas pré-fixadas na contratação. 8. Custo Efetivo Total (CET) para uma taxa de juros de 23,73% a.a. é de 28,59% a.a., já incluindo Tarifas e Seguros. Para o cálculo do CET, foi considerado valor de imóvel de R$ 40 mil, valor de empréstimo de R$ 24 mil, prazo para pagamento de 5 anos, um cliente de 27 anos e cálculo de TP. 9. O Custo Efetivo Total (CET) para uma oferta de 7,95% ao ano + TR nos 3 primeiros anos e 12% ao ano + TR no prazo remanescente é de 11,14% ao ano + TR, já incluindo Tarifas e Seguros. Para o cálculo do CET, foi considerado valor de imóvel de R$ 40 mil, valor de financiamento de R$ 32 mil, prazo para pagamento de 20 anos e um cliente de 27 anos. As simulações do cálculo do CET foram realizadas com referência na data de 01/08/08. Para conhecer o CET de outras simulações, consulte previamente o site www.santander.com.br, a Superlinha, o Internet Banking ou uma agência do Santander. 10. Válido para aplicações a partir de R$ 1.000,00. As taxas poderão ser alteradas sem aviso prévio. 11. A partir do 31° dia da aplicação, as taxas poderão ser alteradas sem aviso prévio. 10/10/08 5:54:10 PM Associação Paulista de Magistrados | 19 Espaço Aberto Novidades | Livros novos em outubro de 2008 Antonio Raphael Silva Salvador Desembargador e Diretor Cultural da APAMAGIS 1 – Processo Civil: Análise, críticas e propostas Autores vários e coordenação do Juiz João Batista Amorim de Vilhena Nunes SRS Editora Ltda de execução de título extrajudicial e ainda no cumprimento da sentença, na forma atual, pois “a atividade jurisdicional é predominantemente executiva, uma vez que se impõe a prática de atos coativos que atingem o patrimônio do devedor”. Gostamos de ver o autor admitir o mérito da execução, diverso do mérito no processo de conhecimento, mas possível de reconhecimento, em discussão que envolva defesa contra a pretensão executiva, como o vício da coisa vendida, a falta de entrega da mercadoria, o excesso de execução, etc. É tese que revela estudo e posição a ser considerada, agora com apoio do Mestre. Neste momento em que vemos a todo instante mudanças no processo civil e até mesmo as tentativas para uma partilha da atividade jurisdicional, através de mecanismos alternativos de solução dos conflitos, lemos com grande prazer o novo livro coordenado pelo Juiz de Direito, Mestre e Doutor, Amorim de Vilhena Nunes, analisando esse tema e muitos outros, de grande atualidade. São doze temas muito bem escolhidos pelo nobre Coordenador e muito bem desenvolvidos pelos processualistas eleitos, dizendo o mesmo Coordenador que temos um livro que “é uma obra produto do esforço comum de todos aqueles que dela participam, e que apenas quer colaborar, pelas idéias expressas, nesta constante e repetida busca a um processo que, de modo efetivo, venha a atingir aos seus escopos sem desrespeitar quaisquer das garantias dos sujeitos que dele tomam parte, e sirva como instrumento de realização de um dos mais lídimos anseios sociais, a realização da justiça.” Tranqüilizem-se os dignos autores destas teses, pois a mensagem é boa e foi bem recebida, agradando demais e sendo procedentes as críticas feitas, corretas as análises e brilhantes as propostas. Nada poderia ser diferente, quando os autores são uma Desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, Juízes de Direito de nosso Estado, Procuradores do Estado, Promotores de Justiça, Advogados, todos Mestres e Doutores pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). 2 – Curso de Direito Processual Civil III - Execução Civil e Processo Cautelar João Batista Lopes Editora Atlas O livro é muito bom, já de acordo com as recentes reformas processuais das Leis 11.232/05 e 11.382/06 e tem, no processo cautelar, a reconhecida especialidade do Prof. Batista Lopes, que sempre mostra como é importante a tutela cautelar, na proteção imediata de um direito ameaçado de perecimento ou mesmo na proteção da pretensão a ser formulada no processo principal, defendendo a sua utilidade ao ser examinado. Mais uma vez ganhei um livro muito atual, muito necessário a quem, como eu, insiste com os alunos sobre a importância de uma boa ação cautelar. 20 | Associação Paulista de Magistrados A titulação obtida com a tese já bastaria para mostrar a grandeza deste estudo, tão importante e necessário, desenvolvido pelo Juiz Aliende Ribeiro, que bem conhece a matéria e justificou com brilho a importância da mudança, que pretende no presente livro. Nele teremos um grande auxiliar de todos que trabalham como Advogados da área, além dos Tabeliães, Registradores, Juízes, estudantes de pós-graduação e os que fazem ou pretendem fazer os concursos públicos. Propõe o autor uma nova visão da função notarial e de registro voltada sempre para a garantia do cidadão, trazendo uma nova idéia, diversa e contraposta à imediata associação que ele faz com o arcaico, o retrógado, o burocrático, o ineficiente e o paternalista modo de atuar que encontramos. A tese surgiu com a intensa pesquisa que o au- 5 – Coisa Julgada Tributária Walter Piva Rodrigues Editora Quartier Latin Luiz Flávio Gomes e Valério de Oliveira Mazzuoli Editora Revista dos Tribunais Luis Paulo Aliende Ribeiro Editora Saraiva Esta obra surgiu com a tese de Doutorado do Juiz Luis Paulo Aliende Ribeiro, obtido na Faculdade de Direito da USP, sob a orientação da Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro,vindo suprir uma falta que se fazia notar de estudos sobre a função pública notarial e de registro. O culto autor dividiu sua tese em três partes: 1ª- o notariado, os registros públicos e o direito administrativo; 2ª- a função notarial e de registro no Brasil; 3ª- a regulação da função notarial e de registro. Para o autor, essa função pública notarial e a de registro consistem em especial exercício privado de função pública. dão ou organização não-governamental, em caso de desrespeito do Estado ao disposto na Convenção Americana. O Professor Valério de Oliveira Mazzuoli, da Universidade Federal de Mato Grosso, da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, afirma que “Não há dúvidas que o jurista brasileiro precisa conhecer a sistemática internacional de proteção dos direitos humanos, devendo começar por conhecer o próprio sistema regional onde está inserido. Conhecer e estudar os direitos humanos no plano internacional é, atualmente, um exercício de cidadania”. 4 – Direito Penal – vol. 4 - Pacto de San José da Costa Rica 3 – Regulação da Função Pública Notarial e de Registro Entendendo assim, diz o autor, cabe ao Estado intervir e garantir que notários e registradores cumpram as suas incumbências de modo adequado, havendo uma necessária regulação dessa atuação, tarefa atribuída ao Poder Judiciário. O eminente Professor João Batista Lopes nos traz agora o seu livro sobre a execução civil e o processo cautelar, o volume III do seu Curso de Direito Processual Civil, que tanto sucesso vem fazendo. Mostra bem o autor que a execução continua existindo, tanto no processo tor sempre desenvolveu diariamente, como Juiz Auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo. Mesmo tendo como elemento a experiência paulista, a pesquisa feita não ficou só em nosso Estado, mas engloba também o panorama existente nos demais Estados Brasileiros, a partir de julgados dos tribunais superiores e de atos normativos do Conselho Nacional de Justiça, tudo complementado por selecionada doutrina estrangeira. O sempre falado Pacto de San José da Costa Rica, que é tido como o principal tratado internacional interamericano de direitos humanos, recebe agora o livro que bem merece, num exame muito bem feito do mesmo Pacto e ressaltado que é o primeiro a tratar de um tratado internacional de direitos humanos em que o nosso Brasil é parte, sendo autores do estudo o Doutor em Direito Penal, Luiz Flávio Gomes, e o Mestre em Direito Internacional, Valério de Oliveira Mazzuoli. Interessante este estudo, pois vemos a todo instante referências ao Pacto da Costa Rica sem que as pessoas saibam exatamente o que ele representa, a não ser os pontos que nossa jurisprudência tem analisado e que se tornam conhecidos, como a proibição da prisão por dívida. Agora sim, temos uma exposição e análise de todo o pacto, desde o art. 1º referente à consolidação no continente de um regime de liberdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito dos direitos humanos essenciais. Lembram os dignos autores da obra que não têm a pretensão de esgotar todas as peculiaridades desta Convenção Americana, mas seus comentários deverão servir de roteiro para profissionais (Advogados, Juízes, Promotores, Procuradores, Defensores Públicos, etc.) e para os acadêmicos que desejam conhecer melhor o funcionamento do sistema interamericano de proteção dos direitos humanos. Lembram que o objetivo principal dos autores deste livro é mostrar, sobretudo ao leitor brasileiro, que existem direitos e garantias que podem (e devem) ser vindicados no sistema interamericano, por qualquer cida- Na feliz idéia da Editora Quartier Latin de criar a Coleção de Processo Civil “Professor José Ignácio de Botelho de Mesquita”, justa homenagem a quem tanto fez, em mais de quarenta anos, lecionando na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, do primeiro livro foi encarregado o Desembargador e Professor Universitário Walter Piva Rodrigues. Feliz a lembrança do nome do autor e este também muito feliz no tema por ele escolhido, “Coisa Julgada Tributária”. Isto porque, nunca se cogitou tanto do fenômeno processual da coisa julgada, de sua existência, aplicação e até mesmo como entendê-la quando se apresenta contrária à Constituição. Nosso brilhante colega analisa a coisa julgada tributária, tanto no campo processual como no do direito tributário, mostrando a visão que existe entre os tributaristas e os processualistas, principalmente se examinada a Súmula 239 do STF, quando afirma: “Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores.” Passa depois, em toda a segunda parte do livro, ao exame dos limites objetivos da coisa julgada em geral e faz completo estudo sobre o que fica alcançado pela coisa julgada em matéria tributária, em amplo e jurídico estudo até chegar à terceira parte da obra, com exame da “Crise no Conceito da Coisa Julgada, em Especial em Matéria Tributária.” .O autor repassa toda a discussão sobre a coisa julgada inconstitucional, também sobre a posição de muitos autores preferindo defender o sistema atual da coisa julgada, mas pretendo o alargamento do prazo de decadência para a propositura de ação rescisória, quando seria possível evitar falhas ocorridas no julgamento e que não justificam que ele seja mantido. Enfim, permitam que eu diga que este livro é precioso, enfrentando um tema difícil, mas existente, e mostrando como pensam os autores e as soluções que dão a esse problema, inclusive a do próprio autor. No dia 29 de novembro, será realizado o tradicional Jantar de Confraternização da APAMAGIS, neste ano no espaço HSBC Brasil, localizado na Capital, à rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antônio. Além de todos os ingredientes já consagrados nas edições anteriores, desta vez, o evento contará com mais uma atração: a apresentação do cantor Frejat do Barão Vermelho. Para participar, o associado deverá efetuar a sua reserva, a partir do dia 28/10, na Sede Administrativa da APAMAGIS, pelo telefone (11) 3292.2200, das 9 às 19h. O valor para associados é R$ 190,00 e para não sócios é de R$ 230,00. Frisa-se que cancelamentos após o dia 14 de novembro deste ano não serão reembolsados. Dicas para curtir ainda mais o show: Estacionamento grátis: a APAMAGIS contratou empresa especializada de serviço valet. Os manobristas receberão os associados logo na entrada da casa de espetáculos. Hotel: os associados do Interior que aderirem ao Jantar de Confraternização terão direito a uma diária, em apartamento duplo, no Blue Tree Verbo Divino. amaha Y o ã l um vio Frejat a a r r o Conco rafado pel g auto Abertura e Encerramento: Banda Nova Era erAo res partici a r a v r o Janta zação, n o ã ç i pa fratern terá n o C e d ociado mas s a o e auto o m o n u se incluíd o e t n çã ticame promo a d a ão aul o na urn i v ro um e u at”. O j q e r u F “E o pelo o palco e red a f a r n tog subirá das mãos de o d a e sort prêmio a música o á r e ceb das d n e l s a uma d ileira! bras mapa de acesso: Associação Paulista de Magistrados | 21 Um giro pela APAMAGIS Churrasco aos Vitaliciados | Juizes comemoram o vitaliciamento Na tarde do dia 26 de setembro, os Juízes do Concurso 177º para Ingresso na Magistratura foram vitaliciados em cerimônia no TJ/SP. Após a solenidade, os Magistrados comemoraram a nova fase em suas carreiras na sede social da APAMAGIS. Na ocasião, a associação ofereceu um churrasco com música ao vivo, integrando ainda mais os novatos com a Magistratura Bandeirante. Lei de Recursos Repetitivos do STJ foi inaugurada O mês de setembro de 2008 ficará marcado no registro da história do Superior Tribunal da Justiça (STJ) como a data da celeridade. Neste mês, em apenas 12 dias, um recurso especial da Segunda Seção foi julgado e teve seu acórdão publicado, o que faz valer, na prática, a decisão. Essa foi a primeira vez que foi aplicada a recente Lei de Recursos Repetitivos, principal ferramenta criada para desafogar o STJ. A questão colocada em pauta e julgada pelos Ministros do STJ, versava sobre a legalidade da cobrança, pela empresa Telefônica, do fornecimento de certidões sobre dados constantes de livros societários. Sobre a questão, os Julgadores deixaram assentado: a empresa Telefônica pode cobrar pelo fornecimento de certidões sobre dados constantes de livros societários. Esses documentos são necessários para futuro ingresso de ação judicial. Também ficou estabelecido que o interessado deve requerer formalmente os documentos à empresa por via administrativa. Agora, centenas de casos com tese idêntica não precisam ser levados a julgamento coletivo e podem ser decididos individualmente pelos Minis- tros. Para a Presidente da Seção, Ministra Nancy Andrighi, a expectativa é que a lei funcione eficazmente para a redução de recursos no STJ. “Uma vez pacificada a questão, os recursos não devem mais passar da segunda instância, o que deverá contribuir para a redução do número em trâmite no STJ”, afirma. Com a publicação deste julgamento, o entendimento estabelecido conforme a Lei de Recursos Repetitivos deve ser aplicado para todos os demais processos com tese idêntica que estavam suspensos no STJ. Os processos já distribuídos serão decididos pelos respectivos relatores; processos que ainda não foram distribuídos serão decididos pelo Presidente do STJ, Ministro Cesar Asfor Rocha. Já os processos suspensos nos TJs e TRFs poderão ter dois destinos: caso a decisão coincida com a orientação do STJ, o seguimento do recurso será negado, encerrando a questão; caso a decisão seja diferente da orientação do STJ, serão novamente examinados pelo Tribunal de origem. Neste caso, se o Tribunal mantiver a posição contrária ao STJ, deve-se fazer a análise da admissibilidade do recurso especial. Grupo Qualicorp cede pela segunda vez desfibrilador ao TJ/SP | Presença feminina é cada vez mais marcante na Magistratura I Prêmio Des. Manoel Thomaz de Carvalhal é inaugurado com doze inscrições Instituído em setembro deste ano, o I Prêmio APAMAGIS Des. Manoel Thomaz de Carvalhal já se consagrou na Magistratura. Em sua primeira edição, o Prêmio recebeu doze inscrições de Magistrados: Dr. Rodrigo Augusto de Oliveira; Dr. João José Custódio da Silveira; Dr. Roberto Grassi Neto; Dr. Geraldo Ferreira Lanfredi; Dr. Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira; Dr. Luiz Sérgio Fernandes de Souza; Dr. Nelson Jorge Júnior; Dr. Sebastião Carlos Garcia; Dr. Sawarai Cervoni de Oliveira; Dr. Edison Tetsuzo Namba; Dr. Humberto A. da Rocha; Dr. Jarbas Luiz dos Santos. A premiação acontecerá em sessão solene em data a ser definida. O 22 | Associação Paulista de Magistrados prêmio concedido ao primeiro colocado será acompanhado de láurea em dinheiro, no valor de R$ 5.000,00. A conquista do Prêmio será comunicada pela Presidência da APAMAGIS ao Conselho Superior da Magistratura do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, com solicitação de anotação nos assentamentos individuais do vencedor. Sobre o prêmio O prêmio foi criado pela Diretoria Executiva com o objetivo de incentivar as manifestações culturais e o intercâmbio de conhecimento jurídico entre os associados. | Entrega de desfibrilador representa ainda mais segurança para os Magistrados No dia 1º de outubro, o Dr. Maurício Ceschin, Presidente Executivo do Grupo Qualicorp (empresa gestora do plano de saúde SulAmérica), visitou o Gabinete dos Desembargadores da Magistratura Bandeirante, mais conhecido como Paulistão, e localizado à Av. Paulista nº 750. O objetivo da visita de Maurício Ceschin foi entregar às autoridades do Paulistão um desfibrilador (equipamento eletrônico cuja função é reverter um quadro de arritmias cardíacas), para a prevenção de possíveis acidentes. Na oportunidade, os Magistrados do prédio, representados pelo Vice-Presidente da APAMAGIS, Des. Paulo Dimas, agradeceram a cortesia. Esse é o segundo ano consecutivo que o Grupo Qualicorp cede um desfibrilador aos Magistrados paulistas. No ano passado, em uma visita à APAMAGIS, o Presidente do Grupo Qualicorp doou o mesmo aparelho ao então Presidente da Associação Paulista de Magistrados, Desembargador Sebastião Luiz Amorim, que repassou o presente ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Membros da APAMAGIS almoçam com representantes da Folha | Presidente da APAMAGIS expôs a situação do Judiciário Nota de apoio ao Juiz Daniel Serpentino A APAMAGIS – Associação Paulista de Magistrados – vem a público reiterar apoio ao Juiz Daniel Serpentino, da 14ª Zona Eleitoral em Araras, que pela aplicação correta da Lei, sem privilégios ou distinção de qualquer natureza, foi duramente ofendido por meio de um veículo de comunicação. Ressalta-se que o Magistrado desempenha com denodo suas atribuições na Justiça Eleitoral brasileira, reconhecidamente uma das mais importantes em todo o mundo por sua agilidade e transparência. O sistema jurídico vigente assentase na Carta Magna de 1988, que completou 20 anos justamente em 5 de outubro último, data das eleições municipais, que foram realizadas em todo o País. A Lei Maior, conhecida como Constituição Cidadã, confere enorme importância aos pleitos eleitorais justamente por serem eles a melhor forma de exercitar a democracia. Por essa razão, que não se pode admitir o descumprimento das decisões judiciais e das normas jurídicas. A APAMAGIS reitera seu incondicional apoio aos órgãos de comunicação, especialmente mídia escrita, porém, não se conforma com a indevida utilização dos veículos para agredir aqueles que o Estado encarrega de solucionar conflitos. É importante lembrar que para esses casos a própria legislação eleitoral assegura a possibilidade de recurso. Encerra-se a presente nota com as sábias lições sobre a Constituição, do imortal Ulysses Guimarães em discurso proferido em 5 de outubro de 1988: “Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontar, nunca.” Henrique Nelson Calandra Presidente Paulo Dimas de Bellis Mascaretti 1º Vice-Presidente Roque Antonio Mesquita 2º Vice-Presidente Jantar com degustação de vinhos | Jornalistas buscaram informações sobre temas atuais relativos à Justiça No dia 16 de sede processos foi As dificuldades tembro, Membros da outro assunto coloenfrentadas pelo Presidência e do Concado em pauta peJudiciário paulista selho Consultivo da los representantes no que diz respeito, APAMAGIS almoçada APAMAGIS. Os principalmente, ao ram com a Diretoria e Desembargadores grande volume de Jornalistas do grupo Nelson Calandra, processos foi outro Folha, conglomerado Paulo Dimas, Zélia assunto colocado de comunicação resAntunes Alves e em pauta pelos ponsável pelos perióSebastião Amorim representantes da dicos Folha de S. Paulo informaram aos APAMAGIS. e Agora. O encontro jornalistas e às auteve como objetivo estoridades sobre initreitar e fortalecer o relacionamento ciativas e estudos do TJ/SP para concom a imprensa. ferir maior celeridade aos processos e Foram pontuadas questões como, destacaram a necessidade de promopor exemplo, a concentração de po- ver a independência financeira do Juder em torno da União. “Os senhores diciário paulista. não percebem, mas há alguns dispoA Folha foi representada pelo sitivos, até da Reforma Tributária, que Diretor Editorial, Otavio Frias Filho, visam enfraquecer a autonomia de pelo Diretor Jurídico, Orlando MoliSão Paulo”, esclareceu o Presidente na, pela Editora Executiva, Eleonora da APAMAGIS, Desembargador Hen- de Lucena, pelo Jornalista Rogério rique Nelson Calandra. Ele também Gentile e pelos Advogados Walter ressaltou a necessidade de se ajustar Ceneviva e Taís Borja Gasparian. Eles a Súmula no 11, que regulariza o uso sabatinaram a Diretoria da APAMAdas algemas à realidade dos Fóruns e GIS com questões relativas à atuaao efetivo policial disponível para fa- ção do STF, em especial do Ministro zer a escolta de presos. Gilmar Mendes. Também pediram As dificuldades enfrentadas pelo sugestões para melhorar a cobertuJudiciário paulista no que diz respei- ra jornalística de assuntos vinculato, principalmente, ao grande volume dos ao Judiciário. A APAMAGIS e a Vinícola Esporão promoverão no próximo dia 06 de novembro, a partir das 19h30, um Jantar com degustação de excelentes safras de vinhos portugueses. Na oportunidade, os associados serão agraciados com a palestra especializada de um sommelier. O evento será realizado na sede social da APAMAGIS. Aqueles que desejarem participar dessa incrível noite devem entrar em contato com Lumi ou Taiza pelo telefone (11) 3292-2200. O valor da adesão é de R$ 80,00. Implosão de prédio que oferecia riscos à Colônia do Guarujá A APAMAGIS comemorou no mês passado (setembro) a vitória de uma luta que vem empregando há anos. No dia 09 de setembro, ocorreu a implosão de um prédio que tinha sua infra-estrutura desgastada ao lado da colônia de férias do Guarujá e que vinha causando insegurança às construções em seu entorno. Por medida de segurança e para limpeza geral, a colônia da APAMAGIS ficou fechada no período de 08 a 10 de setembro. Destaca-se que o objetivo foi atingido graças aos esforços empregados pelo Juiz Valdir Ricardo L. P. Marinho, DiretorAdjunto da colônia e Diretor-Adjunto de Assuntos Legislativos da APAMAGIS. Presidente da APAMAGIS recebe medalha da Justiça Militar O Desembargador Henrique Nelson Calandra foi homenageado no dia 11 de setembro com uma medalha em comemoração ao bicentenário da Justiça Militar do Brasil. O ato aconteceu durante a cerimônia de duzentos anos da Justiça Militar da União 1ª Circunscrição, na sede do Clube Naval no Rio de Janeiro. O evento teve a presença do Ministro da Defesa, Nelson Jobim, do Cônsul Geral de Portugal no Rio de Janeiro, António de Almeida Lima e do AdvogadoGeral da União, José Antônio Dias Toffoli. Associação Paulista de Magistrados | 23 Turismo Flórida | As várias faces de um destino Os arredores de Orlando reservam intensas atividades culturais A busca da fonte da Juventude Em 1513 um espanhol chamado Ponce de Leon “descobriu” a Flórida. Ele procurava nada mais nada menos que a mítica fonte da juventude. Ainda que as buscas não tenham resultado em elixir mágico engarrafado, um “mago”, Walt Disney, inventou uma fórmula capaz de fazer adultos revisitarem a infância e criou um verdadeiro império do entretenimento, que agrada crianças de todas as idades. Assim, muitos pensam que a Flórida se resume a compras e parques de diversões, o que é absolutamente errado. É claro que grande parte dos turistas busca (e encontra!) as melhores montanhas-russas, as diversões mais radicais e os principais outlets do mundo, mas a Flórida é mais, muito mais! Para comprovar, a equipe do TM preparou um pequeno roteiro con- templando algumas atrações da costa oeste da Flórida (Tampa, St. Petersburg e Sarasota) Tampa é terra do Busch Gardens e também de... ...Ybor City. Afinal, o que é Ybor City? O personagem agora é um cubano, dom Vicente Martinez Ybor, que saiu de Cuba em busca de estabilidade política e fundou em Tampa uma indústria de charutos, cujo prédio permanece de pé e é ocupado por escritórios. É possível acompanhar o processo artesanal de fabricação de charutos; comprar antigüidades; e percorrer as ruas para respirar a latinidade do lugar, uma mescla entre várias civilizações como a cubana, a espanhola e a norte-americana. Termine a noite com um romântico jantar no renomado (e centenário) restaurante Columbia, com direito a uma belíssima apresentação de flamenco. Salvador Dali era espanhol mas... ...Era (e ainda é!) adorado pelos norte-americanos. Há em San Petersburg um fantástico museu destinado ao grande artista catalão. A visita ao museu reserva surpresas surreais e merece pelo menos meio dia. Use a outra metade do dia para caminhar pelas belíssimas praias e ver o pôr-dosol do inusitado píer da cidade. Um museu no meio do nada? ...É mais ou menos isso, afinal o John and Mable Ringling Museum of Art não fica em nenhum grande centro, mas é absolutamente sensacional! O museu, um legado do casal John e Mable, abriga coleções importantes de artistas americanos, europeus e asiáticos. A edificação, uma mansão construída ao lado de um imponente lago, já valeria o ingresso. Mas tem mais - muito mais - em cada um dos cômodos da mansão e de seu imponente jardim! 24 | Associação Paulista de Magistrados A visita ao museu reserva surpresas surreais e merece pelo menos meio dia. Walt Disney, inventou uma fórmula capaz de fazer adultos revisitarem a infância e criou um verdadeiro império do entretenimento Ah, e ainda tem os parques... Parques? É claro que sim. O complexo de parques é fantástico e vale cada dólar gasto. Há, entretanto, várias outras faces ocultas, como as apresentadas nessa edição do seu Tribuna da Magistratura. Consulte a coordenadoria de Turismo (11) 3241-1288 e descubra a Flórida que tem a sua cara!