2-A hipérbole 1 d F1 , F2 e o número 2 a tal que 0 a c . Chama-se hipérbole a curva do plano formada pelos pontos P do plano que satisfazem a relação Definição. Sejam F1 e F2 pontos distintos do plano cartesiano, c d ( P, F1 ) d P, F2 2a (6) Os pontos F1 e F2 são chamados de focos da hipérbole e as distâncias r1 d P, F1 e r2 d P, F2 de raios focais do ponto P. A reta que contém os focos recebe o nome de eixo focal. O ponto médio entre F1 e F2 é chamado de centro da hipérbole. O número c é a distância focal da hipérbole, ou seja, a distância de cada um dos focos ao centro. A reta perpendicular ao eixo focal passando pelo centro é chamada de eixo normal. Os pontos da hipérbole sobre o eixo focal são chamados de vértices. Note que a equação (6) é equivalente a d ( P, F1 ) d P, F2 2a No caso positivo, a distância de P ao foco F1 é maior que a de P ao foco F2 : d ( P, F1 ) d P, F2 2a d P, F2 (7) No caso negativo verifica-se o contrário, a distância de P ao foco F2 é maior que a de P ao foco F1 : d ( P, F2 ) d P, F1 2a d P, F1 (8) Um ponto P não pode satisfazer simultaneamente estas duas desigualdades. Isso significa que a hipérbole é formada por dois conjuntos disjuntos de pontos como mostra a figura 2. Estes são chamados de ramos da hipérbole. Os pontos sobre o ramo da direita (esquerda) satisfazem a desigualdade (7) ((8)). A figura 2 mostra o caso especial de uma hipérbole em que os eixos focal e normal coincidem com os eixos cartesianos OX e OY , respectivamente. Figura 2 A equação canônica da hipérbole Considere a hipérbole cujo eixo focal coincide com o eixo OX , o eixo normal coincide com o eixo OY , o centro C coincide com a origem O(0, 0) dos eixos de coordenadas, os focos tem coordenadas F1 (c,0) e F2 (c,0) , c 0 . Seja P( x, y) ponto da hipérbole. Usando a fórmula da distância, a relação (6) pode ser expressa como x c 2 y2 x c 2 y 2 2a Passando o segundo radical para o lado direito da igualdade e elevando ao quadrado ambos os lados, obtemos: cx a 2 a x c 2 y 2 Em seguida, elevamos os membros desta última equação ao quadrado: (c2 a 2 ) x2 a 2 y 2 a 2 (c2 a 2 ) Como c a , defina b2 x 2 a 2 y 2 a 2b2 , ou ainda, √ . Segue, então, x2 y 2 1 , a 2 b2 (9) A equação (9) é chamada de equação canônica e a relação fundamental da hipérbole. , relação Observações 1. A equação da hipérbole é uma equação do segundo grau nas variáveis x e y . 2. Tomando y 0 na equação (9) obtemos que x a . Portanto, V1 a, 0 e V2 a, 0 são as coordenadas dos vértices da hipérbole sobre o eixo OX e 2a é a distância entre eles. A equação não tem solução para x 0 significando isto que a hipérbole não tem pontos sobre o eixo OY . 3. Todo ponto x, y tem abcissa x a ou x a . Dessa forma, a hipérbole é formada pelo par de curvas situadas uma à direita e a outra à esquerda das retas x a e x a tendo em comum com estas apenas os vértices. Ao contrário da elipse, a hipérbole não é uma curva limitada. De fato, da equação segue y2 x 2 a 2 1 2 a 2 b 4. Pela equação, se P( x, y) é ponto da hipérbole então o ponto Q( x, y) , simétrico a P em relação ao eixo OY , o ponto R( x, y) , simétrico a P em relação ao eixo OX , e o ponto S ( x, y) , simétrico a P em relação à origem, também são pontos da mesma hipérbole. Portanto, a hipérbole é simétrica em relação aos eixos OX , OY e à sua origem. Segue-se daí que a hipérbole é simétrica em relação aos seus eixos focal e normal e, também, em relação ao seu centro. Exemplo. Determine as coordenadas dos vértices e focos da hipérbole cuja equação canônica é x2 y 2 1 64 36 Solução. Comparando esta equação com a equação canônica geral (9), temos a 8 e b 6 . Portanto, os seus vértices são: V1 8,0 e V2 8,0 . Pela relação c2 b2 a 2 obtemos c 10 . Assim, os focos estão nos pontos F1 (10,0) e F2 (10,0) . Retângulo fundamental O retângulo ABCD de lados 2a e 2b mostrado na Figura 6.9 e tangente à hipérbole nos seus vértices é chamado de retângulo fundamental da hipérbole. A denominação “eixos da hipérbole” é aplicada aos segmentos de comprimento 2a e 2b que ligam os pontos médios dos lados opostos do retângulo fundamental. O segmento 2b é também chamado de eixo transverso ou normal. Como, pela relação fundamental da hipérbole, c 2 a 2 b 2 , o b comprimento da diagonal do retângulo fundamental é 2c . Além disso, a razão , a coeficiente angular da diagonal, caracteriza sua forma. Quanto menor esta razão, mais alongado ou “achatado” é o retângulo relativamente ao eixo OX e, por conseguinte, a hipérbole. Figura 3 Obs. Na Figura 3, desconsidere as retas e . Assíntotas da hipérbole b b x e s2 : y x são chamadas de retas assíntotas da hipérbole. Observe a a que as diagonais do retângulo fundamental estão sobre as assíntotas. Em especial, no caso a b , as assíntotas são perpendiculares entre si. A hipérbole, nesse caso, é chamada de equilátera. As retas s1 : y Teorema. As assíntotas não interceptam a hipérbole. ) Demonstração: Consideremos a assíntota . Suponha que exista um ponto ( e que também pertence à hipérbole. Então as coordenadas de Q devem satisfazer a equação da reta , isto é, b y0 x0 a e, também, a equação da hipérbole x0 2 y0 2 1 a 2 b2 Destas duas relações segue um absurdo, pois teríamos 2 x 2 y 2 x 2 1 bx 1 02 02 02 2 0 0 a b a b a Isso significa que não pode existir um ponto comum à hipérbole e à assíntota vale para . . O mesmo Há pontos da hipérbole tão próximos de uma assíntota quanto desejarmos mas as assíntotas jamais interceptam a hipérbole. Excentricidade da hipérbole c é chamado de a excentricidade da hipérbole. Como c a , temos 1 . Lembrando que c 2 a 2 b 2 , obtém-se Dada uma hipérbole com a equação (10) e distancia focal c , o número b2 1 2 a (12) b a excentricidade também diminui; do contrário, a ela aumenta. Quanto menor (maior) esta razão, mais alongado ou “achatado” é o retângulo fundamental na direção do eixo OX ( OY ) e, também, a hipérbole. Portanto, a excentricidade mede o grau de “achatamento” da hipérbole. No caso da hipérbole, quanto menos achatada em relação ao eixo mais excêntrica ela é. Note que diminuindo o valor da razão Exercícios 1) Prove que se x0 , y0 satisfaz a equação da hipérbole, então os pontos x0 , y0 , x0 , y0 , e x0 , y0 também a satisfazem. Portanto, a hipérbole é simétrica em relação aos eixos coordenados e em relação à origem. 2) Determine a equação da hipérbole com focos sobre o eixo OY nos pontos F1 0, c e F2 0, c , c 0 , e vértices V1 0, a , V2 0, a . 3) Determine os vértices, focos, e assíntotas das hipérboles: a) 4 x2 9 y 2 36 b) x 2 4 y 2 4 c) 9 x2 16 y 2 144 d) 16 x2 25 y 2 400 e) 4 x2 49 y 2 196 4) Determine a equação da hipérbole com a) vértices 3, 0 e focos 5, 0 . 3 . 2 c) focos 6, 0 e assíntotas 5 y 2 5x . b) vértices 4, 0 e excentricidade 5) Uma hipérbole passa no ponto P e uma de suas assíntotas é a reta r . Determinar a equação da hipérbole nos casos a) P (6, 2) e r : 2 x 5 y 0 , b) P (3,-1) e r : 2 x 3 2 y 0 . 6) Provar que a excentricidade de qualquer hipérbole equilátera (isto é, com equação) é igual a 2 . , na 7) Provar que uma reta qualquer paralela a uma assíntota de uma hipérbole intercepta a curva num único ponto.