I Congresso Regional Salesianos
Cooperadores Região Ibérica
5-8 / 12 / 2008
Porque somos, nos organizamos para ser.
0. Organizados
Dizem que na arca de Noé os animais permaneceram nela por tanto tempo que
começaram a organizar brincadeiras e atividades para se divertir.
Dizem que não tiveram muito cuidado, e que numa dessas brincadeiras um pássaro picapau fez um buraco no fundo da arca. O buraco começou a ficar grande e em pouco
tempo começou a entrar muita água.
Dizem que os diversos animais tentaram arrumá-lo, inclusive brigaram para ser aquele
capaz de arrumar a arca, nem inclusive o castor pode fazer nada. Então todos começaram
a se assustar e pensaram que a arca ia afundar.
Dizem que então a abelha explicou a todos como elas trabalham juntas e em equipe,
cada uma fazendo o que melhor sabem fazer.
Dizem que todos começaram a se organizar e se ajudar; todos juntos os pássaros
puxaram a arca para cima, os elefantes e outros animais de grande porte encheram suas
bocas de água para jorrá-la fora da arca, os animais mais rápidos iam de aqui para lá
juntando materiais para que os que constroem ninhos os pudessem fazer e assim arrumar
o buraco que cada ver era maior. Assim todos trabalhando juntos conseguiram diminuir
um pouco o afundamento da arca, mas não o interromper.
Dizem que desesperados, seguiram buscando sem ainda faltava algum animal para
ajudar. Procuraram e procuraram, mas na arca não tinha mais ninguém. Porém, de
repente, um peixe se grudou na arca e os animais perceberam que ainda não tinham
solicitado ajuda a todos os animais do mar. Dizem que pediram ao peixe que buscasse
ajuda para salvar a arca, e acudiram muitos peixes, inclusive uma baleia que terminou de
cobrir o buraco enquanto o restante dos animais concertou a arca.
Dizem que assim foi como todos os animais se salvaram com a ajuda de todos.
Com este Congresso Regional que estamos celebrando os Cooperadores Salesianos da Região
Ibérica concretizamos o Projeto de Vida Apostólica em fazer vida. Vai ser um Congresso onde
focaremos nosso olhar da maneira particular na organização.
Como podemos perceber na historia que os acabei de relatar, a implantação da organização é
imprescindível se um grupo quer conseguir um objetivo comum. Organização que não é mais do
que ordenar de maneira harmônica as distintas qualidades que as pessoas que formam um grupo
têm.
Permitam-me que a esta historia acrescente mais outra.
Dizem que no final do século XIX, pelas ruas de Turin, um sacerdote chamado Juan
Bosco encontrou-se com muitos jovens, alguns ainda garotos que caminhavam por todos
os lados tentando achar um rumo na suas vidas, sem referências, precisando de tudo.
Dizem que procurou estar ao seu lado, criando ambientes para eles, que os chamavam
oratórios. Ali se divertiam, aprendiam profissões e sentiam a presença de um Deus que
os chamava.
1 de 10
Dizem que ele confiava nos jovens que tinham ou não sonhos. Transmitia-lhes a alegria
e a esperança e de viver. Oferecia-lhes os meios e referências que precisariam para ser
felizes e que os transformariam em cidadãos honestos e bons cristãos.
Dizem que para levar a frente todo esse trabalho, teve a ajuda de muitas pessoas de
quaisquer condições: os mesmos jovens em primeiro lugar, outros padres, pais e mães ....
porque o que tinha que fazer superava em muito suas capacidades.
Dizem que para que tudo tivesse mais efeito, rapidamente pensou numa organização
onde havia lugar para todos, porque “as forças fracas quando se juntam podem ser
resistentes: uma linha sozinha pode se quebrar com facilidade, é bem mais difícil
quebrar três unidas”.1
Dizem que nem sempre foi compreendido e ajudado. Ele fez de tudo para que sua
organização fosse aceita tanto pela sociedade como também pela igreja. Assim é como
fundou, num contexto comum, e em companhia de uma jovem, com as mesmas
inquietudes, chamada Maria Mazzarello os salesianos, salesianas e cooperadores
salesianos.
Dizem que organizados é como todos os que seguiram e seguem Dom Bosco,
mutuamente se ajudam e apóiam, crescendo e se adaptando as distintas circunstâncias e
tempos. Assim é como eles têm ajudado a muitos jovens a ser felizes e a se salvar.
1. Porque somos nos organizamos.
Com as histórias sorrimos e tiramos alguns ensinamentos, com as histórias nos identificamos
porque nos sentimos parte da mesma... Somos parte dos cooperadores salesianos que mão a mão
com tantos salesianos, salesianas... com Dom Bosco colaboramos no projeto comum de salvação
da juventude.
Como pessoas cada um de nós é único. Diferencia-nos o sexo, nossos dons, qualidades, idade,
aspecto físico, estado civil, lugar onde moramos, trabalho que realizamos... mas o que nos une é
muito mais importante, porque vai além do que somos. Une-nos o fato de que todos e cada um
de nós fomos chamados por Deus pessoalmente a viver a mesma vocação.
“Unidos num só coração e numa só alma”, vivemos (vivem) em comunhão fraterna mediante os
vínculos característicos do espírito de Dom Bosco.”2 Nossa união está marcada pelo fato de
sermos batizados. Cristo nos une como irmãos de maneira sacramental. Quando experimentamos
nas nossas vidas sua Ressurreição partilhamos uma experiência única e pessoal que faz com que
estejamos em sintonia e nos sintamos em comunhão.
Além demais, nossa união esta marcada pelo fato de sermos salesianos. Dom Bosco nos une
como irmão de forma carismática. Quando vivemos a fé desde a ótica do carisma salesiano
partilhamos a mesma sensibilidade, uma mesma maneira de entender e nos relacionar com o
mundo. Isso faz com que nos sintamos particularmente relacionados e precisemos uns dos outros
para viver.
Muitos fazemos isso desde nosso ser leigo sentindo a necessidade de nos unir para “conhecer
(se), trocar experiências e projetos apostólicos e crescer juntos”3, sentimos que pertencemos a
um mesmo movimento de pessoas, a uma mesma Associação; “partilhamos (partilham) com
alegria a “vida de família” da Associação”.4
1
2
3
4
RBB, 1
RDB, Est. 13
PVA, Est. 13
PVA, Est. 13
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Por isso os cooperadores salesianos “somos (são) conscientes de que pertencer á Associação
constitui uma experiência privilegiada de fé e de comunhão eclesial”5 e se realmente queremos
viver em comunhão, levar a frente projetos apostólicos comuns e crescer juntos ao estarmos
chamados a viver a mesma vocação “sentimos (sentem) a necessidade de ter uma estrutura
organizativa adequada”.6
Ou seja, ser o que somos: cooperadores salesianos, vivendo um mesmo projeto: o Projeto de
Vida Apostólica implica pertencer a uma Associação que necessariamente tem que estar
organizada.
2. Nos organizamos para ser.
2.1. Objetivo da organização.
Para que nos organizamos? Embora tenha sido indicado anteriormente nunca é demais lembrá-lo
novamente. Organizamos-nos: “para conhecer-se, trocar experiências e projetos apostólicos e
crescer juntos”7, e para “viver (seu) Projeto de Vida Apostólica no espírito de unidade, segundo
o convite de Dom Bosco”8, nos organizamos para ser todos os dias, nas diversas circunstancias
pessoais, cooperadores salesianos respondendo as diversas necessidades que a missão comum
concretize em cada momento.
Neste sentido a organização somente compreende-se quando a pertença á Associação,
representa, tal como se indica no Estatuto do nosso Projeto de Vida Apostólica no seu artigo 28
“um elemento vital para a sustentação da própria vocação apostólica”9 de todos e cada um dos
cooperadores salesianos, tanto de maneira individual como de maneira coletiva.
Por tanto, o objetivo fundamental da organização é nos ajudar os cooperadores salesianos a viver
o Projeto de Vida Apostólica individualmente e em grupo (como Associação).
Viver o Projeto de Vida Apostólica leva implícito o esforço e o empenho que cada um tem que
fazer para responder ao chamado que Deus nos faz. Viver o Projeto de Vida Apostólica leva
implícito o esforço e empenho que temos que fazer para, em co-responsabilidade, atender a
mesma missão.
Animar, apoiar, canalizar, reunir, impulsionar, coordenar... todos os empenhos pessoais são
objeto da organização.
2.2. Características da organização.
Como tem que ser a organização na nossa Associação? Quais as características que terão que a
definir?
No Projeto de Vida Apostólica encontramos a resposta: “A Associação, fiel á vontade do
fundador, possui uma estrutura flexível e funcional, configurada em três níveis ou âmbitos de
governo: o local, o provincial e o mundial, e assim com esta organização entender valorizar a
eficácia na sua ação no território, assim como a abertura a universalidade da comunhão e da
missão”.10
Lendo e refletindo este artigo vemos as características que tem que ter nossa organização. São as
que seguem: flexível, funcional, eficaz no território, configurada em três níveis ou âmbitos de
governo, e aberta á universalidade da missão.
5
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7
8
9
PVA, Est. 28.1
PVA, Est. 33
PVA, Est. 13
PVA, Est. 33
PVA, Est. 28.1
10
PVA, Est. 34
3 de 10
Todas estas características sendo fieis á vontade de Dom Bosco que desde o princípio quis que
os Cooperadores formassem uma Associação “organizada”. Já no regimento do ano de 1876
traçaram-se as estruturas fundamentais da Associação, e aos regimentos da Igreja que no
Concilio Vaticano II refletia que “É absolutamente necessário que, no âmbito da ação secular,
se fortaleça a forma associada e organizada do apostolado, pois só a estreita união de forças
pode conseguir plenamente todos os fins do apostolado moderno e defender eficazmente os bens
que dele se derivam”.11
2.2.1. Flexível.
Nossa organização tem que ser flexível ou, em outras palavras, ela tem que poder se adaptar as
distintas situações, momentos... nos que os cooperadores salesianos vivemos nossa vocação. São
situações sociais, culturais e religiosas diferentes, que podem determinar as maneiras, as
possibilidades e as formas de atuar e de organizar-se.
A organização não é um fim e si mesma, e sim um meio muito importante. Porém meio com o
que contamos para alcançar o objetivo comum. Neste sentido nossa organização não pode ser
“burocrática”, ou seja, rígida nas suas formas e atuação. Tem que responder as exigências e
possibilidades existentes em cada situação e em cada momento.
É lógico que a flexibilidade não pode ser entendida exclusivamente de um modo aproximativo e
superficial. Tem que se entender de modo que a organização seja “a possível e o factível”
embora em situações de precariedade, dificuldade...
Flexibilidade não implica prescindir dos distintos âmbitos da organização: local (centro)
provincial e mundial, nem de seus órgãos de governo e animação. Estes formam parte de nossa
identidade.
Flexibilidade implica que, em cada situação particular temos que ver e implantar a forma de
organização que anime nossa vida “respeitando e aplicando o Regulamento”12 e “fazendo
flexíveis e adaptáveis as realidades territoriais da Associação os princípios e as prescrições
contidas nele ... integrando e/ou aplicando nos Diretórios aspectos específicos do Regulamento,
relativos ao governo e a animação dos Centros ”13
2.2.2. Funcional.
Nossa organização tem que ser funcional. Algo é funcional quando tem se desenhado ou
organizado para que seja fácil, útil e confortável de utilizar; quando é eficaz e adequado para
exercer as funções para as quais se criou.
Que nossa organização seja funcional implica:
11
12
13
14
15
•
Que funcione orientado ao fim que lhe é próprio na dupla perspectiva a pessoal e a
comunitária.
•
Que tenha que estar estruturada e ordenada de tal modo que resulte:
-
Possível: que possa se levar em frente com os meios e as pessoas com as que se
dispõe. Assim, por exemplo, não mais de um terço dos membros do Centro
configuram um Conselho local14, ou a composição dos Conselhos locais ou
provinciais não está fechada a um número determinado15.
-
Prática: com uma composição e estrutura que permita um funcionamento de acordo
e adequado, tendo em consideração situações pessoais, de localidades, lugares...
AA, 18
PVA, Reg. 35.1
PVA, Reg. 35.2
PVA, Reg. 19.2
PVA, Reg. 19.2; 24.3
4 de 10
•
Útil: com capacidade para animar, acompanhar.
Que tem que estar animada pelo nosso próprio estilo: o salesiano, o que implica
simplicidade, fundamentada na disponibilidade e trabalho de quem a anima, atenta as
necessidades pontuais de cada momento, e preparada perante as possíveis
eventualidades.
2.2.3. Configurada em três graus ou âmbitos de
governo: o local, o provincial, e o mundial.
Desde o mais próximo: o local ao mais longínquo: o mundial; desde a célula mais pequena e por
tanto imprescindível: o Centro local, até o mais amplo e integrador: a Consulta mundial, nossa
organização esta configurada em três graus ou âmbitos de governo: o local, o provincial, e o
mundial. A estes âmbitos lhes correspondem os dois campos de atuação da organização: a
animação e o governo nos seus correspondentes âmbitos de atuação.
Adicionalmente contempla-se um âmbito intermédio entre o provincial e o mundial: o regional,
que atua de maneira particular no âmbito da animação16.
Imprescindível é a organização no âmbito local. “O núcleo fundamental da Associação é o
Centro local que, de ordinário congrega aos cooperadores salesianos que atuam num
determinado lugar”17, porque os centros locais são as comunidades de referência dos
cooperadores salesianos. É o Centro local a célula essencial da Associação porque é o núcleo e o
fundamento que lhe dá energia e sustenta, que aos cooperadores salesianos nos dá energias e
sustenta.
Os demais organismos de animação (a provincial, a regional, a mundial) estão ao seu serviço
para impulsioná-lo, potenciá-lo e ajudá-lo no seu desenvolvimento. Devem de respeitar sua
autonomia (que não quer dizer independência) e favorecer sua comunhão.
2.2.4. Eficaz na sua ação no território.
Eficaz na sua ação no território implica que a organização tem que animar, impulsionar, apoiar,
ordenar ações que dêem resposta a todas as necessidades concretas existentes no âmbito e
situação onde se encontre cada cooperador salesiano.
Daí a importância que adquire a organização no âmbito local, o Centro. É no Centro local onde
se podem canalizar de maneira natural tanto as necessidades concretas do cooperador salesiano
como aquelas da sociedade e Igreja local que precisem serem atendidas pela Associação.
2.2.5. Aberta á universalidade da comunhão e a missão.
Aberta á universalidade da comunhão implica que tem que animar, impulsionar, apoiar, ordenar
ações que fortaleçam a unidade da Associação nos distintos âmbitos onde esteja implantada
desde a base: Centro, até cima: Mundial e no sentido inverso. Ações que fortaleçam a unidade da
Associação com os demais grupos de Família Salesiana, ações que fortaleçam sua pertença e a
presença na Igreja.
Aberta á universalidade da missão, implica que tem que animar, impulsionar, apoiar, ordenar
ações que dêem resposta a comum missão que tem encomendada á Associação de cooperadores
salesianos em co-responsabilidade com o resto dos grupos da Família Salesiana, embora quando
esta missão transcenda ao âmbito de atuação pessoal ou local.
16
17
PVA, Est. 37.5
PVA, Est. 36.1
5 de 10
2.3. Elementos da organização.
Refletir sobre como é nossa organização, além de ter claro qual é o objetivo da mesma e suas
características, implica determinar quais são os elementos que a configuram. São as que sequem:
2.3.1. Superior da Associação: Reitor Maior.
O superior, pela historia e a vontade de Dom Bosco, é o Reitor Maior. Assim se recolhia no
Regulamento de vida apostólica18 e assim no Projeto de Vida Apostólica. “O Reitor Maior da
Sociedade de São Francisco de Sales é o sucessor de Dom Bosco, pela vontade explicita do
Fundador, é o superior da Associação e exerce nela as funções de Moderador Supremo.
Garante sua fidelidade ao Projeto do Fundador e promove seu desenvolvimento”19. Assim se
recolhia no Regulamento de Dom Bosco “O superior da Congregação salesiana é também o
superior desta Associação”20
“No ministério, exercido também mediante seu Vicário ou outro representante seu, serve-se
ordinariamente do Conselho Mundial, sobre todo para animar a toda a Associação e coordenar
iniciativas de formação e apostolado”21.
No Reitor Maior sentimos a presença paternal de Dom Bosco; é para nós um pai. Exerce para
toda a Família Salesiana e por tanto para nós cooperadores salesianos, um papel de promotor,
animador e garantia carismática da unidade da mesma e de sua fidelidade ao projeto apostólico e
ao espírito de Dom Bosco.
No Reitor Maior reconhecemos ao Moderador Supremo da Associação, ao teor do indicado no
Código de Direito Canônico, sentindo e aceitando seu potestado de governo e sendo fiéis a suas
orientações.22
2.3.2. Órgãos de animação e governo: os Conselhos.
Estruturada em três âmbitos de governo como se indicou anteriormente “O Governo e a
animação da Associação, salvo guardando a autoridade do Reitor Maior representado de
ordinário pelo seu Vicário ou por um delegado seu, confiam-se aos Conselhos correspondentes,
dos quais formam parte também em quanto religiosos designados pelos Inspetores e
Inspetoras”23.
São os conselhos, nos seus diversos âmbitos, os instrumentos do que se vale a associação para
animar e governar.
Esta estrutura garante a independência da organização da Associação no seio da Família
Salesiana com respeito ao resto dos grupos que configuram a mesma, ao mesmo tempo, que
fortalece os laços de união com os mesmos, de maneira particular com os SDB e das FMA
reconhecendo sua função animadora, particularmente no referente à guia espiritual, educativa e
pastoral tendo em consideração por meio dos delegados e delegadas.
2.3.2.1. Composição e constituição: Eleitos democraticamente.
Os Conselhos, nos âmbitos local e provincial, estão compostos, além de pelo delegado e/ou a
delegada dos SDB e/ou FMA, pelos próprios cooperadores salesianos nos números de 3 á 7, os
Conselhos locais24 e de 4 á 12 os Conselhos Provinciais25 adequados ás circunstancias concretas
18
19
20
21
22
23
24
25
PVA, Est. 16.2
PVA, Est. 16.1
RDB, V.3
PVA, Est. 16.2
PVA, Est. 16.3
PVA, Est. 35.1
PVA, Reg. 19.2
PVA, Reg. 24.3
6 de 10
década lugar, que são eleitos democraticamente pelos próprios membros do Centro, caso dos
Conselhos locais26, ou pelos membros dos Conselhos locais, caso dos Conselhos provinciais.27
O Conselho mundial esta constituído pelos conselheiros mundiais de cada região eleitos pelos
membros dos Conselhos provinciais28, alem de por uma Secretaria Executiva Mundial29.
2.3.2.2. Funcionamento: Colegial.
O funcionamento dos Conselhos segundo os princípios do Conselho Vaticano II sobre o
apostolado associado, é colegial.30
Este tipo de direção esta regulamentada pelo Cânon 119 do Código de Direito Canônico,
basicamente implica:
Convocatória de todos os membros quem compõem o Conselho.
Presencia da maioria absoluta dos membros do mesmo.
Toma de decisões de maneira colegial. Ou seja: para que uma decisão seja válida é preciso o
consenso da maioria absoluta dos presentes, podendo ser o voto do coordenador de qualidade no
caso de empate na segunda votação. Se além demais a decisão implica eleição, por exemplo, a
do coordenador que corresponda31, a maioria absoluta será necessária nos dois primeiros turnos,
e no caso de que não se dê será necessária à maioria relativa dos dois candidatos mais votados.
Este tipo de direção atende de maneira particular a importância capital das pessoas na
organização da Associação. São as pessoas membros dos Conselhos, que por sua vez são eleitas
por todos os cooperadores salesianos, os responsáveis e por tanto garantia das decisões que se
tomem.
Para respeitar a independência da Associação, assim como as decisões que sejam tomadas pelos
próprios cooperadores salesianos, é conveniente que o número de votos de religiosos não supere
um terço dos que se emitam em cada caso.
2.3.2.2. Funções: governo e animação.
Os Conselhos locais e provinciais têm funções de governo e animação. Estão contemplados de
maneira ampla e genérica nos artigos 20 e 26 do Regulamento do Projeto de Vida Apostólica.
Por funções de governo entendem-se aquelas que implicam representação, administração,
ordenamento de funções da Associação, aceitação de novos membros...
Por funções de animação entendem-se aquelas que estão orientadas a sustentar a própria vocação
apostólica dos coordenadores salesianos como sendo a formação e coordenação entre os
cooperadores salesianos e/ou outros grupos da Família Salesiana, e seguimento de aspirantes.
Umas funções, as de governo, estão contempladas nas normas que afetam a própria Associação
já sejam eclesiais (Código de Direito Canônico ...) ou cíveis.
Outras funções, as de animação, estão contextualizadas nas relações entre irmãos que se ajudam
mutuamente, e são as de sustentar e animar sua vocação como tem se indicado reiteradamente.
26
27
28
29
30
31
PVA, Reg. 19.2
PVA, Est. 37.3 – Reg. 24.3
PVA, Est. 38.1
PVA, Reg. 38.1
PVA, Est. 36.2 – 37.4
PVA, Est. 36.2 – 37.4 – 38.1
7 de 10
O Conselho mundial que encaminha suas decisões ao Reitor Maior32 também tem funções de
governo e animação, coletadas estas no artigo 31 do Regulamento do Projeto de Vida
Apostólica.
2.3.2.4. Representação: Coordenadores.
A representação da Associação, que no âmbito mundial corresponde ao Reitor Maior, recai nos
âmbitos locais e provinciais, nos coordenadores dos Conselhos correspondentes33.
2.3.3. Órgãos de animação: Região.
“Para animar a Associação, dentro do respeito á própria autonomia de governo, as provinciais
organizam-se nas regiões afins por motivo de cultura, por decisão do Reitor Maior, segundo o
Conselho.”34 A organização da Região recai na Consulta regional, cuja constituição fica
submetida á decisão dos Conselhos Provinciais com o consentimento do Reitor Maior35.
A organização no âmbito regional estará sempre orientada á animação da Associação, de
maneira particular, prestando “um serviço de colaboração mais eficaz á comunhão entre os
Conselhos provinciais e o Conselho mundial, e representando um lugar onde contrastar idéias e
comunicar-se para partilhar planos apostólicos e formativos em beneficio de toda a Região.”36.
2.3.4. Membros da Associação: Os Cooperadores Salesianos.
E para concluir o ultimo elemento da organização que é imprescindível, não por ser o ultimo o
menos importante, refiro-me aos próprios cooperadores salesianos. Todos somos importantes
porque todos somos objeto da organização e todos dependemos desta.
Para que a organização exista e funcione é necessário a atuação de todos os cooperadores
salesianos, participando ativamente na eleição dos responsáveis e desempenhado com fidelidade
e espírito de serviço os cargos aos que possamos ser chamados.37
Isso porque todos, sentindo-nos responsáveis da missão comum, sabemos que podemos levá-la
para frente conjuntamente de maneira mais eficaz, somente se estivermos convenientemente
organizados. Isso implica participação ativa de todos e cada um na função de suas capacidades e
possibilidades.
3. Constituindo Região.
3.1. Motivações.
Na apresentação que o Reitor Maior nos faz do Projeto de Vida Apostólica nos diz
explicitamente “O importante agora é o conhecimento e a interiorização deste “livro de Vida”
que tem de se converter em objeto de estudo, de assimilação e de vida”. Somente será objeto de
vida quando o carregamos para a vida quando o vivenciamos.
Esta afirmação, válida para todos os âmbitos recolhidos no Projeto de Vida Apostólica:
identidade, missão, comunhão, espiritualidade, pertença e organização, são particularmente
válidas para a organização por quanto é um elemento que somente desde a experiência do dia a
dia pode se viver.
32
33
34
35
36
37
PVA, Est. 38.3
PVA, Est. 35.1 – Reg. 21.1 – Reg. 26.1
PVA, Est. 37.5
PVA, Reg. 28.1
PVA, Reg. 28.1
PVA, Est. 14.1
8 de 10
Assim o convite que o Regulamento nos faz constituir a Consulta regional o assumimos com
ilusão e o queremos fazer vida porque estamos convencidos de que pode ser um órgão que nos
ajude aos Cooperadores Salesianos da Região Ibérica a seguir crescendo e amadurecimento tanto
pessoalmente como Associação.
3.1.1. Caminho percorrido: Conferencia Nacional.
Seguir crescendo e amadurecendo porque não é um caminho sem inicio. Ao longo destes últimos
anos, desde a promulgação do Novo Ideário primeiro e do Regulamento de Vida Apostólica em
1986 de maneira particular, temos experimentado e vivido a importância da organização no
âmbito local, do Centro como núcleo fundamental onde vivemos nossa vocação. Temos
experimentado e vivido a importância da organização no âmbito da inspetoria, e agora da
província.
Também na Espanha temos experimentado e vivido a importância da coordenação das
Inspetorias. Primeiro como Conselho Nacional, mais além como Conferência Nacional. A
coordenação das Inspetorias tem sido especialmente rica na comunicação e na comunhão, na
transmissão de experiências, no aproveitamento de esforços, no crescimento, e na identidade
como Associação.
Rica na animação da comunhão com instrumentos tão concretos como o Boletim de
Cooperadores Salesianos, ou a pagina web, nos processos de remodelação nesses momentos ou a
celebração dos distintos encontros e congressos de âmbito nacional.... Sair do entrono local e
inclusive das inspetorias a um mais amplo tem sido para muitos uma experiência muito rica, que
nos tem ajudado a crescer e amadurecer o próprio compromisso: partilhar ilusões, experiências...
tão ajudado a contrastar o próprio compromisso tendo-o mais consciente e abrindo portas a
novas concretizações do mesmo.
Rica na animação da missão com instrumentos tão concretos como o movimento de Lares Dom
Bosco ou Cooperação Salesiana e Terceiro Mundo, dando resposta concreta e conjunta a dois
compromissos da nossa missão salesiana: o apostolado familiar e o compromisso missionário.
Com os dois instrumentos assumidos e animados conjuntamente por todos tem chegado, chegase, muito mais longe que com os esforços individuais das inspetorias se tivessem podido chegar.
Rica na animação da vida cuidando a formação dos Cooperadores Salesianos com instrumentos
tão concretos como o Plano de Formação Inicial, como a pasta da Formação Permanente, como a
proposta de Formação de Formadores ou com reflexões conjuntas tão enriquecedoras como o
cuidado dos que estão longe, a liturgia da promessa. Ditos instrumentos tem propiciado o
crescimento em qualidade dos Cooperadores Salesianos assumindo mais conscientemente nossa
identidade na Associação, na Família Salesiana na Igreja e na sociedade na que vivemos.
Rica na animação da organização assumindo esforços na administração e na representação tanto
perante os organismos eclesiais de âmbito nacional (Foro de Leigos) como perante a
administração publica (Ministério de Justiça, Agência Tributaria...)
Todas estas experiências são uma bagagem que devemos de relembrar e também conservar,
porque tem demonstrado sua validade. A Conferência Nacional tem se demonstrado durante
todos estes anos como um instrumento de organização que com flexibilidade, funcionalidade e
cuidando o local e o universal tem sabido animar a vida dos Salesianos Cooperadores, da
Associação em Espanha.
3.2. Perspectivas do futuro.
No momento em que desde a Família Salesiana, olha-se com renovado interesse os desafios de
evangelização da nossa sociedade européia, num momento em que os impulsos de união entre
sociedades de Europa social e culturalmente estão crescendo e se consolidando, no que somamos
esforços de animação províncias de uma Região não pode pelo menos de ser um elemento
positivo.
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É uma riqueza que nos oferece o Projeto de Vida Apostólica. Temos que situarmos por cima de
fronteiras dando que as necessidades existentes transcendem as mesmas. Requerem-se estruturas
de animação diferentes que aunando e aproveitando o existente, dêem resposta aos novos
desafios.
3.2.1. Mais é muito mais.
Estruturas que somam, e quando se soma, fora do estritamente matemático como é o caso, o
resultado sempre é maior dos indicadores. Somandos.
O principio para somar o temos. Somente se puderem somar elementos quando são iguais, e nós
ora sejamos de Barcelona ora de Sevilla ou de Madri ou de Leon, de Valencia ou de Bilbao ou
de Portugal somos co-responsáveis da mesma missão. Na medida em que aunemos esforços
poderemos viver nossa vocação com maior intensidade e poderemos fazer frente aos desafios
que nossas sociedades nos apresenta.
Como fazê-lo? Os que fazem o caminho de Santiago, dizem que o mais importante não é chegar
a Santiago e sim a experiência de caminhar. E para o fazer requerem-se duas coisas: prepará-lo e
se lançar a fazer o caminho. Estamos nisso. Começamos um Congresso que partindo da
experiência e os caminhos percorridos, é o ponto de partida para construirmos como Região,
começamos um Congresso que é reafirmação de nossa vontade de crescer como Associação ... Já
estamos a caminho, a o desfrutar .... que seguro que ao passo do tempo quando olhemos para trás
constataremos que caminhando temos crescido sendo fiéis á nossa vocação; que caminhando
faremos feito vida dia a dia, o Projeto de Vida Apostólica.
4. Epílogo.
Termino pedindo licença. Embora não se deva fazer porque as histórias, historias são, vos faça
minha interpretação com a historia que começava nesta palestra.
Se quisermos chegar a um bom porto o barco onde nos encontramos os cooperadores salesianos:
se queremos que os jovens de nossa sociedade sejam cidadãos honestos e bons cristão, nós temos
que obrigatoriamente nos organizar contribuindo cada um de nós com o que somos com nossos
dons e nossas carências. Alem demais não podemos confiarmos exclusivamente nas nossas
forças, devemos também contar com aquelas outras: salesianos e salesianas de maneira particular
e outros grupos da Família Salesiana de maneira geral. Somente assim é como poderemos
partilhar com os jovens a alegria de um Deus que nos ama e quer que sejamos felizes.
A isso vos animo e a isso vos animo.
Fernando Llamazares González, Salesiano Cooperador
Madrid, 1/12/2008
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