JOÃO PAULO DE BRITO NASCIMENTO AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS EMPRESAS DO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL: UM ESTUDO POR MEIO DA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS LAVRAS - MG 2011 JOÃO PAULO DE BRITO NASCIMENTO AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS EMPRESAS DO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL: UM ESTUDO POR MEIO DA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Administração, área de concentração Organizações, Mudanças e Gestão Estratégica, para a obtenção do título de “Mestre”. Orientadora Dr . Ana Alice Vilas Boas a LAVRAS - MG 2011 Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca da UFLA Nascimento, João Paulo de Brito. Avaliação do desempenho econômico-financeiro das empresas do setor de construção civil : um estudo por meio da análise envoltória de dados / João Paulo de Brito Nascimento. – Lavras: UFLA, 2011. 173 p. : il. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2011. Orientador: Ana Alice Vilas Boas. Bibliografia. 1. Eficiência. 2. Alvos de melhorias. 3. Índices de desempenho. 4. Relação de Indicadores. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título. CDD – 658.3125 JOÃO PAULO DE BRITO NASCIMENTO AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS EMPRESAS DO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL: UM ESTUDO POR MEIO DA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Administração, área de concentração Organizações, Mudanças e Gestão Estratégica, para a obtenção do título de “Mestre”. APROVADA em 03 de fevereiro de 2011. Dr. Marcelo Álvaro da Silva Macedo UFRJ Dr. Luiz Marcelo Antonialli UFLA Dra. Ana Alice Vilas Boas Orientadora LAVRAS – MG 2011 A Deus, alfa e ômega. Senhor, sem a sua constante intervenção este trabalho não teria sido concluído. À minha esposa, Joice. Fonte de inspiração e motivação. Companheira, amiga e futura mãe dos meus filhos (depois do doutorado). “Tubita”, eu te amo sempre, mais e mais! À minha mãe, Isabel, minha progenitora. Para mim, sinônimo de força e determinação. “Véia” essa é mais uma vitória que dedico à senhora. Ao meu pai, que está junto do Pai dos pais. Obrigado pelo exemplo de honestidade e simplicidade, apesar de ter partido cedo. Aos meus irmãos, cunhados e sobrinhos. Somos esperança se caminharmos juntos! DEDICO AGRADECIMENTOS A gratidão é uma das maiores riquezas que os ser o humano pode ter pelas pessoas que o auxiliam na caminhada. Sendo assim, vou elencar e agradecer neste espaço algumas pessoas que contribuíram para eu concluir e chegar a mais essa etapa, de forma direta. Agradeço a Deus e às pessoas já mencionadas na dedicatória, esposa, mãe e pai. Aos meus irmãos, Valdeci, Iraildes, Ivonete, Ivonei e Valdemilson e os seus respectivos companheiros e cônjuges. Família é tudo de bom, apesar das diferenças. Valeu pelo apoio! Aos meus sobrinhos, Victor, Laura, Vinicius, Felipe, Artur e mais um que está vindo aí (na barriga da Netinha). Vocês são sinais de esperança e alegria para mim. Amo muito todos vocês! À minha nova família Ribeiro, na pessoa da sua matriarca Carmem Pinto Ribeiro, pela acolhida e confiança, mesmo quando eu era ainda um estudante. Aos amigos piraporenses, sanjoanenses e lavrenses (mestrandos e doutorandos), muitíssimo obrigado! Amizade é um tesouro e pretendo guardá-la como o bem mais preciso. Em especial: Daniel e esposa, que agora estão em São Paulo; ao Geraldo Alemandro, “Calango Mór”, grande parceiro/ professor (só aprendi o que prestava, pode ficar tranquilo) nas horas difíceis em Lavras e no incentivo para terminar este trabalho; Matheus, petequeiro, sempre descontraído e “enrolado”; Manuela e Priscila, sempre disponíveis para me ajudar; Ivana, uma “mãezona”; Cibele e Sérgio, a fraternidade do lar; Lílian, o amparo no meu desespero; Patrícia, entrou no mestrado para casar e casou, sempre amiga; Nathália, irmãzinha; Pamella, a “caxiona”; Aline, sempre disponível; Paulo, sempre centrado. Enfim, há a possibilidade de falar de cada um em especial, mas vou encerrar por aqui, senão teria que falar dos 46 estudantes do Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA/UFLA, turma 2009-2010. À minha orientadora, Dra. Ana Alice Vilas Boas, muito obrigado pela liberdade no desenvolvimento do meu trabalho e pela confiança no mesmo. A sua bondade contagia. Deus a abençoe, sempre! Ao professor Dr. Marcelo Álvaro da Silva Macedo, muito obrigado pelas contribuições na fase de qualificação e tempestivas e pacientes ajudas quando solicitado no desenvolvimento da dissertação. Ao professor Dr. Luiz Marcelo Antonialli, para mim um exemplo de ser humano e profissional conciliador e humilde. Continue sempre sendo esse profissional esforçado e competente. Ao Professor Dr. Gideon Carvalho de Benedicto, pela atenção à minha pessoa sempre que solicitado. À Profa. Denise Carneiro dos Reis Bernardo, por direcionar os meus horizontes, ainda, na iniciação científica. Sempre buscamos o melhor para ambas as partes. Ao Prof. Luiz Gustavo, obrigado pelo incentivo e ajuda para descobrir um tema para a minha dissertação e auxílio para rodar a DEA. Valeu pela amizade, lealdade e confiança. Aos professores, Eduardo Giarola, Roberto do Nascimento Ferreira, Robson Amâncio, Marie Agnes Chauvel, Gabriel Pessanha, Flávia Naves, Luiz Fernando, João Batista, Elizete, colegas, amigos, incentivadores e exemplos de esforço, dedicação e senso crítico. À Aline Freire, parceira e amiga. A sua ajuda e apoio fez com que este trabalho ganhasse mais rapidez e eficiência. Você é uma nova irmã que ganhei ao longo desses últimos três anos. Ao Guilherme, parceiro e “meio-aluno”, muito obrigado pelo apoio e parceria sempre pontual e de qualidade extrema. Agora mestrando UFLA em 2011, parabéns! Ao Danilo Borges, obrigado pela contribuição e parabéns pela aprovação para o mestrado em 2011. Aos meus professores do PPGA/UFLA, muito obrigado por melhorarem o meu senso crítico e a Deila pela paciência, no seu e nosso momento de aprendizagem. Aos profissionais do DAE/UFLA, ao PPGA/UFLA e à UFLA que de forma direta e indireta permitiram que o meu sonho se tornasse realidade. “Conhecimento não ocupa espaço”, já diz o ditado popular. À Faculdade Presidente Antônio Carlos de São João Del Rei e ao Instituto de Ensino Superior Presidente Tancredo de Almeida Neves pela oportunidade que concedida em me tornar docente ainda no período do mestrado e, hoje, coordenador do curso de Ciências Contábeis. Estendo, assim, meus agradecimentos à Direção, funcionários, professores e estudantes das instituições que tiveram paciência e tolerância com esse processo final de trabalho. Ao CNPq, que por meio da bolsa de iniciação, em 2007, e por meio da bolsa de mestrado, de 03/2009 a 03/2010, auxiliou na construção do meu sonho de chegar e terminar a minha pós-graduação stricto sensu. Espero apoio no doutorado! Aos colegas das caronas. Aqui representados nas pessoas do Valmir, pelas caronas para Pirapora/MG, ao André pelas caronas para São João Del Rei Aos tantos colegas pelas caronas para a UFLA. Muito obrigado! Aos meus colegas e amigos da graduação da 1ª Turma em Ciências Contábeis da UFSJ, que sempre estarão presentes nos meus agradecimentos, pois foram companheiros e bons parceiros de caminhada, cito aqui o Elbert, a Elaine, a Josiane, o Renato e a Ana Paula. Aos cidadãos brasileiros que financiaram um ano do meu estudo do mestrado com os impostos e contribuições pagos. Espero retribuir o investimento realizado sendo um profissional sempre ético e humano. Enfim, a todos aqueles que não são mencionados aqui, nesses agradecimentos, mas sabem que foram importantes para essa caminhada, desculpem-me por não os terem citados, mas saibam que no meu coração, a gratidão será sempre enorme. Muito obrigado e que Deus, fonte de sabedoria e amor eterno, nos abençoe! “Posso, tudo posso, naquele que me fortalece, nada e ninguém no mundo vai me fazer desistir. Quero, tudo quero, sem medo entregar meus projetos. Deixar-me guiar nos caminhos que Deus desejou pra mim e ali estar. Vou perseguir tudo aquilo que Deus já escolheu para mim. Realizar o sonho mais lindo que Deus sonhou”. (Celina Borges). RESUMO Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o desempenho econômico-financeiro de empresas do setor de construção civil nos anos de 2008 e 2009, por meio da Análise Envoltória de Dados (DEA), no intuito de identificar as empresas consideradas eficientes, melhorias para aquelas não eficientes e analisar aspectos relacionados aos indicadores econômicofinanceiros tradicionais. Esta pesquisa pode ser classificada como quantitativa, quanto ao processo metodológico, e descritiva, em relação aos seus objetivos. Foram utilizados os modelos clássicos de DEA, CCR e BCC com orientação para os outputs, aplicados às informações sobre capital total e gastos com encargos e salários de empregados – inputs -; e vendas e lucros líquidos – outputs. Para complementar essas análises, buscou-se identificar relações entre os scores de eficiência e os índices econômico-financeiros de liquidez, endividamento e rentabilidade utilizando a Correlação de Spearman. A amostra utilizada compreendeu 51 (cinquenta e uma) empresas que tinham informações disponíveis na base de dados Melhores e Maiores da Exame-FIPECAFI para o período estudado. Observou-se que 6 (seis) empresas foram consideradas eficientes pelo Modelo CCR, em 2008 e 2009, já no Modelo BCC 16 (dezesseis) e 14 (catorze) atingiram o índice de eficiência, em 2008 e 2009, respectivamente. Destaque para as empresas Azevedo & Travassos, Engevix, Itambé Cimento e Supermix, consideradas eficientes nos dois anos pelos modelos aplicados. Além da classificação das empresas eficientes, identificou-se as melhorias necessárias para as empresas não eficientes e que a relação entre os índices de eficiência e os indicadores econômico-financeiros pode ser considerada moderada, pois constatou-se uma heterogeneidade entre os índices de eficiência e os indicadores econômico-financeiros. Palavras-chaves: Análise Envoltória de Dados. Setor de Construção Civil. Desempenho Econômico-Financeiro. ABSTRACT This study was realized to evaluate the economic and financial performance of companies in the construction industry in the years 2008 and 2009, through the Data Envelopment Analysis (DEA), in order to identify companies considered efficient, improvements to those not efficient and analyze issues related to traditional economic and financial indicators. This research can be classified as quantitative, as to the methodology, and descriptive in relation to their objectives. Used the DEA classic models, CCR and BCC, with orientation outputs, applied to the information on total capital and taxes and and salaries of employees - inputs -, and sales and net profits - outputs. To complement this analysis, sought to identify relationships between efficiency scores and indices of economic and financial liquidity, debt and profitability using Spearman Correlation. The sample consisted of 51 (fifty-one) companies that had information available in the database “Melhores e Maiores Exame-FIPECAFI” for the period studied. It was observed that 6 (six) companies were efficient for CCR Model in 2008 and 2009, in Model BCC 16 (sixteen) and 14 (fourteen) reached the efficiency index in 2008 and 2009, respectively. Stands companies Azevedo & Travassos, Engevix, Itambé Cimento and Supermix considered effective in two years by the models applied. Besides the classification of successful firms, identified the improvements needed for business is not efficient and that the relationship between the indices of efficiency and economicfinancial indicators can be considered moderate, because was observe a heterogeneity of the indices of efficiency and the economic and financial indicators. Keywords: Data Envelopment Analysis. Construction Industry. Economic and Financial Performance. LISTA DE ABREVIATURAS ABRAMAT Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção BBC/VRS Banker, Charnes e Cooper/Variable Returns to Scale BM&FBOVESPA Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção CCR/CRS Charnes, Cooper e Rhodes/Constant Returns to Scale DEA Data Envelopment Analisys - Análise Envoltória de Dados EG Endividamento Geral FGV Fundação Getúlio Vargas FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FIPECAFI Fundação Instituto de Pesquisa em Contabilidade, Atuariais e Finanças LC Liquidez Corrente LG Liquidez Geral LL Lucro Líquido ML Margem Líquida PCT Participação de Capital de Terceiros PL Patrimônio Líquido ROA Retorno do Ativo ROE Retorno do Patrimônio Líquido LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Posicionamento das DMUs em relação à fronteira de eficiência DEA-CCR-O no ano de 2008 ....................................... 97 Figura 2 Posicionamento das DMUs em relação à fronteira de eficiência DEA-CCR-O no ano de 2009. ...................................... 97 Figura 3 Posicionamento das DMUs em relação à fronteira de eficiência DEA-BCC-O no ano de 2008 ..................................... 110 Figura 4 Posicionamento das DMUs em relação à fronteira de eficiência DEA-BCC-O no ano de 2009 ..................................... 111 Gráfico 1 Composição da cadeia produtiva da construção civil em 2009..... 23 Gráfico 2 Empresas referências pelo modelo DEA-CCR-O em 2008. ....... 106 Gráfico 3 Empresas referências pelo modelo DEA-CCR-O em 2009. ....... 107 Gráfico 4 Empresas referências pelo modelo DEA-BCC-O em 2008 ........ 119 Gráfico 5 Empresas referências pelo modelo DEA-BCC-O em 2009 ........ 120 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Formulações matemáticas dos modelos clássicos da DEA ........... 50 Quadro 2 Empresas excluídas do estudo por insuficiência de dados ............ 60 Quadro 3 Características básicas das empresas componentes do estudo ...... 65 Quadro 4 Classificação dos índices de correlação ...................................... 121 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Classificação das empresas pelos ativos totais nos anos de 2008 e 2009 ................................................................................... 70 Tabela 2 Desempenho e variação das vendas nos anos de 2008 e 2009 ...... 73 Tabela 3 Desempenho e variação do lucro líquido legal nos anos de 2008 e 2009 ................................................................................... 76 Tabela 4 Índices de liquidez corrente (LC) nos anos de 2008 e 2009.......... 79 Tabela 5 Índices de liquidez geral (LG) nos anos de 2008 e 2009 .............. 81 Tabela 6 Índices de endividamento geral (EG) nos anos de 2008 e 2009.... 84 Tabela 7 Índices de participação de capital de terceiros (PCT) nos anos de 2008 e 2009 .............................................................................. 86 Tabela 8 Índices de margem líquida (ML) nos anos de 2008 e 2009 .......... 88 Tabela 9 Índices de rentabilidade do ativo (ROA) nos anos de 2008 e 2009............................................................................................... 90 Tabela 10 Índices de rentabilidade do patrimônio líquido (ROE) nos anos de 2008 e 2009 ...................................................................... 91 Tabela 11 Indicadores de eficiências pelo modelo DEA-CCR output utilizando dados econômico-financeiros absolutos nos anos de 2008 e 2009 ................................................................................... 95 Tabela 12 Alvos de melhoria pela DEA-CCR-O no ano de 2008 ................. 99 Tabela 13 Alvos de melhoria pela DEA-CCR-O no ano de 2009 ............... 103 Tabela 14 Indicadores de eficiências pelo modelo DEA-BCC output nos anos de 2008 e 2009 .................................................................... 109 Tabela 15 Alvos de melhoria pela DEA-BCC-O no ano de 2008 ............... 113 Tabela 16 Alvos de melhoria pela DEA-BCC-O no ano de 2009 ............... 116 Tabela 17 Correlações entre os índices de eficiências e os indicadores econômico-financeiros para 2008 e 2009.................................... 121 Tabela 18 Índices de eficiência e os indicadores de desempenho absolutos no ano de 2008 ............................................................ 124 Tabela 19 Índices de eficiência e os indicadores de desempenho absolutos no ano de 2009 ............................................................ 126 Tabela 20 Índices de eficiência e os índices de desempenho no ano de 2008............................................................................................. 129 Tabela 21 Índices de eficiência e os índices de desempenho no ano de 2009............................................................................................. 131 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 19 1.1 Contexto e justificativa .................................................................... 19 1.2 Problema de pesquisa....................................................................... 21 1.3 Objetivos ........................................................................................... 21 1.3.1 Objetivo geral ................................................................................... 21 1.3.2 Objetivos específicos......................................................................... 21 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................... 23 2.1 Setor de construção civil: aspectos gerais ...................................... 23 2.2 Avaliação do desempenho empresarial: os indicadores econômico-financeiros...................................................................... 27 2.2.1 Indicadores de desempenho financeiro .......................................... 31 2.2.1.1 Indicadores de liquidez .................................................................... 31 2.2.1.2 Indicadores de estrutura de capital e endividamento ................... 34 2.2.2 Indicadores de desempenho econômico.......................................... 38 2.2.2.1 Indicadores de atividade .................................................................. 38 2.2.2.2 Indicadores de lucratividade e rentabilidade................................. 40 2.2.3 Indicadores econômico-financeiro: considerações finais .............. 42 2.3 Análise envoltória de dados – DEA................................................. 43 3 METODOLOGIA ............................................................................ 53 3.1 Tipo de pesquisa ............................................................................... 53 3.2 A aplicação da análise envoltória de dados - DEA ........................ 54 3.2.1 Universo, amostra e variáveis.......................................................... 54 3.2.2 Amostra final do estudo ................................................................... 59 3.2.3 Modelos de análise envoltória de dados – DEA ............................. 60 3.3 Correlação de spearman .................................................................. 62 3.4 Processamento dos dados............................................................... 633 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................... 64 4.1 Apresentação e caracterização das empresas componentes do estudo................................................................................................. 64 4.2 Desempenho econômico-financeiro das empresas do setor de construção civil: uma análise descritiva ......................................... 68 4.2.1 Avaliação do desempenho econômico-financeiro absoluto........... 69 4.2.2 Desempenho econômico-financeiro por meio dos índices de liquidez, rentabilidade e endividamento......................................... 78 4.3 Eficiência econômico-financeira por meio da análise envoltória de dados - DEA ............................................................... 93 4.3.1 Análise da eficiência por meio de variáveis operacional, econômica e financeira absolutas: aplicando o modelo DEA de escala constante (CRS/CCR) ...................................................... 94 4.3.2 Análise da eficiência por meio de variáveis operacional, econômica e financeira absolutas: aplicando o modelo DEA de escala variável (BCC/VRS)....................................................... 107 4.4 Relações entre os índices de eficiência e os indicadores de desempenho econômico-financeiro ............................................... 121 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................... 134 REFERÊNCIAS ............................................................................. 137 ANEXOS ......................................................................................... 144 19 1 INTRODUÇÃO 1.1 Contexto e justificativa O setor de construção civil detém representatividade na economia brasileira, uma vez que movimenta uma quantia substancial do produto interno bruto – PIB e, ainda, atua na geração de empregos e com produtos estratégicos do ponto de vista social: infraestrutura e habitação. É um setor que possibilita a inclusão socioeconômica de pessoas desprovidas de qualificação profissional (BONIZIO, 2001). Ferreira e Theóphilo (2007, p. 49) dissertam que o setor de construção civil “atua como importante instrumento no desenvolvimento do país no que diz respeito aos enfoques social e econômico, pois possibilita melhorias na qualidade de vida dos cidadãos, enquanto moradia, ou disponibilizando oportunidades de trabalho em suas obras”. Considera-se que o desempenho favorável do setor da construção civil vem sendo observado nos últimos anos, passando a ser destaque entre os setores da economia que mais cresceram em 2008. Entende-se que “o seu papel é fundamental na consolidação da economia, intensificando o mercado interno, os investimentos para ampliação de oferta e gerando trabalho”. Isso o torna em “um dos setores-chave para promover políticas anticíclicas em momentos de crise internacional como a que atingiu o Brasil, especialmente no último trimestre de 2008 e início de 2009” (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - FIESP, 2009, p. 13). Sendo assim, os modelos de gestão por parte das empresas desse setor necessitam ser inovadas, principalmente utilizando ferramentas que as possibilite tomar decisões mais coerentes com o ambiente competitivo e com a alta complexidade nas quais se encontram. 20 De acordo com Nunes et al. (2008), uma tomada de decisão, em geral, deve estar fundamentada em uma grande variedade de indicadores e métricas de eficiência, que possa facilitar a avaliação final. O fornecimento de uma medida singular que leve em consideração multicritérios, torna necessária a utilização de ferramenta de consolidação de vetores de desempenho que seja capaz de prover métrica única com representatividade da complexidade das análises e direcione as empresas às melhores decisões (MACEDO; SANTOS; SILVA, 2009). Dessa forma, Nunes et al. (2008) sugerem a utilização da Análise Envoltória de Dados - DEA, que permite que se compare a eficiência de múltiplas empresas, com múltiplas entradas na busca de múltiplas saídas, com a identificação de eficientes e ineficientes, em termos relativos, para que se possa tomar a decisão mais coerente. Entende-se que o uso da DEA pelas empresas do setor de construção, principalmente, para avaliar o desempenho econômico-financeiro, pode auxiliálas a se manterem competitivas e analisar de uma forma multicriterial o desempenho organizacional. Visto que, a metodologia da DEA faz com que a decisão fique norteada por um único indicador construído por meio de várias abordagens de desempenho diferentes (MACEDO; SANTOS; SILVA, 2009). A DEA vem sendo utilizada em vários estudos para consolidar medidas de desempenho organizacional, destacando, as de natureza econômicofinanceira, dentre os quais podem ser apresentados: Kanesiro (2008), Kassai (2002), Macedo, Santos e Silva (2009), Nazareth (2009) e Vilela, Nagano e Merlo (2007). A utilização da DEA para auxiliar nas análises de desempenho econômico-financeiro é um tema que tem sido pesquisado em Administração, Contabilidade e Finanças, e esta pesquisa busca contribuir aplicando um modelo de avaliação à amostra setorial da construção civil. 21 Dessa forma, este estudo colabora com os esforços para a compreensão do tema avaliação do desempenho econômico-financeiro das empresas do setor de construção, por meio da Análise Envoltória de Dados - DEA. Ressaltando que as empresas que irão compor este estudo estão listadas na base de dados Melhores e Maiores da Revista Exame e Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), publicada pela revista, que apresenta uma classificação comparativa do desempenho de mais de 1.000 empresas nos últimos 10 (dez) anos. 1.2 Problema de pesquisa O problema de pesquisa é orientado pela seguinte questão: a) Qual o desempenho econômico-financeiro das empresas do setor de construção civil se analisadas pela Análise Envoltória de Dados DEA? 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral Avaliar o desempenho econômico-financeiro das empresas do setor de construção civil, listadas na Pesquisa Melhores e Maiores pela pesquisa ExameFIPECAFI, edição de 2009 e 2010, por meio da Análise Envoltória de Dados (DEA). 1.3.2 Objetivos específicos 22 a) Analisar e comparar os indicadores de desempenho econômicofinanceiro das empresas do setor de construção civil; b) Identificar qual (is) empresa (s) apresenta (m) melhor eficiência no uso dos recursos para o alcance dos resultados; c) Identificar as melhorias propostas para as empresas consideradas não eficientes; d) Verificar se há relação entre os scores de eficiências encontrados pela Análise Envoltória de Dados (DEA) e os indicadores econômico-financeiros das empresas componentes deste estudo. 23 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Setor de construção civil: aspectos gerais O setor de construção civil está ligado à construção, à demolição, à reforma, à ampliação de edificação ou a qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo, conforme exposto pela Secretaria da Receita Federal, no ato de Regularização de Obra de Construção Civil1. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção - ABRAMAT e Fundação Getúlio Vargas - FGV (2010) o setor de construção civil está dividido nas cadeias produtivas de Construção, Indústria de Materiais, Comércio de Materiais de Construção, Serviços, Máquina e Equipamentos para a Construção e Outros Fornecedores, conforme representa o Gráfico 1. Indústria de materiais 18,0% Comércio de materiais da cons trução 9,1% Serviços 7,7% Construção 61,2% Máquinas e equipamentos para a Construção 2,2% Outros fornecedores 1,7% Gráfico 1 Composição da cadeia produtiva da construção civil em 2009 Fonte: ABRAMAT e FGV (2010) 1 BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Regularização de obra de construção civil. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/Previdencia/ ConstrCivil.htm>. Acesso em: 10 jan. 2011. 24 A indústria da construção assume importância estratégica como propulsora da atividade econômica, principalmente devido ao volume de recursos que são movimentados, a extensa cadeia de fornecedores e à capacidade de geração de mão de obra, inclusive pessoas com baixo grau de escolaridade. Sua cadeia produtiva responde por aproximadamente 8,5% do PIB nacional e com 19,0 % do PIB da indústria (ABRAMAT; FGV, 2009). Considera-se que a disponibilidade de vagas de trabalho para grande número de pessoas com baixo nível de instrução atribua a esse setor considerável grau de destaque social. Ferreira e Theóphilo (2007) apontam esse setor como importante, tanto com enfoque social quanto econômico, que possibilita moradias ou oportunidades de trabalho em suas obras. Segundo Tavares (2008) o total de investimentos no setor brasileiro de construção civil não tem sido suficiente para atender à carência de moradia da população. O potencial de crescimento do setor, como um todo, é grande para os próximos anos, em decorrência não só do défice já existente, como da necessidade de acompanhar o ritmo de crescimento da população e do declínio da relação habitante por moradia. Entretanto, a existência do défice habitacional nas grandes cidades explica apenas parcialmente o crescimento desse mercado já que os lançamentos são voltados à classe média e alta nos centros urbanos. Permanece uma demanda não atendida nos segmentos de menor renda, com menor acesso ao crédito (TAVARES, 2008). Diversos fatores vêm impulsionando os investimentos do setor de construção nos últimos anos, no Brasil. Dentre os principais fatores conjunturais podem ser destacados, conforme FIESP (2009) e ABRAMAT e FGV (2010): a) controle da inflação; b) entrada de investidores estrangeiros através da BM&FBOVESPA; c) redução da taxa básica de juros; 25 d) programa de incentivos governamentais para moradia a pessoas de baixa renda; e) a organização da Copa do Mundo de Futebol para o ano de 2014 e f) a organização dos Jogos Olímpicos de 2016. Em relação às características inerentes às empresas do setor de construção, as mesmas apresentam peculiaridades que são típicas do setor. São apresentadas, a seguir, algumas características das empresas que compõem este setor, conforme Assaf Neto (2002), Ferreira e Theóphilo (2007) e Tavares (2008): a) são empresas produtoras de bens de elevado valor e que necessitam financiar seus clientes também no longo prazo, demandando, em consequência, fontes adequadas; b) estão inseridas em uma pequena parcela da economia que tem o ciclo operacional superior ao exercício social; c) há elevada variabilidade de margens de rentabilidade, pois cada obra difere das demais; d) os custos de produção, que abrangem os materiais e mão de obra, variam de acordo com a região; e) a quantidade e grau de especialização da mão de obra variam ao longo do processo produtivo; f) o processo de produção envolve muitas etapas diferenciadas, que devem obedecer a determinada sequência, no qual dificuldades em determinadas etapas podem comprometer as etapas seguintes. De acordo com Assaf Neto (2002, p. 338), no setor de construção “além do ciclo operacional maior, a relação entre um cliente e uma construtora que lhe 26 vendeu um imóvel residencial, por exemplo, pode ser mais longa ainda, pois a empresa costuma oferecer uma garantia de, no mínimo, cinco anos”. Em relação ao mercado de ações, a BM&FBOVESPA classifica, atualmente, 40 (quarenta) empresas no segmento de construção, que é um setor considerado conservador por estudiosos, justamente porque a maioria das empresas ainda é de capital fechado e de caráter familiar (TAVARES, 2008). Entende-se que a apropriação dos lucros nas empresas de construção se configura com base nas habilidades profissionais, estética do design e propaganda, mais do que no desenvolvimento de vantagens tecnológicas, sejam elas industriais ou de gestão. A trajetória tecnológica nesse setor é definida, basicamente, com o objetivo de diminuir custos (REZENDE; ABIKO, 2004). Conforme Abiko (2003) os aspectos que interferem no setor da construção civil são: a) a cultura, pois dificulta avanços gerenciais nas empresas; b) a concorrência predatória entre projetistas (empresas versus profissionais menos habilitados); c) a falta de continuidade de obras, fazendo com que o investimento em qualificação se perca; d) a informalidade, considerado como o maior problema, pois considera-se que seja impossível competir com ela. Enfim, trata-se de um setor altamente carente de monitoramento do processo construtivo e gerencial. A identificação das potenciais melhorias e a atenção ao desempenho das empresas do setor possibilitariam maiores condições de competitividade às mesmas. Dessa forma, a utilização de ferramentas que permitam ter informações para tomada de decisões mais coerentes se torna relevante. 27 2.2 Avaliação do desempenho empresarial: os indicadores econômicofinanceiros A avaliação do desempenho, conforme abordado por Macedo, Santos e Silva (2009), é uma das vertentes que tem direcionado a atuação das empresas, influenciadas pelo contexto competitivo em que se encontram os mercados mundial e nacional. Por meio dessa avaliação, os gestores são capazes de planejar, orientar, comparar e corrigir os caminhos que a organização está traçando para alcançar seus objetivos, dentre os quais estão: manter a continuidade da empresa, credibilidade perante os investidores e credores e retorno aos acionistas e/ou sócios. Desta forma, a análise de desempenho se apresenta como uma ferramenta “fundamental para a sobrevivência da organização num ambiente competitivo” (MACEDO; SANTOS; SILVA, 2009, p. 2). Kassai (2002, p. 35) disserta que “a avaliação de desempenho empresarial está relacionada à verificação do cumprimento de obrigações por parte dos administradores responsáveis pelo gerenciamento da empresa”. Considera-se que a avaliação de desempenho é um procedimento de quantificar a eficácia e a eficiência de ações que foram empregadas em determinada situação pelas organizações, por meio da obtenção, coleta, classificação, análise, interpretação e disseminação de dados e informações adequados (NEELY, 1998). Busca-se, por meio da avaliação do desempenho, fornecer informações e direcionamentos relevantes para que medidas de prevenção e/ou correção sejam efetuadas. “Como o progresso da empresa é monitorado através destes sistemas, seus eventuais erros são corrigidos, aumentando as possibilidades de que estas conquistem suas metas e objetivos” (MACEDO; SANTOS; SILVA, 2009, p. 3). No entanto, a análise do desempenho empresarial “é sempre algo passivo de muitas discussões. Questionamentos de quais indicadores utilizar, e 28 como consolidá-los de forma a estabelecer um critério justo de avaliação da performance estão presentes em vários estudos e no dia-a-dia das empresas” (MACEDO; SANTOS; SILVA, 2009, p. 2). Segundo Miltersteiner (2003), por meio de uma apreciação inicial das demonstrações financeiras, obtém-se o ponto de partida para análises de desempenho futuro e mais consistente das empresas, servindo como instrumento fundamental para estruturar e planejar as atividades a serem desenvolvidas. O autor considera, também, que para os interessados, as demonstrações financeiras possibilitam informações e o conhecimento da situação econômico-financeira de determinada empresa, pois os mesmos podem verificar a capacidade de liquidez, rentabilidade e estrutura de capital da organização. Para a avaliação de desempenho empresarial, por meio das demonstrações financeiras, segundo Kanesiro (2008, p. 34), existem dois tipos de indicadores de desempenho, os absolutos e os relativos ou índices. O primeiro grupo de indicadores compreende as medidas absolutas, financeiras ou não financeiras como, por exemplo, o lucro (indicador financeiro) e o volume de vendas (não financeiro). O segundo grupo compreende os indicadores relativos ou índices, representa o resultado da comparação de medidas. De acordo com Matarazzo (2008, p. 148), “o índice é a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa”, e sua utilização para a medição do desempenho dos negócios não é nova e são utilizados nas análises das demonstrações financeiras (SILVA, 2005). Corroborando, Perez Júnior e Begalli (1999) e Silva (2005) entendem que um dos principais instrumentos para avaliar aspectos de desempenho passado, presente e futuro, que se encaixa no processo de tomada de decisões, é 29 a análise dos indicadores econômico-financeiros, calculados por meio das informações contábeis, extraídas das demonstrações financeiras. Gitman (1997) reforça essa perspectiva e assegura, ainda, que a análise de indicadores econômico-financeiros é empregada na comparação do desempenho e da situação de uma empresa com outras empresas, ou consigo mesma, em uma análise com diferentes períodos. Observa-se que as empresas apresentam as suas avaliações de desempenho focadas em indicadores econômico-financeiros, extraídos das demonstrações financeiras elaboradas e divulgadas, pois os investidores, acionistas, mercado financeiro utilizam desses mesmos indicadores para uma avaliação prévia da organização para direcionar recursos. Quando se busca informações sobre análise ou avaliação de desempenho nos sites empresariais, encontra-se, sempre, informações relacionadas aos indicadores econômicofinanceiros, sejam eles índices ou valores absolutos (ativos totais, receitas, por exemplo) (MARION, 2009; SILVA, 2005). Em relação à avaliação por indicadores não-financeiros, estes são mais utilizados no contexto gerencial das empresas, buscando aprimorar desempenho global, ou seja, determinam uma melhoria, também, nos indicadores econômicofinanceiros, já que estes se relacionam (SILVA, 2008). Vale ressaltar que, conforme Assaf Neto (2002), o modo como os indicadores são utilizados envolve particularidades do analista, destacando que, além do conhecimento técnico, a experiência e o discernimento que o mesmo achar necessário para a avaliação a ser realizada. E, complementando esse posicionamento, verifica-se na literatura que os indicadores econômico-financeiros podem ser apresentados em diversas maneiras de agrupamentos ou classificações, dependendo de cada analista, pois cada um pode ter uma linha de direcionamento de avaliação de desempenho (PADOVEZE; BENEDICTO, 2007; SILVA, 2005). 30 Marion (2009, p. 1) expõe que “só teremos condições de conhecer a situação econômico-financeira de uma empresa por meio dos três pontos fundamentais de análise: Liquidez (situação financeira), Rentabilidade (situação econômica) e Endividamento (estrutura de capital)”. Marion (2009) considera esses pontos como o tripé de análise da situação econômico-financeira, permitindo avaliar se o desempenho das empresas se apresenta satisfatório ou insatisfatório. Já a classificação dos índices apresentada por Matarazzo (2008) é: a) Situação financeira: liquidez e estrutura de capital; b) Situação econômica: rentabilidade. Verifica-se uma similaridade nas classificações de Marion (2009) e Matarazzo (2008). Gitman (1997) classifica no âmbito da situação econômica, os indicadores de atividade, os quais Silva (2005) considera ao analisar o desempenho por meio dos índices de retorno. Destaca-se que os índices de liquidez e de estrutura de capital avaliam, essencialmente, o risco da empresa de não cumprir com seus compromissos juntos aos seus credores. Já os índices de rentabilidade, juntamente com o de atividade, avaliam retorno que um investimento pode proporcionar, seja para a empresa ou investidores. Em uma análise de curto prazo, as informações importantes estão relacionadas à liquidez e atividade. Em relação aos índices de estrutura e rentabilidade, estes possibilitam uma avaliação mais crítica sobre as operações das empresas e direcionam tomadas de decisões mais complexas que podem abranger desde o curto ao longo prazo (GITMAN, 1997). Dessa forma, serão apresentados, a seguir, os principais índices econômico-financeiros, que auxiliam na avaliação do desempenho empresarial, 31 relacionados à liquidez, estrutura de capital e endividamento e rentabilidade e atividade. 2.2.1 Indicadores de desempenho financeiro 2.2.1.1 Indicadores de liquidez Os indicadores de liquidez representam a situação financeira de uma empresa diante de seus diversos compromissos de pagamentos. Os índices de liquidez “mostram a base da situação financeira da empresa” (MATARAZZO, 2008, p. 163). E, também, “visam fornecer uma medida, ou melhor, um indicador da capacidade da empresa de pagar suas dívidas, a partir da comparação entre outros direitos realizáveis e as exigibilidades” (SILVA, 2005, p. 308). Conforme já mencionado anteriormente, a medição da liquidez está relacionada a condições de risco proporcionado pela empresa. São apresentados, a seguir, os índices de liquidez, conforme encontrado em Assaf Neto (2002), Iudícibus (2010), Marion (2009), Matarazzo (2008) e Silva (2005). a) Liquidez Imediata (LI): representa o valor de quanto uma empresa dispõe imediatamente para liquidar as suas obrigações de curto prazo. Nesse índice, tem-se uma perspectiva altamente conservadora, pois “a composição etária do numerador e denominador é completamente distinta. No numerador temos fundos imediatamente disponíveis. No denominador, dívidas que, embora de curto prazo vencerão em 30, 60, 90, 180 e até 365 dias” (IUDICIBUS, 2010, p. 94). Por isso, alguns autores desconsideram 32 esse indicador para as análises. Para esse índice, dispõe-se da seguinte fórmula: Liquidez Imediata = b) Disponibilidades Passivo Circulante (PC) Liquidez Corrente (LC): indica quanto a empresa dispõe em recursos monetários imediatos mais bens e direitos realizáveis no curto prazo, neste caso há uma comparação com as dívidas que devem ser pagas no mesmo período (SILVA, 2005). A sua fórmula é representada pela divisão do Ativo Circulante (AC) pelo Passivo Circulante (PC). “É um índice muito divulgado e frequentemente considerado como o melhor indicador da situação de liquidez da empresa” (IUDICIBUS, 2010, p. 94). Silva (2005) expõe que, em condições de manutenção dos demais fatores que são inerentes à empresa, quanto maior for o indicador encontrado, melhor será o resultado visto sob a perspectiva de risco na cobertura das dívidas de curto prazo, que é encontrado pela fórmula: Liquidez Corrente = c) Ativo Circulante (AC) Passivo Circulante (PC) Liquidez Seca (LS): expressa a possibilidade de saldar as obrigações de curto prazo, passivo circulante (PC), por meio da utilização dos recursos de maior liquidez do ativo circulante (ASSAF NETO, 2002). Segundo Marion (2009, p. 77), “o banqueiro gosta muito desse índice, porque eliminam os estoques”, pertencentes ao ativo circulante (AC), tornando-o um indicador 33 mais conservador, quando comparado à Liquidez Corrente, como se observa na fórmula de cálculo: Liquidez Seca = d) Ativo Circulante (AC) – Estoques Passivo Circulante (PC) Liquidez Geral (LG): expressa a capacidade de pagamento da empresa, tanto a curto quanto em longo prazo, relacionando tudo o que a empresa pode converter em dinheiro com tudo o que assumiu de obrigações (MARION, 2009). É utilizado para avaliar a situação financeira, quanto à liquidez, de longo prazo da empresa. Entendese que, quanto maior o indicador obtido, melhor é o grau de liquidez da empresa, que é expressa pela fórmula: Liquidez Geral = Ativo Circulante (AC) + Realizável a Longo Prazo (RLP) Passivo Circulante (PC) + Exigível a Longo Prazo (ELP) Observa-se que os índices de liquidez “completam-se entre si e permitem ao analista certo aprofundamento no exame do risco da empresa. São parâmetros cuja observação é necessária, mas não suficientes para a conclusão acerca da robustez financeira da empresa” (SILVA, 2005, p. 317). Por isso, vale ressaltar, nesse tópico, o Capital Circulante Líquido (CCL), também conhecido como Capital de Giro Líquido, que é um indicador de desempenho financeiro que pode auxiliar na compreensão dos índices de liquidez das empresas, no entanto é representado por valor absoluto. O CCL é composto por uma medida estática de folga financeira que a empresa apresenta para liquidar seus compromissos de curto prazo (MATARAZZO, 2008). Este indicador é representado pela diferença entre o Ativo Circulante (AC) e o Passivo Circulante (PC): 34 Capital Circulante Líquido (CCL) = Ativo Circulante (AC) – Passivo Circulante (PC) Complementando, Santi Filho e Olinquevitch (2004, p.111) abordam que “o conceito de capital de giro é igual ao conceito de capital circulante líquido (Ativo Circulante – Passivo Circulante)”, apresentando similaridades ao conceito norte-americano de capital de giro. Os autores abordam, também, que na literatura brasileira é possível encontrar um conceito de capital de giro mais preciso e que assume de formas mais adequadas para serem trabalhadas no processo de gestão (SANTI FILHO; OLINQUEVITCH, 2004). Considera-se que, se o CCL for positivo (AC > PC) a empresa possui bens e direitos realizáveis em dinheiro no curto prazo, sendo suficientes para quitar suas exigibilidades nesse mesmo prazo. Nessa situação, a sua posição financeira poderá ser dada como satisfatória, uma vez que terá disponibilidades para aplicar nas operações ativas da empresa. O CCL está fortemente relacionado com o Índice de Liquidez Corrente (ASSAF NETO, 2002). Portanto, os indicadores de liquidez envolvem a situação financeira das empresas, permitindo avaliar e conhecer seu desempenho medindo sua condição de pagamento, tanto no curto e no longo prazo. A utilização dos índices de liquidez possibilita mensurar o que foi realizado no passado e projetar tendências futuras. 2.2.1.2 Indicadores de estrutura de capital e endividamento A avaliação da estrutura de capital das empresas está relacionada à mensuração das formas de financiamento que a mesma utiliza para realizar as suas atividades. “A estrutura de capitais de uma empresa envolve a composição de suas fontes de financiamento. Os fundos aplicados em ativos (circulantes e 35 não circulantes) são provenientes dos proprietários da empresa ou de terceiros” (SILVA, 2005, p. 285). Os indicadores de estrutura de capital estão ligados com as decisões financeiras de financiamento e investimento. Os índices que compõem esse grupo, que serão apresentados, são: Participação de Capitais de Terceiros, Composição do Endividamento, Endividamento Geral, Imobilização do Patrimônio Líquido ou Imobilização do Capital Próprio e Imobilização dos Recursos Não Correntes (GITMAN, 1997; IUBICIBUS, 2010; MATARAZZO, 2008; SILVA, 2005). a) Índice de Participação de Capitais de Terceiros: representa o percentual de capital de terceiros (passivo circulante + passivo não circulante), as exigibilidades, em relação ao capital próprio (patrimônio líquido), indicando a dependência da empresa em relação aos recursos de terceiros (SILVA, 2005). Avalia a dimensão do total de ativos financiados pelos credores da empresa, sendo calculado pela seguinte fórmula: Participação de Capital de Terceiros (PCT): Capital de Terceiros (CT) x 100 Patrimônio Líquido (PL) Matarazzo (2008) disserta que quanto maior esse índice, maior será o montante de recursos de terceiros empregados na empresa e que a avaliação da participação de capital de terceiros é uma análise rigorosamente financeira, pois é possível visualizar o risco de insolvência e não a relação lucro-prejuízo. Porém, o autor ressalta que a falência não é exclusividade do endividamento, porque outros fatores, tal como a má gestão, interferem nesse processo. Iudícibus (2010, p. 98) menciona que o índice de participação de capitais de terceiros pode ser avaliado sobre os recursos totais, que é “(também 36 conhecido por Deb Ratio), de grande relevância, pois relaciona o Exigível Total (capitais de terceiros) com os Fundos Totais Providos (por capitais próprios e capitais de terceiros)”: Participação de Capital de Terceiros: CT x 100 Sobre os Recursos Totais PL + CT b) Índice de Composição de Endividamento (CE): indica o percentual de dívidas, exigibilidades, de curto prazo em relação às dívidas totais, exigibilidades totais, conforme a fórmula de cálculo (MATARAZZO, 2008): Composição de Endividamento (CE): Passivo Circulante (PC) x 100 Capital de Terceiros (CT) Entende-se que o endividamento necessita ser benéfico para não colocar em risco a estrutura de ativos da empresa. Por exemplo, quando uma empresa busca expansão, o endividamento de longo prazo é o mais recomendável, pois a expansão leva um determinado tempo para gerar recursos. O endividamento de longo prazo permite que o uso do recurso de terceiros, sendo aplicado coerentemente, possibilite a geração de receitas para pagamentos da dívida e obtenção de lucros. c) Índice de Endividamento Geral (EG): expressa o montante de capital de terceiros que está sendo usado na tentativa de gerar resultados futuros positivos, lucros. Quanto menor o índice (próximo de zero), melhor é a situação da empresa, analisado sob a perspectiva de risco na cobertura do capital de terceiros. Usa-se a seguinte fórmula para calcular: 37 Endividamento Geral (EG) = Capital de Terceiros Ativo Total De acordo com Gitman (1997, p. 117), “o índice de endividamento geral mede a proporção dos ativos totais da empresa financiada pelos credores”. d) Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL): representa quanto do patrimônio líquido de uma empresa está aplicado em ativos de caráter permanente, que é a soma dos ativos Imobilizado, Investimentos e Intangível. Avaliando, na visão do risco empresarial, a interpretação desse índice é de “quanto maior, pior, mantidos constantes os demais fatores” (SILVA, 2005, p. 290-291). Esse índice é obtido pela fórmula: Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL): Ativo C. Permanente x 100 Patrimônio Líquido e) Índice de Imobilização dos Recursos Não Correntes (IRNC): possibilita verificar que percentual de recursos não correntes, patrimônio líquido e passivo não circulante (exigível de longo prazo), a empresa aplicou em ativos de caráter permanente (MATARAZZO, 2008). Encontra-se esse índice pelo cálculo da fórmula: Imobilização dos Recursos: Ativo de Caráter Permanente x 100 Não Correntes Patrimônio Líquido + Passivo Não Circulante Matarazzo (2008, p. 160) considera que ativos de caráter permanente (Imobilizado, Investimentos e Ativo Intangível) “têm vida útil que pode ser de 2, 5, 10 ou 50 anos. Assim não é necessário financiar todo Imobilizado com 38 recursos próprios. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo”. No entanto, o mesmo autor pondera que isso seja realizado “desde que o prazo seja compatível com o de duração do Imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo” (MATARAZZO, 2008, p. 160). Em relação à estrutura de capital e endividamento, Schrickel (1999, p. 317) considera que “é fundamental que toda e qualquer empresa mantenha seu endividamento oneroso em níveis prudentes e gerenciáveis”. Entende que as iniciativas devem ser precedidas de correspondentes reflexões sobre o impacto que as decisões estratégicas terão sobre a estrutura financeira da empresa. Por meio da avaliação da estrutura de capital e endividamento o analista adquire alternativas de fazer considerações sobre o desempenho e a perceptibilidade na gestão da empresa, ajustando determinada quantia de capitais de terceiros, as exigibilidades, com recursos próprios e o patrimônio liquido. E, ainda, concomitantemente, adotando medidas eficientes e eficazes para resolver desequilíbrios econômico-financeiros contingências, no intuito de que, em momento posterior, será possível reduzir a dependência de capital de terceiros, se houver conveniência e permitir a empresa alcançar melhor resultado (SCHRICKEL, 1999). 2.2.2 Indicadores de desempenho econômico 2.2.2.1 Indicadores de Atividade Os índices de atividade, segundo Gitman (1997, p. 112), são utilizados “para medir a rapidez com que algumas contas são convertidas em caixa”. Considera-se que esses índices são relevantes por representarem relações dinâmicas, que influenciam a liquidez e a rentabilidade dos empreendimentos 39 (IUDICIBUS, 2010). Utilizam-se os seguintes índices no intuito de avaliar a atividade empresarial: a) Giro dos Estoques (GE): indica a quantidade de vezes que o estoque se renovou durante certo intervalo de tempo, medindo a atividade ou liquidez dos estoques da empresa. É mais expressivo somente comparado ao de outras empresas pertencentes ao mesmo setor de atividade. Esse índice, quando dividido por 365 (número aproximado de dias do ano), resulta no número médio de dias de venda que a empresa tem em estoque (GITMAN, 1997). Giro dos Estoques = Custos dos Produtos Vendidos (CPV) Estoques (médio) b) Giro do Ativo Permanente (GAP) – Este quociente mede a eficiência com a qual a empresa utiliza seus ativos permanentes para proporcionar a geração de receitas (NEVES; VICECONTI, 2004). GAP = Receita Líquida Ativo Imobilizado (médio) c) Giro do Ativo Total (GAT) - indica a eficiência com a qual a empresa usa todos os seus ativos para gerar receitas (GITMAN, 1997, p. 115). Geralmente, quanto maior o valor absoluto deste índice, mais eficientemente a empresa parece utilizar os seus ativos. O giro do ativo total pode ser calculado como: 40 GAT = Receita Líquida Ativo Total (médio) 2.2.2.2 Indicadores de lucratividade e rentabilidade Os índices de lucratividade compõem a avaliação do desempenho da empresa, permitindo, ao analista, avaliar os lucros da empresa em confronto com um dado nível de vendas (GITMAN, 1997, p. 120). Outros indicadores de rentabilidade, também, compõem a avaliação do desempenho econômico da empresa. Representa a relação entre o resultado do exercício alcançado e os elementos utilizados para a geração desse resultado, tais como capital próprio investido e ativos, principalmente. O retorno sobre investimento (ROI), no Brasil, é pouco utilizado devido à maior facilidade de se utilizar o retorno sobre o ativo (ROA) e, por isso, não será apresentado. a) Retorno sobre Vendas (ROS): a margem bruta, operacional e líquida são alguns dos indicadores que melhor expressam a lucratividade da empresa, estando relacionada ao retorno sobre as vendas, do inglês Returno on Sales (ROS): • Margem Bruta (MB): indica qual o percentual da receita de vendas ou serviços, corresponde ao lucro bruto do empreendimento. Sua fórmula é representada pela seguinte equação: MB = Lucro Bruto Receita Líquida • Margem Operacional (MO): A margem operacional expressa o quanto da receita operacional é convertida em lucro operacional, 41 ou seja, deduzidas da receita operacional apenas os custos e as despesas operacionais. Ela representa o ganho puro das operações, já que não estão consideradas as receitas e despesas não operacionais, as receitas e despesas financeiras e os impostos sobre o lucro. A fórmula que representa esse indicador é: MO = Lucro Operacional Receita Líquida • Margem Líquida (ML): mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou, após a dedução de todas as despesas, inclusive o imposto de renda (GITMAN, 1997, p. 122). Pode ser calculado como: ML = Lucro Líquido Receita Líquida b) Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE): do inglês Return on Equity, mede o retorno obtido sobre o investimento efetuado pelos proprietários da empresa (MATARAZZO, 2008). É calculado por meio da seguinte fórmula: ROE = Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido Segundo Matarazzo (2008, p. 181), o papel do índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa de rentabilidade do 42 Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no mercado, como a Caderneta de Poupança, CDBs, Letras de Câmbio, Ações, Aluguéis, Fundos de Investimento, etc. Com isso se pode avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções. c) Retorno sobre o Ativo (ROA): A sigla ROA é originaria do inglês Return on Assets. “A taxa de retorno sobre o ativo líquido é um dos indicadores mais importantes da eficiência dos negócios de uma empresa, pois mostra quanto a empresa lucra para cada real investido” (MATARAZZO, 2008, p. 178). ROA = Lucro Líquido x 100 Ativo Total 2.2.3 Indicadores econômico-financeiros: considerações finais Considera-se que o procedimento de avaliar o desempenho das organizações por meio dos indicadores econômico-financeiros é o mais usual, pois aborda as diversas perspectivas da empresa, apesar das suas limitações, por ser um instrumento visto como limitado e não existir consenso sobre a melhor forma de ponderar essas medidas de desempenho econômico-financeiro. Sendo assim, Matarazzo (2008) e Silva (2005) consideram como necessário, que em benefício da própria análise econômico-financeira, que determinados instrumentos quantitativos sejam utilizados no sentido de auxiliar a utilização dos resultados desta análise no processo de tomada de decisão. Dessa forma, para avaliar o desempenho econômico-financeiro do setor de construção civil, será aplicada a técnica Análise por Envoltória de Dados (DEA), que consiste em um método cuja concepção identifica as empresas detentoras das melhores práticas que servem de referência dentro de um 43 determinado segmento de atividade, ou seja, estabelece um “índice relativo” que serve de comparação (referência). Método este que não descarta as análises relacionadas ao desempenho econômico-financeiro, mencionados acima, e sim pode apoiar essas informações, complementado a análise (KANESIRO, 2008). 2.3 Análise envoltória de dados – DEA A busca por eficácia e eficiência nas organizações está fortemente correlacionada ao desenvolvimento, expansão e globalização dos negócios. A competitividade é avaliada como um dos fatores proeminente pela objetivação constante de se ter a eficácia e eficiência, no contexto mais recente, relacionadas a todos os processos e decisões organizacionais. No contexto competitivo não é necessário apenas atingir o resultado - ser eficaz -, se faz necessário alcançar o resultado da melhor forma possível – ser eficiente (KASSAI, 2002; NAZARETH, 2009). No âmbito das ciências administrativas, a eficiência se prende à análise sistêmica do desempenho das organizações, ou seja, se a organização está utilizando os seus recursos (insumos) para alcançar o seu melhor resultado (produto). Ohira e Shirota (2005) abordam que na impossibilidade de existir uma forma alternativa de se otimizar uma produção (alcance de um resultado), empregando uma menor quantidade de insumos (recursos), pode-se determinar que houve o alcance da eficiência. Dessa forma, surge a técnica de análise Data Envelopment Analysis (DEA), no intuito de ser um instrumento de avaliação da eficiência, atualmente, utilizada nos mais diversos objetos de estudo no Brasil, como se pode observar em: Barbosa e Macedo (2009), Ferreira (2005), Kassai (2002), Macedo e Cavalcante (2009), Macedo, Corrar e Siqueira (2009), Mesquita e Macedo (2009), Nazareth (2009), Rafaeli (2009), Silva et al. (2009), Souza e Macedo 44 (2009), Vilela, Nagano e Merlo (2007), dentre outros. Ferreira (2005) destaca que a DEA é empregada em diversas pesquisas, envolvendo diferentes áreas do conhecimento e conclui que, nas ciências sociais aplicadas, esta metodologia vem auxiliando para analisar diferentes fenômenos. Considera-se que, o marco inicial dos estudos sobre DEA pode ser encontrado em Farrell (1957), que propôs um modelo empírico para eficiência relativa em oposição ao modelo de produção funcional teórico para eficiência. Ele sugeriu que era melhor determinar uma medida de eficiência de uma organização, comparando-a com o melhor nível de eficiência até então observado, desconsiderando a comparação com algum ‘ideal inatingível’. Com base na avaliação da eficiência proposta por Farrell (1957), que considerou um único insumo e um único produto, Charnes, Cooper e Rhodes (1978) iniciaram o estudo da abordagem não paramétrica para análise de eficiência com múltiplos insumos (inputs) e múltiplos produtos (outputs), denominada Data Envelopment Analysis (DEA), ou Análise Envoltória de Dados (VILELA; NAGANO; MERLO, 2007, p. 118). Para Gattoufi et al. (2004) e Rafaeli (2009) o estudo de Charnes, Cooper e Rhodes (1978), no qual o modelo aplicado utilizara técnicas de pesquisa operacional, não paramétrica e de otimização da programação linear matemática, complementa as ideias de Farrell (1957) - que introduziu um método de fronteira convexa não-paramétrico em análise de eficiência -, ao dar mais precisão prática ao método de análise. Considera-se que Charnes, Cooper e Rhodes (1978) “desenvolveram o primeiro modelo DEA, conhecido como CCR, em referência às iniciais de seus autores, ou ainda CRS, do inglês Constant Returns to Scale”, e foram esses autores que introduziram “o termo Data Envelopment Analysis, traduzido para o 45 português como Análise Envoltória de Dados”. Para Charnes, Cooper e Rhodes (1978), o objetivo do método de análise é medir a eficiência da utilização de recursos qualquer que seja a combinação dos mesmos ou tecnologias adotadas (RAFAELI, 2009, p. 48). Conforme Adler, Friedman e Sinuany-Stern (2002), a DEA pode ser descrita como um programa linear, resolvido sem muitas dificuldades, no qual se determina “n” programas, um para cada DMU (Decision Making Units). Rafaeli (2009, p. 50) expõe que: na concepção de Charnes, Cooper e Rhodes (1981), a função descrita por esse programa linear é denominada como inter-envelope, uma vez que envelopa as demais funções do conjunto. Desse modo, o nome Data Envelopment Analysis surge da aplicação desse conceito aplicado a dados observacionais usados para estabelecer as fronteiras de eficiência por meio desses procedimentos de envelopamento. Portanto, a DEA é uma técnica de análise de eficiência fundamentada em programação linear, com a finalidade de medir o “desempenho de unidades operacionais ou tomadoras de decisão (DMU)”, já que quando são utilizadas múltiplas entradas (inputs) e múltiplas saídas (outpus) torna-se difícil realizar comparações (LINS; MEZA, 2000). Corroborando, Macedo e Bengio (2003, p. 6) entendem que “a Análise Envoltória de Dados (DEA) envolve o uso de métodos de programação linear para construir uma fronteira não-paramétrica sobre os dados. Medidas de eficiência são calculadas em relação a sua fronteira”. A pressuposição fundamental na técnica DEA é que, se uma dada DMU “A” é capaz de produzir Y(A) unidades de produto, utilizando X(A) unidades de insumos, então outras DMUs poderiam também fazer o mesmo, caso elas estejam operando eficientemente. De forma similar, se uma DMU “B” é capaz de 46 produzir Y(B) unidades de produto, utilizando X(B) de insumos, então outras DMUs poderiam ser capazes de realizar o mesmo esquema de produção. Caso as DMUs “A” e “B”sejam eficientes, elas poderiam ser combinadas para formar uma DMU composta, isto é, que utiliza uma combinação de insumos para produzir uma combinação de produtos. Desde que esta DMU composta não necessariamente existe, ela é denominada DMU virtual. A análise DEA consiste em encontrar a melhor DMU virtual para cada DMU da amostra. Caso a DMU virtual seja melhor do que a DMU original, ou por produzir mais com a mesma quantidade de insumos, ou produzir a mesma quantidade usando menos insumos, a DMU original será ineficiente (CASADO, 2007, p. 59-71). Conforme os autores Lins e Meza (2000 citado por MACEDO; SANTOS; SILVA, 2009, p. 4), a DEA é uma metodologia que fornece “uma medida de desempenho capaz de comparar a eficiência de várias unidades similares mediante a consideração explícita do uso de suas múltiplas entradas para a produção de múltiplas saídas”. Deste modo, essa técnica permite que uma tomada de decisão seja norteada por meio de um indicador gerado de várias abordagens de desempenhos distintas (MACEDO; SANTOS; SILVA, 2009). A DEA objetiva avaliar resultados de unidades e identificar resultados eficientes entre uma lista de potenciais candidatos, as DMUs (MACEDO; SANTOS; SILVA, 2009; RAFAELI, 2009). A DEA constrói um conjunto de referência, admitindo classificar as DMUs em eficientes ou ineficientes, sendo a superfície formada por esse conjunto o referencial (MELLO et al., 2005). “As unidades eficientes são localizadas sobre a fronteira enquanto as ineficientes localizam-se abaixo” (ALMEIDA; MARIANO; REBELATTO, 2007, p. 2). O resultado do método DEA é a determinação de uma superfície envelope ou fronteira ParetoEficiente. As DMUs que repousam sobre a superfície determinam o envelope e são consideradas eficientes, enquanto as outras são consideradas ineficientes (VASCONCELLOS; CANEN; LINS, 2006. p. 54). 47 Deste modo, a eficiência de uma empresa, com múltiplos insumos e produtos, parte do pressuposto de estabelecer dentre as empresas avaliadas uma superfície limite, no qual as empresas mais eficientes se situem sobre esta (fronteira), enquanto as menos eficientes se localizam abaixo dessa. De alguma forma, sobre a superfície de referência, a relação “insumos/produtos” deve ser a maior possível dentre aquelas observadas, ou seja, as empresas que ali estão alcançaram o ponto ótimo. Assim, o nível de ineficiência de uma empresa, do grupo analisado, pode ser medido como a distância do seu vetor “insumo/produto” até a superfície de referência (KANESIRO, 2008; MACEDO; BENGIO, 2003). Ainda, de acordo com Vasconcellos, Canen e Lins (2006), utilizando a DEA é possível realizar comparações entre organizações que se encontram em um mesmo cenário, de modo a aproximar o máximo da realidade que essas organizações estão inseridas. Esse método não indica apenas a posição das organizações (DMUs) eficientes e ineficientes, mas fornece um parâmetro para uma melhora no desempenho das empresas ineficientes, facilitando a visualização de quanto essas empresas devem evoluir para alcançar o desempenho das organizações benchmarking2 do mercado. A metodologia por análise envoltória tem demonstrado ser um instrumento relevante para o benchmarking na identificação das fronteiras eficientes, uma vez que o método é focado em observações de práticas operacionais de uma amostragem de unidades comparáveis, em que as unidades apontadas como referências apresentam um maior apelo prático e funcionam de maneira mais abrangente do que padrões normativos de engenharia (VASCONCELLOS; CANEN; LINS, 2006). 2 Benchmarking é um processo contínuo e sistemático para avaliar produtos, serviços e processos de trabalho de organizações que são reconhecidas como representantes das melhores práticas, com a finalidade de melhoria organizacional (SPENDOLINI, 1994, citado por VASCONCELLOS et al., 2006, p. 52). 48 Macedo, Santos e Silva (2009), expõem que o conjunto de referência que pode ser usado como benchmarking na melhoria do desempenho das unidades menos eficientes é um dos maiores benefícios do uso da DEA. Estes benchmarks indicam o que precisa ser modificado nos inputs e outputs e como melhorá-los para transformar unidades ineficientes em eficientes. A DEA representa uma das mais adequadas ferramentas para avaliar a eficiência, em comparação com ferramentas convencionais, pois os resultados da DEA apresentam particularidades que não são obtidos em outras abordagens que analisam eficiência, servindo melhor ao embasamento de recomendações de natureza gerencial (MACEDO; SANTOS; SILVA, 2009). Barros e Garcia (2006), no estudo que desenvolvem sobre eficiência de empresas de gerenciamento de fundos de pensão em Portugal, apontam que a DEA é uma metodologia apta a permitir que uma equipe de gestores tenha a capacidade de se basear nas unidades de decisão que alcançaram melhores práticas, utilizando-as como direcionadoras e estimadoras para a melhoria potencial que pode ser realizada pelas unidades ineficientes. Os autores, também, consideraram a DEA como um instrumento que possui a capacidade de combinar várias medidas de desempenho em um índice expressivo de produtividade, podendo colaborar na gestão das unidades organizacionais rumo ao alcance dos objetivos traçados. Conforme observado em Macedo e Bengio (2003), Min e Foo (2006) e Vasconcellos, Canen e Lins (2006), dentre outros estudos, é possível obter pela DEA: a) a identificação de um conjunto de DMUs de melhor performance (eficientes), que gera um conjunto referencial para as demais DMUs; 49 b) medida de eficiência para cada DMU fora da fronteira, uma distância à fronteira que apresenta a potencialidade de crescimento da produtividade; c) a soma de recursos em excesso utilizado por cada DMU não eficiente; d) potencial de incremento de outputs para as DMUs não eficientes sem que haja a necessidade de mais recursos. e) as taxas de substituição, pesos, que originam cada limite da fronteira de eficiência e distinguem as relações de valor que classifica esse limite como ineficiente, compondo metas para essas unidades. Vale destacar que, em relação à DEA, na literatura são encontrados dois modelos clássicos, usualmente, empregados nas aplicações da metodologia, são eles: a) Modelo CCR: sigla dos nomes de Charnes, Cooper e Rhodes (1978); e b) Modelo BCC: sigla dos nomes de Banker, Charnes e Cooper (1984). Vasconcellos, Canen e Lins (2006, p. 3) ainda acrescentam que os modelos DEA são classificados com respeito ao tipo de superfície envoltória, a orientação (inputs ou outputs) e a medida de eficiência, os quais são classificados em: modelo com “retorno de escala constante” – CCR ou CRS (Constant Returns to Scale) – e modelo com “retorno de escala variável” – VRS (Variable Returns to Scale) –, mais conhecido por BCC. 50 O modelo CCR, refere-se às iniciais dos nomes dos autores Charnes, Cooper e Rhodes, 1978, também conhecido como CRS (Constant Returns to Scale), avalia a eficiência total, identifica as DMUs eficientes e ineficientes e determina a que distância da fronteira de eficiência estão as unidades ineficientes (VASCONCELLOS; CANEN; LINS, 2006). Já o modelo BCC - Banker, Charnes e Cooper, 1984, também conhecido como VRS (Variable Returns to Scale), utiliza a formulação dual, sendo este normalmente usado no benchmarking. Este modelo permite a projeção de cada DMU ineficiente sobre a superfície de fronteira (envoltória) determinada pelas DMUs eficientes e admite que a produtividade máxima (resultado) altere em função da escala de produção (VASCONCELLOS; CANEN; LINS, 2006). A formulação matemática destes modelos clássicos podem assim ser representadas: Quadro 1 Formulações matemáticas dos modelos clássicos da DEA CCR-I (Insumo) Sujeito a: Maximizar h k = s ∑u r =1 r y rk m n r =1 i =1 ∑ ur y rj − ∑ vi xi j ≤ 0 n ∑v x CCR-O (Produto) i =1 Minimizar h k = i =1 i m n ik r =1 i =1 m ∑u r =1 r y rk = 1 BCC-I (Insumo) n m Maximizar ∑ ur y rk − uk r =1 ∑v x i =1 m i ij =1 n ∑ ur yrj − ∑ vi xi j − uk ≤ 0 r =1 “continua” =1 ∑ u r y rj − ∑ vi xi j ≤ 0 n ∑v x i ij i =1 51 Quadro 1 “conclusão” BCC-O (Produto) m n Minimizar ∑ v i x ik + v k i =1 ∑u r =1 m r y rk = 1 n ∑ u r y rj − ∑ vi xi j − vk ≤ 0 r =1 i =1 Fonte: Elaborado a partir de Kassai (2002) Onde: u r , vi ≥ 0 y = produtos; x = insumos; u, v = pesos r = 1, K , m; i = 1, K , n; j = 1, K , N hk= indicador de eficiência De acordo com Melo et al. (2005) o modelo CCR-I permite que cada DMU escolha os pesos3 para cada variável (input ou output) da forma que for mais adequado para atingir a eficiência, desde que esses pesos aplicados às outras DMUs não gerem uma razão superior a 1,00. O resultado assume a proporcionalidade entre inputs e outputs através da máxima redução de input (insumos) para a mesma produção de output (produtos). No entanto, o modelo CCR-O, orientação-produto, procura maximizar o aumento proporcional nos níveis de produto, mantendo fixa a quantidade de insumos (LINS; MEZA, 2000). O modelo BCC-I busca manter os retornos variáveis à escala, minimizando sempre que possível a utilização dos insumos. Diferente do 3 “Os pesos representam um sistema de valor relativo para cada DMU o qual fornece o melhor escore possível para a DMU, sujeito a que o sistema de valor resultante é viável para todas as outras DMU no sentido de que nenhuma atinja um escore de eficiência acima de um limite superior especificado que é comumente 1. Na sua forma clássica a DEA permite total flexibilidade na seleção de pesos tal que cada DMU atingira o escore máximo de eficiência viável para seus níveis de inputs e outputs” (LINS; MEZA, 2000, p. 53). 52 modelo BCC-P que procura maximizar os retornos variáveis de escala, mantendo fixa a quantidade de insumos. Segundo Belloni (2000, p. 69 citado por KASSAI, 2002, p. 77), “os modelos CCR e BCC apresentam regiões de viabilidade distintas. A região viável do Modelo BCC é restringida a combinações convexas dos planos de produção observados, o que é caracterizado pelos retornos de escala constante”. Isto é, quando se considera os modelos com orientação ao produto, “o indicador de eficiência do Modelo BCC é menor ou igual ao indicador de eficiência do Modelo CCR” (KASSAI, 2002, p. 77). Enfim, tendo exposto as bases teóricas desse estudo, a seguir, será abordado aspectos relacionados à metodologia. 53 3 METODOLOGIA 3.1 Tipo de pesquisa No intuito de alcançar os objetivos propostos para este estudo, optou-se por uma pesquisa quantitativa, quanto ao processo metodológico, e descritiva no que se refere ao objetivo da pesquisa (COLLINS; HUSSEY, 2005; MALHOTRA, 2006). Na pesquisa de concepção quantitativa, busca-se submeter uma observação à experimentação em condições de controle e apreciá-lo coerentemente, com critérios de rigor, mensurado a constância das incidências e suas exceções e admitindo somente os conhecimentos passíveis de apreensão em condições de controle, legitimidade pela experimentação e comprovados pela mensuração. Envolve coletar e analisar dados numéricos aplicando testes estatísticos, podendo estes testes apresentar caráter paramétrico ou nãoparamétrico (COLLINS; HUSSEY, 2005). No estudo do tipo descritivo, tem-se que “o pesquisador apresenta o objeto de pesquisa, procurando descrever e demonstrar como um determinado fenômeno ocorre, quais são suas características e relações com outros fenômenos” (FARIA; CUNHA; FELIPE, 2007, p. 31). Complementando, Os dados compilados costumam ser quantitativos e técnicas estatísticas são geralmente usadas para resumir as informações. A pesquisa descritiva vai além da pesquisa exploratória ao examinar um problema, uma vez que avalia e descreve as características das questões pertinentes (COLLINS; HUSSEY, 2005, p. 24). Os dados utilizados para as análises foram de fontes secundárias. Para Faria, Cunha e Felipe (2007), os dados secundários envolvem informações 54 publicadas nas mais diversas fontes, como sites, jornais, revistas, informativos e anuários. Em relação ao período, esta pesquisa se caracteriza como um estudo de corte transversal (cross section), uma vez que se trabalha com dados dos anos de 2008 e 2009, disponíveis na base de dados Melhores e Maiores da ExameFIPECAFI. O estudo cross section é usado para investigar características de diferentes organizações quando há várias questões associadas a elas e é realizada em intervalos curtos (COLLIS; HUSSEY, 2005). Ressalta-se que, neste estudo foram realizadas análises, separadamente, para os anos de 2008 e 2009, no intuito de preservar as características e pressupostos da técnica utilizada, a Análise Envoltória de Dados (DEA), e da característica do corte transversal. 3.2 A aplicação da análise envoltória de dados - DEA 3.2.1 Universo, amostra e variáveis As três principais fases no estudo da medida de eficiência usando a metodologia de Análise Envoltória de Dados (DEA) são, segundo Golany e Roll (1989): a) Seleção das unidades tomadoras de decisão (DMUs) para análise; b) Determinação dos insumos e produtos relevantes para avaliar a eficiência relativa das DMUs selecionadas; c) Aplicação dos modelos DEA e análise dos resultados. 55 De acordo com Richardson (1999) as DMUs correspondem a um objeto de pesquisa. Contundo, na DEA a sua seleção deve respeitar alguns critérios, sendo eles: a) as DMUs devem ser autônomas na tomada de decisão; e b) as DMUs devem ser homogêneas e operar na mesma unidade de medida. No que se refere às variáveis para a análise envoltória, Lins e Meza (2000, p. 38), afirmam que o número deve ser “o mais compacto possível para maximizar a capacidade de discriminar as DMUs eficientes das ineficientes”. Lins e Meza (2000, p. 39) complementam que: Nos casos reais em que se pressupõe uma pequena disponibilidade de variáveis e grandes quantidades de observações (Decision Making Units - DMU), não se justifica a preocupação em utilizar alguma técnica para seleção de variáveis. Entretanto nos casos em que o número de DMU é pequeno em relação ao número de possíveis inputs e outputs, os autores em geral não (sic) tem destacado a necessidade de um procedimento para seleção de variáveis. Dessa forma, segundo Nazareth (2009, p. 57) “a seleção das variáveis pode levar em consideração, exclusivamente, a opinião do interessado, especialista, considerando a relevância, a confiabilidade, abrangência e a contribuição da variável para a aplicabilidade da técnica”. Fundamentado nas proposições de Golany e Roll (1989), Lins e Meza (2000), Nazareth (2009) e Richardson (1999), têm-se as seguintes escolhas para este estudo: 56 a) DMUs selecionadas: empresas do setor se construção civil, listadas pela pesquisa Melhores e Maiores da Exame-FIPECAFI, período de competência 2008 e 2009, sendo publicadas nas edições 2009 e 2010 da Revista Exame. A delimitação desse universo de pesquisa, o setor de construção civil, é justificada pelo desenvolvimento e importância que o setor tem apresentado nos últimos anos, segundo os estudos da Associação Brasileira de Materiais de Construção (ABRAMAT) e Fundação Getúlio Vargas (FGV). E, ainda, pela perspectiva de crescimento no setor devido aos programas de governo com foco na moradia, devido ao défice habitacional brasileiro, e eventos de abrangência mundial, que acontecerão no Brasil nesta década: a Copa do Mundo da FIFA, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016, que necessitam de grandes obras de infraestrutura. Tais acontecimentos colocam a indústria da construção em evidência (ABRAMAT; FGV, 2009). A população-alvo utilizada, empresas listadas na base de dados Melhores e Maiores da Exame-FIPECAFI, se deu pelo fato de abranger um maior número de empresas do que as que estão listadas no mercado da Bolsa de Valores (BM&FBOVESPA) e, portanto, ter a possibilidade de inferências mais relevantes ao setor. Como já afirmado anteriormente, a BM&FBOVESPA lista 40 (quarenta) empresas para o setor de construção e engenharia, até dezembro de 2010, no entanto na pesquisa Exame-FIPECAFI, fazem parte da amostra analisada 66 (sessenta e seis) empresas, competência de 2008, e 72 (setenta e duas) empresas, na de 2009, que incluem empresas listadas e não listadas na BM&FBOVESPA, que são de grande relevância para o setor. Portanto, a amostra tem caráter não-probabilístico e por acessibilidade. 57 A amostragem não-probabilística está vinculada à apreciação do pesquisador e não na oportunidade de selecionar elementos amostrais por meio probabilístico. Nesse tipo de amostra o pesquisador pode, conscientemente, arbitrar ou decidir os elementos a serem incluídos no estudo. No entanto, a amostragem não-probabilística impossibilita que os resultados obtidos sejam estatisticamente projetáveis para o universo (MALHOTRA, 2006). Ressalta-se que a delimitação final da amostra a ser estudada, foi baseada nas variáveis de inputs e outputs que serão utilizadas para as análises DEA. Isto é, além das empresas estarem na listagem da pesquisa ExameFIPECAFI, as empresas que compuseram a amostra a ser analisada foram as que tinham os dados necessários para as variáveis escolhidas, o que reduziu o número de componentes da amostra, conforme demonstrado a seguir, no Tópico 3.2.2. b) Variáveis de Inputs (insumos): • Capital Total Disponível: é a soma do capital próprio, Patrimônio Líquido (PL) com o Capital de Terceiros (CT), representando todos os recursos que estão disponíveis para a atividade das organizações. Equivale ao Ativo Total e mensura o porte das empresas (REVISTA EXAME; FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E FINANCEIRAS - FIPECAFI, 2010); • Salários e Encargos: valor apurado com base nos gastos que as empresas tiveram com a mão de obra (REVISTA EXAME; FIPECAFI, 2010). 58 Para a escolha das variáveis de inputs, considerou-se a proposição de Binger e Hoffman (1998) exposta por Nazareth (2009), no qual os insumos podem ser divididos em amplas categorias de mão-de-obra, materiais e capital. Como não consta variáveis relativas a materiais, foram utilizadas as que estão relacionadas aos insumos de produção: Capital e Trabalho; representados pelo Capital Total, que é de caráter financeiro, e Encargos e Salários, caráter econômico-operacional. A utilização dos Encargos e Salários se dá pela sua representatividade na transformação dos recursos em produtos. c) Variáveis de Outputs (produtos): • Vendas: é o valor apurado com base nas vendas, atualizadas para a moeda de poder aquisitivo de 31 de dezembro de 2008 e 2009 (REVISTA EXAME; FIPECAFI, 2010); • Lucro Líquido Legal: é o resultado nominal do exercício, apurado de acordo com as regras legais (sem considerar os efeitos da inflação), depois de descontados o imposto de renda e a contribuição social e ajustados os juros sobre o capital próprio, considerados como despesas financeiras (REVISTA EXAME; FIPECAFI, 2010). Entende-se que as variáveis de outputs selecionadas representam as medidas absolutas mais utilizadas para as empresas avaliarem o desempenho, no intuito de direcionar novas estratégias, seja de participação no mercado ou de geração de riqueza (IUDÍCIBUS, 2010; MARION, 2009; SILVA, 2005). As variáveis de inputs e outputs foram extraídas ao avaliar as 21 (vinte e uma) variáveis disponíveis na base de dados Exame-FIPECAFI. Considerou-se que as 4 (quatro) elencadas são as mais relevantes para obter os scores de 59 eficiência por meio da DEA no intuito de discriminar as empresas eficientes e não eficientes do setor de construção civil em relação ao desempenho econômico-financeiro, conforme levantamento e análise de estudos realizados nos mais diversos setores envolvendo análise de eficiência por meio da DEA (ver Quadros 2A e 3A, em Anexo). Vale ressaltar que a maioria das variáveis disponíveis na base de dados da Exame-FIPECAFI são índices de desempenho econômico-financeiro e que, segundo Lins e Meza (2000), Macedo, Santos e Silva (2009) e Nazareth (2010) não é recomendável inserir nas análises de DEA variáveis absolutas e índices, pois podem descaracterizar as análises. Dessa forma, optou-se pelas medidas absolutas de desempenho econômico-financeiro em detrimento aos índices para que com os índices de eficiência extraídos fosse possível comparar e relacionar com os índices econômico-financeiros, que já são medidas, também, resultantes de relações entre medidas absolutas. 3.2.2 Amostra final do estudo Analisando as edições da pesquisa Exame-FIPECAFI, por meio da base de dados disponíveis, das empresas constantes na amostra, 14 (catorze) não apresentaram dados suficientes para as variáveis e períodos selecionados para os modelos de avaliação de eficiência utilizado nesse estudo e, dessa forma, as foram excluídas. O Quadro 2 apresenta as empresas excluídas desse estudo por insuficiência de dados ou por não estarem apenas em uma edição da pesquisa. 60 Quadro 2 Empresas excluídas do estudo por insuficiência de dados Empresas N 1 Saint-Gobain Vidros 2 W Torre Engenharia 3 Amanco 4 5 6 7 8 9 10 Iesa Óleo & Gás Koerich Construtora Tenda Concremat Construtora Triunfo Racional Compensados Guararapes Montcalm Montagens Industriais S.A. Rip Serviços Industriais S/A Brascan Imobiliária Incorporações S.A Mascarenhas Barbosa 11 12 13 14 Variáveis sem dados Salários e Encargos Lucro Líquido; Patrimônio Líquido; Ativo Total; Liquidez Geral; Rentabilidade do Patrimônio; Margem de Vendas; Liquidez Corrente; Endividamento Geral e de Longo Prazo Lucro Líquido; Patrimônio Líquido; Ativo Total; Liquidez Geral; Rentabilidade do Patrimônio; Margem de Vendas; Liquidez Corrente; Endividamento Geral. Salários e Encargos Salários e Encargos Salários e Encargos Salários e Encargos Salários e Encargos Salários e Encargos Salários e Encargos Apresenta dados somente no ano base 2009 Apresenta dados somente no ano base 2009 Apresenta dados somente no ano base 2009 Apresenta dados somente no ano base 2009 Fonte: Dados da Pesquisa Observa-se que 10 (dez) empresas foram excluídas por falta de informações e 4 (quatro) por estarem apenas em um ano da base de dados. Sendo assim, ao final das exclusões, a amostra foi composta por 51 (cinquenta e uma) empresas do setor de construção civil, sendo essas as unidades tomadoras de decisões (DMUs) para as análises desse estudo. 3.2.3 Modelos de análise envoltória de dados – DEA Optou-se por utilizar os dois modelos clássicos de DEA, o de retorno de escala constante (CCR/CRS) e o de retorno de escala variável (BCC/VRS), 61 ambos com orientação para output. Pois o “objetivo é maximizar os produtos obtidos sem alterar o nível atual de inputs” (LINS; MEZA, 2000, p. 33). O modelo CCR/CRS apresenta orientação ao produto, com a seguinte formulação matemática: n ∑v x min h k = i =1 i ik Sujeito a: m ∑u r =1 n r y rj − ∑ vi xi j ≤ 0 i =1 m ∑u y r r =1 =1 rk Onde: u r , vi ≥ 0 y = produtos; x = insumos; u , v = pesos r = 1,K, m; i = 1,K, n; j = 1,K, n Objetiva-se pelo modelo CCR verificar a eficiência global das empresas componentes do estudo. O modelo BCC/VRS apresenta orientação ao produto, com a seguinte formulação matemática: n min ∑v x i i =1 ik + vk Sujeito a: m ∑u y r =1 m ∑u r =1 r rk =1 n r y rj − ∑ vi xi j − v k ≤ 0 i =1 62 Onde: u r , vi ≥ 0 y = produtos; x = insumos; u, v = pesos r = 1,K, m; i = 1,K, n; j = 1,K, n O modelo BCC é mais indicado quando se tem DMUs com portes diferentes, o que é o caso da amostra deste estudo. Mas com o objetivo de testar os modelos DEA, foram utilizados os dois modelos neste estudo, sendo que foi possível comparar as empresas que atingiram eficiência pelos dois modelos. 3.3 Correlação de Spearman Para complementar as análises, foi aplicado a Correlação de Spearman entre os scores encontrados, por meios das variáveis mencionadas e classificadas como inputs e outputs. Optou-se pela Correlação de Spearman pelo fato da mesma, também, ser uma técnica não-paramétrica e assim não ser necessário aplicação de testes de verificação de normalidade dos dados (MOURA; OLIVEIRA, 2003; SHIMAKURA, 2006). Foram utilizados para a análise de correlação os scores de eficiência, os indicadores de desempenho absolutos e os índices de liquidez, estrutura de capital, lucratividade e rentabilidade - os quais já foram descritos no tópico 2.2 da fundamentação teórica - alguns já disponibilizados na base de dados Melhores e Maiores da Exame-FIPECAFI e outros que foram calculados por meio das informações disponibilizadas na mesma. 63 3.4 Processamento dos dados Para a obtenção da eficiência das DMUs analisadas, foi utilizado o software SIAD (Sistema Integrado de Apoio à Decisão), que foi desenvolvido para processar modelos de DEA e é um software livre, disponível em: <http://www.uff.br/decisao>. Segundo Meza et al. (2003), o SIAD permite trabalhar com até 100 DMUs e 20 variáveis, entre inputs e outputs, além de efetuar os cálculos tanto do modelo CCR quanto do BCC. Pode-se, ainda, alterar a orientação para maximização dos inputs ou dos outputs, bem como o cálculo da fronteira invertida e a normalização de seus resultados. O software salva os resultados em arquivos no formato .txt, permitindo transferir os dados para outros programas para serem mais bem trabalhados. Como suporte para a análise dos dados e resultados obtidos do SIAD, utilizou-se o programa Microsoft Excel® para elaboração de gráficos e planilhas. Para tratamentos estatísticos das correlações entre os scores de eficiência e os indicadores econômico-financeiros foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences – SPSS. 64 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Apresentação e caracterização das empresas componentes do estudo No intuito de identificar e qualificar as empresas do setor de construção civil que compõem esse estudo, o Quadro 3 apresenta características dessas empresas, quanto ao nome, razão social, estado que se encontra a sede administrativa, o tipo de controle e se possuem ações negociadas no mercado de bolsa (BM&FBOVESPA), extraídas da base de dados Melhores e Maiores da Exame-FIPECAFI: Quadro 3 Características básicas das empresas componentes do estudo N Nome Fantasia 1 Andrade Gutierrez 2 Arg 3 Azevedo & Travassos 4 Barbosa Mello 5 Berneck 6 Camargo Corrêa 7 Carioca Engenharia 8 Cauê 9 Ccb 10 Cecrisa 11 Cimento Tupi 12 Cimentos Liz 13 Construcap 14 Construtora Odebrecht 15 Cr Almeida Obras 16 Delta Construção 17 Duratex 18 Egesa 19 Eit 20 Eliane 21 Emsa 22 Enesa 23 Engevix 24 Eternit 25 Eucatex 26 Gafisa “continua...” Razão Social Construtora Andrade Gutierrez S.A. Arg Ltda. Azevedo & Travassos Engenharia Ltda Construtora Barbosa Mello S.A. Berneck S/A Painéis e Serrados Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. Carioca Christiani-Nielsen Engenharia S.A. Camargo Corrêa Cimentos Ccb- Cimpor Cimentos do Brasil Ltda Cecrisa Revestimentos Cerâmicos S.A. Cimento Tupi S.A. Empresa de Cimentos Liz S.A. Construcap-Ccps Engenharia e Comércio S.A. Construtora Norberto Odebrecht S.A. Cr Almeida S/A Engenharia de Obras Delta Construções S.A. Duratex S.A. Egesa Engenharia S.A. Eit - Empresa Industrial Técnica S.A. Eliane S.A. - Revestimentos Cerâmicos Emsa - Empresa Sul Americana de Montagens S.A. Enesa Engenharia S.A. Engevix Engenharia S.A. Eternit S.A. Eucatex S.A. Indústria e Comércio Gafisa S.A UF SP MG SP MG PR SP RJ SP SP SP RJ MG SP SP PR RJ SP MG CE SC GO SP SP SP SP SP Controle Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileira Português Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Ações Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Não Não Não Sim Sim Sim 65 Quadro 3 “conclusão” N 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 Nome Fantasia Galvão GDK Holcim Itambé Cimento Lafarge Mendes Junior MRV Engenharia OAS Placas Portobello Queiroz Galvão Rossi S.A. Paulista Santa Bárbara Schahin Serveng Civilsan Supermix Razão Social Galvão Engenharia S/A Gdk S.A. Holcim Brasil S.A. Cia. De Cimento Itambé Lafarge Brasil S.A. Mendes Junior Trading e Engenharia S.A MRV Engenharia e Participações S/A Construtora Oas Ltda. Placas do Paraná S.A. Portobello S.A. Construtora Queiroz Galvão S.A. Rossi Residencial S.A. S.A Paulista de Construções e Comércio Santa Bárbara Engenharia S.A. Schahin Engenharia S.A Serveng-Civilsan S.A. Empresas Associadas de Engenharia Supermix Concreto S.A. UF SP BA SP PR RJ SP MG SP PR SC RJ SP SP MG SP SP MG 44 Techint Techint Engenharia e Construção S.A. SP 45 Telemont Telemont Engenharia Telecomunicações S.A 46 Tigre Tigre S/A – Tubos e Conexões 47 U & M U & M Mineração e Construção S/A 48 UTC Engenharia Utc Engenharia S.A. 49 Via Engenharia Via Engenharia S.A. 50 Votorantim N/Ne Votorantim Cimento N/Ne S.A 51 Votorantim Votorantim Cimentos Brasil S/A Fonte: Elaborado pelo autor, a partir da Revista Exame e Fipecafi (2010) MG SC RJ SP DF PE SP Controle Brasileiro Brasileiro Suíço Brasileiro Francês Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Argentino \ Uruguaio Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro Ações Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Sim Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não 66 67 Conforme o Quadro 3, observa-se que 4 (quatro) empresas são de controle estrangeiro, sendo elas: Cimpor Cimentos do Brasil – Ccb, controle português; Holcim, controle suíço; Lafarge, controle francês; e Techint, controle argentino e uruguaio. Observa-se, também, que apenas 7 (sete) empresas possuem ações negociadas na bolsa de valores: Duratex, Eternit, Eucatex, Gafisa, MRV, Portobello e Rossi. Verifica-se que a amostra deste estudo é representada por empresas privadas, nacionais, com uma pequena diversidade de localização das sedes das matrizes, as quais são centradas na região Sudeste (39) e as demais com sedes localizadas na região Sul (7), Nordeste (3) e Centro-Oeste (2). Em relação ao controle de capital, observa-se como característica, em 45 empresas, a influência por grupos ou por quantidade limitada de sócios, já que não possuem ações negociadas em mercados financeiros, sejam eles nacionais ou internacionais. Isso representa, segundo Tavares (2008), um caráter conservador do setor de construção civil, já que a quantidade de entidades que negociam ações como forma de capitação de recursos, pela representatividade do setor, ainda é pequeno. Destaca-se, ainda, a segregação das empresas pertencentes a um mesmo grupo, como por exemplo, a Votorantim Cimentos e a Votorantim Cimentos Norte e Nordeste. Esse critério, utilizado na metodologia da Pesquisa ExameFIPECAFI, torna-se relevante para analisar os resultados alcançados pelas entidades sem os mesmos estarem consolidados, uma vez que impossibilita que empresas com resultados insatisfatórios sejam encobertas por empresas do grupo com resultados satisfatórios. Dessa forma, percebe-se que, além de serem empresas com características homogêneas em relação ao uso de mão de obra, capital e que trabalham oferecendo produtos e serviços para a construção civil, a amostra apresenta homogeneidade em vários aspectos, principalmente em relação ao tipo 68 de controle de capital, localização e estrutura de formação do capital, pois, em geral, as empresas são de controle restrito a sócios ou grupos societários (ver Quadro 1A, em Anexo, com informações complementares). Em relação aos aspectos operacionais, é possível verificar que esse conjunto de empresas empregou 298.482 e 333.827 trabalhadores em 2008 e 2009, respectivamente, representando um crescimento de 11,84% de empregabilidade direta dessas empresas no período em estudo (REVISTA EXAME; FIPECAFI, 2010). Comparando ao setor de construção civil, conforme dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC (2010), é um cenário reverso, pois a variação anual absoluta de emprego formal na construção, de 2008 para 2009, foi de -10,45%, já que no final de 2008 e durante 2009 ocorreu a pior crise financeira mundial e resultando numa retração econômica, que pelos dados apresentados não afetou a amostra em estudo. Pode-se ressaltar, ainda, o crescimento nos valores gastos por estas empresas em relação a salários e encargos, que obteve um crescimento de 12,88% comparando 2008 e 2009, sendo em valores absolutos aproximados $ 8,32 e $ 9,4 bilhões de dólares (REVISTA EXAME; FIPECAFI, 2010). Constata-se que as empresas pertencentes a este estudo, apesar de não ser uma amostra probabilística e estatisticamente representativa, é um grupo que apresenta um extrato do setor de construção civil e que possibilita auferir análises relevantes para a amostra em análise e, até, indicativos para o setor. Deste modo, no tópico seguinte serão apresentadas análises descritivas do desempenho econômico-financeiro das empresas inerentes a este trabalho. 4.2 Desempenho econômico-financeiro das empresas do setor de construção civil: uma análise descritiva Com o objetivo de analisar o desempenho econômico-financeiro das empresas componentes deste estudo, utilizou-se neste tópico as análises 69 tradicionais, também conhecidas como análise fundamentalista pelos especialistas financeiros, tratadas por diversos autores, tais como Iudícibus (2010), Marion (2009), Matarazzo (2008) e Silva (2005), bem como pelas empresas em seus relatórios financeiros. O foco será, inicialmente, nos indicadores absolutos, nos quais se pode avaliar e comparar ativos, vendas e lucros. Posteriormente, serão analisados os índices de desempenho econômico-financeiro, que retratam a liquidez, a rentabilidade e estrutura de endividamento das empresas. Salienta-se que as análises serão baseadas nas informações e indicadores que foram possíveis calcular ou extrair da base de dados da pesquisa ExameFIPECAFI, no intuito de homogeneizar os parâmetros para as análises. E que, as mesmas, são de caráter complementar para o escopo geral deste trabalho que está centrado na aplicação das modelagens de Análise Envoltória de Dados – DEA em indicadores econômico-financeiros. 4.2.1 Avaliação do desempenho econômico-financeiro absoluto Considera-se que o indicador absoluto que mensura a capacidade produtiva e porte da empresa no mercado é Ativo Total, uma vez que representa as aplicações de recursos em uma entidade seja por meio do capital de terceiros ou pelo capital próprio. Em geral, quando esse indicador sofre alguma alteração para maior é indicio que a empresa está utilizando mais recursos para a sua atividade, seja na forma de investimentos em bens de capital, em direitos adquiridos ou no aporte financeiro. Por meio da Tabela 1, verifica-se os Ativos Totais das empresas, as quais são classificados em ordem decrescente, tendo como ano base 2008. É possível, ainda, comparar a variação (Var.%) de 2008 para 2009 e se há mudanças no posicionamento das empresas quanto à sua ordem (Ord.) pelo valor do Ativo. Tabela 1 Classificação das empresas pelos ativos totais nos anos de 2008 e 2009 Empresa Votorantim Cimentos Andrade Gutierrez Cauê Gafisa Construtora Odebrecht Votorantim Cimento N Camargo Corrêa Rossi MRV Eng. Queiroz Galvão Schahin Ccb Holcim Berneck Lafarge Serveng-Civilsan Tigre Cimentos Liz Oas Eucatex Duratex Cecrisa Eit Delta Const. Arg Eliane 2008 5.494,7 3.150,7 2.561,9 2.558,1 2.421,4 2.175,3 1.781,6 1.451,8 1.387,7 1.325,8 1.124,4 1.100,1 784,0 760,5 758,1 754,6 732,8 728,3 728,3 681,0 669,9 571,0 479,1 440,9 402,4 357,7 Ord. 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 2009 7.745,3 2.661,3 1.721,2 3.260,2 3.360,8 2.166,2 2.752,3 2.180,8 2.129,6 1.637,0 680,2 907,3 714,7 702,1 638,0 615,4 678,7 688,9 794,4 733,2 2.353,4 479,9 547,8 656,9 427,7 348,4 Ord. 2009 1 5 10 3 2 8 4 7 9 11 18 12 15 16 21 22 19 17 13 14 6 25 24 20 26 31 Var. % 40,96 -15,53 -32,82 27,45 38,80 -0,42 54,48 50,21 53,46 23,47 -39,51 -17,53 -8,84 -7,68 -15,84 -18,45 -7,38 -5,41 9,08 7,67 251,31 -15,95 14,34 48,99 6,29 -2,60 Empresa 2008 Placas Portobello Egesa Carioca Eng. UTC Eng. Construcap Cr Almeidas S.A Paulista Cimento Tupi Mendes Junior Galvão Eng. Gdk Barbosa Mello Engevix Itambé Cimento Eternit Via Eng. Techint Supermix Enesa U&M Emsa Santa Bárb. Eng. Telemont Azevedo & Bravassos Total dos Ativos 323,0 296,3 294,3 284,2 282,3 269,3 263,7 255,5 252,2 250,1 248,7 238,5 225,3 221,6 218,8 215,1 204,7 201,4 171,9 161,6 140,8 118,0 111,3 92,0 57,0 42.787,7 Ord. 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 - 2009 606,1 279,6 344,0 334,2 377,7 357,3 268,4 317,4 223,4 351,9 411,9 232,1 226,6 327,9 229,7 286,0 232,8 251,2 190,4 145,8 184,2 241,6 173,2 65,5 70,8 50.320,4 Ord. 2009 23 37 32 33 28 29 38 35 45 30 27 42 44 34 43 36 41 39 46 49 47 40 48 51 50 - Var. % 87,65 -5,64 16,89 17,59 33,79 32,68 1,78 24,23 -11,42 40,70 65,62 -2,68 0,58 47,97 4,98 32,96 13,73 24,73 10,76 -9,78 30,82 104,75 55,62 -28,80 24,21 17,60 Valores dos ativos em milhões de dólares* Fonte: Elaborada pelo autor, a partir da Revista Exame e FIPECAFI (2010) 70 71 Observa-se que os ativos totais das empresas somam $ 42,79 e $ 50,32 bilhões de dólares em 2008 e 2009, respectivamente, obtendo uma variação positiva de 17,60% de 2008 para 2009, ou seja, há um crescimento real nos anos analisados. Ressalta-se que 17 empresas, mesmo com esse crescimento do conjunto, auferiram variação negativa nos seus ativos. A Votorantim Cimentos apresenta-se como a maior empresa no que se refere a ativos dentre as analisadas, obtendo um aumento de 40,96% comparando 2008 e 2009. Das 10 maiores empresas de 2008, observa-se que apenas 2 obtiveram diminuições no valor do seu ativo, sendo a Andrade Gutierrez e a Cauê Cimentos. Observa-se, ainda, que desse grupo das 10 maiores de 2008, quase todas permaneceram entre as 10 maiores em 2009, tendo como exceção a Duratex que evoluiu substancialmente o tamanho do seu ativo de 2008 para 2009 em 251,31%, saindo da 21ª posição para a 6ª posição. A Azevedo & Travassos é a empresa com o menor valor de ativos em 2008, mas como obteve um aumento de 24,21% deixou essa posição para a Telemont em 2009, que apresentou uma variação negativa de 28,80% no seu ativo de 2008 para 2009. A amostra de empresas que são classificadas como as 10 (dez) menores em relação aos ativos em 2008, em sua maioria, permanece nessa classificação em 2009, com variações no posicionamento. Dentre elas, destaca-se a Emsa que obteve um crescimento de 104,75%, deslocando-se assim do grupo das 10 menores. Um dos fatores que podem auxiliar no aumento do ativo de uma empresa são as suas vendas, já que por meio dessa é possível adquirir e/ou reinvestir em novos ativos e a venda é um indicador que demonstra como a empresa está utilizando a sua capacidade produtiva para gerar riqueza. 72 Sendo assim, o desempenho das vendas é um dos indicadores de desempenho para verificar, principalmente a participação de mercado da empresa. A Tabela 2 apresenta o desempenho das vendas das empresas no período de 2008 e 2009, que foi classificado tendo como ano base 2008 e em ordem (Ord.) decrescente, e a variação percentual (Var.%) de 2008 para 2009. Tabela 2 Desempenho e variação das vendas nos anos de 2008 e 2009 Ord. 2008 Votorantim Cimentos 3.197,3 1 Construtora Odebrecht 3.042,2 2 Camargo Corrêa 2.778,5 3 Andrade Gutierrez 2.311,9 4 Queiroz Galvão 1.745,2 5 Oas 1.180,1 6 Tigre 1.042,1 7 Engevix 1.017,8 8 Votorantim Cimento N 964,5 9 Ccb 914,9 10 Holcim 888,3 11 Cauê 879,4 12 Delta Constr. 834,4 13 UTC Eng. 775,5 14 Carioca Eng. 689,4 15 Galvão Eng. 643,5 16 Gafisa 581,0 17 Eit 502,5 18 Supermix 488,9 19 Mendes Junior 468,0 20 Enesa 464,7 21 Lafarge 453,2 22 Eucatex 447,0 23 Duratex 418,2 24 Placas 388,1 25 Cr Almeidas 372,7 26 Valores das vendas em milhões de dólares* Grifos e destaques do autor** Empresa 2008 2009 3.293,1 3.098,7 3.082,6 2.449,2 2.362,9 1.530,5 947,7 859,1 1.010,5 927,2 851 963,4 1.235,1 857,5 626,5 1.246,4 719,0 552,2 607,4 807,8 404,8 451,0 398,6 1.061,7 289,6 305,5 Ord. 2009 1 2 3 4 5 6 12 14 10 13 16 11 8 15 20 7 18 22 21 17 28 25 30 9 40 38 Var. % 3,0 1,86 10,9 5,94 35,4 29,7 -9,06 -15,6 4,77 1,34 -4,2 9,55 48,0 10,6 -9,12 93,7 23,7 9,89 24,2 72,6 -12,9 -0,49 -10,8 153,9 -25,4 -18,0 Empresa Cecrisa Gdk Construcap Serveng-Civilsan Schahin Techint Telemont Via Eng. Eliane Barbosa Mello Portobello Berneck S.A Paulista Rossi Cimentos Liz Cimento Tupi Eternit MRV Eng. Itambé Cimento Santa Bárbara E. Arg Egesa Emsa Azevedo & Travass U&M Total das Vendas 2008 372,1 364,0 353,2 338,8 322,9 309,3 307,6 297,9 292,6 289,1 288,5 284,2 272,4 271,6 270,3 259,7 258,9 250,7 238,1 228,8 224,7 204,3 189,0 186,3 181,6 36.353,9 Ord. 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 - 2009 355,9 430,9 640,9 398,7 344,9 406,6 345,0 343,1 275,7 357,0 272,3 293,6 258,1 315,4 269,3 264,1 260,4 535,2 256,1 361,9 207,0 471,4 194,6 262,4 219,8 41.288 Ord. 2009 33 26 19 29 35 27 34 36 41 32 42 39 47 37 43 44 46 23 48 31 50 24 51 45 49 - Var. % -4,35 18,38 81,46 17,68 6,81 31,46 12,16 15,17 -5,78 23,49 -5,62 3,31 -5,25 16,13 -0,37 1,69 0,58 113,5 7,56 58,17 -7,88 130,7 2,96 40,85 21,04 13,57 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir da Revista Exame e FIPECAFI (2010) 73 74 As vendas acumuladas das empresas analisadas, em 2008, somam US$ 36,35639 bilhões, ocorrendo uma variação positiva de 13,57% no ano de 2009, alcançando US$ 41,2883 bilhões. Esse crescimento se apresenta maior do que a economia nacional para esse período, conforme se pode observar em ABRAMAT e FGV (2010), demonstrando que as empresas do setor de construção civil são relevantes para a atividade econômica do país em termos de geração de riqueza e desenvolvimento econômico. A Votorantim Cimentos é a empresa com o maior volume de vendas em 2008 e 2009, com um crescimento modesto de 3%. Observa-se que as primeiras 6 empresas em vendas são equivalentes nos dois anos analisados e que a Queiroz Galvão e a Oas foram as empresas desse grupo que auferiram crescimento considerável nas vendas. Ressalta-se que as 6 empresas com maiores vendas pertencem ao grupo das 10 maiores empresas por ativos. As empresas com menores vendas foram a U&M, Azevedo & Travassos e Emsa em 2008. Já em 2009, a Emsa, Arg e U&M são as três empresas com menores vendas, sendo que apenas a Arg é a empresa que não pertence ao grupo das 10 menores empresas quando avaliado os ativos. Vale destacar o crescimento nas vendas de algumas empresas, que auferiram variação superior a 40% de 2008 para 2009, tais como: a) Azevedo & Travassos, com 40,85%; b) Delta Construções, com 48 %; c) Santa Bárbara Engenharia, com 58,17%; d) Mendes Júnior, com 72,6%; e) Construcap, com 81,46%; f) Galvão Engenharia, com 93,7%; g) MRV Engenharia, com 113,5%; h) Egesa, com 130,7%. 75 Essas variações positivas contrapõem às quedas nas vendas de 15 empresas, com destaque para as empresas Placas, com a maior variação negativa, -25,4%, Cr Almeidas Obras, -18%, Enesa, -12,9%, e Eucatex, -10,8%. Além da avaliação do desempenho absoluto das empresas por meio das vendas auferidas, outro indicador muito utilizado é o Lucro Líquido, que representa a riqueza líquida gerada pela produção empresarial que pode ser revertida para benefício próprio da organização, com novos investimentos, por exemplo, bem como com a destinação da mesma para sócios e/ou acionistas, seja ela total ou em partes. De acordo com Lima, Santana e Nossa (2004) analistas financeiros têm utilizado o indicador EBITDA4 (Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), em português equivale a LAJIDA (Lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), como auxiliar ao Lucro Líquido, já este tem como principal objetivo possibilitar comparações entre empresas de portes ou setores distintos, já que permite a exclusão de distorções concernentes a menor ou maior incidência de tributos. Considera-se, no entanto, que o Lucro Líquido ainda é um dos mais importantes indicadores de desempenho organizacional e que o EBITDA não deve ser usado de forma deliberada e sem outros indicadores como suporte (LIMA; SANTANA; NOSSA, 2004). Dessa forma, na Tabela 3 são apresentados os Lucros Líquidos5 das empresas, classificados em caráter decrescente (Ord.), classificados a partir de 2008, e a variação (Var.%) dos anos analisados. 4 5 Para este estudo não se utilizou o EBITDA como um dos indicadores de desempenho absoluto pelo fato de não haver dados suficientes para as empresas selecionadas nos anos de 2008 e 2009. Na base de dados da pesquisa Exame-FIPECAFI são apresentados o Lucro Líquido Legal e o Lucro Líquido Ajustado. Optou-se por utilizar o Lucro Líquido Legal já que este é respaldado legalmente e não haveria distorções em caso de ajustamento. Tabela 3 Desempenho e variação do lucro líquido legal nos anos de 2008 e 2009 Ord. 2009 2008 Construtora Odebrecht 352,8 1 565,1 Votorantim Cimentos 328,0 2 810,1 Queiroz Galvão 212,0 3 276,8 Camargo Corrêa 181,0 4 375,9 MRV Eng. 138,5 5 199,5 Votorantim Cimento N 129,5 6 216,6 Andrade Gutierrez 123,1 7 -276,0 Cauê 111,7 8 297,4 Tigre 90,6 9 78,8 Serveng-Civilsan 82,6 10 74,5 Ccb 82,0 11 92,2 Itambé Cimento 73,8 12 88,0 Galvão Eng. 73,1 13 161,2 Rossi 71,1 14 125,3 Gafisa 65,8 15 122,6 S.A Paulista 64,4 16 66,0 Delta Constr. 60,5 17 130,6 Engevix 55,9 18 71,5 Eternit 48,6 19 42,0 Carioca Eng. 48,2 20 51,9 Duratex 44,9 21 56,2 Eit 44,0 22 50,8 Emsa 42,3 23 -40,2 Arg 42,1 24 53,1 Lafarge 41,9 25 43,8 Enesa 41,2 26 41,6 Valores dos lucros líquidos em milhões de dólares* Grifos do autor** Empresa 2008 Ord. 2009 2 1 5 3 7 6 51 4 17 19 14 15 8 11 12 22 10 21 29 26 24 27 50 25 28 30 Var. % 60,2 147,0 30,6 107,7 44,0 67,3 -324,2 166,2 -13,0 -9,8 12,4 19,2 120,5 76,2 86,3 2,5 115,9 27,9 -13,6 7,7 25,2 15,5 -195,0 26,1 4,5 1,0 Empresa 2008 UTC Eng. Techint Supermix Construcap Berneck Telemont Cimento Tupi Mendes Junior Schahin Eucatex Barbosa Mello Via Eng. Oas Cr Almeidas Egesa Santa Bárbara E. U&M Gdk Azevedo & Travassos Portobello Eliane Placas Cecrisa Cimentos Liz Holcim Total do LL 40,0 38,4 38,1 33,2 31,9 31,2 29,0 28,0 26,3 25,7 23,4 21,7 21,1 17,2 15,4 13,4 8,1 4,1 2,1 - 5,2 - 8,4 - 12,7 - 13,6 - 28,0 -132,6 4.905,4 Ord. 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 - 2009 63,0 85,5 34,2 74,1 22,0 17,2 38,5 75,7 11,5 122,3 28,5 31,5 34,2 6,3 32,9 7,1 20,8 23,8 8,9 9,3 3,7 16,1 12,7 2,0 146,6 6.712,7 Ord. 2009 23 16 32 20 38 40 31 18 43 13 36 35 33 47 34 46 39 37 45 44 48 41 42 49 9 - Var. % 57,5 122,7 -10,2 123,2 -31,0 -44,9 32,8 170,4 -56,3 375,9 21,8 45,2 62,1 -63,4 113,6 -47,0 156,8 480,5 323,8 278,8 144,0 226,8 193,4 107,1 210,6 36,8 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir da Revista Exame e FIPECAFI (2010) 76 77 Avaliando o Lucro Líquido, verifica-se variação de 36,8% de 2008 para 2009, correspondendo em valores absolutos em US$ 4,9054 bilhões e US$ 6,7127 bilhões, gerando um crescimento real de riqueza para as empresas e seus acionistas. As maiores empresas por ativos e vendas são as que aparecem com maior lucro líquido em 2008 e 2009, exceto o caso da Andrade Gutierrez que obteve uma queda brusca no seu resultado líquido, caindo da 7ª para a 51ª (última) posição no ordenamento, tendo uma variação negativa de -324.2%. Contrariamente a este caso, tem a Gdk, que apresentou uma variação positiva de 480,5%, e a Holcim com 210,6%, ascendendo na ordem de desempenho, saiu da 51ª para a 9ª posição. Em geral, em relação ao Lucro Líquido, existem variações relevantes no desempenho das empresas, uma vez que nesse indicador é frequente em um período se auferir lucros e em outro ocorrer prejuízos. Complementando, identifica-se apenas 6 e 2 empresas com resultados negativos em 2008 e 2009, respectivamente, o que demonstra um desempenho satisfatório para esse conjunto de empresas. Enfim, entende-se como relevante as análises do desempenho das empresas por meio de indicadores absolutos para compreender melhor o perfil da amostra estudada. Mas, como menciona Assaf Neto (2002) e Iudícibus (2010), outras análises são necessárias para complementar esse tipo de avaliação e classificação, pois pode haver distorções. Assim, no próximo tópico será apresentado o desempenho das empresas por meio dos índices econômicofinanceiros. 78 4.2.2 Desempenho econômico-financeiro por meio dos índices de liquidez, rentabilidade e endividamento A avaliação do desempenho empresarial por meio de índices econômico-financeiros é uma prática comum e rotineira, uma vez que por meio destes a tomada de decisão pode ser orientada quanto aos riscos, rentabilidade e endividamento. As informações extraídas dos índices podem ser utilizadas por diversos usuários das informações econômico-financeiras, sejam estes credores, acionistas, sócios ou investidores. Conforme já exposto anteriormente, os índices econômico-financeiros são divididos em três grupos: Índices de Liquidez, Rentabilidade e Endividamento; os quais apresentam subdivisões. Dessa forma, é apresentada, a seguir, uma análise comparativa dos Índices de Liquidez Corrente (LC), Liquidez Geral (LG), Margem Líquida (ML), Rentabilidade sobre o Ativo (ROA), Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido (ROE), Endividamento Geral (EG) e Participação de Capital de Terceiros (PCT) das empresas estudadas, no período de 2008 e 2009. Salienta-se que a utilização desses índices se deu pela acessibilidade ou com informações que permitiram o cálculo na base de dados da Exame-FIPECAFI Na Tabela 4 são apresentados os índices de Liquidez Corrente, que representam a capacidade das empresas em gerar recursos financeiros para quitar suas obrigações com terceiros em até um exercício social, classificados em ordem (Ord.) decrescente, tendo como o ano base 2008, e a variação (Var.%) de 2008 para 2009. Tabela 4 Índices de liquidez corrente (LC) nos anos de 2008 e 2009 Empresa Queiroz Galvão Delta Construção Via Eng. Arg Cr Almeidas Schahin Emsa Carioca Eng. S.A Paulista Barbosa Mello Galvão Eng. MRV Eng. Oas Eit Berneck Mendes Junior Construcap Engevix Serveng-Civilsan Rossi Construtora Odebrecht Holcim Santa Bárbara Eng. Andrade Gutierrez Placas Tigre 2008 7,2 6,8 6,3 4,4 4,3 3,8 3,6 3,3 3,3 3,2 3,2 3,2 3,1 3,0 2,9 2,8 2,6 2,5 2,3 2,2 2,1 2,1 2,1 2,0 2,0 2,0 Ord. 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 2009 6,7 6,9 4,5 2,8 3,2 1,7 2,8 5,3 3,4 3,5 2,5 2,3 3,0 3,3 3,0 2,2 3,0 3,4 4,1 3,3 2,1 1,3 3,0 1,8 1,6 2,0 Ord. 2009 2 1 5 18 13 31 19 3 9 8 20 22 14 11 15 23 16 10 6 12 24 40 17 29 34 26 Var. Empresa % -6,94 Eternit 1,47 Gafisa -28,57 Cimentos Liz -36,36 Duratex -25,58 Itambé Cimento -55,26 Telemont -22,22 Camargo Corrêa 60,61 Egesa 3,03 Enesa 9,38 UTC Eng. -21,88 Techint -28,13 Azevedo & Travassos -3,23 Cimento Tupi 10,00 U&M 3,45 Eucatex -21,43 Gdk 15,38 Supermix 36,00 Cauê 78,26 Eliane 50,00 Portobello 0,00 Votorantim Cimento N -38,10 Ccb 42,86 Cecrisa -10,00 Votorantim Cimentos -20,00 Lafarge 0,00 Média 2008 1,9 1,9 1,8 1,7 1,7 1,7 1,5 1,5 1,5 1,5 1,4 1,3 1,2 1,2 1,0 1,0 1,0 0,9 0,9 0,9 0,9 0,7 0,7 0,7 0,6 2,3 Ord. 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 - 2009 4,0 2,1 1,6 1,1 4,8 1,2 1,8 1,9 1,9 1,7 1,5 1,4 1,7 1,0 0,8 1,2 1,0 1,1 0,8 0,7 1,4 1,6 0,7 2,5 0,9 2,41 Ord. 2009 7 25 35 43 4 41 30 27 28 32 37 38 33 45 48 42 46 44 49 50 39 36 51 21 47 - Var. % 110,53 10,53 -11,11 -35,29 182,35 -29,41 20,00 26,67 26,67 13,33 7,14 7,69 41,67 -16,67 -20,00 20,00 0,00 22,22 -11,11 -22,22 55,56 128,57 0,00 257,14 50,00 4,78 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir da Revista Exame e FIPECAFI (2010) 79 80 Identifica-se uma média para o índice de LC de 2,3 e 2,41 em 2008 e 2009, demonstrando que o conjunto de empresas apresenta capacidade satisfatória de solvência para quitar suas obrigações para um exercício social. A Queiroz Galvão, com 7,2 e 6,9, e a Delta Construções, com 6,8 e 6,9, apresentam os melhores índices de LC em 2008 e 2009. O desempenho destas empresas pode ser considerado altamente satisfatório, pois seus índices demonstram uma grande capacidade de pagamento de compromissos para os períodos, o que diminui os riscos para credores e investidores. Contrapondo a este parâmetro de liquidez, 8 empresas, em 2008, e 5 empresas, em 2009, apresentaram índices abaixo de 1,00, que pode ser considerado como o ponto de equilíbrio da liquidez (MATARAZZO, 2008), e poderiam ter dificuldades para cumprir suas obrigações correntes. No intuito de complementar o índice de Liquidez Corrente, têm-se na Tabela 5 os índices de Liquidez Geral, que demonstram a capacidade de solvência total da empresa, sendo, portanto, um índice menos conservador, já que considera aspectos que vão além de um exercício social. Tabela 5 Índices de liquidez geral (LG) nos anos de 2008 e 2009 Empresa Cauê Via Eng. Delta Construção Cr Almeidas Construcap Serveng-Civilsan Eit Votorantim Cimento N S.A Paulista Santa Bárbara Eng. Mendes Junior Queiroz Galvão Arg Galvão Eng. Barbosa Mello Construtora Odebrecht Egesa Carioca Eng. MRV Eng. Andrade Gutierrez Engevix Oas Placas Camargo Corrêa Eternit Telemont 2008 6,0 4,3 4,1 4,0 3,1 3,1 3,0 2,8 2,5 2,5 2,4 2,4 2,3 2,3 2,2 2,1 2,1 2,0 2,0 1,9 1,9 1,8 1,6 1,5 1,5 1,4 Ord. 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 2009 0,7 3,7 3,2 3,2 3,0 3,0 3,1 2,3 3,1 1,7 2,3 2,0 1,5 2,3 1,7 1,7 1,5 1,6 2,0 1,7 1,6 2,4 0,5 1,4 2,4 1,0 Ord. 2009 42 1 2 3 6 7 4 10 5 17 11 14 24 12 18 19 25 22 15 20 23 8 46 28 9 34 Var. Empresa % -88,33 UTC Eng. -13,95 Techint -21,95 Itambé Cimento -20,00 Rossi -3,23 Tigre -3,23 U&M 3,33 Ccb -17,86 Cimento Tupi 24,00 Enesa -32,00 Gafisa -4,17 Azevedo & Travassos -16,67 Emsa -34,78 Gdk 0,00 Berneck -22,73 Lafarge -19,05 Schahin -28,57 Supermix -20,00 Eliane 0,00 Portobello -10,53 Duratex -15,79 Cecrisa 33,33 Cimentos Liz -68,75 Eucatex -6,67 Holcim 60,00 Votorantim Cimentos -28,57 Média 2008 1,4 1,3 1,2 1,2 1,2 1,2 1,1 1,1 1,1 1,1 1,0 1,0 0,9 0,8 0,8 0,8 0,8 0,6 0,6 0,5 0,4 0,4 0,4 0,4 0,2 1,7 Ord. 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 - 2009 1,5 1,7 2,0 1,5 1,4 0,9 0,9 2,1 1,4 1,1 1,1 0,8 1,0 0,8 0,9 1,3 0,8 0,7 0,7 0,6 0,4 0,5 0,5 0,5 0,4 1,6 Ord. 2009 26 21 16 27 29 36 37 13 30 32 33 39 35 40 38 31 41 43 44 45 50 47 48 49 51 - Var. % 7,14 30,77 66,67 25,00 16,67 -25,00 -18,18 90,91 27,27 0,00 10,00 -20,00 11,11 0,00 12,50 62,50 0,00 16,67 16,67 20,00 0,00 25,00 25,00 25,00 100,00 -5,88 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir da Revista Exame e FIPECAFI (2010) 81 82 Em relação à Liquidez Geral, a média para os períodos é de 1,7 e 1,6, o que representa uma performance satisfatória, com uma variação negativa não significativa de um ano para o outro, de apenas -5,88%. Em 2008, as empresas com melhor desempenho na LG foram Cauê, Via Engenharia, Delta Construções e Cr Almeidas, com índices a partir de 4,0. Observa-se que a Delta Engenharia apresenta-se com alto desempenho na LG e na LC. O que se difere para a Cauê que apresentava um índice de LC de 0,9, no entanto na LG se apresenta com a melhor performance dentre as empresas analisadas. Têm-se 13 empresas com índice de LG abaixo de 1,00, o que pode ser considerado insatisfatório. A Votorantim Cimentos apresenta o pior índice, com 0,2. Complementando a análise desta com a LC, verifica-se que, em 2008, o índice era de 0,7, logo nesse ano estava com dificuldades solvência a curto e longo prazo. Em 2009, as empresas de melhores desempenhos na LG apresentaram quedas, quando comparadas com os índices de 2008, com destaque para a Cauê, com variação de -88,33%, saindo da 1ª posição, 6,0, em 2008, para a 42ª posição, 0,7. Observa-se que a LC, em 2009, para a referida empresa aumentou 22,22%, demonstrando uma melhora na capacidade de pagamento de curto prazo, mas uma piora no longo prazo. Em relação às empresas com índices inferiores a 1,00, observa-se que 16 apresentaram-se nesse patamar, o que não difere muito do número encontrado em 2008. Ressalta-se que a Votorantim Cimentos, com 0,4, mais uma vez alcançou o pior índice de LG, mesmo com uma melhora em relação ao ano anterior. O que é relevante é a sua melhora no índice LC, com 2,7, que demonstra um direcionamento favorável na sua capacidade de pagamento de curto prazo. 83 Dispor de informações do desempenho das empresas sobre aspectos da liquidez é uma forma de visualizar e tomar decisões de risco para credores e investidores. Apresentar boa liquidez é ter garantias de capacidade de pagamento para as dívidas por meio dos ativos disponíveis, o que está relacionado com a estrutura de endividamento que a empresa possui. Sendo assim, foram calculados os índices que demonstram a forma como as empresas financiam os recursos aplicados no ativo - o Endividamento Geral (EG), que é a relação entre o Capital de Terceiros (CT) e o Ativo Total -; e a utilização de Capital de Terceiros em proporção ao Patrimônio Líquido (PL) a Participação de Capital de Terceiros (PCT). A Tabela 6 expõe os índices de Endividamento Geral (EG), dos anos de 2008 e 2009, elencados em ordem (Ord.) decrescente, e a variação (Var.%) de um período para o outro. Tabela 6 Índices de endividamento geral (EG) nos anos de 2008 e 2009 Empresa Portobello Holcim Cecrisa Schahin Eliane Azevedo & Travassos Enesa Gdk Placas Votorantim Cimentos Telemont Gafisa Supermix UTC Eng. Techint U&M Duratex Eucatex Lafarge Engevix Camargo Corrêa Cimento Tupi Rossi Cimentos Liz Andrade Gutierrez Tigre 2008 0,99 0,90 0,84 0,82 0,81 0,80 0,77 0,75 0,71 0,67 0,64 0,62 0,62 0,62 0,60 0,57 0,53 0,53 0,51 0,50 0,49 0,49 0,49 0,48 0,47 0,47 Ord. 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 2009 0,94 0,69 0,83 0,31 0,80 0,80 0,62 0,69 0,52 0,74 0,82 0,59 0,65 0,58 0,49 0,53 0,42 0,41 0,40 0,58 0,34 0,28 0,40 0,47 0,50 0,41 Ord. 2009 1 7 2 39 4 5 10 8 16 6 3 11 9 12 19 15 22 23 25 13 38 42 26 21 17 24 Var. Empresa % -5,05 Ccb -23,33 Carioca Eng. -1,19 Itambé Cimento -62,20 Mendes Junior -1,23 Oas 0,00 Berneck -19,48 Construtora Odebrecht -8,00 Galvão Eng. -26,76 S.A Paulista 10,45 MRV Eng. 28,13 Eternit -4,84 Barbosa Mello 4,84 Emsa -6,45 Santa Bárbara Eng. -18,33 Arg -7,02 Cauê -20,75 Egesa -22,64 Eit -21,57 Queiroz Galvão 16,00 Votorantim Cimento N -30,61 Construcap -42,86 Via Eng. -18,37 Delta Construção -2,08 Cr Almeidas 6,38 Serveng-Civilsan -12,77 Média 2008 0,45 0,44 0,44 0,40 0,40 0,39 0,38 0,38 0,36 0,33 0,31 0,30 0,30 0,30 0,29 0,28 0,28 0,28 0,28 0,25 0,23 0,23 0,22 0,21 0,21 0,48 Ord. 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 - 2009 0,37 0,55 0,25 0,40 0,37 0,35 0,50 0,39 0,29 0,35 0,25 0,38 0,20 0,48 0,39 0,40 0,40 0,30 0,36 0,28 0,27 0,26 0,28 0,27 0,23 0,46 Ord. 2009 33 14 48 27 34 36 18 30 41 37 49 32 51 20 31 28 29 40 35 43 45 47 44 46 50 - Var. % -17,78 25,00 -43,18 0,00 -7,50 -10,26 31,58 2,63 -19,44 6,06 -19,35 26,67 -33,33 60,00 34,48 42,86 42,86 7,14 28,57 12,00 17,39 13,04 27,27 28,57 9,52 -4,17 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir da Revista Exame e Fipecafi (2010) 84 85 Verifica-se que o EG das empresas tem uma média de 0,48 e 0,46 para os anos de 2008 e 2009, representando que 48% e 46% do Ativo Total são financiados por Capital de Terceiros (CT). A variação é negativa em -4,17% para as médias anuais, ou seja, o grupo de empresas reduziu o seu endividamento. Em 2008, 14 empresas apresentam EG acima de 0,5, o que pode indicar um maior risco para a empresa, sendo que a Portobello tem praticamente todo o seu ativo financiado por recursos de terceiros, com índice de 0,99, o que em termos percentuais revela que 99% da sua composição de ativos disponíveis provém de recursos de terceiros. A Serveng-Civilsan é a empresa com menor índice de EG no período. Em relação aos índices de Participação de Capital de Terceiros (PCT), que retrata a dependência da empresa em relação aos recursos externos, tendo a referência de que para cada $ 1,00 de recurso próprio quanto a empresa tomou de Capital de Terceiros (CT) (MATARAZZO, 2008), a Tabela 7 os expõe: Tabela 7 Índices de participação de capital de terceiros (PCT) nos anos de 2008 e 2009 Empresa 2008 Portobello Holcim Cecrisa Schahin Eliane Azevedo & Travassos Enesa Gdk Placas Votorantim Cimentos 91,59 9,29 5,32 4,47 4,24 4,09 3,44 3,06 2,41 2,01 Ord. 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 15,35 2,25 4,77 0,43 4,12 4,02 1,67 2,28 1,10 2,87 Ord. 2009 1 8 2 39 4 5 10 7 16 6 Telemont 1,80 11 4,60 3 Gafisa UTC Eng. Supermix Techint U&M Duratex Eucatex Lafarge Engevix Cimento Tupi Rossi Camargo Corrêa Cimentos Liz Andrade Gutierrez Tigre 1,65 1,65 1,64 1,47 1,32 1,15 1,13 1,02 1,00 0,96 0,96 0,95 0,92 0,89 0,88 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 1,44 1,37 1,88 0,97 1,11 0,73 0,71 0,66 1,40 0,38 0,66 0,52 0,89 1,00 0,70 11 13 9 19 15 22 23 26 12 43 27 38 21 17 24 2009 Var. % -83,24 -75,78 -10,34 -90,38 -2,83 -1,71 -51,45 -25,49 -54,36 42,79 155,5 6 -12,73 -16,97 14,63 -34,01 -15,91 -36,52 -37,17 -35,29 40,00 -60,42 -31,25 -45,26 -3,26 12,36 -20,45 Ccb Carioca Eng. Itambé Cimento Mendes Junior Berneck Galvão Eng. Construtora Odebrecht Oas S.A Paulista MRV Eng. 0,82 0,80 0,78 0,66 0,65 0,62 0,61 0,61 0,56 0,49 Ord. 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 Eternit 0,45 37 0,33 49 -26,67 Barbosa Mello Emsa Santa Bárbara Eng. Arg Cauê Egesa Queiroz Galvão Eit Votorantim Cimento N Construcap Via Eng. Delta Construção Cr Almeidas Serveng-Civilsan Média 0,44 0,43 0,43 0,42 0,40 0,39 0,39 0,38 0,34 0,30 0,30 0,28 0,27 0,26 5,74 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 - 0,63 0,25 0,91 0,64 0,67 0,65 0,56 0,43 0,38 0,37 0,35 0,39 0,38 0,31 2,23 32 51 20 30 25 29 35 40 44 46 47 42 45 50 - 43,18 -41,86 111,63 52,38 67,50 66,67 43,59 13,16 11,76 23,33 16,67 39,29 40,74 19,23 -61,24 Empresa 2008 0,60 1,20 0,33 0,66 0,55 0,63 0,98 0,58 0,42 0,55 Ord. 2009 33 14 48 28 36 31 18 34 41 37 Var. % -26,83 50,00 -57,69 0,00 -15,38 1,61 60,66 -4,92 -25,00 12,24 2009 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir da Revista Exame e FIPECAFI (2010) 86 87 Observa-se uma média de PCT de 5,74 de recursos de terceiros para cada 1,00 de recursos próprios, em 2008, com uma diminuição de -61,24% quando comparado a 2009, obtendo um índice de 2,23. Este fato demonstra que as empresas diminuíram sua dependência em relação ao capital externo. Como o PCT e o EG são índices complementares, observa-se que a Portobello é a empresa com maior dependência de recursos externos, assim como a Serveng-Civilsan é a empresa com a menor dependência destes. Prosseguindo as análises de desempenho, foram calculados os índices de rentabilidade no intuito de verificar se há retorno das vendas – Margem Líquida (ML) -, Retorno do Ativo (ROA) e Retorno do Patrimônio Líquido (ROE). A Tabela 8 apresenta os índices de Margem Líquida (ML), relação de quanto das vendas resultou em lucro líquido, obtidos pelas empresas nos anos de 2008 e 2009: Tabela 8 Índices de margem líquida (ML) nos anos de 2008 e 2009 Empresa MRV Eng. Itambé Cimento Rossi S.A Paulista Serveng-Civilsan Emsa Arg Eternit Cauê Votorantim Cimento N Construtora Odebrecht Queiroz Galvão Techint Berneck Cimento Tupi Duratex Gafisa Galvão Eng. Telemont Votorantim Cimentos Ccb Construcap Eit Enesa Lafarge Tigre 2008 0,55 0,31 0,26 0,24 0,24 0,22 0,19 0,19 0,13 0,13 0,12 0,12 0,12 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,10 0,10 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 Ord. 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 2009 0,37 0,34 0,40 0,26 0,19 -0,21 0,26 0,16 0,31 0,21 0,18 0,12 0,21 0,07 0,15 0,05 0,17 0,13 0,05 0,25 0,10 0,12 0,09 0,10 0,10 0,08 Ord. 2009 2 3 1 6 11 51 7 15 4 9 12 18 10 33 16 39 13 17 40 8 22 19 25 23 24 29 Var. Empresa % -32,7 Barbosa Mello 9,7 Egesa 53,8 Schahin 8,3 Supermix -20,8 Camargo Corrêa -195,5 Carioca Eng. 36,8 Delta Construção -15,8 Via Eng. 138,5 Eucatex 61,5 Mendes Junior 50,0 Santa Bárbara Eng. 0,0 Andrade Gutierrez 75,0 Cr Almeidas -36,4 Engevix 36,4 UTC Eng. -54,5 U&M 54,5 Oas 18,2 Azevedo & Travassos -50,0 Gdk 150,0 Portobello 11,1 Eliane 33,3 Cecrisa 0,0 Cimentos Liz 11,1 Placas 11,1 Holcim -11,1 Média 2008 0,08 0,08 0,08 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,06 0,06 0,06 0,05 0,05 0,05 0,05 0,04 0,02 0,01 0,01 -0,02 -0,03 -0,04 -0,10 -0,13 -0,15 0,09 Ord. 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 - 2009 0,08 0,07 0,03 0,06 0,12 0,08 0,11 0,09 0,31 0,09 0,02 -0,11 0,02 0,08 0,07 0,09 0,02 0,03 0,06 0,03 0,01 0,04 0,01 0,06 0,17 0,12 Ord. 2009 30 34 42 36 20 31 21 26 5 27 45 50 46 32 35 28 47 43 37 44 48 41 49 38 14 - Var. % 0,0 -12,5 -62,5 -25,0 71,4 14,3 57,1 28,6 416,7 50,0 -66,7 -320,0 -60,0 60,0 40,0 125,0 0,0 200,0 500,0 250,0 133,3 200,0 110,0 146,2 213,3 25,5 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir da Revista Exame e Fipecafi (2010) 88 89 As médias de ML ficaram em 0,09 e 0,12 nos períodos analisados, o que demonstra que 9% e 12% das vendas foram convertidas em lucro líquido em 2008 e 2009, respectivamente. Em 2008, a MRV é a empresa que alcançou melhor ML, com 0,55 para cada 1,00 de vendas, isso representa um ganho líquido de 55% sobre as vendas realizadas. As empresas Itambé Cimento, Rossi, S.A Paulista, Serveng-Civilsan e Emsa apresentaram ML acima de 0,20. Observa-se, também, que 6 empresas tiveram margens negativas, sendo estas, a Portobello, Eliane, Cecrisa, Cimentos Liz, Placas e Holcim. Complementando, as Tabelas 9 e 10 expõem os índices de Rentabilidade do Ativo (ROA) e de Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE), classificados em ordem (Ord.) decrescente, tendo como o ano base 2008, e, também, a variação entre os períodos de 2008 e 2009. Observa-se um índice médio de ROA de 10% e 12% e de ROE de 14% e 27% nos anos de 2008 e 2009, respectivamente. Tabela 9 Índices de rentabilidade do ativo (ROA) nos anos de 2008 e 2009 Empresa 2008 Ord. 2008 2009 Ord. 2009 Emsa 0,36 1 -0,17 51 Itambé Cimento Telemont Galvão Eng. Enesa Engevix S.A Paulista Eternit Supermix Techint Carioca Eng. Queiroz Galvão Construtora Odebrecht Delta Construção UTC Eng. Construcap Santa Bárbara Eng. Tigre Cimento Tupi 0,34 0,34 0,29 0,25 0,25 0,25 0,23 0,22 0,19 0,17 0,16 0,15 0,14 0,14 0,12 0,12 0,12 0,11 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 0,38 0,26 0,39 0,29 0,22 0,21 0,15 0,18 0,34 0,16 0,17 0,17 0,20 0,17 0,21 0,04 0,12 0,17 2 5 1 4 6 8 20 12 3 19 13 14 11 15 9 38 25 16 Mendes Junior 0,11 20 0,22 7 Serveng-Civilsan Via Eng. Arg Barbosa Mello Camargo Corrêa MRV Eng. 0,11 0,11 0,10 0,10 0,10 0,10 21 22 23 24 25 26 0,12 0,14 0,12 0,13 0,14 0,09 26 21 27 23 22 34 Var. % Empresa Eit 147,22 11,76 Ccb -23,53 Cr Almeidas 34,48 Duratex 16,00 Lafarge -12,00 U&M -16,00 Votorantim Cimento N -34,78 Votorantim Cimentos -18,18 Egesa 78,95 Rossi -5,88 Andrade Gutierrez 6,25 Azevedo & Travassos 13,33 Berneck 42,86 Cauê 21,43 Eucatex 75,00 Gafisa -66,67 Oas 0,00 Gdk 54,55 Schahin 100,0 Cecrisa 0 9,09 Eliane 27,27 Portobello 20,00 Cimentos Liz 30,00 Placas 40,00 Holcim -10,00 Média 2008 Ord. 2008 2009 Ord. 2009 Var. % 0,09 27 0,09 35 0,00 0,07 0,07 0,07 0,06 0,06 0,06 0,06 0,05 0,05 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,03 0,03 0,02 0,02 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 0,10 0,02 0,02 0,07 0,11 0,10 0,10 0,10 0,06 -0,10 0,13 0,03 0,17 0,17 0,04 0,04 0,10 0,02 29 45 46 36 28 30 31 32 37 50 24 41 17 18 39 40 33 47 42,86 -71,43 -71,43 16,67 83,33 66,67 66,67 100,00 20,00 -350,00 225,00 -25,00 325,00 325,00 33,33 33,33 400,00 0,00 -0,02 46 0,03 42 250,00 -0,02 -0,02 -0,04 -0,04 -0,17 0,10 47 48 49 50 51 - 0,01 0,03 0,001 0,03 0,21 0,12 48 43 49 44 10 - 150,00 250,00 100,00 175,00 223,53 20,00 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir da Revista Exame e FIPECAFI (2010) 90 Tabela 10 Índices de rentabilidade do patrimônio líquido (ROE) nos anos de 2008 e 2009 Empresa Enesa Telemont Itambé Cimento Supermix Emsa Engevix Galvão Eng. Techint S.A Paulista UTC Eng. Eternit Carioca Eng. Cimento Tupi Construtora Odebrecht Tigre Queiroz Galvão Camargo Corrêa Azevedo & Travassos Mendes Junior Delta Construção Votorantim Cimentos Santa Bárbara Eng. Construcap 2008 1,13 0,95 0,6 0,58 0,51 0,5 0,48 0,47 0,39 0,37 0,33 0,3 0,23 0,23 0,23 0,22 0,2 0,19 0,19 0,18 0,18 0,17 0,16 Ord. 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 2009 0,76 1,47 0,51 0,52 -0,21 0,52 0,64 0,67 0,29 0,39 0,20 0,34 0,24 0,33 0,20 0,26 0,21 0,63 0,36 0,28 0,41 0,08 0,28 Ord. 2009 2 1 10 8 50 9 5 3 17 12 26 14 23 16 27 22 25 6 13 19 11 41 20 Var. % -32,7 54,7 -15,0 -10,3 -141,2 4,0 33,3 42,6 -25,6 5,4 -39,4 13,3 4,3 43,5 -13,0 18,2 5,0 231,6 89,5 55,6 127,8 -52,9 75,0 Empresa Ccb Duratex Serveng-Civilsan Via Eng. Eit Schahin U&M Lafarge Rossi Cr Almeidas Eucatex Votorantim Cimento N Andrade Gutierrez Berneck Egesa Gafisa Gdk Cauê Oas Cimentos Liz Eliane Placas Cecrisa 2008 0,14 0,14 0,14 0,14 0,13 0,13 0,13 0,11 0,1 0,08 0,08 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,06 0,05 -0,07 -0,12 -0,13 -0,15 Ord. 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 2009 0,16 0,04 0,16 0,18 0,13 0,02 0,24 0,11 0,10 0,03 0,28 0,14 -0,21 0,05 0,16 0,09 0,34 0,29 0,07 0,01 0,05 0,06 0,15 Ord. 2009 31 46 32 30 37 48 24 38 39 47 21 36 51 44 33 40 15 18 42 49 45 43 35 Var. % 14,3 -71,4 14,3 28,6 0,0 -84,6 84,6 0,0 0,0 -62,5 250,0 75,0 -400,0 -28,6 128,6 28,6 385,7 383,3 40,0 114,3 141,7 146,2 200,0 “continua” 91 Tabela 10 “conclusão” Empresa Arg Barbosa Mello MRV Eng. 2008 0,15 0,15 0,15 Ord. 2008 24 25 26 2009 0,20 0,20 0,15 Ord. 2009 28 29 34 Var. % 33,3 33,3 0,0 Empresa Portobello Holcim Média 2008 -1,62 -1,74 0,14 Ord. 2008 50 51 - 2009 0,54 0,67 0,27 Ord. 2009 7 4 - Var. % 133,3 138,5 92,9 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir da Revista Exame e FIPECAFI (2010) 92 93 Verifica-se, ainda, que em 2008, as 6 empresas que obtiveram margens líquidas negativas foram as que apresentaram ROA e ROE negativos, também. E que as melhoras em ML são, em geral, proporcionais em ROA e ROE. 4.3 Eficiência econômico-financeira por meio da Análise Envoltória de Dados - DEA Considerando os objetivos deste trabalho, nesta seção são apresentados os resultados auferidos ao aplicar a metodologia DEA para os modelos Constant Return Scale (CRS), ou CCR, e Variable Return Scale (VRS), ou BCC, com orientação para output. Para essa análise, foram utilizadas as variáveis absolutas de caráter operacional, econômico e financeiro, sendo: a) Variáveis de inputs (insumos): Capital Total Investido - soma do Patrimônio Líquido (PL) e Capital de Terceiros (CT)-, e Salários e Encargos. b) Variáveis de outputs (produtos): Vendas e Lucro Líquido. Por meio dessas análises, tem-se por objetivo verificar a eficiência das empresas do setor de construção civil para gerar o resultado máximo, utilizando os recursos disponíveis atuais sem alterá-los. A opção pela orientação “output” se dá pelo entendimento de que não é do interesse das empresas diminuírem o seu investimento e consequentemente o porte da empresa, seja por meio do capital próprio ou de terceiros, e seus gastos com salários, principalmente, pois poderia gerar problemas na esfera trabalhista e socioeconômica. Dessa forma, primeiramente, serão apresentados os resultados da análise DEA, com o modelo de escala constante (CRS/CCR), e, posteriormente, com o modelo de escala variável (VRS/BCC). 94 4.3.1 Análise da eficiência por meio de variáveis operacional, econômica e financeira absolutas: aplicando o modelo DEA de escala constante (CRS/CCR) A Tabela 11, apresenta os escores de eficiência encontrados para a modelagem DEA por escala constante (CRS/CCR), com orientação output, para os anos de 2008 e 2009. Tabela 11 Indicadores de eficiências pelo Modelo DEA-CCR Output utilizando dados econômico-financeiros absolutos nos anos de 2008 e 2009 DMUs 3Azeved 7Carioca 21Emsa 23Engev 30Itambe 43Supermi 50VotNNE 5Berneck 40StaBarb 45Telemon 47U&M 27Galvao 49Via 24Eternit 51Vot 11Tupi 17Dura 22Enes 35Placas 39SAPaul 18Eges 15CrAl 48UTC 9Ccb 31Lafarg 8Caue CCR-O 2008 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,96 0,94 0,92 0,92 0,87 0,85 0,85 0,80 0,78 0,72 0,71 0,71 0,71 0,71 0,65 0,62 0,61 0,60 0,59 0,58 Ord 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 CCR-O 2009 1,00 0,69 0,48 1,00 1,00 1,00 1,00 0,81 0,64 1,00 0,94 0,89 0,87 0,67 0,57 0,9 0,2 0,68 0,88 0,54 0,64 0,57 0,63 0,39 0,49 0,44 Ord 2009 1 13 34 2 3 4 5 12 17 6 7 9 11 16 24 8 50 15 10 28 18 25 20 42 32 37 Média 1,00 0,85 0,74 1,00 1,00 1,00 0,98 0,87 0,78 0,96 0,91 0,87 0,86 0,73 0,68 0,81 0,46 0,70 0,80 0,63 0,65 0,60 0,62 0,49 0,54 0,51 DMUs 13Constca 4Barbosa 32MendJr 16Delta 46Tigre 12Liz 28Gdk 44Techint 36Porto 2Arg 20Elian 29Holcim 34Oas 37Queiroz 6Camargo 19Eit 25Eucatex 38Rossi 26Gafisa 10Cecrisa 33Mrv 42Serveng 1Andrad 14Odebrec 41Schah Média CCR-O 2008 0,54 0,52 0,52 0,51 0,51 0,49 0,49 0,49 0,48 0,47 0,45 0,45 0,43 0,43 0,41 0,41 0,41 0,37 0,32 0,30 0,30 0,30 0,28 0,27 0,19 0,62 Ord 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 - CCR-O 2009 0,55 0,52 0,69 0,61 0,49 0,58 0,54 0,48 0,58 0,64 0,5 0,43 0,55 0,47 0,36 0,35 0,41 0,42 0,19 0,4 0,28 0,33 0,32 0,27 0,27 0,59 Ord 2009 26 30 14 21 33 22 29 35 23 19 31 38 27 36 43 44 40 39 51 41 47 45 46 48 49 - Média 0,55 0,52 0,6 0,56 0,5 0,53 0,52 0,49 0,53 0,56 0,47 0,44 0,49 0,45 0,39 0,38 0,41 0,4 0,26 0,35 0,29 0,31 0,3 0,27 0,23 0,60 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir do Sistema Integrado de Apoio à Decisão - SIAD (2011) *Destaques do autor. 95 96 Observa-se que, em 2008, 6 (seis) empresas foram consideradas eficientes, mantendo, em 2009, o mesmo número de empresas eficientes. No entanto, há alterações nas DMUs consideradas eficientes, sendo que 4 (quatro) empresas se mantiveram no nível de eficiência igual a 1,00 e, portanto, permaneceram sendo referência. As DMUs 7 e 21 foram consideradas eficientes em 2008, obtendo escore 1,00, no entanto, em 2009, as mesmas obtiveram uma queda no nível de eficiência, alcançando escores de 0,69 e 0,48, respectivamente, deixando a fronteira de eficiência. Substituindo essas DMUs, em 2009, alcançaram o patamar de eficientes as DMUs 45 e 50, que já apresentavam escores próximos do indicador de eficiência, em 2008. Nos dois períodos analisados, as empresas com menor padrão de eficiência alcançaram o índice de 0,19, sendo a DMU 41, em 2008, e a DMU 26, em 2009. Por meio das Figuras 1 e 2, é possível visualizar as DMUs que estão sobre a superfície da fronteira de eficiência e o posicionamento daquelas que não estão sobre a fronteira. A interpretação das figuras é que quanto mais próximo do centro, menos eficiente é a DMU e a DMU que alcançou a eficiência está sobre os limites extremos destes, que apresentam escala de 0,1 a 1,0. Verifica-se que as DMUs 3, 23, 30 e 43 são as únicas que se mantém sobre a fronteira de eficiência nos dois anos. 97 Figura 1 Posicionamento das DMUs em relação à fronteira de eficiência DEACCR-O no ano de 2008 Fonte: Elaborada pelo autor Figura 2 Posicionamento das DMUs em relação à fronteira de eficiência DEACCR-O no ano de 2009. Fonte: Elaborada pelo autor 98 Além de indicar as DMUs eficientes, conforme já abordado, uma das vantagens da DEA é indicar as melhorias necessárias para que as empresas que não estão sobre a fronteira de eficiência alcancem a mesma, comparando com os desempenhos das empresas eficientes. Essas indicações de melhoria seria a resposta para a pergunta: o que uma DMU não eficiente, pelo modelo DEACRS-O, necessita aprimorar em relação às suas vendas e lucros para ser eficiente? Sendo assim, a Tabela 12 expõe os alvos para as DMUs que não atingiram o nível de eficiência, no ano de 2008, em relação aos outputs Vendas e Lucro Líquido e a variação percentual que os valores alvos representam. Tabela 12 Alvos de melhoria pela DEA-CCR-O no ano de 2008 DMUs 1Andrad Output Vendas 0,281 LL 2Arg Vendas 0,472 LL 3Azeved Vendas 1,00 LL 4Barbosa Vendas 0,519 LL 5Berneck Vendas 0,937 LL 6Camargo Vendas 0,412 LL 7Carioca Vendas 1,00 LL 8Caue Vendas 0,58 LL 9Ccb Vendas 0,597 LL 10Cecrisa Vendas 0,298 LL 11Tupi Vendas 0,722 LL 12Liz Vendas 0,493 LL 13Contcap Vendas 0,541 LL 14Odebrec Vendas 0,273 LL 15CrAl Vendas 0,619 LL 16Delta Vendas 0,513 LL Atual 2.311,90 258,10 224,70 177,10 186,30 137,10 289,10 158,40 284,20 166,90 2.778,50 316,00 689,40 183,20 879,40 246,70 914,90 217,00 372,10 121,10 259,70 164,00 270,30 107,00 353,20 168,20 3.042,20 487,80 372,70 152,20 834,40 195,50 Alvo 8.229,23 2.089,67 475,80 375,01 186,30 137,10 557,02 305,19 303,24 178,08 6.743,04 1.390,72 689,40 183,20 1.514,37 424,83 1.531,68 407,03 1.246,76 405,76 359,68 227,14 548,02 216,94 653,06 311,00 11.121,39 2.085,94 602,28 245,95 1.627,30 381,28 Var. % 255,95 709,63 111,75 111,75 92,67 92,67 6,70 6,70 142,69 340,10 72,21 72,21 67,41 87,57 235,06 235,06 38,50 38,50 102,75 102,75 84,90 84,90 265,57 327,62 61,60 61,60 95,03 95,03 DMUs 27Galvao Output Vendas 0,85 LL 28Gdk Vendas 0,489 LL 29Holcim Vendas 0,447 LL 30Itambe Vendas 1,00 LL 31Lafarg Vendas 0,592 LL 32MendJ Vendas 0,522 LL 33Mrv Vendas 0,305 LL 34Oas Vendas 0,427 LL 35Placas Vendas 0,706 LL 36Porto Vendas 0,48 LL 37Queiroz Vendas 0,426 LL 38Rossi Vendas 0,367 LL 39SAPaul Vendas 0,71 LL 40StaBarb Vendas 0,92 LL 41Schah Vendas 0,19 LL 42Serveng Vendas 0,297 LL Atual 643,50 208,10 364,00 139,10 888,30 2,40 238,10 208,80 453,20 176,90 468,00 163,00 250,70 273,50 1.180,10 156,10 388,10 122,30 288,50 129,80 1.745,20 347,00 271,60 206,10 272,40 199,40 228,80 148,40 322,90 161,30 338,80 217,60 Alvo 757,34 244,91 744,67 284,57 1.985,85 513,79 238,10 208,80 764,97 298,60 895,61 311,93 1.023,52 897,57 2.765,56 569,42 549,97 173,31 596,53 268,39 4.094,98 942,57 738,80 560,63 383,51 280,74 248,60 161,24 1.666,39 832,42 1.140,56 732,55 Var. % 17,69 17,69 104,58 104,58 123,56 21.307,9 68,79 68,79 91,37 91,37 308,27 228,18 134,35 264,78 41,71 41,71 106,77 106,77 134,64 171,64 172,02 172,02 40,79 40,79 8,65 8,65 416,07 416,07 236,65 236,65 “continua” 99 Tabela 12 “conclusão” DMUs 17Dura Output Vendas 0,706 LL 18Eges Vendas 0,652 LL 19Eit Vendas 0,413 LL 20Elian Vendas 0,448 LL 21Emsa Vendas 1,00 LL 22Enes Vendas 0,715 LL 23Engev Vendas 1,00 LL 24Eternit Vendas 0,799 LL 25Eucatex Vendas 0,408 LL 26Gafisa Vendas 0,32 LL Atual 418,20 179,90 204,30 150,40 502,50 179,00 292,60 126,60 189,00 177,30 464,70 176,20 1.017,80 190,90 258,90 183,60 447,00 160,70 581,00 200,80 Alvo 591,92 254,63 313,33 230,66 1.217,01 433,52 653,02 282,54 189,00 177,30 650,16 246,52 1.017,80 190,90 324,01 229,78 1.094,93 393,63 1.816,55 627,82 Var. % 41,54 41,54 53,37 53,37 42,19 142,19 123,18 123,18 39,91 39,91 25,15 25,15 144,95 144,95 212,66 212,66 DMUs 43Supermix 1,00 44Techint 0,49 45Telemon 0,92 46Tigre 0,51 47U&M 0,87 48UTC 0,61 49Via 0,84 50VotNNE 0,96 51Vot 0,78 Total Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual Alvo 488,90 488,90 173,10 173,10 309,30 633,75 173,40 355,30 307,60 335,17 166,20 181,10 1.042,10 2.040,42 225,60 498,67 181,60 208,54 143,10 164,33 775,50 1.261,08 175,00 284,58 297,90 352,32 156,70 185,33 964,50 1.000,43 264,50 274,35 3.197,30 4.075,83 463,00 1.083,10 34.345,90 73.247,73 9.782,10 22.913,44 Var. % 104,90 104,90 8,96 8,96 95,80 121,04 14,83 14,83 62,62 62,62 18,27 18,27 3,72 3,72 27,48 133,93 113,26 134,24 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir do SIAD (2011) *Destaques do autor 100 101 Vale destacar que como há uma deficiência na análise DEA em trabalhar com variáveis negativas, e existiam dados do Lucro Líquido que se encontravam neste formato, essa variável foi acrescida de uma constante que tornasse o valor positivo, mantendo assim a diferença relativa entre as empresas (SILVA et al., 2009). Logo, os valores atuais e os alvos para o Lucro Líquido da Tabela 12 se baseiam em dados acrescidos de uma constante. Inicialmente, percebe-se que as empresas que atingiram o índice de eficiência, igual a 1,00, não apresentam necessidade de melhoria, uma vez que seus valores ideais são iguais aos atuais. E que, no total dos outputs para o grupo seria necessário um incremento de 113,26% para as vendas e 134,24% nos lucros para que este se torne eficiente, ressalvadas as proporções equivalentes para cada DMU. Verifica-se, ainda, que as empresas com índices mais próximos da eficiência apresentam a necessidade de poucos incrementos em relação aos seus outputs para se tornarem eficientes, como por exemplo, a Votorantim NNE, que precisaria de aumentar apenas 3,2% nas suas vendas e lucros para se tornar eficiente. Contrariamente, as empresas com índices baixos para a eficiência necessitam de aumentos substanciais nos seus outputs, como por exemplo: a) Schachin, com 0,19, necessita de aumentar as suas vendas e lucro líquido em 416,07%; b) Andrade Gutierrez, com 0,281, precisa incrementar as vendas em 255,95% e o lucro líquido em 709,63%; c) Cecrisa, com 0,298, teria que adicionar 235,6% às vendas e ao lucro líquido. d) Holcim, com 0,447 – mesmo não sendo o índice mais baixo necessita um crescimento de mais 123,56% nas vendas e 102 21.307,09% no lucro líquido, uma vez que em valores reais de 2008, obteve prejuízos. Em geral, as empresas com índices que podem ser considerados “mais satisfatórios”, mesmo não tendo alcançado a eficiência, necessitam de alterações menos impactantes em seus níveis de outputs para se tornarem eficientes, o que é adverso para as empresas com baixos índices. E que, também, os percentuais de melhorias para os outputs Vendas e Lucro Líquido são similares. As melhorias para os outputs de 2009, pelo modelo de escala constante da DEA (DEA-CCR-O), são apresentadas na Tabela 13: Tabela 13 Alvos de melhoria pela DEA-CCR-O no ano de 2009 DMUs 1Andrad 0,32 2Arg 0,642 3Azeved 1,00 4Barbosa 0,523 5Berneck 0,807 6Camargo 0,363 7Carioca 0,694 8Caue 0,436 9Ccb 0,388 10Cecrisa 0,401 11Tupi 0,897 12Liz 0,575 13Contcap 0,552 14Odebrec 0,266 15CrAl 0,573 16Delta 0,612 Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual 2.449,20 4 207 333,1 262,4 288,9 357 308,5 293,6 302 3.082,60 655,9 626,5 331,9 963,4 577,4 927,2 372,2 355,9 292,7 264,1 318,5 269,3 282 640,9 354,1 3.098,70 845,1 305,5 286,3 1.235,10 410,6 Alvo 7.645,01 3.534,80 360,87 518,55 262,40 288,90 682,42 589,71 363,66 374,07 8.483,86 4.241,33 902,80 478,28 2.208,78 1.323,80 2.386,28 981,88 887,58 729,97 294,37 355,01 468,08 490,16 1.161,19 690,21 11.634,09 9.844,08 533,19 499,68 2.015,00 1.002,28 Var. % 212,14 88.270,01 74,33 55,67 91,15 91,15 23,86 23,86 175,22 546,64 44,10 44,10 129,27 129,27 157,36 163,80 149,39 149,39 11,46 11,46 73,81 73,81 81,18 94,92 275,45 1.064,84 74,53 74,53 63,14 144,10 DMUs 27Galvao 0,894 28Gdk 0,543 29Holcim 0,434 30Itambe 1,00 31Lafarg 0,488 32MendJ 0,686 33Mrv 0,285 34Oas 0,55 35Placas 0,885 36Porto 0,585 37Queiroz 0,474 38Rossi 0,424 39SAPaul 0,54 40StaBarb 0,644 41Schah 0,266 42Serveng 0,332 Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual 1.246,40 441,2 430,9 303,8 851 426,6 256,1 368 451 323,8 807,8 355,7 535,2 479,5 1.530,50 314,2 289,6 296,1 272,3 289,3 2.362,90 558,3 315,4 405,3 258,1 346 361,9 287,1 344,9 291,5 398,7 354,5 Alvo 1.394,17 1.057,17 792,87 629,99 1.961,28 983,18 256,10 368,00 924,20 663,54 1.177,92 841,19 1.880,38 1.684,68 2.779,41 2.465,47 327,37 334,72 465,79 494,87 4.988,82 2.464,66 744,25 956,39 492,21 640,81 561,65 445,57 1.295,41 1.094,85 1.197,64 1.064,87 Var. % 11,86 139,61 84,00 107,37 130,47 130,47 104,92 104,92 45,82 136,49 251,34 251,34 81,60 684,68 13,04 13,04 71,06 71,06 111,13 341,46 135,97 135,97 90,71 85,20 55,20 55,20 275,59 275,59 200,39 200,39 “continua” 103 Tabela 13 “conclusão” DMUs 17Dura 0,205 18Eges 0,641 19Eit 0,349 20Elian 0,498 21Emsa 0,479 22Enes 0,68 23Engev 1,00 24Eternit 0,671 25Eucatex 0,414 26Gafisa 0,193 Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual 1.061,70 336,2 471,4 312,9 552,2 330,8 275,7 283,7 194,6 239,8 404,8 321,6 859,1 351,5 260,4 322 398,6 402,3 719 402,6 Alvo 5.182,61 2.120,46 735,21 488,01 1.582,41 947,95 553,26 569,31 406,18 500,52 594,96 610,92 859,10 351,50 388,11 479,92 962,82 971,75 3.721,36 2.083,76 Var. % 388,14 530,71 55,96 55,96 186,56 186,56 100,67 100,67 108,72 108,72 46,98 89,96 49,04 49,04 141,55 141,55 417,57 417,57 DMUs 43Supermix 1,00 44Techint 0,484 45Telemon 1,00 46Tigre 0,49 47U&M 0,943 48UTC 0,634 49Via 0,871 50VotNNE 1,00 51Vot 0,574 Total Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual Alvo Var. % 607,4 607,40 314,2 314,20 406,6 840,42 365,5 755,47 345 345,00 297,2 297,20 947,7 1.933,03 358,8 884,58 219,8 233,16 300,8 319,08 857,5 1.352,09 343 1.316,35 343,1 393,77 311,5 357,50 1.010,50 1.010,50 496,6 496,60 3.293,10 5.738,23 1.090,10 2.347,79 39.270,3 88.968,69 126,50 18.985,2 58.345,51 207,32 106,69 106,69 103,97 146,54 6,08 6,08 57,68 283,78 14,77 14,77 74,25 115,37 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir do SIAD (2011) *Destaques do autor. 104 105 Para as melhorias sugeridas pela DEA, em 2009, observa-se resultados similares em relação às melhorias sugeridas para 2008. Em comparação aos dois períodos, identifica-se uma maior necessidade de melhoria para o grupo de empresas em 2009, já que em 2008 era necessário um aumento de 113,26% e 134, 24% nas vendas e lucros, já neste período um acréscimo de 126,50% e 207,32 para o total dos outputs. Em 2009, a Andrade Gutierrez foi a empresa que apresentou a maior necessidade de ajuste em uma variável, com 88.270,01% de aumento para o lucro. A Odebrechet, também, apresentou uma necessidade alta de ajuste no lucro, com 1.064,84%. Dessa forma, assim como mencionado para as análises da Tabela 12, de maneira geral, as empresas eficientes não apresentam necessidade de melhorias, quanto menor o índice alcançado na análise DEA, maiores são as melhorias necessárias para as empresas e quanto maior, menores são os incrementos de melhorias. Enfim, extraiu-se as empresas referências (benchmarks) para as DMUs não eficientes, que foram as que atingiram índice igual a 1,00. Os Gráficos 2 e 3 demonstram quais empresas foram referências e para quantas empresas estas serviram como referência: 106 37 40 35 23 30 25 15 20 14 15 11 5 10 5 0 7Carioca 30Itambe 23Engev 21Emsa 3Azeved 43Supermix DMUs Gráfico 2 Empresas referências pelo modelo DEA-CCR-O em 2008 Fonte: Elaborado pelo autor, a partir do SIAD (2011) Em 2008, A Carioca Engenharia foi a DMU que serviu de referência para o maior número de empresas, 37, seguida de Itambé Cimento, 23, Engevix, 15, Emsa, 14, Azevedo & Travassos, 11, e, por fim, Supermix, 5. Em 2009, conforme o Gráfico 3, a Carioca Engenharia e a Emsa não aparecem como referência, pois as mesmas tiveram uma queda no índice de eficiência não atingindo 1,00. Deste modo, ingressaram como empresas referências a Votorantim NNE e a Telemont e permaneceram as outras 4 que já estavam em 2008. Dessa forma, verifica-se, em 2009, uma mudança na classificação das empresas que serviram de referência, sendo: Engevix, 31, primeiramente, seguida por Azevedo & Travassos, 27, Itambé, 25, Supermix, 17, Votorantim NNE, 9 e Telemont, sendo referência para apenas 1(uma) empresa. 107 31 35 27 25 30 25 17 20 9 15 10 1 5 0 23Engev 3Azeved 30Itambe 43Supermix 50VotNNE 45Telemon DMUs Gráfico 3 Empresas referências pelo modelo DEA-CCR-O em 2009 Fonte: Elaborado pelo autor, a partir do SIAD (2011) Ainda em relação às empresas referências, ressalta-se que uma empresa pode ter mais de uma empresa referência dentre as eficientes para que esta possa alcançar seu nível de eficiência. A seguir, serão apresentados resultados da análise envoltória por meio do modelo de escala variável (DEA-VRS/BCC), com as variáveis absolutas Capital Total, Salários e Encargos, Vendas e Lucro Líquido e orientação output. 4.3.2 Análise da eficiência por meio de variáveis operacional, econômica e financeira absolutas: aplicando o modelo DEA de escala variável (BCC/VRS) A modelagem DEA-VRS, ou DEA-BCC, considera o retorno de escala variável, no qual as unidades de portes distintos podem operar com eficiência em regiões de escalas diferentes. E, também, no modelo BCC, a fronteira de eficiência é convexa, permitindo que DMUs que operam com baixos valores de inputs tenham retornos crescentes de escala e as unidades que operam com altos 108 valores tenham retornos decrescentes de escala (LINS; MEZA, 2000; MACEDO; SANTOS; SILVA, 2009; SILVA et al., 2009). Deste modo, a Tabela 14 apresenta os índices de eficiência encontrados por meio da DEA-VRS com orientação para output, para os anos de 2008 e 2009 e cada DMU. Expõe-se, também, o ordenamento (Ord.), com a classificação do primeiro e segundo ano, a variação do período e a média de eficiência do grupo analisado. Tabela 14 Indicadores de eficiências pelo modelo DEA-BCC Output nos anos de 2008 e 2009 DMUs 3Azeved 5Berneck 6Camargo 7Carioca 14Odebrec 21Emsa 23Engev 27Galvao 30Itambe 33Mrv 37Queiroz 43Supermix 45Telemon 47U&M 50VotNNE 51Vot 22Enes 46Tigre 39SAPaul 40StaBarb 9Ccb 24Eternit 44Techint 49Via 16Delta 42Serveng BCC-O 2008 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,96 0,94 0,93 0,92 0,91 0,89 0,87 0,87 0,86 0,86 Ord 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 BCC-O 2009 1,00 0,81 1,00 0,89 1,00 0,64 1,00 1,00 1,00 0,78 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,97 0,83 0,89 0,85 0,87 0,85 0,97 0,88 0,93 0,81 Ord 2009 1 36 2 23 3 49 4 5 6 39 7 8 9 10 11 12 15 33 24 27 26 28 16 25 19 37 Média 1,00 0,90 1,00 0,94 1,00 0,82 1,00 1,00 1,00 0,89 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,96 0,89 0,91 0,89 0,89 0,87 0,92 0,87 0,89 0,83 DMUs 48UTC 1Andrad 8Caue 29Holcim 2Arg 17Dura 11Tupi 13Contcap 32MendJr 34Oas 38Rossi 4Barbosa 31Lafarg 35Placas 19Eit 15CrAl 18Eges 25Eucatex 28Gdk 26Gafisa 36Porto 20Elian 41Schah 10Cecrisa 12Liz Média BCC-O 2008 0,85 0,84 0,83 0,81 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78 0,77 0,77 0,76 0,76 0,76 0,75 0,74 0,71 0,70 0,67 0,63 0,62 0,61 0,61 0,55 0,50 0,85 Ord 2008 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 - BCC-O 2009 0,80 0,92 1,00 0,96 0,84 0,63 0,91 0,85 0,85 0,96 0,73 0,84 0,77 1,00 0,76 0,75 0,83 0,91 0,83 0,57 0,76 0,73 0,66 0,72 0,69 0,87 Ord 2009 38 20 13 17 31 50 21 29 30 18 44 32 40 14 41 43 34 22 35 51 42 45 48 46 47 - Média 0,83 0,88 0,92 0,88 0,82 0,71 0,85 0,82 0,82 0,86 0,75 0,80 0,77 0,88 0,76 0,74 0,77 0,80 0,75 0,60 0,69 0,67 0,63 0,63 0,59 0,86 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir do SIAD (2011) *Destaques do autor 109 110 Observa-se que pelo modelo BCC, o número de empresas eficientes, que atingiram 1,00 (em destaque na Tabela 14) foi de 16, em 2008, e 14, em 2009, o que representa um aumento em relação ao modelo CCR (Tabela 11), que apresentava apenas 6 empresas consideradas eficientes para os dois anos. E que ainda, há um aumento pelo modelo BCC na média de eficiência para o grupo analisado, que em 2008 foi de 0,85 e em 2009 de 0,87. Os índices obtidos para as empresas individualizadas, também, se apresentam maiores no modelo BCC, escala variável, do que no modelo CCR, escala constante, isso pode ser confirmado analisando os valores nominais dos índices nas Tabelas 11 e 14 e, visualmente, por meio de comparações nas Figuras 1 e 2 versus Figuras 3 e 4, nas quais se observa um maior número de empresas sob a fronteira e uma dispersão mais homogênea e mais próximas das extremidades, que indica mais proximidade com a fronteira de eficiência. Figura 3 Posicionamento das DMUs em relação à fronteira de eficiência DEABCC-O no ano de 2008 Fonte: Elaborada pelo autor 111 Figura 4 Posicionamento das DMUs em relação à fronteira de eficiência DEABCC-O no ano de 2009 Fonte: Elaborada pelo autor Justifica-se esse fato pelas diferenças no tratamento comparativo das unidades (empresa, departamento etc.), já que no CCR a comparação do desempenho de uma DMU é em relação às melhores do grupo analisado e no modelo BCC a comparação é do desempenho de uma DMU com outras que estejam operando em uma escala semelhante. Dessa forma, considera-se o modelo BCC mais flexível que o CCR (KASSAI, 2002; SILVA, 2008; SOUZA, 2006). As 6 empresas que atingiram a eficiência no modelo CCR, mantiveram o desempenho no modelo BCC, representando invariar o modelo aplicado para que estas sejam consideradas eficientes, sendo: a) Em 2008: Azevedo & Travassos (DMU3), Carioca Engenharia (DMU7), Emsa (DMU21), Engevix (DMU23), Itambé (DMU30) e Supermix (DMU43); 112 b) Em 2009: Azevedo & Travassos (DMU3), Engevix (DMU23), Itambé (DMU30) Telemont (DMU45) e Votorantim NNE (DMU50); Além destas empresas, outras 12 empresas atingiram a fronteira de eficiência pelo modelo BCC nos dois períodos, com as observações quanto às mudanças: a) As empresas Berneck (DMU5), Carioca Engenharia (DMU7), Emsa (DMU21), MRV (DMU33) apresentaram índice de eficiência somente em 2008; b) As empresas Cauê (DMU8) e Placas (DMU35) atingiram o índice de eficiência apenas em 2009. Em relação aos níveis de eficiência inferiores, verifica-se índices mais elevados no modelo BCC do que no CCR, por exemplo, as empresas com menores índices pela escala variável atingiram 0,50 e 0,55, em 2008, e 0,57 e 0,63, em 2009. Já na escala constante foram de 0,19 e 0,27, em 2008, e 0,20 e 0,26, em 2009. As empresas menos eficientes (Liz e Cecrisa), em 2008, diferem das de 2009, que foram a Gafisa e a Duratex. Destaca-se que estas obtiveram os menores índices, em 2009, pelos modelos BCC e CCR. Objetivando identificar o que as empresas consideradas não eficientes deveriam fazer nos seus outputs para atingir a eficiência, extraiu-se os alvos de melhorias pelo modelo BCC, que são apresentados na Tabela 15, para o ano de 2008. Tabela 15 Alvos de melhoria pela DEA-BCC-O no ano de 2008 DMUs 1Andrad Output Vendas 0,84 LL 2Arg Vendas 0,80 LL 3Azeved Vendas 1,00 LL 4Barbosa Vendas 0,76 LL 5Berneck Vendas 1,00 LL 6Camargo Vendas 1,00 LL 7Carioca Vendas 1,00 LL 8Caue Vendas 0,83 LL 9Ccb Vendas 0,91 LL 10Cecrisa Vendas 0,548 LL 11Tupi Vendas 0,791013 LL 12Liz Vendas 0,499 LL 13Contcap Vendas 0,788 LL 14Odebrec Vendas 1,00 LL 15CrAl Vendas 0,738 LL Atual 2.311,9 258,10 224,70 177,10 186,30 137,10 289,10 158,40 284,20 166,90 2.778,5 316,00 689,40 183,20 879,40 246,70 914,90 217,00 372,10 121,10 259,70 164,00 270,30 107,00 353,20 168,20 3.042,2 487,80 372,70 152,20 Alvo 2.750,8 362,93 279,94 220,64 186,30 137,10 378,51 207,39 284,20 166,90 2.778,5 316,00 689,40 183,20 1.308,8 296,38 1.008,4 239,18 678,81 220,92 328,31 207,33 540,90 214,12 448,15 213,42 3.042,2 487,80 504,83 206,16 Var. % 18,99 40,61 24,58 24,58 0,00 0,00 30,93 30,93 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 48,83 20,14 10,22 10,22 82,43 82,43 26,42 26,42 100,11 100,11 26,88 26,88 0,00 0,00 35,45 35,45 DMUs 27Galvao 1,00 28Gdk 0,67 29Holcim 0,805 30Itambe 1,00 31Lafarg 0,76 32MendJ 0,78 33Mrv 1,00 34Oas 0,766 35Placas 0,76 36Porto 0,62 37Queiroz 1,00 38Rossi 0,77 39SAPaul 0,93 40StaBarb 0,92 41Schah 0,61 Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual 643,50 208,10 364,00 139,10 888,30 2,40 238,10 208,80 453,20 176,90 468,00 163,00 250,70 273,50 1.180,1 156,10 388,10 122,30 288,50 129,80 1.745,2 347,00 271,60 206,10 272,40 199,40 228,80 148,40 322,90 161,30 Alvo 643,50 208,10 542,82 207,43 1.102,4 215,36 238,10 208,80 594,88 232,20 599,60 208,84 250,70 273,50 1.539,9 229,55 509,80 188,63 467,28 210,23 1.745,2 347,00 911,49 266,32 291,47 213,36 248,38 161,10 531,93 265,72 Var. % 0,00 0,00 49,13 49,13 24,10 8.873,25 0,00 0,00 31,26 31,26 28,12 28,12 0,00 0,00 30,50 47,05 31,36 54,23 61,97 61,97 0,00 0,00 235,60 29,22 7,00 7,00 8,56 8,56 64,73 64,73 “continua” 113 Tabela 15 “conclusão” DMUs 16Delta Output Vendas 0,855 LL 17Dura Vendas 0,802 LL 18Eges Vendas 0,708 LL 19Eit Vendas 0,755 LL 20Elian Vendas 0,608 LL 21Emsa Vendas 1,00 LL 22Enes Vendas 0,955 LL 23Engev Vendas 1,00 LL 24Eternit Vendas 0,889 LL 25Eucatex Vendas 0,699 LL 26Gafisa Vendas 0,627 LL Atual 834,40 195,50 418,20 179,90 204,30 150,40 502,50 179,00 292,60 126,60 189,00 177,30 464,70 176,20 1.017,80 190,90 258,90 183,60 447,00 160,70 581,00 200,80 Alvo 975,08 228,46 521,21 224,21 288,43 212,33 665,71 237,14 481,20 208,20 189,00 177,30 486,21 184,36 1.017,8 190,90 290,95 206,33 638,61 229,59 1.534,7 319,91 Var. % 16,86 16,86 24,63 24,63 41,18 41,18 32,48 32,48 64,46 64,46 0,00 0,00 4,63 4,63 0,00 0,00 12,38 12,38 42,87 42,87 164,16 59,32 DMUs 42Serveng 0,86 43Supermix 1,00 44Techint 0,86 45Telemon 1,00 46Tigre 0,94 47U&M 1,00 48UTC 0,85 49Via 0,87 50VotNNE 1,00 51Vot 1,00 Total Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual Alvo 338,80 217,60 488,90 173,10 309,30 173,40 307,60 166,20 1.042,1 225,60 181,60 143,10 775,50 175,00 297,90 156,70 964,50 264,50 3.197,3 463,00 34.345,9 9.782,1 521,86 252,76 488,90 173,10 357,30 200,31 307,60 166,20 1.105,5 239,33 181,60 143,10 907,27 204,74 343,31 180,59 964,50 264,50 3.197,3 463,0 40.889,7 11.821,9 Var. % 54,03 16,16 0,00 0,00 15,52 15,52 0,00 0,00 6,08 6,08 0,00 0,00 16,99 16,99 15,24 15,24 0,00 0,00 0,00 0,00 19,05 20,85 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir do SIAD (2011) *Destaques do autor 114 115 Ressalta-se que a variável Lucro Líquido foi acrescida de um valor constante para que se tornassem positivos os casos de prejuízos (SILVA, 2008; SILVA et al., 2009). A diferença relativa entre as empresas foi assim mantida e as análises dos alvos para esse output se baseiam nessas condições, já que a análise envoltória apresenta a limitação com dados negativos. Observa-se que a variação global para que o grupo se torne eficiente seria um incremento de 19,05% para as vendas e 20,85% nos lucros, reservadas as proporcionalidades para cada empresa. Esse incremento é menor do que o sugerido pelo modelo CCR para o ano de 2008, de 113,26% e 134,24%. Assim como no modelo CCR, o BCC não atribui melhorias a serem executadas pelas empresas que atingiram o índice 1,00. Constata-se que as sugestões de melhorias nos outputs seguem uma proporcionalidade ao nível de eficiência alcançado, salvo algumas exceções, tais como: a) Holcim, DMU29, que deveria aumentar o seu Lucro Líquido em 8.873,25%, mas está com um índice de 0,80, enquanto a Liz, DMU12, que tem o menor índice para período deveria incrementar 100,11%; b) Rossi, DMU38, apresentou um índice de 0,77, no entanto teria que incrementar 235,60% nas vendas, já a Cecrisa, DMU10, necessitaria de 82,43%, com um índice de 0,548. A seguir, tem-se a Tabela 16 que expõe os alvos de melhorias para as DMUs não eficientes, para o ano de 2009. Tabela 16 Alvos de melhoria pela DEA-BCC-O no ano de 2009 DMUs 1Andrad 0,92 2Arg 0,84 3Azeved 1,00 4Barbosa 0,84 5Berneck 0,81 6Camargo 1,00 7Carioca 0,887 8Caue 1,00 9Ccb 0,866 10Cecrisa 0,715 11Tupi 0,906 12Liz 0,685 13Contcap 0,847 14Odebrec 1,00 Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual 2.449,20 4 207,00 333,1 262,40 288,9 357,00 308,5 293,60 302 3.082,60 655,9 626,50 331,9 963,40 577,4 927,20 372,2 355,90 292,7 264,10 318,5 269,30 282 640,90 354,1 3.098,70 845,1 Alvo 2.649,9 647,60 353,73 396,00 262,40 288,90 423,36 365,85 362,92 373,30 3.082,6 655,90 706,12 374,08 963,40 577,40 1.070,0 429,54 497,51 409,16 291,45 351,48 441,18 411,14 922,01 417,81 3.098,7 845,10 Var. % 8,20 16.089,9 70,88 18,88 0,00 0,00 18,59 18,59 23,61 23,61 0,00 0,00 12,71 12,71 0,00 0,00 15,41 15,41 39,79 39,79 10,36 10,36 63,83 45,80 43,86 17,99 0,00 0,00 DMUs 27Galvao 1,00 28Gdk 0,826 29Holcim 0,955 30Itambe 1,00 31Lafarg 0,77 32MendJ 0,853 33Mrv 0,78 34Oas 0,959 35Placas 1,00 36Porto 0,76 37Queiroz 1,00 38Rossi 0,726 39SAPaul 0,886 40StaBarb 0,849 Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual 1.246,4 441,2 430,90 303,8 851,00 426,6 256,10 368 451,00 323,8 807,80 355,7 535,20 479,5 1.530,5 314,2 289,60 296,1 272,30 289,3 2.362,9 558,3 315,40 405,3 258,10 346 361,90 287,1 Alvo 1.246,4 441,20 521,56 367,72 890,82 446,56 256,10 368,00 584,14 419,39 946,93 416,96 1.131,9 613,06 1.594,9 477,76 289,60 296,10 382,39 380,41 2.362,90 558,30 1.048,1 557,74 490,80 390,49 425,95 337,91 Var. % 0,00 0,00 21,04 21,04 4,68 4,68 0,00 0,00 29,52 29,52 17,22 17,22 111,50 27,85 4,21 52,06 0,00 0,00 40,43 31,49 0,00 0,00 232,32 37,61 90,16 12,86 17,70 17,70 “continua” 116 Tabela 16 “conclusão” DMUs 15CrAl 0,75 16Delta 0,93 17Dura 0,63 18Eges 0,83 19Eit 0,76 20Elian 0,73 21Emsa 0,64 22Enes 0,97 23Engev 1,00 24Eternit 0,85 25Eucatex 0,91 26Gafisa 0,566 Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual 305,50 286,3 1.235,10 410,6 1.061,70 336,2 471,40 312,9 552,20 330,8 275,70 283,7 194,60 239,8 404,80 321,6 859,10 351,5 260,40 322 398,60 402,3 719,00 402,6 Alvo 420,15 381,11 1.332,3 442,93 1.693,3 565,26 568,23 377,17 862,89 436,68 397,85 389,17 320,78 372,78 416,95 331,26 859,10 351,50 337,39 378,78 563,90 442,33 1.580,2 710,23 Var. % 37,53 33,12 7,87 7,87 59,49 68,13 20,54 20,54 56,26 32,01 44,31 37,18 64,84 55,45 3,00 3,00 0,00 0,00 29,57 17,63 41,47 9,95 119,78 76,41 DMUs 41Schah 0,655 42Serveng 0,808 43Supermix 1,00 44Techint 0,97101 45Telemon 1,00 46Tigre 0,828 47U&M 1,00 48UTC 0,80 49Via 0,876 50VotNNE 1,00 51Vot 1,00 Total Output Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Vendas LL Atual 344,90 291,5 398,70 354,5 607,40 314,2 406,60 365,5 345,00 297,2 947,70 358,8 219,80 300,8 857,50 343 343,10 311,5 1.010,5 496,6 3.293,1 1090,1 39.279,3 18.985,2 Alvo 731,43 445,03 753,03 438,69 607,40 314,20 418,74 376,41 345,00 297,20 1.143,4 432,89 219,80 300,80 1.068,6 427,42 391,31 355,27 1.010,5 496,60 3.293,1 1.090,1 46.633,46 22.768,67 Var. % 112,07 52,67 88,87 23,75 0,00 0,00 2,99 2,99 0,00 0,00 20,65 20,65 0,00 0,00 24,61 24,61 14,05 14,05 0,00 0,00 0,00 0,00 18,72 19,93 Fonte: Elaborada pelo autor, a partir do SIAD (2011) *Destaques do autor 117 118 A variação para que o grupo se torne eficiente seria um incremento de 18,72% para as vendas e 19,93% nos lucros, reservadas as proporções necessárias para cada empresa. Esse incremento é menor do que o sugerido pelo modelo CCR para o ano de 2009, de 126,50% e 207,32%. Essa variação pode ser analisada, ainda, pelo ponto de vista 2008 e 2009 pelos dois modelos. No CCR-2008/2009 a variação total foi de tendência ao crescimento, já no BCC-2008/2009 essa variação decresceu. Dessa forma, pelo BCC entende-se que o desempenho de 2009 foi melhor, já para o CCR, 2008 apresentou melhor performance, pois suas melhorias teriam que ser menores. Isso pode ser referendado pelas médias dos índices de eficiências para os anos, com o modelo CCR em 2008, com 0,62, tendo uma média melhor que em 2009, com 0,59, o que é contrário no modelo BCC, pois 2008 teve média de 0,85 e 2009 de 0,87. Complementando, a empresa com necessidade de maior ajuste em relação ao Lucro Líquido é a Andrade Gutierrez, uma vez que a melhoria teria que atingir 16.089,92%, pois a mesma teve prejuízos no período e possui uma estrutura robusta de capital, encargos e vendas, quando comparadas aos seus pares. A Rossi é a empresa com o maior percentual de melhoria para as vendas com 232,32%. Ressalta-se que esses alvos discrepantes são pontuais, pois, também, em 2009, há uma proporcionalidade e relação entre os índices de eficiência auferidos e as melhorias necessárias. Em relação às referências pelo modelo BCC (benchmarks), os Gráficos 4 e 5 apresentam as empresas eficientes e elenca para quantas estas foram consideradas referências. 119 30 28 25 20 17 16 16 15 11 10 1 1 47U&M 1 43Supermix 1 21Emsa 2 5Berneck 2 6Camargo 3 3Azeved 3 45Telemon 5 33Mrv 27Galvao 23Engev 37Queiroz 7Carioca 51Vot 30Itambe 0 14Odebrec 5 5 50VotNNE 10 DMUs Gráfico 4 Empresas referências pelo modelo DEA-BCC-O em 2008 Fonte: Elaborado pelo autor a partir do SIAD (2011) Para 2008, as 16 empresas eficientes aparecem como referência no grupo, com destaque para a Itambé que teve 28 empresas que a utilizou como referência, alcançando o maior nível. A Votorantim, com 17, a Carioca Engenharia e a Queiroz Galvão, ambas com 16, estão entre as mais buscadas como referência. Verifica-se, ainda baixos níveis de referência para Azevedo & Travassos e Camargo Correa, com 2 (duas), Berneck, Emsa, Supermir e U&M com 1(uma) empresas as utilizando como referência para alcançar eficiência. Esse baixo número de empresas utilizando uma empresa eficiente, também, ocorre no ano de 2009, conforme exposto no Gráfico 5. 120 30 29 29 25 21 20 15 12 9 7 1 0 0 43Supermix 1 35Placas 2 47U&M 2 6Camargo 3Azeved 37Queiroz 45Telemon 51Vot 23Engev 8Caue 30Itambe 27Galvao 0 3 50VotNNE 4 5 14Odebrec 10 DMUs Gráfico 5 Empresas Referências pelo modelo DEA-BCC-O em 2009 Fonte: Elaborado pelo autor, a partir do SIAD (2011) Identifica-se empresas sendo referência 2 (duas) – Odebrechet, Votorantim NNE-, 1 (uma) vez – Camargo e U&M-, e dois casos específicos de empresas que alcançaram eficiências e não serviram como referência, a Placas e a Supermix. Isso ocorre quando a utilização ótima de recursos gerando os melhores resultados de uma empresa não serve como parâmetro para outras. Enfim, percebe-se uma complementariedade dos modelos CCR e BCC para as análises de eficiência, o que possibilita o enriquecimento dos resultados para efeitos comparativos. Nesse intuito, o tópico seguinte busca identificar relações entre os índices de eficiências encontrados pelos modelos de análise envoltória, DEACCR e DEA-BBC, e os indicadores econômico-financeiros das empresas do setor de construção civil. 121 4.4 Relações entre os índices de eficiência e os indicadores de desempenho econômico-financeiro No intuito de verificar a relação dos indicadores econômico-financeiros e os índices de eficiência resultantes dos modelos DEA, utilizou-se a Correlação de Spearman, que assim como a análise envoltória, é uma análise quantitativa não-paramétrica. Foram calculados os coeficientes nos anos de 2008 e 2009, separadamente, os quais tem como indicação para análise a classificação dos índices de correlação dispostos no Quadro 4: Quadro 4 Classificação dos índices de correlação Faixa de valores Nível de correlação 1,0 ou -1,0 Perfeita Entre 0,7 e 0,99 ou Entre –0,7 e –0,99 Forte Entre 0,4 e 0,69 ou Entre -0,4 e -0,69 Moderada Entre 0,2 e 0,39 ou Entre -0,2 e -0,39 Fraca Entre 0,01 a 0,19 ou Entre -0.01 a -0.19 Muito Fraca Nula 0,00 Fonte: Baseado em Moura e Oliveira (2003) e Shimakura (2006) A Tabela 17 expõe os coeficientes de Correlação de Spearman encontrados: Tabela 17 Correlações entre os índices de eficiências e os indicadores econômico-financeiros para 2008 e 2009 Índices CCR_O_2008 BCC_O_2008 CCR_O_2009 BCC_O_2009 PL CT Cap_Total Sal_Encarg Vendas “continua” CCR_O_2008 1,00 0,536** -0,412 -0,605 -0,623 -0,449 -0,251 BCC_O_2008 0,536** 1,00 0,04 -0,181 -0,168 0,135 0,132 CCR_O_2009 1,00 0,482** -0,564** -0,577** -0,638** -0,426** -0,316* BCC_O_2009 0,482** 1,00 -0,027 -0,065 -0,099 0,139 0,301* 122 Tabela 17 “conclusão” Índices CCR_O_2008 LL -0,087 PCT -0,064 End_Geral -0,07 LG 0,031 ROA 0,449 ROE 0,467 ML 0,057 **Correlação é Significante a 1% *Correlação é Significante a 5% *Destaques do autor. Fonte: Elaborada pelo Autor BCC_O_2008 0,550** -0,187 -0,187 0,191 0,652** 0,684** 0,417** CCR_O_2009 -0,23 0,071 -0,498** 0,123 0,377** 0,405** -0,116 BCC_O_2009 0,372* 0,109 -0,440* 0,101 0,638* 0,606* 0,303 Observa-se que não se encontrou correlação fortemente significativa entre os índices de eficiência e os indicadores econômico-financeiros analisados. Dentre os coeficientes auferidos, observa-se para os períodos e modelos analisados uma correlação positiva moderada para a Rentabilidade do Ativo (ROA) e Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE), com uma média de 0,40 a 0,65, o que pode representar que empresas eficientes, em média, apresentam bons índices de retornos. A Margem Líquida, 0,417, e o Lucro Líquido, 0,55, apresentam correlação moderada com o índice de eficiências do modelo BBC-O de 2008. Essas variáveis estão relacionadas aos outputs utilizadas no modelo DEA utilizado, Vendas e Lucro Líquido. Quanto às correlações negativas moderadas, verifica-se que há uma predominância nas variáveis Patrimônio Líquido (PL), Capital de Terceiros (CT), Capital Total (Cap_Total), Encargos e Salários e Endividamento Geral, que são as variáveis utilizadas em modelos DEA como inputs, o pode ser observado em Kanesiro (2008), Kassai (2002), Souza (2006) e Silva (2008). Essa correlação moderada pode ser visualizada quando se compara os indicadores de desempenhos econômico-financeiros, absolutos e índices, como exposto nas Tabelas 18, 19, 20 e 21, que apresentam as empresas (DMUs) 123 eficientes pelos modelos CCR e BCC e estes indicadores de desempenho, segregadas por ano. Nas Tabelas 18 e 19 são exibidos os índices de eficiência e indicadores de desempenho absoluto, de 2008 e 2009, e nas Tabelas 20 e 21 os índices de eficiência e os índices econômico-financeiros. Por meio destas, verifica-se que o porte da empresa, em termos de vendas, capital (CapTot), encargos e salários (Enc_Sal), lucros líquidos (LL) e número de empregados (Emp.) não garante eficiência, principalmente se analisar as empresas apenas pelo modelo DEA de escala constante. Em 2008, das empresas que aparecem no ordenamento (Ord) entre as 10 maiores, em pelo menos um desses indicadores, apenas 1 (uma), a Engevix, é considerada eficiente pelo modelo CCR. No modelo BCC, 6 (seis) das 10 maiores empresas atingem o índice de eficiência. Sendo que as primeiras colocadas de cada indicador absoluto se apresentam no patamar de eficiência: Votorantim, em vendas e capital, e Odebrechet, em lucro, encargos e salários e número de empregados. Relevante destacar que no modelo CCR a Odebrechet atingiu o segundo pior índice de eficiência, fato que pode estar relacionado aos pressupostos de escala constante do modelo que não utiliza unidades próximas às escalas que atuam e sim as mais eficientes do grupo analisado. Tabela 18 Índices de eficiência e os indicadores de desempenho absolutos no ano de 2008 DMUs 3Azeved 7Carioca 21Emsa 23Engev 30Itambe 43Supermix 50VotNNE 5Berneck 45Telemon 47U&M 27Galvao 51Vot 37Queiroz 6Camargo 33Mrv 14Odebrec 22Enes 46Tigre 39SAPaul 40StaBarb 9Ccb 24Eternit 49Via 44Techint 42Serveng 16Delta 48UTC “continua” CCR 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,96 0,94 0,92 0,87 0,85 0,78 0,43 0,41 0,30 0,27 0,71 0,51 0,71 0,92 0,60 0,80 0,85 0,49 0,30 0,51 0,61 BCC 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,96 0,94 0,93 0,92 0,91 0,89 0,87 0,87 0,86 0,86 0,85 Vendas 186,30 689,40 189,00 1.017,80 238,10 488,90 964,50 284,20 307,60 181,60 643,50 3.197,30 1.745,20 2.778,50 250,70 3.042,20 464,70 1.042,10 272,40 228,80 914,90 258,90 297,90 309,30 338,80 834,40 775,50 LL 2,1 48,2 42,3 55,9 73,8 38,1 129,5 31,9 31,2 8,1 73,1 328,0 212,0 181,0 138,5 352,8 41,2 90,6 64,4 13,4 82,0 48,6 21,7 38,4 82,6 60,5 40,0 CapTot 57,0 284,2 118,0 221,6 218,8 171,9 2.175,3 760,5 92,0 140,8 248,7 5.494,7 1.325,8 1.781,6 1.387,7 2.421,4 161,6 732,8 255,5 111,3 1.100,1 215,1 204,7 201,4 754,6 440,9 282,3 Enc_Sal 43,1 23,9 34,0 125,3 15,4 44,5 35,1 15,3 104,9 24,1 72,8 141,3 306,7 687,6 66,2 1.733,4 165,9 120,0 38,6 37,1 53,1 30,5 22,1 109,3 83,9 171,5 192,4 Empregados 1.523 2.500 2.242 2.412 314 2.103 1.533 1.356 10.334 1.150 2.995 7.020 10.830 26.151 7.265 81.991 8.126 2.840 1.917 2.227 1.511 1.019 1.100 1.795 3.547 10.005 5.871 124 Tabela 18 “conclusão” DMUs CCR 1Andrad 0,28 8Caue 0,58 29Holcim 0,45 2Arg 0,47 17Dura 0,71 11Tupi 0,72 13Contcap 0,54 32MendJ 0,52 38Rossi 0,37 34Oas 0,43 4Barbosa 0,52 31Lafarg 0,59 35Placas 0,71 19Eit 0,41 15CrAl 0,62 18Eges 0,65 25Eucatex 0,41 28Gdk 0,49 26Gafisa 0,32 36Porto 0,48 20Elian 0,45 41Schah 0,19 10Cecrisa 0,30 12Liz 0,49 Fonte: Elaborada pelo autor * Destaques do autor BCC 0,84 0,83 0,81 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78 0,77 0,77 0,76 0,76 0,76 0,75 0,74 0,71 0,70 0,67 0,63 0,62 0,61 0,61 0,55 0,50 Vendas 2.311,90 879,40 888,30 224,70 418,20 259,70 353,20 468,00 271,60 1.180,10 289,10 453,20 388,10 502,50 372,70 204,30 447,00 364,00 581,00 288,50 292,60 322,90 372,10 270,30 LL 123,1 111,7 -132,6 42,1 44,9 29,0 33,2 28,0 71,1 21,1 23,4 41,9 - 12,7 44,0 17,2 15,4 25,7 4,1 65,8 - 5,2 - 8,4 26,3 -13,6 - 28,0 CapTot 3.150,7 2.561,9 784,0 402,4 669,9 252,2 269,3 250,1 1.451,8 728,3 225,3 758,1 323,0 479,1 263,7 294,3 681,0 238,5 2.558,1 296,3 357,7 1.124,4 571,0 728,3 Enc_Sal 395,2 53,6 84,6 28,7 25,3 20,6 68,5 119,3 43,5 283,1 73,4 31,2 20,4 87,4 43,8 18,1 43,0 88,1 70,1 39,3 28,6 76,9 48,4 22,5 Empregados 11.644 1.760 2.118 3.069 979 529 3.423 6.235 722 37.194 2.469 779 544 4.665 1.120 2.507 1.588 2.850 2.309 1.607 1.970 1.906 2.288 522 125 Tabela 19 Índices de eficiência e os indicadores de desempenho absolutos no ano de 2009 DMUs 3_Azeved 23_Engev 30_Itambe 43_Supermix 45_Telemon 50_VotNNE 47_U&M 27_Galvao 35_Placas 51_Vot 37_Queiroz 8_Caue 6_Camargo 14_Odebrec 44_Techint 22_Enes 34_Oas 29_Holcim 16_Delta 1_Andrad 25_Eucatex 11_Tupi 7_Carioca 39_SAPaul CCR 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,94 0,89 0,88 0,57 0,47 0,44 0,36 0,27 0,48 0,68 0,55 0,43 0,61 0,32 0,41 0,90 0,69 0,54 Ord 1 2 3 4 5 6 7 9 10 24 36 37 43 48 34 15 27 38 21 46 40 8 13 29 BCC 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,97 0,97 0,96 0,96 0,93 0,92 0,91 0,91 0,89 0,89 Ord 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Vendas 262,4 859,1 256,1 607,4 345,0 1.010,50 219,8 1.246,40 289,6 3.293,10 2.362,90 963,4 3.082,60 3.098,70 406,6 404,8 1.530,50 851,0 1.235,10 2.449,20 398,6 264,1 626,5 258,1 Ord 45 14 48 21 34 10 49 7 40 1 5 11 3 2 27 28 6 16 8 4 30 44 20 47 LL 8,9 71,5 88,0 34,2 17,2 216,6 20,8 161,2 16,1 810,1 276,8 297,4 375,9 565,1 85,5 41,6 34,2 146,6 130,6 -276,0 122,3 38,5 51,9 66,0 Ord 45 21 15 32 40 6 39 8 41 1 5 4 3 2 16 30 33 9 10 51 13 31 26 22 CapTot 70,8 327,9 229,7 190,4 65,5 2.166,2 184,2 411,9 606,1 7.745,3 1.637,0 1.721,2 2.752,3 3.360,8 251,2 145,8 794,4 714,7 656,9 2.661,3 733,2 223,4 334,2 317,4 Ord 50 34 43 46 51 8 47 27 23 1 11 10 4 2 39 49 13 15 20 5 14 45 33 35 En_Sal 48,9 18,4 17,6 65,1 147,5 25,1 20,2 195,0 16,2 122,9 442,7 66,5 792,5 1.765,9 119,7 155,3 437,3 90,6 184,2 486,4 47,2 19,0 43,2 57,1 Ord 30 48 50 27 11 42 46 7 51 13 4 26 2 1 14 10 5 20 8 3 33 47 36 28 Emp. 1.523 2.412 314 2.103 10.334 1.533 1.150 2.995 544 7.020 10.830 1.760 26.151 81.991 1.795 8.126 37.194 2.118 10.005 11.644 1.588 529 2.500 1.917 “continua” 126 Tabela 19 “conclusão” DMUs 49_Via 9_Ccb 32_MendJ 24_Eternit 40_StaBarb 13_Contcap 4_Barbosa 2_Arg 18_Eges 46_Tigre 28_Gdk 5_Berneck 42_Serveng 48_UTC 33_Mrv 31_Lafarg 36_Porto 19_Eit 15_CrAl 20_Elian 38_Rossi 10_Cecrisa 12_Liz 41_Schah 21_Emsa 17_Dura 26_Gafisa CCR 0,87 0,39 0,69 0,67 0,64 0,55 0,52 0,64 0,64 0,49 0,54 0,81 0,33 0,63 0,28 0,49 0,58 0,35 0,57 0,50 0,42 0,40 0,58 0,27 0,48 0,20 0,19 Ord 11 42 14 16 17 26 30 18 19 32 28 12 45 20 47 33 22 44 25 31 39 41 23 49 35 50 51 BCC 0,88 0,87 0,85 0,85 0,85 0,85 0,84 0,84 0,83 0,83 0,83 0,81 0,81 0,80 0,78 0,77 0,76 0,76 0,75 0,73 0,73 0,72 0,69 0,66 0,64 0,63 0,57 Ord 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 Vendas 343,1 927,2 807,8 260,4 361,9 640,9 357,0 207,0 471,4 947,7 430,9 293,6 398,7 857,5 535,2 451,0 272,3 552,2 305,5 275,7 315,4 355,9 269,3 344,9 194,6 1.061,70 719,0 Ord 36 13 17 46 31 19 32 50 24 12 26 39 29 15 23 25 42 22 38 41 37 33 43 35 51 9 18 LL 31,5 92,2 75,7 42,0 7,1 74,1 28,5 53,1 32,9 78,8 23,8 22,0 74,5 63,0 199,5 43,8 9,3 50,8 6,3 3,7 125,3 12,7 2,0 11,5 -40,2 56,2 122,6 Ord 35 14 18 29 46 20 36 25 34 17 37 38 19 23 7 28 44 27 47 48 11 42 49 43 50 24 12 CapTot 232,8 907,3 351,9 286,0 173,2 357,3 226,6 427,7 344,0 678,7 232,1 702,1 615,4 377,7 2.129,6 638,0 279,6 547,8 268,4 348,4 2.180,8 479,9 688,9 680,2 241,6 2.353,4 3.260,2 Ord 41 12 30 36 48 29 44 26 32 19 42 16 22 28 9 21 37 24 38 31 7 25 17 18 40 6 3 En_Sal 22,1 55,5 157,7 29,8 70,9 136,6 83,9 24,8 33,2 115,7 114,8 18,1 89,8 228,6 82,2 32,9 38,7 114,5 46,5 37,7 45,9 48,3 23,7 82,0 47,6 111,0 105,2 Ord 45 29 9 41 25 12 22 43 39 15 16 49 21 6 23 40 37 17 34 38 35 31 44 24 32 18 19 Emp. 1.100 1.511 6.235 1.019 2.227 3.423 2.469 3.069 2.507 2.840 2.850 1.356 3.547 5.871 7.265 779 1.607 4.665 1.120 1.970 722 2.288 522 1.906 2.242 979 2.309 Fonte: Elaborada pelo autor *Destaques do autor 127 128 Em 2009, observa-se situações semelhantes do ocorrido em 2008. Portanto, o porte apresenta relação moderada com a eficiência, já que as empresas de menor porte, também, se encontram como eficientes (ver Tabela 19). Relacionando e comparando os índices de eficiência e os índices de desempenho econômico-financeiro, em 2008 e 2009 (Tabela 20 e Tabela 21), também, verifica-se uma alternância de melhor índice econômico-financeiro e os índices de eficiência. No entanto com uma concentração mais evidente dos melhores índices econômico-financeiros com índices de eficiência acima de 0,8. Nas Tabelas 20 e 21, são apresentados os índices de eficiência e os índices de desempenho econômico-financeiro dos anos de 2008 eb 2009. Tabela 20 Índices de eficiência e os índices de desempenho no ano de 2008 DMUs 3Azeved 7Carioca 21Emsa 23Engev 30Itambe 43Supermix 50VotNNE 5Berneck 45Telemon 47U&M 27Galvao 51Vot 37Queiroz 6Camargo 33Mrv 14Odebrec 22Enes 46Tigre 39SAPaul 40StaBarb 9Ccb 24Eternit 49Via 44Techint 42Serveng 16Delta 48UTC 1Andrad 8Caue 29Holcim CCR 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,96 0,94 0,92 0,87 0,85 0,78 0,43 0,41 0,30 0,27 0,71 0,51 0,71 0,92 0,60 0,80 0,85 0,49 0,30 0,51 0,61 0,28 0,58 0,45 BCC 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,96 0,94 0,93 0,92 0,91 0,89 0,87 0,87 0,86 0,86 0,85 0,84 0,83 0,81 LC 1,3 3,3 3,6 2,5 1,7 1,0 0,9 2,9 1,7 1,2 3,2 0,7 7,2 1,5 3,2 2,1 1,5 2,0 3,3 2,1 0,7 1,9 6,3 1,4 2,3 6,8 1,5 2,0 0,9 2,1 Ord 38 8 7 18 31 43 47 15 32 40 11 50 1 33 12 21 35 26 9 23 48 27 3 37 19 2 36 24 44 22 LG 1,0 2,0 1,0 1,9 1,2 0,8 2,8 0,8 1,4 1,2 2,3 0,2 2,4 1,5 2,0 2,1 1,1 1,2 2,5 2,5 1,1 1,5 4,3 1,3 3,1 4,1 1,4 1,9 6,0 0,4 Ord 37 18 38 21 29 43 8 40 26 32 14 51 12 24 19 16 35 31 9 10 33 25 2 28 6 3 27 20 1 50 ROA 0,04 0,17 0,36 0,25 0,34 0,22 0,06 0,04 0,34 0,06 0,29 0,06 0,16 0,10 0,10 0,15 0,25 0,12 0,25 0,12 0,07 0,23 0,11 0,19 0,11 0,14 0,14 0,04 0,04 -0,17 Ord 38 11 1 6 2 9 33 39 3 32 4 34 12 25 26 13 5 18 7 17 28 8 22 10 21 14 15 37 40 51 ROE 0,19 0,3 0,51 0,5 0,6 0,58 0,08 0,07 0,95 0,13 0,48 0,18 0,22 0,2 0,15 0,23 1,13 0,23 0,39 0,17 0,14 0,33 0,14 0,47 0,14 0,18 0,37 0,07 0,06 -1,74 Ord 18 12 5 6 3 4 38 40 2 33 7 21 16 17 26 14 1 15 9 22 27 11 30 8 29 20 10 39 44 51 ML 0,01 0,07 0,22 0,05 0,31 0,08 0,13 0,11 0,10 0,04 0,11 0,10 0,12 0,07 0,55 0,12 0,09 0,09 0,24 0,06 0,09 0,19 0,07 0,12 0,24 0,07 0,05 0,05 0,13 -0,15 Ord 44 32 6 40 2 30 10 14 19 42 18 20 12 31 1 11 24 26 4 37 21 8 34 13 5 33 41 38 9 51 EG 0,80 0,44 0,30 0,50 0,44 0,62 0,25 0,39 0,64 0,57 0,38 0,67 0,28 0,49 0,33 0,38 0,77 0,47 0,36 0,30 0,45 0,31 0,23 0,60 0,21 0,22 0,62 0,47 0,28 0,90 Ord 6 28 39 20 29 13 46 32 11 16 34 10 45 21 36 33 7 26 35 40 27 37 48 15 51 49 14 25 42 2 PCT 4,09 0,80 0,43 1,00 0,78 1,64 0,34 0,65 1,80 1,32 0,62 2,01 0,39 0,95 0,49 0,61 3,44 0,88 0,56 0,43 0,82 0,45 0,30 1,47 0,26 0,28 1,65 0,89 0,40 9,29 Ord 6 28 39 20 29 14 46 31 11 16 32 10 44 23 36 33 7 26 35 40 27 37 48 15 51 49 13 25 42 2 “continua” 129 Tabela 20 “conclusão” DMUs 2Arg 17Dura 11Tupi 13Contcap 32MendJ 38Rossi 34Oas 4Barbosa 31Lafarg 35Placas 19Eit 15CrAl 18Eges 25Eucatex 28Gdk 26Gafisa 36Porto 41Schah 10Cecrisa CCR 0,47 0,71 0,72 0,54 0,52 0,37 0,43 0,52 0,59 0,71 0,41 0,62 0,65 0,41 0,49 0,32 0,48 0,19 0,30 BCC 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78 0,77 0,77 0,76 0,76 0,76 0,75 0,74 0,71 0,70 0,67 0,63 0,62 0,61 0,55 LC 4,4 1,7 1,2 2,6 2,8 2,2 3,1 3,2 0,6 2,0 3,0 4,3 1,5 1,0 1,0 1,9 0,9 3,8 0,7 Ord 4 30 39 17 16 20 13 10 51 25 14 5 34 41 42 28 46 6 49 LG 2,3 0,5 1,1 3,1 2,4 1,2 1,8 2,2 0,8 1,6 3,0 4,0 2,1 0,4 0,9 1,1 0,6 0,8 0,4 Ord 13 46 34 5 11 30 22 15 41 23 7 4 17 49 39 36 45 42 47 ROA 0,10 0,07 0,11 0,12 0,11 0,05 0,03 0,10 0,06 -0,04 0,09 0,07 0,05 0,04 0,02 0,03 -0,02 0,02 -0,02 Ord 23 30 19 16 20 36 43 24 31 50 27 29 35 41 44 42 48 45 46 ROE 0,15 0,14 0,23 0,16 0,19 0,1 0,05 0,15 0,11 -0,13 0,13 0,08 0,07 0,08 0,07 0,07 -1,62 0,13 -0,15 Ord 24 28 13 23 19 35 45 25 34 48 31 36 41 37 43 42 50 32 49 ML 0,19 0,11 0,11 0,09 0,06 0,26 0,02 0,08 0,09 -0,13 0,09 0,05 0,08 0,06 0,01 0,11 -0,02 0,08 -0,04 Ord 7 16 15 22 36 3 43 27 25 50 23 39 28 35 45 17 46 29 48 EG 0,29 0,53 0,49 0,23 0,40 0,49 0,40 0,30 0,51 0,71 0,28 0,21 0,28 0,53 0,75 0,62 0,99 0,82 0,84 Ord 41 17 22 47 30 23 31 38 19 9 44 50 43 18 8 12 1 4 3 PCT 0,42 1,15 0,96 0,30 0,66 0,96 0,61 0,44 1,02 2,41 0,38 0,27 0,39 1,13 3,06 1,65 91,59 4,47 5,32 Ord 41 17 21 47 30 22 34 38 19 9 45 50 43 18 8 12 1 4 3 Fonte: Elaborada pelo autor 130 Tabela 21 Índices de eficiência e os índices de desempenho no ano de 2009 DMUs 3Azeved 23Engev 30Itambe 43Supermix 45Telemon 50VotNNE 47U&M 27Galvao 35Placas 51Vot 37Queiroz 8Caue 6Camargo 14Odebrec 44Techint 22Enesa 34Oas 29Holcim 16Delta 1Andradra 25Eucatex 11Tupi 7Carioca 39SAPaul 49Via CCR 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,94 0,89 0,88 0,57 0,47 0,44 0,36 0,27 0,48 0,68 0,55 0,43 0,61 0,32 0,41 0,90 0,69 0,54 0,87 BCC 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,97 0,97 0,96 0,96 0,93 0,92 0,91 0,91 0,89 0,89 0,88 LC 1,4 3,4 4,8 1,0 1,2 1,4 1,0 2,5 1,6 2,5 6,7 1,1 1,8 2,1 1,5 1,9 3,0 1,3 6,9 1,8 0,8 1,7 5,3 3,4 4,5 Ord 38 10 4 46 41 39 45 20 34 21 2 44 30 24 37 28 14 40 1 29 48 33 3 9 5 LG 1,1 2 2,0 1 1,0 2 1 2 1 0 2,0 1 1 1,7 2 1 2 1 3 2 0,5 2 2 3 4 Ord 33 23 16 41 34 10 36 12 46 51 14 42 28 19 21 30 8 49 2 20 48 13 22 5 1 ROA 0,13 0,22 0,38 0,18 0,26 0,10 0,11 0,39 0,03 0,10 0,17 0,17 0,14 0,17 0,34 0,29 0,04 0,21 0,20 -0,10 0,17 0,17 0,16 0,21 0,14 Ord 24 6 2 12 5 30 28 1 44 31 13 17 22 14 3 4 40 10 11 50 18 16 19 8 21 ROE 0,63 0,52 0,51 0,52 1,47 0,14 0,24 0,64 0,06 0,41 0,26 0,29 0,21 0,33 0,67 0,76 0,07 0,67 0,28 -0,21 0,28 0,24 0,34 0,29 0,18 Ord 6 9 10 8 1 36 24 5 43 11 22 18 25 16 3 2 42 4 19 51 21 23 14 17 30 ML 0,03 0,08 0,34 0,06 0,05 0,21 0,09 0,13 0,06 0,25 0,12 0,31 0,12 0,18 0,21 0,10 0,02 0,17 0,11 -0,11 0,31 0,15 0,08 0,26 0,09 Ord 43 32 3 36 40 9 28 17 38 8 18 4 20 12 10 23 47 14 21 50 5 16 31 6 26 EG 0,80 0,58 0,25 0,65 0,82 0,28 0,53 0,39 0,52 0,74 0,36 0,40 0,34 0,50 0,49 0,62 0,37 0,69 0,28 0,50 0,41 0,28 0,55 0,29 0,26 Ord 5 13 48 9 3 43 15 30 16 6 35 28 38 18 19 10 34 7 44 17 23 42 14 41 47 PCT 4,02 1,40 0,33 1,88 4,60 0,38 1,11 0,63 1,10 2,87 0,56 0,67 0,52 0,98 0,97 1,67 0,58 2,25 0,39 1,00 0,71 0,38 1,20 0,42 0,35 Ord 5 12 48 9 3 44 15 31 16 6 35 25 38 18 19 10 34 8 42 17 23 43 14 41 47 “continua” 131 Tabela 21 “conclusão” DMUs 9Ccb 32MendJ 24Eternit 40StaBarb 13Contcap 4Barbosa 2Arg 18Eges 46Tigre 28Gdk 5Berneck 42Serveng 48UTC 33Mrv 31Lafarg 36Porto 19Eit 15CrAl 20Elian 38Rossi 10Cecrisa 12Liz 41Schah 21Emsa 17Dura 26Gafisa CCR 0,39 0,69 0,67 0,64 0,55 0,52 0,64 0,64 0,49 0,54 0,81 0,33 0,63 0,28 0,49 0,58 0,35 0,57 0,50 0,42 0,40 0,58 0,27 0,48 0,20 0,19 BCC 0,87 0,85 0,85 0,85 0,85 0,84 0,84 0,83 0,83 0,83 0,81 0,81 0,80 0,78 0,77 0,76 0,76 0,75 0,73 0,73 0,72 0,69 0,66 0,64 0,63 0,57 LC 1,6 2,2 4,0 3,0 3,0 3,5 2,8 1,9 2,0 1,2 3,0 4,1 1,7 2,3 0,9 0,7 3,3 3,2 0,8 3,3 0,7 1,6 1,7 2,8 1,1 2,1 Ord 36 23 7 17 16 8 18 27 26 42 15 6 32 22 47 50 11 13 49 12 51 35 31 19 43 25 LG 1 2 2 2 3,0 1,7 2 2 1,4 1,0 0,8 3,0 2 2,0 1 1 3 3 1 2 0,4 0,5 1 1 1 1,1 Ord 37 11 9 17 6 18 24 25 29 35 40 7 26 15 38 44 4 3 43 27 50 47 31 39 45 32 ROA 0,10 0,22 0,15 0,04 0,21 0,13 0,12 0,10 0,12 0,10 0,03 0,12 0,17 0,09 0,07 0,03 0,09 0,02 0,01 0,06 0,03 0,00 0,02 -0,17 0,02 0,04 Ord 29 7 20 38 9 23 27 32 25 33 41 26 15 34 36 43 35 45 48 37 42 49 47 51 46 39 ROE 0,16 0,36 0,20 0,08 0,28 0,20 0,20 0,16 0,20 0,34 0,05 0,16 0,39 0,15 0,11 0,54 0,13 0,03 0,05 0,10 0,15 0,01 0,02 -0,21 0,04 0,09 Ord 31 13 26 41 20 29 28 33 27 15 44 32 12 34 38 7 37 47 45 39 35 49 48 50 46 40 ML 0,10 0,09 0,16 0,02 0,12 0,08 0,26 0,07 0,08 0,06 0,07 0,19 0,07 0,37 0,10 0,03 0,09 0,02 0,01 0,40 0,04 0,01 0,03 -0,21 0,05 0,17 Ord 22 27 15 45 19 30 7 34 29 37 33 11 35 2 24 44 25 46 48 1 41 49 42 51 39 13 EG 0,37 0,40 0,25 0,48 0,27 0,38 0,39 0,40 0,41 0,69 0,35 0,23 0,58 0,35 0,40 0,94 0,30 0,27 0,80 0,40 0,83 0,47 0,31 0,20 0,42 0,59 Ord 33 27 49 20 45 32 31 29 24 8 36 50 12 37 25 1 40 46 4 26 2 21 39 51 22 11 PCT 0,60 0,66 0,33 0,91 0,37 0,63 0,64 0,65 0,70 2,28 0,55 0,31 1,37 0,55 0,66 15,35 0,43 0,38 4,12 0,66 4,77 0,89 0,43 0,25 0,73 1,44 Ord 33 28 49 20 46 32 30 29 24 7 36 50 13 37 26 1 40 45 4 27 2 21 39 51 22 11 Fonte: Elaborada pelo autor 132 133 Enfim, entende-se que os coeficientes de correlação e a relação entre os índices de eficiências, para os anos analisados, podem, de forma geral, ser classificados como moderados pela dispersão entre os índices. Uma vez que, nas empresas analisadas, as variáveis não apresentam altas relações entre o desempenho e a eficiência. 134 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A utilização de técnicas de avaliação não-paramétricas é um caminho que pode auxiliar nesse processo, principalmente quando os pressupostos de métodos paramétricos limitam a aplicações quantitativas nas análises e as invalidam e, ainda, como auxiliares destes métodos para facilitar o entendimento, às vezes, de respostas complexas. É neste contexto que a análise envoltória de dados (DEA), que mensura a eficiência de unidades tomadoras de decisão (DMUs), tem sido inserida na avaliação do desempenho empresarial e a sua utilização tem crescido progressivamente em estudos acadêmicos. Desta forma, o objetivo deste trabalho se pautou em avaliar o desempenho das empresas de construção civil utilizando a DEA, focando em identificar quais empresas (DMUs) do grupo analisado atingiria a eficiência nos anos de 2008 e 2009, considerando como recursos (inputs) capital total e encargos e salários e como produtos (outputs) vendas e lucro líquido e utilizando os modelos clássicos de DEA: o CCR e o BCC. A escolha dessa metodologia de análise foi motivada pelo crescente número de estudos envolvendo DEA. A aplicação em empresas do setor de construção civil se mostrou relevante pelas características de crescimento, importância econômica e a evidência nas mídias de comunicação que o setor tem apresentado. Os dados foram extraídos da base de dados Maiores e Melhores Exame-FIPECAFI, com uma amostra de 51 (cinquenta e uma) empresas. Inicialmente, realizou-se uma análise descritiva das empresas e do desempenho econômico-financeiro por meio dos indicadores absolutos e índices, com o objetivo de classificar as maiores empresas e as que apresentavam os melhores índices de liquidez, rentabilidade e endividamento. Identificou-se um crescimento em todos os indicadores, com exceções pontuais. 135 Os resultados encontrados demonstraram quantidades diferentes de empresas consideradas eficientes pelos modelos aplicados. Sendo que, pelo modelo CCR, tanto em 2008 e 2009, apenas 6 (seis empresas) atingiram o índice de eficiência. Já no modelo BCC esse número mais que dobrou, com 16 (dezesseis) empresas sendo consideradas eficientes, em 2008, e 14 (catorze), em 2009, sendo que ocorreram variações positivas nos níveis de eficiência entre os períodos. Destaca-se que as empresas Azevedo & Travassos, Engevix, Itambé Cimento e Supermix atingiram o índice de eficiência nos dois anos e pelos dois modelos aplicados, sendo destaques positivos na classificação (ordem) de eficiência. Por meio das análises dos alvos, uma das grandes vantagens da DEA, foi a possibilidade de verificar como as empresas consideradas ineficientes poderiam atingir a fronteira de eficiência e melhorar o desempenho do setor como um todo. Essa melhoria se pauta nas empresas referências, que por sua vez são as que atingiram o índice de eficiência. A Itambé Cimento foi a empresa, que, no geral, apresentou-se mais vezes como referência para melhoria. No intuito de complementar as análises descritivas e as desenvolvidas pela DEA, utilizou-se a Correlação de Spearman no intuito de verificar se existiria correlação entre os índices de eficiência encontrados e os indicadores de desempenho econômico-financeiro. Observou-se uma correlação positiva moderada – 0,4 a 0,7 -, para índices, tais como, ROA, ROE e ML, e moderada negativa para endividamento geral e participação de capital de terceiros. Os coeficientes de correlação encontrados entre os índices e os indicadores não são variáveis que expõem diretamente relações entre o desempenho e a eficiência, analisada por meio de indicadores econômico-financeiros. Após a análise de correlação, foi estruturado um comparativo dos índices de eficiência, os indicadores de desempenho econômico-financeiro e os 136 um ordenamento (classificação) em relação ao grupo analisado. Constatou-se que há uma heterogeneidade entre os índices de eficiência e os indicadores, não sendo foi possível estabelecer um padrão de empresa eficiente e seus indicadores, de forma que empresas de menor porte atingiram a eficiência e empresas de grande, em alguns casos, não conseguiram. Evidenciando que a eficiência não está relacionada somente ao porte, e que esta é mais complexa de se atingir. Considera-se que a análise envoltória pode fornecer aos interessados em avaliar o desempenho organizacional, informações complementares sobre os maiores determinantes de eficiência ou ineficiência, a partir de variáveis préselecionadas, pois possibilita análises que podem colocar as empresas do setor de construção civil em situação de competitividade no mercado. Enfim, como recomendações para futuros trabalhos, sugere-se o incremento de variáveis ao modelo, a estruturação de um modelo DEA por índices econômico-financeiros, a utilização de outras técnicas quantitativas, tais como regressão linear múltipla e análises multivariadas. Realizar um estudo comparativo de empresas de capital aberto versus as de capital restrito e, também, estudar empresas internacionais do setor de construção civil e comparar ao setor nacional. 137 REFERÊNCIAS ABIKO, A. K. (Coord.). 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S.A Tração Construcap Odebrecht Rio de Janeiro-RJ Vespasiano-MG São Paulo-SP São Paulo-SP “continua” 145 Quadro 1A “continuação” Nome CNPJ Principal Executivo Guilherme Moreira Teixeira Adhemar Rodrigues Alves Carlos Roberto Duque Pacheco 15 Construtora Barbosa Mello 17.185.786/0001-61 16 Cr Almeida Obras 33.059.908/0001-20 17 Delta Construção 10.788.628/0001-57 18 Duratex 97.837.181/0001-47 Henri Penchas 19 20 Egesa Eliane 17.186.461/0001-01 86.532.538/0001-6 Elmo Teodoro Ribeiro Edson Gaidzinski Júnior 21 Emsa 17.393.547/0001-05 Annibal Crosara Júnior 22 23 24 25 Enesa Engevix Eternit Eucatex 48.785.828/0001-29 00.103.582/0001-31 61.092.037/0001-81 56.643.018/0001-66 26 Gafisa 01.545.826/0001-07 27 28 29 30 31 32 Galvão GDK Holcim Itambé Cimento Lafarge Mascarenhas Barbosa 01.340.937/0001-79 34.152.199/0001-95 60.869.336/0001-17 76.630.573/0001-60 61.403.127/0001-46 17.193.590/0001-19 33 Mendes Junior 19.394.808/0001-29 Sérgio Laurentys Cristiano Kok Élio Antonio Martins Flávio Maluf Wilson Amaral de Oliveira Jean Alberto Luscher Antonio Arruti Rey Carlos F. Bühler Rubens Slaviero Thierry Metro Luiz Fernando Pires Jesus. Murillo Valle Mendes Grupo Cidade Belo Horizonte MG C.R. Almeida Curitiba-PR Rio de Janeiro - RJ Grupo Itaúsa,Ligna AMC Engevix Eternit São Paulo-SP Belo Horizonte-MG Cocal do Sul-SC Aparecida de Goiânia-GO São Paulo-SP Barueri-SP São Paulo-SP São Paulo-SP São Paulo-SP Holcim Sirama Lafarge Mendes Junior São Paulo-SP Salvador-BA São Paulo-SP Curitiba-PR Rio de Janeiro-RJ Contagem-MG São Paulo-SP “continua” 146 Quadro 1A “conclusão” Nome CNPJ 34 MRV Engenharia 08.343.492/0001-20 35 OAS 14.310.577/0044-44 36 Placas 76.518.836/0001-44 37 38 39 Portobello Queiroz Galvão Rossi 83.475.913/0001-91 33.412.792/0001-60 61.065.751/0001-80 40 S.A. Paulista 60.332.319/0001-4 41 Santa Bárbara Engenharia 17.290.057/0001-75 42 Schahin 61.226.890/0001-49 43 44 45 Serveng Civilsan Supermix Techint 48.540.421/0001-31 34.230.979/0001-06 61.575.775/0001-80 Principal Executivo Rubens Menin Teixeira de Souza José Adelmário Pinheiro Carlos Nino Bianchi Figueroa César Bastos Gomes Ildefonso Colares Filho Heitor Cantergiani Marlus Renato Dall´Stella Marcelo Dias Salim e Milton/Carlos Eduardo e Fernando Schahin Pelerson Soares Penido Edison Dias Filho Roberto Cauby Vidiga 46 Telemont 18.725.804/0001-13 Gilnei Machado 47 Tigre 84.684.455/0001-63 48 U&M 18.540.906/0001-64 49 Via Engenharia 00.584.755/0001-80 50 51 Votorantim Cimentos Votorantim Cimentos N/Ne 96.824.594/0001-24 10.656.452/0001-80 Evaldo Dreher Marcelo Ribeiro Machado Fernando Márcio Queiroz Walter Schalka Walter Schalka Grupo Cidade MRV Belo Horizonte-MG OAS São Paulo-SP ARAUCO Curitiba-PR Portobello Queiroz Galvão Rossi Tijucas-SC Rio de Janeiro - RJ São Paulo-SP São Paulo-SP GD Empr. Ltda Belo Horizonte-MG São Paulo-SP Soares Penido Techint-DST Dan Hebert Participações S.A Tigre São Paulo-SP Belo Horizonte-MG São Paulo-SP Belo Horizonte-MG Joinville-SC Rio de Janeiro-RJ Grupo Via Brasília-DF Votorantim Votorantim Votorantim-SP Recife-PE 147 Quadro 2A Dissertações abordando análise envoltória de dados - DEA 1 Autor Instituição / Ano Título Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Instituição / Ano Título Objetivo Setor 2 Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Everton Zanini Machado Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul / 2008 Análise Envoltória de dados sobre as Universidades Brasileiras – uma análise sobre eficiência Criar e estabelecer um critério sólido de avaliação das instituições de ensino superior. Educação 26 Instituições Federais e 6 Instituições Privadas Número de docentes com doutorado, mestrado e especialização; Relação entre o número de docentes pelo número de alunos; Quantidade de Cursos de pós-graduação e graduação avaliados. Avaliação dos cursos de pós-graduação efetuada pela Capes; Avaliação dos cursos de graduação através das notas do Enade; Relação entre o número de alunos concluintes pelo número de alunos matriculados. MEC; INEP, Deaes CCR Luciano Delfini Alencastro Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul / 2006 Eficiência na gestão de recursos em Instituições Privadas de Ensino Superior: Estudo de Caso Avaliar a eficiência dos cursos de graduação de uma universidade privada Educação Estudo de caso de instituição de ensino superior privada Hora-doutor, Hora-mestre, Hora-outros, Evasão e Vagas oferecidas Número de formandos, Número de matriculados e Receita INEP, MEC CCR 148 Quadro 2A “continuação” Autor Instituição / Ano Título Objetivo 3 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Instituição / Ano Título Objetivo 4 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Wanderlei José Ghilardi Universidade Federal de Santa Catarina / 2006 Avaliação não-paramétrica de desempenho do setor bancário brasileiro Avaliar o desempenho econômico e financeiro dos cinquenta maiores bancos brasileiros que atuam no Brasil Bancário 50 Instituições Bancárias Brasileiras Patrimônio Líquido e Número de Funcionários Proporcionalidade entre a capacidade de geração de receita de cada banco BACEN BCC e CCR Leonardo Rafaeli Universidade Federal do Rio Grande do Sul / 2009 A Análise Envoltória de Dados como ferramenta para avaliação do desempenho relativo Estruturar uma sistemática de apoio à utilização da DEA para avaliação de desempenho que possa ser replicada em aplicações de naturezas distintas Transporte Aéreo de Passageiros 230 Companhias Aéreas de 126 países Funcionários; Frota; Horas voadas. Taxa de aproveitamento de carga; Passageiros-quilômetros; Taxa de ocupação. IATA BCC e CCR 149 Quadro 2A “continuação” Autor Instituição / Ano Título Objetivo 5 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Instituição / Ano Título Objetivo 6 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Ana Elisa Périco Universidade de São Paulo / 2009 A relação entre as infraestruturas produtivas e o Produto Interno Bruto (PIB) das regiões brasileiras: uma análise por Envoltória de Dados Analisar as formas pelas quais as infraestruturas produtivas se relacionam com o Produto Interno Bruto das regiões brasileiras, determinando a margem de contribuição das categorias de infraestrutura para a formação do PIB de cada região. Econômico Todas as regiões brasileiras, no período de 1980 a 2005. Emprego; Capital fixo; Infraestrutura Produto Interno Bruto IBGE, PIA BCC Igor Bernardi Sonza Universidade Federal de Santa Catarina / 2007 Análise da Eficiência do setor varejista de gêneros alimentícios Realizar análise comparativa entre o porte e a eficiência das maiores empresas varejistas de gêneros Alimentícios do Brasil através do Cálculo DEA e identificar alvos alternativos para as empresas menos eficientes. Alimentício (Ramo supermercadista) 500 empresas (24 empresas de grande porte, 430 empresas de médio porte, 46 empresas de pequeno porte Área de vendas da loja; Número de Check-Outs, Lojas e Funcionários. Venda bruta; Variação Percentual do Faturamento. SuperHiper BCC e CCR 150 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 7 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título 8 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs “continua” Josemar Pereira de Sousa Júnior Mestrado em Economia Agrícola Universidade Federal do Ceara / 2002 Análise da Eficiência da Produção de Camarão Marinho em cativeiro no Estado do Ceará Analisar se os carcinicultores estavam realizando a atividade de forma eficiente, tanto no que diz respeito à parte técnica, utilizando quantidades de insumos adequadas para certo nível de produção, como na parte de alocação de recursos, dada a relação de preços entre os insumos, resultando numa possível análise de eficiência econômica. Agroindústria (Carcinicultura) 210 carcinicultores (produtor de camarão) Produtividade do trabalho; Produção do camarão confinado. Produtividade do capital circulante; Renda Bruta. Dados primários José Carlos Rocha da Silva Júnior Mestrado em Economia Universidade Federal de Pernambuco / 2008 Análise da Eficiência do setor bancário no Brasil por estrutura de capital sob as óticas da Firma e da Sociedade Analisar a eficiência do setor bancário no Brasil segmentado por estrutura de capital, avaliando os segmentos público, privado e estrangeiro de forma agregada considerando o ponto de vista das firmas bancárias e o ponto de vista da sociedade. Bancário 12 Instituições financeiras de grande porte Participação no total de depósitos; Quantidade de Agências; Provisão para Credores de Liquidação Duvidosa. Participação do Crédito; Volume de Depósitos; Volume de Crédito Concedido; Índice de Adimplência 151 Quadro 2A “continuação” Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título 8 Objetivo 9 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título 10 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Banco Central do Brasil BCC e CCR Luiz Gustavo Camarano Nazareth Mestrado em Administração Universidade Federal de Lavras / 2009 Análise de Eficiência de pequenos meios de hospedagem da estrada real Identificar a eficiência econômico-financeira dos pequenos meios de hospedagem da Estrada Real, utilizando Análise Envoltória de Dados Hoteleiro 06 Hotéis e 06 Pousadas Gasto com energia elétrica; Gasto total com pessoal; Ativo Permanente Receita Bruta Acumulada Dados primários BCC e CCR Flávio Paim Freaza Mestrado Profissionalizante em Administração / 2006 Faculdade de Economia e Finanças Análise de Eficiência do mercado bancário brasileiro, utilizando a metodologia da Análise Envoltória de Dados Definir a eficiência dos 50 maiores conglomerados financeiros do mercado bancário de varejo brasileiro Bancário 50 Maiores Instituições Bancárias Brasileiras, por ativo total Funcionários; Alavancagem; Inadimplência; Grau de Imobilização Resultado de Intermediação Financeira; Rentabilidade; Banco Central do Brasil BCC e CCR 152 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 11 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 12 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Paulo Ferreira dos Santos Mestrado em Engenharia Civil Universidade Federal do Espírito Santo / 2008 Análise de Eficiência do Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros por ônibus no Brasil Avaliar a eficiência técnica das empresas que operam no sistema de transporte rodoviário interestadual de passageiros por ônibus no Brasil Transporte 115 empresas, de grande, médio e pequeno porte (79% do mercado) Quantidade de veículos; Idade Média da Frota; Número de Motoristas Número de passageiros; Distância Percorrida; Viagens Realizadas Anuário da Agência Nacional de Transporte Terrestre BCC Carlos Eduardo Freire Araújo Mestrado em Transportes Universidade de Brasília / 2008 Análise de Eficiência dos Custos Operacionais de rotas do transporte escolar rural Avaliar a eficiência das rotas do Transporte Escolar Rural (TER), em termos de seus custos operacionais, identificando rotas eficientes (benchmarks) e rotas ineficientes. Transporte Rotas de 13 municípios de diferentes regiões do Brasil Custo/Km; Consumo Quilômetro - Km; Número de Alunos; Assentos. Ceftru/UnB BCC 153 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados George Eduardo Serra Almeida Mestre de Engenharia Universidade de São Paulo / 2006 Análise do Índice de Instalação de Empresas no Município de Osasco utilizando sistemas de informação geográfica e análise envoltória – DEA Avaliar a influência dos fatores espaciais no processo de localização e migração de empresas. Planejamento urbano Município de Osasco Quantitativos de domicílios; População; Preço médio do terreno Quantitativo de empresas; Distâncias aos acessos das rodovias; IBGE; RAIS; CNAE CCR Paulo José Lopes Normande Galvão Mestrado em Administração Faculdade de Economia e Finanças / 2008 Análise Envoltória de Dados aplicada ao setor brasileiro de distribuição de Energia Elétrica Determinar, classificar e ordenar as distribuidoras do setor elétrico brasileiro que ao atender seus consumidores, utilizam seus insumos de forma mais eficiente em relação às demais. Energia Elétrica 33 companhias de energia elétrica Força de Trabalho; Empregados; Número de postes e transformadores; Despesas Operacionais. Consumidores Atendidos; Demanda de Energia; Área de Concessão ABRADEE Modelo DEA BCC e CCR Título 13 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 14 “continua” 154 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título 15 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título 16 Objetivo Setor Amostra Base de Dados Modelo DEA “continua” Nivaldo Donizete Perentelli Mestrado em Administração Universidade Metodista de São Paulo / 2007 Aplicação da Análise Envoltória de Dados no estudo da eficiência econômico-financeira da indústria siderúrgica brasileira dos anos 2004 e 2005 Análise da eficiência Econômica-Financeira das empresas siderúrgicas brasileiras no biênio 2004/2005, as quais foram fortemente influenciadas pela reestruturação produtiva do setor siderúrgico provocado pelo programa de privatização na década de 90. Siderúrgico 23 empresas da indústria siderúrgica Patrimônio líquido Ajustado; Número de empregados Vendas, Riqueza por empregado, Crescimento de vendas, Ativo Imobilizado Revista EXAME e website CVM CCR Aline Eloyse Lang Mestrado em Transportes Universidade de Brasília/ 2007 As ferrovias no Brasil e Avaliação Econômica de projetos: uma aplicação em projetos ferroviários Utilização de uma metodologia para priorização de investimentos em ferrovias segundo seu retorno social Ferroviário Setor Ferroviário ANTF ACE 155 Quadro 2A “continuação” 17 Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 18 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Neiva Teresinha Badin Mestrado em Engenharia de Produção Universidade Federal de Santa Catarina / 1997 Avaliação da produtividade de supermercados e seu benchmarking Análise da eficiência, em termos de faturamento, dos 600 maiores supermercados do País em 1996. Supermercadista 600 maiores supermercados Número de checkouts da empresa; area de venda da empresa; número de lojas; número de funcionários. Faturamento SuperHiper CCR Geovandro Gomes da Silva Mestrado em Engenharia de Produção Universidade Federal de Itajubá / 2008 Análise da Eficiência de Unidades de Manufatura baseada na Análise Envoltória de Dados Efetuar a análise comparativa da eficiência produtiva das unidades de manufatura, aplicando a técnica Análise Envoltória de Dados, em informações de desempenho operacional destas unidades. Automobilístico 01 empresa do setor automobilístico, amostra por conveniência Estoque; Custo do Pessoal; Funcionários. Resultado operacional; Vendas por Funcionários. Balanced ScoreCard da empresa estudada BCC e CCR 156 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título 19 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 20 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Evandro Minato Mestrado em Engenharia de Produção Universidade Federal de Santa Catarina / 2006 Avaliação de produtividade de uma indústria na linha do tempo utilizando DEA (Data Envelopment analysis) Análise de dados de insumos e produtos utilizados pela empresa no decorrer do tempo, criando um ranking de desempenho a fim de indicar o período de maior eficiência, usando como ferramenta a técnica de Análise Envoltória de Dados (DEA). Industrial 01 Empresa privada com fins lucrativos Custo; Clientes Satisfação; Receitas Dados primários CCR Samantha Figueiredo Silveira Mestrado em Engenharia Civil Universidade Federal de Santa Catarina / 2008 Desempenho e Benchmarking de empresas de transporte rodoviário interestadual de passageiros Definir o desempenho das Empresas de Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros e identificar as empresas eficientes e as não eficientes. Transporte Rodoviário 141 Empresas do setor em estudo Quilometragem anual; Frota; Número de passageiros e de Linhas. Total de passageiros por quilômetros ANTT BCC e CCR 157 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título 21 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título 22 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Janaína Cristina Kanesiro Mestrado em Turismo e Hotelaria Universidade do Vale do Itajaí / 2008 Desempenho Econômico-Financeiro e Análise Envoltória de Dados (DEA): um estudo em meios de hospedagem no Brasil Apresentar uma contribuição à análise do desempenho econômico-financeiro dos meios de hospedagem por meio da análise envoltória de dados (DEA) Hotelaria 212 Meios de Hospedagem Indicadores de Estrutura de Capital Rentabilidade; Indicadores de Liquidez InvestNews Online da Gazeta Mercantil BCC e CCR Willian Santana Mestrado em Ciências Contábeis Universidade de Brasília / 2005 Determinantes do desempenho financeiro das empresas públicas municipais prestadoras dos serviços de água e saneamento no Brasil. Verificar quais os fatores são determinantes do desempenho financeiro das empresas públicas municipais prestadoras dos serviços de água e saneamento. Saneamento básico 201 empresas municipais e públicas prestadoras de serviços Total de funcionários; Custo Operacional. Volume Faturado; Participação do Mercado SNIS CCR e BCC 158 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 23 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” 24 Paulo Lima Verardo Mestrado em Economia Universidade Federal de Viçosa / 2008 Eficiência dos Departamentos da Universidade Federal de Viçosa Fazer uma análise da eficiência técnica relativa dos departamentos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Educação 01 instituição de ensino superior pública (Departamentos) Número de professores de cada departamento. Carga horária; Número de alunos por disciplina; Número de Publicações; Índice de Qualificação Docente. Planilhas de Alocação de Recursos UFV CCR Pedro Lucas da Cruz Pereira Araújo Mestrado em Economia Universidade de Brasília / 2007 Eficiência Tributária Municipal em Dois Estágios: Análise Envoltória de Dados (DEA) e Regressão Quantílica Quantificar a eficiência técnica dos Municípios na produção de receitas e cadastros tributários. Administração Pública 48 Municípios da Federação Número de Funcionários Ativos; Despesas Administrativas; Receita do IPTU; Receita do ISSQN; Demais Receitas; Número de Cadastro do IPTU e ISSQN. CCR e BCC 159 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título 25 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 26 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Júlio César dos Santos Pimentel Mestrado em Administração de Organizações Universidade de São Paulo / 2009 Eficiência Tributária: um estudo do desempenho das regiões fiscais da Receita Federal do Brasil na arrecadação de imposto de renda entre 1995 e 2006 Verificar a eficiência na arrecadação dos recursos pelo governo federal como forma de promover o desenvolvimento e, conseqüente, bem-estar. Administração Pública 10 Regiões Fiscais da Receita Federal do Brasil População; Pobreza; PIB Arrecadação da Receita Federal IPEA e SRF BCC e CCR Charles Okama de Souza Mestrado em Administração Universidade Federal de Viçosa / 2007 Esforço Fiscal e Alocação de Recursos nos Municípios da Zona da Mata de Minas Gerais Identificar o esforço de arrecadação tributária e a alocação de recursos, diante dos repasses do Fundo de Participação Municipal e Cota Parte do ICMS destinados aos municípios da Zona da Mata de Minas Gerais. Administração Pública Municípios Mineiros da Zona da Mata População Urbana; Valor Adicionado Fiscal; Massa salarial do setor formal Receita Tributária dos Municípios STN, TCEMG, IBGE BCC 160 Quadro 2A “continuação” 27 Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 28 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” José Alexandre Borges Pedrosa Mestrado em Ciências Econômicas Universidade do Estado do Rio de Janeiro / 2008 Esperança de vida e Eficiência Técnica de Gastos Públicos Avaliação de políticas públicas nos municípios do Estado do Rio de Janeiro Administração Pública 50 Municípios do Estado do Rio de Janeiro Despesas pagas em saúde; Gastos com saneamento; PIB Esperança de vida e Eficiência Técnica de Gastos Públicos DATASUS; IBGE; IPEA; CIDE CCR Marcelo Sales Ferreira Mestrado Profissionalizante em Gestão e Estratégia de Negócios Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro / 2005 Estratégia Competitiva no Varejo de Supermercado Brasileiro: uma análise do desempenho das seis maiores redes entre 1999 e 2003 Análise de desempenho dos grandes competidores atuantes no mercado brasileiro de supermercados, estendendo essa discussão até uma abordagem estratégica sobre a competitividade no setor. Supermercadista Seis maiores redes de supermercado varejista brasileiro (CBD, Carrefour, Sonae, Bompreço, Sendas e Wal Mart) Número de Funcionários; Número de Lojas; Área de Vendas. Faturamento SuperHiper CCR 161 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título 29 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título 30 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Ricardo Floriani Mestrado em Administração Universidade Regional de Blumenau / 2009 Identificação de Inovações e seus reflexos nos índices de rentabilidade de empresas brasileiras de capital aberto Identificar inovações tecnológicas e ações inovadoras implementadas e seus reflexos nos índices de rentabilidade em empresas brasileiras de capital aberto. Multisetorial 22 empresas de capital aberto com ações negociadas na BOVESPA Inovação Rentabilidade BOVESPA BCC Marcelo Monteiro da Paixão Mestrado em Engenharia de Produção Universidade Federal Fluminense / 2006 Métodos Alternativos para a avaliação de produtividade dos cursos de pós-graduação stricto sensu em Engenharia Mecânica no Brasil. Realizar um estudo acerca da produtividade dos cursos de pós-graduação stricto sensu em Engenharia Mecânica. Educação Superior 23 Instituições de Ensino Superior Brasileiras Mestres Titulados, Doutores Titulados; Doutores Autores Publicações CAPES BCC e CCR 162 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título 31 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 32 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Carlos Alberto Gresoan Bonacim Mestre em Controladoria e Contabilidade Universidade de São Paulo / 2006 O Cálculo do Valor Econômico Agregado à sociedade por Hospitais Universitários Públicos: um estudo de caso no Hospital das Clínicas da FMRP – USP Calcular o valor econômico agregado à sociedade por Hospitais Universitários Públicos, segundo os preceitos da Gestão Baseada em Valor. Hospitalar 01 Unidade Hospitalar Universitária Receita SUS; Subvenções; Total de Leitos disponibilizados; Total de Médicos Contratados. Total de Consultas e exames; Total de Internações; Total de cirurgias. Instituição e DATASUS Robson Machado da Rosa Mestrado em Administração Universidade Federal de Santa Maria / 2007 Relação entre eficiência e rentabilidade no setor bancário brasileiro Analisar a existência, ou não, de relação entre a eficiência e a rentabilidade dos 50 maiores bancos que atuam no Brasil Bancário 50 maiores Instituições Bancárias Brasileiras Patrimônio líquido; Passivo Exigível; Total de Funcionários Receitas de serviços e outras receitas operacionais; Receitas com arrendamento mercantil BACEN BCC e CCR 163 Quadro 2A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título 33 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título 34 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Giusepe Arpino Mestrado em Administração Universidade de São Paulo / 2008 Relação entre uso de TI e Eficiência Organizacional: um estudo no setor brasileiro de bens de capital mecânicos Analisar a relação entre o uso da TI de gestão e de produção e a eficiência de empresas brasileiras manufatureiras do setor de bens de capital Bens de Capital 80 Empresas Despesas com TI de gestão e de produção; Investimentos em TI de Gestão e Produção Taxa de Giro do estoque; Faturamento Dados primários BCC e CCR Naja Brandão Santana Mestrado em Engenharia de Produção Universidade de São Paulo / 2008 Responsabilidade Socioambiental e Valor da Empresa: uma análise por envoltória de dados em empresas distribuidoras de energia elétrica Identificar a relação entre investimentos em Responsabilidade Socioambiental e o Valor da Empresa, em empresas distribuidoras de energia elétrica. Energia Elétrica 20 empresas brasileiras distribuidoras de energia elétrica, entre 2002 e 2006 Custos dos Serviços prestados Valor da Empresa IBASE BCC e CCR 164 Quadro 2A “conclusão” Autor Programa Instituição / Ano Hélio Darwich Nogueira Mestrado em Engenharia de Produção Universidade Federal Fluminense / 2008 Seleção de ativos e critérios de alocação de recursos para gestão passiva de carteiras referenciadas ao Título Ibovespa utilizando Data Envelopment Analysis – DEA Dar continuidade aos estudos da adequabilidade da metodologia Data Envelopment Analysis (DEA) Objetivo para seleção de ativos no mercado de renda variável brasileiro proposto por Pigatto (2005) seguindo 35 proposta de Powers e McMullen (2000). Setor Multisetorial Amostra Companhias abertas referenciadas no Ibovespa Variável Inputs Preço/Lucro; Preço/Valor Patrimonial da Ação. Variável Outputs Rentabilidade Acumuladas Corrigidas por Proventos Base de Dados BOVESPA Modelo DEA BCC Fonte: Elaborado pelo autor, a partir do Banco de Teses e Dissertações da CAPES (2010)6 6 COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR – CAPES. Portal de Periódicos. Disponível em: < http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 10 nov. 2010. Palavras-chave pesquisadas: Análise Envoltória de Dados; Data Envelopment Analysis, DEA, Análise de Eficiência, Eficiência. 165 Quadro 3A Teses abordando análise envoltória de dados - DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 1 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título 2 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Silvia Kassai Doutorado em Contabilidade e Controladoria Universidade de São Paulo / 2002 Utilização da Análise Envoltória de Dados (DEA) na Análise das Demonstrações Financeiras Apresentar uma contribuição à avaliação do desempenho econômico das empresas por meio da Análise de Demonstrações Contábeis. Energético e Alimentício 48 empresas de energia elétrica e 56 empresas do setor alimentício Despesas Administrativas; Número de Funcionários; Ativo Total Receitas de Operações de Crédito; Resultado Operacional; Receita de Prestação de Serviço Melhores e Maiores de Fipecafi-Exame BCC Ana Elisa Périco Doutorado em Engenharia de Produção Universidade de São Paulo / 2009 A relação entre as infraestruturas produtivas e o Produto Interno Bruto (PIB) das regiões brasileiras: uma análise por Envoltória de Dados Analisar as formas pelas quais as infraestruturas produtivas se relacionam com o Produto Interno Bruto das regiões brasileiras Econômico Todas as regiões brasileiras, no período de 1980 a 2005. Emprego; Capital fixo; Infraestrutura Produto Interno Bruto IBGE, PIA BCC 166 Quadro 3A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título 3 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título 4 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Maria Anita dos Anjos Doutorado em Engenharia de Produção Universidade Federal de Santa Catarina / 2005 Aplicação da Análise Envoltória de Dados (DEA) no estudo da Eficiência Econômica da Indústria Têxtil Brasileira nos anos 90 Analisar a indústria têxtil brasileira sob o ponto de vista dos desafios enfrentados pelo segmento, bem como, verificar sua produtividade e/ou eficiência relativa utilizando o método DEA. Têxtil 94% do mercado têxtil Custos; Salários; Retiradas Receita Líquida de vendas da indústria têxtil IBGE, CNAE, RAIS BCC e CCR Guilherme Marques Calôba Doutorado em Engenharia Universidade Federal do Rio de Janeiro / 2003 Combinando Envoltória sob dupla ótica, Teoria da Referência e Análise de Investimentos para avaliação de blocos exploratórios de petróleo e gás no Leilão da ANP Investigar a forma pela qual pode se transformar um modelo de avaliação baseado em risco em retorno para um modelo baseado na eficiência dos blocos, segundo o modelo DEA. Petrolífero 07 empresas do setor Risco; Retorno Preço ANP BCC e CCR 167 Quadro 3A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título 5 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 6 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Cristiane Márcia dos Santos Doutorado em Economia Aplicada Universidade Federal de Viçosa / 2005 Disparidades Regionais nos serviços de saúde em Minas Gerais: uma alternativa de alocação eficiente de recursos do SUS Analisar as disparidades regionais no setor de saúde das sessenta e seis microrregiões do Estado de Minas Gerais nos anos de 1991 e 2000 Administração Pública 66 Microrregiões do Estado de Minas Gerais Número de Hospitais, de Leitos Hospitaleiros e Gasto das Internações Total de Internações e o universo da Taxa de Mortalidade DATASUS; PNUD BCC João Carlos Felix Souza Doutorado em Economia Universidade de Brasília / 2006 Eficiência Bancária: Uma abordagem não paramétrica aplicada ao Banco do Brasil Comparação empírica da eficiência bancária, calculados por modelos não paramétricos, utilizando a distribuição dessa variável e pesquisando seus outliers. Bancário 01 Instituição Pública do setor bancário Despesas Administrativas; Homens/Hora Aplicação; Captação; Fundos; Tarifas de serviços. BB BCC e CCR 168 Quadro 3A “continuação” 7 Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título 8 Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA “continua” Carlos Alberto G Barreto Campello Doutorado em Administração Universidade de São Paulo / 2003 Eficiência Municipal: um estudo no estado de São Paulo Analisar, da perspectiva da gestão Municipal, a existência e dimensionamento do hiato de recursos. Administração Pública Municípios Paulistas População; Renda Receita de Tributos TCE-SP; FINBRA; IBGE CCR Marco Antonio Figueiredo Milani Filho Doutorado em Contabilidade e Controladoria Universidade de São Paulo / 2009 Eficiência Produtiva no terceiro setor: um estudo comparativo de desempenho entre organizações filantrópicas asilares Classificar, sob a perspectiva da eficiência, as organizações filantrópicas asilares do estado de São Paulo, assim como investigar se o grau de dependência por recursos públicos e privados. Terceiro Setor 42 instituições de longa permanência para idosos em São Paulo Capital; Trabalho Indicador de desempenho Anvisa BCC e CCR 169 Quadro 3A “continuação” Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo 10 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor 11 Programa “continua” 9 Marco Aurélio Marques Ferreira Doutorado em Economia Aplicada Universidade Federal de Viçosa / 2005 Eficiência Técnica e de Escala de Cooperativas e Sociedades de Capital na Indústria de Laticínios do Brasil Analisar a eficiência das sociedades cooperativas diante das sociedades de capital. Cooperativas e Sociedade de Capital 107 unidades produtivas, de 15 estados do país. Tamanho e escala da Produção Desempenho financeiro Dados primários BCC e CCR Magda Aparecida Nogueira Doutorado em Economia Aplicada Universidade Federal de Viçosa / 2005 Eficiência Técnica na Agropecuária das Microrregiões Brasileiras Identificar os condicionantes das diferenças de eficiência técnica entre as microrregiões brasileiras Agropecuário Microrregiões das cinco regiões brasileira, excluído o Distrito Federal IBGE BCC e CCR Maria Gorete Brotti Doutorado em Engenharia de Produção 170 Quadro 3A “continuação” Instituição / Ano Título Objetivo 11 12 Setor Amostra Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor Programa Instituição / Ano Título Objetivo Setor Variável Inputs Variável Outputs Base de Dados Modelo DEA Autor 13 Programa “continua” Universidade Federal de Santa Catarina / 2004 Modelo de Avaliação do Desempenho da Administração da escola como organização sob os prismas dos critérios de eficiência, eficácia, efetividade e relevância Avaliar o desempenho da administração da escola como organização considerando, simultaneamente, os critérios de eficiência, eficácia, efetividade e relevância. Educação Escolas catarinenses de ensino médio Censo Escolar; Sistema de Avaliação da Educação Básica BCC e CCR Luciano Basto Oliveira Doutorado em Planejamento Energético Universidade Federal do Rio de Janeiro / 2004 Potencial de Aproveitamento energético de lixo e de biodiesel de insumos residuais no Brasil Avaliar o potencial de aproveitamento energético dos resíduos sólidos urbanos (lixo) e do biodiesel, com base na análise integrada das viabilidades social, ambiental, técnica, operacional e econômica, conjunto de fatores que caracteriza o Desenvolvimento Sustentável Energético Custo do Investimento; Efeito Estufa; Número de Empregos Potencial de Geração Distribuida; Potencial de Criação de empregos EMBRAPA; Dados primários CCR e BCC Ana Lúcia Miranda Lopes Doutorado em Engenharia de Produção 171 Quadro 3A “conclusão” Instituição / Ano Universidade Federal de Santa Catarina / 1998 Um modelo de Análise Envoltória de Dados e Conjuntos Difusos para Avaliação Cruzada da Título Produtividade e Qualidade de departamentos acadêmicos - uma aplicação na UFSC Propõe uma metodologia para a avaliação de desempenho - produtividade e qualidade - de Objetivo departamentos acadêmicos de uma Universidade Brasileira. O propósito principal do modelo é identificar aqueles departamentos com maior necessidade de um processo de avaliação externa. 13 Setor Educação Amostra 01 Instituição Pública de ensino superior Variável Inputs Gastos gerais; gastos com equipamentos; verbas para pesquisa Variável Outputs Número de Estudantes em graduação e pós-graduação; Verba de pesquisa Base de Dados CAPES Modelo DEA CCR Autor Marcus Vinicius Pereira de Souza Programa Doutorado em Engenharia Elétrica Instituição / Ano Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro / 2008 Uma abordagem Bayesiana para o Cálculo dos custos operacionais eficientes das distribuidoras de Título Energia Elétrica Apresenta os principais resultados de medidas de eficiência dos custos operacionais de 60 distribuidoras Objetivo brasileiras de energia elétrica. 14 Setor Energia Elétrica Amostra 60 concessionárias de energia Variável Inputs Custo Operacional Variável Outputs Número de unidades consumidoras, montante de energia distribuída e a extensão da rede de distribuição. Base de Dados ANEEL Modelo DEA BCC e CCR Fonte: Elaborado pelo autor, a partir do banco de teses e dissertações CAPES (2010)7 7 Palavras-chave pesquisadas: Análise Envoltória de Dados; Data Envelopment Analysis, DEA, Análise de Eficiência, Eficiência. 172