Destaques da 9ª Diretriz do ACCP sobre Profilaxia de TEV Prof(a) Dra. Ana Thereza Rocha Prof(a) Assistente do Dep. Saúde da Família da FMB – UFBA Doutora em Medicina e Saúde – UFBA Pneumologista e Intensivista, Duke University, NC, EUA Mestre em Pesquisa Clínica, Duke University, NC, EUA Fellow do ACCP Potenciais conflitos de interesse • Palestrante para Sanofi • Membro do board de profilaxia para Sanofi • Palestrante para Bayer Esta apresentação 1. 2. Diferenças da 8ª para a 9ª edição Destaques das recomendações 1. Paciente clínico 2. Paciente cirúrgico 3. Paciente ortopédico Necessidade de recomendações – diretrizes/guidelines • Médicos precisam identificar informações pertinentes e úteis para a sua prática Para ser mais sucinta: 23 novos artigos!!! O que os profissionais irão usar: resumo (executive summary) Principais diferenças da ACCP8 • ACCP9 tem muitas recomendações fracas (grau 2) substituindo recomendações fortes (grau 1) da 8ª edição da Diretriz • …resultando em muitas recomendações 1A passando a 2A ou mais comumente, 2B Redução de recomendações 1A 1A Páginas 2004 123 540 2008 182 901 2012 29 801 Hirsh J, Guyatt G, Lewis SZ. Chest. 2008 Jun;133(6):1293-5. PMID: 18574282 Guyatt GH. Chest. 2012 Feb;141(2 Suppl):48S-52S. PMID: 22315255 9 Razões para mudanças Primeiro, uma abordagem mais crítica sobre as evidências e inferências resultantes Segundo, reconhecimento de valores e preferências dos pacientes Terceiro, as recomendações controversas necessitaram de votos favoráveis de > 80% do painel para uma recomendação forte Finalmente, a exclusão de participantes com conflitos de interesse, com opiniões fortes sobre abordagens de manejo das decisões finais sobre a qualidade e força das evidências Metodologia – graus de recomendação 11 Abordagem por Graus • “It requires the distinction between patient-important and surrogate outcomes.” evidências baseadas na qualidade e de DESFECHOS CLINICAMENTE IMPORTANTES vs. desfechos de eventos assintomáticos detectados por doppler ou venografia • Buscou-se valorizar as escolhas e preferências entre desfechos relevantes (trombose e sangramento grave). “A reasonable trade-off” Entre 0 (morte) e 100 (saúde plena) Sang. GI AVCH não fatal TEV Sang. GI Por exemplo, estimou-se que em média, pacientes percebem que o desagravo de sofrer um sangramento gastro-intestinal é mais ou menos igual ao de desenvolver um episódio de TEV, mas o desagravo de um sangramento gastro-intestinal é apenas 1/4 tão ruim (ou 2,5/1) do que sofrer um AVCH. Consideração da força da evidência na 9ª ACCP • Recomendação forte: 1 Benefícios claramente superam o risco ou desconforto e vice versa (“we recommend)” • Recomendação fraca: 2 Benefícios são semelhantes aos riscos ou desconforto (“we suggest”) 9th ACCP, Chest. 2012 Feb;141(2 Suppl):53S-70S. Jorge Ben e Jorge Ben Jor Sandra Sá e Sandra de Sá No dia do seu 35° aniversário, Prince muda seu nome para um símbolo impronunciável. A imprensa começa a se referir a ele como "o artista antes conhecido como Prince” Recomendações Indivíduos viajando longas distâncias • 8ª ACCP: para pacientes com fatores de risco e viagem com duração ≥ 8 horas, sugerimos MECG 15 to 30 mmHg (Grau 2C), ou 1 dose SC de HBPM, antes da partida (Grau 2C). •Um estudo N = 250: enoxaparina (1 mg/kg) 2 a 4 h antes de viagem com duração de 7 a 8 horas ou aspirina por 3 dias, iniciada 12 h antes do voo ou controle. –Enoxaparina: 0/82 TVP assintomáticos –Aspirin: 3/84 TVP assintomáticos –Controle: 4/84 TVP assintomáticos –Zero eventos sintomáticos ou TEP –Follow-up até o aeroporto Indivíduos viajando longas distâncias – – – Para indivíduos viajando longas distâncias com alto risco de TEV (incluindo história prévia de TEV, cirurgia ou trauma recente, gravidez, uso de estrogênio, idade avançada, mobilidade reduzida, obesidade grave ou trombofilia conhecida), sugere-se deambulação frequente, exercícios para as panturrilhas ou sentar no corredor, se possível (Grau 2C) Para indivíduos viajando longas distâncias com alto risco de TEV, sugere-se o uso de MECG tipo 3/4 (abaixo do joelho) bem adaptadas para oferecer 15 a 30mmHg de pressão no calcanhar durante a viagem (Grau 2C). Para todos os outros viajantes, recomenda-se contra o uso de MECG (Grau 2C) Para indivíduos viajando longas distâncias, sugere-se contra o uso de aspirina ou anticoagulante para prevenir TEV (Grau 2C) Pacientes clínicos Pacientes clínicos hospitalizados •Avaliação de risco de TEV em pacientes clínicos –Escore de Pádua –Algoritmo TEV Safety Zone – Diretriz Brasileira de Profilaxia de TEV 9th ACCP, Chest. 2012 Feb;141(2 Suppl):53S-70S. Padua Prediction Score • Estudo prospectivo observacional • 1180 pacientes clínicos avaliados e seguidos por 2 anos para TEV sintomática e complicações • Avaliação de risco por modelo simplificado com 14 variáveis (Kucher): • risco BAIXO (<4) – 60,3% dos pacientes • risco ALTO (≥4) – 39,7% dos pacientes • Pacientes com risco ALTO: TVP 6,7%, TEP não-fatal 3,9% e TEP fatal 0,4% Journal of Thrombosis and Haemostasis, 2008: 2450–2457 Padua Prediction Score Risco alto de TEV ≥ 4 Características dos pacientes Escore Câncer em atividade* 3 História prévia de TEV (excluindo trombose venosa superficial) 3 Mobilidade reduzida** 3 Trombofilia conhecida*** 3 Trauma ou cirurgia recente (último mês) 2 Idade avançada (≥70 anos) 1 Insuficiência cardíaca e/ou respiratória 1 Infecções e/ou doenças reumatológicas 1 Infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral 1 Obesidade (IMC ≥ 30) 1 Terapia hormonal atual 1 40% tinham alto risco (escore ≥ 4) VTE rates: Baixo risco Alto risco + prof Alto risco, sem prof 0.3% 2.2% 11,0% (HR, 32.0; CI95% 4.1-251.0) Hospitalização + mobilidade reduzida† + idade 40 anos* Não Sim Deambular e reavaliar em 2 d Algum dos FR? AVC Câncer Cateteres centrais e Swan-Ganz Doença inflamatória intestinal Doença respiratória grave Doença reumática ativa Gravidez e pós-parto História prévia de TEV IAM ICC classe III ou IV Idade 55 anos Deambular e reavaliar em 2 d Não Infecção Insuficiência arterial Internação em UTI Obesidade Paresia/Paralisia MMII Quimioterapia/hormonoterapia Reposição hormonal/CCH Síndrome nefrótica Tabagismo Trombofilias Varizes/Insuficiência venosa crônica Sim Sim Métodos físicos e reavaliar em 2 d Alguma contraindicação? Não Profilaxia farmacológica Hospitalização + mobilidade reduzida† + idade 40 anos* Não Sim Deambular e reavaliar em 2 d Algum dos FR? AVC Câncer Cateteres centrais e Swan-Ganz Doença inflamatória intestinal Doença respiratória grave Doença reumática ativa Gravidez e pós-parto História prévia de TEV IAM ICC classe III ou IV Idade 55 anos (≥ 70 ANOS) Deambular e reavaliar em 2 d Não Infecção Insuficiência arterial Internação em UTI Obesidade (IMC ≥ 30) Paresia/Paralisia MMII Quimioterapia/hormonoterapia Reposição hormonal/CCH Síndrome nefrótica Tabagismo Trombofilias Varizes/Insuficiência venosa crônica Sim Sim Métodos físicos e reavaliar em 2 d Alguma contraindicação? Não Profilaxia farmacológica Pacientes clínicos agudamente enfermos e hospitalizados • Para pacientes agudamente enfermos e hospitalizados com alto risco de TEV, recomenda-se tromboprofilaxia farmacológica com HBPM, HNF (de 12-12h ou 8-8h) ou fondaparina (Grau 1B). Ressalvas: a escolha de um anticoagulante específico para tromboprofilaxia farmacológica deve se basear na preferência do paciente, aderência e facilidade de administração (ex. dose única diária versus 12-12 ou 8-8h), assim como em outros fatores como custo de aquisição da medicação. • Para pacientes agudamente enfermos e hospitalizados com baixo risco de TEV, recomendase contra o uso de tromboprofilaxia farmacológica ou mecânica (Grau 1B). Pacientes clínicos agudamente enfermos e hospitalizados – • Para pacientes agudamente enfermos e hospitalizados, mas que tenham sangramento ativo ou risco alto de sangramento, recomenda-se contra o uso de tromboprofilaxia farmacológica (Grau 1B); sugere-se o uso otimizado de profilaxia mecânica com meias elásticas de compressão gradual (MECG) ou compressão pneumática intermitente (CPI) (Grau 2C) versus nenhuma profilaxia. – Se o risco de sangramento diminui e o risco de TEV persiste, sugere-se substituir a profilaxia mecânica pela profilaxia farmacológica (Grau 2B). Ressalvas: pacientes que são particularmente avessos às potenciais complicações de pele, custos ou manejo das MECG ou CPI provavelmente declinam esta modalidade. Extensão da profilaxia em pacientes clínicos hospitalizados • Para pacientes agudamente enfermos e hospitalizados que recebem um período inicial de tromboprofilaxia, sugere-se contra a extensão de tromboprofilaxia farmacológica além do período de imobilização ou do período agudo de hospitalização (Grau 2B). EXCLAIM - eficácia Imobilidade nível 1 ou imobilidade nível 2 + age >75ª ou Hx TEV ou câncer NNT = 65 P = 0.022 P = 0.0052 P = 0.0004 P = 0.22 VTE incidence day 28+/-4 (%) 5% 4% RRR 4,0% 38% Placebo (N=2510) RRR 3,8% 36% Enoxaparin (N=2485) N=100 N= 95 3% 2,5% N= 61 2% 2,4% N=60 RRR 79% 1,0% 1% N= 24 0,2% 0% Total VTE Proximal DVT N= 5 0,2% N= 5 N=0,0% 1 Symptomatic VTE All PE For VTE end points in the total population, significance was defined at 95.8% CIs (P < 0.042) because of the α adjustment for the interim analysis. For all other end points, a 95% CIs and P < 0.050 was used. Adapted from Hull RD et al, Ann Intern Med. 2010;153:8-18. EXCLAIM - segurança NNH = 196 P=S (RR, 2.51; 95% CI, 1.21-5.22) P=S Placebo Enoxaparin Major bleeding day 28+/-4 (%) Conclusões: = Extensão da duração 0,60% da profilaxia com NNH number to enoxaparina levou a menos seis TVP needed harm 25*/2975 proximais 0,15% sintomáticas por 1000 (95%S =CI, 3 20*/2975 significant NS = not a 7) com um custo de mais cinco significant 10/2988 sangramentos graves por7/2988 1000 (95% CI, 1 Major bleeding EXCLAIM Major bleeding ao 14) (20g/L Hb threshold) (30g/L Hb threshold) ‡ *Fatal bleeding: 1 patient in the enoxaparin group had hemorrhagic transformation of a stroke and died. ‡ Post hoc analysis performed by using a threshold hemoglobin decrease of 20 g/L for a major bleeding event. Assessed in the safety population (5963 patients), except for 22 patients who were excluded because of missing immobility level data or absence of immobility level classification Hull RD et al, Ann Intern Med. 2010;153:8-18. Pacientes com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) – – – • Para pacientes com AVCI e restrição da mobilidade, sugerese o uso de doses profiláticas subcutâneas de HNF ou HBPM E compressão pneumática intermitente (CPI) versus nenhuma profilaxia (Grau 2B). Para pacientes com AVCI e restrição da mobilidade, sugerese o uso de doses profiláticas subcutâneas de HNF ou HBPM, havendo preferência de HBPM versus HNF (Grau 2B). Para pacientes com AVCI e restrição da mobilidade, sugerese não usar MECG (Grau 2B). Ressalvas: profilaxia farmacológica e mecânica devem ser iniciadas tão logo quanto possível e deve ser mantida durante a hospitalização ou até o paciente recupere a mobilidade. Combinar profilaxia farmacológica com CPI pode gerar benefício adicional do que cada método isolado. Dispositivos mecânicos devem ser temporariamente removidos permitindo mobilização precoce e avaliação quanto a lesões de pele. Effectiveness of thigh-length graduated compression stockings to reduce the risk of deep vein thrombosis after stroke - CLOTS trial 1 – RCT in 4 centers • 2518 pacientes com AVC há 1 semana e com mobiidade reduzida • Doppler US MMII 7–10 d e quando possível, em 25–30d Dennis M et al. 2009. Lancet 373: 1958–1965 Pacientes com Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH) – Para pacientes com hemorragia intra-cerebral primária e aguda com restrição da mobilidade, sugere-se o uso profilático de HNF ou HBPM iniciado entre 2 e 4 dias do evento ou CPI versus nenhuma profilaxia (Grau 2C) – Sugere-se o uso profilático de HBPM versus HNF (Grau 2B) Pacientes ambulatoriais com câncer – – • Para pacientes ambulatoriais com câncer sem qualquer risco adicional para TEV, sugere-se contra o uso rotineiro de profilaxia com HBPM ou HNF (Grau 2B) e recomenda-se contra o uso de AVK (Grau 1B) Para pacientes ambulatoriais com tumores sólidos que têm fatores de risco adicionais para TEV e que têm baixo risco de sangramento, sugere-se o uso profilático de HBPM ou HNF versus nenhuma profilaxia (Grau 2B) Ressalvas: fatores de risco adicionais para TEV em pacientes ambulatoriais com câncer incluem história prévia de TEV, imobilização, terapia hormonal, inibidores da angiogênese, talidomida e lenalidomida. Pacientes cirúrgicos • Avaliação de risco de TEV em pacientes cirúrgicos – Caprini – Rogers – Algoritmo de pacientes cirúrgicos TEV Safety Zone Escore de Caprini 1 ponto Idade 41-60 anos Cirurgia maior prévia (<1 m) Cirurgia menor DII Doença pulmonar grave DPOC Edema de MMII Gravidez e pós-parto (<1 m) Hormônio IAM ICC Obesidade Perda fetal/Aborto Restrição ao leito Sepse (<1 m) Varizes Outros 5 pontos AVC (<1m) Artroplastia Fratura de quadril/pelve Politrauma TRM 2 pontos Idade 61-74 anos Artroscopia Câncer Cateter venoso central Cirurgia maior (>45 min) Imobilização gessada Laparoscopia (>45 min) Restrição ao leito (> 72 h) 3 pontos Idade ≥ 75 anos Anticoagulante lúpico Anticorpos anticardiolipina Fator V de Leiden História familiar de TEV História prévia de TEV Homocisteína elevada Protrombina 20210A TIH Outros Total de pontos Escore de Caprini adaptado pela 9ª ACCP N° pontos Risco 0 Muito baixo 1-2 Baixo 3-4 Moderado ≥5 Alto • Tem validação em c. geral, urológica, incluindo em cirurgia plástica Pannucci CJ et al,J Am Coll Surg. 2011; 212 ( 1 ): 105 – 112 Bahl V, Caprini JÁ et al. Ann Surg . 2010;251 ( 2 ): 344 – 350 Caprini JA et al. Dis Mon . 2005; 51 ( 2-3 ): 70 - 78 Caprini JA, et al. Thromb Hemost . 1991; 17( suppl 3): 304- 312 Escore de Rogers Cirurgia Respiratória ou hematológica Vascular grande Outros aneurismas Boca, palato Estômago, intestino Tegumento Hérnia Classificação da ASA 3, 4 ou 5 2 Porte cirúrgico >17 <17 9 7 4 4 4 3 2 2 1 3 2 Dois pontos cada Câncer disseminado Quimioterapia < 30 d Na > 145 mEq/L Transfusão > 4 U Ventilação mecânica Um ponto cada Ferida limpa/contaminada Hematócrito ≤38% Bilirrubina > 1,0 mg/dL Dispneia Albumina ≥ 3,5 mg/dL Emergência Sexo feminino 1 Algoritmo de avaliação do risco de TEV em paciente cirúrgico Cirurgia de risco alto Cirurgia de porte médio e alto Cirurgia de pequeno porte* Duração < 60’, internação≤2 d, sem restrição da mobilidade Idade ATQ Endoscópica > 60 anos 40-60 anos ATJ Fratura de quadril Oncológica curativa TRM Politrauma RISCO ALTO < 40 anos Laparoscópica Superficial (mama, dermatológica, plástica) Fatores de risco Fatores de risco para TEV? para TEV? Oftalmológica Outra: _______________ Sim Não Sim Não RISCO INTERMEDIÁRIO RISCO BAIXO *Cesárea, cirurgias de cabeça e pescoço para condições benignas, procedimentos ginecológicos e urológicos simples, como retirada de cisto ovariano ou ressecção transuretral de próstata, cirurgias ortopédicas de ombro ou membros superiores, cirurgias de membros inferiores distais ao joelho, artroscopia de joelho, biópsia pulmonar a céu aberto, procedimentos vasculares não complicados. Adaptado de Geerts et al. Chest 2008; 133(6 Suppl):381S-453S Pacientes submetidos a procedimentos de cirurgia geral, gastrointestinal, ginecológica, bariátrica, vascular, plástica ou reconstrutora RISCO BAIXO • • Para pacientes submetidos a procedimentos de cirurgia geral, abdominal e/ou pélvicos com risco baixo de TEV (0,5%, pelo escore de Roger, 7, e, pelo escore de Caprini, 0), recomenda-se preferir deambulação precoce versus o uso de tromboprofilaxia farmacológica (Grau 1B) ou mecânica (Grau 2C). Se incidência for 1,5%, pelo escore de Roger, 7-10, e, pelo escore de Caprini, 1-2), sugere-se profilaxia mecânica, preferencialmente com CPI versus nenhuma profilaxia (Grau 2C). Pacientes submetidos a procedimentos de cirurgia geral, gastrointestinal, ginecológica, bariátrica, vascular, plástica ou reconstrutora RISCO MODERADO • • • Se risco moderado de TEV (3,0%, pelo escore de Roger, 10, e, pelo escore de Caprini, 3-4) e sem risco alto de complicações hemorrágicas, sugere-se tromboprofilaxia farmacológica com HBPM (Grau 2B), HNF (Grau 2B) ou profilaxia mecânica, preferencialmente com CPI (Grau 2C) versus nenhuma profilaxia. Ressalvas: Três dos sete avaliadores preferiram a recomendação forte (Grau 1B) para HBPM ou HNF versus nenhuma profilaxia. Se risco moderado de TEV e risco alto de complicações hemorrágicas ou nos quais complicações hemorrágicas graves seriam particularmente prejudiciais, sugere-se o uso de profilaxia mecânica, preferencialmente com CPI (Grau 2C) versus nenhuma profilaxia. Pacientes submetidos a procedimentos de cirurgia geral, gastrointestinal, ginecológica, bariátrica, vascular, plástica ou reconstrutora RISCO ALTO • Se risco alto de TEV (≥6,0%, pelo escore de Caprini, ≥5), sugere-se tromboprofilaxia farmacológica com HBPM (Grau 1B), ou HNF (Grau 1B) versus nenhuma profilaxia. Sugerese que profilaxia mecânica, com MECG ou CPI seja adicionada à profilaxia farmacológica (Grau 2C). Pacientes submetidos a procedimentos de cirurgia geral, gastrointestinal, ginecológica, bariátrica, vascular, plástica ou reconstrutora RISCO ALTO • Para pacientes submetidos a procedimentos de cirurgia geral, abdominal e/ou pélvicos para câncer, com risco alto de TEV e sem risco alto de complicações hemorrágicas, recomenda-se tromboprofilaxia farmacológica estendida por 4 semanas com HBPM (Grau 1B), versus duração usual (7-10 dias). • Ressalvas: pacientes que referem dificuldades financeiras para a obtenção de medicação para profilaxia estendida podem preferir duração usual. Pacientes ortopédicos CHEST, JUNE 2008;133:385S-453S Pacientes submetidos a procedimentos ortopédicos de grande porte: ATQ, ATJ e CFQ • Para pacientes submetidos a ATQ ou ATJ, CFQ recomenda-se o uso de profilaxia farmacológica por um mínimo de 10 a 14 dias versus nenhuma profilaxia, com umas das opções: HBPM, fondaparina, apixabana, dabigatrana, rivaroxabana, HNF, warfarina com ajuste de dose ou aspirina (todos Grau 1B) ou profilaxia mecânica com CPI (Grau 1C). • Ressalvas: Recomenda-se o uso apenas de CPI portáteis com bateria que sejam capazes de fornecer tempo de uso diário para pacientes hospitalizados ou ambulatoriais. Recomenda-se esforço para aumentar aderência para 18 horas por dia. Um dos avaliadores acredita firmemente que aspirina isoladamente não deve ser incluída como umas das opções (assim como recomendado na 8ª edição desta Diretriz). Pacientes submetidos a procedimentos ortopédicos de grande porte: ATQ, ATJ e CFQ • Para pacientes submetidos à ATQ, ATJ ou CFQ e recebendo HBPM como tromboprofilaxia, recomendase iniciar profilaxia 12 horas ou mais antes ou depois da cirurgia e não 4 horas ou menos antes ou depois da cirurgia (Grau 1B). • Para pacientes submetidos à ATQ, ATJ ou CFQ independentemente do uso concomitante de CPI ou da duração do tratamento, recomenda-se o uso de HBPM preferencialmente a outras opções: fondaparina, apixabana, dabigatrana, rivaroxabana ou HNF (todos Grau 2B), warfarina com ajuste de dose ou aspirina (ambos Grau 2C). Pacientes submetidos a procedimentos ortopédicos de grande porte: ATQ, ATJ e CFQ • Ressalvas: Se a profilaxia for iniciada antes da cirurgia, recomenda-se o uso de HBPM 12 horas antes da cirurgia. Pacientes que dão muito valor em evitar o uso de injeções diárias de HBPM e pouco valor nas limitações dos agentes alternativos, provavelmente preferirão um agente alternativo. As limitações dos agentes alternativos incluem a possibilidade de aumento de sangramento (o que pode ocorrer com fondaparina, rivaroxabana ou warfarina) e a possibilidade de menor eficácia (HNF, warfarina, aspirina e CPI), e, ausência de dados de segurança em seguimento a longo prazo (apixabana, dabigatrana e rivaroxabana). Além disto, pacientes que dão muito valor em evitar complicações com sangramento e pouco valor na inconveniência do uso de CPI, provavelmente escolherão esta opção versus profilaxia farmacológica. Pacientes submetidos a procedimentos ortopédicos de grande porte: ATQ, ATJ e CFQ • • • Para pacientes submetidos à ATQ, ATJ ou CFQ, recomenda-se estender a profilaxia por até 35 dias do dia da cirurgia versus por apenas 10 a 14 dias (Grau 1B). Para pacientes submetidos à ATQ, ATJ ou CFQ, sugere-se o uso de combinado de profilaxia farmacológica e mecânica com CPI durante a hospitalização (Grau 2C). Ressalvas: Recomenda-se CPI portáteis e esforço para aumentar aderência para 18 horas por dia. Pacientes submetidos a procedimentos ortopédicos de grande porte: ATQ, ATJ e CFQ • Para pacientes submetidos à ATQ, ATJ ou cirurgia para FQ, sugere-se contra o uso de filtro de veia cava (FVC) como profilaxia primária de TEV versus nenhuma profilaxia em pacientes com aumento do risco de sangramento ou contra-indicações para ambos profilaxia farmacológica e mecânica (Grau 2C). • Para pacientes assintomáticos após cirurgia para ATQ, ATJ ou cirurgia para FQ, recomenda-se contra o uso ultra-sonografia com doppler para triagem de TVP antes de da alta hospitalar (Grau 1B). Conclusões 1. Número consideravelmente menor de evidências GRAU 1 A. Agora 1 grande estudo => 2B (prudência) e para questões não resolvidas, sugere-se mais estudos... 2. FOCO: qualidade e na segurança => melhora de desfechos relacionados ao paciente envolvendo custo-benefício e perspectiva do paciente Conclusões 3. Estratificação de risco de pacientes clínicos: – – Baixo risco => 1B contra a profilaxia – benefício mais difícil de provar e risco de sangramento maior Validação dos algoritmos TEV Safety Zone – praticidade 4. Estratificação de risco de pacientes cirúrgicos não ortopédicos: avaliação sistemática com cuidado individualizado – Risco de trombose vs. Risco de sangramento (maior cuidado na duração da profilaxia em grupos de alto risco e ênfase a CPI no risco de sangramento) Obrigada! [email protected] IMPROVE – fatores associados com sangramento Risco de sangramento em pacientes clínicos • Os fatores de risco mais fortes (OR 3,0): – Úlcera gastroduodenal ativa – Sangramento há menos de 3 meses da admissão – Contagem de plaquetas < 50.000 • Outros FR: idade >85 anos, insuficiência hepática, insuficiência renal grave e internação em UTI • Incidência de sangramento grave 0,76% (não separada por uso ou não de profilaxia) • Metade dos sangramentos graves ocorreram em 10% dos pacientes com um score de sangramento ≥ 7.0 (precisa validação) Decousus H , Tapson VF , Bergmann JF , et al ; IMPROVE Investigators. Factors at admission associated with bleeding risk in medical patients: fi ndings from the IMPROVE investigators . Chest . 2011 ; 139 ( 1 ): 69 - 79 .