Lista 1 MA-604 Espaços Métricos 2/3/2015 1. i) Veri…que que se d : X X ! R satisfaz as propriedades de uma distância então d (x; y) 0. ii) Veri…que que a desigualdade d (x; z) maxfd (x; y) ; d (z; y)g implica na desigualdade triangular. 2. Para cada uma das seguintes distâncias em R2 descreva a bola aberta B (0; 1), a bola fechada B [0; 1] e a esfera S (0; 1) (onde x = (x1 ; x2 ) e y = (y1 ; y2 )): q b)d (x; y) = maxfjx1 y1 j ; jx2 y2 jg a)d (x; y) = (x1 y1 )2 + (x2 y2 )2 c)d (x; y) = (x1 y1 )3 + (x2 y2 )3 1=3 d)d (x; y) = jx1 y1 j + jx2 y2 j. 3. Se d é uma distância no conjunto X, mostre que as seguintes funções também são distâncias p a) d1 (x; y) = d (x; y) b) d2 (x; y) = minf1; d (x; y)g d (x; y) . 1 + d (x; y) Encontre outras funções f : R+ ! R+ tais que f é uma distância. c) d3 (x; y) = d seja uma distância, se d 4. Mostre que se d1 e d2 são distâncias no conjunto X então d1 + d2 e cd1 , c > 0, também são distâncias. 5. Mostre que d (x; y) = arctan jx yj é uma distância em R. ( Para a desigualdade triangular mostre antes que arctan (x + y) arctan (x) + arctan (y), usando o fato de que se f; g : R ! R são funções diferenciáveis tais que a) f (0) = g (0) e b) f 0 (x) g 0 (x) para todo x 0 então f (x) g (x) para todo x 0.) 6. Sejam (X; d1 ) e (Y; d2 ) espaços métricos. Mostre que a expressão d ((x1 ; y1 ) ; (x2 ; y2 )) = maxfd1 (x1 ; x2 ) ; d2 (y1 ; y2 )g de…ne uma distância no produto cartesiano X Y . Mostre que, em relação à essa distância, a esfera S ((x; y) ; r) em X Y é dada por (B [x; r] S (y; r)) [ (S (x; r) B [y; r]) : 7. Generalize o exercício anterior e construa uma distância em X1 (X1 ; d1 ), . . . , (Xn ; cn ) são espaços métricos. 1 Xn se 8. Seja (X; d) um espaço métrico. Mostre as seguintes igualdades (a) B [x; r] = (b) B (x; r) = T s>r S s<r B (x; s) = B [x; s] = T n2N B (x; r + 1=n). n2N B [x; r S 1=n]. 9. Sejam (X; d) um espaço métrico, x; y 2 X e r > 0. Mostre as seguintes a…rmações: (a) Se y 2 = B [x; r] então existe s > 0 tal que B [x; r] \ B [y; s] = B [x; r] \ B (y; s) = ;. Conclua que B [x; r] é um conjunto fechado. (b) Se y 2 B (x; r) então existe s > 0 tal que B (y; s) que B (x; r) é um conjunto aberto. B (x; r). Conclua Mostre com um exemplo que a segunda a…rmação não vale em geral para B [x; r] no lugar de B (x; r). Isto é a bola fechada pode não ser um conjunto aberto. Dê exemplo de um espaço métrico X e uma bola fechada B [x; r] um conjunto aberto. X que é 10. Sejam A1 ; : : : ; An subconjuntos limitados de um espaço métrico X. Mostre que A = A1 [ [ An também é limitado. (Um subconjunto A de um espaço métrico X é limitado se 9M > 0, 8x; y 2 A, d (x; y) < M . 11. Sejam d1 e d2 duas distâncias no mesmo conjunto X e denote por B1 (x; r) e B2 (x; r) as bolas abertas de centro x e raio r > 0 em relação a d1 e d2 , respectivamente. Suponha que para todo r > 0 e todo x 2 X, B1 (x; r) B2 (x; r). Mostre que d2 d1 , isto é, d2 (x; y) d1 (x; y) para todo x; y 2 X. Mostre também que nesse caso se A é um conjunto aberto em relação a d2 então A é aberto em relação a d1 . 12. Sejam (X; d1 ) e (Y; d2 ) espaços métricos. Uma isometria entre X e Y é uma aplicação f : X ! Y que satisfaz d2 (f (x) ; f (y)) = d1 (x; y) para todo x; y 2 X. Mostre que toda isometria é uma aplicação injetora. Dê, se possível, um exemplo de uma isometria que não seja sobrejetora. Mostre que se f é uma isometria bijetora então sua inversa f 1 também é isometria. 2 13. Seja (X; d) um espaço métrico e f : Y ! X uma aplicação injetora. Mostre que a função df : Y Y ! R de…nida por df (a; b) = d (f (a) ; f (b)) de…ne uma distância em Y . Mostre também que, em relação às distâncias df e d, f é uma isometria. 14. Num espaço métrico (X; d) sejam A X um subconjunto não vazio e x 2 X. De…na d (x; A) = inf d (x; y) : y2A (a) Veri…que que se x 2 A então d (x; A) = 0. Dê, se possível, exemplos em que d (x; A) = 0 e x 2 = A. (b) Para um subconjunto não vazio A X de…na e = fx 2 X : d (x; A) = 0g: A ee e Mostre também que para todo x 2 A e e para todo Mostre que A = A. r > 0, B (x; r) \ A 6= ;. 15. Seja jj jj uma norma no espaço vetorial V (sobre R) e considere a distância d (x; y) = kx yk, de…nida por essa norma. Mostre que (V; d) é um espaço métrico não limitado. (Um espaço métrico (X; d) é limitado se d é uma função limitada, isto é, 9M > 0, 8x; y 2 X, d (x; y) < M .) 16. Seja (V; jj jj) um espaço vetorial normado. Mostre que as bolas abertas B (x; r) e as bolas fechadas B [x; r] são conjuntos convexos. (Um conjunto C V é convexo se 8x; y 2 C, 8t 2 [0; 1], tx + (1 t) y 2 C, isto é, se o segmento entre x e y está contido em C.) 17. Mostre que se jj jj é uma norma em R então existe a > 0 tal que jjxjj = a jxj para todo x 2 R. 18. Seja A um conjunto e use a notação L (A; R) para indicar o conjunto de todas as funções limitadas f : A ! R. Mostre que L (A; R) é um subespaço vetorial do espaço das funções e que a expressão jjf jj = sup jf (a)j a2A de…ne uma norma em L (A). 3 19. Faça o mesmo que o exercício anterior substituindo (R; j j) por um espaço vetorial normado (V; jj jj). 20. Considere o espaço vetorial C ([0; 1] ; R) = ff : [0; 1] ! R : f é contínuag. Mostre que se 1 p < 1 então jjf jjp = Z 0 1 1=p jf (x)jp dx de…ne uma norma em C ([0; 1] ; R). Veri…que que essa expressão não é uma norma no espaço das funções integráveis. Mostre também que se p q então kf kp kf kq para toda f 2 C ([0; 1] ; R) (use a desigualdade de Hölder). 21. Denote por P `2 o conjunto de todas as sequências x = (xn )n2N em R tais que a série n 1 jxn j2 converge. Mostre que `2 é um subespaço vetorial do espaço de todas as sequências (com as operações naturais: x + y = (x Pn + yn ) e ax = (axn )). Mostre também que se x; y 2 `2 então a série hx; yi = n 1 xn yn converge absolutamente e de…ne um produto interno em `2 cuja norma é dada P 2 1=2 . por kxk2 = n 1 jxn j 22. Para 1 pP< 1 seja `p o conjunto das sequências x = (xn )n2N em R tais que a série n 1 jxn jp converge. Mostre que `p é um subespaço vetorial e que P p 1=p é uma norma em `p . kxkp = n 1 jxn j 23. Com a notação do exercício anterior mostre que se p q então `p `q . Mostre também que se p q então Bq;p (0; 1) Bp (0; 1) onde Bp (0; 1) é a bola unitária em `p e Bq;p (0; 1) = Bp (0; 1) \ `p . 24. Seja (V; jj jj) um espaço vetorial normado. Se B (x; r) denota a bola aberta de centro x 2 V e raio r > 0, mostre (i) B (x + y; r) = y + B (x; r); (ii) se r; r0 > 0 r então B (0; r) = 0 B (0; r0 ). Use isso para mostrar que dada uma bola B (x; r) r existe uma aplicação bijetora fx;r : V ! V tal que fx;r (B (0; 1)) = B (x; r). Mostre também que dados (x; r) e (y; r0 ) existe f : V ! V , bijetora, tal que f (B (x; r)) = B (y; r0 ). 25. Dê, se possível, exemplos das seguintes situações. (a) Um espaço métrico X tal que 8x 2 X, S (x; 1) = ;. (Notação: S (x; r) = fy 2 X : d (x; y) = rg). 4 (b) Um espaço métrico X e x 2 X tal que S (x; r) = ; para todo irracional r. (c) Uma distância d em R tal que (R; d) é um espaço métrico limitado. (d) Uma distância d em R que não é proveniente de uma norma. (e) Um conjunto X e duas distâncias d1 e d2 em X tal que a aplicação identidade id : (X; d1 ) ! (X; d2 ) não é contínua. (f) Dois subconjuntos disjuntos e não vazios A e B de um espaço métrico (X; d) tal que inffd (x; y) : x 2 A; y 2 Bg = 0. (g) Dois pontos x e y de um espaço métrico (X; d) tais que d (x; y) = 1 e B (x; 1) \ B (y; 1) = ;. (h) Uma distância d de…nida num espaço vetorial V que admite bolas que não são conjuntos convexos. (i) Uma aplicação linear f : V ! W entre os espaços vetoriais normados (V; jj jj) e (W; jj jj1 ), que não é contínua. (j) Um conjunto X e duas distâncias d1 e d2 em X tal que a aplicação identidade id : (X; d1 ) ! (X; d2 ) é um homeomor…smo, mas não é uma isometria. 5