rie RE AL ID Sé AD E RU RA L SÉRIE REALIDADE RURAL – VOLUME 47 © 2006 EMATER/RS-ASCAR Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização deste órgão. (Catalogação na publicação – Biblioteca da EMATER/RS-ASCAR) S237d Santos, Renato Cougo dos Diagnóstico das unidades agroindustriais: área de abrangência da Mesorregião Grande Fronteira do MERCOSUL – Rio Grande do Sul. – Porto Alegre : EMATER/RS-ASCAR, 2006. 100 p. : il. (Realidade Rural; n. 47) 1. Agroindústria. 2. Diagnóstico. 3. MERCOSUL. 4. Rio Grande do Sul. 5. Gestão. 6. Comercialização. I. Título. CDU631.145(816.5) REFERÊNCIA: SANTOS, Renato Cougo dos. Diagnóstico das unidades agroindustriais : área de abrangência da Mesorregião Grande Fronteira do MERCOSUL – Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EMATER/RS-ASCAR, 2006. 100 p. (Realidade Rural, 47) EMATER/RS-ASCAR - Rua Botafogo, 1051 - 90150-053 - Porto Alegre - RS - Brasil fone (0XX51) 2125-3144 / fax (0XX51) 2125-3156 http://www.emater.tche.br e-mail: [email protected] DIRETORIA DA EMATER/RS-ASCAR • • • Presidente: Ricardo Altair Schwarz Diretor Administrativo: Luiz Ângelo Poletto Diretor Técnico: Dirlei Matos de Souza ÁREA TÉCNICA • • • • • • TABULAÇÃO, ANÁLISES E REDAÇÃO • • Renato Cougo dos Santos Neimar Damian Peroni Gerência de Planejamento: Marcos Newton Pereira Organização dos Textos: Marcelo Porto Nicola Diagramação e Layout: Patrícia Henke Lazzari Normalização: Bibliotecária CRB 10/161 Mariléa Pinheiro Fabião Revisão de português: Luciane Tonezer dos Santos de Gasperi Capa: Wilmar de Oliveira Marques EQUIPE DE CAMPO Análise e coordenação • • • • Escritório Regional de Passo Fundo: Nildo José Formigueri Escritório Regional de Ijuí: Neimar Damian Peroni Escritório Regional de Erechim: Carlos Alberto Angonese Escritório Regional de Santa Rosa: Lirio Irineu Traesel APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS Equipe dos Escritórios Municipais de : Jóia, Panambi, Miraguai, Três Passos, Ajuricaba, Santo Augusto, Crissiumal, Chiapeta, São Valério do Sul, Santa Bárbara do Sul, Selbach, Fortaleza dos Vales, XV de Novembro, Campos Borges, Alecrim, São Miguel das Missões, Boa Vista do Buricá, Campinas das Missões, Cândido Godoi, Horizontina, Independência, Porto Lucena, Porto Vera Cruz, Roque Gonzales, São Paulo das Missões, Sete de Setembro, Ubiretama, Vitória das Missões, Santo Antônio das Missões, São Pedro do Butiá, Salvador das Missões, São José do Inhacorá, Tuparendi, Porto Mauá, Bossoroca, Caibaté, Dezesseis de Novembro, Entre Ijuís, Guarani das Missões, Mato Queimado, São Luiz Gonzaga, Santa Rosa, Santo Cristo, Liberato Salzano, Seberi, Frederico Westphalen, Constantina, Tapejara, Erval Seco, Santo Antônio da Palma, Ciríaco, Lagoa dos três Cantos, Araça, Chapada, Tapera, Passo Fundo, Pinheirinho do Vale, Rodeio Bonito, Palmitinho, Barra Funda, Vista Alegre, Sarandi, Victor Graeff, Barra do Rio Azul, Getúlio Vargas, Aratiba, Barão de Cotegipe, Maximiliano de Almeida, Planalto, Erechim, Sananduva, Paim Filho, Machadinho, Marcelino Ramos, Nonoai, Alpestre, Cruzaltense, Ametista do Sul, Áurea e Ijuí. APRESENTAÇÃO Na atualidade, as experiências bem-sucedidas de desenvolvimento têm decorrido, quase sempre, de um ambiente político e social favorável, expresso por uma mobilização convergente dos diferentes atores locais para as prioridades do desenvolvimento, construindo estratégias de valorização das potencialidades locais. A agricultura familiar gaúcha tem se constituído, invariavelmente, em um destes atores sociais importantes dos municípios gaúchos. Estudo recente elaborado pela FIPE/USP delimitou o tamanho das cadeias produtivas da agricultura familiar no PIB, identificando que 27% do PIB gaúcho é proveniente deste segmento. No interior dessa contribuição das cadeias produtivas da agricultura familiar para a riqueza gaúcha, cerca de 30% é proveniente dos processos de agroindustrialização. Além do mais, segundo estatísticas do Censo IBGE (1995/96), existem 430.349 estabelecimentos com até 50 hectares, no Rio Grande do Sul, perfazendo 86% do total de propriedades. Quanto à produção, essa mesma base de dados mostra que 78% do milho, 85% do feijão, 87% da mandioca, 78% do mel, 83% da carne suína, 86% das aves, 87% do leite, 89% dos ovos e a quase totalidade dos hortigranjeiros são oriundos de unidades produtivas deste extrato de área até 50 hectares. E é, basicamente aí, onde estão os agricultores que exploram as propriedades em regime de economia familiar. Cabe salientar também, que a base da competitividade de uma região tem pesado progressivamente sobre a qualidade e excelência dos produtos ou serviços oferecidos, qualidade que se vincula, inclusive, a conservação do meio ambiente e a sustentabilidade dos processos de produção empregados. Outro diferencial competitivo recai intensamente sobre o grau de conhecimento e de informação gerado e apreendido, influindo no nível tecnológico e capacitação dos recursos humanos nos processos produtivos. Nesse contexto, o Fórum da Mesorregião Grande Fronteira do MERCOSUL, que discute e define as estratégicas para enfrentamento dos desafios do desenvolvimento numa área compreendida por oito COREDEs1 na metade norte do RS, parte do oeste de SC e do sudeste do PR, apresentou um Projeto ao Governo Federal para apoio às agroindústrias familiares. O projeto foi aprovado e prevê a assistência técnica para legalização, capacitação dos beneficiários nas áreas de processamento e gestão, organização de sistemas de comercialização e aquisição de equipamentos, desde que, cumprida a primeira etapa que é a apresentação do Diagnóstico das Agroindústrias que permite conhecer as unidades agro-industriais. Toda ação transformadora necessita, para ser bem-sucedida, estar baseada em um estudo da realidade onde irá incidir, ou seja, todo o projeto de desenvolvimento deve começar pela etapa do diagnóstico e análise, confirmando, assim, o acerto da proposta inicial do projeto. O convênio para realização do projeto, no qual inclui-se o Diagnóstico das Unidades Agroindustriais foi celebrado entre a Secretária de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul e o Ministério da Integração Nacional, e a equipe técnica para execução da primeira fase foi composta por extensionistas rurais da EMATER/RSASCAR, no âmbito dos Escritórios Central, quatro Regionais e oitenta Municipais. O presente trabalho apresenta os resultados levantados junto as agroindústrias localizadas na Mesorregião Grande Fronteira do MERCOSUL, que nortearam a seleção das agroindústrias familiares que receberão apoio, conforme prevê o convênio. Entre os aspectos relevantes deste estudo, estão a contribuição ao conhecimento das principais características das agroindústrias e os subsídios que ele trouxe para a elaboração de políticas públicas dirigidas para esse segmento; a confecção de planos estratégicos das regiões e o dimensionamento da importância da agroindústria familiar. Obviamente, os reflexos deste diagnóstico se fazem sentir com mais intensidade sobre os atores sociais da região do projeto, em especial às agroindústrias selecionadas, às instituições e pessoas que "fazem" o desenvolvimento da mesorregião. Entretanto, entende-se que, o conteúdo apresentado nesta Série Realidade Rural nº 47, pelo Eng. de Alimentos Renato Cougo dos Santos, é importante também para técnicos da EMATER/RS-ASCAR e parceiros localizados em outras regiões do Estado. 1 São eles: Médio Alto Uruguai; Missões; Fronteira Noroeste; Produção; Noroeste Colonial; Norte; Nordeste; Alto Jacuí. 4 Além do mais, a metodologia empregada, a técnica de amostragem, bem como os instrumentos de coleta, podem auxiliar outros estudos em diferentes realidades e abrangências. Estudos estes, como se sabe, tão valiosos para a qualificação da ação extensionista. O conteúdo deste número da Série Realidade Rural está subdividido em seis partes. Na parte I, são identificadas e caracterizadas as agroindústrias. Aparecem dados como localização, tempo de existência, origem dos recursos e área construída. Na parte II, são caracterizados os sócios, com ênfase na forma de organização, participação por gênero, nível escolar, etc. Na parte III, são apresentadas a identificação e características da unidade agroindustrial e dos produtos, com itens, como: tipo de cadeia produtiva, utilização da capacidade instalada, situação legal, origem da mão-de-obra, forma de pagamento dos serviços, matéria-prima utilizada e procedência dos insumos. Na parte IV, é caracterizada a gestão agroindustrial, a forma de administração, os controles e diversos indicadores de desempenho econômico-financeiro. Na parte V, apresenta-se as características da comercialização dos produtos, tais como, destino da produção, abrangência, tipo de enquadramento fiscal e informalidade. Na parte VI, são analisados outros aspectos considerados relevantes, por exemplo, assistência técnica, necessidade de capacitação, grau de satisfação com a atividade e o êxodo rural. No final, o autor tece algumas considerações e recomendações com base nas análises dos dados da pesquisa. A Gerência de Planejamento tem a certeza de estar levando aos leitores da Série Realidade Rural, com a publicação do nº 47, intitulado Diagnóstico das Unidades Agroindustriais, um trabalho interessante e rico em informações sobre os insistentemente recomendados processos de agroindustrialização da agricultura familiar. Gerência de Planejamento. 5 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Representação gráfica do percentual de distribuição das agroindústrias para as diferentes faixas de áreas de construção. ...........................................................25 Gráfico 2 - Origem dos recursos para investimento na construção de agroindústrias para as diferentes cadeias produtivas. ...........................................................................27 Gráfico 3 - Representação gráfica da distribuição das agroindústrias constituídas de forma individual ou coletiva. ........................................................................................29 Gráfico 4 - Percentual de agroindústrias enquadradas para as diferentes faixas de número de sócios. .............................................................................................................31 Gráfico 5 - Percentual de participação dos sócios na composição das agroindústrias estratificados por grau de escolaridade. .............................................................33 Gráfico 6 - Percentual de famílias relacionados a sua principal fonte de renda. ......................36 Gráfico 7 - Distribuição percentual das agroindústrias para as diferentes cadeias produtivas..39 Gráfico 8 - Enquadramento das agroindústrias de acordo com as faixas de utilização da capacidade instalada, consideradas 40 horas-semanais ou 8 horas-dia. ..............42 Gráfico 9 - Interesse dos beneficiários, que ainda não tem a licença sanitária, em regularizá-la. ........................................................................................................................47 Gráfico 10 - Representação gráfica da opinião das agroindústrias sobre o grau de dificuldade que enfrentaram ou estão enfrentando junto aos órgãos de inspeção sanitária para regularizarem sanitariamente seus empreendimentos................................48 Gráfico 11 - Representação gráfica da situação das agroindústrias quanto ao licenciamento ambiental........................................................................................................49 Gráfico 12 - Representação gráfica da situação das agroindústrias quanto a adoção ou não do uso de código de barras na rotulagem de seus produtos. ..................................50 Gráfico 13 - Situação dos registros das marcas para as diferentes atividades agro-industriais. .......................................................................................................................51 Gráfico 14 - Representação gráfica para as diferentes atividades agroindustriais e o emprego por parte delas do uso de rótulo simples, registrado e as que não usam nenhum rótulo nos seus produtos..................................................................................53 Gráfico 15 - Representação gráfica da distribuição da origem da mão-de-obra empregada nas agroindústrias. ............................................................................................... 55 Gráfico 16 - Representação gráfica do total de agroindústrias que adquirem matéria-prima de terceiros e se elas enfrentam dificuldades ou não em comprá-la. ...................... 63 Gráfico 17 - Realização ou não dos cálculos dos custos de produção................................... 73 Gráfico 18 - Total de agroindústrias que realizam ou não o controle de qualidade dos produtos. ..................................................................................................................... 74 Gráfico 19 - Margem líquida de faturamento apontada pelas agroindústrias.......................... 76 Gráfico 20 - Faturamento bruto anual estimado pelas agroindústrias. ................................... 78 Gráfico 21 - Percentual de agroindústrias que recebem apoio na comercialização dos produtos em comparação com as que não recebem....................................................... 86 Gráfico 22 - Percentual de citação de instituições que apoiam a etapa de comercialização de produtos de agroindústria................................................................................ 88 Gráfico 23 - Percentual do número de agroindústrias que responderam que tiveram crescimento das vendas nos últimos 12 (doze) meses e o percentual de crescimento. .................................................................................................. 89 Gráfico 24 - Percentual do número de agroindústrias que responderam que tiveram queda nas vendas nos últimos 12 (doze) meses e o percentual de queda. ......................... 90 Gráfico 25 - Agroindústrias que registraram a ocorrência da saída de algum membro da família do meio rural para os centros urbanos............................................................. 94 Gráfico 26 - Razão principal pela qual se deu a mudança do meio rural para os centros urbanos. ........................................................................................................ 95 Gráfico 27 - Agroindústrias que registraram a ocorrência do retorno de algum membro da família dos centros urbanos para o meio rural. ................................................. 96 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Total de agroindústrias cadastradas para receberem apoio do Programa Governamental encaminhado pelo Ministério da Integração Nacional. ..................21 Tabela 2 - Número de agroindústrias e percentual representativo das áreas de localização das unidades agroindustriais cadastradas..................................................................22 Tabela 3 - Número de agroindústrias e percentual de representação relacionados às respectivas faixas de tempo de existência. ..........................................................23 Tabela 4 - Número de agroindústrias e o percentual de representação quando relacionado às faixas de áreas de construção. ...........................................................................25 Tabela 5 - Origem dos recursos para investimento na construção das agroindústrias. ............26 Tabela 6 - Número de agroindústrias constituídas de forma individual ou coletiva...................29 Tabela 7 - Número de agroindústrias, número de associados e média de sócios por agroindústria para as diferentes faixas de número de sócios. ...............................30 Tabela 8 - Estratificação dos sócios por gênero. ...................................................................31 Tabela 9 - Número de sócios e percentual de participação das diferentes faixas etárias dos sócios na composição das agroindústrias............................................................32 Tabela 10 - Número de sócios e o percentual de participação na composição das agroindústrias estratificados por grau de escolaridade........................................33 Tabela 11 - Número de sócios e o percentual de representação na composição das agroindústrias quanto ao seu enquadramento no PRONAF para agricultores familiares ou não. ............................................................................................34 Tabela 12 - Número de filhos dos sócios menores e maiores de 18 anos...............................34 Tabela 13 - Número de famílias e a sua principal fonte de renda. ..........................................35 Tabela 14 - Classificação das agroindústrias quanto a forma de produção da matéria-prima e do processo de agroindustrialização .................................................................37 Tabela 15 - Distribuição das agroindústrias para as diferentes cadeias produtivas..................38 Tabela 16 - Número de agroindústrias que trabalham com produtos cárneos, laticínios, panificados e outros.........................................................................................39 Tabela 17 - Número de agroindústrias que trabalham com doces, picles/conservas, minimamente processados, derivados de cana-de-açúcar e bebidas/sucos/polpa. ...................................................................................................................... 40 Tabela 18 - Número de agroindústrias que trabalham com pães/cucas, biscoitos/bolachas e massas. ......................................................................................................... 40 Tabela 19 - Enquadramento das agroindústrias de acordo com as faixas de utilização da capacidade instalada, consideradas 40 horas-semanal ou 8 horas-dia. .............. 41 Tabela 20 - Situação legal das agroindústrias...................................................................... 43 Tabela 21 - Situação legal das agroindústrias de origem animal, relacionada a legislação sanitária.......................................................................................................... 44 Tabela 22 - Situação das agroindústrias de origem animal quanto a legislação sanitária. ....... 44 Tabela 23 - Situação legal das agroindústrias de origem vegetal. ......................................... 45 Tabela 24 - Situação sanitária para a totalidade das agroindústrias de origem vegetal. .......... 45 Tabela 25 - Situação legal das agroindústrias de panificação por ramo de atividade. ............. 46 Tabela 26 - Situação do licenciamento sanitário das agroindústrias de panificação. ............... 46 Tabela 27 - Interesse dos beneficiários em legalizar sanitariamente a agroindústria............... 47 Tabela 28 - Opinião das agroindústrias sobre o grau de dificuldade que enfrentaram ou estão enfrentando junto aos órgãos de inspeção sanitária para regularizarem sanitariamente seus empreendimentos............................................................. 48 Tabela 29 - Situação das agroindústrias quanto ao licenciamento ambiental. ........................ 49 Tabela 30 - Situação das agroindústrias quanto a adoção ou não do código de barras na rotulagem das embalagens dos produtos.......................................................... 50 Tabela 31 - Agroindústrias que possuem marca registrada e que não possuem..................... 51 Tabela 32 - Agroindústrias que usam rótulo simples, registrado e as que não empregam nenhum tipo de rótulo nos seus produtos. ......................................................... 52 Tabela 33 - Origem da mão-de-obra empregada nas agroindústrias. .................................... 54 Tabela 34 - Agroindústrias que utilizam mão-de-obra terceirizada e o número de funcionários contratados, não contabilizada a mão-de-obra familiar. ...................................... 56 Tabela 35 - Número de agroindústrias em que membros da família trabalham na unidade industrial e que o pagamento dos serviços é feito de diferentes formas............... 57 Tabela 36 - Total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima oriunda da própria propriedade, para fabricação dos produtos.. 57 Tabela 37 - Total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida com os vizinhos para fabricação dos produtos. ........ 58 Tabela 38 - Total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida de outros municípios para fabricação dos produtos. . 59 10 Tabela 39 - Total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida em outros estados para fabricação dos produtos. .....59 Tabela 40 - Total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida das propriedades dos associados para fabricação dos produtos..........................................................................................................60 Tabela 41 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de produtos de origem animal. ..............................................................................61 Tabela 42 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de produtos de origem vegetal. .............................................................................61 Tabela 43 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de produtos de panificação. ..................................................................................62 Tabela 44 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de outros produtos................................................................................................62 Tabela 45 - Total de agroindústrias que adquirem matéria-prima de terceiros e se esses enfrentam dificuldades ou não em comprá-las. ..................................................63 Tabela 46 - Principais dificuldades encontradas pelas agroindústrias no momento da aquisição da matéria-prima de terceiros. ..........................................................................64 Tabela 47 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas e suas diferentes procedências para fabricação de produtos de origem animal. ..............................................................................65 Tabela 48 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas e suas diferentes procedências para fabricação de produtos de origem vegetal. .............................................................................65 Tabela 49 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas e suas diferentes procedências para fabricação de produtos de panificação. ..................................................................................66 Tabela 50 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas e suas diferentes procedências para fabricação de outros produtos................................................................................................66 Tabela 51 - Principais dificuldades apontadas pelas agroindústrias na área da gestão............67 Tabela 52 - Principais dificuldades de ordem financeira enfrentadas pelas agroindústrias.......68 Tabela 53 - Principais dificuldades de ordem de comercialização enfrentadas pelas agroindústrias..................................................................................................69 Tabela 54 - Principais dificuldades de ordem de produção enfrentadas pelas agroindústrias...70 Tabela 55 - Principais dificuldades de ordem de gerência enfrentadas pelas agroindústrias....71 Tabela 56 - Principais formas de administração das agroindústrias........................................72 Tabela 57 - Principais formas adotadas pelas agroindústrias para realizarem seus controles administrativos.................................................................................................72 11 Tabela 58 - Total de agroindústrias que realizam ou não os cálculos dos custos de produção. 73 Tabela 59 - Total de agroindústrias que realizam ou não o controle de qualidade dos produtos. ...................................................................................................................... 74 Tabela 60 - Total de agroindústrias que apuram os resultados sobre o faturamento e a periodicidade. ................................................................................................. 75 Tabela 61 - Margem líquida de faturamento apontada pelas agroindústrias........................... 75 Tabela 62 - Faturamento bruto anual estimado pelas agroindústrias. .................................... 77 Tabela 63 - Total de agroindústrias que atuam ou não junto a uma rede de agroindústrias e/ou de organizações de comercialização. ............................................................... 79 Tabela 64 - Destino da comercialização dos produtos das agroindústrias.............................. 80 Tabela 65 - Distribuição do mercado consumidor para os produtos de origem animal. ........... 82 Tabela 66 - Distribuição do mercado consumidor para os produtos de origem vegetal. .......... 82 Tabela 67 - Distribuição do mercado consumidor para os produtos de panificação. ............... 82 Tabela 68 - Distribuição do mercado consumidor para outros produtos. ................................ 83 Tabela 69 - Tipo de enquadramento fiscal........................................................................... 83 Tabela 70 - Principais condições de pagamento oferecidas na comercialização dos produtos de origem animal. ................................................................................................ 84 Tabela 71 - Principais condições de pagamento na comercialização dos produtos de origem vegetal. .......................................................................................................... 84 Tabela 72 - Principais condições de pagamento na comercialização dos produtos de panificação. .................................................................................................... 85 Tabela 73 - Principais condições de pagamento na comercialização dos demais produtos..... 85 Tabela 74 - Agroindústrias que recebem apoio na comercialização dos produtos. ................. 85 Tabela 75 - Instituições que apoiam as agroindústrias na etapa de comercialização. ............. 87 Tabela 76 - Relação das instituições que prestam apoio as etapas de comercialização de produtos das agroindústrias e o nível de atuação delas...................................... 87 Tabela 77 - Total de agroindústrias e margem de crescimento das vendas nos últimos 12 (doze) meses. ................................................................................................. 88 Tabela 78 - Percentual do número de agroindústrias que responderam que tiveram queda nas vendas nos últimos 12 (doze) meses e o percentual de queda. .......................... 89 Tabela 79 - Número de agroindústrias que recebem e que não recebem assistência técnica.. 91 Tabela 80 - Relação das instituições que prestam apoio as etapas de comercialização de produtos das agroindústrias e o nível de atuação delas...................................... 92 Tabela 81 - Interesse dos beneficiários em participar de treinamentos. ................................. 92 12 Tabela 82 - Áreas que seriam de melhor proveito para as agroindústrias que disseram ter interesse em participar de treinamentos.............................................................93 Tabela 83 - Grau de satisfação com a atividade agro-industrial. ............................................93 Tabela 84 - Agroindústrias que registraram a ocorrência da saída de algum membro da família do meio rural para os centros urbanos...............................................................94 Tabela 85 - Razão principal pela qual se deu a mudança do meio rural para os centros urbanos. ..........................................................................................................95 Tabela 86 - Agroindústrias que registraram a ocorrência do retorno de algum membro da família dos centros urbanos para o meio rural. ...................................................96 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................17 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 Objetivo do Diagnóstico................................................................................................19 Abrangência.................................................................................................................19 Amostra.......................................................................................................................20 Período da Pesquisa ....................................................................................................20 Coleta de Dados ..........................................................................................................20 Processamento dos Dados ...........................................................................................20 2 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS ...........21 2.1 Número Total de Unidades Pesquisadas na Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul na Abrangência do Estado do Rio Grande do Sul................................................................21 2.2 Localização das Agroindústrias Pesquisadas .................................................................22 2.3 Tempo de Existência das Agroindústrias........................................................................22 2.4 Área de Construção das Agroindústrias Pesquisadas .....................................................24 2.5 Origem dos Recursos para Investimento na Construção da Agroindústria........................26 3 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS SÓCIOS ................................29 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 Composição das Agroindústrias Relacionada a sua Forma de Organização.....................29 Estratificação dos Sócios por Gênero ............................................................................31 Faixa Etária dos Sócios ................................................................................................32 Nível Escolar dos Sócios ..............................................................................................33 Tipo de Enquadramento Quanto a sua Atividade ............................................................34 Representação da Faixa Etária dos Filhos dos Associados .............................................34 Principal Fonte de Renda das Famílias ..........................................................................35 4 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE E PRODUTOS ....37 4.1 Quanto a Classificação de Origem dos Produtos Agroindustrializados .............................37 4.2 A Unidade Agroindustrial Pertence a Cadeia..................................................................38 4.3 Utilização da Capacidade Instalada ...............................................................................41 4.4 Situação Legal da Atividade ..........................................................................................42 4.4.1 Legislação Sanitária...................................................................................................43 4.4.2 Licença Ambiental .....................................................................................................49 4.4.3 Código de Barras.......................................................................................................50 4.4.4 Marca Registrada ......................................................................................................51 4.4.5 Rótulo nas Embalagens dos Produtos Comercializados ...............................................52 4.5 Origem da Mão-de-obra Empregada nas Atividades da Agroindústria..............................54 4.5.1 Número de Pessoas Contratadas (sem incluir membros da família) ..............................55 4.5.2 Forma de Pagamento dos Serviços Prestados pelos Membros da Família....................56 4.6 Matéria-prima Utilizada para Fabricação dos Produtos ...................................................57 4.6.1 Dificuldades Encontradas ao Adquirir Matéria-prima de Terceiros.................................62 4.7 Procedência dos Principais Insumos Utilizados ..............................................................64 5 CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO AGROINDUSTRIAL ............................... 67 5.1 Dificuldades na Gestão dos Empreendimentos .............................................................. 67 5.1.1 Problemas de Ordem Financeira................................................................................ 68 5.1.2 Problemas na Comercialização.................................................................................. 69 5.1.3 Problemas de Ordem de Produção ............................................................................ 70 5.1.4 Problemas Gerenciais............................................................................................... 71 5.2 Formas de Administração............................................................................................. 71 5.3 Controles Administrativos............................................................................................. 72 5.4 Custos de Produção .................................................................................................... 73 5.5 Controle de Qualidade dos Produtos............................................................................. 74 5.6 Resultados sobre o Faturamento.................................................................................. 75 5.6.1 Margem Líquida de Faturamento ............................................................................... 75 5.7 Faturamento Bruto da Agroindústria.............................................................................. 76 6 CARACTERIZAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS ............ 79 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5 6.6 6.7 Formas de Comercialização ......................................................................................... 79 Destino da Comercialização ......................................................................................... 80 Abrangência da Comercialização.................................................................................. 81 Tipo de Enquadramento Fiscal e Informalidade ............................................................. 83 Condições de Pagamento Oferecidas ........................................................................... 84 Apoio na Comercialização dos Produtos ....................................................................... 85 Margem de Crescimento das Vendas............................................................................ 88 7 OUTROS ASPECTOS ANALISADOS ................................................................ 91 7.1 Assistência Técnica..................................................................................................... 91 7.2 Treinamento................................................................................................................ 92 7.3 Grau de Satisfação com a Atividade ............................................................................. 93 7.4 Êxodo Rural ................................................................................................................ 94 7.4.1 Razões Apontadas para o Êxodo............................................................................... 95 7.4.2 Retorno ao Meio Rural .............................................................................................. 96 8 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 97 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 99 16 1 INTRODUÇÃO Quando se aprofundam os conhecimentos relativos às atividades ligadas à agricultura, vislumbra-se, historicamente, que a agricultura é essencialmente uma atividade familiar. Com o passar dos anos, a necessidade de redução de custos e de ganhos de escala induziu um processo de modernização que resultou em forte presença da agricultura de base empresarial ou patronal em muitas atividades. Entretanto, a agricultura familiar continua a ter papel fundamental. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a agricultura familiar reúne hoje no Brasil cerca de 14 milhões de pessoas (60% do total da agricultura), representando 75% dos estabelecimentos agrícolas do país, com 25% das terras cultivadas, sendo responsável por 35% de todo o volume de produção agrícola. No Rio Grande do Sul, o censo IBGE (1995/1996) teve como resultado em seu levantamento a existência de 430.349 estabelecimentos com menos de 50 hectares, ou 86% das propriedades. As estatísticas de produção demonstram que neste extrato são produzidos: 78% do milho, 85% do feijão, 87% da mandioca, 42% da soja, 39% do trigo, 8% do arroz, 24% de bovinos de corte, 44% da lã, 78% do mel, 58% dos caprinos, 83% da carne suína, 86% das aves, 87% do leite, 89% dos ovos e quase a totalidade da produção de hortigranjeiros. Basicamente, ali estão pequenos agricultoras que trabalham em regime de economia familiar de produção. Cientes da importância da pequena propriedade rural na economia dos pequenos municípios, urge desenvolver políticas públicas que beneficiem e propiciem melhores condições da vida para o agricultor familiar. Ao encontro desta lógica do desenvolvimento rural sustentável, aparece com grande força os processos de agroindustrialização. A agroindustrialização compreende o processamento das matérias-primas provenientes de exploração agrícola, pecuária, pesqueira, aqüícola, extrativista e florestal, abrangendo desde processos simples, como secagem, classificação, limpeza, até processos mais complexos que incluem operações de transformação física, química e biológica. Indubitavelmente o sucesso da Agroindústria de Base Familiar está amparado na qualidade final de seus produtos. Neste caso, a palavra produto final tem abrangência muito maior do que o alimento em si, mas compreende todo o processo que o qualifica como um produto diferenciado dos demais. A partir deste entendimento, considera-se que os produtos oriundos das pequenas agroindústrias, despontarão como uma importante estratégia para a inserção e ampliação de seu espaço no mercado consumidor. Fica evidente, também, que apenas esta diferenciação dos produtos provenientes da agroindústria familiar não é suficiente para mudar grandemente as relações de comércio já constituídas pelas grandes empresas. Assim, é de fundamental importância focalizar uma nova estratégia direcionada ao consumidor. Em uma sociedade cada vez mais ávida por informações a respeito da origem dos produtos, do processo, do respeito ao meio ambiente e suas interfaces, de forma que propicie a ele um conceito mais genérico do bem que ele está adquirindo, é necessário o entendimento que a estratégia de marketing a ser adotada passa necessariamente pela valorização do processo familiar de obtenção de seus produtos. A propósito disso, a agroindústria familiar consegue focalizar para o consumidor uma relação mais estreita de toda a cadeia de agroindustrialização. Esta relação teria base em um conceito de qualidade, com uma categorização dos produtos, constituindo e fortalecendo marcas locais da agricultura familiar, associadas a sua cultura e realidade. Isto pode representar o início de um processo de consolidação de uma nova visão de qualidade dos alimentos, associadas não somente a saúde mas a qualidade de vida. Dentro deste contexto, o Fórum da Messorregião Grande Fronteira do Mercosul, que foi constituído com a finalidade primordial de articular as instituições públicas e privadas no âmbito da sua área de atuação, por meio da potencialização do 18 seu capital social e do desenvolvimento endógeno, tendo como foco principal o da superação da situação de desigualdade regional, contribui mais uma vez de forma solidária para o desenvolvimento da agricultura familiar através de projetos de parceria com o Governo Federal. Neste sentido, o fortalecimento dos sistemas de produção local, aqueles capazes de gerar emprego e renda, está sendo alvo de projetos prioritários do Programa de Mesorregiões, oportunidade que a Grande Fronteira do Mercosul, vem aproveitar através da apresentação deste projeto que visa a contribuir, com a agregação de valor e a fixação do homem no meio rural. 1.1 O BJETIVO DO DIAGNÓSTICO Identificar e conhecer as principais características das agroindústrias préselecionadas na forma de condução dos negócios como: mercado, processo de produção, produtos, gestão, número de pessoas envolvidas nas unidades e principais dificuldades enfrentadas por esta atividade. 1.2 A BRANGÊNCIA Agroindústrias Familiares dos municípios de abrangência da Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul - Rio Grande do Sul. COREDES • • Corede Médio Alto Uruguai; Corede Missões; • Corede Fronteira Noroeste; • • Corede Região da Produção; Corede Noroeste Colonial; • Corede Norte; • Corede Nordeste; Corede Alto Jacuí. • 19 1.3 A MOSTRA Foram aplicados 135 questionários, todos de abrangência do programa da MGFM no Estado do Rio Grande do Sul. 1.4 PERÍODO DA PESQUISA Maio-Junho/2005. 1.5 COLETA DE DADOS Através dos questionários estruturados, pesquisadores de campo habilitados e treinados para esta atividade coletaram os dados pessoalmente junto aos responsáveis pelas agroindústrias familiares, explicando o objetivo da atividade e, na seqüência, aplicando os questionários e elaborando relatório de atividades desenvolvidas em cada unidade. 1.6 PROCESSAMENTO DOS DADOS Os resultados da pesquisa de campo foram objeto de estudo (análise, tabulação e redação), o que gerou o presente relatório e os devidos anexos e arquivos, possibilitando definições e estratégias para o processo de agroindustrialização. 20 2 IDENTIFICAÇÃO E C ARACTERIZAÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS 2.1 NÚMERO TOTAL DE UNIDADES PESQUISADAS NA MESORREGIÃO GRANDE FRONTEIRA DO MERCOSUL NA ABRANGÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL A pesquisa foi realizada entre os meses de maio e junho de 2005 nas regiões norte e noroeste do estado do Rio Grande do sul, pertencentes a Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul. A pesquisa compreende uma das atividades do projeto de apoio técnico a agroindústrias encaminhado pelo Ministério da Integração Nacional e que disponibilizará recursos para aquisição de equipamentos, assistência técnica e formação de beneficiários. Serão beneficiadas agroindústrias que tenham na sua forma de organização iniciativas de gestão coletiva e que pertençam as cadeias de produtos de origem cárnea, vegetal e de panificação. Nesta etapa, foram aplicados 135 questionários, conforme apresentado na tabela 1, que produziram, além de um cenário atual, a formação de um cadastro das agroindústrias. Tabela 1 - Total de agroindústrias cadastradas para receberem apoio do Programa Governamental encaminhado pelo Ministério da Integração Nacional. UNIDADES PESQUISADAS NO RIO G RANDE DO S UL AGROINDÚSTRIAS Cadastros 135 Neste momento, faz-se oportuno mencionar que a metodologia aplicada para escolha das agroindústrias que serão beneficiadas com o projeto, bem como as regras para o seu enquadramento, foram determinadas pelo Ministério da Integração Nacional e coube sua execução a Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul e por sua vez aos COREDES. 2.2 L OCALIZAÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS PESQUISADAS A identificação e caracterização das agroindústrias pesquisadas mostrou, conforme a Tabela 2, que 92,6% das agroindústrias estão localizadas no meio rural. Tabela 2 - Número de agroindústrias e percentual representativo das áreas de localização das unidades agroindustriais cadastradas. LOCALIZAÇÃO AGROINDÚSTRIAS PERCENTUAL 125 92,6% 10 7,4% Rural Urbana A identificação da área de localização submete a uma análise mais detalhada da logística empregada para escoamento dos produtos. Neste aspecto, é importante salientar o apoio do poder público na manutenção e restauração das vias de acesso e de melhorias da infra-estrutura, de modo a produzir uma redução nos custos de produção, bem como que os produtos cheguem até o mercado consumidor com qualidade e de forma competitiva. Há também os avanços na definição dos planos diretores dos municípios. A localização de agroindústrias no meio urbano não é aconselhável por vários motivos, entre os quais pode-se destacar: problemas ambientas, poluição sonora, interferência e interação de odores com os produtos processados, entre outros. Assim, a definição de áreas próprias para a instalação de agroindústrias dentro do plano diretor propicia mais segurança para os investidores. 2.3 T EMPO DE EXISTÊNCIA DAS AGROINDÚSTRIAS Sabidamente a atividade agroindustrial não é de fácil manutenção. Assim, os primeiros anos de vida são de fundamental importância na sobrevivência destes investimentos. 22 O sucesso passa obrigatoriamente por um projeto consistente, em que todas as etapas da cadeia sejam analisadas. Dentre os problemas detectados destaca-se aqueles relacionados principalmente com a matéria-prima, comercialização e capital de giro. A oferta, a qualidade e o custo da matéria-prima têm sido os problemas mais evidenciados pelos produtores. Agroindústrias que produzem a matéria-prima conseguem em um espaço de tempo mais curto a estabilidade, constatando-se que este fato se deve aos menores impactos sofridos com as freqüentes oscilações de preço, disponibilidade e qualidade. Atualmente a maior reclamação das agroindústrias é a falta de capital de giro e a inexistência de uma linha de financiamento específica para atender esta demanda. Desta forma, é extremamente importante considerar, quando da elaboração do projeto de crédito, a necessidade de disponibilizar parte dos recursos para capital de giro. Agroindústrias concebidas com a necessidade de financiamento são as que apresentam mais este problema e a relação se dá primeiramente pelo endividamento, e em segundo lugar, pela inversão da agregação de valor pela agregação de custos. Para melhor exemplificar, cita-se a aquisição de embalagens e insumos. Em algumas linhas de produção, como a dos picles e doces, o valor dos insumos e da embalagem supera em quatro ou mais vezes o valor da matéria-prima. Como a oferta da matéria-prima, em alguns casos, é sazonal, mas o consumidor não, há necessidade da manutenção de um grande estoque de produto e por conseqüência a de insumos e embalagens. A pesquisa realizada mostrou que as agroindústrias cadastradas apresentam boa maturidade e por isso maior solidez. A Tabela 3 apresenta o percentual de agroindústrias relacionado às respectivas faixas de tempo de existência. Tabela 3 - Número de agroindústrias e percentual de representação relacionados às respectivas faixas de tempo de existência. TEMPO DE EXISTÊNCIA AGROINDÚSTRIAS PERCENTUAL Não informou 12 9% 1 a 2 anos 18 13% 3 a 6 anos 70 52% 7 a 10 anos 21 16% Mais de 10 anos 14 10% O fato de mais de 52% das agroindústrias concentrarem seu tempo de existência na faixa de 3 a 6 anos tem relação direta com o Decreto Lei 40.079 de 09/05/2000 que criou o Programa de Agroindústria Familiar no Estado do Rio Grande do Sul. O Programa de Agroindústria Familiar apresentava uma série de incentivos ao 23 pequeno produtor rural que por vez trouxe um despertar para a importância da atividade agroindustrial como sendo uma boa resposta de desenvolvimento sustentável com geração de renda. Entre os benefícios apresentados pelo Programa de Agroindústria Familiar destaca-se a Licença Ambiental Guarda-chuva e o uso da Nota do Produtor, que permitia ao produtor rural a comercialização de seu produtos processados utilizando o talão do produtor. Uma medida aparentemente simples, mas de grande impacto. Isso porque produziu um decréscimo das taxas e impostos e também pela garantia da manutenção do sistema de aposentadoria especial, bastante valorizada por seus beneficiários. Destaca-se, mais uma vez, a importância de prever na elaboração do projeto de crédito recursos para capital de giro, bem como, fomentar a produção própria de matéria-prima para as agroindústrias familiares. 2.4 Á REA DE CONSTRUÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS PESQUISADAS A Tabela 4 mostra o número de agroindústrias e o percentual de representação quando relacionado as faixas de área construída. Observa-se mais uma vez que o Programa de Agroindústria Familiar contribuiu substancialmente para o fortalecimento e desenvolvimento de novos projetos de agroindústria. A afirmação está amparada no fato de o programa prever que só seriam beneficiadas, com a Licença guarda-chuva da FEPAM, agroindústrias com áreas menores do que 250m 2. A constatação de que um terço das agroindústrias apresentam áreas de construção menores do que 50m 2 permite dizer que as discussões entre o poder público, sindicatos, órgãos de inspeção e sociedade organizada surtiram efeitos de sensibilização dos órgãos responsáveis pela inspeção dos estabelecimentos para o fato de que não são as construções que ditam a qualidade dos alimentos, mas sim as Boas Práticas de Fabricação. 24 Tabela 4 - Número de agroindústrias e o percentual de representação quando relacionado às faixas de áreas de construção. ÁREA CONSTRUÍDA AGROINDÚSTRIAS PERCENTUAL Até 50m² 44 33% De 51 a 100m² 36 27% De 101 a 150m² 17 13% De 151 a 200m² 18 13% De 201 a 250m² 6 4% De 251 a 300m² 3 2% De 301 até 500m² 8 6% Acima de 501m² 2 1% Em 2005, os Ministérios da Agricultura, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário estão formulando propostas de mudanças na legislação sanitária. A discussão tem por base a inserção das pequenas unidades industriais no mercado formal. Faz-se oportuno mais uma vez salientar que não é o tamanho das instalações que determina a qualidade dos alimentos, mas sim as Boas Práticas de Fabricação. O Gráfico 1 apresenta uma representação gráfica do percentual de distribuição das agroindústrias para as diferentes faixas de áreas de construção. 40% 35% 33% 30% 27% 25% 20% 13% 15% 13% 10% 6% 4% 5% 2% 1% 0% até 50m2 de 51 a 100m2 de 101 a 150m2 de 151 a 200m2 de 201 a 250m2 de 251 a 300m2 de 301 até 500m2 acima de 501m2 Gráfico 1 - Representação gráfica do percentual de distribuição das agroindústrias para as diferentes faixas de áreas de construção. 25 2.5 ORIGEM DOS RECURSOS PARA INVESTIMENTO NA CONSTRUÇÃO DA AGROINDÚSTRIA A Tabela 5 mostra as diferentes origens de recursos empregados na construção das agroindústrias. A maior complexidade das áreas de construção das agroindústrias de origem animal, resultado do nível de exigência dos órgãos sanitários, faz com que os investimentos necessários para implantação dos projetos sejam maiores quando comparados aos estabelecimentos de origem vegetal. Observando as linhas de crédito existentes, onde a principal linha de financiamento para o agricultor familiar é o PRONAF - Agregar, que financia até R$ 18.000,00 por beneficiário, e contrapondo-a com o valor atual do CUB sobressai a necessidade por parte dos produtores de empregar outras fontes de recurso. Tabela 5 - Origem dos recursos para investimento na construção das agroindústrias. ORIGEM DO RECURSO PARA INVESTIMENTO NA CONSTRUÇÃO DA AGROINDÚSTRIA P ARTE COM ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA COM RECURSOS PRÓPRIOS RECURSOS + RECURSOS FINANCIAMENTO PÚBLICOS A FINANCIAMENTO + REPASSE DE FUNDO PERDIDO DE BANCO ÓRGÃO PÚBLICO RECURSOS PRÓPRIOS PRÓPRIOS + OUTRAS FORMAS Origem animal 15 33% 12 27% 8 18% 7 16% 3 7% Origem vegetal 17 22% 37 47% 11 14% 13 16% 1 1% Panificação 12 46% 7 27% 3 12% 2 8% 2 8% 3 43% 1 14% 1 14% 1 14% 1 14% Outras O percentual elevado de agroindústrias de panificação que empregam recursos próprios para construção, quando comparado com as demais, demonstra que o enquadramento destas unidades às linhas de crédito, em especial a linha PRONAF, é difícil. Isso se deve principalmente à impossibilidade da comprovação da produção própria de matéria-prima por parte dos produtores. As altas taxas de juro e a ruptura do enquadramento dos produtores, quando acessam linhas de financiamento que não as do PRONAF, fazem com que a alternativa pela busca por outras linhas sejam quase remotas. Uma das reivindicações por parte dos proprietários de agroindústrias de panificação é a mudança nos critérios de enquadramento da linha PRONAF - Agregar. 26 Desta forma, haveria a possibilidade das agroindústrias localizadas no meio rural e quando comprovada a produção primária do cereal empregado como matéria-prima pelos proprietários, que eles possam fazer uso deste tipo de financiamento. Salientase que a dificuldade por parte dos produtores está no beneficiamento dos grãos, transformação dos grãos em farinha. No Gráfico 2, se tem a representação gráfica, para as diferentes cadeias, da origem dos recursos para investimento na execução dos projetos de agroindústria. 40 37 35 30 25 20 17 15 15 10 13 12 12 11 8 7 7 3 3 5 1 2 2 3 1 1 1 1 0 Origem animal Origem vegetal Panificação Outras com recursos próprios parte com recursos próprio + financiamento de banco recurso próprio + financiamento + repasse de órgão público recursos públicos a fundo perdido Outras formas Gráfico 2 - Origem dos recursos para investimento na construção de agroindústrias para as diferentes cadeias produtivas. 27 3 IDENTIFICAÇÃO E C ARACTERIZAÇÃO DOS SÓCIOS 3.1 COMPOSIÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS RELACIONADA A SUA FORMA DE ORGANIZAÇÃO A análise comparativa entre os empreendimentos constituídos de forma individual ou coletiva não é oportuna, visto que uma das exigências para enquadramento das agroindústrias é que elas tenham sido constituídas de forma coletiva. Assim, a Tabela 6 e a Gráfico 3 expressam apenas o número de agroindústrias constituídas de forma coletiva ou individual. Tabela 6 - Número de agroindústrias constituídas de forma individual ou coletiva. FORMAS NÚMERO Individuais 22 Coletivas 113 individual 16% coletivas 84% Gráfico 3 - Representação gráfica da distribuição das agroindústrias constituídas de forma individual ou coletiva. Os investimentos em agroindústrias são apontados pelos Municípios e Estado como sendo um dos importantes instrumentos geradores de receita. Desta forma, o direcionamento de políticas públicas e programas governamentais tem se tornado uma constante. Faz parte do planejamento a indicação para que as iniciativas coletivas recebam prioridade, já que elas atendem um número maior de beneficiários e atingem a estabilidade financeira mais rapidamente. Destaca-se ainda que o volume de recurso necessário para implantação das agroindústrias, por vezes, supera o limite individual de crédito nas principais linhas de financiamento e o atendimento das garantias para empreendimentos individuais e este só é sanado quando se trabalha com projetos coletivos. Neste sentido há necessidade de investimentos para capacitação de beneficiários em formas de organização (associativismo e cooperativismo). a) Caracterização das unidades coletivas A Tabela 7 apresenta o número de agroindústrias, número de associados e média de sócios por agroindústria para as diferentes faixas de número de sócios. Tabela 7 - Número de agroindústrias, número de associados e média de sócios por agroindústria para as diferentes faixas de número de sócios. CARACTERIZAÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS COLETIVAS NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS NÚMERO DE ASSOCIADOS MÉDIA DE SÓCIOS POR AGROINDÚSTRIA Entre 2 e 5 sócios 69 185 2,7 Entre 6 e 19 sócios 26 244 9,4 Entre 20 e 50 sócios 13 334 25,7 Acima de 51 sócios 5 1171 234 Os resultados mostrados acima são coerentes com a afirmação, haja vista que 70% das agroindústrias constituídas, de forma coletiva, não apresentaram um número de sócios maior do que 19 (dezenove). Esse número é importante porque a constituição de uma agroindústria com um número de sócios inferior a 20 (vinte) só se dará por meio de uma associação ou organização não-formal. O atendimento da legalização tributária, para empreendimentos coletivos, não pode ser feito por associações, visto que elas não apresentam fins lucrativos. O atendimento da legalização tributária é possível a partir das cooperativas. 30 O Gráfico 4 mostra o percentual de agroindústrias enquadradas para as diferentes faixas de número de sócios na sua composição. 60% 51% 50% individual 40% entre 2 e 5 sócios entre 6 e 19 sócios 30% entre 20 e 50 sócios 19% 20% 16% acima de 51 sócios 10% 10% 4% 0% composição das agroindústrias por número de sócios Gráfico 4 - Percentual de agroindústrias enquadradas para as diferentes faixas de número de sócios. Os 14% de agroindústrias que apresentam em sua constituição mais de vinte sócios é um percentual muito baixo. Assim, sugerem-se ações de capacitação nas áreas de organização de grupos e o fortalecimento das iniciativas que privilegiem investimentos coletivos dentro do modelo cooperativo. 3.2 ESTRATIFICAÇÃO DOS SÓCIOS POR GÊNERO A Tabela 8 apresenta a estratificação dos sócios por gênero. Tabela 8 - Estratificação dos sócios por gênero. SEXO NÚMERO DE SÓCIOS PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO Feminino 387 49,7% Masculino 392 50,3% 31 Tratando-se de agroindústrias familiares, o elevado percentual de participação feminina na constituição das sociedades é entendido de uma forma geral como sendo uma necessidade para preenchimento do número mínimo de participantes na formação de associações ou cooperativas. A afirmação é feita tendo em vista que em grande parte dos cadastros aparece como sócio o nome do cônjuge. Uma análise mais pontual só seria possível mediante um gestionamento da presença do cônjuge nas sociedades. Desta forma, os percentuais mostrados na Tabela 8 refletem apenas a realidade deste estrato. 3.3 F AIXA ETÁRIA DOS SÓCIOS A Tabela 9 mostra o número de sócios e percentual de participação das diferentes faixas etárias dos sócios na composição das agroindústrias. O percentual pequeno de participação de jovens nas sociedades pode estar vinculado com a dificuldade deles para contrair empréstimos junto aos agentes financeiros. Uma medida implementada pelo atual governo federal poderá contribuir significativamente para a participação dos jovens em ações vinculadas ao meio rural, que é o PRONAF - Jovem. O impacto desta medida não pode ser mensurada neste estrato, visto que o maior percentual para o tempo de existência das agroindústrias foi acima de 3 (três) anos. Tabela 9 - Número de sócios e percentual de participação das diferentes faixas etárias dos sócios na composição das agroindústrias. FAIXA ETÁRIA NÚMERO DE SÓCIOS PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO Menos de 30 anos 105 14% Entre 31 e 40 anos 185 24% Entre 41 e 50 anos 245 32% Entre 51 e 60 anos 138 18% Acima de 60 anos 83 11% 32 3.4 N ÍVEL ESCOLAR DOS SÓCIOS A Tabela 10 apresenta o número de sócios e o percentual de participação na composição das agroindústrias estratificados por grau de escolaridade. O percentual de 61% para sócios que não apresentam ensino fundamental completo evidencia a necessidade de capacitação dos beneficiários. Em um segundo momento da pesquisa, quando é perguntado o interesse por capacitação e a área desejada, fica mais presente a afirmação feita anteriormente. Registra-se, com vistas ao nível de escolaridade deste grupo, sua faixa etária e demais peculiaridades, que o ensino tradicional, praticado por muitas instituições, não será o mais adequado, sendo necessário um grupo vocacionado para educação de adultos com emprego de material didático compatível a sua realidade. Tabela 10 - Número de sócios e o percentual de participação na composição das agroindústrias estratificados por grau de escolaridade. ESCOLARIDADE NÚMERO DE SÓCIOS PERCENTUAL Ensino fundamental incompleto 462 61% Ensino fundamental completo 122 16% Ensino médio incompleto 43 6% Ensino médio completo 94 12% Ensino superior incompleto 16 2% Ensino superior completo 22 3% O Gráfico 5 apresenta o percentual de participação dos sócios na composição das agroindústrias estratificados por grau de escolaridade. 70% 61% 60% 50% 40% 30% 16% 20% 12% 2% 3% Ensino superior incompleto Ensino superior completo Ensino médio completo Ensino fundamental completo 0% Ensino fundamental incompleto 10% Ensino médio incompleto 6% Gráfico 5 - Percentual de participação dos sócios na composição das agroindústrias estratificados por grau de escolaridade. 33 3.5 T IPO DE ENQUADRAMENTO QUANTO A SUA ATIVIDADE A Tabela 11 mostra o número de sócios e o percentual de representação na composição das agroindústrias quanto ao seu enquadramento no PRONAF para agricultores familiares ou não. Tabela 11 - Número de sócios e o percentual de representação na composição das agroindústrias quanto ao seu enquadramento no PRONAF para agricultores familiares ou não. ENQUADRAMENTO NÚMERO DE SÓCIOS PERCENTUAL 675 93% 49 7% Agricultores familiares Agricultores não-familiares O elevado percentual de participação de agricultores familiares comparativamente com agricultores não-familiares reflete apenas este estrato. O percentual de 93% para participação de agricultores familiares na concepção das agroindústrias pode ser compreendido a partir do grande estímulo que elas receberam nos últimos anos. O acesso a crédito facilitado, específico para agricultores familiares e com juros baixos como é o caso do PRONAF – Agregar, pode justificar essa diferença percentual. A dificuldade econômica e as taxas de juros altas propiciam uma dificuldade natural de investimentos dependentes de linhas de financiamento para pessoa física. 3.6 R EPRESENTAÇÃO DA FAIXA ETÁRIA DOS FILHOS DOS ASSOCIADOS A Tabela 12 mostra o número de filhos dos sócios menores e maiores de 18 anos. Tabela 12 - Número de filhos dos sócios menores e maiores de 18 anos. FAIXA ETÁRIA DOS FILHOS NÚMERO DE FILHOS PERCENTUAL Filhos menores de 18 anos 585 48% Filhos maiores de 18 anos 639 52% 34 Um fato relevante nesta amostragem, que reforça a constatação feita anteriormente, é a pouca participação dos jovens na organização e gestão dos empreendimentos. Uma análise simples de ser feita é se houvesse a participação dos filhos maiores de 18 anos nas organizações. Neste caso, os atuais 1.934 sócios passariam para 2.519, significando que a participação dos jovens seria superior a 23%. A participação do jovem na organização destes empreendimentos é muito importante para sua continuidade o que determinará uma vida longa. 3.7 PRINCIPAL FONTE DE RENDA DAS FAMÍLIAS A Tabela 13 mostra o número de famílias e a sua principal fonte de renda. Tabela 13 - Número de famílias e a sua principal fonte de renda. NÚMERO DE FAMÍLIAS PRINCIPAIS FONTES DE RENDA PERCENTUAL A principal fonte de renda da família é a agroindústria 192 27% A principal fonte de renda da família é oriunda de outras atividades da própria propriedade 466 65% A principal fonte de renda da família é oriunda de outras atividades de fora da propriedade 54 8% Cronologicamente, verifica-se que há um grande número de agroindústrias presentes neste cadastramento que tiveram suas atividades iniciadas após o ano de 2000. Esta relação pode estar associada à criação do Programa de Agroindústria Familiar do Estado do Rio Grande do Sul. A essência do programa é para agregação de valor da matéria-prima produzida na pequena propriedade. Assim sendo, a atividade agroindustrial dentro da pequena propriedade seria uma atividade complementar. Observando os dados apresentados na Tabela 13, em que 65% das famílias dependem principalmente de outras atividades dentro da propriedade e que 27% dependem diretamente da renda da agroindústria, entende-se que a atividade agroindustrial para a maior parte destas famílias é uma atividade complementar de agregação de valor da matéria-prima. Atividade complementar neste caso não pode ser entendida de forma depreciativa e também não permite concluir que esta é pouco lucrativa e/ou significativa na renda familiar. A atividade agroindustrial demonstrou e 35 têm demonstrado ser uma excelente alternativa de renda, seja ela destinada à agricultura familiar ou para empresários do ramo. A Gráfico 6 apresenta o percentual de famílias relacionado a sua principal fonte de renda. 8% 27% 65% A principal fonte de renda da família é da agroindústria A principal fonte de renda da família é oriunda de outras atividades, mas da própria propriedade A principal fonte de renda da família é oriunda de outras atividades, mas de fora da propriedade Gráfico 6 - Percentual de famílias relacionados a sua principal fonte de renda. 36 4 IDENTIFICAÇÃO E C ARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE E PRODUTOS 4.1 QUANTO A CLASSIFICAÇÃO AGROINDUSTRIALIZADOS DE ORIGEM DOS PRODUTOS A Tabela 14 apresenta a classificação das agroindústrias quanto a forma de produção da matéria-prima e do processo de agroindustrialização. Tabela 14 - Classificação das agroindústrias quanto a forma de produção da matériaprima e do processo de agroindustrialização CLASSIFICAÇÃO NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS PERCENTUAL Convencional 91 67% Orgânico 16 12% Em transição 28 21% As crescentes exigências do mercado consumidor por produtos diferenciados e com denominação de origem têm se tornado uma constante. Neste sentido, devido a oferta de produtos orgânicos ser pequena e o mercado ainda estar em formação, se torna muito atrativo para as agroindústrias o preenchimento deste mercado. Uma das explicações para o despertar pela produção de alimentos diferenciados e de maior valor agregado é que, estando o mercado consumidor de massa bem suprido por grandes indústrias de alimentos, tornou-se difícil para as pequenas unidades manterem uma escala mínima de produção que lhes permitam ser competitivas. Esta aparente desvantagem no atendimento à produção de alimentos dentro do mercado de massa é revertida no mercado consumidor de maior poder aquisitivo, em que a avaliação da qualidade do alimento envolve outros fatores como a origem da matériaprima, a forma de produção, o valor nutricional, a origem da mão-de-obra, entre outros, que facilmente podem ser atendidos pelas agroindústrias. Esta vantagem das pequenas unidades de produção em atender aspectos relacionados ao respeito cultural na produção do alimento fortalece e desenvolve cada vez mais os mercados locais. A lógica dos mercados locais, como alternativa viável para comercialização, é a sua racionalidade quanto aos custos de transporte e qualidade final dos produtos. Nos últimos anos, quase nenhum outro produto conseguiu acompanhar a elevação de preços do petróleo. Este fato é extremamente relevante à medida que há reflexo direto na logística de todas as cadeias produtivas e sua relação com as distâncias dos mercados. As perspectivas futuras para elevação dos preços do petróleo no mercado mundial não são nada animadoras, ou seja, quanto mais próxima estiverem as etapas produtivas do mercado consumidor, mais competitivas serão. 4.2 A UNIDADE AGROINDUSTRIAL PERTENCE A CADEIA A Tabela 15 apresenta a distribuição das agroindústrias para as diferentes cadeias produtivas. Tabela 15 - Distribuição das agroindústrias para as diferentes cadeias produtivas. CADEIA NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS PERCENTUAL Origem animal 40 29% Origem vegetal 70 50% Panificação 23 16% 7 5% Outras Nessa Tabela, é observada a expressiva inserção de agroindústrias dentro da cadeia de produção de origem vegetal (50%). A explicação pelo interesse em trabalhar com produtos de origem vegetal é muito ampla e não poderia ser explicada apenas pelos menores custos da estrutura física e equipamentos, pela facilidade no enquadramento dentro da legislação ambiental e sanitária e pelo custo da matériaprima. Embora o percentual de 16% de participação de agroindústrias que trabalham com panificação ser expressivo ainda é esta cadeia que apresenta maiores dificuldades para tomada de financiamento, em especial por parte dos agricultores familiares. 38 A distribuição dentro das diferentes cadeias produtivas representa apenas este estrato, assim sendo, não é possível afirmar que estes números possam ser estrapolados e que representarão a região como um todo. O Gráfico 7 apresenta a distribuição percentual das agroindústrias para as diferentes cadeias produtivas. 70% 60% 50% 50% 40% 29% 30% 16% 20% 5% 10% 0% origem animal origem vegetal panificação outras Gráfico 7 - Distribuição percentual das agroindústrias para as diferentes cadeias produtivas. a) Origem animal A Tabela 16 apresenta o número de agroindústrias que trabalham com produtos cárneos, laticínios, panificados e outros. Tabela 16 - Número de agroindústrias que trabalham com produtos cárneos, laticínios, panificados e outros. ATIVIDADE AGROINDÚSTRIAS PERCENTUAL Carne 22 54% Leite 15 37% Ovos 1 2% Mel 5 12% 39 b) Origem vegetal A Tabela 17 apresenta o número de agroindústrias que trabalham com doces, picles/conservas, minimamente processados, derivados de cana-de-açúcar e bebidas/sucos/polpa. Tabela 17 - Número de agroindústrias que trabalham com doces, picles/conservas, minimamente processados, derivados de cana-de-açúcar e bebidas/sucos/polpa. ATIVIDADE AGROINDÚSTRIAS PERCENTUAL Doces 18 26% Picles/conservas 14 20% 9 13% Derivados de cana-de-açúcar 35 50% Bebidas/sucos/polpa 16 23% Minimamente processados O motivo pelo qual o somatório do percentual de representação das agroindústrias é diferente de 100% se deve ao fato de que uma mesma agroindústria pode trabalhar com mais de uma linha de produto. A diferença é mais pronunciada nos produtos de origem vegetal e panificação e tem a ver com a legislação sanitária. A legislação sanitária animal, diferentemente da legislação vegetal, não permite que na mesma unidade de produção possa se trabalhar com carne e leite e/ou outra matériaprima. c) Panificação A Tabela 18 apresenta o número de agroindústrias que trabalham com pães/cucas, biscoitos/bolachas e massas. Tabela 18 - Número de agroindústrias que biscoitos/bolachas e massas. ATIVIDADE trabalham com pães/cucas, AGROINDÚSTRIAS PERCENTUAL Pães/cucas 20 87% Biscoitos/bolachas 21 91% Massas 17 74% 40 4.3 U TILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA A Tabela 19 apresenta o número de agroindústrias de acordo com as faixas de utilização da capacidade instalada, consideradas 40 horas-semana ou 8 horas-dia. A Tabela abaixo evidencia duas situações distintas. A primeira fica por conta da subutilização das estruturas. Note-se que 66% das agroindústrias estão trabalhando com capacidade inferior a 50%. A segunda, são as agroindústrias que atingiram o limite máximo da sua capacidade. Este grupo representa 16% para o limite entre 91 a 100%. Depreende-se deste grupo que a atividade agroindustrial alcançou a maturidade e que seu mercado foi estabelecido. A afirmação está baseada no preceito de que no momento da elaboração do projeto há naturalmente uma projeção de aumento futuro para escala de produção sem alteração do projeto inicial. A análise mais detalhada das agroindústrias que estão contidas nesta faixa de utilização da capacidade instalada (91 a 100%) faz-se necessária porque há diversas formas de interpretar o esgotamento da capacidade, são eles: estrutura física, equipamentos, mão-de-obra, matéria-prima, entre outros. Tabela 19 - Enquadramento das agroindústrias de acordo com as faixas de utilização da capacidade instalada, consideradas 40 horas-semanal ou 8 horas-dia. QUANTO UTILIZA DA CAPACIDADE INSTALADA AGROINDÚSTRIAS até 10% PERCENTUAL 5 4% de 11% a 20% 20 15% de 21% a 30% 23 17% de 31% a 40% 15 11% de 41% a 50% 25 19% de 51% a 60% 9 7% de 61% a 70% 6 4% de 71% a 80% 3 2% de 81% a 90% 8 6% de 91% a 100% 21 16% 0 0% NR - Não respondeu Total 135 41 O Gráfico 8 apresenta o número de agroindústrias de acordo com as faixas de utilização da capacidade instalada, consideradas 40 horas-semanal ou 8 horas-dia. 30 25 23 25 21 20 20 15 15 9 8 10 6 5 3 5 NR de 91% a 100% de 81% a 90% de 71% a 80% de 61% a 70% de 51% a 60% de 41% a 50% de 31% a 40% de 21% a 30% de 11% a 20% 0 até 10% 0 Gráfico 8 - Enquadramento das agroindústrias de acordo com as faixas de utilização da capacidade instalada, consideradas 40 horas-semanais ou 8 horas-dia. 4.4 S ITUAÇÃO LEGAL DA ATIVIDADE A Tabela 20 apresenta a situação legal das agroindústrias. Nota-se que quando se menciona que a agroindústria está em concordância com a legislação, dizse que ela cumpriu todas as etapas: conformidade com a legislação tributária/fiscal/previdenciária, legislação sanitária e legislação ambiental. O comentário feito anteriormente explica em partes o alto percentual de informalidade das agroindústrias pesquisadas. Muitas agroindústrias que aparecem como informal, na realidade deixaram de cumprir ou estão tramitando processos de adequação de uma destas etapas, mas as demais já foram cumpridas. Atualmente o descompasso na velocidade que são atingidas as etapas acabam por prejudicar o processo de legalização das agroindústrias. 42 Tabela 20 - Situação legal das agroindústrias. SITUAÇÃO Formal Informal AGROINDÚSTRIAS PERCENTUAL 74 55% 61 45% 4.4.1 LEGISLAÇÃO SANITÁRIA a) Origem animal A Tabela 21 apresenta a situação legal das agroindústrias de origem animal, relacionada a legislação sanitária. A legislação sanitária para produtos de origem animal é de competência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Devido a dificuldade de atendimento ocasionado pela exigência da permanência de um inspetor de linha e também pelo crescente aumento do parque industrial foi delegada para os Estados e posteriormente para os Municípios a responsabilidade pela fiscalização sanitária, ficando a comercialização restrita aos limites territoriais de sua competência. Embora haja dificuldade de restrição de mercado, o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) têm sido a saída para muitas agroindústrias, já que há maior compreensão por parte do poder público da necessidade de adequação da legislação sanitária para as pequenas unidades de processamento. Com relação as agroindústrias que trabalham com mel e ovos, os motivos principais para o alto índice de informalidade é a dificuldade no atendimento à legislação sanitária e a carga tributária. A legislação sanitária exige uma estrutura física com um custo muito elevado, inviabilizando o investimento. 43 Tabela 21 - Situação legal das agroindústrias de origem animal, relacionada a legislação sanitária. SITUAÇÃO ATIVIDADE NR FORMAL INFORMAL TOTAL SIF CISPOA SIM Carnes 1 1 0 7 12 21 Leite 0 2 1 1 10 14 Ovos 0 1 0 0 0 1 Mel 0 5 0 0 0 5 OBS: *NR – Não Respondeu; SIF – Serviço de Inspeção Federal; CISPOA – Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal e SIM – Serviço de Inspeção Municipal. A Tabela 22 mostra a situação da legalização sanitária envolvendo todas as agroindústrias de origem animal. Tabela 22 - Situação das agroindústrias de origem animal quanto a legislação sanitária. ORIGEM A NIMAL AGROINDÚSTRIAS Não respondeu 1 Informal 9 SIF – Serviço de Inspeção Federal 1 CISPOA – Coordenadoria de Inspeção de produtos de Origem Animal 8 SIM – Serviço de Inspeção Municipal 22 Total de agroindústrias cadastradas 41 b) Origem vegetal A Tabela 23 mostra a situação legal das agroindústrias de origem vegetal. A legislação sanitária para produtos de origem vegetal é de competência do MAPA ou do Ministério da Saúde. A Tabela a seguir evidencia um problema de interpretação de competência por parte do poder público municipal. Produtos de origem vegetal não podem obter licença sanitária pelo Serviço de Inspeção Municipal. O SIM está sob a coordenação das Secretarias de Agricultura dos Municípios, sendo assim, o seu espectro de atendimento fica restrito apenas aos produtos de origem animal. Os produtos de origem vegetal são regulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) - Ministério da Saúde - e têm sua comercialização para todo o território nacional. Desta 44 forma, se um produto de origem vegetal, como doces e picles, circula com uma licença fornecida pelo Serviço de Inspeção Municipal, ele não está licenciado sanitariamente e poderá ser apreendido. As agroindústrias que aparecem licenciadas pelo SIV (Seção de Inspeção Vegetal), que é de competência do MAPA, são as que trabalham com bebidas, sucos e polpas. Os produtos licenciados pelo SIV e pela Vigilância Sanitária têm livre comércio entre municípios e estados, diferentemente dos produtos de origem animal com inspeção estadual ou municipal. Tabela 23 - Situação legal das agroindústrias de origem vegetal. SITUAÇÃO ATIVIDADE NR FORMAL INFORMAL TOTAL SIV VIGILÂNCIA S ANITÁRIA SIM Doces 0 6 2 8 1 17 Picles/conservas 0 3 1 7 1 12 Minimamente processados 0 0 1 1 0 2 Derivados de cana-de-açúcar 0 4 1 2 0 7 Bebidas/sucos/polpa 0 4 2 1 0 7 OBS: *NR – Não Respondeu; SIV – Seção de Inspeção Vegetal e SIM – Serviço de Inspeção Municipal. A Tabela 24 mostra a situação sanitária para a totalidade das agroindústrias de origem vegetal. A Tabela a seguir mostra um número expressivo de agroindústrias de origem vegetal que não tem licença sanitária. Diferentemente dos produtos cárneos, não há um segmento dos produtos de origem vegetal que apareça com mais destaque a informalidade. Tabela 24 - Situação sanitária para a totalidade das agroindústrias de origem vegetal. ORIGEM VEGETAL AGROINDÚSTRIAS Não respondeu 0 Informal 39 Vigilância Sanitária 24 SIV (Seção de Inspeção de Vegetais) 6 SIM (Serviço de Inspeção Municipal) 1 Total de agroindústrias cadastradas nesta atividade 45 70 c) Panificação A Tabela 25 mostra a situação legal das agroindústrias de panificação por ramo de atividade. A legislação sanitária para panificados é de competência da vigilância sanitária (Ministério da Saúde). A mesma afirmação que se fez para os produtos vegetais serve para os produtos de panificação, em que não é da competência do Serviço de Inspeção Municipal conceder a licença sanitária para estes estabelecimentos. As atividades de panificação foram as que apresentaram maior relação percentual do número de estabelecimentos sem licença sanitária. Tabela 25 - Situação legal das agroindústrias de panificação por ramo de atividade. SITUAÇÃO ATIVIDADE NR FORMAL INFORMAL TOTAL SIV VIGILÂNCIA S ANITÁRIA SIM Pães/cucas 0 13 0 5 1 19 Biscoitos/bolachas 0 13 0 6 1 20 Massas 0 10 0 5 1 16 OBS: *NR – Não Respondeu; SIV – Seção de Inspeção Vegetal e SIM – Serviço de Inspeção Municipal. A Tabela 26 mostra a situação do licenciamento sanitário das agroindústrias de panificação. Tabela 26 - Situação do licenciamento sanitário das agroindústrias de panificação. PANIFICAÇÃO AGROINDÚSTRIAS Não respondeu 0 Informal 15 Vigilância Sanitária 7 SIM 1 Total de agroindústrias cadastradas nesta atividade 46 23 4.4.1.1 INTERESSE EM LEGALIZADA SANITARIAMENTE A AGROINDÚSTRIA A Tabela 27 mostra o interesse dos beneficiários, que ainda não tem a licença sanitária, em fazê-la. Tabela 27 - Interesse dos beneficiários em legalizar sanitariamente a agroindústria. HÁ INTERESSE EM LEGALIZAR SANITARIAMENTE A AGROINDÚSTRIA ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA SIM % Origem animal 0 0% Origem vegetal 1 Panificação Outras JÁ TENTAMOS AINDA NÃO ESTÁ TRAMITANDO % MAS NÃO FOI POSSÍVEL % 6 26% 4 17% 13 57% 2% 21 49% 9 21% 12 28% 2 13% 8 50% 4 25% 2 13% 1 20% 4 80% 0 0% 0 0% ANALISAMOS O PROCESSO % Note-se que há um grande número de processos em tramitação para a regularização sanitária dos produtos de origem animal. Uma das possíveis causas pode estar relacionada com a implantação do Serviço de Inspeção Municipal em vários municípios. A panificação foi a que apresentou a maior relação percentual para aqueles estabelecimentos que tentaram se legalizar e não conseguiram. Elas também, quando comparadas com as atividades de origem animal e vegetal, foram as que apresentam maior interesse em regularizar sua situação sanitária e quando tentaram fazê-la por algum motivo de ordem técnica não conseguiram. O Gráfico 9 mostra o interesse dos beneficiários em obter a licença sanitária. 25 21 20 15 13 12 9 8 10 6 4 4 4 5 2 2 1 0 1 0 0 0 Origem animal Origem vegetal Panificação sim já tentamos mas não foi possível Outras ainda não analizamos está tramitando o processo Gráfico 9 - Interesse dos beneficiários, que ainda não tem a licença sanitária, em regularizá-la. 47 4.4.1.2 DIFICULDADES ENCONTRADAS NO PROCESSO DE LEGALIZAÇÃO A Tabela 28 apresenta uma panorâmica dos empreendimentos que tentaram ou estão tentando se legalizar sanitariamente e o grau de dificuldade que enfrentam ou enfrentaram. Os resultados demonstram claramente que há dificuldades, independente do tipo de atividade a qual se quer legalizar sanitariamente, explicando em partes a desistência ou a falta de perspectivas que muitas agroindústrias apresentaram com relação a tentativa de iniciar um processo de legalização sanitária. Tabela 28 - Opinião das agroindústrias sobre o grau de dificuldade que enfrentaram ou estão enfrentando junto aos órgãos de inspeção sanitária para regularizarem sanitariamente seus empreendimentos. SE HOUVE TENTATIVAS OU ESTÁ TRAMITANDO O PROCESSO DE LEGALIZAÇÃO, ATIVIDADE ENFRENTARAM OU ESTÃO ENFRENTANDO DIFICULDADES DA AGROINDÚSTRIA SIM % NÃO % Origem animal 15 83% 3 17% Origem vegetal 19 90% 2 10% Panificação 7 100% 0 0% Outras 0 0% 0 0% O Gráfico 10 representa graficamente a opinião das agroindústrias sobre o grau de dificuldade que enfrentaram ou estão enfrentando junto aos órgãos de inspeção sanitária para regularizarem sanitariamente seus empreendimentos. 19 20 15 15 10 5 7 3 2 0 0 0 0 Origem animal Origem vegetal sim Panificação não Outras Gráfico 10 - Representação gráfica da opinião das agroindústrias sobre o grau de dificuldade que enfrentaram ou estão enfrentando junto aos órgãos de inspeção sanitária para regularizarem sanitariamente seus empreendimentos. 48 4.4.2 LICENÇA A MBIENTAL A Tabela 29 apresenta a situação das agroindústrias, por atividade, referente ao licenciamento ambiental. Tabela 29 - Situação das agroindústrias quanto ao licenciamento ambiental. ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA LICENCIADA % NÃO LICENCIADA % NR % Origem animal 19 46% 22 54% 0 0% Origem vegetal 23 33% 46 66% 1 1% Panificação 1 4% 22 96% 0 0% Outras 1 14% 5 72% 1 14% OBS: *NR – Não Respondeu. O percentual elevado de agroindústrias que não estão em dia com a licença ambiental expõe dois problemas. O primeiro está relacionado com a morosidade e a burocracia do serviço de licenciamento ambiental e o segundo ao fato da Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul não ter renovado a Licença Ambiental guarda-chuva concedida as agroindústrias cadastradas no Programa de Agroindústria Familiar. O elevado percentual de panificadoras sem licenciamento ambiental apenas soma-se a falta de licenciamento sanitário. Um dos aparentes motivos está na sua localização. O Gráfico 11 é a representação gráfica da situação das agroindústrias quanto a licenciamento ambiental. 50 46 45 40 35 30 23 22 25 22 19 20 15 10 5 5 1 0 1 0 1 1 0 Origem animal Origem vegetal licenciada Panificação não licenciada outras NR Gráfico 11 - Representação gráfica da situação das agroindústrias quanto ao licenciamento ambiental. 49 4.4.3 CÓDIGO DE BARRAS A Tabela 30 apresenta a situação das agroindústrias quanto a adoção ou não do código de barras na rotulagem das embalagens dos produtos. Tabela 30 - Situação das agroindústrias quanto a adoção ou não do código de barras na rotulagem das embalagens dos produtos. USA O CÓDIGO DE BARRAS ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA PRÓPRIO NÃO USA O CÓDIGO DE BARRAS DE % TERCEIROS % NÃO USA % Origem animal 8 20% 0 0% 33 80% Origem vegetal 17 24% 3 4% 50 72% Panificação 3 13% 0 0% 20 87% Outras 1 14% 0 0% 6 86% O expressivo número de agroindústrias que não adotaram o código de barras na rotulagem de seus produtos evidencia que esses não estão sendo comercializados pelas grandes redes varejistas de distribuição. Esta afirmação encontra sustentação visto que o código de barras é uma exigência das grandes redes de supermercado. O Gráfico 12 apresenta a situação das agroindústrias quanto a adoção ou não do uso de código de barras na rotulagem de seus produtos. 50 50 40 33 30 20 17 20 8 6 10 0 3 3 0 1 0 0 Origem animal Origem vegetal Panificação outras Usa código de barras próprio Usa código de barras de terceiros Não usa código de barras Gráfico 12 - Representação gráfica da situação das agroindústrias quanto a adoção ou não do uso de código de barras na rotulagem de seus produtos. 50 4.4.4 MARCA REGISTRADA A Tabela 31 mostra as agroindústrias que registraram suas marcas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e as que não têm registro. Tabela 31 - Agroindústrias que possuem marca registrada e que não possuem. ATIVIDADE TEM MARCA REGISTRADA DA AGROINDÚSTRIA SIM % NÃO % Origem animal 6 15% 35 85% Origem vegetal 7 10% 63 90% Panificação 0 0% 23 100% Outras 1 14% 6 86% O Gráfico 13 apresenta a situação das agroindústrias quanto ao processo de registro das marcas, para as diferentes atividades industriais. 70 63 60 50 35 40 30 23 20 10 6 7 6 0 1 Panificação outras 0 Origem animal Origem vegetal Sim Não Gráfico 13 - Situação dos registros das marcas para as diferentes atividades agro-industriais. 51 O percentual de agroindústrias que não tem marca registrada retrata uma realidade que não é só das agroindústrias. O desconhecimento da importância do registro das marcas só é notado quando elas alcançam um patamar elevado de reconhecimento por parte dos consumidores e a partir deste ponto se deparam com a contestação de outra empresa solicitando providências por uso indevido da marca em questão. A “pirataria” nos últimos anos vêm aumentando significativamente obrigando uma mudança rápida de atitude das agroindústrias na preservação dos direitos da propriedade industrial. 4.4.5 RÓTULO NAS EMBALAGENS DOS P RODUTOS COMERCIALIZADOS A Tabela 32 mostra, para as diferentes atividades agroindustriais, o uso de rótulo simples, registrado e os que não usam rótulo algum nos seus produtos. Tabela 32 - Agroindústrias que usam rótulo simples, registrado e as que não empregam nenhum tipo de rótulo nos seus produtos. USA RÓTULO NAS EMBALAGENS ATIVIDADE SIM DA AGROINDÚSTRIA RÓTULO SIMPLES % RÓTULO REGISTRADO % NÃO % Origem animal 15 37% 11 27% 15 37% Origem vegetal 28 40% 15 21% 27 39% Panificação 7 30% 5 22% 11 48% Outras 1 14% 1 14% 5 72% O dado que chama atenção na Tabela 32 é o expressivo número de embalagens que não usam rótulos ou que o rótulo é feito de forma artesanal. As agroindústrias, registradas sanitariamente, passam necessariamente por uma análise do órgão de inspeção quanto ao atendimento dos rótulos à legislação vigente. Nos últimos anos, ocorreram mudanças significativas na composição dos dados necessários, em particular da exigência da complementação de informação da composição nutricional dos alimentos. O uso de rótulos nas embalagens já foi visto apenas como um acessório visual para chamar a atenção do consumidor para a marca. Rótulos coloridos, nomes fantasia sugestivos, entre outros, eram a estratégia de marketing empregada. 52 Atualmente, por imposição do mercado consumidor, o rótulo deixou de ter este caráter e passou a ser um instrumento de orientação ao consumidor a respeito das informações relevantes do alimento ao qual ele está adquirindo. A origem, o prazo de validade, a forma de armazenagem, a composição nutricional do alimento, entre outras, passaram a ser uma referência de qualidade do alimento. Assim como as embalagens, os rótulos passaram a ser entendidos como o conjunto de etapas que compõe a formação de um determinado alimento. Desta forma, torna-se importante orientar as agroindústrias para a necessidade de adequação dos rótulos, não apenas como uma forma de atender a legislação, mas também para o atendimento do mercado consumidor. A Figura 14 é a representação gráfica para as diferentes atividades agroindustriais e o emprego por parte delas do uso de rótulo simples, registrado e as que não usam nenhum rótulo nos seus produtos. 28 30 27 25 20 15 15 15 15 11 11 7 10 5 5 5 1 1 0 Origem animal Origem vegetal rótulo simples Panificação rótulo registrado outras não usa rótulo Gráfico 14 - Representação gráfica para as diferentes atividades agroindustriais e o emprego por parte delas do uso de rótulo simples, registrado e as que não usam nenhum rótulo nos seus produtos. O percentual elevado do emprego de rótulo simples em produtos de origem vegetal pode ser explicado em partes pela maior participação destes em feiras. As feiras ainda representam uma excelente alternativa de venda direta ao consumidor nos mercados locais. 53 4.5 ORIGEM DA MÃO -DE-OBRA EMPREGADA AGROINDÚSTRIA NAS ATIVIDADES DA A Tabela 33 mostra a origem da mão-de-obra empregada nas agroindústrias. Tabela 33 - Origem da mão-de-obra empregada nas agroindústrias. ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA ORIGEM DA MÃO-DE- OBRA EMPREGADA NAS ATIVIDADES DA AGROINDÚSTRIA SOMENTE FAMILIAR % FAMILIAR MAIS CONTRATADA % SOMENTE CONTRATADA % Origem animal 29 71% 8 20% 4 9% Origem vegetal 54 77% 14 20% 2 3% Panificação 17 74% 5 22% 1 4% Outras 4 57% 1 14% 2 29% Os dados apresentados na Tabela 33 reforçam a participação de agroindústrias familiares neste estrato. A participação exclusiva da mão-de-obra familiar suscita uma reflexão sobre a capacidade de manutenção de todas as atividades correlatas a propriedade. Observa-se que o aumento do esforço de trabalho gera uma dificuldade na manutenção das atividades vinculadas a propriedade, terminando pela opção da exclusão de algumas delas. A etapa que vem apresentando maiores problemas de permanência é a produção primária. Os resultados alcançados com esta opção não são bons, e por vezes, desastrosos. A viabilidade de muitas agroindústrias está justamente no diferencial da produção própria de matéria-prima, permitindo que elas sejam competitivas. 54 O Gráfico 15 apresenta a representação gráfica da distribuição da origem da mão-de-obra empregada nas agroindústrias para os produtos de origem animal, vegetal, panificação e outros. 60 54 50 40 29 30 17 14 20 8 10 4 2 Origem animal Origem vegetal 5 1 4 1 2 0 somente familiar Panificação familiar mais contratada Outras somente contratada Gráfico 15 - Representação gráfica da distribuição da origem da mão-de-obra empregada nas agroindústrias. 4.5.1 NÚMERO DE P ESSOAS CONTRATADAS (SEM INCLUIR MEMBROS DA FAMÍLIA ) A Tabela 34 apresenta as agroindústrias que utilizam mão-de-obra terceirizada e o número de funcionários contratados, não contabilizada a mão-de-obra familiar. A atividade que emprega maior número de pessoas contratadas é a de origem animal. O resultado é reflexo da maior complexidade dos processos envolvidos na elaboração dos produtos de origem cárnea. Outro motivo é a necessidade de que o processamento seja contínuo de modo a evitar paradas que possam comprometer a sanidade dos produtos. 55 Tabela 34 - Agroindústrias que utilizam mão-de-obra terceirizada e o número de funcionários contratados, não contabilizada a mão-de-obra familiar. ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA AGROINDÚSTRIAS QUE UTILIZAM MÃO-DE- OBRA TERCEIRIZADA E O NÚMERO DE CONTRATAÇÕES, NÃO CONTABILIZADA A MÃO-DE- OBRA FAMILIAR ATÉ 2 DE 3 A5 DE 6 A8 DE 9 A 12 ACIMA DE 13 PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS Origem animal 6 5 1 0 0 Origem vegetal 6 5 2 2 0 Panificação 3 3 0 0 0 Outras 0 1 0 1 0 4.5.2 FORMA DE PAGAMENTO DOS SERVIÇOS P RESTADOS PELOS MEMBROS DA FAMÍLIA A Tabela 35 apresenta o número de agroindústrias em que membros da família trabalham na unidade industrial e que o pagamento dos serviços é feito das seguintes formas: recebem salário fixo por mês; somente percentual sobre as vendas; fazem retirada quando há necessidade; não há nenhuma remuneração estipulada e outras formas. Os resultados apresentados na Tabela 35 remetem a um problema sério na administração das agroindústrias. O controle do fluxo financeiro fica seriamente comprometido quando não há remuneração estipulada para pagamento da mão-deobra. Observa-se que mais de 80% das agroindústrias, para as diferentes atividades, fazem o pagamento da mão-de-obra das seguintes formas: fazem retirada quando há necessidade e não há nenhuma remuneração estipulada. A constatação da forma de pagamento da mão-de-obra familiar remete para a necessidade de melhor avaliar os resultados obtidos com as agroindústrias e sua viabilidade econômica. Neste caso, fica a incerteza da correção do levantamento do fluxo de caixa realizado pelas agroindústrias. 56 Tabela 35 - Número de agroindústrias em que membros da família trabalham na unidade industrial e que o pagamento dos serviços é feito de diferentes formas. NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS EM QUE MEMBROS DA FAMÍLIA TRABALHAM NA UNIDADE E QUE O PAGAMENTO DOS SERVIÇOS É FEITO DAS SEGUINTES FORMAS : ATIVIDADE DA FAZEM NÃO HÁ RETIRADA QUANDO HÁ NENHUMA REMUNERAÇÃO NECESSIDADE ESTIPULADA 4 17 13 8 2 6 17 31 20 Panificação 0 2 9 7 6 Outras 1 2 1 0 3 RECEBEM SOMENTE SALÁRIO FIXO POR MÊS PERCENTUAL SOBRE VENDAS Origem animal 4 Origem vegetal AGROINDÚSTRIA OUTRAS FORMAS 4.6 M ATÉRIA-PRIMA UTILIZADA PARA FABRICAÇÃO DOS PRODUTOS A Tabela 36 apresenta o total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima oriunda da própria propriedade, para fabricação dos produtos. Tabela 36 - Total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima oriunda da própria propriedade, para fabricação dos produtos. ATIVIDADE DA NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS QUE UTILIZAM MATÉRIA-PRIMA DA PRÓPRIA PROPRIEDADE E QUANTIDADE EMPREGADA (PERCENTUAL ) NA FABRICAÇÃO DOS PRODUTOS AGROINDÚSTRIA DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Origem animal 5 *21% 3 *13% 2 *8% 14 *58% Origem vegetal 5 *9% 7 *12% 5 *9% 40 *70% Panificação 5 *25% 7 *35% 3 *15% 5 *25% Outras 0 *0% 1 *33% 0 *0% 2 *67% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, da mesma cadeia, que responderam o questionário. Os resultados acima merecem maior atenção porque são essenciais para competitividade das agroindústrias. Percebe-se que a produção própria da matériaprima tem se constituído no diferencial de sobrevivência de muitas agroindústrias. A afirmação tem por base duas motivações, que são: A primeira, relacionada principalmente com os produtos de origem vegetal, refere-se a sazonalidade da matéria-prima. A variação de preço da matéria-prima é uma constante, assim como, 57 sua oferta. Como a produção agrícola destas matérias-primas segue ainda um modelo tradicional, sujeito as condições climáticas, ocorre de haver períodos de super safras onde o preço despenca e outros momentos em que as safras são frustadas e os preços são elevados. As oscilações freqüentes na oferta e nos preços propiciam incertezas na produtividade das agroindústrias. Agroindústrias que produzem a sua matéria-prima conseguem ser mais competitivas no mercado. A segunda refere-se as matérias-primas de origem animal. Essas dependem da produção primária de grãos, do mercado externo e também dos fatores climáticos. Um exemplo recente que pode ser citado foi a crise da suinocultura. A baixa remuneração da matéria-prima fez com que muitos produtores desistissem de manter tal atividade. O resultado foi o desabastecimento dos mercados e a elevação dos preços. Diversas agroindústrias de produção de embutidos passaram e ainda passam por muitas dificuldades já que dependem do fornecimento por parte de terceiros. A Tabela 37 apresenta o total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida com os vizinhos para fabricação dos produtos. Tabela 37 - Total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida com os vizinhos para fabricação dos produtos. ATIVIDADE DA NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS QUE UTILIZAM MATÉRIA-PRIMA ADQUIRIDA DE VIZINHOS E QUANTIDADE EMPREGADA (PERCENTUAL ) NA FABRICAÇÃO DOS MESMOS AGROINDÚSTRIA DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Origem animal 2 *11% 6 *33% 2 *11% 8 *44% Origem vegetal 19 *73% 7 *27% 0 *0% 0 *0% Panificação 8 *57% 5 *36% 1 *7% 0 *0% Outras 0 *0% 1 *50% 1 *50% 0 *0% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, da mesma cadeia, que responderam o questionário. 58 Os resultados apresentados na Tabela 37 mostram a importância das agroindústrias como estimuladoras locais de produção primária. As agroindústrias que contribuem mais com a aquisição de matéria-prima dos vizinhos são as de origem animal em especial as de laticínios. A Tabela 38 apresenta o total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida de outros municípios para fabricação dos produtos. Tabela 38 - Total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida de outros municípios para fabricação dos produtos. ATIVIDADE DA NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS QUE UTILIZAM MATÉRIA-PRIMA ADQUIRIDA EM OUTROS MUNICÍPIOS E QUANTIDADE EMPREGADA (PERCENTUAL ) NA FABRICAÇÃO DOS PRODUTOS AGROINDÚSTRIA DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Origem animal 3 *30% 3 *30% 0 *0% 4 *40% Origem vegetal 9 *60% 2 *13% 1 *7% 3 *20% Panificação 5 *38% 4 *31% 1 *8% 3 *23% Outras 2 *67% 1 *33% 0 *0% 0 *0% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, da mesma cadeia, que responderam o questionário. Os números apresentados acima demonstram que, apesar das agroindústrias comprarem matéria-prima de outros municípios, o percentual não é tão representativo. Desta forma, pode-se dizer que as agroindústrias deste estrato são bastante estimuladoras da produção primária em seus municípios. A Tabela 39 apresenta o total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida de outros estados para fabricação dos produtos. Tabela 39 - Total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida em outros estados para fabricação dos produtos. NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS QUE UTILIZAM MATÉRIA-PRIMA ADQUIRIDA EM OUTROS ATIVIDADE DA ESTADOS E QUANTIDADE EMPREGADA (PERCENTUAL ) NA FABRICAÇÃO DOS PRODUTOS AGROINDÚSTRIA DE Origem animal 0 Origem vegetal Panificação Outras 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% 2 *67% 0 *0% 0 *0% 1 *33% 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, da mesma cadeia, que responderam o questionário. 59 Matérias-primas vindas de outros estados só se mostraram significativas para as agroindústrias que produzem panificados. Este é um reflexo da situação do setor de produção de farinha de trigo. Devido as características do trigo nacional, as farinhas produzidas exclusivamente com o trigo nacional não apresentam boas características para panificação, exigindo desta forma uma mistura com trigo importado. Neste aspecto, a produção de farinha de trigo em outros estados se mostra mais competitiva que a rio-grandense. A diferença está nas taxas dos impostos praticados nos diferentes estados. A Tabela 40 apresenta o total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida nas propriedades dos associados para fabricação dos produtos. Tabela 40 - Total de agroindústrias enquadradas nas diferentes faixas percentuais de emprego de matéria-prima adquirida das propriedades dos associados para fabricação dos produtos. ATIVIDADE DA NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS QUE UTILIZAM MATÉRIA-PRIMA ADQUIRIDA NAS PROPRIEDADES DOS ASSOCIADOS E QUANTIDADE EMPREGADA (PERCENTUAL ) NA FABRICAÇÃO DOS PRODUTOS AGROINDÚSTRIA DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Origem animal 1 *11% 1 *11% 1 *11% 6 *67% Origem vegetal 4 *21% 1 *5% 2 *11% 12 *63% Panificação 6 *75% 1 *13% 0 *0% 1 *13% Outras 2 *50% 1 *25% 0 *0% 1 *25% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, da mesma cadeia, que responderam o questionário. Os resultados apresentados na Tabela 40 permitem observar que, neste estrato, a participação dos sócios como fornecedores de matéria-prima não é representativa. Observa-se também que, quando há participação dos sócios no fornecimento de matéria-prima para a agroindústria, eles contribuem com um percentual bastante elevado, mais de 76% do que necessita para a produção do produto final. A Tabela 41 apresenta o total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de produtos de origem animal. 60 Tabela 41 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de produtos de origem animal. ORIGEM ANIMAL PROCEDÊNCIA DA M ATÉRIA-PRIMA NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS ENQUADRADAS DE ACORDO COM AS FAIXAS PERCENTUAIS DE EMPREGO DAS MATÉRIAS - PRIMAS DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Da própria propriedade 5 *21% 3 *13% 2 *8% 14 *58% Adquirida de vizinhos 2 *11% 6 *33% 2 *11% 8 *44% Adquirida em outros municípios 3 *30% 3 *30% 0 *0% 4 *40% Adquirida em outros estados 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% Adquirida nas propriedades dos associados 1 *11% 1 *11% 1 *11% 6 *67% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, para mesma procedência da matériaprima, que responderam o questionário. A Tabela 42 apresenta o total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de produtos de origem vegetal. Tabela 42 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de produtos de origem vegetal. ORIGEM VEGETAL PROCEDÊNCIA DA M ATÉRIA-PRIMA NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS ENQUADRADAS DE ACORDO COM AS FAIXAS PERCENTUAIS DE EMPREGO DAS MATÉRIAS - PRIMAS DE Da própria propriedade 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% 5 *9% 7 *12% 5 *9% 40 *70% 19 *73% 7 *27% 0 *0% 0 *0% Adquirida em outros municípios 9 *60% 2 *13% 1 *7% 3 *20% Adquirida em outros estados 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% Adquirida nas propriedades dos associados 4 *21% 1 *5% 2 *11% 12 *63% Adquirida de vizinhos OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, para mesma procedência da matériaprima, que responderam o questionário. A Tabela 43 apresenta o total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de produtos de panificação. 61 Tabela 43 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de produtos de panificação. P ANIFICAÇÃO PROCEDÊNCIA DA M ATÉRIA-PRIMA NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS ENQUADRADAS DE ACORDO COM AS FAIXAS PERCENTUAIS DE EMPREGO DAS MATÉRIAS - PRIMAS DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Da própria propriedade 5 *25% 7 *35% 3 *15% 5 *25% Adquirida de vizinhos 8 *57% 5 *36% 1 *7% 0 *0% Adquirida em outros municípios 5 *38% 4 *31% 1 *8% 3 *23% Adquirida em outros estados 2 *67% 0 *0% 0 *0% 1 *33% Adquirida nas propriedades dos associados 6 *75% 1 *13% 0 *0% 1 *13% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, para mesma procedência da matériaprima, que responderam o questionário. A Tabela 44 apresenta o total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de outros produtos. Tabela 44 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas de diferentes procedências para fabricação de outros produtos. OUTRAS PROCEDÊNCIA DA M ATÉRIA-PRIMA NÚMERO DE AGROINDÚSTRIAS ENQUADRADAS DE ACORDO COM AS FAIXAS PERCENTUAIS DE EMPREGO DAS MATÉRIAS -PRIMAS DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Da própria propriedade 0 *0% 1 *33% 0 *0% 2 *67% Adquirida de vizinhos 0 *0% 1 *50% 1 *50% 0 *0% Adquirida em outros municípios 2 *67% 1 *33% 0 *0% 0 *0% Adquirida em outros estados 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% Adquirida nas propriedades dos associados 2 *50% 1 *25% 0 *0% 1 *25% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, para mesma procedência da matériaprima, que responderam o questionário. 4.6.1 DIFICULDADES E NCONTRADAS AO A DQUIRIR MATÉRIA -PRIMA DE T ERCEIROS A Tabela 45 mostra o total de agroindústrias que adquirem matéria-prima de terceiros e se enfrentam dificuldades ou não em comprá-la. 62 Tabela 45 - Total de agroindústrias que adquirem matéria-prima de terceiros e se esses enfrentam dificuldades ou não em comprá-las. SE ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA ADQUIREM MATÉRIA-PRIMA DE TERCEIROS, HÁ DIFICULDADES EM COMPRAR SIM % NÃO % Origem animal 11 37% 19 63% Origem vegetal 27 55% 22 45% Panificação 5 26% 14 74% Outras 3 75% 1 25% O resultado apresentado na Tabela acima é muito importante porque revela o grau de dificuldade que as agroindústrias têm para adquirir matéria-prima de terceiros. Nesse aspecto, pode-se destacar as de origem vegetal, onde 55% delas disseram ter dificuldades para aquisição. Embora as demais atividades apresentem um percentual menor, destaca-se com mais ênfase, a necessidade de assegurar na produção própria um fator de redução dos riscos nos investimentos. Enfatiza-se a importância da produção própria como fator de competitividade das agroindústrias. O gráfico 16 mostra a representação gráfica do total de agroindústrias que adquirem matéria-prima de terceiros e se elas enfrentam dificuldades ou não em comprá-la. 27 30 22 25 19 20 14 15 11 10 5 3 5 1 0 Origem animal Origem vegetal Panificação sim Outras não Gráfico 16 - Representação gráfica do total de agroindústrias que adquirem matéria-prima de terceiros e se elas enfrentam dificuldades ou não em comprá-la. 63 A Tabela 46 aponta as principais dificuldades encontradas pelas agroindústrias no momento da aquisição da matéria-prima de terceiros. Tabela 46 - Principais dificuldades encontradas pelas agroindústrias no momento da aquisição da matéria-prima de terceiros. SE ATIVIDADE APRESENTA DIFICULDADES, APONTEM AS PRINCIPAIS ORIGEM ANIMAL AGRO-INDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Escassez 5 24% 14 25% 1 10% 1 17% Custos elevados 8 38% 10 18% 4 40% 1 17% Falta qualidade 3 14% 10 18% 1 10% 1 17% Sazonalidade dos produtos 1 5% 15 26% 0 0% 0 0% Forma de pagamento 2 10% 3 5% 1 10% 1 17% Dificuldade na entrega dos produtos 2 10% 4 7% 3 30% 0 0% Dificuldades de concessão de crédito por parte dos fornecedores 0 0% 1 2% 0 0% 2 33% A Tabela 46 reforça a afirmação feita anteriormente quando retratada a motivação da produção própria de matéria-prima. Vê-se claramente que para os produtos de origem vegetal o maior problema enfrentado são a sazonalidade e a escassez e que para os de origem animal são os custos elevados e a escassez. Um percentual interessante para análise é que os produtos de panificação registraram maior dificuldade na entrega dos produtos quando relacionados aos demais. O motivo está associado a maior dependência dessas agroindústrias na aquisição de matériaprima vinda de outros estados. 4.7 PROCEDÊNCIA DOS PRINCIPAIS INSUMOS UTILIZADOS A Tabela 47 apresenta o total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego dos insumos e suas diferentes procedências para fabricação de produtos de origem animal. Revela-se, ao contrário da matéria-prima, que os insumos, devido sua maior complexidade, são adquiridos de terceiros, e na maioria das vezes, em outros municípios. Este percentual ganha destaque na produção de embutidos, onde há a necessidade de usar condimentos e agentes de cura que são formulações desenvolvidas por grandes empresas especializadas nestas áreas. Devido aos custos 64 elevados destes insumos, muitas vezes, tornam-se difíceis de serem encontrados em municípios menores, onde não há casas especializadas para comercialização destes produtos. Aparece, então, a figura do representante de vendas que circula nas agroindústrias e faz a comercialização. Os produtos lácteos apresentam a mesma dificuldade para aquisição dos insumos. Trata-se de culturas lácteas para fermentação e de coalho, insumos complexos, cuja tecnologia é dominada em grande parte por empresas multinacionais. Tabela 47 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas e suas diferentes procedências para fabricação de produtos de origem animal. ORIGEM ANIMAL TOTAL DE AGROINDÚSTRIAS RELACIONADO A ORIGEM DOS PROCEDÊNCIA DOS INSUMOS INSUMOS E O PERCENTUAL UTILIZADO NA FABRICAÇÃO DOS PRODUTOS DE 1 A 25% 26 A 50% DE DE 51 A 75% DE 76 A 100% Da própria propriedade 3 *21% 1 *7% 4 *29% 6 *43% Comércio municipal 7 *30% 3 *13% 1 *4% 12 *52% Adquirida em outros municípios 4 *17% 6 *25% 1 *4% 13 *54% Adquirida em outros estados 2 *50% 1 *25% 0 *0% 1 *25% Adquirida nas propriedades dos associados 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, para mesma procedência da matériaprima, que responderam o questionário. A Tabela 48 apresenta o total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego dos insumos e suas diferentes procedências para fabricação de produtos de origem vegetal. Tabela 48 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas e suas diferentes procedências para fabricação de produtos de origem vegetal. ORIGEM VEGETAL TOTAL DE AGROINDÚSTRIAS RELACIONADO A ORIGEM DOS PROCEDÊNCIA DOS INSUMOS INSUMOS E O PERCENTUAL UTILIZADO NA FABRICAÇÃO DOS PRODUTOS DE Da própria propriedade 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% 1 3% 4 10% 4 10% 30 77% Comércio municipal 13 39% 11 33% 0 0% 9 27% Adquirida em outros municípios 10 42% 6 25% 2 8% 6 25% Adquirida em outros estados 0 0% 1 33% 0 0% 2 67% Adquirida nas propriedades dos associados 1 11% 1 11% 0 0% 7 78% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, para mesma procedência da matériaprima, que responderam o questionário. 65 A menor complexidade tecnológica dos insumos para atender a fabricação dos produtos de origem vegetal pode ser percebida através de seu suprimento quase que total pelos próprios proprietários ou pelo comércio local. A Tabela 49 apresenta o total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego dos insumos e suas diferentes procedências para fabricação de produtos de panificação. Tabela 49 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas e suas diferentes procedências para fabricação de produtos de panificação. P ANIFICAÇÃO TOTAL DE AGROINDÚSTRIAS RELACIONADO A ORIGEM DOS PROCEDÊNCIA DOS INSUMOS INSUMOS E O PERCENTUAL UTILIZADO NA FABRICAÇÃO DOS PRODUTOS DE 1 A 25% 26 A 50% DE DE 51 A 75% DE 76 A 100% Da própria propriedade 4 *36% 3 *27% 1 *9% 3 *27% Comércio municipal 5 *29% 2 *12% 3 *18% 7 *41% Adquirida em outros municípios 4 *40% 2 *20% 1 *10% 3 *30% Adquirida em outros estados 1 *33% 1 *33% 0 *0% 1 *33% Adquirida nas propriedades dos associados 2 *50% 1 *25% 0 *0% 1 *25% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, para mesma procedência da matériaprima, que responderam o questionário. A Tabela 50 apresenta o total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego dos insumos e suas diferentes procedências para fabricação de outros produtos. Tabela 50 - Total de agroindústrias enquadradas de acordo com as faixas percentuais de emprego das matérias-primas e suas diferentes procedências para fabricação de outros produtos. OUTROS PROCEDÊNCIA DOS INSUMOS TOTAL DE AGROINDÚSTRIAS RELACIONADO A ORIGEM DOS INSUMOS E O PERCENTUAL UTILIZADO NA FABRICAÇÃO DOS PRODUTOS DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Da própria propriedade 0 *0% 1 *50% 0 *0% 1 *50% Comércio municipal 0 *0% 1 *50% 0 *0% 1 *50% Adquirida em outros municípios 1 *50% 1 *50% 0 *0% 0 *0% Adquirida em outros estados 0 *0% 1 *100% 0 *0% 0 *0% Adquirida nas propriedades dos associados 1 *50% 0 *0% 0 *0% 1 *50% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, para mesma procedência da matériaprima, que responderam o questionário. 66 5 CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO AGROINDUSTRIAL 5.1 DIFICULDADES NA GESTÃO DOS EMPREENDIMENTOS A Tabela 51 apresenta as principais dificuldades enfrentadas pelas agroindústrias na área da gestão. Tabela 51 - Principais dificuldades apontadas pelas agroindústrias na área da gestão. EM QUAL OU QUAIS ÁREAS, ATIVIDADE A AGROINDUSTRIAL AGROINDÚSTRIA APRESENTA AS PRINCIPAIS DIFICULDADES ORIGEM ANIMAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Financeira 37 90% 61 87% 20 87% 6 86% Comercialização 30 73% 51 73% 18 78% 4 57% Produção 28 68% 60 86% 20 87% 6 86% Gerenciamento 21 51% 31 44% 11 48% 4 57% Aquisição de insumos 5 12% 10 14% 2 9% 1 14% Não temos dificuldades 1 2% 3 4% 0 0% 0 0% Outros 4 10% 3 4% 1 4% 0 0% Nota-se que as agroindústrias apontaram a questão financeira como sendo a principal razão das dificuldades enfrentadas. Embora ela tenha sido apontada como sendo a principal dificuldade fica a ponderação de que os problemas financeiros são decorrentes da gestão. No instante em que você constata que um número significativo de pessoas trabalha nas atividades agroindustriais sem ter uma remuneração estipulada ou que a formação de preço dos produtos é feita sem metodologia parece que o problema de fundo é gerencial. 5.1.1 PROBLEMAS DE ORDEM F INANCEIRA A Tabela 52 apresenta as principais dificuldades de ordem financeira enfrentadas pelas agroindústrias. Tabela 52 - Principais dificuldades de ordem financeira enfrentadas pelas agroindústrias. ATIVIDADE PROBLEMAS DE ORDEM FINANCEIRA ORIGEM ANIMAL AGROINDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Juros elevados 18 44% 9 13% 7 30% 2 29% Capital de giro 30 73% 52 74% 15 65% 3 43% Custos elevados na produção 8 20% 9 13% 2 9% 1 14% Custos elevados da matéria-prima 9 22% 7 10% 5 22% 2 29% Sazonalidade na receita 3 7% 12 17% 4 17% 2 29% Difícil acesso ao crédito 13 32% 17 24% 5 22% 1 14% A falta de capital de giro, apontada como sendo a maior dificuldade de ordem financeira, na realidade pode ser o resultado decorrente da concepção dos projetos de investimento. Um motivo aparente está na forma de dimensionar os custos fixos das agroindústrias. Equívocos no levantamento dos itens que compõem os custos fixos na hora da elaboração dos projetos gera um descompasso que, na maioria das vezes, não é mais superado. Quando não são considerados itens que compõem os custos fixos, tais como: vestimentas, Equipamentos de Proteção Individual, materiais de limpeza, entre outros, eles vão surgir nos custos das agroindústrias mas não haverá recursos já que eles não foram previstos no projeto inicial. Quando esses gastos não são suportados na formação do preço dos produtos, a alternativa é buscar mais capital de giro do que o necessário. O problema é que financiamento para capital de giro quase que não existe e quando existente os juros são muito elevados e a carência é pequena. 68 5.1.2 PROBLEMAS NA COMERCIALIZAÇÃO A Tabela 53 apresenta as principais comercialização enfrentadas pelas agroindústrias. dificuldades de ordem de Tabela 53 - Principais dificuldades de ordem de comercialização enfrentadas pelas agroindústrias. ATIVIDADE PROBLEMAS DE ORDEM DE COMERCIALIZAÇÃO AGROINDUSTRIAL ORIGEM ORIGEM ANIMAL Baixo custo de mercado 4 10% 2 3% 0 0% 1 14% Faltam compradores 6 15% 7 10% 3 13% 2 29% Muita concorrência 10 24% 8 11% 6 26% 2 29% Margem de lucro pequena 18 44% 18 26% 5 22% 2 29% Falta de estrutura para estocar 11 27% 21 30% 6 26% 1 14% 6 15% 12 17% 8 35% 1 14% Abrangência de mercado muito restrita 11 27% 17 24% 7 30% 1 14% Informalidade 17 41% 12 17% 3 13% 3 43% Dificuldade em transportar produtos VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Importante constatação é feita na Tabela 53, apesar deste estrato contar com um grande número de agroindústrias informais, isso é apontado como sendo uma das principais razões das dificuldades de comercialização. Esse é um aspecto interessante a ser discutido, já que as empresas formais têm sido penalizadas com inúmeras taxas e impostos em detrimento do elevado percentual de informais. Quem se legaliza não consegue competir, principalmente dentro do mercado local, com a informalidade. Como não há, na maioria das situações, ações mais incisivas no combate a informalidade por parte do poder público as empresas formais acabam sucumbindo. Os percentuais conferidos aos itens não destoam muito entre si. Apesar da afirmação anterior observa-se, para as diferentes atividades, que os baixos preços alcançados no mercado não seriam um problema. Este é um sinal de que a diferença entre os custos de produção e os preços praticados no mercado permitem a competitividade das agroindústrias. Visto que empresas de grande porte conseguem maiores rendimentos em produtos finais, melhor aproveitamento das matérias-primas de menor valor agregado em subprodutos, e que os custos seguem um controle rigoroso, é importante que as agroindústrias analisem melhor o ponto de equilíbrio e a formação de preço de seus produtos para evitar distorções que acabam por inviabilizar os pequenos empreendimentos. 69 5.1.3 PROBLEMAS DE ORDEM DE P RODUÇÃO A Tabela 54 apresenta as principais dificuldades de ordem de produção enfrentadas pelas agroindústrias. De acordo com os resultados apresentados na Tabela 54 constata-se que equipamentos inadequados constituem-se em um problema para as agroindústrias. Parte dele pode ser compreendido à medida que o parque industrial montado para fornecer insumos e equipamentos para indústrias foi desenvolvido para atender as empresas de grande porte. A veracidade da afirmação pode ser constatada com a dificuldade de encontrar equipamentos que atendam produções de baixa escala. As agroindústrias, ainda hoje, socorrem-se de pequenas funilarias para adequar equipamentos mais coerentes as suas atividades. Embora essa seja uma alternativa razoável em um primeiro momento, ela deixa de ser à proporção que haja a necessidade de aumento de escala de produção e que os equipamentos tornam-se subdimensionados, começando a dar problemas em seu funcionamento. Devido a rusticidade do material empregado na construção de alguns equipamentos, a produtividade é afetada grandemente. Há uma clara necessidade de políticas públicas que visem ao desenvolvimento de empresas especializadas no fornecimento de equipamentos e insumos direcionados às agroindústrias de pequeno porte. Tabela 54 - Principais dificuldades de ordem de produção enfrentadas pelas agroindústrias. ATIVIDADE PROBLEMAS DE ORDEM DE PRODUÇÃO ORIGEM ANIMAL AGROINDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Equipamentos inadequados 17 41% 29 41% 13 57% 4 57% Elevado custo de produção 12 29% 9 13% 3 13% 1 14% Falta de tecnologia adequada 2 5% 12 17% 6 26% 4 57% Escassez de matéria-prima 7 17% 22 31% 0 0% 1 14% Baixa escala de produção 9 22% 31 44% 7 30% 2 29% Qualidade dos produtos 2 5% 6 9% 0 0% 0 0% Desconhecimento de técnicas de produção adequadas 3 7% 7 10% 3 13% 1 14% Estrutura física inadequada para produção 10 24% 22 31% 11 48% 3 43% 70 5.1.4 PROBLEMAS GERENCIAIS A Tabela 55 apresenta as principais dificuldades de ordem de gerência enfrentadas pelas agroindústrias. Tabela 55 - Principais dificuldades de ordem de gerência enfrentadas pelas agroindústrias. ATIVIDADE PROBLEMAS GERENCIAIS AGROINDUSTRIAL ORIGEM ORIGEM ANIMAL Alto custo de mão-de-obra 6 15% 6 9% 1 4% 1 14% Falta de pessoal capacitado 6 15% 14 20% 4 17% 2 29% Desconhecimento de técnicas de administração 7 17% 11 16% 4 17% 1 14% 11 27% 16 23% 7 30% 3 43% Falta de estrutura administrativa 7 17% 9 13% 2 9% 1 14% Relacionamento interpessoal entre os associados 0 0% 8 11% 1 4% 2 29% Falta de treinamento em técnicas de administração VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS A falta de treinamento em técnicas de administração é apontada como sendo uma das dificuldades gerenciais enfrentadas pelas agroindústrias. Os resultados mostram que há uma forte tendência dos problemas financeiros serem decorrentes da baixa capacitação gerencial. A complexidade dos mercados, a competitividade, entre outras, exigem cada vez mais dos administradores das empresas soluções que, por vezes, podem decretar a falência dos empreendimentos. Não havendo empenho no controle das despesas e distorções no levantamento dos custos fixos fica muito difícil para o administrador elaborar seus planos de trabalho sem poder contar com ferramentas importantes para determinar o preço final dos produtos dentro de um ponto de equilíbrio que proporcione um lucro mínimo que permita investimentos necessários a ampliação dos negócios. 5.2 F ORMAS DE ADMINISTRAÇÃO A Tabela 56 apresenta as principais formas de administração das agroindústrias. 71 Tabela 56 - Principais formas de administração das agroindústrias. ATIVIDADE A AGROINDÚSTRIA É ADMINISTRADA ORIGEM Por um dos sócios AGROINDUSTRIAL ORIGEM ANIMAL VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS 12 30% 33 46% 12 52% 3 50% Pelo filho (a) de um dos sócios 2 5% 2 3% 1 4% 0 0% Pela diretoria 6 15% 12 17% 2 9% 2 33% Por um dos sócios com auxílio de pessoa contratada 1 3% 0 0% 0 0% 0 0% Por um dos sócios com auxílio de filho (a) 5 13% 4 6% 1 4% 1 17% 14 35% 20 28% 7 30% 0 0% Outra forma Registre-se, neste item, a participação dos filhos dos sócios na administração das empresas. Este é um importante instrumento de valorização que certamente determinará a longevidade das agroindústrias. O estimulo à participação dos jovens na administração dos negócios é a valorização necessária para sensibilização da importância da continuidade das atividades sob a administração familiar. Estimular a participação dos jovens é evitar o êxodo rural. 5.3 CONTROLES ADMINISTRATIVOS A Tabela 57 apresenta as principais formas adotadas pelas agroindústrias para realizarem seus controles administrativos (gastos, vendas e outros). Tabela 57 - Principais formas adotadas pelas agroindústrias para realizarem seus controles administrativos. OS CONTROLES ADMINISTRATIVOS (GASTOS , VENDAS E OUTROS) É EXECUTADO ATIVIDADE ORIGEM ANIMAL AGROINDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Por contador contratado 19 37% 9 11% 3 11% 3 30% Em caderneta 19 37% 38 47% 17 61% 2 20% Computador 3 6% 6 7% 2 7% 2 20% Livro de controle de caixa 7 13% 20 25% 6 21% 2 20% Outras formas 4 8% 8 10% 0 0% 1 10% 72 5.4 C USTOS DE PRODUÇÃO A Tabela 58 mostra se as agroindústrias realizam ou não os cálculos dos custos de produção. Tabela 58 - Total de agroindústrias que realizam ou não os cálculos dos custos de produção. ATIVIDADE CALCULAM OS CUSTOS DE PRODUÇÃO ORIGEM AGROINDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL ANIMAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Sim, regularmente 22 55% 38 55% 10 43% 3 50% Sim, esporadicamente 13 33% 21 30% 8 35% 2 33% 5 13% 10 14% 5 22% 1 17% Não Quando relacionados os problemas financeiros como sendo de ordem gerencial, não havia um dado comparativo que pudesse de forma contundente comprovar tal afirmação. Há sim uma série de informações, como a que está contida na Tabela 58, que dão sustentabilidade a ela. Aqueles que calculam os custos de produção regularmente não são numericamente superiores quando comparados ao somatório dos que calculam esporadicamente e os que não calculam. Quando não é feito regularmente o acompanhamento dos mercados, corre-se o risco de estar praticando preços abaixo dos custos de produção. Vale salientar que em algumas situações não são considerados nem o pró-labore. O Gráfico 17 mostra se as agroindústrias realizam ou não os cálculos dos custos de produção. 60% 55% 55% 50% 50% 40% 43% 35% 33% 33% 30% 30% 22% 20% 17% 14% 13% 10% 0% Origem animal Origem vegetal sim, regularmente Panificação sim, esporadicamente Outras não Gráfico 17 - Realização ou não dos cálculos dos custos de produção. 73 5.5 CONTROLE DE QUALIDADE DOS PRODUTOS A Tabela 59 mostra se as agroindústrias realizam ou não o controle de qualidade dos produtos. Tabela 59 - Total de agroindústrias que realizam ou não o controle de qualidade dos produtos. ATIVIDADE REALIZAM O CONTROLE DE QUALIDADE DOS PRODUTOS ORIGEM AGROINDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL ANIMAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Sim, regularmente 23 59% 42 60% 16 70% 5 83% Sim, esporadicamente 11 28% 12 17% 4 17% 0 0% 5 13% 16 23% 3 13% 1 17% Não O Gráfico 18 mostra se as agroindústrias realizam ou não o controle de qualidade dos produtos. 83% 90% 80% 70% 70% 59% 60% 60% 50% 40% 28% 30% 20% 17% 23% 17% 13% 13% 17% 10% 0% Origem animal Origem vegetal sim, regularmente Panificação sim, esporadicamente Outras não Gráfico 18 - Total de agroindústrias que realizam ou não o controle de qualidade dos produtos . 74 5.6 R ESULTADOS SOBRE O FATURAMENTO A Tabela 60 mostra se as agroindústrias apuram os resultados sobre o faturamento e com que periodicidade. O percentual de 15% para agroindústrias de origem vegetal que não apuram os resultados sobre o faturamento é muito expressivo. Soma-se aquelas que não disseram como apuram os resultados o percentual passa a ser de 28%, ou seja, dificilmente essas agroindústrias conseguem ser competitivas considerando um ponto de equilíbrio capaz de suportar os custos de produção. Elas trilham uma linha muito tênue de viabilidade que pode acabar com seu esgotamento econômico. Tabela 60 - Total de agroindústrias que apuram os resultados sobre o faturamento e a periodicidade. ATIVIDADE APURAM OS RESULTADOS SOBRE O FATURAMENTO ORIGEM Semanalmente ANIMAL AGROINDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS 6 15% 6 8% 6 25% 1 17% 23 58% 27 38% 14 58% 2 33% Anualmente 6 15% 18 25% 0 0% 1 17% Não realizam este controle 3 8% 11 15% 2 8% 1 17% Outras formas 2 5% 9 13% 2 8% 1 17% Mensalmente 5.6.1 MARGEM L ÍQUIDA DE FATURAMENTO A Tabela 61 mostra, para as agroindústrias que apuram os resultados, qual é a margem líquida de faturamento. Tabela 61 - Margem líquida de faturamento apontada pelas agroindústrias. ATIVIDADE SE APURA OS RESULTADOS, QUAL É A MARGEM LÍQUIDA DE FATURAMENTO DA AGROINDÚSTRIA DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Origem animal 28 *80% 7 *20% 0 *0% 0 *0% Origem vegetal 20 *34% 32 *55% 5 *9% 1 *2% Panificação 6 *26% 15 *65% 2 *9% 0 *0% Outras 2 *40% 2 *40% 1 *20% 0 *0% OBS: *Percentual referente ao número total de agroindústrias, da mesma cadeia, que responderam o questionário. 75 A faixa de faturamento líquido compreendida entre 1 e 25% é a mais coerente dentro do mercado atual. Quando se constata que os produtos de origem vegetal e panificação apresentam um percentual maior para a faixa compreendida entre 25 a 50%, deve-se considerar que, em muitos destes casos, não é considerado o prólabore na formação dos preços, ou seja, o resultado do faturamento líquido não levou em consideração o valor da mão-de-obra familiar. Neste caso, o faturamento líquido é menor do que o presumido. O Gráfico 19 mostra, para as agroindústrias que apuram os resultados, qual é a margem líquida de faturamento. 100% 90% 80% 80% 65% 70% 55% 60% 50% 40% 34% 40% 30% 26% 20% 20% 20% 10% 9% 9% 2% 0% 0% Origem animal Origem vegetal Panificação de 1 a 25% de 26 a 50% de 51 a 75% Outras de 76 a 100% Gráfico 19 - Margem líquida de faturamento apontada pelas agroindústrias. 5.7 F ATURAMENTO BRUTO DA AGROINDÚSTRIA A Tabela 62 mostra, para as agroindústrias que apuram os resultados, qual é o faturamento bruto anual estimado. 76 Tabela 62 - Faturamento bruto anual estimado pelas agroindústrias. QUAL O FATURAMENTO BRUTO ANUAL ESTIMADO DAS AGROINDÚSTRIAS ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA ATÉ R$ 14.000,00 R$ 14.000,01 R$ 40.000,00 R$ 40.000,01 R$ 60.000,00 ACIMA DE R$ 60.000,01 ENTRE ENTRE E E Origem animal 14 39% 16 44% 1 3% 5 14% Origem vegetal 51 78% 12 18% 2 3% 0 0% Panificação 18 78% 3 13% 2 9% 0 0% 4 67% 2 33% 0 0% 0 0% Outras Os dados levantados para o faturamento bruto das agroindústrias demonstram claramente que os produtos de origem animal apresentam alto valor agregado, mas que ele não é traduzido em faturamento líquido. Esta relação pode ser compreendida com os valores praticados nos custos da matéria-prima. As matériasprimas de origem vegetal têm um valor agregado muito baixo quando comparadas às carnes. A veracidade da afirmação é melhor entendida quando se compara o custo de produção de um quilograma de carne para o de um vegetal. Um exemplo que se pode usar é o de um vidro de conserva de pepino em que o valor correspondente ao custo da matéria-prima não supera os vinte centavos, ou seja, se aumentar vinte centavos no preço final do produto está dobrando o valor da matéria-prima contida naquele vidro. Em um produto cárneo, dificilmente se consegue dobrar o valor da matériaprima sem que ele perca a competitividade dentro do mercado. O gráfico 20 mostra, para as agroindústrias que apuram os resultados, qual é faturamento bruto anual estimado. 77 100% 90% 78% 78% 80% 67% 70% 60% 50% 40% 44% 39% 33% 30% 18% 20% 10% 14% 3% 13% 9% 3% 0% Origem animal Origem vegetal Panificação Outras até R$ 14.000,00 entre R$ 14.000,01 e R$ 40.000,00 entre R$ 40.000,01 e R$ 60.000,00 Acima de R$ 60.000,01 Gráfico 20 - Faturamento bruto anual estimado pelas agroindústrias. 78 6 CARACTERIZAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS 6.1 F ORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO A Tabela 63 apresenta o total de agroindústrias que atuam ou não junto a uma rede de agroindústrias e/ou de organizações de comercialização. Tabela 63 - Total de agroindústrias que atuam ou não junto a uma rede de agroindústrias e/ou de organizações de comercialização. ATUA JUNTO A UMA REDE DE AGROINDÚSTRIAS E/ OU DE ORGANIZAÇÕES DE COMERCIALIZAÇÃO ATIVIDADE ORIGEM ANIMAL AGROINDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Sim 10 24% 10 14% 5 22% 0 0% Não 31 76% 60 86% 18 78% 6 100% A atuação das agroindústrias em sistemas de rede é um conceito moderno e que traz um ilimitado número de vantagens. As principais são: diminuição com os custos de logística, diversificação da oferta de produtos nos mercados, maior poder de negociação das condições de pagamento com o varejo, compras casadas de insumos e embalagens que sejam comuns aos processos, entre outras. Sempre que se fala em executar projetos de agroindústrias a primeira pergunta que surge é se elas já têm mercado e como os produtos chegaram até ele. A pergunta é pertinente à medida que o grande varejo encontra-se na mão de poucas multinacionais que praticam suas exigências de forma descabíveis e excludente. Aliada a isso, encontra-se uma malha viária em precárias condições e poucas opções de empresas que atuem na logística de distribuição de alimentos, em especial os perecíveis. A maior dificuldade das agroindústrias que não atuam em rede é que tendo uma pequena escala de produção, pouca diversificação de produtos e, por vezes, distantes dos mercados, a periodicidade com que ela consegue chegar até eles é baixa e por isso inviável para o comprador. 6.2 DESTINO DA COMERCIALIZAÇÃO A Tabela 64 apresenta para quem é feita a venda dos produtos das agroindústrias. A Tabela 64 revela um dado importante que é o percentual elevado de vendas realizadas dentro da própria propriedade. Este pode ser o resultado de ações do poder local com relação ao turismo rural ou simplesmente o reconhecimento do consumidor pela qualidade dos produtos elaborados naquela propriedade. A venda dentro da propriedade permite a análise, por parte dos consumidores, de aspectos relativos à higiene do local e pessoal envolvidos não só na agroindústria mas de toda a cadeia produtiva. As vantagens deste comércio são a diminuição dos custos, o maior controle da qualidade dos produtos que chegam até os consumidores, entre outros. Tabela 64 - Destino da comercialização dos produtos das agroindústrias. P ARA QUEM VENDE ATIVIDADE AGROINDUSTRIAL ORIGEM ANIMAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Direto para o consumidor na propriedade 21 51% 51 73% 16 70% 1 14% Direto ao consumidor em feiras 10 24% 29 41% 11 48% 1 14% 2 5% 9 13% 3 13% 0 0% 11 27% 26 37% 13 57% 2 29% 7 17% 19 27% 5 22% 1 14% 26 63% 39 56% 8 35% 2 29% Atacadista 3 7% 7 10% 1 4% 2 29% CEASA 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% Mercado do produtor 3 7% 2 3% 4 17% 0 0% Lojas especializadas 0 0% 0 0% 0 0% 2 29% 19 46% 24 34% 7 30% 1 14% Merenda escolar 9 22% 6 9% 5 22% 0 0% Compras institucionais estaduais 1 2% 1 1% 1 4% 0 0% Compras institucionais federais 2 5% 5 7% 2 9% 0 0% Cooperativa/rede de organizações de comercialização ou de agroindústrias familiares 7 17% 10 14% 3 13% 1 14% Outros mercados institucionais 1 2% 1 1% 1 4% 0 0% Outros 4 10% 7 10% 2 9% 3 43% Direto ao consumidor em pontos de estrada Direto ao consumidor a domicílio Intermediários Supermercados Mercearias, padarias e mercados 80 Como os produtos cárneos são mais susceptível a perecer há um grau de dificuldade maior de comercializa-los junto aos mercados institucionais. Historicamente os mercados institucionais dão preferência por produtos de fácil preparo e que necessitem de menor tempo de preparo e de mão-de-obra. O mercado institucional ainda necessita ser explorado e se constitui em excelente alternativa para as agroindústrias familiares. O aspecto de necessidades especiais de armazenagem pode ser a explicação destes produtos estarem chegando mais aos supermercados quando comparados as demais atividades. A estrutura de armazenagem e acondicionamento dos produtos nas redes de supermercado são um diferencial em comparação aos pequenos mercados. Outro motivo aparente é a maior inserção das agroindústrias de origem animal deste estrato à legislação sanitária. O enquadramento à legislação sanitária exige um aumento de escala para cobrir os custos. Destacam-se ainda os percentuais elevados de venda em domicílio e em feiras. Relacionado as vendas em domicílio, cita-se um serviço importante que está a disposição das agroindústrias que é o Vitrine Rural. O Vitrine Rural é um serviço disponibilizado dentro do Site da EMATER/RS - ASCAR, ao qual os produtores podem cadastrar seus produtos e comercializá-los pela Internet. 6.3 A BRANGÊNCIA DA COMERCIALIZAÇÃO A Tabela 65 apresenta como está distribuído o mercado consumidor para os produtos de origem animal. 81 Tabela 65 - Distribuição do mercado consumidor para os produtos de origem animal. ORIGEM O MERCADO DOS PRODUTOS ESTÁ DISTRIBUÍDO DE 1 A 25% DE 26 A 50% ANIMAL DE 51 A 75% DE 76 A 100% Para o próprio município 5 8% 8 14% 2 3% 22 37% Para municípios da região 3 5% 7 12% 3 5% 4 7% Para o estado 0 0% 1 2% 1 2% 3 5% Para outros estados 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% Para o exterior 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% A Tabela 66 apresenta como está distribuído o mercado consumidor para os produtos de origem vegetal. Tabela 66 - Distribuição do mercado consumidor para os produtos de origem vegetal. ORIGEM VEGETAL O MERCADO DOS PRODUTOS ESTÁ DISTRIBUÍDO DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Para o próprio município 16 12% 19 14% 7 5% 25 18% Para municípios da região 11 8% 19 14% 7 5% 12 9% Para o estado 8 6% 3 2% 3 2% 2 1% Para outros estados 5 4% 1 1% 0 0% 0 0% Para o exterior 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% A Tabela 67 apresenta como está distribuído o mercado consumidor para os produtos de panificação. Tabela 67 - Distribuição do mercado consumidor para os produtos de panificação. P ANIFICAÇÃO O MERCADO DOS PRODUTOS ESTÁ DISTRIBUÍDO DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Para o próprio município 1 3% 3 9% 3 9% 16 46% Para municípios da região 5 14% 5 14% 1 3% 0 0% Para o estado 0 0% 0 0% 1 3% 0 0% Para outros estados 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% Para o exterior 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 82 A Tabela 68 apresenta como está distribuído o mercado consumidor para outros produtos. Tabela 68 - Distribuição do mercado consumidor para outros produtos. OUTROS O MERCADO DOS PRODUTOS ESTÁ DISTRIBUÍDO DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Para o próprio município 1 8% 3 25% 0 0% 1 8% Para municípios da região 1 8% 3 25% 0 0% 2 17% Para o estado 1 8% 0 0% 0 0% 0 0% Para outros estados 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% Para o exterior 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% Os resultados apresentados acima confirmam a afirmação de que as agroindústrias promovem o fortalecimento dos mercados locais. A importância desta informação é para a sensibilização do poder local das vantagens econômicas que estes empreendimentos trazem para os municípios e regiões. Viabilizar a inserção de agroindústrias nos municípios e fornecer condições adequadas de escoamento dos produtos é fortalecer a própria economia dos municípios. As agroindústrias apresentam boa capacidade de locação de mão-de-obra direta e indireta com baixo custo de investimento. 6.4 T IPO DE ENQUADRAMENTO FISCAL E INFORMALIDADE A Tabela 69 apresenta o tipo de enquadramento fiscal e o grau de informalidade das agroindústrias. Tabela 69 - Tipo de enquadramento fiscal. ATIVIDADE FORMA DE VENDA DOS PRODUTOS Nota fiscal da empresa ORIGEM ANIMAL AGROINDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS 15 36% 10 12% 4 14% 3 43% Nota fiscal da associação 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% Informal 4 10% 29 35% 9 32% 2 29% Nota fiscal da cooperativa 4 10% 6 7% 0 0% 1 14% 19 45% 37 44% 15 54% 1 14% 0 0% 2 2% 0 0% 0 0% Nota do produtor rural Sem informação 83 A comercialização dos produtos de agroindústria com a Nota do Produtor Rural foi uma excelente conquista das agroindústrias dentro do Programa de Agroindústria Familiar. Ela traz a vantagem da garantia das condições especiais dos segurados do INSS e a menor incidência de impostos. O resultado positivo desta iniciativa pode ser percebido com o expressivo número de agroindústrias que praticam suas vendas dentro desta modalidade. 6.5 CONDIÇÕES DE PAGAMENTO OFERECIDAS A Tabela 70 apresenta as principais condições de pagamento oferecidas. Tabela 70 - Principais condições de pagamento oferecidas na comercialização dos produtos de origem animal. AS PRINCIPAIS FORMAS DE RECEBIMENTO NA COMERCIALIZAÇÃO SÃO ORIGEM DE 1 A 25% DE 26 A 50% ANIMAL DE 51 A 75% DE 76 A 100% Vendas à vista 7 *10% 16 *23% 4 *6% 7 *10% 30 dias de prazo 1 *1% 15 *21% 4 *6% 10 *14% 30 e 60 dias 2 *3% 2 *3% 1 *1% 1 *1% Outras formas 1 *1% 0 *0% 0 *0% 0 *0% OBS: *Percentual referente ao número de agroindústrias que respondeu o questionário. A Tabela 71 apresenta as principais condições de pagamento na comercialização dos produtos de origem vegetal. Tabela 71 - Principais condições de pagamento na comercialização dos produtos de origem vegetal. AS PRINCIPAIS FORMAS DE RECEBIMENTO NA COMERCIALIZAÇÃO SÃO Vendas à vista ORIGEM VEGETAL DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% 10 *8% 19 *15% 11 *9% 20 *16% 30 dias de prazo 6 *5% 24 *19% 4 *3% 8 *6% 30 e 60 dias 2 *2% 8 *6% 2 *2% 6 *5% Outras formas 4 *3% 0 *0% 1 *1% 1 *1% OBS: *Percentual referente ao número de agroindústrias que respondeu o questionário. 84 A Tabela 72 apresenta as principais condições de pagamento na comercialização dos produtos de panificação. Tabela 72 - Principais condições de pagamento na comercialização dos produtos de panificação. P ANIFICAÇÃO AS PRINCIPAIS FORMAS DE RECEBIMENTO NA DE COMERCIALIZAÇÃO SÃO 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Vendas à vista 3 *8% 6 *16% 2 *5% 8 *21% 30 dias de prazo 2 *5% 5 *13% 2 *5% 4 *11% 30 e 60 dias 0 *0% 2 *5% 0 *0% 1 *3% Outras formas 0 *0% 2 *5% 0 *0% 1 *3% OBS: *Percentual referente ao número de agroindústrias que respondeu o questionário. A Tabela 73 apresenta as principais condições de pagamento na comercialização dos demais produtos. Tabela 73 - Principais condições de pagamento na comercialização dos demais produtos. AS PRINCIPAIS FORMAS DE OUTROS RECEBIMENTO NA DE COMERCIALIZAÇÃO SÃO 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Vendas à vista 1 *11% 2 *22% 0 *0% 2 *22% 30 dias de prazo 0 *0% 2 *22% 0 *0% 2 *22% 30 e 60 dias 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% Outras formas 0 *0% 0 *0% 0 *0% 0 *0% OBS: *Percentual referente ao número de agroindústrias que respondeu o questionário. 6.6 A POIO NA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS A Tabela 74 mostra se as agroindústrias recebem apoio na comercialização dos produtos. Tabela 74 - Agroindústrias que recebem apoio na comercialização dos produtos. RECEBEM APOIO NA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA SIM % NÃO % Origem animal 19 48% 21 53% Origem vegetal 46 66% 24 34% Panificação 18 78% 5 22% 4 67% 2 33% Outras 85 O Gráfico 21 mostra se as agroindústrias recebem apoio na comercialização dos produtos. 78% 80% 67% 66% 70% 60% 53% 50% 48% 40% 34% 33% 30% 22% 20% 10% 0% Origem animal Origem vegetal sim Panificação Outras não Gráfico 21 - Percentual de agroindústrias que recebem apoio na comercialização dos produtos em comparação com as que não recebem. Constata-se que as agroindústrias de processamento de produtos de origem animal são as que recebem menos apoio de entidades na organização da comercialização de seus produtos. Uma das possibilidades é a complexidade da armazenagem destes produtos e a outra, o nível maior de exigências sanitárias. Os produtos de origem animal recebem maior atenção por parte da fiscalização sanitária, porque apresentam maior potencial de risco aos consumidores. Mesmo apresentando menor percentual de informalidade, as agroindústrias de origem animal são as que têm maior dificuldade de colocação dos seus produtos no mercado. Um fator limitante de mercado é o nível de inspeção a qual está submetida a agroindústria. Diferentemente das agroindústrias de origem vegetal, onde o serviço de inspeção é único e os produtos apresentam livre circulação para todo o território nacional e por vez internacional, os produtos de origem animal estão restritos à comercialização dentro do território a qual seu nível de inspeção permite. Se a agroindústria é legalizada pelo Serviço de Inspeção Municipal, o mercado que ela pode se inserir é apenas o do seu município. Essa dificuldade criada pela Lei têm sido o motivo de uma grande discussão nacional sob a mudança da legislação sanitária. 86 A Tabela 75 mostra quais as instituições que apoiam as agroindústrias na etapa de comercialização. Tabela 75 - Instituições que apoiam as agroindústrias na etapa de comercialização. ATIVIDADE INSTITUIÇÕES ORIGEM Órgãos públicos ANIMAL AGROINDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS 15 36% 36 37% 11 28% 2 25% 3 7% 14 14% 6 15% 1 13% 10 24% 18 18% 9 23% 1 13% De cooperativas 4 10% 14 14% 5 13% 3 38% Comerciantes 2 5% 10 10% 3 8% 1 13% Outros 8 19% 6 6% 6 15% 0 0% Sindicatos Outras instituições A Tabela 76 apresenta a relação das instituições que prestam apoio as etapas de comercialização de produtos das agroindústrias e o nível de atuação delas. Tabela 76 - Relação das instituições que prestam apoio as etapas de comercialização de produtos das agroindústrias e o nível de atuação delas. INSTITUIÇÕES QUE PRESTAM APOIO AS ETAPAS DE COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS DAS AGROINDÚSTRIAS AGROINDÚSTRIAS QUE REFERIRAM RECEBER APOIO PERCENTUAL EMATER/RS - ASCAR 67 34% Prefeituras 47 24% Sindicatos 20 10% Cooperativas 24 12% Comércio Local 17 9% 2 1% 18 9% Universidades Outras A Figura 22 apresenta a relação das instituições que prestam apoio as etapas de comercialização de produtos das agroindústrias e o nível de atuação delas. 87 34% 35% 30% 24% 25% 20% 15% 10% 12% 9% 9% 10% 5% 1% 0% percentual de citação de instituições que apoiam a etapa de comercialização de produtos das agroindústrias EMATER/RS - ASCAR Comércio Local Prefeituras Universidades Sindicatos Outras Cooperativas Gráfico 22 - Percentual de citação de instituições que apoiam a etapa de comercialização de produtos de agroindústria. 6.7 M ARGEM DE CRESCIMENTO DAS VENDAS A Tabela 77 apresenta a margem de crescimento das vendas nos últimos 12 (doze) meses. Tabela 77 - Total de agroindústrias e margem de crescimento das vendas nos últimos 12 (doze) meses. COM RELAÇÃO AS VENDAS NOS ÚLTIMOS 12 MESES ATIVIDADE AUMENTARAM DA AGROINDÚSTRIA DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Origem animal 14 *58% 8 *33% 1 *4% 1 *4% Origem vegetal 21 *43% 17 *35% 4 *8% 7 *14% Panificação 9 *50% 6 *33% 1 *6% 2 *11% Outras 2 *100% 0 *0% 0 *0% 0 *0% OBS: *Percentual referente ao número de agroindústrias, da mesma cadeia, que respondeu o questionário. O gráfico 23 apresenta o percentual do número de agroindústrias que responderam que tiveram crescimento das vendas nos últimos 12 (doze) meses e o percentual de crescimento. 88 100% 100% 90% 80% 70% 58% 60% 50% 50% 43% 40% 35% 33% 33% 30% 20% 14% 11% 8% 4% 10% 6% 0% Origem animal Origem vegetal Panificação de 1 a 25% de 26 a 50% de 51 a 75% Outras de 76 a 100% Gráfico 23 - Percentual do número de agroindústrias que responderam que tiveram crescimento das vendas nos últimos 12 (doze) meses e o percentual de crescimento. A Tabela 78 apresenta o percentual do número de agroindústrias que responderam que tiveram queda nas vendas nos últimos 12 (doze) meses e o percentual de queda. Tabela 78 - Percentual do número de agroindústrias que responderam que tiveram queda nas vendas nos últimos 12 (doze) meses e o percentual de queda. COM RELAÇÃO AS VENDAS NOS ÚLTIMOS 12 MESES ATIVIDADE DIMINUÍRAM DA AGROINDÚSTRIA DE 1 A 25% DE 26 A 50% DE 51 A 75% DE 76 A 100% Origem animal 3 33% 6 67% 0 0% 0 0% Origem vegetal 5 42% 7 58% 0 0% 0 0% Panificação 1 33% 2 67% 0 0% 0 0% Outras 0 0% 1 50% 1 50% 0 0% O gráfico 24 apresenta o percentual do número de agroindústrias que responderam que tiveram queda nas vendas nos últimos 12 (doze) meses e o percentual de queda. 89 67% 70% 67% 58% 60% 50% 50% 40% 42% 33% 33% 30% 20% 10% 0% Origem animal Origem vegetal Panificação Outras de 1 a 25% de 26 a 50% de 51 a 75% de 76 a 100% Gráfico 24 - Percentual do número de agroindústrias que responderam que tiveram queda nas vendas nos últimos 12 (doze) meses e o percentual de queda. 90 7 OUTROS ASPECTOS ANALISADOS 7.1 A SSISTÊNCIA TÉCNICA A Tabela 79 mostra o número de agroindústrias que recebem e que não recebem assistência técnica. Tabela 79 - Número de agroindústrias que recebem e que não recebem assistência técnica. ATIVIDADE A AGROINDÚSTRIA RECEBE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DA AGROINDÚSTRIA SIM % NÃO % Origem animal 33 80% 8 20% Origem vegetal 62 94% 4 6% Panificação 19 83% 4 17% 5 83% 1 17% Outras A Tabela acima mostra um número grande de agroindústrias que dizem receber assistência técnica em alguma das etapas que compõem a cadeia produtiva. Estes percentuais são bem recebidos à medida que se constata o baixo grau de escolaridade dos proprietários e associados. A atividade agroindustrial é complexa, dinâmica e os mercados estão em constantes transformações, exigindo dos empreendedores o constante aperfeiçoamento. A Tabela 80 apresenta a relação das instituições que prestam assistência técnica as agroindústrias e o nível de atuação delas. Tabela 80 - Relação das instituições que prestam apoio as etapas de comercialização de produtos das agroindústrias e o nível de atuação delas. INSTITUIÇÕES QUE PRESTAM ASSISTÊNCIA TÉCNICA AGROINDÚSTRIAS QUE ÀS AGROINDÚSTRIAS REFERIRAM RECEBER APOIO EMATER/RS – ASCAR PERCENTUAL 106 63% 24 14% Cooperativas 5 3% SEBRAI 3 2% SENAR 2 1% Sindicatos 2 1% Universidade 1 1% 26 15% Prefeituras Outras A Tabela acima somente reforça a importância e a credibilidade da Extensão Rural do Estado do Rio Grande do Sul. 7.2 T REINAMENTO A Tabela 81 mostra o interesse dos beneficiários em participar de treinamentos. Tabela 81 - Interesse dos beneficiários em participar de treinamentos. O GRUPO SENTE NECESSIDADE DE PARTICIPAR DE TREINAMENTO ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA SIM % Origem animal 36 Origem vegetal Panificação Outras NÃO % 88% 5 12% 69 99% 1 1% 23 100% 0 0% 6 100% 0 0% A Tabela 82 mostra, para as agroindústrias que disseram ter interesse em participar de treinamentos, quais as áreas que seriam de melhor proveito. 92 Tabela 82 - Áreas que seriam de melhor proveito para as agroindústrias que disseram ter interesse em participar de treinamentos. ATIVIDADE ÁREAS ORIGEM ORIGEM ANIMAL VEGETAL AGROINDUSTRIAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS Administração de pequenos negócios 14 10% 30 12% 14 15% 2 8% Custos de produção e formação de preço para venda 15 11% 20 8% 10 11% 3 12% Boas práticas de fabricação 18 13% 38 15% 11 12% 4 16% Capacitação de mão-de-obra 15 11% 23 9% 10 11% 4 16% 5 4% 28 11% 10 11% 2 8% Divulgação dos produtos 14 10% 25 10% 9 10% 1 4% Controle das finanças 12 9% 7 3% 6 6% 0 0% Fabricação de produtos 22 16% 28 11% 12 13% 1 4% Cooperativismo e associativismo 5 4% 8 3% 1 1% 3 12% Produção da matéria-prima 5 4% 22 9% 2 2% 4 16% 13 9% 25 10% 8 9% 1 4% Vendas Legislação, tributação, finanças, etc. 7.3 GRAU DE SATISFAÇÃO COM A ATIVIDADE A Tabela 83 mostra o grau de satisfação com a atividade agroindustrial. Tabela 83 - Grau de satisfação com a atividade agro-industrial. QUAL O GRAU DE ATIVIDADE AGROINDUSTRIAL SATISFAÇÃO COM A ATIVIDADE AGROINDUSTRIAL Fraco ORIGEM ANIMAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS 0 0% 2 3% 1 4% 1 17% Regular 12 31% 13 19% 5 22% 2 33% Bom 27 69% 42 60% 10 43% 1 17% 0 0% 13 19% 7 30% 2 33% Ótimo 93 7.4 Ê XODO RURAL A Tabela 84 mostra as agroindústrias que registraram a ocorrência da saída de algum membro da família do meio rural para os centros urbanos. Tabela 84 - Agroindústrias que registraram a ocorrência da saída de algum membro da família do meio rural para os centros urbanos. ALGUÉM DA FAMÍLIA DEIXOU O CAMPO PARA MORAR EM CENTRO URBANO ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA SIM % % Origem animal 14 34% 27 66% Origem vegetal 14 20% 56 80% Panificação 9 39% 14 61% Outras 2 33% 4 67% NÃO O gráfico 25 mostra as agroindústrias que registraram a ocorrência da saída de algum membro da família do meio rural para os centros urbanos. 67% Outras 33% 61% Panificação 39% 80% Origem vegetal 20% 66% Origem animal 0% 34% 10% 20% 30% 40% sim 50% 60% 70% 80% 90% 100% não Gráfico 25 - Agroindústrias que registraram a ocorrência da saída de algum membro da família do meio rural para os centros urbanos. 94 7.4.1 RAZÕES A PONTADAS PARA O ÊXODO A Tabela 85 apresenta a razão principal pela qual se deu a mudança do meio rural para os centros urbanos. Tabela 85 - Razão principal pela qual se deu a mudança do meio rural para os centros urbanos. ATIVIDADE SE MUDARAM PARA CENTRO URBANO, ORIGEM A PRINCIPAL RAZÃO FOI Para estudar ANIMAL AGROINDUSTRIAL ORIGEM VEGETAL P ANIFICAÇÃO OUTRAS 7 33% 6 33% 5 50% 0 0% 13 62% 9 50% 5 50% 2 67% Não gosta de residir no campo 0 0% 1 6% 0 0% 0 0% Ajudar nas despesas da família 1 5% 2 11% 0 0% 1 33% Proposta de emprego A Figura 26 apresenta a razão principal pela qual se deu a mudança do meio rural para os centros urbanos. 70% 67% 62% 60% 50% 50% 50% 40% 33% 33% 33% 30% 20% 11% 10% 5% 6% 0% Origem animal Origem vegetal Panificação Para estudar Não gosta de residir no campo Outras Proposta de emprego Ajudar nas despesas da família Gráfico 26 - Razão principal pela qual se deu a mudança do meio rural para os centros urbanos. 95 7.4.2 RETORNO AO M EIO R URAL A Tabela 86 mostra as agroindústrias que registraram a ocorrência do retorno de algum membro da família dos centros urbanos para o meio rural. Tabela 86 - Agroindústrias que registraram a ocorrência do retorno de algum membro da família dos centros urbanos para o meio rural. ALGUÉM DA FAMÍLIA DEIXOU A ÁREA URBANA PARA MORAR NO CAMPO ATIVIDADE DA AGROINDÚSTRIA SIM % NÃO % Origem animal 7 18% 33 83% Origem vegetal 13 19% 56 81% Panificação 6 26% 17 74% Outras 3 50% 3 50% O Gráfico 27 mostra as agroindústrias que registraram a ocorrência do retorno de algum membro da família dos centros urbanos para o meio rural. 50% Outras 50% 74% Panificação 26% 81% Origem vegetal 19% 83% Origem animal 18% 0% 10% 20% 30% 40% 50% sim 60% 70% 80% 90% 100% não Gráfico 27 - Agroindústrias que registraram a ocorrência do retorno de algum membro da família dos centros urbanos para o meio rural. 96 8 CONCLUSÃO • A viabilidade das agroindústrias familiares está bastante associada a produção própria da matéria-prima; • baixo nível de escolaridade dos beneficiários exige o permanente acompanhamento técnico e o oferecimento de cursos de capacitação; • falta de capital de giro é apontada como sendo o maior problema de ordem financeira nas agroindústrias, exigindo do poder público medidas que facilitem o acesso ao crédito; • programa de Agroindústria Familiar do Estado do Rio Grande do Sul contribuiu decisivamente para o estimulo de iniciativas associadas a implantação de agroindústrias; • desenvolver políticas de apoio a iniciativas de empresas de fabricação de equipamentos para agroindústrias que visem atender a agroindústria familiar, se faz necessário; • fica constatada a forte presença do poder público e da extensão rural oficial na assistência técnica às agroindústrias. REFERÊNCIAS RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Agroindústria familiar: gerando trabalho e renda no campo e na cidade – Sabor Gaúcho. Porto Alegre: EMATER/RS, 2002. 47 p. (Programa da Agricultura Familiar. Cadernos Temáticos, 1). PUBLICAÇÕES DA SÉRIE REALIDADE RURAL Vol. 1 O setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas (Resumo Geral). – Publicado em 1991. Vol. 2 O Setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas (Análises Setoriais). – Publicado em 1991. Vol. 3 O Setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas (Análises por Atividades). – Publicado em 1991. A Incorporação de Pequenos e Médios Produtores no Processo de Integração do MERCOSUL. – Publicado em 1992. Lã e Carne Ovina: O MERCOSUL, Frente aos Maiores Produtores Mundiais. – Publicado em 1993. Vol. 4 Vol. 5 Vol. 6 Vol. 7 Vol. 8 Sojicultura Rio-Grandense - Panorama Setorial/MERCOSUL. – Publicado em 1993. O Panorama Setorial da Bovinocultura de Corte Gaúcha no Processo de Integração do MERCOSUL. 2ª edição. – Publicado em 1995. O Panorama Setorial da Triticultura Gaúcha no Processo de Integração do MERCOSUL. – Publicado em 1993. Vol. 9 Vol. 10 A Suinocultura Rio-Grandense: um Panorama Setorial no MERCOSUL. – Publicado em 1994. O Panorama Setorial do Feijão no Processo do MERCOSUL. – Publicado em 1994. Vol. 11 Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pela EMATER/RS - 1992/93. – Publicado em 1994. Vol. 12 O Panorama Setorial da Cultura da Maçã no Processo de Integração do MERCOSUL. – Publicado em 1994. A Cultura do Pêssego no Rio Grande do Sul, no Processo de Integração do MERCOSUL. – Publicado em 1994. Diagnóstico Agroeconômico da Cebola no Rio Grande do Sul. – Publicado em 1995. Vol. 13 Vol. 14 Vol. 15 Vol. 16 Diagnóstico do Setor Pesqueiro do Rio Grande do Sul. – Publicado em 1995. Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pela EMATER/RS - 1993/94. – Publicado em 1995. Vol. 17 Diagnóstico do Setor Leiteiro do Rio Grande do Sul no Âmbito do MERCOSUL. – Publicado em 1995. Vol. 18 Vol. 19 O Milho no Contexto Mundial, Nacional e do Rio Grande do Sul. – Publicado em 1995. Situação da Atividade Ervateira no Rio Grande do Sul. – Publicado em 1995. Vol. 20 Vol. 21 Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pela EMATER/RS - 1994/95. – Publicado em 1996. Diagnóstico do Setor Vitivinícola. – Publicado em 1996. Vol. 22 Vol. 23 Vol. 24 MERCOSUL em Números (I Parte). – Publicado em 1997. Panorama do Setor de Grãos no MERCOSUL. – Publicado em 1998. Política Agrícola Comum na União Européia. – Publicado em 1998. Vol. 25 A Produção de Grãos e o Comércio Agrícola na Área de Livre Comércio das Américas – ALCA. – Publicado em 1998. Elementos do Comércio Internacional. – Publicado em 1998. Vol. 26 Vol. 27 Uma Discussão sobre a Importância do Planejamento de um Desenvolvimento Sustentável no Contexto do Mundo Globalizado. – Publicado em 1999. Vol. 28 Vol. 29 Levantamento da Fruticultura Comercial do Rio Grande do Sul. – Publicado em 2002. Estudo da Cadeia Produtiva dos Citros no Vale do Caí/RS. – Publicado em 2002. Vol. 29 (30) Região Administrativa de Porto Alegre: leitura da paisagem regional. – Publicado em 2002. continua... PUBLICAÇÕES DA SÉRIE REALIDADE RURAL ... continuação Vol. 31 Panorama do Conselho de Desenvolvimento da Região do Médio Alto Uruguai. 2ª edição atualizada – Publicado em 2003. Vol. 32 Vol. 33 Trigo. – Publicado em 2003. Safras de Verão – 2002/2003. – Publicado em 2003. Vol. 34 Vol. 35 Pecuária Familiar. – Publicado em 2003. Panorama do Conselho de Desenvolvimento da Região da Produção. – Publicado em 2003. Vol. 36 Vol. 37 Estudos de Casos de Tecnologia e Custos de Produção na Pecuária Leiteira. – Publicado em 2004. Cultura do Trigo: Panorama da Safra 2003. – Publicado em 2004. Vol. 38 Vol. 39 Vol. 40 Turismo Rural – Publicado em 2004. Ação Extensionista e Formação de Capital Social. – Publicado em 2004. Programa de Desenvolvimento da Pecuária Familiar. – Publicado em 2004. Vol. 41 Desenvolvimento Local Sustentável. – Publicado em 2004. A Produção de Vinho e Cachaça na Pequena Propriedade – Microrregião de Marau. – Publicado em 2005. Vol. 42 Vol. 43 Ação Coletiva para Viabilização da Agricultura Familiar no Município de São Paulo das Missões – Noroeste do RS. – Publicado em 2005. Vol. 44 Economia do setor agropecuário no Rio Grande do Sul: Produção, Comercialização e Mercado Externo. – Publicado em 2006. A importância da pluriatividade como estratégia de reprodução da agricultura familiar – o caso da comunidade de Aguapés no município de Osório/RS. – Publicado em 2006. Jogos Rurais Sol a Sol – O Lazer e a Recreação no Desenvolvimento do Meio Rural – Publicado em 2006. Vol. 45 Vol. 46 Vol. 47 Diagnóstico das Unidades Agroindustriais – Área de abrangência da Mesorregião Grande Fronteira do MERCOSUL – Rio Grande do Sul. – Publicado em 2006.