O PROCESSO DE TRABALHO E O IMPACTO NA SAÚDE DOS
AVICULTORES E SUINOCULTORES DO OESTE DE SANTA CATARINA
Irme Salete Bonamigo i
Arlene Renkii
Lucimare Ferraziii
Ana Paula Rissoniv
Resumo: No Brasil, poucas pesquisas foram realizadas acerca da saúde do trabalhador rural, as
informações para estes estudos epidemiológicos, provém de fontes secundárias, ou então, a
população rural é comparada a população urbana sob vários aspectos e recortes (FARIA et al., 2000;
SILVA et al., 2005). Na região oeste de Santa Catarina em específico, não se identificou estudos
acerca da saúde do avicultor e suinocultor. A coleta de informações para esta pesquisa realizou-se a
partir da elaboração e aplicação de um formulário para avicultores e suinocultores de três cidades do
oeste de Santa Catarina, além de pesquisa bibliográfica e documental acerca do assunto. A aplicação
do formulário na cidade de Lindóia do Sul e Caibi deu-se a partir da parceria com acadêmicos do
Curso Agronomia, no contexto de realização do Estágio de Vivência Ativa (EVA), e na cidade de
Nova Erechim pela bolsista desta pesquisa. Com relação à saúde dos trabalhadores, os principais
problemas de saúde referidos pelos participantes da pesquisa estão relacionados às dores
musculares e aos problemas de coluna, que são apontados sozinhos ou integrados a outros
sintomas. A maior parte dos integrados afirma já ter tido em sua família algum problema de saúde
resultante do trabalho exercido na suinocultura e avicultura. O Posto de Saúde foi o principal órgão ao
qual recorreram para assistência à saúde. A partir desses indicativos, ressalta-se a importância da
proposição de medidas preventivas e articuladas numa visão sistêmica (privado e publico) e não
apenas restrita ao quadro legal, insuficiente para dar conta de problemática. Trata-se de ampliar a
capacidade de intervenção nas condições de trabalho na agricultura. A pesquisa bibliográfica permitiu
identificar escassez de estudos sobre condições de trabalho e saúde do trabalhador rural, indicando a
importância e necessidade de realização de investigações como esta.
Palavras-chave: Trabalho; Saúde; Avicultura; Suinocultura.
1. Introdução
A Lei Orgânica da Saúde, N° 8080 de setembro de 1990, estabelece que a
“saúde tem como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o
transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços essenciais”. Também ressalta que
“os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do país”.
i
Docente do Mestrado em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais da Unochapecó. Doutora em
Psicologia Social pela UERJ, [email protected].
ii
Docente da Unochapecó, doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ,
[email protected].
iii
Docente da Área de Ciência da Saúde da Unochapecó e do Departamento de Enfermagem da
UDESC. Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo. [email protected].
iv
Bolsista, acadêmica do 7º Período de Psicologia da Unochapecó, [email protected].
A partir desse conceito ampliado de saúde, que extrapola o significado de
saúde como mera ausência de doença, a saúde do trabalhador deve ter como foco
de suas investigações não apenas os riscos, mas também os fatores que
determinam a proteção ou exposição aos agravos à saúde. Portanto, a vigilância em
saúde do trabalhador deve ir além da produção exclusiva de informações sobre o
monitoramento de doenças específicas. Desse modo, deve-se ter uma abordagem
dos problemas de saúde que insira a análise das condições de vida de uma
população, abrangendo seus diversos aspectos – econômico, social, ambiental
(TEIXEIRA et al., 1998).
No Brasil, poucas pesquisas foram realizadas acerca da saúde do trabalhador
rural, as informações para estes estudos epidemiológicos, provém de fontes
secundárias, ou então, a população rural é comparada a população urbana sob
vários aspectos e recortes (FARIA et al., 2000; SILVA et al., 2005). Na região oeste
de Santa Catarina em específico, não se identificou pesquisa realizada acerca da
saúde do avicultor e suinocultor. O que se observa são avanços e investimentos na
tecnologia da agroindústria, visando lucro e baixo custo de produção para as
agroindústrias.
A modernização da agricultura teve como uma das conseqüências o aumento
os riscos de acidentes e a sua gravidade, bem como fez aparecer outros
(FERLBERG; SANTOS; TOMASI, 2001). E neste processo, a saúde dos
trabalhadores rurais, acaba sendo negligenciada, principalmente por parte da
agroindústria a qual estão integrados.
Para Salmona (2007) o processo de modernização agrícola, através da
mecanização, introdução de métodos de gestão, a informatização, a utilização
massiva agrotóxicos e adubos químico, implementado a partir dos anos de 1970,
tem gerado problemas múltiplos de saúde decorrentes, tais como, acidentes de
trabalho, doenças, depressão e suicídios. Embora o estudo tenha sido realizado na
França, as análises da autora se aproximam em muitos aspectos da realidade
enfrentada e vivenciada pelos agricultores do oeste catarinense.
O Oeste Catarinense possui 1,1 milhão de habitantes, dos quais 361 mil
vivem no meio rural (IBGE, 2006). Sua economia é baseada na agropecuária, da
qual dependem os demais setores1. Nas últimas décadas, passou a abrigar as
maiores indústrias agroalimentares de carnes de suínos e aves da América Latina,
as quais introduziram a integração vertical2 em relação aos produtores rurais. Essa
alteração teve várias implicações, tais como a perda da autonomia no processo
produtivo dos agricultores, a concentração da produção e a consequente exclusão
em massa dos produtores e o agravamento de problemas ambientais (DORIGON;
RENK, 2010).
Este artigo discute informações produzidas a partir de estudo realizado na
região oeste de Santa Catarina acerca das condições de trabalho e saúde do
avicultor e suinocultor. Compreende-se que, embora baseado em um pequeno
recorte da população, esta pesquisa contém alguns indicativos importantes que
contribuem para a elaboração de outros projetos de pesquisas sobre o tema e
também para a proposição e avaliação de políticas sociais direcionadas ao
trabalhador rural.
2. Material e métodos
Foi realizada pesquisa mista, por meio da análise de publicações acerca das
condições de trabalho e saúde do avicultor e suinocultor e da elaboração e aplicação
de um formulário3 a suinocultores e avicultores, integrados e ex-integrados de
agroindústrias da região oeste, em parceria com o Estágio de Vivência Ativa (EVA)4.
Para a elaboração e aplicação do formulário, inicialmente foi realizado contato
com o Coordenador do Curso de Agronomia da Unochapecó e com o Coordenador
do EVA, para uma possível colaboração dos estagiários. Assim que o apoio foi
confirmado, realizou-se um momento de apresentação do projeto de pesquisa e da
proposta de formulário e combinações referentes ao seu processo de aplicação. Os
formulários continham perguntas com alternativas de múltipla escolha e questões
com respostas abertas, um deles destinado aos avicultores e suinocultores
integrados e o outro aos ex-integrados à agroindústria.
A coleta de dados contou com a participação de 21 acadêmicos 5 do Curso de
Agronomia que aplicaram os formulários a produtores em duas cidades diferentes,
Lindóia do Sul e Caibi. Posteriomente, a bolsista deste projeto aplicou formulários
também em Nova Erechim. Foram, ao total, 29 formulários aplicados, quatro a
avicultores e suinocultores ex-integrados de agroindústrias e 25 a integrados das
agroindústrias da região. Do total de 25 integrados, 13 são avicultores, nove são
suinocultores e três exercem ambas as atividades. Do total de quatro ex-integrados,
três exerciam as atividades de avicultura e um de suinocultura. Os critérios para a
seleção de cidades e dos participantes da pesquisa foram a facilidade de acesso
dos pesquisadores e o vínculo já estabelecido entre os acadêmicos do curso de
Agronomia e os produtores das propriedades onde realizaram seu estágio.
Também foram considerados como fonte de informação os relatos resultantes
de uma reunião, realizada em março de 2009, com avicultores de município de
Coronel Freitas (SC), localizado a 30 km de Chapecó. Estiveram presentes 46
avicultores, todos com contrato de integração a alguma indústria agroalimentar da
Região, autoridades e técnicos das secretarias municipais da saúde e da agricultura
e Procurador Regional do Trabalho, com o objetivo de levantar problemas
enfrentados em suas atividades e possíveis medidas a serem tomadas por tais
órgãos públicos.
3. Apresentação e discussão dos resultados
No Brasil, nos anos 50, aconteceu a chamada "Revolução Verde”, que
modificou profundamente as práticas agrícolas, gerando mudanças ambientais, na
carga de trabalho e nos efeitos sobre a saúde do trabalhador rural (Faria et al.,
2000). A partir deste período, o desenvolvimento da agricultura foi acompanhada por
incremento de pesquisas agronômicas, sociológicas, econômicas e tecnológicas.
Porém, na saúde pública o investimento ainda é pouco. Os autores analisam que
uma das dificuldades para a realização de estudos com base populacional é a
dispersão dos trabalhadores rurais.
A chegada da tecnologia ao campo agrícola resultou também em novos tipos
de acidentes de trabalho. Pois, com o objetivo de aumentar a produtividade,
ampliou-se a força mecânica e a utilização de defensivos agrícolas “situação a qual
diversos trabalhadores rurais não estavam preparados para utilizá-las de forma
adequada, o que desencadeou sérios acidentes” (FREITAS; TEIXEIRA, 2003, p.84).
Segundo Salmona (1994, 2004, 2007), entre os problemas de saúde gerados
pela modernização da agricultura, podem ser destacadas doenças psíquicas e
mentais, acidentes de trabalho, exclusão progressiva das mulheres, conflitos
familiares, especialmente os intergeracionais, levando à rupturas do grupo familiar,
negação dos conhecimentos tradicionais dos agricultores e suas conseqüências
negativas sobre a valorização e autoestima destas populações rurais.
Estas patologias do corpo, da psique, da vida familiar e relacional do grupo
familiar podem ser, conforme Salmona (2004), visíveis, perceptíveis, mensuráveis
num período de transformações tecnológicas, de banalização científica e técnica,
particularmente no início e ao fim do período de estímulo, pois acidentes de trabalho,
incapacitações profissionais temporárias ou definitivas, depressão e estados présuicídios demarcam os tempos e a história de estímulo econômico.
Com base nessa realidade atualmente encontrada na agricultura, a
Organização Internacional de Trabalho – OIT afirma que o trabalho rural é
significativamente mais perigoso do que outras atividades realizadas em outros
locais de trabalho, estimando que milhões de agricultores sofram sérios problemas
de saúde (FREITAS; TEIXEIRA, 2003).
A partir da aplicação dos questionários foi possível perceber alguns motivos
que levaram estes integrados a exercerem atividades com avicultura e/ou
suinocultura como: ampliação da renda familiar, incentivo por parte da cooperativa e
técnico, falta de mão de obra para os serviços da lavoura, gosto por estas
atividades, função exercida na casa dos pais e continuada após o casamento. Os
produtores pesquisados referiram integração com as seguintes agroindústrias:
Aurora, Diplomata, Friaves, Globo Aves, Sadia e uma não identificada. E os exintegrados com as agroindústrias Aurora, Chapecó e Sadia. A grande maioria
apontou que as atividades, tanto na avicultura como na suinocultura, são exercidas
pelos membros do grupo familiar.
No que se refere a relação estabelecida entre os produtores e as
agroindústrias, a maioria dos pesquisados (68%) consideram que as exigências das
agroindústrias são muitas e 32% razoáveis. Como exemplos de exigências foram
citados: a necessidade de investimentos tanto na estrutura física do estabelecimento
quanto em equipamentos para manter o aviário ou o chiqueiro dentro dos padrões
que a agroindústria solicita; a licença ambiental do chiqueiro; os cuidados com a
linhagem das aves que é muito sensível.
Outro aspecto ressaltado pelos produtores foram as dificuldades financeiras.
Um dos avicultores, ao ser questionado se deseja continuar com as atividades,
respondeu que “tem que continuar, ainda mais agora, por causa do financiamento.”
Esta queixa relacionada ao endividamento junto aos bancos para cumprir as
exigências das agroindústrias também foi apontada na reunião que aconteceu em
2009 na cidade de Coronel Freitas, na qual estavam presentes avicultores desta
cidade e região. Ou seja, mesmo com o descontentamento frente as inúmeras
exigências da agroindústria, alguns trabalhadores rurais obrigam-se a prosseguir
com as atividades em decorrência de financiamentos realizados.
O investimento necessário para construir e manter um aviário, de acordo com
a classificação e exigência das agroindústrias, foi apresentado também na notícia
publicada no site Agromundo, em 21 de setembro de 2010 que, dentre outras
informações, apresenta os valores dos três sistemas de produção de aviários, são
eles: 1) aviário convencional, com custo total de R$ 158,5 mil reais (as instalações
custam cerca de R$ 90,6 mil reais e os equipamentos R$ 67,9 mil reais); 2) aviário
automatizado com custo de R$ 177,5 mil reais (as instalações custam cerca de R$
90,6 mil reais e equipamento R$ 86,9 mil reais), e 3) aviário climatizado com custo
de R$ 597,2 mil reais (as instalações custam cerca de R$ 328,5 mil reais e
equipamentos R$ 268,6 mil reais).
Quanto à remuneração resultante da integração, entre os 29 produtores
pesquisados, 40% dos integrados a consideram baixa, 36% satisfatória e 20% boa.
Ainda, 50% dos ex-integrados consideravam a remuneração boa e 50% baixa. Em
seus relatos, os avicultores e suinocultores afirmam que seu trabalho não é
devidamente recompensado pela agroindústria como deveria, consideram o
investimento alto (conforme citado acima) e o retorno baixo. Um avicultor integrado,
referindo-se ao valor pago pela carne do frango diz que “Não tem um valor fixo. O
preço varia de R$ 0,27 a R$ 0,40 Kg”. Estas informações são confirmadas pela
pesquisa documental, com reportagens sobre a realização de muitos encontros para
avaliar os custos de produção e negociar o valor pago pelas agroindústrias. Assim,
este conjunto de informações apresenta fortes indicativos quanto a insatisfação da
remuneração recebida, e mesmo sendo possível perceber que existem avicultores e
suinocultores que gostam e sentem prazer em desempenhar esta atividade, a falta
de reconhecimento de seu trabalho desmotiva-os.
Além da remuneração, há outros aspectos relacionados ao trabalho que
incomodam os integrados: presença de gases e cheiros fortes, fazer ou manter o
fogo aceso durante a noite e interromper sua hora de descanso (tanto durante o dia
como nos finais de semana) para trabalhar. A maioria dos integrados apontou que é
necessário dirigir-se ou pernoitar no chiqueiro ou aviário no inverno, principalmente
para os avicultores, quando as aves são pequenas. Mesmo referenciando aspectos
incomodativos relacionados à produção de aves e suínos, quando comparadas as
atividades da agricultura com a suinocultura e avicultura, 52% dos integrados
consideram que o trabalho exercido na avicultura ou suinocultura é menos pesado
que o trabalho exercido na agricultura, 32% afirmam que as condições são iguais e
16% que são mais pesadas que a agricultura. Nesta mesma comparação, 75% dos
ex-integrados consideram que as condições de trabalho na avicultura ou
suinocultura são menos pesadas que a agricultura e 25% iguais.
Foi possível perceber que grande parte das famílias pesquisadas possui
apenas duas ou três pessoas que realizam atividades da avicultura e/ou
suinocultura, e acrescentam a esta rotina atividades com a lavoura, gado de corte e
gado de leite. Mesmo que exista variação no tamanho da propriedade e na
quantidade de tarefas, apenas duas ou três pessoas trabalhando pode fazer com
que aconteça uma carga de trabalho elevada, prejudicando diretamente a saúde.
Os aspectos de trabalho interferem diretamente na saúde dos trabalhadores,
sendo que nesta pesquisa os principais problemas de saúde apresentados estão
relacionados às dores musculares e aos problemas de coluna, que são apontados
sozinhos ou integrados a outros sintomas, presentes em 68% dos pesquisados.
Ainda, 75% dos integrados participantes da pesquisa afirmaram já ter tido em sua
família algum problema de saúde relacionado ao trabalho exercido na suinocultura e
avicultura.
A pesquisa possibilitou identificar nitidamente aspectos que deixam o
organismo do avicultor e suinocultor suscetível a problemas de saúde, como
exposição a quedas bruscas de temperatura, manuseio de material tóxico e
inflamável, esforço físico intenso e/ou inadequado, irregularidade para horário de
descanso e, ainda, frustrações quando a remuneração recebida. Além destes, Faria
et al. (2000) afirma que, dentre os fatores que contribuem para o desencadeamento
de transtornos psiquiátricos, pode-se elencar a migração dos filhos para a cidade e
os empecilhos da natureza para uma boa safra. Na reunião que aconteceu em 2009,
em Coronel Freitas, os avicultores também referiram a presença de alto índice de
doenças psicológicas, com destaque para a depressão, causados pelo excesso de
trabalho, baixo reconhecimento do seu trabalho pelas agroindústrias, baixa
remuneração, endividamento, pressão e autoritarismo dos técnicos na sua relação
com os avicultores integrados.
Nos momentos em que precisaram procurar assistência a saúde, 48% dos
integrados dirigiram-se ao Posto de Saúde, 20% à farmácia, 8% ao hospital, e
embora em menor frequencia, também recorreram agente de saúde, curandor ou
benzedor, massagista e Previdência Social.
Embora seja comum encontrar na fala dos agricultores seus problemas de
saúde em decorrência de seu trabalho, a pesquisa bibliográfica permitiu identificar
escassez de estudos sobre condições de trabalho e saúde do trabalhador rural,
indicando a importância e necessidade de realização de investigações como esta,
bem como que a partir da análise documental não é possível encontrar informações
acerca do assunto. Portando, objetiva-se que este estudo seja o ponto inicial para a
realização de outros estudos e de intervenções quanto a essa classe de
trabalhadores.
4. Considerações
Os resultados da pesquisa permitem tornar visíveis algumas condições de
trabalho e problemas de saúde que atingem o trabalhador rural (suinocultor e
avicultor) integrado a agroindústrias do oeste catarinense. O principal motivo para a
integração é ampliação da renda familiar dos produtores. No entanto, uma parte
significativa dos produtores pesquisados a consideram baixa, o que é motivo para
alguns abandonarem a atividade, já que consideram um investimento alto para um
retorno baixo.
Quanto
às
condições
de
trabalho,
foram
citados
alguns
aspectos
incomodativos como presença de gases e cheiros fortes, fazer ou manter o fogo
aceso durante a noite, interromper a hora de descanso para trabalhar, dirigir-se
várias vezes ou pernoitar no chiqueiro ou aviário no inverno. A maioria dos
agricultores afirma que são muitas as exigências das agroindústrias, todavia as
atividades relacionadas à avicultura e suinocultura foram consideradas por grande
parte dos pesquisados menos pesadas ou iguais as atividades desempenhadas na
agricultura.
No que se refere à saúde dos trabalhadores, o principal problema de saúde
apresentado está relacionado às dores musculares e aos problemas de coluna, que
estão apontados sozinhos ou integrados a outros sintomas. Para a assistência à
saúde, recorrem principalmente ao Posto de Saúde, o que remete para a
necessidade de organizar a atenção à saúde do trabalhador rural no âmbito do
Sistema Único de Saúde em particular na Atenção Básica, o que poderá refletir
diretamente na mudança de hábitos (SILVA et al., 2005). A partir desses indicativos,
ressalta-se a importância da proposição de medidas preventivas e articuladas numa
visão sistêmica (privado e publico) e não apenas restrita ao quadro legal, insuficiente
para dar conta de problemática. Trata-se de ampliar a capacidade de intervenção
nas condições de trabalho na agricultura.
Referências:
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em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm>. Acesso em: jun. 2011
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TEIXEIRA, Monica La Porte; FREITAS, Rosa Maria Vieira de. Acidentes do trabalho
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1
Embora existam outras indústrias - metal-mecânica, moveleira e outras -, a economia regional
depende principalmente das indústrias agroalimentares e de atividades comerciais e de serviços
direta ou indiretamente ligadas à agropecuária, que constitui o núcleo dinâmico da economia.
2
Entende-se por „integração vertical‟ o sistema de contratos pelo qual as indústrias agroalimentares
fornecem as matrizes, a alimentação, a medicação, a assistência técnica e garante a compra dos
animais, cabendo aos agricultores os investimentos nas instalações e equipamentos e a mão-de-obra
demandada pela criação.
3
Técnica de coleta de dados em que o pesquisador formula questões previamente elaboradas e
anota respostas do participante da pesquisa (GIL, 2010, P. 103).
4
O EVA é realizado em dois semestres do curso de Agronomia da Unochapecó, EVA I e EVA II, e
tem o objetivo de inserir os acadêmicos nas propriedades rurais viabilizando experiências e maior
contato de seus acadêmicos com sua área de atuação profissional. Para a realização deste estágio
estão envolvidos: alunos estagiários do curso de Agronomia, professores do Curso de Agronomia e
da Área de Ciências Exatas e Ambientais (ACEA), Coordenação do Curso de Agronomia, agricultores
que recebem os estagiários, membros das instituições e órgãos oficiais conveniados e a coordenação
de estágio através de seu professor responsável.
5
Participaram da aplicação dos formulários aos agricultores os seguintes estagiários do EVA: Adriano
Ecco, Adriano Rodrigo Genero, Anderson, Anderson Granja Machado, Ana Paula Zardo, Carlos
Neilaska, Cristiano A. Mistura, Daiana Piovesan, Danimar Zanetti, Ederson Socchi, Eduardo Colle,
Gustavo Fabizzio, Geverson Teodoro, Jonas Rafael Piovezana, Juliano Vitória Domingues, Maksoel
Custodio Hoss Eckert, Mateus Almeida, Taiza L. Dellazzari, Rafael Sordi, Rosangela Corrêa de Lima,
Scheila R. Cuchi Bocks.
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