a) b) c) d) A semântica é o estudo da significação das palavras. Divide-se em Descritiva (Sincrônica) e Histórica (Diacrônica). Esta trata das alterações de sentido no decorrer do tempo (cronos = tempo; dia = através de); aquela aborda a significação num determinado estado da língua (sin = simultaneidade, conjunto). A Semântica Histórica, ao estudar as mudanças de sentido por que passa a palavra, leva em conta algumas espécies de alterações semânticas, tais como: Enobrecimento de sentido: marechal significava “criado de cavalos”; hoje significa “alta patente do exército”. Degradação de sentido: vilão significava “habitante da vila”; hoje, “bandido”. Ampliação de sentido: embarcar significava “entrar na barca”; hoje, “entrar em qualquer condução”. Restrição de sentido: fortuna significava “bom ou mau destino”; hoje, apresenta apenas o sentido positivo. A Semântica Descritiva, ao tratar da significação num dado momento, busca ressaltar as relações em dois planos: 1. 2. SENTIDO LITERAL E SENTIDO FIGURADO RELAÇÕES LEXICAIS Na tira, duas personagens dão interpretações diferentes a uma mesma fala. Nem sempre as palavras são utilizadas em seu sentido básico. O Tenente esperava que o Recruta Zero desprezasse o sentido literal da observação “Pode escrever isso!” e, considerando o contexto em que ela foi dita, a interpretasse de modo figurado. Para destacar a beleza de uma nova linha de sandálias de dedo, o autor do texto usa uma expressão (estar cheio de dedos) que, em português, significa “estar indeciso por excesso de cuidado”. A escolha dessa expressão ajuda a reforçar, para o leitor do anúncio, a associação entre o objeto a ser vendido (uma sandália de dedos) e sua função (calçar os pés). O texto, por explorar simultaneamente os sentidos denotativo e conotativo da expressão cheio de dedos, ganha maior expressividade. 1. 2. 3. 4. 5. Relações de sentido entre as palavras que constituem o léxico (o vocabulário da língua). Tais relações são chamadas de aspectos semânticos, dentre os quais se destacam: Polissemia Homonímia Sinonímia Antonímia Paronímia Há signos potencialmente polissêmicos na nossa língua. Cabeça do prego de chave da turma (com mudança de gênero) Parada formatura militar desfile lance pessoa difícil coisa “A polissemia é um fenômeno comum nas línguas naturais, são raras as palavras que não a apresentam; difere da homonímia por ser a mesma palavra, e não, palavras com origens diferentes que convergiram foneticamente; as causas da polissemia são: 1) os usos figurados, por metáfora ou metonímia, por extensão de sentido, analogia etc.; 2) empréstimo de acepção que a palavra tem em outra língua” Dicionário da Língua Portuguesa Houaiss. espiar (olhar, observar) e expiar (pagar a culpa) – homófonas almoço (substantivo) e almoço (verbo) – homógrafas são (verbo ser), são (sadio) e são (santo) - perfeitas Existem sinônimos perfeitos? belo e bonito ► são sinônimos, mas o primeiro termo pode ser entendido com valor estético. seca e enxuta ► são sinônimos em relação ao termo toalha, mas jamais em relação ao termo garota. 4. Antonímia ⇓ significantes diferentes com significados opostos É obtida através de: Prefixos de sentido negativo: feliz x infeliz; leal x desleal Prefixo de sentido oposto: imigrar x emigrar; importar x exportar Heterônimos: alegria x tristeza; mau x bom O trabalho de Millôr apresenta a paronímia entre “torno” e “terno” em relação a “turno” (ausente da linguagem verbal, mas presente na contextualização). “Torno” e “terno” simbolizam respectivamente, o operariado e o empresariado. Assim, as imagens de Lula e Collor adquirem valor antonímico devido à polarização do segundo turno da eleição presidencial de 1989.