Efeitos do tratamento das convulsões neonatais subclínicas detectadas com monitorização contínua eletroencefalográfica amplitude-integrada:ensaio randomizado e controlado Effect of Treatment of Subclinical Neonatal Seizures Detected With Continuous Amplitude-Integrated Electroencephalographic Monitoring: Randomized, Controlled Trial Linda G. M. van Rooij, Mona C. Toet, Alexander C. van Huffelen, Floris Groenendaal, et al (Holanda; Bélgica) Pediatrics 2010;125:e358-66 Daniel Artiaga Apresentação: Diogo Wagner Fernando Galli Coordenação:Paulo R. Margotto www.paulomargotto.com.br Brasília, 5 de março de 2010 Ddos Diogo, Fernando e Daniel Introdução • Crises neonatais são comuns em recém-nascidos a termo com encefalopatia hipóxica - isquêmica (HIE) e representam risco de morte ou alterações neurológicas • O reconhecimento clínico das convulsões neonatais podem ser difíceis devido a sutileza das manifestações • O eletroencefalograma (EEG) é o exame de escolha para a confirmação das crises, infelizmente essa ferramenta apresenta suas limitações devido a falta de equipamentos adequados, profissionais habilitados e neuroeletrofisiologistas 24h no serviço Introdução • Devido ao reconhecimento clínico difícil e a grande apreensão em se detectar as crises tende-se a superestimá-las fazendo uso desnecessário de drogas antiepilépticas (DAE) • Entretanto o não reconhecimento das crises de caráter subclínico através de monitorização contínua resulta em tratamento inadequado • Foi relatado maior predisposição de retardo de cognição, comportamento e desenvolvimento devido as crises neonatais • Estudos anteriores demonstraram que os pacientes com manifestações clínicas e subclínicas quando tratados apresentam uma menor incidência de epilepsia pós-natal quando comparados com tratados somente quando apresentavam manifestações clínicas Objetivos • Os objetivos foram investigar quantas crises subclínicas em neonatos a termo com encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) seriam perdidas sem monitorização eletroencefalográfica contínua integrado (aEEG) e se o tratamento imediato das manifestações clínicas e subclínicas resultaria em uma redução da duração total de convulsões e uma diminuição da lesão cerebral, como visto na ressonância magnética Métodos • Estudo multicêntrico, randomizado, controlado por placebo, prospectivo • Onze centros perinatais na Holanda e na Bélgica participaram do estudo entre Novembro de 2003 e Abril de 2008 • Todos os centros foram treinados • O conselho institucional de cada centro aprovou protocolo de interpretação de aEEG • Foi obtido consentimento informado dos pais antes da randomização • Aceito para publicação em 03 de Agosto de 2009 Métodos • Critérios de Inclusão: 1. Lactentes foram elegíveis para o estudo aqueles com idade gestacional >= 37 semanas, a admissão na UTIN < 24 horas após o nascimento, e diagnóstico de EHI e convulsões neonatais • EHI foi definida com base na reunião de 3 dos seguintes critérios: (1) sinais de asfixia intra-uterina (ou seja, desaceleração do eletrocardiograma fetal ou líquido amniótico meconial ), (2) pH arterial do sangue do cordão < 7.10 (3) atraso na respiração espontânea, (4) Apgar pontuação <5 em 5 minutos, ou (5) falência de múltiplos órgãos Métodos • Critérios de Exclusão: 1. presença de anormalidades congênitas ou cromossômicas 2. uso materno de drogas ilegais ou sedativos 3. tratamento com fenitoína antes da admissão, e administração de drogas músculo-relaxantes 4. Bebês que demonstraram estado subclínico epiléptico no início do registro da aEEG também foram excluídos, porque o tratamento imediato com drogas antiepilépticas foi indicado Métodos • Para crianças que preencheram os critérios de entrada, aEEG foi iniciada imediatamente após admissão. Se a criança demonstrou crises clínicas, em seguida, foram tratadas com drogas antiepilépticas. Quando bebês mostraram a sua primeira crise subclínica, conforme confirmado com aEEG, foram divididas aleatoriamente para o grupo A (tratamento em crises clínicas e subclínicas) ou grupo B (cegueira do registro aEEG e tratamento de apenas crises clínicas) • Para a análise estatística, utilizou-se do SPSS 12 Resultados Características dos grupos de estudo Principais características Principais características • Não houve discordância significativa entre os 02 grupos • Semelhança em relação ao sexo, assim como o grau de encefalopatia hipóxico isquêmica Resultado (padrão de descargas) • Dezenove crianças no grupo A e 14 crianças no grupo B estavam disponíveis para comparação • Em ambos os grupos, houve uma ampla distribuição de descargas • Duração total dos padrões de crises foi de 19 378 minutos A duração média dos padrões de apreensão no grupo A foi de 196 minutos, contra 503 minutos no grupo B; (Não estatisticamente significativo) Nos dois grupos Duração mais longa de descarga ocorreu nos pacientes com grau III de encefalopatia hipóxico isquêmica. Resultados (Tratamento-DAE) • Doze recém-nascidos (63%) do grupo A e 9 crianças (64%) no grupo B receberam fenobarbital para o tratamento de suspeita de crises clínicas e não como profilaxia) • 74% dos pacientes do grupo A receberam DAE, em comparação com (50%) no grupo B Estas diferenças não foram estatisticamente significativa Resultados • Cinco crianças no grupo B receberam DAE, quando não foram identificadas descargas de crise em traços do EEG. • Seis dos 19 bebês no grupo A e 7 de 14 crianças no grupo B morreram durante o período neonatal Ressonância Magnética: Há uma correlação significante entre a duração das convulsões e o escore de ressonância magnética Relationship between duration of seizure patterns and MRI scores (linear regression). Discussão • Houve uma tendência a redução da duração das crises quando subclinicamente tratadas • O tratamento foi mais eficaz quando iniciado precocemente nas crises Discussão • Taxa de mortalidade foi menor no grupo A em relação ao B(34%, 50% respectivamente) • A Ressonância magnética detectou maior quantidade de lesões cerebrais no grupo que tiveram as crises de maior duração • Estudos em animais corroboram a idéia de que crises sobrepostas a isquemia pioram as lesões cerebrais Discussão • Quatro crianças foram excluídas da análise por não apresentarem crises no EEG retrospectivamente analisadas • O EEG tem suas limitações para o estudo, por não detectar certas crises pequenas e focais • Foram incluídas no estudo apenas as crises confirmadas Discussão • Foi observado a dificuldade de obter o consentimento dos pais para cegar a monitorização da amostra • Outra limitação foi não ter usado dispositivo para captura de imagens dos pacientes • Houve discrepância entre as experiências com a técnica de cada serviço Conclusão • Houve redução da duração das crises quando as mesmas foram tratadas tendo padrões clínicos e subclínicos convulsivos • A associação entre duração da crise e lesão cerebral foi significativa nas crianças que foram tratadas quando apresentaram clínica Conclusão • O diagnóstico e tratamento precoce das crises convulsivas em neonatos com síndrome hipóxicaisquemica pode reduzir a lesão cerebral subjacente Abstract O que este estudo agrega: O tratamento imediato tanto das crises clínicas como subclínicas reduz o tempo de duração das convulsões, sugerindo possível redução na lesão cerebral Referências Consultem: Crises convulsivas no período neonatal Autor(es): Sérgio Henrique Veiga, Paulo R. Margotto, Josileide G Castro OBRIGADO! Ddos Diogo, Fernando e Daniel e Dr. Paulo R. Margotto