UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Instituto de Matemática SEGUNDA PROVA DE CÁLCULO II Professor: Hugo D. Fernández Sare. Turma: IQA-NTA / 2012-1. GABARITO Questão 1.(2,5 pontos) Determine, justificando, os pontos de continuidade e descontinuidade da função x2 y 3 sen , (x, y) 6= (0, 0) 2x2 + y 2 f (x, y) = 1 , (x, y) = (0, 0). Solução. Primeiro, para (x, y) 6= (0, 0), a função f (x, y) é a composição da função seno (que é x2 y 3 contı́nua) com a função racional 2 onde o denominador nunca se anula (logo é contı́nuo). 2x + y 2 Assim, f (x, y) é contı́nua em todo ponto (x, y) 6= (0, 0). Vejamos o caso (x, y) = (0, 0). Como a função seno é contı́nua, devemos estudar o limite seguinte x2 y 3 . lim (x,y)→(0,0) 2x2 + y 2 Vejamos, note que x2 ≤ 2x2 + y 2 , logo 0 ≤ x2 y 3 2x2 + y 2 x2 ≤ 1. Assim 2x2 + y 2 =⇒ −y 3 ≤ x2 y 3 ≤ y3. 2x2 + y 2 Logo, usando o Teorema do Confronto, teremos que x2 y 3 x2 y 3 =0 =⇒ lim sen = sen (0) = 0 6= 1 = f (0, 0). lim 2x2 + y 2 (x,y)→(0,0) 2x2 + y 2 (x,y)→(0,0) Portanto f (x, y) não é contı́nua em (0, 0). Questão 2.(2,5 pontos) Seja S a superfı́cie definida pela equação z + 1 = xey cos(z). 1. Calcule a equação do plano tangente à superficie S no ponto (1, 0, 0). 2. Calcule a equação da reta normal à superfı́cie S no ponto (−π − 1, 0, π). Solução. A superfı́cie S está definida pela equação F (x, y, z) = xey cos(z) − z − 1. Logo, teremos que ∇F (x, y, z) = (ey cos(z), xey cos(z), −xey sen (z) − 1) , ∀(x, y, z) ∈ IR3 . 1. Note que ∇F (1, 0, 0) = h1, 1, −1i. Então a equação do plano tangente será dada pela equação (hx, y, zi − h1, 0, 0i).h1, 1, −1i = 0 isto é x + y − z = 1. 2. Note que ∇F (−π − 1, 0, π) = h−1, π + 1, −1i. Então a equação da reta normal será dada pela equação x = −π − 1 − t y = (π + 1)t (t ∈ IR), hx, y, zi = h−π − 1, 0, πi + th−1, π + 1, −1i isto é z = π−t ou, na sua forma simétrica x + (π + 1) y z−π = = . −1 π+1 −1 Questão 3.(2,5 pontos) A temperatura em um ponto (x, y, z) é dada por T (x, y, z) = 200e−x 2 −3y 2 −9z 2 onde T é medido em ◦ C e x, y, z em metros. 1. Determine a taxa de variação da temperatura no ponto P (2, −1, 2) em direção ao ponto (3, −3, 3). 2. Qual é a direção de maior crescimento da temperatura em P ? 3. Encontre a taxa máxima de crescimento em P . Solução. 1. Vejamos o vetor direção no ponto P na direção do ponto Q(3, −3, 3): √ √ v = Q − P = (1, −2, 1) , logo ||v|| = 1 + 4 + 1 = 6. Além disso, ∇T = −400e−x 2 −3y 2 −9z 2 (x, 3y, 9z). Portanto a taxa de variação no ponto P será dada por Du T (2, −1, 2), isto é 400 10400 Du T (2, −1, 2) = − √ e−43 (2, −3, 18).(1, −2, 1) = − √ e−43 . 6 6 2. A taxa de maior crescimento ocorre na direção do vetor gradiente de T , isto é, na direção ∇T (2, −1, 2) = −400e−43 (2, −3, 18), ou, simplificando as constantes positivas, na direção do vetor u = (−2, 3, −18). 3. A taxa de máximo crescimento é dada por p √ ||∇T || = 400e−43 22 + (−3)2 + 182 = 400e−43 337. Questão 4.(2,5 pontos) Seja f (x, y, z) = 2x + 6y + 10z definida no disco D = { (x, y, z) ∈ IR3 : x2 + y 2 + z 2 ≤ 35 }. 1. Determine os pontos crı́ticos de f (x, y, z) no interior de D. 2. Usando o método de Multiplicadores de Lagrange, determine os pontos de máximo e mı́nimo de f (x, y, z) na fronteira de D. 3. Determine os máximos e mı́nimos absolutos de f (x, y, z) no disco D. Solução. 1. O interior do disco está dado pelo conjunto int(D) = { (x, y, z) ∈ IR3 : x2 + y 2 + z 2 < 35 }. Alem disso, como a função é contı́nua, os pontos crı́ticos estão determinados pela equação ∇f = (0, 0, 0). Mas ∇f = (2, 6, 10) 6= (0, 0, 0) para qualquer ponto (x, y, z) ∈ int(D). Logo f não possui pontos crı́ticos no interior de D. 2. Note que a fronteira de D é dada pelo conjunto ∂(D) = { (x, y, z) ∈ IR3 : x2 + y 2 + z 2 = 35 }. Definimos então a função g(x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 − 35. Logo, pelo Metodo de Multiplicadores de Lagrange, devemos ter ∇f = λ∇g, isto é 2 = 2λx 6 = 2λy 10 = 2λz x2 + y 2 + z 2 − 35 = 0 Resolvendo o sistema teremos os pontos (x, y, z) = (1, 3, 5) (para λ = 1), e (x, y, z) = (−1, −3, −5) (para λ = −1). Avaliando a funçõa f nesses pontos, teremos f (1, 3, 5) = 70 f (−1, −3, −5) = −70. Assim (1, 3, 5) é um ponto de máximo e (−1, −3, −5) é um ponto de mı́nimo na fronteira de D. 3. Como f não tem máximos e mı́nimos locais no interior de D, então (−1, −3, −5) e (1, 3, 5) são pontos de mı́nimo e máximo absolutos de f em D, respectivamente.