NOME: Gabarito da P2 Universidade Federal do Rio de Janeiro @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ a Instituto de Matemática 2 Prova de Cálculo II - 07/02/2013 Departamento de Métodos Matemáticos 2x + y , |x| + |y| 1a QUESTÃO (valor: 2.0 pts): Dada a função f (x, y) = 0, (x, y) 6= (0, 0) (x, y) = (0, 0) (a) A função é contı́nua na origem? Justifique sua resposta. (b) A função é diferenciável na origem? Justifique sua resposta. Solução: (a) (valor 1.0 pt) f é contı́nua em (0.0) ⇐⇒ lim f (x, y) = f (0, 0) = 0. (x,y)→(0,0) Verifiquemos, então, se o limite existe: - Calculemos o limite quando (x, y) → (0, 0) sobre o eixo x: 2, x≥0 2x + y 2x lim = lim = x→0 |x| (x,y)→(0,0) |x| + |y| −2 , x<0 Portanto, o limite não existe na origem. Logo, f não é contı́nua na origem. (b)(valor 1.0 pt) Existe um teorema que diz: “Toda função diferenciável é contı́nua”. Logo, pelo item (a), como f não é contı́nua ela não é diferenciável na origem. 2a Questão (valor: 3.0 pts): Considere a função f (x, y, z) = x2 + 9y 2 + z 2 . (a) Esboce a superfı́cie de nı́vel S que passa pelo ponto P = (3, −1, −3). (b) Determine o ponto de interseção da reta normal a S que passa pelo ponto P , com o plano z = 0. (c) Encontre os pontos da superfı́cie S nos quais o plano tangente a S é paralelo ao plano 2x + 6y + 2z = 1. Solução: (a) (valor 0.5 pt) A equação da superfı́cie de nı́vel S é dada por f (x, y, z) = x + 9y 2 + z 2 = k. Como o ponto P = (3, −1, −3) ∈ S, determinamos o valor de k substituindo o ponto P na equação anterior obtendo k = 32 + 9(−1)2 + (−3)2 = 27. Logo, a equação da superfı́cie de nı́vel é 2 x2 y 2 z 2 x + 9y + z = 27 ⇔ + + =1 27 3 27 2 2 2 : elipsóide Gráfico: 2 2 - S ∩ z = 0 ⇒ x27 + y3 = 1 : elı́pse azul 2 z2 - S ∩ x = 0 ⇒ y3 + 27 = 1 : elı́pse vermelha x2 z2 - S ∩ y = 0 ⇒ 27 + 27 = 1, : elı́pse verde (b) (valor 1.0 pt) O vetor que dá a direção da reta normal a S é o gradiente de f no ponto P : ∇f = (2x, 18y, 2z) ⇒ ∇f (P ) = (6, −18, −6) 1 Figura 1: Elipsóide Logo, as equações paramétricas da reta x y z normal a S no ponto P são: = 3 + 6t = −1 − 18 t = −3 − 6 t Quando z = 0 ⇒ t = −1/2 ⇒ x = 0 e y = 8. Assim, obtemos o ponto de interseção (0, 8, 0) (veja figura ao lado). (c) (valor 1.5 pt) A equação do plano Π, tangente ao elipsoide e paralelo ao plano 2x + 6y + 2z = 1 tem equação 2x + 6y + 2z + d = 0. Como o vetor ∇f é perpendicular à S, então, ∇f é perpendicular ao plano tangente à S, logo, paralelo ao vetor (2, 6, 2), que é perpendicular ao plano Π. Assim, ∇f (x, y, z) = s(2, 6, 2), para algum s ∈ R, ou seja, 2x = 2s , 18y = 6s Assim, x=s y= s 3 e 2z = 2s e z=s 9s2 + s2 = 27 ⇒ s = ±3 9 Logo, temos os pontos P1 = (3, 1, 3) e P2 = (−3, −1, −3) de S nos quais temos planos tangentes a S e paralelos ao plano 2x + 6y + 2z = 1. Como o ponto (x, y, z) ∈ S ⇒ s2 + 3a Questão (valor: 2.5 pts): Uma montanha tem a superfı́cie descrita por z = f (x, y) = 142 − 4x2 − y 2 . Um esquiador está no ponto A = (−2, 1, 125). (a) Se o esquiador quiser descer o mais rápido possı́vel, que direção e sentido ele deve tomar? Qual a taxa de descida? (b) Se o esquiador descer a montanha e sua posição em cada instante é dada por R(t) = (x(t), y(t), z(t)), onde x(t) = t3 − 3t, y(t) = t2 , z(t) = f (x(t), y(t)), 0 ≤ t ≤ 2,3 Determine a componente vertical da velocidade do esquiador, isto é, passar pelo ponto B = (2, 4, 110). dz , quando ele dt Solução: (a) (valor 1.0 pt) O esquiador deve tomar a direção e sentido contrário ao do ∇f (−2, 1), isto é, tomar a direçao√e sentido do √ vetor −∇f (−2, 1) = (−16, 2). A taxa de descida é igual a −|∇f (2, 1)| = − 260 = −2 65 = −16, 12. (b) (valor 1.5 pt) Aplicando a regra da cadeia: dz ∂z dx ∂z dy = + = −8x(3t2 − 3) − 2y(2t) dt ∂x dt ∂y dt Quando o esquiador passar pelo ponto B, tem-se y = 4 = t2 ⇒ t = 2. Assim, dz = −8(2)(3 · 22 − 3) − 2(4)(2 · 2) = −176 dt 4a Questão (valor: 2.5 pts): Dada a função f (x, y) = x3 1 − 4x + y 2 − . 3 3 (a) Determine e classifique os pontos crı́ticos de f em todo o R2 . 2 (b) Determine os pontos de máximo e mı́nimo absolutos de f na região D = {(x, y) ∈ R2 ; x2 + y 2 ≤ 1}. ∂f Solução: (a) (valor 1.0 pt) = x2 − 4 = 0 ⇒ x = ±2 ∂x ∂f = 2y = 0 ⇒ y = 0 ∂y Assim, obtemos 2 pontos crı́ticos: P1 = (2, 0) e P2 = (−2, 0). Calculando as segundas derivadas: ∂ 2f ∂ 2f ∂ 2f = 0 e = 2x, =2 ∂x2 ∂x∂y ∂y 2 Aplicando o teste da segunda derivada para classificar os pontos crı́ticos: B 2 − AC P1 = (2, 0) 0−4·2<0 P2 = (−2, 0) 0 − (−4) · 2 > 0 A 4>0 mı́nimo local ponto de sela (b) (valor 1.5 pt) Os pontos de máximo e mı́nimo de f se encontram dentre os pontos crı́ticos de f que estão no interior de D e os pontos de máximo e mı́nimo da fronteira de D. Pelo item (a) vemos que os pontos crı́ticos de f não estão no interior de D. Portanto, nos preocupamos apenas com os pontos extremos na fronteira de D. Para isto utilizamos o método dos multiplicadores de Lagrange. Resolvendo o sistema: ∂g ∂f = λ x2 − 4 = λ 2x ∂x ∂x ∂f ∂g ⇐⇒ 2y = λ 2y = λ 2 2 ∂y x +y −1 = 0 ∂y g(x, y) = 0 Da segunda equação, se y 6= 0, tem-se √ λ = 1. Substituindo na primeira equação, 2 obtém-se √ x − 2x − 4 = 0 ⇒ x = √ 1 ± 5. Substituindo-se na terceira equação tem-se (1 ± 5)2 + y 2 = 1 ⇒ y 2 = −5 ± 5 < 0. Logo, o sistema não tem solução para y 6= 0. Agora, se y = 0, da terceira equação obtém-se x = ±1. Calculando o valor de f nos pontos P3 = (1, 0) e P4 = (−1, 0): f (1, 0) = −4 e f (−1, 0) = Portanto, P3 é mı́nimo e P4 é máximo sobre D. 3 10 3