UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE LIDERANÇA DEMOCRÁTICA COMO FATOR MOTIVACIONAL NA COMUNICAÇÃO ENTRE GERENTES E SUBORDINADOS Por: Daniela Ribeiro Lutz Orientadora Prof. Ms. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2005 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE LIDERANÇA DEMOCRÁTICA COMO FATOR MOTIVACIONAL NA COMUNICAÇÃO ENTRE GERENTES E SUBORDINADOS Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior. Por: . Daniela Ribeiro Lutz 3 AGRADECIMENTOS Ao Frederico amigo e companheiro que me apoiou, possibilitando-me a bibliografia para esta pesquisa. 4 DEDICATÓRIA A minha mãe Célia, em cujo seio me gerou, que nesse mundo me pôs e de mim nunca esqueceu, sempre me amou. A Flávia, irmã e companheira constante que me incentivou e possibilitou o andamento desta pesquisa. 5 RESUMO A escolha do tema liderança foi resultado de longas análises e profundas ponderações acadêmicas no campo da psicologia que fundamentam a estrutura psicossomática do homem e direcionam a educação pedagógica da criança no alicerce da personalidade adolescente. Aproveitamos da preciosa bagagem pedagógica educacional, para direcionar esta pesquisa monográfica sobre a liderança dentro do processo administrativo nas áreas de pessoal e de produção na empresa. De pouco valeria a tão propalada reengenharia industrial, se não houvesse o respaldo da consistência democrática embutida na liderança, e que, por tais razões, não fossem necessários os fundamentos pedagógicos da motivação e da técnica da comunicação, especialmente a informática. 6 METODOLOGIA Foram realizadas pesquisas bibliográficas para o aprofundamento e conhecimento teórico dos conceitos e termos, facilitando a construção do trabalho de conclusão do curso. As fases da pesquisa são: ampliação de literatura específica; leitura temática, interpretativa, crítica do material selecionado; revisão do sumário provisório; redação de textos de apoio de acordo com recomendação do professor-orientador; montagem, digitação e revisão do documento final. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I – LIDERANÇA : Peça fundamental na vida empresarial 10 CAPÍTULO II – MOTIVAÇÃO : A oxigenação da mente de gerentes e subordinados 16 CAPÍTULO III – COMUNICAÇÃO : Condição necessária à sobrevivência empresarial 21 CONCLUSÃO 30 BIBLIOGRAFIA 32 ÍNDICE 34 8 INTRODUÇÃO O objetivo desta trabalho é apresentar a importância da motivação e da liderança democrática enquanto agentes facilitadores na relação entre gerentes e subordinados como resultado de melhores trabalhos em empresas. O poder e a força eram dois elementos, que associados, caracterizam uma chefia. Com o desenrolar da história, esses elementos foram relativamente aceitos como necessários, porém os menos confiáveis entre os exigidos para o progresso humano. As empresas que também acompanhavam o desenrolar dos novos tempos se abriram para a modernidade. As chefias que eram o paradigma da força e do poder se transformaram então em lideranças, embora nem todo líder fosse o chefe. Mas, o inverso tornou-se verdadeiro. Esta pesquisa, assim, terá como núcleo o tema básico da liderança, desenvolvido sob os enfoques da história, da sociologia, da filosofia, da psicologia e, principalmente, da pedagogia. O relato da história nos mostra que as pessoas não gostam de ser oprimidas, comandadas ou simplesmente administradas. Querem ser lideradas através dos símbolos, dos sinais sensíveis, influências, estímulos e sugestões. A sociologia, na parte do controle social, mostra que a força física, o poder coercitivo nada constróem. Foram essas as razões pela quais procedemos a escolha deste tema: A liderança democrática como fator motivacional na comunicação entre gerentes e subordinados. A liderança como influência entre pessoas, exercida pela motivação, pelo entusiasmo e com autoridade, levando a transformações de comportamento de grupos ou de pessoas, é o suficiente para justificar a arrancada pela opção escolhida. O que alimentou o entusiasmo pela pesquisa, foi justamente o que ela poderia proporcionar tanto à pesquisadora como aos leitores, pois este sempre foi o grande caminho da aprendizagem: o por quê e o para quê filosófico das questões do hommo sapiens ou do ser pensante. A cada pesquisa, a cada recuperação da informação há um enriquecimento. Portanto, os primeiros a serem contemplados somos nós, os insatisfeitos, os que têm a sede do saber. A verdade pesquisada foi, no caso, aquela de grande valor para a vida em grupo, a vida social. O mesmo se diga da população que constitui o corpo das empresas, as áreas de pessoal, relações humanas, áreas técnicas, de produção e setores administrativos. 9 O desenvolvimento deste trabalho constará de três capítulos dedicados a liderança, motivação, comunicação, desenvolvimento de conceitos e conclusão. Cada capítulo será subdividido no desmembramento de cada assunto específico: Primeiro capítulo: liderança – conceituada no âmbito das empresas; seus vários estilos e efeitos na vida social, técnica e administrativa da empresa. Segundo capítulo: Motivação – sua necessidade no gerenciamento de pessoal, como agente psicológico e social na empresa. Terceiro capítulo: comunicação – uma solução dos impasses na administração; seus mecanismos, suas barreiras e desobstrução; a informática como meio mais rápido de comunicação. Consolidação dos conceitos da motivação, da comunicação numa comunidade empresarial e benefícios alcançados. 10 CAPÍTULO I 1. LIDERANÇA: PEÇA FUNDAMENTAL NA VIDA EMPRESARIAL Na estrutura básica da empresa, está o papel do gerente. Com a transformação da gerência em liderança, nasceu a nova visão de trabalho em equipe, com desenvolvimento de pessoas, obtenção de resultados e satisfação das equipes de produção. Por essa razão, o primeiro capítulo busca desenvolver os conceitos de líder, análises de seus vários estilos, conforme autores consagrados no assunto. 1.1. Objetivos da liderança no âmbito das empresas As mudanças mais profundas e marcantes, no mundo de hoje, ocorrem mais rápido do que se supõe, principalmente nas empresas. Quem não mudar e não se renovar, ficará para trás. A empresa somente se moderniza quando o gerenciamento das pessoas, que nela trabalham, se moderniza antes. Os gerentes e executivos estão se transformando em líderes democráticos e em incentivadores. O tradicional papel gerencial de pensar e de comandar pessoas foi bom para uma época que já passou. Na abertura do primeiro capítulo da obra Gerenciando Pessoas, Idalberto Chiavenato analisa o gerenciamento na era industrial: “O comando autocrático e impositivo de um lado e a obediência cega de outro funcionam bem em uma época em que se privilegiava a manutenção de um status, e na qual as mudanças eram lentas e contínuas”. Antes, os gerentes se fechavam a sete chaves em suas salas. Hoje, estão trabalhando em conjunto com as pessoas, no ponto em que a ação se desenrola. Cada vez mais e mais os gerentes estão se transformando em líderes e gestores de pessoas. 11 A velha conceituação gerente e subordinado cede lugar à nova visão de líder e equipe para proporcionar mais dinamismo e criatividade nas empresas. Essa nova visão é o tema fundamental desta monografia. Liderança e equipe podem fazer a diferença. Para que as pessoas possam trabalhar satisfatoriamente em equipe, elas precisam de liderança. A liderança constitui uma necessidade típica do trabalho em equipe. O gerente deve saber como conduzir as pessoas, isto é, como liderá-las bem como administrar as diferenças entre elas. A liderança é necessária em todas as atividades e em todos os tipos de organização humana, principalmente nas empresas. A liderança não deve ser confundida com direção ou com gerência. Um bom dirigente ou gerente deve ser necessariamente um bom líder. O líder nem sempre é um dirigente ou gerente. Na realidade, os líderes devem estar presentes em todos os demais níveis da organização. A empresa precisa de líderes em todos os seus níveis hierárquicos e em todas as suas áreas de atuação. Contudo, é na gerência que reside o ponto mais crítico da liderança. 1.2. Conceitos de liderança no mundo das empresas A liderança é um fenômeno social que ocorre exclusivamente em grupos sociais. Podemos definir liderança como uma “influência interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida pelo processo de comunicação humana para o alcance de um ou mais objetivos específicos”.(BENNIS, 2002) Em entrevista na coletânea HSM Management, Claus Moller assim conceitua liderança: “A liderança é um tipo de influência entre pessoas: uma pessoa influencia a outra em função dos relacionamentos existentes entre elas. A influência é um fato ligado ao conceito de poder e de autoridade, abrangendo todas as mudanças no comportamento de pessoas ou grupos de pessoas”. Existem vários graus de influências, entre as quais a coação, a persuasão, a sugestão e a emulação, conforme caracterizadas a seguir: coação: forçar, coagir ou constranger mediante pressão, coerção ou compulsão; persuasão: prevalecer sobre uma pessoa, sem forçá-la; conselhos, argumentos ou induções para que faça alguma 12 coisa; sugestão: colocar ou apresentar um plano, uma idéia ou uma proposta a uma pessoa ou a um grupo, para que considere, pondere ou execute; emulação: procurar imitar com vigor, para igualar ou ultrapassar, ou pelo menos, ficar quase igual a alguém. A liderança pode ser considerada como um tipo de influência entre pessoas, e pode consistir em uma relação entre um indivíduo e um grupo. Trata-se de uma relação funcional, quando um líder é percebido por um grupo como possuidor ou o controlador de meios para a satisfação de suas necessidades. O líder pode possuir e controlar meios como habilidade pessoal, conhecimento, dinheiro, posição, e relacionamentos, propriedade, entre outros, que o grupo deseja para atingir seus objetivos, ou seja, para obter um aumento de satisfação de suas necessidades.(CHIAVENATO, 2002) A liderança é também dirigida pelo processo da comunicação humana. Ela pode ser definida como a arte de induzir as pessoas a cumprirem suas obrigações com zelo e correção. É a capacidade de influenciar as pessoas a fazerem aquilo que devem fazer. A liderança ainda visa à realização de um ou mais objetivos específicos. Dessa forma, o líder surge como um meio para o alcance dos objetivos desejados pelo grupo.(IBIDEM) A definição de liderança envolve necessariamente dois aspectos importantes: o primeiro é a capacidade presumida de motivar as pessoas a fazerem aquilo que precisa ser feito. O segundo é a tendência dos seguidores de caminharem atrás dos que satisfazem os seus próprios objetivos e necessidades pessoais.(IBIDEM) Assim, a liderança é uma “faca de dois gumes”: nenhuma pessoa pode ser um líder, a menos que consiga as pessoas fazerem aquilo que ela pretende; não será bem sucedida, a menos que seus seguidores a percebam como um meio de satisfazer suas próprias aspirações pessoais ou atingir seus objetivos. O líder deve ser capaz; os seguidores devem ter vontade. 13 1.3. Estilos de liderança e seus efeitos na vida social, técnica e administrativa da empresa Resumindo as teorias de Straub (1995, p. 30/31), teorias essas também exploradas por Whitee Lippitt, quanto à liderança na vida da empresa, temos: Os líderes autocráticos tendem a ter opiniões fortes e comportamento militar; raramente conseguem o melhor desempenho de suas equipes; apresentam o maior volume de trabalho produzido, com evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade; os líderes autocráticos negam, a si mesmos as sugestões e os pontos de vista dos outros, que são freqüentemente úteis quando se tenta resolver um problema ou aproveitar uma nova oportunidade. Os líderes liberais proporcionam direção e orientação gerais, mas dão às suas equipes tanta liberdade quanto possível. Um chefe liberal poderia dizer: façam isso da maneira que quiserem, desde que consigam os resultados que precisamos e não violem as diretrizes da empresa. A sua produção quantitativa nem sempre é uma das melhores. Os líderes democráticos se vêem a si mesmos e a seus empregados como uma equipe. Os seus grupos não chegam a apresentar um nível superior quantitativo de produção, porém a qualidade do trabalho é melhor, acompanhada de um clima de satisfação, de integração grupal, de responsabilidade e de comprometimento das pessoas. Quanto à tomada de decisões, na liderança autocrática, apenas o líder decide e fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo; na liderança liberal é dada total liberdade para a tomada de decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder; na liderança democrática, as diretrizes são debatidas pelo grupo que é estimulado e assistido pelo líder; negociam, discutem e consultam suas equipes tanto quanto possível, antes de tomar uma decisão. Quanto à programação dos trabalhos, temos na liderança autocrática um líder determinando as providências para a execução das tarefas, cada um por vez, à medida que se tornam necessárias e de maneira imprevisível para o grupo; na liderança liberal, a sua participação no debate é limitada, apresentando apenas alternativas variadas ao 14 grupo, esclarecendo o que poderia fornecer informações desde que fossem solicitadas; na liderança democrática, é o próprio grupo que esboça as providências e técnicas para atingir o alvo, com aconselhamento técnico do líder, quando necessário. As tarefas ganham novas perspectivas com os debates. Quanto à divisão do trabalho, também encontramos diferenças nos posicionamentos dos líderes. Na autocrática, o líder determina qual a tarefa que cada um deverá executar e qual o seu companheiro de trabalho; na liderança liberal, tanto a divisão das tarefas como a escolha dos colegas fica totalmente por conta do grupo e é absoluta a falta de participação; na liderança democrática, a divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade de escolher seus colegas de tarefa. Quanto à participação do líder, também na liderança autocrática, o líder é pessoal e dominador nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro; na liderança liberal, o líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou regular o andamento das coisas; somente faz comentários irregulares sobre as atividades, quando perguntado; na liderança democrática, o líder procura ser um membro normal de grupo, sem encarregar-se muito de tarefas; é objetivo e limita-se aos fatos em seus elogios e críticas. Semelhante a Straub, Nunos (1998, p. 52), desenvolve seis estilos de liderança: coercitivo, confiável, agregador, democrático, agressivo e conselheiro. Os líderes necessitam de muitos estilos. Quanto mais estilos o líder exibe, tanto melhor. Os líderes que dominam quatro ou mais estilos especialmente o confiável, o democrático, o agregador e o conselheiro têm os melhores climas e desempenho de negócios. O líder deve expandir seu acervo de estilos. Esses estilos se apresentam de acordo com o modo de ação que os líderes estabelecem na sua relação com o grupo. O estilo coercitivo exige imediata obediência; o confiável mobiliza pessoas em direção á visão; o agregador cria harmonia e constrói laços emocionais; o democrático forja consenso por meio da participação; o agressivo define altos padrões de desempenho; o conselheiro desenvolve pessoas para o futuro. Quanto ao impacto, o coercitivo e o agressivo são negativos; os demais estilos são considerados positivos. 15 1.4. Considerações gerais-práticas e atributos que complementam os vários estudos sobre a liderança A análise e as abordagens sobre a liderança são extensas; qualquer pesquisa que se faça não pode pretender esgotar as possibilidades de definição do assunto, pois conforme o estudo “Cambria Consulting”, as competências de liderança podem ser resumidas nas principais práticas: desenvolver pessoas, obter resultados, concentrar-se no cliente, comunicar-se, orientar a visão e a direção, criar laços de relacionamento, tomar decisões, gerenciar o desempenho, influenciar a organização; certamente são tarefas que se estendem em outros estudos e isso dificulta o trabalho de pesquisa em curtos espaços de tempo. Além das citações de competência dos líderes, conforme o “Cambria Consulting” acima mencionadas, seguem os atributos observados em estudos de Mc Kinsey e Co. na coletânea HSM Management: integridade, sinceridade, ética; capacidade de realização, habilidade de lidar com pessoas, orientação para o aprendizado, capacidade de direcionar e controlar, capacidade de influenciar pessoas, raciocínio estratégico, compreensão de conceitos, flexibilidade, adaptabilidade, auto-confiança, coragem. 16 CAPÍTULO II 2. MOTIVAÇÃO: A OXIGENAÇÃO DA MENTE DE GERENTES E SUBORDINADOS Neste segundo capítulo, serão levantadas e analisadas as necessidades humanas e fatores organizacionais que estimulem chefes e subordinados, ajustando-os aos seus anseios, cargos, funções e respectivos setores da empresa. Para cada indivíduo deve haver um caminho especial de conduta e de estímulos, porque nem todos são iguais; há tratamentos diferenciados; há nuances psicológicas e, portanto, pedagógicas. O mesmo com relação às equipes, com projetos específicos, individuais e coletivos, na área humana quanto ao âmbito empresarial. Esse esforço se chama motivação, objeto cuidadoso deste estudo monográfico. 2.1. Objetivos e conceitos acadêmicos da motivação no gerenciamento de pessoal O desempenho de cada pessoa está fortemente relacionado com suas aptidões e habilidades. Porém, o bom relacionamento requer muito mais do que simplesmente aptidões e habilidades. Requer também motivação para trabalhar. Em termos de comportamento, a motivação pode ser conceituada como o esforço e a tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo. Segundo Gay Conger, em artigo difundido em revista especializada no ramo empresarial Business Week na Inglaterra(1998), “a motivação é um dos fatores que contribuem para o bom desempenho no trabalho”. Apesar da enorme quantidade de pesquisas sobre a motivação, não existem ainda conclusões cientificamente comprovadas sobre o assunto; pois a mesma não faz parte das ciências exatas, com experiências repetidas, as mesmas causas e mesmos efeitos. Sendo a motivação inerente a um ser finito, delimitado, contingente e sempre mutável, o que é bom para 17 uma pessoa em determinada época pode não interessá-la depois de algum tempo. Há sempre um componente subjetivo na motivação que provoca uma enorme complicação. (Heller, 1998, p. 19) O gerente tem um papel fundamental na motivação das pessoas. Aliás, é preciso ressaltarmos que a motivação é uma das principais responsabilidades gerenciais. A influência gerencial sobre os subordinados exige uma liderança eficaz e uma contínua motivação da equipe. A motivação funciona como um dinamizador, um impulsionador do comportamento humano. É a força que estimula a ação. Antigamente, muitos estudiosos acreditavam que a motivação tinha mão única: partia do superior para os subordinados. Hoje, isso não basta. Em empresas bem administradas, nas quais os funcionários não se limitam a cumprir ordens, os chefes precisam estar motivados para atuar satisfatoriamente. Fundamentando as idéias anteriores, de Paulo Araújo, citamos Idalberto Chiavenato, Gerenciando Pessoas (2002, p. 84), com dois modelos diferenciados: as organizações mais antigas, tradicionais e rígidas, definidas como mecanicistas, utilizavam a estrutura vertical: tarefas especializadas e rotineiras; hierarquia rígida de autoridade (sem a mínima motivação); comunicação vertical; ênfase em regras e regulamentos; departamentalização; poucos processos de integração; tomada de decisão centralizada na cúpula; controles rígidos em tudo. As organizações mais novas e contemporâneas, conceituadas como orgânicas, utilizam a estrutura horizontal: tarefas compartilhadas e inovadoras; comunicação face a face; ênfase nas pessoas com base na motivação; equipes e forças-tarefas; muitos processos integradores; tomada de decisão descentralizada e informal; ênfase em metas e resultados. Conforme Robert Heller, Como Motivar Pessoas (1998, p. 32), alguns são os sinais de motivação: as pessoas fazem sugestões e dão idéias de maneira espontânea; sempre reagem de modo positivo quando recebem novas incumbências; trabalham para conquistar avanços e não apenas para livrar-se da tarefa; parecem felizes no ambiente de trabalho; são francas ao responder a s perguntas. Aqui atingimos o núcleo básico da liderança democrática, como fator motivacional. A gerência democrática, com forte carga motivacional, desenvolve líderes com capacidade de dar direção e 18 significado ao que se faz; capacidade de inspirar confiança em seu pessoal, otimismo e busca de resultados. Tudo é possível por meio de uma liderança democrática e participativa: a participação é um processo compartilhado entre gerente e subordinado. É esse o grande sentido dessa monografia. 2.2. Bases universais da motivação no espaço empresarial Segundo Robert Heller, Como Gerenciar Equipes (1999, p. 75), para compreender a motivação humana, o primeiro passo é o conhecimento do que a provoca e dinamiza. A motivação existe dentro das pessoas e se dinamiza com as necessidades próprias, que podem ser chamadas de desejos, aspirações, objetivos individuais ou motivos. Motivar pessoas torna-se tarefa difícil em decorrência da complexidade que envolve o ser humano, não só em si mesmo bem como na sua relação com os outros, nem sempre favorecendo a interação grupal. Alguns indivíduos se conduzem de acordo com a harmonia psicossomática; outros se desajustam, causando conflitos a si mesmos. Por isso, a motivação também se diferencia de indivíduo para indivíduo, de grupo para grupo, requerendo análise psicológica, social e pedagógica. O mesmo seja dito sobre as necessidades humanas, verdadeiras forças internas que impulsionam e influenciam cada pessoa, determinando seus pensamentos e direcionando o seu comportamento frente às diversas situações da vida. 2.3. Hierarquia das necessidades próprias do homem na sociedade empresarial Para Abraham Maslow, em sua obra Motivação e Personalidade (1983, p. 45), as necessidades humanas estão arranjadas em uma pirâmide de importância e de influenciação do comportamento humano. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas, enquanto no topo estão as mais sofisticadas e intelectualizadas. O autor as distingue como: 19 Necessidades fisiológicas: constituem o nível mais baixo de todas as necessidades humanas, como as de alimentação (fome, sede), de sono e repouso (cansaço), abrigo (frio ou calor) ou desejo sexual (reprodução da espécie). Necessidades de segurança: o segundo nível das necessidades humanas. Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou abstrato: a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga do perigo, o desejo da estabilidade. Necessidades sociais: são as necessidades relacionadas com a vida associativa do indivíduo com outras pessoas-participação, aceitação por parte dos colegas, troca de amizade, afeto, amor. Quando essas necessidades sociais não estão suficientemente satisfeitas, a pessoa se torna resistente, antagônica e hostil com relação às pessoas que a cercam. Necessidades de estima: são aquelas relacionadas com a maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia, isto é, com a auto-avaliação e a auto-estima. Envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de reconhecimento, de “status”, de prestígio e de consideração. A sua frustração pode produzir sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência e desamparo, os quais podem levar ao desânimo. Necessidades de auto-realização: são as mais elevadas e que se encontram no topo da hierarquia. Essas necessidades levam cada pessoa a realizar o seu próprio potencial e de se desenvolver continuamente ao longo da vida. 2.4. Considerações gerais sobre a motivação como agente psicológico e social na empresa Considerando que a motivação possui aspectos intrínsecos e extrínsecos, tornase um tema bastante complexo porque se apresenta envolvido com outras áreas da ciência não exata como a psicologia, a sociologia. O Modelo Contingencial de Victor H. Vroom salienta três fatores determinantes para a produção em uma empresa, (Chiavenato, 2002): 20 Expectativas – objetos individuais e a força do desejo de atingir tais objetivos; Recompensas – a relação percebida entre a sua produtividade e o alcance dos objetivos individuais; Relações entre expectativas e recompensas — a capacidade percebida de influenciar a sua produtividade para satisfazer suas expectativas com as recompensas. Stephen Covey em Os sete hábitos das pessoas muito eficientes (1991, p. 98) formula a chamada teoria dos dois fatores para melhor explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho: Fatores higiênicos (também denominados fatores extrínsecos ou ainda fatores ambientais) – estão localizados no ambiente que rodeia as pessoas e abrange as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Fatores motivacionais (também denominados fatores intrínsecos) estão relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que a pessoa executa. 21 CAPÍTULO III 3. COMUNICAÇÃO: CONDIÇÃO NECESSÁRIA À SOBREVIVÊNCIA EMPRESARIAL Neste capítulo, será desenvolvida a integração das equipes empresariais e suas ações interativas, que se processam através da técnica da comunicação, sob a forma da linguagem do corpo, da linguagem falada, impressa e televisiva; da linguagem, dos gestos e outras expressões. Serão ainda desenvolvidos os aspectos da emissão, da transmissão, da codificação e decodificação, canal e, finalmente, os recursos poderosos da informática. 3.1. O objetivo da comunicação na vida interativa da empresa A comunicação sempre foi um processo em desenvolvimento contínuo na história do homem. No que se refere à vida empresarial, é um ato de conduzir a informação, um meio de ligação entre duas ou mais pessoas. Segundo Lakatos (1978, p. 89) “a comunicação leva à integração de pessoas, de idéias e atitudes. Somente chega a sua totalidade quando alcança a relação interativa através da reciprocidade e do relacionamento interpessoal, entre indivíduos que se influenciam mutuamente”. As pessoas podem ser identificadas através de uma linguagem comum a todos. Dizer o que se quer dizer é um magnífico ato de criação, muitas vezes negligenciado pelo fato das pessoas falarem tanto, sem chegar a ponto algum. Em certo sentido, a palavra nunca é exatamente a mesma para duas pessoas diferentes e, por vezes, ela pode tomar sentido diferente para a mesma pessoa em momentos diferentes, porque a palavra é um mundo que encerra toda uma vida de sensações, memórias, desejos, imagens, experiências. 22 Saussure (1949, p. 82), em seu Curso de Lingüística compara a vida da palavra com a vida do homem. Ela nasce, cresce, robustece, definha, morre. Pode ressuscitar se alguém a recupera e a repõe novamente em uso. A palavra como homem, possui corpo e espírito, o psicossomatismo na verdadeira unidade binária (significante e significado; corpo e psiké). O corpo é o significante e o espírito é o significado — por isso carrega em si mesma forte cargas ou manifestações psíquicas. Dependendo do contexto social, lingüístico ou psicológico de cada indivíduo ela pode alcançar significados diferentes, daí o estudo da polissemia. O estudo da comunicação, através da palavra, é um verdadeiro ato criativo que envolve vida, arte e beleza. Notamos que a linguagem se estabelece também através das expressões corporais, sendo parte significativa do nosso processo de comunicação. Ela pode então ser distinguida através da mímica: gestos das mãos, posturas corporais, expressões faciais; pelo olhar: o olhar pode exprimir preocupação, tristeza, alegria, aprovação, amorosidade, raiva, distanciamento. Em alguns momentos nos utilizamos da expressão corporal conscientemente para dar mais ênfase ao que estamos comunicando. Outras vezes, esta mesma expressão pode trair-nos de forma inconsciente. Na verdade, o corpo fala. 3.2. Comunicação como solução dos impasses na administração empresarial Comunicação é a transmissão de uma informação de uma pessoa para outra, sendo compartilhada por ambas. Para que haja comunicação, é necessário que o destinatário da informação a receba e a compreenda. Entendemos que a informação simplesmente transmitida, mas não recebida, não foi comunicada. Neste sentido é que a comunicação envolve transações entre pessoas. Toda comunicação envolve pelo menos duas pessoas: a que transmite algo e a que recebe. Na realidade, a comunicação é um processo que passa informação e compreensão de uma pessoa para outra. É essencialmente uma parte de significados entre as pessoas. 23 Conforme teorias de Bechara (1970, p. 35), comunicação, além de ser o ato ou efeito de comunicar-se, também é a própria mensagem, a informação, o comunicado. Toda comunicação possui forma e conteúdo. A forma é o perfil de como ela se faz — carta, aviso, comunicação, memorando, circulares entre outras e, principalmente, o estilo pessoal de quem a concebeu ou a originou; o tipo da redação técnica, didática ou literária. Quanto ao conteúdo, é a própria mensagem contida no seu corpo, sinal, idéia ou informação e o seu objetivo é a compreensão da parte de quem a recebe. A comunicação somente ocorre quando a pessoa que a recebe compreende ou interpreta a mensagem, idéia ou informação. Comunicação e informação são membros da mesma família. A informação é o conteúdo ou a substância dos sistemas de comunicação em suas várias formas: impulsos eletrônicos, palavras faladas ou escritas, símbolos ou sinais, mensagens entre outras. 3.3. Mecanismos da comunicação: processo cíclico composto por quatro elementos A palavra é a manifestação externa do pensamento, embora que este também se manifeste por gestos, sinais ou sentimentos. O pensamento, que é o resultado da coordenação das idéias, passa a ser manifestado pelo processo da comunicação humana, através de quatro elementos: o transmissor, o receptor, a mensagem e o meio. Ninguém se comunica consigo mesmo. O clássico exemplo do faroleiro ilustra esse princípio: na solidão em que vive, o processo da comunicação humana somente se completa, quando o facho de luz – transmissor – atinge o navio que passa – receptor. Enquanto o facho de luz não é percebido de bordo, não existe comunicação humana. A comunicação humana pressupõe um transmissor e um receptor, pelo menos. Chamamos de mensagem o que o transmissor transmite e o que o receptor recebe. A mensagem é o elo de ligação dos dois pontos do circuito; é o objeto da comunicação humana e a sua finalidade. 24 Faltando qualquer desses elementos, não se completa o processo da comunicação humana. É impossível conceber-se a comunicação de transmissor a receptor, sem a mensagem; de transmissor e mensagem sem receptor, ou de mensagem sem transmissor e receptor. A mecânica do processo de comunicação, segundo J.R. Whitaker Penteado (1972, p. 4-8), pode ser esquematizada da seguinte forma: O transmissor manda a mensagem. O receptor recebe a mensagem e a interpreta internamente manifestando externamente essa interpretação. Transmissor – agora receptor – recebe a interpretação do receptor – agora transmissor – interpretando-a em termos pessoais. Coincidindo as interpretações, nasce o significado comum, a compreensão entre transmissor e receptor. A interpretação é, assim, a chave da comunicação. Dela é que vai depender a significação comum para que haja entendimento. Por isso, a boa mensagem é a que facilita a interpretação. O meio pode facilitar ou dificultar a interpretação da mensagem; é o quarto elemento da comunicação humana; pode ser, por exemplo, telefone, carta, contato pessoal entre outros. Ruído é um elemento intrometido no sistema e altamente prejudicial ao seu funcionamento. Na realidade, o ruído é uma interferência estranha á mensagem tornando a comunicação menos eficaz. Toda fonte de erros ou de distorções está incluída no conceito de ruído. As empresas estabelecem procedimentos para a validade da comunicação. O emissor, ou emitente, de nível inferior não deve destinar mensagem ao destinatário ou receptor de nível mais elevado: a divisão não deve ultrapassar seu departamento, superintendência, assessoria, dirigindo-se ao diretor presidente formando impasses ou ruídos nas linhas decisórias. O emissor ou emitente deve conhecer a natureza de seu destinatário ou receptor para facilitar a decodificação da mensagem. Não deve utilizar expressões ou jargões técnicos de engenharia operacional ao se dirigir a um órgão de assistência social. 25 A linguagem da comunicação, escrita ou falada, deve ser clara, precisa, objetiva, concisa para evitar ambigüidades, dispersões ou distorções, provocando o ruído e dificultando a decodificação. 3.4. Barreiras da comunicação no radicalismo de atitudes e opiniões Não se deve dizer que as barreiras da comunicação são naturais: pode-se, entretanto, afirmar que sempre existirão ante a conduta interesseira, competitiva, egocêntrica, frustrante do ser humano. É um procedimento antidemocrático e fere os direitos do homem. ”Posso discordar de tudo aquilo que ele fala, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”. (Aforismo de Voltaire) A seguir, os principais pontos e comportamentos que se constituem em barreiras da comunicação. Opiniões e atitudes do receptor fazendo com que ele só ouça ou leia aquilo que constitui seu objeto de interesse. Egocentrismo que impede ver o ponto de vista de quem fala, compelindo a rebater tudo o que o outro disser, sem ao menos tentar ouvir e entender aquilo que ele disse realmente. Competição que pode levar as pessoas a terem um “monólogo coletivo” ou “diálogo de surdos”, onde cada um corta a palavra do outro, sem ao menos ouvir o que está sendo dito, mas fazendo questão de se fazer ouvir. Ninguém ouvindo ninguém, a comunicação não se estabelece; Frustração pessoal impedindo continuar com o canal auditivo aberto, pois compromete a capacidade de entendimento. Outros comportamentos que dificultam a comunicação: Dar palpite sem ser solicitado. Interromper o emissor e impedir que termine de falar. Dizer ao emissor que tem uma história melhor para contar. Fazer perguntas a toda hora, para esclarecer o que o emissor está falando. Fazer o emissor calar-se. Mudar de assunto. Não se interessar pela história. Rir enquanto o emissor fala sério. Falar com 26 outras pessoas, enquanto o emissor estiver falando. Dizer que está com pressa e não tem tempo para ouvi-lo. Na eliminação das barreiras da comunicação, destacam-se: Evitar o radicalismo de atitudes e opiniões; manter uma atitude de abertura para poder ouvir e entender o outro; avaliar, para saber se a pessoa entendeu realmente o que o outro disse. checar, evitando interpretações errôneas, baseadas em seus próprios conteúdos; eliminar erros de percepção que podem estar influenciados por preconceitos; dar feedback sempre. A arte de ouvir ainda é a melhor maneira de se eliminar as barreiras da comunicação. Ouvimos melhor quando temos nossa atenção estimulada. Esse estímulo vária de acordo com os nossos interesses; ouvimos melhor sempre que precisamos compreender um assunto de interesse, quando nossa curiosidade for despertada; quando alguém se referir a qualquer assunto que nos afete pessoalmente. José Roberto W. Penteado, também em seu trabalho A técnica da Comunicação Humana, desenvolve os fatores mentais da audição: A indiferença – é incompatível com a audição. A indiferença mata, diz o ditado popular. A impaciência – tenha tempo para ouvir. Se não dispõe de tempo agora, ouça depois. É necessário empenho de quem fala para fazer-se compreendido, e de quem ouve, para compreender. O preconceito – ouvir é um ato voluntário e consciente. Podemos, à vontade, desligar o receptor, embora continuemos dando a impressão de ouvir. O preconceito é um dos pilotos automáticos desse estranho aparelho. Passamos a raciocinar contra quem fala, e deixamos de ouvir. A oportunidade – ouve melhor quem ouve no momento certo. 3.5. Informática: o meio mais completo e mais rápido de comunicação A rede mundial de computadores surgiu na área de educação para troca de informações entre pesquisadores. É um precioso instrumento de trabalho para professores e alunos. 27 Embora tenha surgido como projeto militar, a rede só começou a expandir-se quando se transformou em um meio para troca de informações usadas por grupos de pesquisadores de diferentes universidades. O e-mail foi criado nessa época, justamente para viabilizar a troca de mensagens entre os pesquisadores. A partir de um certo momento, além da troca de informações, grupos de diferentes universidades passaram a desenvolver projetos em conjunto. Os grandes usuários da internet na área da educação são os estudantes de universidades. Cerca de 90% das universidades no mundo todo estão conectadas à rede e disponibilizam material através dela. Antes de a rede existir, quem quisesse pesquisar dados, na maioria das vezes, precisaria recorrer a uma mídia escrita-jornais, revistas ou livros. E esses grandes acervos estavam nas bibliotecas. Resultado: para se fazer qualquer trabalho, fosse um simples relatório escolar ou uma tese de doutorado, era necessário ir a uma biblioteca e consultar centenas, às vezes milhares de livros, jornais e revistas. As pesquisas normalmente tinham de ser assistidas por um bibliotecário e alguns livros não podiam ser retirados do local, o que limitava muito a pesquisa. Sem sair de casa, pode-se corresponder com qualquer parte do mundo, pesquisar assuntos de seu interesse nas mais completas empresas ou bibliotecas, fazer compras e trabalhar. O computador vem se tornando uma ferramenta cada vez mais importante para a comunicação. Pouco a pouco, percebeu-se que era fácil trocar informações entre computadores. Primeiro, de um para outro. Depois, com a formação de redes, até o surgimento da internet, que hoje pode interligar computadores de todo o mundo. O e-mail, um dos serviços mais populares da internet, funciona como o correio tradicional, permitindo a troca de mensagens. Essas mensagens podem incluir também arquivos. Quando o usuário se inscreve em um provedor, ele passa a ter um endereço de correio eletrônico, que corresponde a um espaço reservado no disco rígido de um computador conectado à internet. Esse espaço funciona como uma caixa postal. Quando alguém envia uma mensagem, ela segue sua rota passando pelos diversos computadores da internet até chegar à caixa postal do destinatário, ficando ali armazenada. Para verificar se chegou alguma nova correspondência, o usuário 28 conecta-se à internet, via linha telefônica, e acessa sua caixa postal usando uma senha. As novas mensagens são transferidas para o computador do usuário. Com as mensagens já armazenadas em seu computador, ele pode lê-las quando quiser. Podemos também preparar as respostas para as mensagens. As mensagens a serem enviadas ficam armazenadas em uma caixa de saída. Com as mensagens já prontas, o usuário dará um comando para que as mensagens contidas em sua caixa de saída sejam enviadas. As informações técnicas acima foram colhidas no centro de documentação de Furnas Centrais Elétricas S.A., que ainda expôs o desenvolvimento de todo o seu trabalho com a documentação da empresa, conforme se segue: Através da Comissão para Análise de Documentos, levanta-se a documentação de cada Diretoria, com suas Acessórias, Superintendências, Departamentos, Divisões, Usinas, Subestações, Escritórios de obras entre outros. Todos os títulos de documentos foram indexados e lançados em tabelas de Destinação e Temporalidade. De sorte que, através de um sistema informatizado, cada funcionário sabe qual o tratamento a ser dado para cada documento. Através dessa informatização, recuperam-se as informações de seus conteúdos em tempo hábil e agilizado. Otimizou-se a grande massa de documentos em papel, passando os mesmos a serem emitidos por métodos informatizados. 3.6. Considerações gerais – os efeitos da comunicação A comunicação exerce influências positivas sobre indivíduos, principalmente quando age sobre a sua introspecção e seu mutismo, que os levam ao isolamento, prejudicando a coesão grupal. Chefias e supervisões somente conduzem o grupo à excelência da produção, se houver entendimento nos objetivos de cada um, frente às metas traçadas pela empresa. O corpo da empresa deve ser interligado para que não haja segmentações estanques, compartilhando interesses e responsabilidades. A comunicação favorece a ação democrática, participativa e interativa, indícios esses que caracterizam a globalização da sociedade do séc. XXI. Tem-nos chamado 29 atenção, por incrível que pareça, o relacionamento do povo com estátuas da cidade, que não falam, não ouvem e não vêem. A interação com as esculturas de bronze tem ficado cada vez mais comum, desde que os monumentos passaram democraticamente a ser instalados na rua e não no alto de pedestais. Com essa proximidade, o povo não se envergonha de fazer carinho nas suas estátuas preferidas. Na estátua de Luiz Gonzaga, inaugurada em frente ao pavilhão de São Cristóvão, há um banquinho para os admiradores sentarem para papear e tirar fotografias do ídolo com uma sanfona nas mãos. O banquinho está lá para induzir o contato. Uma estátua reproduz Otto Lara Resende em pé ao lado da sua mesa de trabalho. Com um livro nas mãos. Segundo testemunhas, há pessoas que conversam com a estátua. É o que se passa com Drummond, sentado num banco do calçadão de Copacabana. As crianças de escola primárias, todas entre 8 a 10 anos, ficam encantadas. Conversam com Drummond, recitam seus poemas e até redigem poesias aos seus pés. Voltam para casa como se tivessem conhecido o Drummond e convivido com o mesmo. 30 CONCLUSÃO Neste início de século, em novo milênio, não se poderia imaginar alguma liderança desconectada do sentido democrático, bem como se conceber a definição de chefia autocrática, composta de elementos coercitivos. Como toda liderança é um fenômeno social que ocorre preferencialmente em grupos sociais, não haveria outras alternativas que não fossem a sua implantação e desenvolvimento junto ás chefias e supervisões empresariais, onde a influenciação entre pessoas é vital. Chegamos à conclusão de que, na tomada de decisões, a liderança democrática ou, até por vezes, a liberal, deve ser estimulada. Pouco tempo de vida restaria a uma liderança, sem que fosse despertada a motivação entre os componentes de cada grupo de trabalho. A qualidade de sua produção só é possível na satisfação proporcional dos membros da empresa, uma vez atendidas suas necessidades básicas-fisiológicas, sociais, de segurança, de estima e auto-realização. Por fim, conquistados os requisitos acima, fecha-se o ciclo da nova empresa através da comunicação – uma questão de vida, de fortalecimento e saudabilidade. A palavra é um dos meios mais diretos do entendimento e da comunicação. Através da palavra fazemos arte, transmitimos emoção e definimos a verdade. Mas, a palavra, como tudo na vida, tem os seus antagonismos. Schopenhauer chegou a dizer que os pensamentos morrem no mesmo instante em que se encarnam em palavras. Santo Agostinho afirmava que conseguimos expressar o que é concebido pela mente com grande precisão através das palavras. Daí os cuidados que se deve ter no exercício do uso da palavra, no que se refere ao relacionamento de chefia e subordinados. A palavra é a maneira de traduzir idéias e pensamentos. Cada palavra é carregada de afetividade e por isso a sua significação é sempre subjetiva. Portanto, para que a palavra alcance a grande força do encontro e da comunicação, ela deve ser clara, objetiva, sem ambigüidades ou segundas intenções. 31 A palavra é, portanto, o vínculo maior da comunicação. Segundo Mario Faustino um dos grandes poetas atuais brasileiros, a “palavra e a vida são inseparáveis. Vivemos entre palavras, fazendo a vida com palavras. Não há registro de nenhuma sociedade humana que se organize sem a palavra. As palavras atravessam as dimensões de nossa existência... Enumeráveis redes de comunicação verbal tecem a nossa história, cada dia. Pensamos para falar, falamos para pensar. As palavras são para comunicar o vivido e o por viver, para resgatar a memória, como também para enunciar os desejos, as esperanças, as várias formas de fecundar o presente e gestar o futuro. O que vivemos. O que amamos. O que sofremos. O que sonhamos”. Lutamos com as palavras – para esclarecer e organizar nossas próprias idéias, assim como para a travessia da comunicação com os outros. Para que os outros nos reconheçam. E também para reconhecer o outro. A nossa voz. As outras vozes. Informações entre pesquisadores. É um precioso instrumento de trabalho para professores e alunos. 32 BIBLIOGRAFIA ARAÚJO, Paulo Henrique de. Motivação: faça a diferença. Blumenau: EKO, 2000. _______. Motivando o talento humano. 11. ed. Blumenau: EKO, 1999. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática expositiva brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1970. BENNIS, Warren et al. Liderança e gestão de pessoas: autores e conceitos Imprescindíveis. São Paulo: Publifolhas, 2002. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas: como transformar gerentes em Gestores de pessoas. 4. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. COVEY, Stephen R. Liderança baseada em princípios. Rio de Janeiro: Campus, 2002. _______. Os sete hábitos das pessoas muito eficientes. 4. ed. São Paulo: Best Seller, 1991. FURINI, Isabel Florinda. Liderança com sucesso. 2. ed. São Paulo: Ibrasa, 1994. HELELR, Robert. Como gerenciar equipes. 3. ed. São Paulo: Publifolha, 2001. 33 _______. Como motivar pessoas. 4. ed. São Paulo: Publifolha, 2001. LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1978. MARINS FILHO, Luiz A. Socorro! Preciso de motivação. São Paulo: Harbra, 1995 NANUS, Warren Bennis Burt. Líderes. São Paulo: Harbra, 1998. PENTEADO José Roberto Whitaker. A técnica da comunicação humana. 3. Ed. São Paulo: Pioneira, 1972. SAUSSURE, Ferdinand. Curso de lingüística. São Paulo: Melhoramentos, 1949. STRAUB, Josepht. Como ser um gerente inovador e bem-sucedido. Rio de Janeiro: Campus, 1995. VROOM, Vitor H. A nova riqueza das organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 34 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I LIDERANÇA: PEÇA FUNDAMENTAL NA VIDA EMPRESARIAL 10 1.11.21.31.4- Objetivos da liderança no âmbito das empresas Conceitos da liderança no mundo das empresas Estilos de liderança e seus efeitos na vida social, técnica e administração da empresa Considerações gerais – práticas e atributos que complementam os vários estudos sobre a liderança 10 11 13 15 CAPÍTULO II MOTIVAÇÃO: A OXIGENAÇÃO DA MENTE DE GERENTES E SUBORDINADOS 16 2.1- Objetivos e conceitos acadêmicos da motivação no gerenciamento de pessoal 2.2- Bases universais de motivação no espaço empresarial 2.3 - Hierarquia das necessidades próprias do homem na sociedade empresarial 2.4- Considerações gerais sobre a motivação como agente psicológico social na empresa 16 18 18 19 CAPÍTULO III COMUNICAÇÃO: CONDIÇÃO NECESSÁRIA A SOBREVIVÊNCIA EMPRESARIAL 21 3.1- O objetivo da comunicação na vida interativa da empresa 3.2- Comunicação como solução dos impasses na administração empresarial 3.3- Mecanismos da comunicação: processo cíclico composto por quatro elementos 3.4- Barreiras da comunicação no radicalismo de atitudes e opiniões 3.5-Informática : o meio mais completo e mais rápido de comunicação 3.6- Considerações gerais : os efeitos da comunicação 21 22 23 25 26 28 35 CONCLUSÃO 30 BIBLIOGRAFIA 32 ÍNDICE 34 36 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes Pós-Graduação “Lato Sensu” Projeto A Vez Do Mestre Título da Monografia: Liderança democrática como fator motivacional na comunicação entre gerentes e subordinados. Autor: Daniela Ribeiro Lutz Data da entrega: / /2005 Avaliado por: Conceito: Avaliado por: Conceito: Avaliado por: Conceito: Conceito Final: 37 EVENTO CULTURAL 38