Artigo Técnico Oncologia – Setembro / 2007 Ingestão de Cálcio e Vitamina D e o Risco de Câncer de Mama em Mulheres. Neste estudo, os autores examinaram, em perspectiva, a ingestão total de cálcio e as fontes dietéticas e suplementares de vitamina D, com relação ao risco do câncer de mama em mulheres pré e pós-menopausa. Fármaco em estudo: Autoria: cálcio e vitamina D LIN J, MANSON JE, LEE IM, et al. Intakes of Calcium and Vitamin D and Breast Cancer Risk in Women. Arch Intern Med. n. 167, p.1050-1059. 2007 Resumo Introdução Estudos experimentais em animais relacionaram a ingestão de cálcio e vitamina D com a prevenção de câncer de mama em ratas. Observou-se que fêmeas com baixa ingestão dietética de cálcio e vitamina D desenvolviam significativamente mais tumores de mama do que os animais que recebiam níveis adequados destes nutrientes. A ingestão adequada através de dietas ricas em cálcio, melhora as concentrações intracelulares de cálcio. Em adição, a vitamina D participa de um feedback para manter os níveis de cálcio dentro da normalidade. A vitamina D pode ser obtida através da ingestão de uma variada quantidade de alimentos e também pela exposição à radiação ultravioleta (UV) – responsável pela conversão do 7-deidrocolesterol em vitamina D, na pele. Dados epidemiológicos que associam o consumo de cálcio e/ou vitamina D com o risco de câncer de mama foram inconclusivos. Alguns estudos relataram uma associação inversa entre a ingestão de cálcio e/ou vitamina D e o risco de câncer de mama. No presente estudo, os autores examinaram, em perspectiva, a ingestão total de cálcio e as fontes dietéticas e suplementares de vitamina D, com relação ao risco do câncer de mama em mulheres pré e pós-menopausa. Métodos Este estudo utilizou um experimento randomizado, recentemente terminado, sobre a terapia com aspirina e vitamina E em baixa dose para a prevenção do câncer e da doença cardiovascular. Durante 1993 e 1995, 39.876 mulheres com idade igual ou superior a 45 anos e que estavam livres de câncer ou de doença cardiovascular foram registradas no estudo. Na análise atual, foram excluídas 8.389 mulheres que forneceram informação dietética insuficiente ou tinham menopausa desconhecida. Estas exclusões deixaram um total de 10.578 mulheres pré-menopausa e 20.909 pós-menopausa. Na linha de base, as participantes preencheram um questionário sobre o uso de alimentos e bebidas ingeridas durante os 12 últimos meses. As participantes escolhiam entre 9 respostas possíveis, que variavam do “nunca” ao “6 vezes ou mais, por dia”. A cada seis meses durante o primeiro ano e anualmente, após o primeiro ano, as participantes relataram em questionários de continuação se tiveram diagnosticado ou não o câncer de mama. Para aquelas que relataram um diagnóstico do câncer de mama e para aquelas que tinham morrido, foi investigado os relatórios médico-patológicos. Durante 10 anos de acompanhamento, 276 mulheres pré-menopausa e 743 pós-menopausa tiveram o diagnóstico confirmado de câncer de mama. Resultados Os valores médios da ingestão de cálcio e vitamina D foram 1021 ± 498 mg/dia e 353 ± 244 UI/dia, respectivamente. Mulheres pré e pós-menopausa tiveram ingestão total de cálcio e vitamina D semelhantes (965 contra 1049 mg/dia para o cálcio; 332 contra 364 UI/dia para a vitamina D). As características gerais das pacientes na linha de base estão relacionadas na tabela 1. Tabela 1. Características basais das pacientes, de acordo com a ingestão de cálcio e vitamina D (dados originais) A relação entre ingestão de cálcio e vitamina D, e o desenvolvimento de câncer de mama foi modificada pelo status de menopausa. Mulheres em pré-menopausa que consumiam mais cálcio e vitamina D tiveram um menor risco de desenvolvimento de câncer de mama. Em mulheres pósmenopausa, esta associação não foi possível. Conclusões Os achados do presente estudo sugerem que altas quantidades de cálcio e vitamina D dietéticos e suplementados podem ser associadas com um baixo risco de desenvolvimento de câncer de mama entre as mulheres na pré-menopausa. Investigações posteriores deverão ser realizadas a fim de se potencializar a utilização do cálcio e da vitamina D contra o câncer de mama. Exemplificação de fórmula Carbonato de cálcio / Vitamina D3 – cápsula Vitamina D3............................................200 UI Carbonato de cálcio................................500 mg Excipiente qsp.....................................1 cápsula Mande.....cápsulas. Posologia: 1 a 2 cápsulas ao dia ou a critério médico. A exemplificação de formulação contida neste artigo é apresentada como sugestão, podendo ser modificada a critério médico. Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. John EM, Schwartz GG, Dreon DM, Koo J. 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