!"#$" %'&)(*&)+,.- /10.2*&4365879&4/1:.+58;.2*<>=?5.@A2*3B;.- C)D 5.,.5FE)5.G.+&4- (IHJ&?,.+/?<>=)5.KA:.+5MLN&OHJ5F&4E)2*EOHJ&)(IHJ/)G.- D - ;./);.& Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 ANÁLISE DE MANUFATURA CELULAR: CRITÉRIOS DE ADERÊNCIA AO CONCEITO DE “CÉLULAS REAIS” Gilson Adamczuk (UTFPR) [email protected] Marcelo Gonçalves Trentin (UTFPR) [email protected] Tarcisio Abreu Saurin (UFRGS) [email protected] Este trabalho aborda tema de destacada importância: as células de manufatura e como devem ser concebidas para serem efetivas visando qualidade, custo, entrega para os processos subseqüentes e flexibilidade. Com a disseminação dos conceitos de Tecnologia de Grupo e Manufatura Celular não é raro encontrar arranjos físicos concebidos e reconhecidos como células de manufatura em empresas nacionais.O conceito de célula de manufatura real, introduzido por Hyer e Brown (1999) é adotado neste trabalho. Este conceito define que uma célula real existe somente na presença de um fluxo de trabalho onde as tarefas e quem as executa estão conectados em termos de tempo, espaço e informação. Este conceito é complementar ao entendimento tradicional, de que célula de manufatura assume a dedicação dos equipamentos a uma família de parte ou produtos que possuem processamentos similares. Três arranjos físicos, reconhecidos internamente como células, foram analisados sob esta perspectiva através de quatro índices de aderência propostos neste artigo. Palavras-chaves: tecnologia de grupo, manufatura celular, células de manufatura PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 1. Introdução A competitividade internacional e conseqüente necessidade de respostas rápidas às demandas dos mercados têm levado muitas empresas a considerar abordagens não tradicionais para o projeto e controle de sistemas de manufatura. Uma abordagem é a aplicação de tecnologia de grupo, caracterizada pela exploração de similaridades nas atividades ligadas à produção. Em essência, a tecnologia de grupo tenta decompor os sistemas de manufatura em vários subsistemas, ou grupos, controláveis. Uma aplicação importante da tecnologia de grupo é o desenvolvimento de um sistema de manufatura celular em que peças similares são agrupadas em famílias e máquinas são agrupadas em células. Tais sistemas proporcionam benefícios como simplificação de controle, de implementação e de automação, redução dos tempos de preparação e entre entrada de material e saída de produto, redução de manejo de material; além disso, esses sistemas contribuem para o aumento da qualidade do produto final (RIBEIRO FILHO, 2000). Observa-se no meio acadêmico e nas indústrias em geral, que muitos gerentes e pesquisadores tendem a considerar o conceito de célula de manufatura simplesmente como um determinado tipo de arranjo físico (layout). Em contraponto a isto existem trabalhos que sugerem que o conceito de célula transcende ao simples conceito de layout . O objetivo deste trabalho é identificar e analisar arranjos físicos em empresas do setor metal mecânico do sudoeste do Paraná, que são reconhecidos como células de manufatura pelos seus gestores. Nesta análise estes arranjos foram caracterizados, de acordo com metodologia descrita no item 3, visando analisar a aderência destes ao conceito de “célula real” descrito em Hyer e Brown (1999). 2. Revisão de Literatura Um sistema de manufatura pode ser decomposto em diversos subsistemas manejáveis, os quais usualmente são chamados de células de manufatura. Célula de manufatura é uma importante aplicação da tecnologia de grupo, sendo uma aproximação que pode ser utilizada para visualizar a flexibilidade e eficiência nos dias atuais em ambientes com pequenos e médios lotes de produção (XIAODAN et al, 2007). Segundo Hyer e Wemmerlöv (1984) o aproveitamento das similaridades de produção ocorre a partir das seguintes ações: a) Executando atividades similares de forma conjunta, evitando assim perda de tempo com as alterações necessárias para mudar de uma atividade para outra não relacionada; b) Padronizando as atividades similares e relacionadas, direcionando o foco nas diferenças necessárias e impedindo duplicação de esforços; c) Armazenando e recuperando informações de forma eficiente, principalmente as relacionadas com problemas repetidos, reduzindo assim o tempo de procura por informações, bem como eliminando a necessidade de resolver novamente um problema já solucionado. Para Slack, Chambers e Johnston (2002) o arranjo físico celular é aquele em que os recursos transformados, entrando em operação, são pré-selecionados para passar para uma parte específica da operação ou célula. Neste local se encontram todos os recursos transformadores 2 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 necessários a atender as necessidades de processamento. Após o processamento na célula os recursos transformados podem prosseguir para outra etapa ou célula. O layout celular ou célula de manufatura arranja em um só local máquinas diferentes que possam fabricar o produto inteiro ou uma parte definida. Dentro da célula o material se desloca buscando os processos necessários. Sua característica principal é a flexibilidade quanto a tamanho de lotes por produto. Permite elevados níveis de qualidade e de produtividade. Possui especificidade para uma família de produtos. O transporte do material e os estoques são reduzidos. Famílias de peças que precisam ser fabricadas com certa freqüência possuem uma grande tendência à manufatura celular (MARTINS; LAUGENI, 2005). As células de manufatura, ou células de tecnologia de grupo, têm diversas vantagens sobre os sistemas convencionais, aplicando-se tanto às fábricas de pequeno porte e menor volume de produção quanto às de grande com maiores volumes. As vantagens iniciam-se com a redução de manuseio de materiais, diminuição de contêineres intermediários e bancadas. Os custos da não qualidade são reduzidos pela melhor capacitação dos funcionários em trabalhar com atividades mais restritas, variando apenas dentro de uma família de produtos. Peças a serem retrabalhadas ficam no próprio setor aonde serão recuperadas, agilizando o serviço e evitando que sejam notadas em tempo tardio. O planejamento e controle de produção se tornam mais simples devido a roteiros mais diretos, ocasionando produção mais rápida, menor espera em processo, menores estoques intermediários e antecipação de expedição. Os tempos de preparação das máquinas são reduzidos. A proximidade entre trabalhadores melhora o trabalho em equipe, o relacionamento pessoal e a comunicação no chão de fábrica (MARTINS; LAUGENI, 2005). Para Agarwal e Sarkis (1998) a manufatura celular representa um grande avanço tecnológico sobre os sistemas de manufatura tradicionais baseados em layout funcionais ou de processos especializados. Como resultado muitas organizações manufatureiras com sistemas tradicionais de layout funcional já tem adotado a manufatura celular ou estão considerando sua utilização. A indústria vem por muitos anos se debatendo com o problema de trabalhar com lotes de produção mais eficientes e que tenham boa resposta para alterações de demandas e tecnologias. Sistemas tradicionais são preferidos por ambientes com lotes de produção fixos, devido a sua flexibilidade e sua predominância na indústria. Porém, devido aos setups ocorrem reduções de capacidade e aumento dos lotes e de estoques. As células de manufatura resultam na redução do problema de tempo de setup, porém seu arranjo está comprometido com a rota do produto e com a resposta a mudanças na demanda. Máquinas dedicadas para células específicas, geralmente resultam em utilizações desbalanceadas (KANNANL; GHOSH, 1996). Balakrishnan e Cheng (2007) citam como desvantagens da célula de manufatura a possível baixa utilização de máquinas (uma tendência de mais investimento em equipamentos) ocasionadas pela dedicação de tarefas e grande necessidade de treinamento para que a célula possa ser operada de forma eficiente. Askin et al (1997) apresentam uma metodologia para projeto de sistemas flexíveis de manufatura celular. Em linhas gerais propõem um método de formação da célula que incorpora vários critérios de flexibilidade, servindo como um guia de referência para a formação das células. O projeto de sistemas de manufatura celular envolve vários aspectos estruturais e 3 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 operacionais. Defersha e Chen (2006) discutem a implementação de um modelo focado num dos passos mais importantes do projeto de células de manufatura: a formação das famílias de partes e das máquinas dedicadas às células. Demonstraram a importância de tratar os diversos aspectos de projeto de forma integrada. Kulak et al. (2005) fornecem um processo de busca sistemática do melhor projeto dentre várias alternativas, baseado em dois axiomas (independência e informação), direcionado às empresas dispostas a efetuar a transição de seu sistema tradicional de produção para uma orientação na forma de células. Mahdavi et al. (2007) apresentam um novo modelo para sistemas de manufatura celular baseado no conceito de utilização da célula. O objetivo deste modelo é minimizar os elementos de exceção e o número de lacunas das células, visando manter alta performance de utilização. Obtiveram resultados superiores em relação a alguns algoritmos tradicionais. As abordagens e (ou) metodologias de projeto citados são somente pequena parte de uma ampla e crescente área de pesquisa acadêmica, explorando os vários aspectos possíveis pertinentes ao projeto de células de manufatura. A maior parte destes trabalhos está focada em aspectos técnicos, dando atenção limitada aos aspectos humanos envolvidos. Hyer et al. (1997) Apresentam uma abordagem sócio – técnica ao projeto das células, com estudo de caso e posterior análise. Neste trabalho dão ênfase às formas como esta abordagem influencia e melhora o projeto das células e observaram que a contribuição mais significativa foi no sentido da sustentabilidade dos resultados. 3. Caracterização de Células de Manufatura A proposta deste trabalho é aplicar estudos anteriores que se propõem a caracterizar de forma correta uma célula da manufatura. Hyer e Brown (1999) sugerem o termo “disciplina” para a caracterização como um conjunto de regras e métodos que devem ser considerados. Segundo estes autores a disciplina das células de manufatura reais compreende a aderência a um conjunto bem articulado de critérios. A crítica feita por Hyer e Brown (1999) aos conceitos tradicionais é que eles induzem a classificar célula somente como um outro tipo de layout. Não que estejam errados, mas sugerem uma interpretação deficiente sobre uma célula real. De acordo com Hyer e Brown (1999) uma célula de manufatura real tem duas categorias gerais de características, ou simplesmente elementos caracterizadores: a) Elemento caracterizador 1: a dedicação dos equipamentos para uma família de partes ou produtos que tem requisitos de processamento similares; b) Elemento caracterizador 2: a criação de um fluxo de trabalho onde as tarefas necessárias e aqueles que as executam estão proximamente conectados em termos de tempo, espaço e informação. 3.1 Método de Caracterização O trabalho de Hyer e Brown (1999), que baliza este trabalho, aborda de forma contextualizada o assunto, seja no aspecto acadêmico ou de vivência prática (50 empresas durante um período de 12 anos). Porém o trabalho não propõe um instrumento claro de avaliação de células de manufatura. 4 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 Logo se propõe um instrumento de avaliação para os dois elementos caracterizadores através de uma análise de células de manufatura, atribuindo uma avaliação in loco ou através de informações que devam ser recebidas das empresas, tais como dados de cronoanálise, níveis de ruído, lay out e outros. Os itens de análise das tabelas a seguir, foram obtidos de Hyer e Brown (1999). Para cada item da tabela 1 foram estipulados pesos iguais (100). Já na tabela 2 foram estipulados pesos levando em consideração a influência de cada item sobre os fatores tempo, espaço e informação. O peso 100 para os itens que influenciam direta e fortemente, 50 para os itens que influenciam indiretamente e de forma menos intensa e 0 para os itens que não influenciam. Salienta-se que a atribuição de pesos é um critério sugerido neste estudo, visando criar índices que reflitam a aderência das células que vão ser analisadas ao conceito de célula real. A tabela 1 busca avaliar o elemento caracterizador 1, que constitui o conceito tradicional de células de manufatura, enquanto a tabela 2 preocupa-se com os aspectos ligados à interação dos fatores tempo, espaço e informação, que complementa, segundo o entendimento de Hyer e Brown (1999), o que constitui uma célula real. Item Pesos P1i 1.1 Número de partes ou produtos da célula 1.2 Número de setup’s por parte/produto 1.3 Número de mudanças na seqüência das operações por parte/produto 100 100 100 Tabela 1 – Avaliação do elemento caracterizador 1 (Ec1) Item 2.1 Tamanho de lote 2.2 Quantidades transferidas entre tarefas na célula 2.3 Prazos de entrega das partes produzidas na célula 2.4 Conformidade quanto às especificações dos materiais que chegam 2.5 Eficácia dos equipamentos e (ou) processos 2.6 Tempos de setup’s 2.7 Balanceamento das estações de trabalho 2.8 Tamanho da célula 2.9 Operadores conhecem as outras tarefas correlatas e rotatividade nas tarefas 2.10 Equipamentos dispostos no sentido do fluxo dominante 2.11 Miniaturização dos processos 2.12 Equipamentos podem ser movidos quando a célula precisa mudar 2.13 Existência de rotinas de manutenção preventiva 2.14 Operadores habilitados para manutenção preventiva 2.15 Linguagem comum entre os operadores 2.16 Bom relacionamento entre os operadores 2.17 Operadores continuamente dividem informações 2.18 Operadores habilitados como um time de trabalho 2.19 Operadores têm acesso visual a todas as atividades da célula 2.20 Operadores têm o entendimento de toda a tarefa 2.21 Existência de sistemas de controle gerenciais (visual, auditoria manual, computadorizada) que disponibilizam informação rápida para os operadores 2.22 Existência de feedback’s ao longo das estações da célula e entre célula e clientes e fornecedores internos 2.23 Projetos de trabalho e outros controles que permitem aos operadores reagir em função dos sinais 2.24 Projetos de trabalho e outros controles que unam os operadores em função de resultados 2.25 Baixo ruído Tempo (pesos P2Ti) Espaço (pesos P2Ei) Informação (pesos P2Ii) 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 50 50 100 100 50 50 50 50 50 50 50 0 50 0 0 0 0 0 100 0 100 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 50 50 0 0 0 50 50 100 100 100 50 50 0 50 100 100 100 100 100 100 100 50 0 100 50 0 100 50 0 100 0 0 100 5 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 Tabela 2 – Avaliação do elemento caracterizador 2 (Ec2T , Ec2E ,Ec2I) Assim para os itens das tabelas 1 e 2 são atribuídas avaliações percentuais (Av1i e Av2i respectivamente) com valor máximo 100%. O resultado final da avaliação é tabulado da seguinte forma: Ec1 = ( Ec 2T = ( Ec 2 E = ( Ec 2 I = ( 3 i =1 3 i =1 3 i =1 3 i =1 3 Av1i .P1i ) /( i =1 3 Av 2i .P2Ti ) /( Av 2i .P2 Ei ) /( Av 2i .P2 Ii ) /( i =1 3 i =1 3 i =1 P1i ) P2Ti ) P2 Ei ) P2 Ii ) O resultado final são quatro índices de aderência ao conceito de célula real, que podem servir como uma avaliação da aplicação da manufatura celular numa dada empresa. 3.1.1 Aplicação – 03 células de manufatura Para aplicação do instrumento de avaliação foram visitadas 03 empresas do ramo metalmecânico e escolhido um arranjo físico, em cada uma delas, considerado internamente como célula. As células 1 e 2 são de duas diferentes empresas de pequeno porte que atuam no setor de aramados. São empresas de um mesmo grupo e o corpo técnico (processos, qualidade e manutenção) atua nas duas empresas. As informações foram coletadas junto ao responsável pela área de processos. A célula 3 pertence a uma empresa de médio porte que fabrica eletrodomésticos. Grande parte das informações foram coletadas junto a um supervisor de área. Croquis e cronoanálise foram levantados junto ao setor de engenharia. Os níveis de ruído foram fornecidos pelos técnicos de segurança das empresas. Para efeito deste trabalho as mesmas estão resumidas a seguir: − Célula 1: composta por três funcionários, mesa e máquina de solda ponto. Têm o objetivo de montagem em gabarito e solda-ponto de grelhas. As partes produzidas nesta célula são dez tipos de grelhas inacabadas, subconjuntos de conjuntos fornecidos a uma indústria de eletrodomésticos. As grelhas inacabadas são enviadas a uma máquina que retira as rebarbas, que atende outras células. Logo o operador desta máquina não faz parte da célula; − Célula 2: composta por quatro funcionários, mesa e máquina de solda ponto. Têm o objetivo de montagem em gabarito e solda-ponto de grades. As partes produzidas nesta célula são cinco tipos de grades inacabadas, subconjuntos de um conjunto fornecido a uma indústria de eletrodomésticos. As grades inacabadas são enviadas a uma máquina que retira as rebarbas, que por atende outras células. Logo o operador desta máquina não faz parte da 6 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 célula; − Célula 3: composta por sete funcionários, cinco prensas excêntricas e uma prensa hidráulica. As partes produzidas nesta célula são sete peças que passam basicamente por duas operações de corte e dobra, ou seja, ocupam simultaneamente duas prensas. A seguir aparecem desenhos esquemáticos das células citadas. Figura 1 – Célula 1 Figura 2 – Célula 2 Entrada de peças para as prensas 5-6 Saída peças prontas Entrada de peças para as prensas 1-4 Figura 3 – Célula 3 Salienta-se que as células 1 e 2, muito semelhantes, têm um fluxo definido das operações. Já a célula 3 trabalha com as prensas 1-4 podendo produzir até 06 tipos de peças e as prensas 5-6 7 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 estão praticamente dedicadas a uma única peça. Logo o fluxo das operações é definido pela programação diária e pelo líder da célula 3.2 Análise dos Elementos Caracterizadores das Células Com base nos levantamentos de campo e informações obtidas nas 03 empresas chegou-se à avaliação das 03 células, representada pelas tabelas 3 e 4. Item 1.1 1.2 1.3 Célula 1 Célula 2 Célula 3 valor Av1i valor Av1i valor Av1i 10 2 0 80 100 100 5 2 0 100 100 100 7 2 várias 60 100 30 Tabela 3 – Avaliação do elemento caracterizador 1 – 03 células Item 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.9 2.10 2.11 2.12 2.13 2.14 2.15 2.16 2.17 2.18 2.19 2.20 2.21 2.22 2.23 2.24 2.25 Célula 1 Célula 2 Célula 3 valor Av2i valor Av2i valor Av2i 500-6000 1 N.A. N.A. N.A. 30 min. cronoanálise 3 N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. 87,6 dB 20 100 70 100 80 50 50 100 70 100 100 80 0 0 100 100 50 60 100 100 50 80 20 90 60 500-6000 1 N.A. N.A. N.A. 10 min. cronoanálise 4 N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. 93 dB 20 100 70 100 80 80 70 100 75 100 100 80 0 0 100 100 50 60 100 100 50 80 20 80 40 1000-3000 0-1600 N.A. N.A. N.A. 15 min. cronoanálise 7 N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. N.A. 93,9 dB 50 70 90 100 90 90 80 90 100 20 80 60 100 0 100 100 70 70 40 100 60 50 20 70 40 Tabela 4 – Avaliação do elemento caracterizador 2 – scores Obs. N.A. – não aplicável, ou seja, não existe uma quantificação para o item. Utilizando as avaliações das tabelas 3 e 4 e os pesos das tabelas 1 e 2 obtiveram-se os seguintes índices, na tabela 5, que procuram representar a aderência ao conceito de célula real. Elemento caracterizador 1 Célula 1 Célula 2 Célula 3 Ec1 93,3% 100% 63,3% Elemento caracterizador 2 Tempo Espaço Informação Ec2T Ec2E Ec2I 66,9% 95,6% 73,1% 69,7% 95,6% 73,1% 71,7% 63,3% 65,4% Tabela 5 – Avaliação final das células 8 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 4. Conclusões A maior dificuldade encontrada nas avaliações foi a atribuição dos valores ( 0-100%). Não existem parâmetros claros para isto e existem variações de realidades entre as empresas. As células 1 e 2 têm boa aderência ao conceito tradicional (elemento caracterizador 1). A Célula 3 não adere bem a este conceito. Isto é facilmente identificado na tabela 3 pois existe uma grande variação nas seqüências de operações associada ao número de partes produzidas da família. Apesar disso a empresa considera que isto não interfere na efetividade das operações, inclusive entende que esta flexibilidade permite maior agilidade dos processos. No fator tempo as 3 células tiveram uma avaliação final semelhante. No fator espaço as células 1 e 2 tiveram índices muito bons, o que era esperado dado que as mesmas fisicamente encontram-se dispostas concentradas em uma bancada de trabalho (mesa). Já para a célula 3 o que mais influenciou na redução deste índice foi: não existência de um sentido do fluxo dominante e os equipamentos que não podem ser movidos facilmente, mesmo porque se tratam equipamentos de grande porte. No fator informação as 3 células tiveram uma avaliação final semelhante, tendo a célula 3 um índice ligeiramente inferior. Alguns itens influenciaram negativamente em mais de um fator e poderiam ser abordados pelas empresas num primeiro momento. Embora o presente trabalho enfoque a aderência em si ao conceito de célula, não significa que as células analisadas não tenham bom desempenho e produtividade. Segundo relatado, atualmente, as mesmas têm bons índices de performance. Para trabalhos futuros sugere-se conjugar os índices de aderência ao desempenho, inclusive buscando analisar um número mais representativo de células de manufatura. Agradecimentos Agradecemos à CAPES e à Fundação Araucária, pelo apoio financeiro que possibilitou a execução deste trabalho, às empresas Aramart , Atlas e Extremo Sul por disponibilizar acesso às suas unidades industriais para os trabalhos de campo. Referências AGARWAL A.; SARKIS J. A review and analysis of comparative performance studies on functional and cellular manufacturing layouts. Computers ind. Engng Vol. 34, No. 1, pp. 77-89, 1998 ASKIN, R. G.; SELIM, H. M.; VAKHARIA, A. J. A methodology for designing flexible cellular manufacturing systems. IIE Transactions Vol.29, p. 599-610, 1997. BALAKRISHNAN J., CHENG C.H. Multi-period planning and uncertainty issues in cellular manufacturing: A review and future directions. European Journal of Operational Research, Vol. 177, p. 281–309, 2007. DEFERSHA, F. M.; CHEN, M. A comprehensive mathematical model for the design of cellular manufacturing systems. Int. J. Production Economics Vol. 103, p. 767–783, 2006. HYER, N.L.; BROWN, K.A. 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