FERRAMENTAS E TÉCNICAS DA CRIATIVIDADE
Dep. Engª Química
FCTUC
Outubro 2001
Sumário
 Introdução
Porquê a Criatividade
Criatividade e Engenharia
 O Processo mental da criatividade
 Metodologia de suporte ao pensamento criativo e inovação
 Ferramentas da criatividade
Introdução: Porquê a criatividade?
Competitividade empresarial
Criatividade e Inovação
 Bom desempenho financeiro de uma empresa a longo prazo
 Os clientes cada vez mais exigem produtos inovadores
 Os concorrentes copiam as inovações a um ritmo cada
vez mais rápido
 Existem novas tecnologias que possibilitam a inovação
 O que costuma funcionar hoje já não funcionará amanhã
Definições
Criatividade
Ligação e o rearranjo de conhecimentos nas mentes de pessoas que se
disponham a pensar de forma flexível por forma a gerar ideias inovadoras
e por vezes surpreendentes que possam ser julgadas úteis por terceiros.
Inovação
É a primeira implementação prática e concreta de uma ideia criativa de tal
forma que justifique um reconhecimento extrínseco ao indivíduo ou
organização.
Implicações das definições
Associações de conhecimentos latentes
Criatividade
Cultivar traços característicos de personalidade
como a espontaneidade e a flexibilidade de
pensamento
Ideias criativas implementadas
Inovação
Reconhecimento de terceiros do valor de uma
ideia aplicada
Obstáculos à criatividade
 Condições sócio-económico-culturais
Nas escolas
Em casa
No emprego
 Cultura empresarial
Séc. XX
No Séc. XXI a criatividade e inovação deverão ser
os motores que movimentam as organizações
Séc. XXI
Criatividade e Engenharia?
Engenharia
Criatividade
Imaginação
Métodos analíticos
Aproveitamento de ideias
Processos e ferramentas
bem definidas
Análise técnica por
vezes quantificada
?
Estímulos e provocações
ao pensamento
Pouco planeamento
e metodologia
Engenharia
Criatividade
 Desenho de processo e reengenharia
 Análise das necessidades dos clientes
 Desenvolvimento de novos produtos e serviços
 Resolução de problemas e melhoria contínua
Quando se deve usar uma análise técnica ou uma abordagem criativa?
Quando uma das abordagens conduz a um beco sem saída
Desafio
S
Análise técnica
Beco
sem
saída?
N
Soluções
Beco
sem
saída?
N
S
Abordagem criativa
Soluções
2. O processo mental da criatividade
O mecanismo do pensamento
Pensamento de Ordem Superior
Algoritmos
Modelos Heurísticos
Percepção
Memória
Registo
Armazenamento
Recuperação de
informação
Associação
Reconhecimento
Codificação
A realidade
Experiência
Julgamento
escolha
Preferências
Crenças
Satisficing
Decisão
O papel da percepção
A mente descarta uma esmagadora maioria da informação,
apenas registando uma pequena porção
A tendência da mente é para prestar atenção precisamente aos
estímulos que coincidem com padrões com significado previamente
conhecidos
Quanto mais tempo uma pessoa dispuser para parar e constatar
(usando todos os sentidos) e reunir o máximo de informação de
forma consciente, maior será o número de detalhes e de codificações
que armazenará na memória.
Porque é tão importante prestar
atenção para se ser criativo?
Pela própria definição de criatividade:
Ligação e rearranjo de conhecimentos nas mentes de
pessoas que se disponham a pensar de forma flexível por
forma a gerar ideias inovadoras e por vezes surpreendentes
que possam ser julgadas úteis por terceiros.
O papel da memória no pensamento criativo
Modelo topográfico do mecanismo da mente
 A informação oriunda da percepção é canalizada de acordo com
padrões já existentes.
 Quando se armazena informação que obedece a um padrão já existente,
está-se a escavar um pouco mais fundo o vale que corresponde a
essa informação.
 Quanto mais escavado for o vale mais rápida e automaticamente
o nosso pensamento segue o curso desse vale.
 Quando se apreende uma nova informação, cria-se um novo
vale, ainda pouco escavado.
 Uma ideia criativa tem a sua origem na associação de dois vales mentais
que não tinham sido antes conectados (ex. os humoristas).
 Quanto maior for o número de vales mentais, mais variados são
os caminhos do pensamento e maiores as probabilidades de se associar
dois vales mentais de forma criativa.
 Trabalho criativo de equipa multiplica o número de vales mentais.
Exercício de pensamento divergente
Ligue os 9 símbolos no máximo com 4 linhas rectas sem levantar a caneta do papel.
Solução 1
Quebrar o pressuposto que as linhas têm que estar dentro do quadrado
imaginário formado pelos pontos.
Solução 2
Quebrar o pressuposto que as linhas têm que passar pelo centro dos símbolos
Solução 3
Quebrar o pressuposto que a linha tem espessura fina
Mais importante que tudo...
Quebrar o pressuposto que os problemas têm uma única solução!
Se se dobrar o papel
Se verificarmos bem a definição de “ligar”
Se se levantar o papel da caneta
Se se usar um lápis
Existem mais de 100 soluções!
O papel da memória na criatividade
Tentar chegar a novas ideias fazendo novas associações
Pesquisar padrões de conhecimento existentes na memória e
tentar contrariá-los
Quando se está a rir de uma situação ou ideia,
parar para pensar qual o conceito que provoca o riso
Procurar novas associações mentais analisando os vales
mentais de terceiros
Abrandar ou deliberadamente retardar o pensamento por
forma a identificar conceitos intermédios
Seleccionar aleatoriamente uma palavra e relacioná-la de alguma forma
com a situação em análise, estando sempre atento a novos conceitos
Interromper, o retardar e o redireccionar o pensamento na procura de
novas associações
Em resumo: não deixar que a nossa memória nos pregue partidas,
ou como dizia um colega meu...

ASSUME = ASS + U + ME
O papel do subsistema do julgamento no
pensamento criativo
O processo mental de julgamento e escolha é um processo inerentemente
emocional por vezes irracional
A solução que um indivíduo encontra para responder a determinada situação
não é, geralmente, óptima
Satisficing
Reprime o pensamento criativo!
Na abordagem criativa
Suspender o julgamento!
Das ideias de terceiros
Das nossas próprias ideias
Exercício nº 2 de pensamento divergente
Determinado indivíduo pretende estimar a altura de um edifício de 20 andares.
Para tal dispõe apenas de um barómetro. Como poderá proceder esta pessoa
para desempenhar a sua tarefa?
Comparar o comprimento da sombra do barómetro e a sombra do edifício
Baloiçar o barómetro preso por um fio no topo do edifício e calcular
o período
Deixar cair o barómetro do topo do edifício e medir o tempo que demora
a atingir o solo
Medir a “quantidade de barómetros” de um andar e multiplicar por vinte
Atar um fio ao barómetro e pendurá-lo desde o topo até ao barómetro
tocar no chão. Medir o comprimento do fio
Oferecer o barómetro ao porteiro do edifício em troca da informação
desejada
Lições a retirar
Não existe uma solução única! Tentar procurar mais que uma solução!
Evitar o satisficing
Não menosprezar o óbvio
Evitar o julgamento precipitado de ideias
3. Metodologia de suporte ao pensamento criativo e inovação
Modelo para aplicação de ferramentas da criatividade
I. Preparação
Análise
Criação
Observação
Realidade
Recolha
Melhoria
Implementação
IV. Acção
II. Imaginação
Avaliação
III. Desenvolvimento
Distribuição de tempos no ciclo da criatividade
I. Preparação
II. Imaginação
20%
20%
40%
20%
IV. Acção
III. Desenvolvimento
4. Ferramentas da criatividade
 Existem centenas de ferramentas para estimular a criatividade de equipas
 Nunca se sabe à partida qual a ferramenta que vai ser mais eficaz na
abordagem a determinado tema
 Deve-se utilizar o maior número possível de ferramentas, dentro de limites
razoáveis de tempo
Sete Ferramentas de Criatividade
Fugas
Analogias
Criação de
Novos Mundos
ABC
DEF
4
Organização
de Ideias
Redefinição do problema
Boas equipas de criatividade são, acima de tudo,
boas equipas de redefinição dos problemas
Hierarquização do problema
Manipular a definição do tema
Combinação de palavras-chave
Hierarquização do problema
A melhor forma de resolver um problema é resolver um ligeiramente diferente:
redefinir o assunto em debate
“Como diminuir a quantidade de pasta de papel não conforme?”
“Que novos usos poderão existir para pasta de papel não conforme?”
Hierarquização do problema
Metodologia
1. Escrever uma primeira definição bastante concisa e objectiva numa
folha de Post-it
2. Responder às seguintes questões:
- Quais são outras formas mais subjectivas e latas de redefinir
este problema?
- Porque é que eu me devo preocupar com este problema?
- Quais são os objectivos não imediatos que se pretendem atingir?
3. Várias redefinições do problema, escritas em post-it e que são muito
diferentes no grau de subjectividade
4. Rearranjar desde a definição mais ampla e subjectiva até à mais
restrita e objectiva
5. Utilizar 2 ou 3 destas definições na fase de imaginação
NOTA: não investir em definições de nível de abstracção
demasiadamente elevadas
Hierarquização do problema
Exemplo:
“Como diminuir os estragos em peças de vidro tornando mais eficiente o
processo de carga e descarga dos camiões?”
Qual é a razão para carregar os camiões?
Acomodar carga para os distribuidores
Qual é a razão para acomodar a carga para os distribuidores?
...
Hierarquização do problema
Exemplo:
Subjectividade
 Melhorar a vida dos clientes
 Satisfazer a procura de produtos por parte dos clientes
 Distribuir os produtos da empresa no mercado
 Transportar os produtos para os distribuidores de forma eficiente
 Acomodar a carga em camiões para entrega nos distribuidores
 Eficiente carga e descarga dos camiões
Hierarquização do problema
Exemplo:
Eficiente carga e descarga dos camiões
Ideia inicial: Automatização do processo de carga

Muito dispendioso!
Acomodar a carga em camiões para entrega nos distribuidores
Empacotar uma maior quantidade de produto por cada pacote
Distribuir os produtos da empresa no mercado
Diminuir o número de distribuidores, transportando o
produto para cada um deles por via marítima
(mantendo os pontos de revenda)
Combinação de palavras-chave
Metodologia:
1. Definição inicial do problema a debater
2. Selecção e isolamento de palavras-chave da frase que define o problema
3. Acrescentar sinónimos ou conceitos similares
4. Combinar as palavras aleatoriamente duas a duas e
escolher os pares mais interessantes
5. Utilizar os pares de palavras numa sessão de geração de ideias
Combinação de palavras-chave
Exemplo:
Implementar um sistema inovador que permita diminuir o tempo de
arranque de novos reactores para metade do actual
Outras palavras-chave/”sinónimos”
Inovador: Radical
Arranque: Movimento
Tempo: Idade
Metade: Quota
Actual: futuro
Combinação de palavras-chave:
Metade/ Movimento
Metade/Quota
Sistema/ Movimento
Idade/ Infalível
Tempo/Radical
Arranque/Futuro
Combinação de palavras-chave
Exemplo:
Fase de imaginação
Metade/Movimento: Metade dos engenheiros químicos, mecânicos e electrotécnicos da fábrica
teriam de acompanhar o arranque dos novos reactores
Metade/Quota: A equipa de engenheiros ou empresa responsável pelo arranque receberiam de
honorários uma percentagem proporcional ao tempo de arranque
Sistema/Movimento: Especializar uma pool de recursos no arranque de novos equipamentos:
Uma equipa interdisciplinar com bastante mobilidade entre todas as instalações fabris da empresa
que poderia inclusivé prestar serviços externos.
Idade/Infalível: No planeamento do arranque, constituir uma equipa a preparar o arranque com
um número significativo de operadores e controladores da fábrica. Para além da experiência
acumulada, era uma forma de criar teambuilding dentro da fábrica e diminuir os custos com a
formação
Arranque/Futuro: Parceria com disciplina de Dinâmica de Sistemas no DEQ para a
modelização da fase de arranque de reactores a instalar no futuro que permita efectuar um
arranque 100% automático e sem falhas
Fugas
Fugas
Incita a que se observe o problema em todos os seus detalhes
Descobrir as assumpções e paradigmas e fugir
tentando responder à questão:
- O que aconteceria se cada uma dessas regras fosse quebrada?
Fugas
Fugas
Metodologia
1. Definir o problema
2. Listar regras, assumpções, métodos, paradigmas, lógica dominante,
limitações tecnológicas, limitações temporais ou espaciais, hábitos, tradições
ou qualquer outro aspecto relacionado com o problema.
(Quanto mais óbvia e detalhada a lista melhor)
3. Fugir temporariamente a essas restrições e explorar o problema através
de um movimento mental sobre o que aconteceria se cada uma dessas regras
fosse quebrada, ou de que forma os objectos e situações da lista podem
ser utilizados na resolução do problema
Fugas
Fugas
Exemplo:
“Diminuir o número de acidentes nas estradas relacionados
com a elevada ingestão de álcool?”
Algumas assumpções, regras e hábitos relacionados com o problema:
 Nas escolas de condução apenas se conduz sóbrio.
 Os condutores alcoolizados são detectados quando são mandados
parar ou quando têm acidentes.
 Os aparelhos de medição do nível de álcool estão na posse da polícia e
em alguns bares.
 A escolha de dever ou não conduzir alcoolizado depende do condutor.
 Quando um condutor está alcoolizado faz “esses” na estrada”.
Fugas
Exemplo:
Fugas
Sessão de imaginação
Ideia: Um sensor descobre que o condutor está a conduzir sob o efeito do álcool e bloqueia
a caixa de mudanças por forma a não deixar o condutor meter nenhuma mudança
Ideia: Cada carro vem equipado de origem com um sistema de “balão” para permitir ao
condutor avaliar o seu estado
Ideia: Criar um sistema de software de simulações nas escolas de condução para os
alunos experimentarem a condução sobre o efeito do álcool
Ideia: Obrigar pessoas alcoolizadas a beber ainda muito mais, por forma a que após
ressaca não tenham vontade de repetir a aventura
Ideia: Nos pontos de maior risco, disponibilizar um serviço de policia gratuito para as
pessoas que se sintam alcoolizadas e desejem regressar a casa com os seus veículos:
um polícia conduzirá a viatura do condutor
Ideia: Na entrada e saída das portagens das auto-estradas os portageiros medem o
grau de alcoolémia dos condutores
Ideia: Um software no volante que permita detectar variações na direcção
que indiquem um estado alcoolizado comunicando informaticamente à polícia
Alternativas a Pontos Fixos
Os métodos actualmente utilizados para atingir determinados objectivos são
apenas um meio para atingir outras finalidades mais abstractas.
Os pontos fixos
Quais os objectivos da existência de determinados métodos ou procedimentos?
O que realmente se pretende que aconteça?
Qual o seu valor?
Alternativas a Pontos Fixos
Metodologia:
1. Identificar os pontos fixos inerentes ao problema em análise através
da resposta às questões:
Quais os objectivos da existência de determinados métodos ou procedimentos?
O que realmente se pretende que aconteça?
Qual o seu valor?
2. Fugir da noção de que a forma actual de proceder é a única maneira de
atingir esse ponto fixo
3. Listar outras formas de o fazer
Alternativas a pontos fixos
Exemplo:
“Como melhorar a recepção de pessoas (clientes, visitas,
fornecedores, etc) numa fábrica?”
Pontos fixos do processo:
 Reconhecer a chegada da pessoa
 Mostrar hospitalidade
 Fornecer um local para aguardarem
Exemplo:
Lista de alternativas aos pontos fixos
- Circuitos de câmaras no hall de entrada
Reconhecer
a chegada
de uma
pessoa
Mostrar
hospitalidade
- Cada pessoa com um cartão magnético de acesso
ao parque de estacionamento
- Porteiro ou arrumador com radio comunicação
- Alguém cumprimenta pessoa ao sair do carro
ou ao entrar no edifício
- Quando entra vai directamente para o espaço
de atendimento onde é servido um chá ou café
- Aguardam no hall ou sala de espera
Local para
pessoas
aguardarem
- Nunca esperam. Existe pessoal sempre disponível
para começar algum trabalho caso a pessoa de contacto
esteja ocupada
- Agendar tarefas com uma folga de 10 min por forma
a nunca fazer esperar ninguém
Exemplo:
Combinar ideias para chegar a soluções globais:
Instalar circuitos de câmaras no corredor ou um sistema de
cartões magnéticos no parque de estacionamento.
Um sinal sonoro alertará a recepção que identificará
pela imagem a pessoa que está a chegar e através de
um sistema informático saberá qual o motivo da sua chegada,
e enviará uma mensagem electrónica para
a(s) pessoa(s) que deverão receber a pessoa.
Entretanto, a recepção recebe à porta a visita, trata-a pelo seu nome e
encaminha-a directamente para o local previamente reservado,
serve chá ou café e entretém a pessoa
até chegar o pessoal de apoio ou as pessoas designadas.
Analogias
Analogias
Tentar identificar algum princípio ou conceito de uma situação externa e que
possa ser adaptada à situação com que a equipa se depara
Analogias directas
4 formas
diferentes
de analogias
Analogias aleatórias forçadas
Excursões
Teatralização
Analogias directas
Analogias
Metodologia
1. Identificar qual a essência fundamental do problema.
2. Listar o que ou quem é que lida com uma situação semelhante
ao problema.
3. Estudar detalhadamente como esse problema é ultrapassado por
quem o vive e adaptá-lo ao problema que se pretende resolver.
Analogias directas
Exemplo:
“Como diminuir o número de batatas fritas partidas devido ao
manuseamento das embalagens?”
Algumas analogias:
Empresas de transporte de cristais ou vidro
Empresas de bolachas
As folhas caídas no Outono
Os cigarros
Analogias
Analogias directas
Exemplo:
As folhas caídas no Outono
Herbário
Folhas recolhidas ainda verdes e postas a secar dentro de um livro por
forma a ficarem planas
Analogia
Massa de batata moldada uniformemente e empacotada num tubo
Pringles!
Analogias
Analogias aleatórias forçadas
Analogias
Metodologia
1. Selecciona-se aleatoriamente um termo de uma lista de “mundos paralelos”
2. Forçando uma analogia entre o mundo e os conceitos e realidades que
a palavra sugere a cada membro da equipa tentando adaptá-los à situação
real
(Combater a tendência natural para não ver
qualquer relação útil entre as duas situações)
Analogias aleatórias forçadas
Exemplo:
Analogias
“Diminuir o número de defeitos no ponto de inspecção
final numa fábrica de automóveis”
Mundo paralelo: Notícias da TV
Ideia: As notícias das televisões usam obviamente peças feitas em vídeo.
A linha de montagem também poderia utilizá-las para detectar as causas
de defeitos visualmente
Ideia: As notícias da televisão usam uma combinação de directos com
peças pré-montadas. Na linha de produção qual é a maior fonte de defeitos?
As da linha de montagem ou as das peças pré-montadas?
Ideia: Com a televisão interactiva pode-se ordenar os programas pela ordem
que se desejar. Existe uma ordem de montagem que potencie a diminuição de
defeitos no final da linha de produção?
Excursões
Analogias
Metodologia:
1. Efectuar uma excursão real ou virtual a um espaço distante da realidade
(a um jardim zoológico, ao circo, a um centro comercial, etc.).
2. Procurar deliberadamente por situações que se possam relacionar com
o problema actual.
3. Forçar a analogia.
Excursões
Exemplo:
Analogias
“Diminuir o número de defeitos no ponto de inspecção
final numa fábrica de automóveis”
Excursão a um centro comercial
Ideia: A cera do chão do centro comercial protege a superfície. Poder-se-á
aplicar um tipo de cera aos automóveis enquanto estiverem na linha de
montagem por forma a não sofrerem riscos na pintura?
Ideia: As montras são feitas de vidros bem limpos e transparentes para que os
potenciais clientes possam apreciar os produtos expostos. Como aplicar
isso à linha de montagem? Raios-X para detectar defeitos internos?
Telemetria? Peças críticas marcadas radioactivamente?
Teatralização
Metodologia:
1. Seleccionar várias personagens, pessoas, animais, etc.
2. Usar emprestado os seus vales mentais e imaginar como seria
que eles solucionariam o problema
Analogias
Teatralização
Analogias
Exemplo:
“Diminuir os custos com a manutenção da linha de produção”
Como resolveria o problema uma criança de 6 anos?
Se a linha de produção fosse um brinquedo de uma criança, cada vez que ela não
funcionasse ia a chorar ao pé do pai ou da mãe a pedir que resolvesse o problema
(ou comprar um novo ou arranjar o actual), pois sabe que o pai e a mãe resolvem
tudo porque gostam muito do filho. Para cada equipamento principal numa fábrica
poderia ser nomeado um pai ou uma mãe (ou padrinho e madrinha) responsáveis
pela sua manutenção preventiva. Se possível essas pessoas deveriam ser as que
inicialmente instalaram o equipamento pois têm maior “afecto” por ele.
Como resolveria o problema um gato
Um gato lava-se sempre que se deita e que se levanta, mantendo-se assim sempre
Limpo. Numa linha de produção, um gato certamente reservaria um tempo diário
ou semanal para manutenção, onde todos os colaboradores, devidamente formados,
realizariam este procedimento aos equipamentos com que lidam diariamente, não
necessitando assim de uma equipa de manutenção preventiva.
Criação de novos mundos
Criação de
Novos Mundos
Criação de novos cenários relativamente detalhados
Pensar como se deveria actuar nesse cenário
Cenários de situação
Dois métodos
Cenário ideal
Cenários de situação
Criação de
Novos Mundos
Metodologia
1. Listar os factores que influenciam positiva ou negativamente a situação real
2. Dividir os factores em dois grupos: previsíveis e imprevisíveis
3. Descrever detalhadamente vários cenários, combinando os factores
previsíveis com várias combinações das forças imprevisíveis
4. Dar respostas da empresa para os novos cenários, tentando
responder às questões:
O que deve a organização fazer?
Que serviços oferecer?
Que tendências estão subjacentes a cada um dos cenários?
Como criar valor acrescentado para os clientes?
Cenários de situação
Criação de
Novos Mundos
Exemplo:
“Melhorar o sistema de gestão da ETAR’s de uma companhia vinícola”
Factores previsíveis:
Composição dos efluentes
Consumo de vinho (caudal de efluentes)
Impacto ambiental dos efluentes
Factores imprevisíveis:
Legislação ambiental
Pressão ambiental por parte dos consumidores
Novas tecnologias bioquímicas de tratamento de efluentes
Cenários de situação
Criação de
Novos Mundos
Exemplo:
Cenário 1: Com a disseminação da informação, os consumidores boicotam as
companhias vinícolas que não sigam uma política de efluente zero. O governo
toma uma medida legislativa com vista a encerrar todas as empresas que não
cumpram com este objectivo.
Cenário 2: São patenteadas novas formas de tratamento bioquímico mas a empresa
não domina a nova tecnologia nem pode investir na formação de alguns dos seus
quadros devido a uma época de rigorosa recessão.
Cenários de situação
Criação de
Novos Mundos
Exemplo:
Ideia: Todas as empresas vinícolas ficariam em dificuldade – UMA NOVA OPORTUNIDADE
DE NEGÓCIO! Realizar parcerias com especialistas nacionais e internacionais com vista a
patentear um sistema de garanta efluente zero ou, caso exista, tentar garantir a representação
exclusiva desse sistema em Portugal
Ideia: deixar secar (evaporar) as lamas e transformá-las em produtos secundários reciclados
(fertilizantes, acendalhas, rolhas, bases para copos e garrafas que sejam comercializados
juntamente com o vinho, etc.)
Ideia: Sistema de controlo remoto da ETAR, efectuado por empresas especializadas com
monitorização de dados via internet
Cenário Ideal
Criação de
Novos Mundos
Metodologia
1. Imaginar uma situação ideal num mundo distante sem limitações físicas,
espaciais ou tecnológicas.
2. Voltar à realidade dos dias actuais e pensar como a empresa pode evoluir
na direcção do cenário criado tendo em conta as limitações do mundo actual.
Nota: Os cenários não devem ser tão pouco plausíveis que façam do uso desta
ferramenta um jogo tolo.
Cenário Ideal
Exemplo:
Criação de
Novos Mundos
Um cenário futurista para o funcionamento de um
centro de cardiologia
Pulsação e a pressão arterial seriam medidos em casa do próprio paciente.
Resultados posteriormente enviados via internet ou outro sistema de comunicação
para o centro. O computador da clínica verifica os sinais vitais do cliente
Sinais vitais normais
Mensagem ao cliente:
“Sinais normais”
Conta processada
automaticamente
Sinais vitais
acima do normal
Sinais vitais anormais
Aumento da medicamentação
Mensagem ao médico
Verifica agenda do médico
Fornece alternativas
de datas e horas de
consulta ao paciente
Palavras Aleatórias
Metodologia:
ABC
DEF
1. Seleccionar um substantivo ou verbo aleatoriamente
2. Reflectir sobre as características (vales mentais) associados a essa palavra
3. Associar mentalmente ao tema em análise
ou...
1. Seleccionar uma preposição ou conjunção aleatoriamente
2. Seleccionar dois conceitos-chave relacionados com o tema em análise
3. Colocar a preposição ou conjunção entre as duas palavars
4. Listar ideias que surjam através da associação das palavras
Palavras Aleatórias
Exemplo:
“Como coordenar eficientemente as várias tarefas de um
projecto industrial?
ABC
DEF
Substantivos:
Morcego: Os morcegos têm um sistema de orientação no escuro semelhante a um
radar, permitindo “ouvir” ecos das várias situações que se lhes deparam. Num
projecto, todos os recursos envolvidos deverão ter á sua disposição uma listagem das
suas tarefas semanais. No final da semana, essa checklist deverá ser devolvida para
análise do progresso. Caso o progresso não seja adequado, este sistema de recolha de
“ecos” passa rapidamente para reporting diário. Caso algumas tarefas continuem a
derrapar, as equipas respectivas entrarão num verdadeiro programa morcego, rodando
a equipa por forma a trabalhar no projecto 24 horas por dia pois deles depende a
concretização do projecto
Sauna: momento de relax! Num projecto exigente devem ser contemplados períodos conjuntos
para descontracção das equipas que lhes permita recarregar as baterias e aumentar o
teambuilding: sauna, descida do Mondego de canoa; bungee jumping, kart; provas de orientação
de equipas, etc.
Palavras Aleatórias
Exemplo:
Verbos:
ABC
DEF
Comparar: Estabelecer objectivos bem claros para as equipas. Comparar semanalmente o seu
Desempenho de acordo com os objectivos e afixar esses resultados em lugar visível.
Inverter: Além de planear o projecto correctamente, planear para o desastre, ou seja: definir
planos de contingência logo antes da implementação: segurança, recursos humanos, físicos,
financeiros, atrasos e seu impacto, etc.
Preposições e Conjunções:
Projecto (em vez) coordenação: Descentralizar a coordenação do projecto. A cada equipa
apenas é dado uma missão com limite temporal. Cada equipa calendariza o seu mini-projecto
da forma que achar melhor. Numa fase posterior é feita a análise e articulação do planeamento
das diversas equipas.
Projecto (oposto) tarefas: As pessoas envolvidas deverão estar cientes que o projecto
Envolve outras equipas noutras tarefas que não as delas. Deveria haver um encontro periódico
em que o responsável máximo do projecto fizesse o ponto de situação, seguido de uma
apresentação de uma das equipas que descreveria em detalhe as tarefas que já realizou, as
Dificuldades encontradas e como as ultrapassou. Em alternativa, tal poderia ser feito numa
intranet, com uma base de dados com os problema encontrados e a forma como foram
ultrapassados
Organização de Ideias
Sistematizar, analisar, desenvolver, avaliar e seleccionar as
centenas de ideias geradas no processo criativo
4
Organização
de Ideias
1. Organizar ideias por famílias, por ex:
- Ideias com o mesmo objectivo
- Ideias aplicadas ao mesmo processo
2. Pré-classificação das ideias
RTU (Ready To Use) - Prontas Para Implementação
SEED (Seedlings) - Férteis
UD (Useful Directions) - Caminho a Seguir
NR (Not Ready) Não Utilizável
A Pré-classificação deve ser feita:
 Em equipa
 Por intuição
 Por pessoas optimistas
Organização de Ideias
4
Organização
de Ideias
3. Selecção de ideias
 Escolher as ideias mais interessantes e promissoras do vasto conjunto de
ideias gerado
 Deve-se seleccionar o dobro da quantidade de ideias implementável num
espaço de 12 meses na organização
Atractividade
Alta
Média
Baixa
Compatibilidade
Alta


Média













Baixa





Organização de Ideias
4. Desenvolvimento das ideias
4
Organização
de Ideias
Nomear um responsável (pessoa ou equipa) para o desenvolvimento
de cada uma das ideias seleccionadas
Moldagem
Concepção à
medida
Fortalecimento
Reforço
Como se poderá moldar a ideia por forma a anular eventuais
objecções que possam vir a resultar na rejeição da ideia?
Como se poderá modificar a ideia por forma a melhor
colmatar as necessidades da empresa?
Como se poderá aumentar o poder ou o valor acrescentado da
ideia?
O que poderá ser feito quanto aos seus pontos fracos?
Organização de Ideias
Projectar a
implementação
O que pode ser feito à ideia por forma a aumentar a
probabilidade de ser implementada? Quem deve estar
envolvido?
Comparação com
a realidade
Comparando a ideia com a realidade actual da organização
qual a diferença?
Erros ou falhas
potenciais
O que poderá acontecer de errado com esta ideia? O que
pode ser feito nessas circunstâncias?
Consequências
Quais são as consequências de curto e longo prazo se a ideia
for implementada?
Teste e
protótipo
Como será possível testar a ideia em escala reduzida?
Pré-avaliação
Como pode a ideia ser modificada por forma a ir de encontro
das necessidades das pessoas que a irão avaliar?
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Organização
de Ideias
Organização de Ideias
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Organização
de Ideias
5. Documentar a ideia
A Ideia
Descrever a ideia de uma forma clara em dois ou três
parágrafos
Descrever três a dez benefícios que a ideia pode originar para a
Aspectos positivos
organização. Considerar tanto os clientes externos como
internos.
Aspectos negativos
Identificar
potenciais
objecções,
pontos
negativos
e
consequências.
Indicar informações de suporte à ideia, factos, números,
Informação de suporte
indicadores, etc. Quais os benefícios que advirão com a ideia em
termos de satisfação do cliente? Facturação? Redução de
custos? Redução de ciclos de tempo?
Num ou dois parágrafos fazer uma apreciação intuitiva da ideia.
Conclusão intuitiva
Usar linguagem metafórica, emotiva e descritiva. Mencionar o
grau de excitação que a ideia produziu no grupo.
Organização de Ideias
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Organização
de Ideias
6. Avaliação de ideias
 O processo de avaliação de ideias deverá ser efectuado pelo grupo de pessoas
que tenham o poder de alocar recursos e solicitar a colaboração de todos
Urgência
Efeito
Esperado
Possibilidade de
Implementação
Duração
do Ciclo
Avaliação
Global
Ideia 1
Ideia 2
Ideia 3
…
 - Reduzido
 - Médio
 - Elevado
Organização de Ideias
Outras variáveis que podem ser utilizadas na avaliação:
Eficácia para cumprimento de objectivos
Custo de implementação
Singularidade da ideia
Implicações morais ou legais
Probabilidade de sucesso
Facilidade de implementação
Reacção dos clientes
Potencial de rendibilidade ou de redução de custos
Ausência de riscos ou consequências nefastas
Tempo para implementação
Tecnologia disponível
Simplicidade da ideia
Sentido de urgência
Conformidade com as forças da organização
Nível de apoio interno
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Organização
de Ideias
Posicionamento das ferramentas da criatividade
na metodologia de pensamento criativo
Preparação
Redefinição do problema
Fugas
Alternativas pontos fixos
Analogias
Novos mundos
Palavras aleatórias
Organização de ideias
Imaginação
Desenvolvimento Implementação
Bibliografia
 Michalko, M., 1991, “Thinkertoys: a Handbook of Business Creativity for the 90’s”,
Bekerley, Califórnia, Ten Speed Press
 Plsek, Paul E., 1997, “Creativity, Innovation and Quality”, Milwaukee, Winsconsin, ASQC
 Hall, Doug, 1996, “Jump Back your Brain”,Warner Books
 Hall, Doug; Peters, Tom, Sept 2001, “Jump Back your Business Brain: Win more,
Lose less and make more money”, Betterway Publications
Sites
http://creativeideas.20m.com/
http://www.gocreate.com/
http://www.cul.co.uk/
http://members.ozemail.com.au/~caveman/Creative/
http://freespace.virgin.net/david.weeks5/map/
http://www.brainstorming.co.uk/
http://www.directedcreativity.com/pages/core.html
http://www.cre8ng.com/
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Ideia - Equipa Sagres