Julho/15 1. Evolução da Carga no Sistema Interligado Nacional e Subsistemas 1.1 Sistema Interligado Nacional Os valores de carga de energia do SIN verificados em julho/15 apresentam decréscimo de 2,3% em relação aos valores verificados no mesmo mês do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o SIN ainda apresentou uma variação positiva de 0,2% em relação ao mesmo período anterior. 69,1 pontos, o segundo menor nível da série mensal, iniciada em outubro de 2005. O gráfico a seguir apresenta uma comparação entre as taxas de crescimento da Carga Verificada e da Carga Ajustada do SIN, com Manaus integrado ao SIN. Apresentam-se na tabela a seguir os dados de carga, assim como seus valores ajustados, visando a exclusão dos efeitos de fatores fortuitos e não econômicos sobre a carga, como variações de temperatura diferentes das esperadas, calendário (diferença no número de dias úteis) e perdas na Rede Básica. 1.2 Subsistema Sudeste/Centro-Oeste Para o Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, os valores de carga de energia verificados em julho/15 apresentam decréscimo de 4,0% em relação aos valores verificados no mesmo mês do ano anterior. Com relação ao mês de junho/15, verifica-se uma variação positiva de 1,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Sudeste/CentroOeste apresentou uma variação negativa de 1,2%, em relação ao mesmo período anterior. Obs. O detalhamento por classe de consumo será informado na Resenha de Mercado da EPE do mês de agosto/15. O comportamento da carga do SIN reflete sobretudo o baixo desempenho da indústria, que vem realizando ajustes no nível de produção, diante do aumento de estoques e da diminuição da demanda interna, reflexo do aumento da taxa de juros, da piora no mercado de trabalho e da inflação em alta. Observa-se, ainda, redução no nível de atividade do setor de comércio e serviços. Adicionalmente, a elevação das tarifas de energia elétrica decorrente das bandeiras tarifárias, da revisão tarifária extraordinária e do reajuste tarifário anual, vem se refletindo nos padrões de consumo de energia, contribuindo para a redução da carga, principalmente nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul onde o impacto dos aumentos tarifários tem sido maior. Destaca-se, também, que o desempenho da carga do SIN nesse mesmo mês do ano de 2014 foi influenciado negativamente pela concessão de feriados ou jornadas de trabalho reduzidas em dias de jogos da Copa do Mundo, tanto aqueles com participação da Seleção Brasileira, quanto os demais jogos, estes com impacto mais sensível nas capitais onde eles se realizaram. Apesar desse fato, a carga dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul registrou valores inferiores aos do mesmo mês do ano passado. A variação negativa de 2,7% na carga ajustada no SIN em julho/15, quando comparada a julho/14, ratifica as observações acima e mostra que os fatores fortuitos, não econômicos, contribuíram com apenas 0,4% da taxa apresentada. A variação negativa apresentada pelo Subsistema Sudeste/CentroOeste é explicada, principalmente, pelo modesto desempenho da indústria cuja participação na carga industrial do SIN é de cerca de 60%. Além disso, também contribuiu para a redução da carga, a elevação das tarifas de energia elétrica que vem se refletindo nos padrões de consumo de energia desse subsistema. A variação negativa de 4,5% apresentada pela carga ajustada ratifica as afirmações acima. 1.3 Subsistema Sul Os valores de carga de energia verificados em julho/15 indicam variação negativa de 1,8% em relação aos valores do mesmo mês do ano anterior. Com relação a junho/15, verifica-se um acréscimo de 1,9%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Sul apresentou um crescimento de 2,1% em relação ao mesmo período anterior. A taxa de crescimento da carga desse subsistema em julho/15, em comparação ao mesmo período do ano anterior, está influenciada pelo cenário econômico atual e pela redução do consumo de energia decorrente do aumento das tarifas de energia elétrica. A variação negativa de 1,7% da carga ajustada confirma essas afirmações. 1.4 Subsistema Nordeste O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) ficou estável entre junho/15 e julho/15, em 78,2%, o menor nível desde abril de 2009 (78,0%). No Subsistema Nordeste, os valores de carga de energia verificados em julho/15 indicam crescimento de 1,4% em relação aos valores do mesmo mês do ano anterior. Com relação a junho/15, verificase uma variação negativa de 3,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Nordeste apresentou um crescimento de 4,5% em relação ao mesmo período anterior. Além disso, segundo a publicação Sondagem da Indústria de Transformação da FGV de julho/15, o indicador do Índice de Confiança da Indústria (ICI), após cinco quedas consecutivas, avançou 1,5% entre junho/15 e julho/15, ao passar de 68,1 para A evolução do consumo de energia nesse subsistema vem sofrendo menor impacto da conjuntura econômica adversa e da elevação das tarifas de energia do que nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul. Julho/15 1.5 Subsistema Norte No Subsistema Norte, o valor de carga de energia verificado em julho/15 indica uma variação positiva de 1,0% em relação ao valor do mesmo mês do ano anterior. Com relação ao mês de junho/15, verifica-se uma variação negativa de 1,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Norte apresentou uma variação negativa de 1,3% em relação ao mesmo período anterior. A carga dos consumidores industriais eletrointensivos do subsistema Norte conectados à Rede Básica, que passou por expressiva contração ao longo dos últimos anos, mantém-se em patamar bastante reduzido desde meados do ano de 2014. (1) Carga Ajustada Os ajustes realizados de forma a excluir o efeito de fatores fortuitos e não econômicos sobre a carga são: Temperaturas atípicas. A carga ajustada é estimada utilizando as temperaturas típicas para a época do ano em cada subsistema e não as temperaturas efetivamente verificadas. Assim, em um mês excepcionalmente quente a carga ajustada é menor que a carga verificada, o oposto ocorrendo em um mês com temperaturas atipicamente amenas. Calendário. A carga ajustada é estimada usando um calendário normalizado. Isto permite compensar as variações no número de dias de carga normalmente baixa (sábados, domingos e feriados) ao longo dos meses, tornando os dados mais facilmente comparáveis. Perdas na rede básica. As perdas na rede básica são calculadas pelo ONS, decorrem da forma como o sistema é operado, e não têm qualquer implicação econômica. Por isso são excluídas da carga ajustada. Obs: O Boletim com os valores definitivos será disponibilizado no site do ONS.