Previsões de carga para o Planejamento Anual da Operação Energética 2015 – 2019
1. Apresentação
Esse informe tem como objetivo apresentar os principais resultados
das projeções da carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), para o
período 2015-2019, realizada em conjunto pela Empresa de Pesquisa
Energética – EPE e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS.
Essas projeções serão consideradas como uma das premissas para a
atualização da base de dados do Planejamento Anual da Operação
Energética – 2015–2019 a ser utilizada a partir do PMO de janeiro/15.
Para elaboração das previsões, a EPE e o ONS levaram em
consideração uma avaliação da conjuntura no período de janeiro a
novembro deste ano e a postergação das interligações ao SIN dos
sistemas isolados de Macapá e Boa Vista previstas, respectivamente,
para fevereiro/15 e setembro/2016. Além disso, foram consideradas
como premissas as informações de redução da carga de indústrias do
setor de metalurgia, algumas delas com previsão de recuperação da
produção somente a partir de 2018. Estas reduções de carga da
indústria já vêm sendo observadas, como consequência da conjuntura
econômica mundial desfavorável, principalmente em setores da
indústria nacional de commodities metálicas voltados para a
exportação, além dos elevados preços de energia no curto prazo.
As premissas macroeconômicas consideradas em agosto/14 foram
atualizadas, contemplando a revisão dos indicadores de crescimento
econômico, o que resultou em uma alteração do crescimento médio
do PIB de 3,5% a.a, utilizado na 2ª Revisão Quadrimestral da carga
para o Planejamento Anual da Operação Energética - 2014-2018,
para 3,4% a.a. considerando o período 2015 a 2019.
Desta forma, para a atualização da base de dados do Planejamento
da Operação Energética, as previsões para o período
2015-2019 resultam em uma taxa média de crescimento da carga de
energia do SIN de 3,9% a.a.
2. Evolução da Carga no Sistema Interligado Nacional e
Subsistemas durante o período janeiro-dezembro/14
O crescimento da carga de energia do SIN, no período de janeiro a
dezembro de 2014, considerando os valores verificados até
novembro, previsto no PMO para dezembro, registrou uma taxa
média de crescimento em torno de 3,8% sobre igual período de 2013.
Merece destaque o crescimento da carga do Sul, cuja expansão se
situa em 5,1%.
O subsistema Norte apresentou a maior taxa de crescimento em
relação ao mesmo período do ano anterior, 11,3%, essencialmente
como resultado da interligação do sistema Manaus ao SIN a partir de
julho/13. Retirando-se o efeito dessa interligação, o subsistema Norte
apresenta um crescimento nulo no período janeiro a dezembro/14.
As altas temperaturas e o tempo seco registrado no Subsistema
Sudeste/Centro-Oeste nos meses de janeiro e fevereiro, associados à
incorporação de equipamentos de ar condicionado e ventilação nas
residências e no comércio, refletiram-se diretamente no desempenho
da carga dessa região.
No Subsistema Sul, o bom desempenho da carga residencial e
comercial, assim como a do setor agroindustrial, explica a taxa de
crescimento observada no ano.
Por outro lado, a redução da carga de energia de grandes
consumidores industriais da rede básica, a ocorrência de
temperaturas amenas no Nordeste e o menor dinamismo da indústria,
principalmente no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, onde está
concentrada cerca de 60% da carga industrial do país, influenciaram
negativamente o desempenho da carga do SIN durante o ano de
2014. Cabe destacar que, diferentemente do que ocorreu nos outros
Subsistemas, a carga industrial do Nordeste apresentou bom
desempenho no ano.
Ressalta-se que a evolução menor da demanda, o cenário externo
adverso, a entrada de produtos importados, a maior restrição na
concessão de crédito e os elevados preços de curto prazo da energia
no ano de 2014 foram alguns dos fatores que contribuíram para o
fraco desempenho da carga industrial.
Também contribuiu para o desempenho da carga de todos os
subsistemas um fator extra que foi a Copa do Mundo, que levou a
feriados e reduções de jornada de trabalho.
Nessas condições, a taxa de crescimento da carga de energia do SIN
prevista para o ano de 2014 é de 3,8%, devendo situar-se
475 MW médios acima do valor previsto na 2ª Revisão Quadrimestral
da carga para o Planejamento Anual da Operação Energética do
Sistema Interligado Nacional (2014-2018), elaborada em agosto/14.
3. Perspectivas Econômicas
No próximo quinquênio espera-se uma recuperação da economia
brasileira, ainda que o crescimento econômico possa ser limitado nos
anos iniciais devido à política monetária e fiscal restritivas e à lenta
retomada do crescimento mundial.
Após os ajustes, a recuperação da economia será decorrente do
crescimento dos investimentos, fundamentais para alavancar a
competitividade do país. Pelo lado externo, a desaceleração suave da
China e a lenta recuperação dos países desenvolvidos impactarão
negativamente a balança comercial brasileira.
Por outro lado, as exportações de petróleo do pré-sal terão impacto
positivo sobre a balança comercial, contribuindo assim para a
retomada da economia brasileira.
Mesmo com superávit na balança comercial, o déficit do balanço de
serviços e renda, por sua vez, deverá contribuir para o saldo negativo
em transações correntes que será financiado pela entrada crescente
de capitais no país, especialmente através de aumento do
investimento externo direto (IED).
Como consequência do cenário descrito acima, considerou-se uma
taxa média anual de crescimento do PIB nacional, para o período
2015-2019, em torno de 3,4%.
4. Previsão da carga
As previsões de carga de energia para o Planejamento Anual da
Operação Energética de 2015-2019 foram revistas em relação às
previsões elaboradas em agosto/14 e utilizadas nos Programas
Mensais de Operação de setembro a dezembro de 2014.
As seguintes premissas básicas orientaram a elaboração das novas
previsões:




Revisão do cenário macroeconômico;
Postergação das interligações ao SIN dos sistemas isolados
de Macapá (fevereiro/15) e de Boa Vista (setembro/16);
Revisão do cenário de produção física de grandes
consumidores industriais, com postergação da recuperação
do nível de produção de alguns consumidores
eletrointensivos;
Ajuste na previsão do índice de perdas.
Relativamente ao índice de perdas, cabe ressaltar que não se
concretizou, em 2014, a redução inicialmente esperada desse
indicador. Desta forma, estima-se para o período 2015-2019 um
índice de perdas da ordem de 17%. Apesar do crescimento
econômico previsto para os anos de 2015 e 2016 ser inferior ao
previsto na 2ª Revisão Quadrimestral de agosto/14, em decorrência
do ajuste do índice de perdas, a carga situa-se ligeiramente acima dos
valores previstos nessa Revisão Quadrimestral.
As tabelas 1, 2 e 3 resumem os valores projetados em MW médios, as
taxas de crescimento consideradas, e os respectivos acréscimos de
carga anuais por subsistema. Os acréscimos de carga no subsistema
Norte estão influenciados pela interligação de Manaus a partir de
julho de 2013, de Macapá a partir de fevereiro de 2015 e de Boa Vista
a partir de setembro de 2016.
Previsões de carga para o Planejamento Anual da Operação Energética 2015 – 2019
Resumo dos Valores Anuais por Subsistema - Previsão da carga para
o Planejamento Anual da Operação Energética 2015-2019 - MW
médio
Subsistema
SE/CO
SUL
NE
N
SIN
2015
39.813
11.581
10.331
5.534
67.260
2016
41.171
11.979
10.694
5.768
69.612
2017
42.605
12.388
11.125
6.131
72.249
2018
44.428
12.821
11.601
6.574
75.424
2019
46.126
13.264
12.017
6.901
78.309
Obs: Nos valores previstos estão considerados as interligações AC-RO, Manaus a partir de jul-13,
Macapá em fev-15 e Boa Vista a partir de set-2016.
(*) Valores estimados no início de dezembro/14.
Tabela 2
Taxas de Crescimento por Subsistema- %
2015
2016
2017
2018
2019
2,6
3,4
3,5
4,3
3,8
3,3
3,4
3,4
3,5
3,5
3,5
3,5
4,0
4,3
3,6
6,6
4,2
6,3
7,2
5,0
3,2
3,5
3,8
4,4
3,8
Subsistema
SE/CO
SUL
NE
N
SIN
2015-2019
3,7
3,5
3,9
5,7
3,9
Tabela 3
Acréscimos Anuais da Carga de Energia (MW médio)
2015-2019
Subsistema
SE/CO
SUL
NE
N
SIN
2015
1.012
372
348
342
2.075
2016
1.358
398
363
234
2.352
2017
1.434
409
431
363
2.637
2018
1.823
433
476
443
3.175
2019
1.697
443
417
327
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O Processo de Consolidação da Previsão de Carga abrange os