Novembro/15 1. Evolução da Carga no Sistema Interligado Nacional e Subsistemas O gráfico a seguir apresenta uma comparação entre as taxas de crescimento da Carga Verificada e da Carga Ajustada do SIN. 1.1 Sistema Interligado Nacional Os valores de carga de energia do SIN verificados em novembro/15 apresentam decréscimo de 2,3% em relação aos valores verificados no mesmo mês do ano anterior. Com relação ao mês de outubro/15, verifica-se uma variação nula. No acumulado dos últimos 12 meses, o SIN apresentou uma variação negativa de 1,6% em relação ao mesmo período anterior. Apresentam-se na tabela a seguir os dados de carga, assim como seus valores ajustados, visando a exclusão dos efeitos de fatores fortuitos e não econômicos sobre a carga, como variações de temperatura diferentes das esperadas, calendário (diferença no número de dias úteis) e perdas na Rede Básica. 1.2 Subsistema Sudeste/Centro-Oeste Tabela 1 - Evolução da carga nov/15 SUBSISTEMAS (MWmédio) Variação % nov-15/ nov-15/nov-14 nov-15/ nov-14 out-15 ajustado(1) acumulado 12 meses(2) SIN SE/CO Sul Nordeste 64.921 38.070 10.467 10.848 -2,3 -2,7 -10,2 3,4 -2,2 -2,9 -8,5 2,7 0,0 -0,4 -0,8 2,7 -1,6 -3,1 -2,2 3,5 Norte 5.536 6,7 6,9 -1,0 0,8 (1) Excl ui o efei to de fa tores fortui tos e nã o econômi cos s obre a ca rga . (2) Cres c. a cum. (dez/14 -nov/15) /(dez/13 -nov/14) Obs. O detalhamento por classe de consumo será informado na Resenha de Mercado da EPE do mês de dezembro/15. O comportamento da carga continua sob efeito do baixo desempenho da atividade econômica, diante da demanda interna fraca causada principalmente pelo alto endividamento das famílias, taxa de juros e de desemprego elevadas e a queda da renda real com o impacto da inflação, cujo índice acumulado já se encontra em torno de 10%. Além disso, também contribuiu para esse resultado, a redução no nível de atividade do setor de comércio e serviços, que apesar de ser um setor usualmente menos afetado pelo ciclo econômico, tem se mostrado bastante sensível às incertezas e dificuldades do momento. Merece destaque o desempenho do subsistema Sul, influenciado pela ecorrência de chuvas intensas e temperaturas abaixo da média para o período, contribuindo para o comportamento da carga do SIN. A elevação das tarifas de energia elétrica vem se refletindo nos padrões de consumo de energia, contribuindo para a redução da carga, principalmente nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul onde o impacto dos aumentos tarifários tem sido maior. A variação negativa de 2,2% na carga ajustada no SIN em novembro/15, quando comparada a novembro/14, ratifica as observações acima e mostra que os fatores fortuitos, não econômicos, contribuíram com apenas 0,1% da taxa apresentada. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) atingiu o mínimo histórico em novembro, ao recuar 0,3 ponto percentual, de 74,9% para 74,6%. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas recuou 1,4 ponto em novembro, ao passar de 76,2 para 74,8 pontos. O resultado sucede altas de 0,3 ponto em setembro e 3,1 em outubro, depois de o índice atingir o mínimo histórico em agosto. Para o Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, os valores de carga de energia verificados em novembro/15 apresentam decréscimo de 2,7% em relação aos valores verificados no mesmo mês do ano anterior. Com relação ao mês de outubro/15, verifica-se uma variação negativa de 0,4%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Sudeste/Centro-Oeste apresentou uma variação negativa de 3,1%, em relação ao mesmo período anterior. A variação negativa apresentada pelo Subsistema Sudeste/CentroOeste é explicada, principalmente, pelo modesto desempenho da indústria cuja participação na carga industrial do SIN é de cerca de 60%. Além disso a ocorrência de temperaturas amenas para essa época do ano, impactou negativamente a carga desse subsistema, neutralizando assim, o efeito calendário. A variação negativa de 2,9% apresentada pela carga ajustada ratifica as afirmações acima. 1.3 Subsistema Sul Os valores de carga de energia verificados em novembro/15 indicam variação negativa de 10,2% em relação aos valores do mesmo mês do ano anterior. Com relação a outubro/15, verifica-se um decréscimo de 0,8%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Sul apresentou uma variação negativa de 2,2% em relação ao mesmo período anterior. A taxa de crescimento negativa da carga desse subsistema em outubro/15, em comparação ao mesmo período do ano anterior, está influenciada pela ocorrência de temperaturas abaixo da média para o período e de chuvas intensas especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além disso, também contribuiu para esse resultado, o cenário econômico atual e a redução do consumo de energia decorrente do aumento das tarifas de energia elétrica. A variação negativa de 8,5% da carga ajustada confirma essas afirmações. 1.4 Subsistema Nordeste No Subsistema Nordeste, os valores de carga de energia verificados em novembro/15 indicam crescimento de 3,4% em relação aos valores do mesmo mês do ano anterior. Com relação a outubro/15, verifica-se uma variação positiva de 2,7%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Nordeste apresentou um crescimento de 3,5% em relação ao mesmo período anterior. A evolução do consumo de energia nesse subsistema vem sofrendo ainda menor impacto da conjuntura econômica adversa e da elevação das tarifas de energia do que nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, entretanto a taxa de crescimento da Novembro/15 carga verificada neste mês é inferior àquelas observadas ao longo do primeiro semestre. 1.5 Subsistema Norte No Subsistema Norte, o valor de carga de energia verificado em novembro/15 indica uma variação positiva de 6,7% em relação ao valor do mesmo mês do ano anterior. Com relação ao mês de outubro/15, verifica-se uma variação negativa de 1,0%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Norte apresentou uma variação positiva de 0,8% em relação ao mesmo período anterior. A taxa de crescimento da carga desse subsistema em novembro/15, em comparação ao mesmo período do ano anterior, está influenciada pela interligação do sistema Macapá, que, a partir de outubro, encontra-se totalmente interligado ao SIN. Apesar disso, merece destaque, a ocorrência de temperaturas superiores à média histórica, durante o mês de novembro/15, principalmente na cidade de Manaus. A carga dos consumidores industriais eletrointensivos do subsistema Norte conectados à Rede Básica, que passou por expressiva contração ao longo dos últimos anos, mantém-se em patamar bastante reduzido desde meados do ano de 2014. (1) Carga Ajustada Os ajustes realizados de forma a excluir o efeito de fatores fortuitos e não econômicos sobre a carga são: Temperaturas atípicas. A carga ajustada é estimada utilizando as temperaturas típicas para a época do ano em cada subsistema e não as temperaturas efetivamente verificadas. Assim, em um mês excepcionalmente quente a carga ajustada é menor que a carga verificada, o oposto ocorrendo em um mês com temperaturas atipicamente amenas. Calendário. A carga ajustada é estimada usando um calendário normalizado. Isto permite compensar as variações no número de dias de carga normalmente baixa (sábados, domingos e feriados) ao longo dos meses, tornando os dados mais facilmente comparáveis. Perdas na rede básica. As perdas na rede básica são calculadas pelo ONS, decorrem da forma como o sistema é operado, e não têm qualquer implicação econômica. Por isso são excluídas da carga ajustada. Obs: O Boletim com os valores definitivos será disponibilizado no site do ONS.