Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery http://re.granbery.edu.br - ISSN 1981 0377 Curso de Administração - N. 4, JAN/JUN 2008 A INFORMAÇÃO COMO RECURSO GERENCIAL DAS ORGANIZAÇÕES NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO Fabiana da Silva Castro Campos* Gilma de Paula Almeida Bessa* Thaíse de Oliveira do Amaral* Valdirene Marques Pereira* Karen Estefan Dutra** RESUMO Quando se pretende alcançar o sucesso organizacional, torna-se vital a utilização da tecnologia da informação, que se baseia em estudos essenciais na administração e gerenciamento de uma empresa. E é o uso da informação e não sua simples existência que permite aos gestores tomar melhores decisões. Depósitos de informações corporativas, vastos e sem aplicação, têm pouco poder quando entopem relatórios, arquivos e banco de dados. A Tecnologia da informação é algo cada vez mais comum no dia-a-dia das pessoas e das empresas. Portanto, quem souber reconhecer a importância dessa ferramenta, certamente se tornará um profissional com qualificação para as necessidades do mercado. Da mesma forma, a empresa que melhor conseguir lidar com a informação, terá vantagens competitivas em relação aos concorrentes. Palavras-chave: Tecnologia, Informação, Conhecimento, Comunicação. ABSTRACT When some company claims to reach the organizational success, becomes vital the use of the information technology, that bases on essentials studies in the administration and management of a company. And it is the use of the information – and not its simple existence – that allows to the managers to make better decisions. A lots of corporate information, vast and without application, has few changing capacity when it’s just in reports, files and database. Increasingly, the information technology is more and more common in day by day of people and companies. So, who knows to recognize the importance of that, certainly will be a qualified professional for the labor market. In the same way, the company that knows how to work with the information, obviously will have some competitive advantages in relation to the competitors. Key words: Technology, Information, Knowledge, Comunication. *Graduandas em Administração de Empresas - GRANBERY **Professora do Curso de Administração -GRANBERY INTRODUÇÃO No mundo atual é difícil gerenciar uma empresa se não tiver uma das principais ferramentas: a informação. As organizações precisam cada vez mais estarem interagidas pelo compartilhamento de recursos, de tecnologia, de informação, e, também, da sua capacidade de inovação. Devendo-se valer também de informações oportunas, procurando se adequar e se ajustar entre suas operações cotidianas e as reais necessidades de um mercado, altamente competitivo e globalizado. E para continuarem presentes e crescentes no mercado é necessário que estejam constantemente preocupadas em realizar sua reestruturação, flexibilização, reorganização e adaptação. A Tecnologia da Informação evoluiu de um tradicional suporte administrativo para um papel estratégico dentro da organização. Sendo esse plano estratégico um ponto de partida para qualquer investimento. Nesse contexto, a tecnologia assume um papel fundamental permitindo as organizações modificarem-se rapidamente e levarem essas alterações até o mercado. A informação exata, completa e relevante assume um valor significativo em todas as etapas de elaboração e execução de uma estratégia competitiva. Ela é fundamental tanto para a definição de estratégias quanto para que a organização tenha a capacidade de executá-las com sucesso, levando em conta o ambiente altamente competitivo. Diante de tanta complexidade, a informação e o conhecimento passaram a fazer parte do cotidiano da gestão empresarial, tornando-se matéria-prima essencial para o avanço das organizações e idealização de modelos competitivos que são a base de sua formulação. Portanto, a sobrevivência das empresas não depende somente da evolução tecnológica, pois ainda tem o desafio maior que é a habilidade e o conhecimento dos gestores em enfrentar os desafios e conquistar os objetivos propostos pela organização por meio do uso eficiente dos recursos disponíveis. Para se compreender a gestão da informação e do conhecimento é necessário definir alguns componentes básicos, como dado, a informação e o conhecimento. 2 Fonte: Valentim (2007, p.3) O dado é a representação convencionada de uma grandeza qualquer. Expresso em unidades padronizadas pode ser obtido por observação, mediadores ou processo automático. Refere-se a algo que é preciso, conforme o tipo de medição feita e corresponde diretamente ao processo em que coletado. Diante do fato de ser padronizado, é de conversão previsível e fácil de interpretar; contudo, não é capaz de nos informar muita coisa a respeito de um processo a que está associado. (JAMIL, 2001, p.160). A informação é entendida como dados que fazem a diferença, a partir do momento em que são dotados de significado, organizados e comunicados, com a possibilidade de se adquirir novos pontos de vista para a interpretação de eventos e situações, como forma de obter conhecimento. (JAMIL, 2001, p.161). A informação vem assumindo grande importância, devido à condição que sua utilização possui de alavancar novas vantagens competitivas e produtivas, as quais dependem da capacidade de gerar, processar e aplicar a informação baseada em conhecimento e comunicação. “Já o conhecimento, são dados e/ou informações que foram organizados e processados para carregar conhecimento, experiência, aprendizado acumulado e especialidade, conforme se aplicam a um problema ou atividade atual”. (JAMIL, 2001, p.163). 3 Quando se fala em tecnologia de informação nas empresas, é comum constatar que o termo se confunde com gestão do conhecimento e que essa visão restrita prejudica o entendimento e compromete seus processos e resultados. O conhecimento representa o fundamento da vida mental e consciente, e o seu significado central, além de outros relacionamentos estabelecidos ao longo da história, oscila entre o sentido fraco do conhecimento, como a informação ou a representação, e o sentido forte do conhecimento, como a participação ou a realização. Nesse sentido, o conhecimento é uma constante na experiência e na determinação racional do ser humano. A informação é um meio necessário para extrair e construir o conhecimento. As informações são dados com significados relevantes, organizados para uma finalidade específica. Um processo administrativo e a transformação da informação em conhecimento ocorrem por meio de atividades como a comparação, as conseqüências, as conexões e a conversação. Portanto, pode-se afirmar que o conhecimento é construído na relação das pessoas com os dados (objetos), que fazem parte da complexidade, e as experiências humanas, e em suas relações os seres humanos produzem o conhecimento. Fonte: Valentim (2007, p.4) 4 Devido à importância das informações para a geração do conhecimento, as empresas se estruturam para otimizar seu controle. As mais modernas possuem áreas funcionais estritamente voltadas para a captura de dados e processamento de informações gerenciais, com sistemas cada vez mais abrangentes e velozes. Mas a captura de informações pode ser conseguida por meio de anotações, cópias de artigos e reportagens. Porém de nada adianta ter equipamentos sofisticados se os dados e as informações não forem confiáveis e adequadas para melhorar a capacidade decisória dentro da empresa. A construção do conhecimento é um processo intrínseco, individual; duas pessoas podem produzir conhecimentos diferentes a partir de uma mesma informação. O conhecimento possui alguns componentes básicos, como, por exemplo, a experiência, que é tudo o que o indivíduo absorve em cursos e livros. Tem-se também a verdade fundamental, que é tudo o que é realmente importante em um fato consumado, a complexidade que sem dúvida é uma das fontes essenciais do valor do conhecimento e o discernimento que viabiliza a evolução do mesmo. PROCESSOS DE CONVERSÃO DO CONHECIMENTO CONVERSÃO DO CONHECIMENTO TÁCITO EM CONHECIMENTO EXPLÍCITO NOVO CONHECIMENTO Fonte: Nonaka; Takeuchi (apud Souza, 2007, p.3) 5 Nas organizações o conhecimento pode ser explícito e tácito. O conhecimento explícito é formal, sistemático, podendo ser expresso em palavras, números, fórmulas, princípios, ou seja, pode ser facilmente ‘processado’ por um computador ,transmitido eletronicamente ou armazenado em bancos de dados”.(NONAKA; TAKEUCHI, apud GUERRA, 2002, p. 40). O conhecimento tácito, dificilmente é visível e exprimível, pois está ligado às ações e experiências, emoções e valores dos indivíduos. O conhecimento é pessoal, mas construído de forma social, confundindo-se com experiência individual de cada um com a realidade. (GUERRA, 2002). Por isso é difícil formalizar o conhecimento tácito, conseguir transmiti-lo e compartilhá-lo. A infra-estrutura de tecnologias de informação proporciona um canal seguro para o fluxo do conhecimento explícito, que permite capturar conhecimento, definir, armazenar, categorizar e conectar digitalmente assuntos relacionados aos conhecimentos das unidades, pesquisar e contribuir com conhecimentos relevantes; apresentar satisfatoriamente e com suficiente flexibilidade o conhecimento explícito de forma significativa e aplicável em diversos contextos (GUERRA, 2002). Para essa disseminação do conhecimento, a tecnologia de informação é o elemento preponderante, atuando por meio da informática, cuja evolução permite hoje a utilização de diversas ferramentas para o registro e consulta de informações. As tecnologias da informação estão cada vez mais sendo apresentadas para as empresas como a solução para que elas atinjam o status esperado de evolução, liderança, modernidade, competência e destaque. É uma grande ferramenta para que as empresas aumentem seus negócios e cheguem no topo dentro de seu segmento. A tecnologia passou a ser fundamental para o aumento da produtividade, e hoje as modernas tecnologias da informação não são mais um privilégio exclusivo das grandes organizações. “As empresas precisam aprender a identificar, localizar, acessar e utilizar as fontes externas da tecnologia, uma vez que, mesmo as de grande porte ou as que investem muito em pesquisa, não conseguem dominar todas as tecnologias” (GUERRA, 2002, p. 52). A informação tecnológica pode ser considerada a maior de todos os tempos, mas é o homem que a faz cada dia mais poderosa. O ambiente empresarial está em constante mudança, diariamente se torna mais complexo e menos previsível, e, também, mais 6 dependente da infra-estrutura tecnológica e da informação. A tecnologia está gerando mais transformações nas organizações, de forma ágil e sutil. Um dos principais benefícios que a tecnologia da informação traz para as organizações é a sua capacidade de melhorar a qualidade e a disponibilidade de informações e conhecimento importantes; isso não só se reflete para a empresa, mas também para seus clientes e fornecedores; uma vez que o grande objetivo é transformar o conhecimento em valor. VALORES ORGANIZACIONAIS Bens Intangíveis Dados, Informação e Conhecimento Comunicação de Tomada de Decisão Sistema de Comunicação Fonte: Souza (2007, p.4) A Tecnologia traz a necessidade de mudança cultural e passa a exigir das pessoas a capacidade de atualizar seus conceitos. É preciso ter consciência de que computador é apenas um instrumento para ajudar resolver problemas já identificados. Para as empresas que quiserem sobreviver nesse mundo competitivo e dinâmico, é preciso saber explorar ao máximo um sistema de informação moderno e eficiente. O planejamento dos investimentos em tecnologias de informação passou a ser fundamental a partir do momento em que a mesma passou a acelerar a produção e as transações de um negócio. A indústria da informação é uma das maiores impulsionadoras do aumento da produtividade em todos os setores econômicos e hoje é impossível assegurar a continuidade de um negócio sem 7 contar com essa importante ferramenta: “A tecnologia sozinha é estéril. No seu uso inteligente é que está a diferença” (GUERRA, 2002, p.44). O papel da tecnologia da informação nas organizações A introdução da tecnologia, com toda sua complexidade, foi realizada de forma indevida, partindo do conceito da necessidade de mudar, sem considerar que a capacitação profissional para lidar com essa reestruturação era prioritária. Ao longo de décadas, a sua evolução foi acompanhada pela informação, aprimorando conhecimentos. Porém falar que isso não acontece mais no século XXI é um equívoco, pois um fator que ainda atormenta os administradores, gestores, é o fato de não terem profissionais capacitados para utilizar e acompanhar de forma eficaz todas as fontes de informação e o avanço tecnológico. Essa é a era da informação, no qual o sistema interno de produção é tão importante quanto os externos, que envolvem as áreas mercadológicas, técnicas, operacionais e outros. Esse sistema, usado por profissionais qualificados de forma correta, só traz vantagens para a organização. De acordo com Rezende; Abreu (2001, p.32), o enfoque atual dos sistemas, dentro das empresas, está principalmente no negócio empresarial e no objetivo de auxiliar os respectivos processos decisórios. Em geral os sistemas procuram atuar como: Ferramentas para exercer o funcionamento das empresas e de sua intrincada abrangência e complexidade; Instrumentos que possibilitam uma avaliação analítica e, quando necessária sintética da empresa; Facilitadores dos processos internos e externos com suas respectivas intensidades e relações; Meios para suportar a qualidade, produtividade e inovação tecnológica organizacional; Geradores de modelos de informações para auxiliar os processos decisórios empresariais; e Valores agregados e complementares a modernidade, perenidade, lucratividade e competitividade empresarial. As empresas utilizam a tecnologia da informação como ferramenta para incrementar sua competitividade. E a melhor maneira de utilizá-la é administrar os serviços de informações, gerenciando-os de forma estratégica como uma parte produtiva da organização. 8 A INFORMATIZAÇÃO NA EMPRESA Quando se fala em informatizar, a primeira idéia é espalhar computadores, impressoras por todos os departamentos da empresa e ligá-las em rede. Infelizmente informatizar não é tão simples assim. Não se resolve o problema de informação espalhando computadores pela organização. “Tecnologia por tecnologia, sem planejamento, sem gestão e ação efetiva, não traz contribuição para a empresa". (REZENDE; ABREU 2001, p.56). Para informatizar é preciso organizar; Porém, isso depende de vários fatores: financeiros, processuais, pessoais, espaciais, materiais e tecnológicos. Há uma expectativa muito grande sobre o sistema, que ele tenha custo baixo, pouco esforço, alta qualidade, maior produtividade e maior lucratividade. A sobrevivência e o direcionamento das organizações estão ligados à necessidade de práticas que acompanham as diversas inovações. Para que esse reposicionamento ocorrra é preciso que se desenvolva tecnologias, como, por exemplo, recursos de hardware e software, que permitam adquirir informações e conhecimento, conferindo dinamismo e interação à empresa. A importância tecnológica está no fato de esta possibilitar e colaborar para conhecimentos úteis à organização. Mas, é importante ressaltar que ela deve aliar-se com os indivíduos e suas experiências, pois somente assim ocorrerá êxito. As Redes como tecnologia de apoio à Gestão do Conhecimento O novo modelo de atuação empresarial enfatiza o conhecimento de forma significativa, contrapondo-se a uma visão tradicional que destaca somente capital e trabalho, como fator de produção. O desafio, das modernas teorias empresarias, é o de aliar aos aspectos físicos e financeiros, aos de conhecimento implícitos que provém de informações e experiência. Ao promover essa junção, ganha-se vantagem competitiva e fluência organizacional. Sendo assim, não basta ter somente recursos de variedade tecnológico, é preciso considerar a tecnologia do conhecimento, e, também, as tecnologias da informação, como, por exemplo, as redes de computadores e a internet. 9 Uma rede de computadores é um conjunto de redes comunicacionais necessários para conectar sistemas ou dispositivos de computadores. Com o aumento de operações online e a junção da tecnologia da informação com a tecnologia de comunicação, torna-se possível maior conectividade e informatividade, tanto interna, quanto externamente dentro de uma organização. Através das redes é possível alterar a forma de operação das empresas, elevar níveis de qualidade e prestação de serviços, além de permitir a grupos distantes compartilhar diversos itens, abrindo assim oportunidade para aplicação do conhecimento. As redes são utilizadas em vários setores e com diversas finalidades, possuindo o papel de sensibilizar o indivíduo à pesquisa, aumentando interação, aprendizado e criação de conhecimento. Como resultado do trabalho em rede há a alteração da autoridade gerencial e as transformações de tarefas gerencias básicas, consequência de reuniões entre pessoas distantes, de áreas distintas e conhecimentos especializados. “Na era da internet, considera-se que uma rápida busca utilizando qualquer umas das ferramentas existentes de busca é mais do que adequada para coletar informações”.(GOMES, 2004, p.94). As empresas ligadas em rede atuam na lógica econômica da era da informação, pois seus processos podem ser responsáveis pela criação mais rápida e eficaz de riqueza. A Tecnologia como fator-chave na Gestão do Conhecimento A “gestão do conhecimento” é a união de ações que possibilitam o conhecimento, efetivamente na organização. Para compreendê-la, deve-se destacar alguns princípios, como por exemplo, o suporte que é dado à gestão do conhecimento pela tecnologia. A tecnologia desempenha papel essencial na nova gestão empresarial, pois facilita e propicia a informação e conhecimento. Mas, a tecnologia da informação não deve ser aplicada sem considerar o processo humano, pois sem tal processo não é possível interagir, desenvolver e conseqüentemente, captar o conhecimento. “Apesar de a moderna tecnologia ser adepta da transmissão e reprodução das informações, em alta velocidade, de um computador para o outro, as pessoas aprendem 10 principalmente seguindo os exemplos das outras, praticando e conversando”. (ANGELONI, 2003 p.159). É importante lembrar que o ser humano é o ponto diferencial entre as tecnologias da informação e as tecnologias do conhecimento, uma vez que a primeira pode ser processada por computadores sem intervenção humana, já a segunda tende a interatividade com o usuário. Internet - “A Rede das Redes” A internet expandiu-se na década de 90, é uma rede internacional, interconectada que suporta colaboração entre milhares de organizações e que vem conquistando espaço na classe empresarial, mediante necessidade de obtenção de conhecimento e informações ágeis. Ela é a base para difusão de conhecimentos e favorece interação entre indivíduos organizacionais. Além disso, revoluciona processos e impõe novas formas de organização que incluem desde o relacionamento mais próximo com fornecedores e clientes até a integração da empresa com outras entidades. São vários os exemplos de sucesso da gestão do conhecimento tendo como base a internet, mas é preciso ser cauteloso com o grande volume de informação, pois esse fator pode acabar ocultando o que é realmente relevante. A internet possibilita às organizações informações a baixo custo, além de propiciar diferentes formas de divulgação. Porém ela não pode ser vista como um fim em si mesma, mas como um meio para facilitar que as organizações alcancem seus objetivos, aumentando de forma significativa a interatividade entre empresa, clientes e seus fornecedores. - Empresas: Como já visto a comunicação é a troca de conhecimento entre os colaboradores da empresa, possibilitam um eficiente conhecimento organizacional. Como exemplo para efetivar tal conhecimento há as “páginas amarelas ou mapas do conhecimento”, que são banco de dados on-line acessíveis a todos como o objetivo de direcionamento. Há ainda os “repositórios de conhecimento”, que são conjuntos de conhecimento obtidos de fontes internas e externas. Também existem o “workflow” que possibilita automatizar processos, racionalizando-os e potencializando-os por meio de organização e tecnologia, o “groupware” que é o uso das tecnologias de informação como 11 por suporte ao trabalho em grupo e a “intranet” que são redes privadas que gerenciam informações necessárias à organização por meio de processos e protocolos internet. - Clientes: O sucesso da organização está diretamente ligado à conexão com seus diversos públicos, e a “internet” é considerada uma forte e eficaz ferramenta de negócios, pois é o ponto de interação com os clientes. Além da internet, o “e-commerce” é uma nova maneira de fazer negócios ao interligar organizações e clientes por meio da comercialização de produtos e serviços. - Fornecedores e canais de distribuição: além de contato interorganizacional com o cliente e outros públicos, a relação por meio da internet com fornecedores facilita processos e permite atender mercados. O intercâmbio eletrônico de dados e o extranet têm se constituído as principais ferramentas para esse tipo de aplicação. O “EDI” é uma forma de as empresas se interligarem com seus revendedores por meio da qual os dados empresariais podem ser intercambiados quase instantaneamente, aumentando as opções de decisão. A comunicação direta e automatizada propiciada pelo EDI permite à empresa atualizar constantemente os dados entre intermediário e empresas, bem como planejar e prever como maior exatidão o tempo e a quantidade de reposição, período de entrega, entre outras, melhorando a qualidade de produtos e serviços e as condições de barganha.”.( ANGELONI, 2003, p. 168) A extranet é uma rede que combina os protocolos transmission control e internet, interligando funcionários, clientes, fornecedores e outros parceiros comercias de uma organização (ANGELONI, 2003). O intercâmbio de informações faz com que as organizações possam diminuir as barreiras do tempo e da distância em resposta às rápidas mudanças do mercado. A Importância das Aplicações da Tecnologia da Informação Uma série de fatores políticos, sociais e culturais influenciam a escolha do modelo organizacional. Existem vários fatores para a implementação da tecnologia da informação, custos versos benefícios e risco e incerteza versos valor econômico da informação, são apenas duas delas, porém fundamentais. 12 Segundo Simcsik (1992), cada empresa tem seu motivo para trabalhar as informações. Para tanto, cita um exemplo de um empresário altamente centralizador que talvez procure nas informações as fontes de conhecimento para os processos bem sólidos no sistema transacional, na busca de tomada de decisão e assim não se importa em: 1 - ter um sistema avançado de automação de escritório e um suporte pessoal altamente desestruturado para poder interferir na previsão a curto, médio e em longo prazo; 2 - ter um outro suporte bem sólido e sistema transacional, na busca de informação do que está ocorrendo na empresa. O nível de conhecimento dos dirigentes da empresa leva diferentes planos de qualificação do valor da Tecnologia de Informação. As mais tradicionais dimensões de importância das aplicações podem ser classificadas em relação aos seguintes planos: -Administrativo: com visão das funções executivas -Econômico e financeiro: com visão de resultados -Competitivo: com visão das estratégicas (gerais e particulares) -Plano de atualização: com visão de mudanças e evolução “. (SIMCSIK, 1992, p. 93). No aspecto de automação, a cada dia surgem novidades visando o aumento da produtividade, por meio do domínio da eficiência e da eficácia pela orientação das forças de trabalho, o que resulta em mais qualidade. (SIMCSIK, 1992). Vantagens da informação nas organizações Nenhuma organização pode se dar ao luxo de ignorar a ferramenta que vitaliza o mundo moderno. Os atuais sistemas de tecnologia da informação ajudam as organizações no seu desenvolvimento a serem mais eficientes e flexíveis diante de rápidas e contínuas transformações. O uso correto da tecnologia da informação permitirá que tal organização se diferencie das concorrentes no mercado. Deixar de aproveitar tais oportunidades pode resultar em fracasso organizacional. E algumas de suas vantagens segundo Rezende, Abreu (2001) podem ser visualizadas a seguir: • Suporte à tomada de decisão; • Valor agregado ao produto/serviços; • Melhor serviço e vantagens competitivas; • Produtos de melhor qualidade; 13 • Oportunidade de negócios e aumento da rentabilidade; • Mais segurança nas informações, menos erros, mais precisão; • Aperfeiçoamento nos sistemas, eficiência, eficácia, efetividade, produtividade; • Carga de trabalho reduzida; • Redução de custos e desperdícios; • Controle das operações, etc. O principal fator de êxito de uma organização está no compartilhamento de conhecimento, e as empresas estão buscando uma forma de adaptação a essa nova realidade, seja em termos de flexibilidade e serviços ou de processos. Hoje não é mais a empresa grande que engole a pequena, e, sim, a mais rápida que engole a mais lenta (GUIMARÃES, 2007). Os sete pecados da informação A tecnologia da informação, como informação redundante é uma ferramenta de grande auxílio para as organizações, contudo, embora exista uma grande necessidade em sua utilização, de acordo com Starec; Gomes; Bezerra (2006) a informação pode também apresentar algumas desvantagens: • Avareza: os czares da informação – concentração da informação em determinados departamentos e/ou pessoas que abusam do poder de reter informação; • Gula: a sociedade do axabyte – excesso de informação que gera o caos informacional; • Ira: insatisfação com a falta de informação correta, precisa, eficaz; • Inveja: problemas com ética informacional; • Luxúria: problemas na estética da comunicação. São falhas no processo de comunicação da informação; • Preguiça: absolecência da informação; 14 • Soberba: ter dados e conhecê-los é cultura. Saber processá-los, transformando-os em informação, é uma questão de sobrevivência. Saber usar a informação é a arte do poder. “Implantar sistema de informação em uma empresa envolve mais mudança de mentalidade que mudança de máquinas”. (GUIMARÃES, 2007, p.193). Segurança da Informação A dependência das organizações aos sistemas de informação e ao surgimento de novas tecnologias, fez despertar a necessidade de segurança, buscando melhores práticas na implementação desses sistemas, uma vez que se tornaram vulneráveis a um número maior de ameaças. Dessa forma, surgiu a segurança da Informação, uma área dedicada à proteção de ativos da informação contra acessos não autorizados, alterações indevidas ou sua indisponibilidade. De modo geral, trata-se de regras que incidem sobre os momentos do ciclo da informação: manuseio, armazenamento, transporte e descarte, viabilizando a identificação e o controle de ameaças e vulnerabilidades. A segurança informacional é necessária para proteger os processos da empresa, permitindo o desenvolvimento de suas estratégias comerciais. Para se protegerem do ambiente competitivo, as organizações devem buscar as melhores práticas na implementação de diretrizes da segurança da informação, como: - Confidencialidade: visa o grau de sigilo da informação e seu acesso e uso exclusivo às pessoas destinadas; - Integridade: que mantém a informação na mesma condição em que foi disponibilizada pelo seu usuário; - Disponibilidade: toda a informação gerada ou adquirida por um indivíduo ou instituição deve estar disponível a seus usuários. Muitos sistemas de informação não foram projetados para serem seguros. A segurança que pode ser alcançada por meios técnicos é limitada e convém que seja apoiada por gestão e procedimentos apropriados. “Não existe política de segurança certa ou errada; não há política de segurança pronta para uso. Cada empresa deve ter uma solução única e adequada para o seu caso, para sua cultura”. (CARUSO; STEFFEN, 1999, p.24). 15 Antes de tudo, é necessário ter uma visão clara de todas as etapas que compõem o desafio corporativo da segurança e formalizar os processos que darão vida e dinamismo à gestão. As estratégias em segurança serão traçadas para visualizar um ambiente em que as perdas sejam minimizadas, otimizando a utilização dos recursos e todas as atividades para serem úteis à segurança da informação, devem visar à empresa como um sistema, levando em consideração certos valores como a capacidade intelectual dos funcionários, motivação, responsabilidades e confiança. “A visão corporativa da informação deve ser comparada a uma corrente, em que o elo mais fraco determina seu grau de resistência e proteção. A invasão ocorre onde falha a segurança”. (SÊMOLA, 2003, p.40). Sobretudo, a tecnologia da informação, numa organização, é também o resultado da busca pela melhor forma de monitorar e analisar a concorrência para atingir os objetivos, ganhando competitividade no mundo globalizado, sendo ainda o desafio maior utilizá-la não só para gerenciar a informação, mas para facilitar a sua transformação em conhecimento e em conseqüente e efetiva ação para a empresa. CONCLUSÃO A revolução da Informação exige mudanças profundas no modo como é vista a sociedade na organização e sua estrutura, o que se traduz num grande desafio organizacional. O acesso à informação e a capacidade de extrair e aplicar conhecimentos são vitais para o aumento da capacidade competitiva e o desenvolvimento das atividades comerciais num mercado sem fronteiras. Essas vantagens são agora obtidas através da utilização de redes de conhecimento, comunicação e sistemas de informação que interconectam empresas, clientes e fornecedores. Assim, a fim de que o sistema de informação possa contribuir para uma melhor execução das estratégicas de uma empresa, ele deve ser amplo e flexível, em termos de concepção, implantação e manutenção, sendo suficientemente amplo para abrigar as informações necessárias em todas as etapas do processo de gestão empresarial. Dessa forma, a mesma tecnologia que o ajuda na conquista de um espaço pode também ter efeito contrário. “Em uma época em que o uso estratégico passou a ser praxe, a 16 vantagem competitiva pode não ir além do momento em que um concorrente ousado adote novas medidas.” (MCGOWAN, 1997, p. XII). Conclui-se que nessa tarefa árdua há a necessidade de concentrar esforços para realizar um trabalho conjunto, no qual os gestores devem contribuir para clarear mais seus modelos decisórios e os responsáveis pelo desenvolvimento, implantação e manutenção dos sistemas de informações, devem compreender as necessidades informativas dos gestores, a fim de que os sistemas de informações contemplem o modelo decisório de seus usuários, em cada atividade sob sua responsabilidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELONI, Maria Terezinha – Organizações do Conhecimento: Infra Estrutura, Pessoas e Tecnologias. São Paulo: Saraiva, 2003. CARUSO, Carlos A. A; STEFFEN, Flávio Deny. Segurança em Informática e de Informação. São Paulo: Senac, 1999. GOMES, Elizabeth - Inteligência Competitiva: Como Transformar Informação em um Negocio lucrativo. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. GUIMARÃES, André Sathler. Sistemas de Informações: Administrando em Tempo Real. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007. 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