0 Instituto a Vez do Mestre A Construção e Valoração da Identidade da Marca das Instituições de Ensino Superior. Érica Carlos Covello Professor Orientador: Marcelo Saldanha Rio de Janeiro, 31 de julho de 2010. 1 Instituto a Vez do Mestre A Construção e Valoração da Identidade da Marca das Instituições de Ensino Superior. Érica Carlos Covello. O trabalho objetiva elucidar que os elementos componentes da identidade visual da marca, quando atrelados a um posicionamento mercadológico, resultam na valoração social e financeira das Instituições de Ensino Superior. Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Docência de Ensino Superior, para obtenção de título de pós-graduado. Rio de Janeiro, 31 de julho de 2010. 2 Agradecimentos Agradeço a todos que, direta ou indiretamente colaboraram para que eu concluísse este curso de pós-graduação, com a certeza de um ótimo aproveitamento e de um crescimento pessoal duradouro. E agradeço especialmente ao meu marido, por sua compreensão e pelo carinho contínuo com a nossa família. 3 Dedicatória Dedico este trabalho ao meu filho, que ingenuamente me incentivou com a sua curiosidade infantil. Neste período, a descoberta da leitura para ele foi fantástica, e para mim uma construção intelectual. Foram adoráveis os momentos em que ele me interrogava sobre minhas tarefas de casa que eu fazia para o curso, e as comparava com as que ele também tinha na escola. Obrigada João Pedro. 4 Resumo Os serviços possuem uma necessidade maior de divulgação, que os produtos, por serem intangíveis e facilmente copiados. Nesse caso, a Marca surge como forma de autenticidade e protecionismo para fornecedores e clientes. E para que essas Marcas sejam selecionadas pelo consumidor é preciso que elas tenham características marcantes que provoque a “percepção seletiva”, que de acordo com Al Reis, é uma associação feita pelo consumidor na qual a Marca é identificada automaticamente através dos símbolos, logotipos, personagens e outros elementos usados para representá-la. Visando essas necessidades mercadológicas, acorridas também nas Instituições de Ensino Superior esse trabalho apresenta como conteúdo os Referenciais Teóricos, que têm a função de embasar o leitor sobre o tema pesquisado; seguido de uma introdução histórica fornecido por autores nacionais que discorrem sobre o assunto e o enriquecem. No trabalho, a Identidade Visual da Marca é definida junto aos seus elementos componentes, que são exemplificados e associados ao Posicionamento que a Instituição de Ensino Superior almeja. Um novo Posicionamento pode se fazer necessário por modificações no mercado atuante, pelo crescimento da Instituição ou pela mudança de perfil do seu público-alvo. Para trabalhar essas mudanças é preciso, também, fazer alterações na Identidade Visual da Marca – Reposicionamento. E por último a pesquisa trata do Valor da Marca (Brand Equity) que é a avaliação do trabalho mercadológico feito na Marca da Instituição. Onde o reconhecimento do aumento do valor de revenda desta Marca será o a constatação do êxito de um trabalho eficiente na Identidade Visual da Marca. 5 Metodologia A metodologia empregada será de caráter teórico bibliográfico com o intuito de selecionar autores que discorrem especificamente sobre o assunto, comparando seus trabalhos e ressaltando a relevância desses conhecimentos para se tomar decisões em ambiente empresarial das instituições educacionais. A pesquisa utilizará obras de autores nacionais e estrangeiros. Sendo que, as obras internacionais possuem exemplares traduzidos e adaptados ao nosso idioma. Estas foram escolhidas por serem pioneiras na conceituação e gestão dos estudos sobre marcas. Já os autores nacionais, sobre o tema, nos enriquecem com exemplos ocorridos nas empresas brasileiras e, como elas trabalham para manter essas marcas valorizadas num mercado como o nosso, ainda imaturo. As citações e exemplos específicos das instituições de ensino superior foram todas obtidas em seus próprios sites. Lembrando que, tais informações podem ser modificadas, periodicamente, de acordo com as estratégias mercadológicas de cada instituição de ensino. 6 Sumário Cap. I – Referenciais Teóricos pág. 8 Cap. II – Identidade Visual da Marca pág. 13 Cap.III - Posicionamento pág. 21 Cap. IV – Brand Equity, O Valor da Marca pág. 27 7 Introdução Sendo o tema deste trabalho, a Construção e Valoração da Identidade da Marca das Instituições de Ensino Superior, ele tem como questão principal o estudo sobre quais são os elementos utilizados na construção da identidade da marca nas Instituições de Ensino Superior dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A relevância do tema se dá pelo fato da educação ser um serviço, e com isso um produto intangível, onde o primeiro contato do consumidor com uma Instituição de Ensino Superior é através de sua marca, divulgada por inúmeras mídias. Portanto, é preciso que a marca contenha informações sobre o que ela representa no menor tempo e espaço possível. Criando assim, a necessidade da gestão desta marca, que capacitará às instituições na resistência das constantes mudanças ocorridas em seus mercados e, evitará os ataques feitos pela concorrência. Para fortalecer tais capacidades das Instituições de Ensino Superior, a criação de uma marca capaz de ser percebida e eleita pela mente do consumidor, é o primeiro passo rumo à solidificação de uma identidade. São por tanto objetivos desta pesquisa, explicitar em abordagem genérica algumas das ferramentas utilizadas para compor a identidade visual da marca; escrever sobre a percepção mercadológica do posicionamento da Instituição de Ensino Superior; definir Brand Equity, o valor da marca e, associar a criação da identidade da marca à valoração dos ativos das Instituições de Ensino Superior. 8 1. REFERENCIAIS TEÓRICOS 1.1 Definição e conceito de marketing educacional Para nortear o presente trabalho inicio este capítulo com as definições e as características sobre serviços, lembrando que as instituições de ensino são empresas prestadoras de serviços. A conceituação de Kotler (1999:455) é que serviço é toda atividade ou benefício intangível que uma parte pode oferecer a outra não resultando na posse de bens. E Kotler lembra que, o serviço pode ou não estar ligado a um produto físico. Cobra (1986: 6) concorda com Kotler na intangibilidade dos serviços, e acrescenta que eles são simultaneamente produzidos e consumidos, não produzidos uniformemente, não podem ser estocados, apresentam dificuldades de terem seus preços estabelecidos e não podem ser protegidos por patentes. Esta última característica é devido ao fato de os serviços serem facilmente copiados, assim, é importante que o serviço possua uma boa imagem de marca, diferenciando-se dos similares, estrategicamente. Manes apud Las Casas definem marketing educacional como “É o processo de pesquisa de necessidades sociais o qual visa desenvolver e elaborar programas educativos que as satisfaçam e proporcionem um crescimento integral do indivíduo por meio do desenvolvimento de serviços de educação, que criem valor, disponíveis em tempo e lugar promovidos de forma ética para proporcionar o bemestar de organizações e indivíduos.” A definição de Manes ressalta não só os objetivos mercadológicos do marketing educacional, mas que, o serviço deve proporcionar o desenvolvimento integral dos indivíduos com ética para as empresas envolvidas atingirem seus objetivos. Ele também inclui o valor percebido, que é 9 um diferencial, não adianta as instituições agregarem valor que não signifiquem nada para o público alvo desejado. Observando o cenário brasileiro, Las Casas (2008: 22) fornece dados para comparações no ensino superior de 1997 e dos anos 2000, estes dados são do IDEALINVEST, 2003. - em 1997, apenas 1,8 milhão de brasileiros estudavam no ensino superior. - em 2003, passam de 3,5 milhões de brasileiros estavam no ensino superior. - atualmente, em torno de 6 a 7 milhões de brasileiros estão no matriculados no ensino superior. Apesar de o ensino superior em todos os estados brasileiros ter demonstrado um grande crescimento, mais da metade das instituições e dos alunos estão concentrados na região Sudeste, também dados do IDEALINVEST DE 2003. Percebe-se que o ensino universitário está passando por uma situação semelhante a do ensino fundamental em 1995 e o ensino médio em 1997, ou seja, uma demanda excessiva. Isso ocasiona uma mudança no posicionamento das instituições de nível superior, onde algumas grandes marcas universitárias começam a emprestar seu nome ou sistema de ensino a outras instituições; ocorrem então, as parcerias, licenciamentos e franquias. Porém, algumas instituições ditas tradicionais mantiveram seus posicionamentos e permaneceram no mercado mesmo com uma redução no número de matrículas. É importante destacar que, com o aumento do número de instituições privadas no mercado os alunos passaram a ser tratados como clientes. Isso dá aos estudantes uma variedade maior para uma decisão de compra, e as práticas comerciais tornam-se um fator de sobrevivência. Uma dessas práticas é o trabalho feito na identidade da marca de empresas de serviço, que tem como objetivo diferenciá-la das demais, posicioná-la adequadamente e valorizá-la no mercado. 10 1.2 Origem e desenvolvimento das marcas De acordo com Nunes (1996: 10), as marcas tiveram sua origem na antiguidade, no ramo das artes, onde era comum que artistas assinassem em seus trabalhos, com o propósito de diferenciar e assegurar a sua identidade como criador. A assinatura ou marca do artista permitia uma avaliação da obra e influenciava a avaliação comercial deste trabalho. Nos tempos medievais, os feudos passam a romper seu isolamento através do desenvolvimento de pequenos mercados. Com o crescimento das cidades, os encontros comerciais tornaram-se mais frequentes, surgindo assim, as associações de trabalhadores artesanais e comerciais que tinham por objetivo controlar a quantidade e a qualidade da produção. E uma das determinações, das associações, era que cada produtor colocasse uma marca em seus produtos para facilitar sua futura identificação, permitindo o efetivo controle da quantidade e da qualidade da produção, bem como a aplicação de sanções. As marcas tornaram-se, então, uma proteção ao consumidor, que podia identificar a origem das mercadorias e, dava, também, proteção legal aos comerciantes contra violadores. Os conceitos modernos relacionados à marca começam a ser usados a partir da Revolução Industrial, no século XIX. E o fenômeno ocorre simultaneamente nos Estados Unidos e na Europa, impulsionado pela produção em série e pelo surgimento das ferrovias. Na Inglaterra, cada vila ou aldeia produzia sua própria cerveja, por exemplo. Uma vez que se tornou possível à realização da distribuição, de forma eficiente e barata, para longas distâncias e, os fabricantes começam a ter benefícios da produção em escala, e o mercado passa a ser dominado por grandes produtores que fizeram com que os pequenos desaparecessem. Os consumidores passam, então, a ter alternativas de produtos, e a marca 11 passava a ser utilizada para diferenciar produtores e associar o produto ao respectivo fabricante. Ainda com a referência de Nunes (1996:12), no mundo moderno as marcas se proliferam, principalmente no período que sucede a Segunda Guerra Mundial. A explosão de riquezas e prosperidade que aconteceu permitiu aos consumidores atuais serem brindados com uma enorme variedade de produtos, em termos de número de categoria e número de itens por categoria; fabricados sob marcas distintas. Hoje, diversidade dos produtos e a multiplicidade de escolha podem ser demonstradas através de uma visita ao supermercado, onde marcas diferentes competem pela atenção dos consumidores. Porém, devemos lembrar que os supermercados apresentam apenas uma pequena quantidade da oferta total de marcas, uma vez que estes por questão de restrições de estoque e espaço para exposição, trabalham principalmente com marcas líderes de mercado. O crescimento da escolha que os consumidores têm se defrontado ocasiona maiores investimentos em marca e no desenvolvimento de novos produtos, resultantes de inovações tecnológicas ou de adequação à concorrência, de forma a assegurar a manutenção da conquista da lealdade dos consumidores. 1.3 Definição conceitual sobre marca Em aspectos de conceituação técnica, Kotler (1999: 195) define marca como nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação deles, com a função de identificar os bens ou serviços de um fabricante ou grupo de fabricantes e diferenciá-los dos produtos dos concorrentes. Em um sentido mais amplo, que o do produto em si, as marcas, envolvem personalidades e ideias, que estão presentes e vivas em nossa 12 cultura como estrelas de cinema, heróis, desportistas e personagens famosos. Por isto, algumas marcas de produtos são originadas dos próprios nomes de personalidades, como a tenista Gabriela Sabatini que tem uma linha de perfumes com seu nome. É frequente no mercado consumidor haver troca entre a definição de produto e de marca, entretanto, como salienta Aaker (1998: 197), o conceito de marca é mais abrangente, englobando o conceito de produto. Kotler complementa dizendo que a marca envolve além do produto e/ou serviço, atributos, benefícios funcionais e emocionais, valores e personalidade imagem percebida pelo consumidor. Temos o exemplo de fabricantes em Taiwan que se responsabilizam somente pela produção de roupas, aparelhos eletrônicos, tênis, computadores etc. Entretanto, as marcas que são patenteadas nestes produtos são de países estrangeiros reconhecidas mundialmente. Para estes países que desenvolvem as marcas, tanto importa que seus produtos sejam fabricados em Taiwan ou na Malásia, a preocupação central está na condição de custos baixos e padrões de qualidade perfeitos. Esta é uma das mais completas percepções da diferença entre produtos e marcas. Para Kotler (1999: 195), o maior desafio é o de desenvolver significados profundos para a marca, e após a escolha de qual nível de significado ela irá aprofundar-se, deverá criar sua identidade baseado nesta escolha. Estes níveis são: atributos, benefícios, valor e personalidade; sendo que, para ele, os mais duradouros são o valor e a personalidade da marca. Entretanto, Rocha (1994: 93) diz que é possível reconhecer dois conceitos associados à marca: “A essência da marca - são atributos principais, percebidos pelos consumidores, sendo que estes atributos podem ser tangíveis ou intangíveis, emocionais ou racionais. A essência agrega ainda os significados simbólicos que a marca trás com ela de sua história. 13 A identidade da marca – são os sinais e símbolos que fazem com que o consumidor reconheça a marca, principalmente os que fazem lembrar com exclusividade determinada marca.”. Ângela Rocha nos fala das simbologias usadas por uma marca e da importância desta associação para que ela seja facilmente lembrada. Este conjunto de elementos associativos e percebidos pelo consumidor, que podem ser tangíveis e intangíveis, compõe a identidade da marca. Quando o consumidor associa marca a alguma característica que o produto possua, isto é dito como “percepção seletiva” (RIES, 1993, p.11), que deve ser valorizada por fabricantes e distribuidores. Assim, ao adotar símbolos, logotipos ou slogans que identificam a empresa ou serviço, é primordial levar em consideração a existência de tal “percepção seletiva” que o consumidor tem. E com isso, ocupar um espaço privilegiado em suas mentes o que significa tornar-se mais competitivo e aumentar as chances de permanência no mercado. 2. IDENTIDADE VISUAL DA MARCA A identidade visual da marca é expressa nos nomes, símbolos, slogans, cores, embalagens e ritos de passagem dos quais as organizações se utilizam para distinguirem a si mesmas ou as suas marcas. Até certo ponto, esses elementos possuem as mesmas finalidades dos símbolos religiosos, brasões de famílias, a bandeira nacional ou o brasão de República, os quais mantêm vivo um sentimento coletivo de propriedade e propósito. Em outro sentido, eles representam padrões consistentes de qualidade e propriedade, encorajando a lealdade dos consumidores, ou cidadãos, formando associações. Por isso, qualquer foto do Cristo Redentor remeterá a mente das pessoas à cidade do 14 Rio de Janeiro e às inevitáveis associações que o símbolo projeta em cada pessoa, tais como praias, carnaval, etc. (MARTINS, 2000, p. 74). Ries (1993: 12), destaca a lei da percepção como um fato imprescindível para a conquista do consumidor. Ele fala que o marketing não é uma batalha de produtos, é uma batalha de manipulação de percepções. E o que determina a vitória da marca é o que as pessoas pensam sobre o produto ou serviço que ela representa. Para esse autor, o que dificulta ainda mais a batalha é que muitas vezes os clientes tomam decisões de compra baseadas em percepções de segundamão. Ao em vez de utilizar as próprias percepções, tomando suas decisões de compra baseadas na realidade do outro que não tem o mesmo significado. Com isso, se você passa por uma experiência ruim, fatalmente contará a todos os amigos, e eles te poderão absorver essa experiência como próprias, influenciando diretamente em suas compras futuras. Las Casas (2008:223) diz que como qualquer organização, a instituição de ensino superior realiza a projeção de sua personalidade de forma estruturada e adequada para obter uma imagem positiva e sem desvios da sua identidade. Uma imagem separada da identidade não é favorável, e para garantir a transmissão de uma imagem adequada convém utilizar uma comunicação específica entre o que a empresa é e a imagem percebida por seus públicos. Os autores escolhidos para esse trabalho, elencam uma série de elementos que juntos formarão a identidade visual da marca de empresas, em particular as prestadoras de serviços. Discorro então sobre: o nome, os símbolos, slogans e personagens ou personalidades. Lembro que existem outros elementos componentes da identidade como cores, desenhos, forma das letras etc, porém, irrelevantes para o assunto. 15 2.1 Nome da marca Para Aaker (1998: 197) o nome é o indicador essencial da marca, sendo ele tanto o pilar para os esforços de conhecimento como para a comunicação. O nome pode formar a essência do conceito da marca, uma vez que ele pode gerar fatos de associações que servem para descrever o que a marca faz. Ries (1993: 20) diz que o mesmo que Kotler, que a palavra de representação da marca deve ser simples e não complexa ou inventada. Ele trata o fato como a Lei do Foco, que cita que “em marketing, o mais poderoso conceito é representar uma palavra na mente”. As palavras mais eficazes são orientadas para os benefícios que o produto ou serviço oferece ao consumidor. Por mais complicado que seja o serviço, por mais complicadas que sejam as necessidades do mercado, é sempre melhor focalizar em uma única palavra ou em um único benefício em vez de em dois, ou mais. Se o benefício estabelecer-se de maneira sólida, é provável que o cliente em alvo lhe dê uma outra porção de benefícios. O nome pode servir, também, de barreira substancial contra novos lançamentos, uma vez que a marca já esteja estabelecida. Na verdade, ele pode ser mais do que a patente, que em alguns momentos é mais difícil de defender do que o nome. Ademais, o nome tem uma permanência melhor que outros elementos utilizados em programas de marketing. Uma personagem, um preço ou um tema da campanha pode ser alterado mais facilmente que o nome da marca. Aaker (1998: 206), sugere alguns critérios para seleção de nomes de marcas: 1. Ser fácil de aprender e de memorizar pode ser pouco usual, interessante, com significado, emocional, pronunciável e que evoque uma imagem visual. 2. Deve sugerir a classe do produto ou serviço, de modo que a lembrança do nome seja forte e ainda compatível com o potencial de usos futuros do nome. 3. Deve sustentar um símbolo ou slogan. 16 4. Deve sugerir associações desejáveis, sem ser mal interpretada. 5. Não deve levar as associações indesejáveis, sendo autêntico, confiável, e não indicar falsas expectativas. 6. Ser característico, não devendo confundir com o nome de concorrentes. 7. Ser disponível e legalmente protegido. Se o nome tem associações que o prejudicam ou quando novas associações são incompatíveis com o nome, é necessário que um outro, novo, seja requerido. De fato, milhares nomes de corporações são mudados anualmente, em geral, porque o nome não reflete o negócio da empresa. O importante é que o mercado, normalmente, reaja de forma positiva à mudança de nome, provavelmente porque isso sinalize uma mudança de visão estratégica da empresa. De acordo com Martins (2000:69) é recomendável que na criação de nomes de serviços o trabalho seja feito com o intuito de encontrar uma marca que possa facilitar a compreensão e o entendimento do nome para que o cliente faça associações de modo fácil. Lembrando que o segmento dos serviços é permeado por um alto nível de intangibilidade. Com isso, o nome da marca e sua identidade gráfica têm um peso considerável, principalmente na internet, para que o consumidor perceba seu valor e tenha confiança nela. Muitas instituições de ensino superior têm nomes oriundos dos nomes de seus fundadores como, por exemplo, a Universidade Gama Filho, que teve como fundador o Ministro Luiz Gama Filho. E outras como a Universidades Cândido Mendes e Universidade Veiga de Almeida. Outras usam siglas, porque seus nomes já então consolidados no mercado, e o público conhecedor passou a dar-lhes uma nova nomenclatura. É o caso da Fundação Getúlio Vargas, conhecida por FGV, ou a Pontifícia Universidade Católica – PUC e a Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM. 17 2.2 Símbolos Quando o produto ou serviço é de difícil diferenciação, um símbolo pode ser o elemento central do valor da marca, e a característica de diferenciação dela. O símbolo pode, por si só, criar o conhecimento, as associações, e uma apreciação, ou sentimentos, que por sua vez, pode afetar a lealdade e a qualidade percebida. É mais fácil, apreender as imagens visuais (como símbolos) do que as palavras (como nomes). Por isto, os símbolos ajudam a conseguir o conhecimento da marca. Quando um símbolo é rico em associação – como Mickey Mouse – há uma contribuição muito maior para a marca, e a figura torna-se um ativo da empresa (AAKER, 1998, p. 208). Kotler (1999: 176) considera os símbolos como uma forma forte de reconhecimento e de diferenciação de produtos ou serviços das marcas. Esses símbolos devem ser divulgados através de propagandas que representam à personalidade da empresa ou da marca. Tanto Aaker (1998: 210) quanto Kotler (1999: 176) concordam que a marca pode utilizar diversos tipos de símbolos para fazer a associação dela com a empresa que representam, mas tais símbolos devem estar diretamente ligados à imagem que a empresa deseja passar ao consumidor. Assim, os autores citados acima dão alguns exemplos de variação dos símbolos e os fatores de associação que as empresas visam ressaltar, como: os arcos dourados do McDonald’s, o pequeno jacaré da grife Lacoste, a forma das letras separadas da Fiat, o desenho e as cores das letras da C&A, a forma da garrafa da Coca-Cola. Existem outros tipos de símbolos de associação, que são trabalhados para enfatizar atributos das marcas ou vinculá-las a eventos, como: os eventos culturais patrocinados pelo Banco do Brasil, cenas de regiões texanas do cigarro Marlboro e as músicas alegres como jingles da Coca-Cola e outros. 18 As instituições de ensino também utilizam os símbolos para fazer a associações de suas marcas como: a coruja feita de letras da UNISUAM, o brasão católico da Pontifícia Universidade Católica, a letra M em vermelho da Faculdade Morais Júnior Mackenzie Rio. O símbolo pode ajudar o nome da marca a ser associada a uma classe de produtos, estabelecendo com isso uma ligação. Uma forma para isto ocorrer é tornar o símbolo distinto e singular, outra é fazer com que fique mais fácil apreender a associação entre o símbolo e a marca se o primeiro refletir a última. Em contra partida, se o símbolo e nome da marca têm associações demasiadamente fortes, a capacidade da marca reposicionar-se, ou de expandir-se, pode ficar reduzida. Sendo assim, uma extensão da marca mudaria não somente a associação da classe-produto/nome, mas também a associação da classe-produto/símbolo (AAKER, 1998, p. 212). É importante lembrar que os símbolos são uma forma de dar singularidade a marca, e quando ocorre semelhança de símbolos entre empresas de uma mesma área, com o posicionamento também igual, é preciso que uma delas faça a modificação, afim de evitar confusões por parte dos clientes. Como o fez a Universidades Estácio de Sá que oportunamente trocou o símbolo do castelo de sua logomarca por um losango com aspecto moderno. O castelo também aparece na logomarca da Universidade Castelo Branco, o que pode ter causado alguns equívocos. Ressaltando que o logotipo é uma representação gráfica do nome, com fonte específica, fixa e de característica singular. Já a logomarca, é composta pelo nome, símbolo e logotipo, também sendo uma composição gráfica. 2.3 Slogans Como dito por Aaker (1998: 214), quando uma marca tem nome e símbolos sólidos ela não pode se dar ao luxo de escolher outro nome ou 19 mesmo outro símbolo para reforçar uma estratégia de posicionamento ou reposionamento. Contudo, um slogan pode ser usado para viabilizar tais estratégias, que é acrescentado ao nome e ao símbolo. Os slogans aparecem, normalmente, ao lado da marca, e são formados por frases que enfatizam os benefícios, ou as qualidades ou ainda as vantagens que a empresa possui. O slogan remove ambiguidades do nome, é uma associação a mais para a marca reforçando seu nome e símbolo, e ele tem a capacidade de gerar um valor próprio a ser explorado. Bem como o nome e o símbolo, o slogan é eficaz se específico, memoriável, relevante, atraente e ligado à marca. Algumas marcas, segundo Aaker (1998: 215), gastam dezenas de milhões para descobrir que poucos compradores conseguem relacioná-las ao slogan que utilizam. Alguns exemplos de slogans: UNIGRANRIO..........................................Mais que ensino,transformação. UNIVERCIDADE.....................................................Á frente do seu tempo. SIGNORELLI........Formação de excelência internacional ao seu alcance. UNICARIOCA..........................................................Formação de verdade. UNIVERSO............................Acima de tudo, uma universidade completa. Fonte: Portais das referidas instituições na internet. 2.4. Personagens e personalidades Personagens é um tipo de símbolo com características humanas ou de vida real. Podem ser desenho animado, como o Tigre da Kellog’s, o camelo Joe da Camel ou figuras humanas como o Cow-boy de Marlboro, o palhaço Ronald do McDonald e o garoto propaganda da Bombril. As vantagens de se 20 utilizar personagens para criar reconhecimento é que eles normalmente chamam bastante atenção e, ajudam a comunicar benefícios importantes do produto e características da marca. (TALTRICO, 1998, p. 60). O Banco Bamerindus, por exemplo, utilizou por muito tempo em seus comerciais de televisão, um senhor de barba que sorria muito, para assim, transmitir percepções de confiança e simpatia aos seus clientes. Já algumas marcas, utilizam personalidades nacionais ou internacionais, para transmitir imagem de sofisticação da marca e do produto. Personagens que se tornam populares também acabam criando oportunidades de licenciamento, podendo dar a empresa receitas extras e uma exposição adicional às marcas. Entretanto, algumas precauções devem ser tomadas na adoção de personagens ou personalidades, para que eles não distraiam demais a atenção do telespectador de modo que ele não se lembre da marca associada à personagem. Também se corre o risco de haver uma associação com a marca concorrente dependendo da semelhança do caso. Assim, a personagem ou personalidade deve ser adaptada ao longo do tempo de modo que continue atualizada e relevante para o consumidor alvo. As instituições de ensino superior adotam com frequência personalidades famosas do meio artístico, mas as personalidades são sempre escolhidas de acordo com o significado e com o posicionamento mercadológico ocupado pela instituição. Como no caso da Universidade Estácio de Sá, que tinha o apresentador Luciano Hock como garoto propaganda em todas as suas formas de divulgação. Mas as personalidades mudam para fomentar as novas campanhas de marketing que as instituições produzem. E atualmente, a Universidade Estácio de Sá tem outros famosos como representantes. Ao pesquisar as instituições de ensino superior públicas observo que elas não utilizam todos os elementos que formam a identidade visual da marca, mas também não descuidam das suas imagens perante o mercado. Como seu público alvo é quem as procuram disputando suas vagas, essas instituições 21 não necessitam de um marketing agressivo; porém elas têm uma preocupação de posicionamento regida por legislações das esferas que as regem. Existem outros elementos que colaboram para a fixação da identidade visual da marca, mas como dito anteriormente, eles não são essenciais ou não podem ser usados em determinadas formas de divulgação, com os dingos, músicas e aromas. Ainda temos as embalagens, que são imprescindíveis para produtos físicos, mas como o tema trata de serviços o estudo desse elemento é dispensável. Assim como a identidade de uma pessoa é composta num primeiro momento pela sua aparência, o trabalho já o fez, demonstrando as características visuais da marca. E no próximo capítulo termos a parte comportamental da marca, o posicionamento. 3. POSICIONAMENTO Tanto Martins (2000: 27) quanto Nunes (1996: 61), lembram que o termo posicionamento popularizou-se com Jack Trout e Al Reis (1981), que escreveram uma série de artigos sobre o assunto a partir do clássico Posicionamento. Posicionamento, para esses autores, é o modo como cada consumidor pensa a respeito de uma marca em relação à sua concorrência. E como principal contribuição, eles provocam a ruptura de um paradigma, trazendo uma nova forma de abordagem: “o posicionamento não está focado em um único aspecto, mas em dois, no que a empresa entende ser importante e, sobretudo, no que os consumidores percebem como importante”. Aaker (1998: 115) comunga das mesmas ideias de Al Ries e Trout (1981: 2) afirmando que “o posicionamento é à parte da identidade da marca que deve ser ativamente comunicada para o consumidor e demonstra uma vantagem sobre as marcas concorrentes”. 22 No capítulo anterior, ressalto a importância da lei de percepção da marca na mente do consumidor, definida pelos mesmos autores acima citados. A lei nos mostra o quanto é importante conseguir um espaço na memória dos consumidores, para que uma marca consiga sobressair dentre as demais existentes no mercado e, tenha diferenciação exata da concorrência. O posicionamento da marca é baseado nesta lei, acrescido de outros aspectos inerentes a questões estratégias, como preço, análise do consumidor e dos fatores de composição da própria marca. Além de conter a identidade, o posicionamento deve ter algo que chame a atenção do consumidor e, os benefícios que forem ressaltados neste processo devem ser baseados em pontos fortes reais da marca. Pois se a mensagem promete algo que não pode oferecer, consequentemente, a marca não construirá lealdade entre os usuários. O posicionamento deve ser elaborado para atingir um grupo específico de consumidores, que pode ser um subconjunto do mercado consumidor visado pela marca. Não se deve oferecer tudo a todos, diz o ditado popular, então se seleciona um grupo definido de clientes que se deseja atingir. Tomando como exemplo o caso das motocicletas Harley-Davidson, que tem como grupo de clientes específicos, para os quais a marca foi posicionada, o de pessoas rebeldes, que não dão satisfação de suas ações e são apaixonadas por liberdade. Porém, a marca acaba atraindo, além destes, consumidores secundários, que podem ser aqueles que aspiram a ser como este grupo, ou acham que são como eles. Ainda que, possuam apenas parte destas características, e acabam consumindo outros produtos da marca como canetas, jaquetas, bonés etc., que são menos expressivos que a própria motocicleta. (TALARICO, 1998, p. 72) ARNOLD apud MARTINS, 2000: 27, afirma que “a concepção de marca é uma questão estratégica”. Qualquer decisão tática, por mais brilhante que seja só irá gerar marcas sólidas e de valor corporativo se, todas as ações estiverem concentradas no mesmo ponto de vista estratégico. O fato é que todas as marcas evoluem pouco a pouco, não sendo de se esperar que fracos 23 estímulos, descoordenados e de curta duração, produzam uma mudança radical na sua concepção. “A estratégia de marca, portanto, é a marca.” (MARTINS, 2000, p.27). A estratégia de marca é parte da estratégia empresarial (a cultura empresarial, as meios de produção, por exemplo), concentrada exclusivamente no posicionamento dos produtos ou serviços na mente do público-alvo. Sendo que o objetivo de ambas as estratégias é o desenvolvimento de uma vantagem competitiva ágil. Para Nunes (1996: 74), uma estratégia eficiente deve ser orientada para o mercado, ela informará, não só as decisões relacionadas à marca, como também todas as movimentações associadas ao gerenciamento da empresa. Nunes (1996: 74) tem opinião semelhante à de Arnold dizendo que “o relacionamento entre estratégia de marca e estratégia empresarial é bastante próxima: o objetivo perseguido por ambas é o desenvolvimento de uma vantagem competitiva sustentável para a empresa”. Como as marcas encontram seu sentido na percepção dos consumidores, o posicionamento acaba sendo o processo pelo qual uma empresa oferece aos consumidores as marcas de produto ou serviços que dispõem. E o foco passa a ser à maneira de como as ofertas são apresentadas aos consumidores e como eles a percebem. Martins (2000: 30) fornece meios para análise de posicionamento das marcas, contendo três passos: 1º Questionário – Nenhum trabalho relacionado a posicionamento pode começar sem um questionário. O questionário deve ser um perfeito diagnóstico preliminar de marca: ações, comportamento, situações de mercado ou mecanismos correntes da marca estudada. Investigam-se as forças e as fraquezas da marca, na visão dos seus controladores, diante do que é o ideal tendo em vista expectativas, necessidades e costumes do público-alvo. 2º Análise – Os resultados são avaliados pelos responsáveis pelo projeto, gerando uma interpretação que pode ser subjetiva ou objetiva. 24 Na interpretação subjetiva, o profissional irá traduzir as informações de acordo com sua experiência profissional, as afinidades de mercado da marca, pesquisas disponíveis sobre ela e casos anteriores. Já na interpretação objetiva, parte dos dados pode ser convertida em gráficos que mostram o estado atual da marca, ou mesmo a situação de risco e de ruptura dos valores da marca, que resultará nas recomendações de reposicionamento. Sendo possível ainda mapear a distribuições das associações pelos consumidores para as marcas concorrentes, indicando possíveis espaços de enquadramento ou entrada no mercado. 3º Execução – A execução terá os procedimentos ou ações indicadas para posicionar ou reposicionar a marca. Isto envolve ações de redesenho, criação de nomes, slogans, projetos de comunicação, lançamento de linhas, segmentação, promoções nos ponto de venda etc. O Brasil ainda insisti na exportação de commodities, com isto, faz-se questão de ser “grande” exportador de café, suco de laranja, soja, aço etc. Enquanto vendemos produtos no atacado cotados nas bolsas internacionais de mercadorias, outros países mais conscientes dos benefícios de tal gerenciamento exportam no varejo sua capacidade de transformar commodities em bens de alto valor agregado. Para nossa felicidade, as marcas de moda, conhecidas como grifes, estão fazendo um trabalho de expansão internacional que merece ser observado e elogiado. Muito antes dos nossos produtos de riqueza naturais, os nossos estilistas estão trabalhando para cultivar o gerenciamento da marca brasileira em solos internacionais, e até agora com provas de que o esforço é recompensado. Nomes que eram limitados ao Brasil, como Iódice, Lino Villaventura, Rosa Chá e Reinaldo Lourenço, entre outros, que não estão vendendo roupas, mas sim a nossa habilidade em desenho, o nosso talento e o estilo brasileiro de fazer moda, valorizando ainda mais nossas marcas. (MARTINS, 2000, p. 43). 25 3.1 Posicionamento de serviços educacionais O posicionamento deve ser visível em todas as estratégias de marketing para reforçar a identidade da instituição de ensino, cuja qualidade percebida é sua principal preocupação, pois é ela que orienta as decisões dos alunos. Las Casas quando discorre sobre o assunto do posicionamento em instituições de ensino superior ressalta, da mesma forma dos outros autores deste capítulo, que o posicionamento depende de dados de pesquisas e de informações variadas para detectar algo diferente capaz de fornecer uma vantagem competitiva à empresa. (LAS CASAS, 2008, p.202). Continuando com os conceitos de Las Casas (2008: 108) ele frisa que posicionar um serviço educacional na mente do consumidor é um esforço de longo prazo, porque exige conhecimento, reconhecimento e admiração. Uma instituição constrói uma imagem no mercado ao longo de um período de bons serviços prestados. A seguir Kotler apud Las Casas relata os princípios de posicionamento de uma instituição de ensino superior: -Promover um diagnóstico para definir e entender o relacionamento entre os cursos e o mercado. -Identificar oportunidades de mercado para a introdução de novos cursos, redesenhar os existentes e eliminar cursos de baixo rendimento. -Tomar decisões estratégicas em relação à concorrência, como escolha de locais para novas unidades de ensino, estratégia de preço das mensalidades e forma de comunicação. Existem pelo menos cinco posicionamentos distintos para que as instituições escolham em qual deles quer focar suas estratégias: Posicionamento geográfico: possuir muitas unidades para ter como diferencial estar próximo do trabalho ao das residências dos alunos. 26 Posicionamento de excelência: algumas instituições oferecem ensino de excelência em determinada área. Posicionamento de preço: oferecer o menor preço do mercado com boa relação custo/ benefício. Posicionamento por tradição: apropriação da tradição como diferencial, oferecendo bom desempenho e percepção de mercado. Posicionamento por diferencial de marca: opção pelo diferencial da marca adquirida. A definição do posicionamento requer uma condensação de todas as análises e dos elementos desenvolvidos no processo de construção visual da marca. Sabendo que, uma marca não pode ser perfeita em todos os aspectos, com isto o posicionamento vai definir quais pontos serão explorados com excelência. Por fim, o posicionamento deve ser consistente com a visão da marca e sustentável em longo prazo. Kotler (2000) argumenta que, por melhor que a marca seja posicionada no mercado ela poderá necessitar de reposicionamento no futuro. Isto pode ser causado pelo lançamento de marcas semelhantes no mesmo posicionamento, ou mudanças dos desejos do consumidor reduzindo a demanda pela marca. O reposicionamento pode exigir modificações do produto e ou serviço e também de sua imagem, entretanto, ao reposicionar a marca deve-se ter cuidado de não perder e nem confundir os consumidores que são leais a ela. Cabe lembrar que, o reposicionamento pode quase que mudar os rumos da empresa. Como é caso da Sadia que, praticamente toda sua vida, teve no frango congelado a base de suas receitas de finanças. No final do século XX, a metade da receita da Sadia vinha dos produtos processados e industrializados, como os embutidos (salames, mortadelas, etc), e os alimentos congelados (batatas, ervilhas, brócolis e pizzas). O fato trata de uma ação altamente complexa e arriscada, da qual os lucros reais demorarão a aparecer, visto que, é preciso investir pesadamente em tecnologia e comunicação para criar novos produto e alavancar às vendas. 27 Um exemplo de reposicionamento que teve êxito é o da UniverCidade – Universidade da Cidade – que passou por uma profunda mudança em meados da década de noventa, ocasionada pelo crescimento da instituição que incorporou outras faculdades. E com a mudança da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Darcy Ribeiro) de1996, a instituição pode abrir novos cursos e expandiu seus domínios, assim ela obteve seu credenciamento passando a classificação de Universidade em 30 de setembro de 1998, e adota a marca UniverCidade. 4. BRAND EQUITY, O VALOR DA MARCA. Aaker (1998: 16) no seu livro que tem o mesmo título Brand equity, define o termo como sendo um conjunto de ativos e de passivos ligados à marca, que se somam ou se subtraem do valor proporcionado por um produto ou serviço para uma empresa e/ou para os seus consumidores. E ele continua, e nos lembrando que para certos ativos e passivos determinarem o brand equity devem estar ligados ao nome e/ou símbolo da marca. Se o nome ou o símbolo for modificado, alguns ou todos os ativos ou passivos poderão ser afetados, ou até mesmos perdidos. Para Rocha (1994: 94) o brand equity inclui tanto o valor econômico da marca como seu potencial de aumentar a geração de lucro de caixa em longo prazo, além do valor intrínseco do produto. Ele pode ser definido, ainda, por estudiosos do assunto apud Rocha, essencialmente como os lucros acumulados a serem realizados numa data futura. Martins (2000: 197), nos fornece uma tabela com diversos autores contendo as respectivas definições de brand equity e os anos destes trabalhos, para que o leitor tenha sua visão ampliada sobre as variações na definição do tema. 28 Tabela 1: Definições de Brand Equity Autores Ano Definição Leuthesser 1988 Conjunto de associações e comportamento da parte dos consumidores de uma marca, canais de vendas e corporação produtora, que permitem ao produto conseguir maior volume ou maiores lucros do que ele conseguiria sem a marca. Farquhar 1989 Valor agregado ao produto pela marca. Aaker 1991 Conjunto de ativos e obrigações ligados à marca, seu nome e logotipo; aquilo que acrescenta ou subtrai valor a um produto ou serviço para a empresa e seus clientes. Winters 1991 Valor associado a um produto e percepções dos consumidores sobre uma determinada marca. Simon e 1993 Fluxo de caixa incremental atribuído a produtos com marca, Sullivan com relação aos fluxos de caixa que resultariam da venda de produtos sem marca. Schiffman Zanuk e 1994 Valor inerente de uma marca bem conhecida. Ele contribui para a aceitação de novos produtos, alocação de espaço em prateleira, valor percebido, qualidade percebida, possibilidade para price premium e mesmo no valor de ativos no balanço de uma empresa. Lassar, Mittal e 1995 Incremento na utilidade percebida e no nível de atratividade Sharma que uma marca confere a um produto. Fonte: MARTINS, 2000, p.196. Para Martins (2000: 197) todas as definições de brand equity aqui citadas estão corretas e têm mais ou menos o mesmo significado. Ele também adiciona: 29 “Brand equity é todo aquilo que uma marca possui, de tangível e de intangível, e que contribui para o crescimento sustentado dos seus lucros. É o somatório dos valores e atributos das marcas, que devem se transformar em lucro para a empresa”. Muitos empresários, aqui ou em qualquer outra nação do mundo, ainda atribuem aos consumidores uma exagerada dose de culpa pela performance inadequada de suas marcas. Entretanto, pouca ou nenhuma responsabilidade pode ser atribuída aos consumidores por eles não reconhecem aquilo que lhes foi sugerido reconhecer. Quando bem posicionada, a marca deve entender e acompanhar as necessidades dos seus consumidores, sem que lhes seja cobrado qualquer coisa que não a disseminação positiva da imagem e lucros maiores sobre os concorrentes. (AAKER, 1998, p.16) A utilidade do brand equity depende da peculiaridade de cada marca e empresa. Com isto, empresas que tem baixa ou nenhuma noção de gerenciamento da marca necessitam de uma correta pesquisa para obter conhecimento pleno das atitudes do consumidor em relação à sua marca. Já para empresas mais avançadas os benefícios podem ser ilimitados, como de gerar fluxo de caixa além do esperado com a venda de produtos e serviços, aumentando os lucros de médio e longo prazo. Ele quando vinculado a sistemas de medição de desempenho gerencial, também, pode auxiliar na definição de prêmios e bônus para recompensar esforços ou identificação dos pontos de ruptura na qualidade da gestão perante o mercado de capitais. Aaker (1998: xvii) esclarece que de modo amplo, o investimento para a medição do brand equity deve focar os seguintes objetivos: 1. Medir a eficiência da relação marca/consumidor; 2. Entender o que faz que o consumidor se relacione com a marca; 3. Compreender o significado do preço na relação (riscos e oportunidades); 4. Supervisionar e entender as tendências dos consumidores e sua evolução econômica; 30 5. Entender como a mensagem da marca de novos entrantes é percebida e eventualmente remunerada; 6. Medir a eficiência e a qualidade dos investimentos em propaganda e comunicação. Os autores aqui citados, quando definem brand equity dizem o quanto essa ferramenta administrativa proporciona valor para a empresa, entretanto, não se pode esquecer que os consumidores também são beneficiados com a sua aplicação. Sendo assim, o brand equity ajuda os consumidores a interpretar, processar e acumular informações sobre produtos e marcas. Podem afetar a decisão de compra do consumidor, através de experiências do passado ou relatadas por outrem. E o mais importante, é o fato de que tanto a qualidade percebida como as associações da marca podem aumentar a satisfação do consumidor com a experiência de utilização da marca. Martins (2000: 198), explica a complexidade e torna melhor a compreensão sobre o tema pelos brasileiros. Embora o assunto trate de ações já conhecidas e praticadas pelos instrumentos de marketing e de finanças, sua aplicação está de fato relacionada ao valor em dinheiro de todas as propriedades e ativos de uma empresa, e não somente a marca. Surge uma nova ordem econômica seguida por seus adeptos e críticos, que não ignoram a realidade de um mercado que avalia e remunera as marcas conforme o somatório das suas qualidades materiais e imateriais (tangíveis e intangíveis). Como observado, os fatores adicionais dizem também respeito ao fato de que só é possível chegar ao verdadeiro e completo valor de uma empresa se considerar o valor dos seus ativos intangíveis. Ou seja, se medirmos o valor transacional de todas as propriedades “não-materiais” de uma empresa. Como por exemplo, patentes, funcionários, sistemas de informações, lista de clientes etc, que são ativos intangíveis de valor inquestionáveis quando em propriedade da empresa. Por isso, é tão importante conhecer os valores do brand equity. 31 Segundo Aaker (1998: 16) os ativos e passivos nos quais o brand equity se baseia vão diferir de contexto para contexto. Entretanto, pode de forma prática ser agrupados em cinco categorias: 1 - Lealdade à marca. 2 - Conhecimento do nome. 3 - Qualidade percebida. 4 - Associações à marca em acréscimo a qualidade percebida. 5 - Outros ativos do proprietário da marca. Seguem as definições categorias de ativos que foram acima listados. À medida que cada uma for discutida, ficará claro que os ativos do brand equity requerem investimentos para sua criação, investimentos estes que serão dissipados com o tempo, a menos que se proceda à manutenção. 4.1. Lealdade à marca Em qualquer negócio, é mais dispendioso conquistar novos clientes do que fazer a manutenção dos já existentes, e ainda mais caro reconquistar os que foram perdidos. Principalmente, quando os clientes antigos estão satisfeitos com a marca, ou até mesmo gostam dela. Em muitos mercados há uma inércia substancial entre os consumidores, mesmo que haja custos muito baixos para a mudança e baixo comprometimento desses para com a marca existente. Assim, uma base segura e instalada de consumidores tem o seu investimento de aquisição baseado amplamente no passado. Além disso, alguns consumidores, sendo eles leais, proporcionam uma exposição maior da marca e a confiança para novos consumidores. (AAKER, 1998, p. 19) A presença de lealdade dos consumidores satisfeitos reduz-se a vulnerabilidade da ação competitiva (mind share – menos volatilidade). Os concorrentes podem sentir-se desencorajados a investir recursos para atrair consumidores já satisfeitos, sendo isso caracterizado como uma barreira de 32 entrada. Um nível de lealdade alto, segundo Aaker, implica em melhor relacionamento com o comércio, uma vez que os consumidores leais esperam que a marca esteja sempre disponível em qualquer lugar, mesmo sendo um serviço. Uma abordagem adicional sobre a percepção dos consumidores é quando eles definem o valor de uma marca e de seus produtos ou serviços não apenas pela clássica relação custo-benefício, mas principalmente pelas “economias” percebidas durante o ciclo de contatos, cliente-consumidor. Economias estas que são comparadas com a dos concorrentes que têm padrões de referência semelhantes. (MARTINS, 2000, p.134) De acordo com Martins, as principais “economias”, como anteriormente definidas, desejadas pelos consumidores antes, durante e após uma compra ou uso de um produto ou serviço podem ser: - Gastar menos dinheiro para utilizar, atualizar, receber, ir, manter, completar, os produtos e serviços. - Gastar menos tempo para localizar, pedir, conhecer, ficar, ir, utilizar, os produtos e serviços. - Fazer menos esforços para utilizar, retirar, atualizar, retirar, manter, consultar, chegar, acessar, produtos e serviços. - Ter menor custo psíquico para identificar-se, informar-se, reclamar, cancelar, alterar, produtos e/ou serviços. 4.2 Reconhecimento do nome da marca As pessoas tendem a comprar uma marca conhecida, pois se sentem confortáveis com o que lhes é familiar. Porque lhes ocorre que a marca familiar é provavelmente confiável, que veio para ficar e tem boa qualidade. 33 Uma marca reconhecida será frequentemente selecionada diante de uma outra, desconhecida. E ser conhecida é particularmente importante para que ela seja considerada uma alternativa de compra – marcas que têm uma avaliação positiva no mercado. Sendo uma marca desconhecida suas chances são poucas de ser mantida e consumida, por isso elas investem mais recurso nas estratégias de marketing. (AAKER, 1998, p.20) 4.3 Qualidade percebida A percepção de qualidade é o aspecto que mais eleva o status de uma marca. Em primeiro lugar porque a percepção de qualidade acaba influenciando o modo como são percebidos outros atributos do produto e do serviço. Em segundo lugar, pois é o aspecto que comprovadamente dirige a boa performance financeira, uma vez que permite aceitação de preços mais altos ao mesmo tempo em que mantém a participação de mercado. Finalmente, a qualidade percebida é frequentemente, o aspecto mais estratégico de credibilidade de um negócio, não sendo rara sua contribuição para a valorização das ações no mercado financeiro. (TALIRICO, 1998, p.10). Uma marca terá associada a ela uma percepção de qualidade geral, não baseada necessariamente no conhecimento de especificações. A percepção da qualidade pode assumir diferentes formas para diversos tipos de indústria. Contudo, será sempre uma característica importante e mensurável da marca. A qualidade percebida influencia diretamente as decisões de compra e a lealdade à marca, especialmente quando um consumidor não está motivado ou capacitado a fazer uma análise detalhada. Além do mais, a percepção de qualidade pode ser a base para a extensão da marca. Se uma marca é bem conceituada em um segmento, a suposição natural é de que ela terá uma alta qualidade num contexto correlato (AAKER, 1998, p. 20). 34 David A. Garvin, de Harvard, apud Aaker cinco dimensões de qualidade para serviços, e são eles: 1. Tangível: As instalações físicas, os equipamentos e a aparência do pessoal implicam em qualidade? 2. Confiabilidade: O serviço contabilizado será executado com segurança e de forma correta? 3. Competência: A equipe de assistência técnica tem conhecimento e habilidade para fazer o serviço corretamente? Ela dá uma impressão de confiança? 4. Atendimento: A equipe de vendas está disponível e com boa vontade para ajudar os clientes e proporcionar atendimento rápido de serviços? 5. Empatia: O servidor oferece deferência à atenção individualizada aos clientes? 4.4 Associações à marca em acréscimo a qualidade percebida. Após criar o reconhecimento de marca, devemos elaborar um conjunto de associações positivas da marca na mente dos consumidores. Muitos podem tentar definir quais os componentes de uma imagem positiva de marca, elencando apenas passos e procedimentos de gestão da marca. Entretanto, um projeto de posicionamento bem estruturado e comunicado, será suficiente para criar uma imagem que seja única, durável e muito resistente às investidas dos concorrentes. A meta de concorrência, portanto, será quebrar a hegemonia das marcas que detêm as mais fortes associações. A melhor maneira de se fazer isso será: romper com os paradigmas nas categorias, atacando violentamente os valores da marca a serem combatidos. (MARTINS, 2000, p.203). Aaker tem um conceito parecido com o do Martins, que diz: “O valor subjacente do nome de uma marca frequentemente se baseia em associações 35 específicas ligadas a ela”. Temos como exemplo de associação o Ronald McDonald’s que cria uma atitude ou um sentimento positivo ligado à marca McDonald’s. A associação de um “contexto-de-uso” - aspirinas e prevenção de ataque do coração – pode proporcionar uma razão de comprar para atrair consumidores. Um estilo de vida ou associação de personalidades famosas pode mudar a experiência de uso, as associações do Jaguar podem fazer da experiência de possuir e dirigir esse carro uma diferença muito especial. A fim de manter as associações positivas as instituições de ensino superior gastam valores anuais considerados altos, abaixo relato dados disponíveis na bibliografia de Las Casas que comprovam esse fato. A tabela a seguir apresenta o Investimento Publicitário de Instituições de Ensino Superior em diferentes mídias, com valores brutos em mil reais. Anunciante Getúlio Vargas Univ. Estácio de Sá Inst. Mackenzie UniverCidade Unisuam PUC SP Senac SP Univer. Veiga de Almeida Fac. Int. São Camilo Jornal Outdoor Rádio Revista TV TVAss. TOTAL 18.421 204 93 4.566 498 13 23.794 28.981 44 1.090 64 8.435 14 38.627 18.673 59 12.195 10.320 7.523 68 4.084 06 4.962 323 3.617 18 201 119 152 1.198 134 118 516 1.092 33 847 376 2.510 109 187 36 2.481 13 697 21.355 14.838 10.738 8.481 7.677 6.015 191 810 1.109 101 5.846 Fonte: Ibope Monitor – janeiro a dezembro de 2007. Las Casas acrescenta que, as instituições de ensino superior que não direcione seus investimentos somente em divulgação, mas tenha preocupação com tudo o que está envolvido na qualidade do ensino. E façam isso constantemente para evitar perdas tanto de estatus quanto de alunos. De acordo com Martins, uma maneira de descrever a construção de associações é classificá-la em três categorias que irei discorrer: atributos, benefícios e atitudes. 36 Atributos: Os atributos estão normalmente relacionados à performance de um produto. Eles podem ser divididos entre relacionados e não-relacionados ao produto. Atributos relacionados ao produto são aqueles diretamente associados ao acabamento físico do bem, variando de acordo com a categoria. Por exemplo, Pentium III, tela de matriz de plasma são algumas das características de um computador. Já os atributos não-relacionados ao produto incluem informações como preço, embalagem, características do consumo e situações de uso. Benefícios: Os benefícios são necessidades que os atributos relacionados ao produto atendem. São de um modo geral bastante específicos, representando aquilo que determinados consumidores desejam. Eles são classificados como: funcionais, experimentais ou simbólicos. Benefícios funcionais: limitam-se aos elementos intrínsecos do produto, sendo normalmente relacionados a necessidades de baixa importância. Benefícios experimentais: também relacionados aos funcionais, mas localizados num degrau acima de importância, pois se relacionam aos estímulos, sensações de prazer. Por exemplo, produtos que se pode experimentar como bebidas, sorvetes, café, sofás, etc. Benefícios simbólicos: estão relacionadas com o conceito de cada consumidor, possuindo elevado grau de importância, como a sua posição social ou necessidade de reafirmar sua auto-estima. Os consumidores podem valorizar durabilidade e simplicidade ou, ao contrário, exclusividade e prestígio, se isto se encaixar a imagem que fazem de si mesmos. 37 Atitudes: A última, e talvez a mais importante associação, é a atitude dos consumidores em relação às marcas. As atitudes das marcas são vistas por alguns pesquisadores como um modelo, em que a soma das crenças mais notáveis que os consumidores possuem sobre um produto ou serviço é multiplicada pela força de avaliação de cada uma dessas crenças, como boa ou ruim. Uma implicação importante desse modelo é que muitas crenças avaliadas como positivas podem ser superadas por poucas crenças de avaliação negativa. Por exemplo, se os consumidores julgam um refrigerante dietético bom, porque possui sabor agradável e não contém calorias, sua avaliação é de que o produto realmente é bom e irá sempre comprá-lo. Entretanto, se também acreditarem que o adoçante pode causar câncer, eles irão julgar o produto ruim. Tão ruim que a sua avaliação será negativa, o que fará o produto ser certamente evitado, e até mal divulgado para os outros consumidores do mesmo círculo de relações. Isso ocorre tanto nos casos de atributos relacionados quanto não-relacionados aos produtos e serviços. 4.5 Outros ativos da empresa Martins também esclarece que, os ativos da marca serão muito valiosos se inibirem ou impedirem as ações dos concorrentes de abalar a base e a lealdade dos consumidores. Eles podem assumir diferentes formas. Por exemplo, uma marca registrada protegerá o brand equity contra os concorrentes que tentarem confundir os consumidores fazendo uso de um nome semelhante, símbolo ou slogan. A patente, quando se torna forte e relevante na escolha do consumidor, pode impedir a concorrência feroz e direta. Os ativos, para serem relevantes, devem estar ligados à marca. Se a distribuição é um fundamento para o brand equity, tem que ser baseada na 38 marca e não na empresa. Não se pode simplesmente ocupar o espaço na gôndola pela substituição de uma marca por outra. Se o valor de uma patente puder ser facilmente transferido para outra marca, a sua contribuição ao brand equity será baixa. Analogamente, se um conjunto de pontos comerciais puder ser explorado eficazmente com outra marca, não contribuirá para o brand equity. O ideal de toda empresa, como estudado, é o de criar uma preferência dos consumidores por sua marca, ou ainda melhor, o de criar lealdade à marca que ela possui. Para Las Casas, as instituições de ensino superior devem agregar valor as suas ofertas, utilizando as ferramentas de marketing. Para o autor isso é possível aos serviços criando diferenciais nos preços, no sistema de distribuição e nas formas de promoção usando criatividade e inovação, não esquecendo de dar a devida importância ao consumidor (aluno). Ele alerta as instituições para não caírem no pecado de trabalharem só as ferramentas de marketing e descuidarem da qualidade do serviço oferecido como: um bom corpo docente, boas instalações, tecnologia acessível, método de ensino e outros. 39 5. CONCLUSÃO As Instituições de Ensino Superior aqui estudadas experimentam uma mudança no cenário mercadológico atual, que traz a possibilidade dessas instituições ministrarem seus cursos à distância através da internet. Tal fato cria a necessidade de suas marcas serem conhecidas e reconhecidas em todo país, ou até fora dele. Como aqui pesquisado, as marcas das Instituições de Ensino Superior precisam traduzir em informações seu posicionamento para que o público-alvo facilmente a compreenda e almeje-a. Esse posicionamento, como vemos, é construído desde o momento da escolha do nome da marca, passando pelas figuras associativas e, chegando ao pleno reconhecimento quando todo o seu mercado a distingue das demais. No cenário econômico atual, já existem Instituições de Ensino Superior que abriram seus capitais sociais em Bolsa de Valores, buscando recursos para viabilizar seus crescimentos. E para que isso ocorra, de forma satisfatória, é preciso que a suas marcas tenham reconhecimento do mercado e valor agregado, ou seja, que a marca dê valoração aos ativos e aos serviços que ela possui. Isso caracteriza uma nova era econômica para as Instituições de Ensino Superior, que passam a ter como exigência de subsistência o gerenciamento da marca. Essa pesquisa nos leva a concluir que o adequado uso das teorias de construção da marca de uma Instituição de Ensino Superior proporciona a lealdade do consumidor (alunos), a permanência mercadológica e também a possibilidade de aumento do valor de revenda dos serviços e produtos. Além de potencializar o crescimento e a incursão em novos mercados, como exemplo citado, o de ensino a distância. 40 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1 - AAKER, David A. Marcas: Brand Equity Gerenciando o Valor da Marca. São Paulo: Negócio Editora, 1998. 2 - KOTLER, Philip. Como construir marcas fortes – HSM Management, 2000. 3 - KOTLER, Philip e ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 7ª ed. Rio de Janeiro: Editora Afiliada, 1999. 4 - Las Casas, Alexandre Luzzi. Marketing educacional: da educação infantil ao ensino superior no contexto brasileiro. São Paulo: Saint Paul Editora, 2008. 5 - MARTINS, José Roberto. Branding: um manual para você criar, avaliar e gerenciar marcas. São Paulo: Negócio Editora, 2000. 6 - NUNES, L. M. (1996). “Branding” Como construir, manter e fortalecer marcas de sucesso, trabalhando em mercados altamente competitivos. Tese de mestrado, Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, São Paulo. 7 - ROCHA, Ângela e CARL, Christensen. Marketing no Brasil, Teoria e Prática 1ª ed., São Paulo: Editora Atlas, 1994. 41 8 - TALARICO, R. F. (1998). Um modelo conceitual para a construção e o reposicionamento de marcas. Tese de mestrado, Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, São Paulo. 9 - RIES, Al & TROUT, Jack. As 22 consagradas leis do marketing. Tradução de Bárbara Theoto Lambert. São Paulo: Makron Books, 1993. 10 – www.castelobranco.br, acesso em 26/07/2010. 11 - www.ESPM.br/ESPM RioJaneiro, acesso em 25/07/2010. 12 – www.estacio.br, acesso em 20/07/2010. 13 - www.faculdadesignorelli.com.br, acesso em 25/07/2010. 14 – www.fgv.br, acesso em 20/07/2010. 15 – www.mackenzie.com.br, acesso em 27/07/2010. 16 – www.puc-rio.br, acesso em 22/07/2010. 17 – www.ugf.br, acesso em 25/07/2010. 18 – www.unicarioca.edu.br, acesso em 26/07/2010. 19 – www.unigranrio.br, acesso em 27/07/2010. 20 – www.UniverCidade.edu, acesso em 25/07/2010. 21 – www.universo.edu.br, acesso em 23/07/2010. 22 – www.unisuam.edu.br, acesso em 26/07/2010. 23 – www.uva.br, acesso em 20/07/2010. 42 ÍNDICE FOLHA ROSTO pág.1 INTRODUÇÃO pág.7 1. REFERENCIAIS TEÓRICOS pág.8 1.1 Definição e conceito de marketing educacional pág.8 1.2 Origem e desenvolvimento das marcas pág.10 1.3 Definição conceitual sobre marcas pág.11 2. IDENTIDADE VISUAL DA MARCA pág.13 2.1 Nome da marca pág.15 2.2 Símbolos pág.17 2.3 Slogans pág.18 2.4 Personagens e personalidades pág.19 3. POSICIONAMENTO 3.1 Posicionamento de serviços educacionais 4. BRAND EQUITY, O VALOR DA MARCA pág.21 pág.25 pág.27 4.1 Lealdade à marca pág.31 4.2 Reconhecimento do nome da marca pág.32 4.3 Qualidade percebida pág.33 4.4 Associação à marca em acréscimo a qualidade percebida pág.34 4.5 Outros ativos da empresa 5. CONCLUSÃO pág.37 pág.39 43 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Tabela de Definição de Brand Equity pág.28 Figura 2 - Tabela de Investimentos Publicitários de Instituições de Ensino Superior em diferentes mídias pág.35