Saúde e Doença
)
Saúde x doença

Na antiguidade, quando das religiões, acreditava-se
que a saúde era dádiva e a doença castigo dos
deuses, com o decorrer dos séculos e com o advento
das religiões a dádiva da saúde e o castigo da doença
passou a ser da responsabilidade de um único Deus.
No entanto, 400 anos AC, Hipócrates desenvolve o
tratado “Os Ares e os Lugares” onde relaciona os locais
da moradia, a água para beber, os ventos, com a
saúde e a doença. Séculos mais tarde, as populações
passam a viver em comunidade a crença de que a
doença é transmitida pela inspiração de “gases” de
animais e dejetos em decomposição (BUCK et al.,
1988
Doença

A doença não pode ser compreendida
apenas por meio das medições
fisiopatológicas, pois quem estabelece
o estado da doença é o sofrimento, a
dor, o prazer, enfim os valores e
sentimentos expressos pelo corpo
subjetivo que adoece (CANGUILHEM;
CAPONI apud BRÊTAS e GAMBA,
2006).
Saúde

A saúde é silenciosa, geralmente não a percebemos
em sua plenitude; na maior parte das vezes apenas a
identificamos quando adoecemos. É uma experiência
de vida, vivenciada no âmago do corpo individual.
Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para
assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um
limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma
relação de reciprocidade entre ambas; entre a
normalidade e a patologia, na qual os mesmos fatores
que permitem ao homem viver (alimento, água, ar,
clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações
familiares e sociais) podem causar doenças.
Saude

A saúde torna-se a capacidade que o ser
humano tem de gastar, consumir a própria
vida. Entretanto, é importante destacar que a
vida não admite a reversibilidade, ela aceita
apenas reparações. Cada vez que o
indivíduo fica doente, está reduzindo o poder
que tem de enfrentar outros agravos; ele
gasta seu seguro biológico, sem o qual não
estaria vivo (BRÊTAS e GAMBA, 2006)
SER HUMANO
BIOPSICOSOCIAL
Conceito de Saúde –
a partir do SUS

Mais abrangente
Saúde é a resultante das condições de
alimentação, educação, renda, meio
ambiente, trabalho, transporte, emprego,
lazer, liberdade, acesso e posse da terra,
acesso a serviços de saúde.... resultado de
formas de organização social de produção,
as quais podem gerar profundas
desigualdades no níveis de saúde.
8a. Conferência Nacional de Saúde
Conceitos de Doença / Qualidade de vida

A doença é um sinal da alteração do
equilíbrio homem-ambiente, estatisticamente
relevante e precocemente calculável,
produzida pelas transformações produtivas,
territoriais, demográficas e culturais.

A qualidade de vida resulta da adequação
das condições sócio-ambientais às exigências
humanas.
História natural da doença
História natural da doença
“as inter-relações do agente, do
suscetível e do meio ambiente que
afetam o processo global e seu
desenvolvimento, desde as primeiras
forças que criam o estímulo processo
patológico no meio ambiente, ou em
qualquer outro lugar; passando pela
resposta do homem ao estímulo, até as
alterações que levam a um defeito,
invalidez, recuperação ou morte”
(Leavell & Clark, 1976)
História natural da doença - Períodos

Período Pré-patogênico
(epidemiológico)
– Interação susceptível – ambiente

Período Patogênico
– Pré-condições internas
ESCALA DO ESTADO DE SAÚDE
100
100
Saúde
ótima
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Saúde subótima
Doença
ou
incapacidade
declarada
50
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Próximo
da morte
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0
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Morte
0
HISTÓRIA NATURAL DE UMA DOENÇA NO HOMEM
Saúde
ótima
Saúde
sub-ótima
Doença
ou
incapacidade
declarada
Próximo
da morte
Interação
Horizonte clínico
Morte
Ambiente
Produção
de estímulos
Período pré-patogênese
Etapa
Sub-clínica
Período de patogênese
ETIOLOGIA
MODELOS PARA REPRESENTAR FATORES
ETIOLÓGICOS EM EPIDEMIOLOGIA

Modelo Biomédico
– Cadeia de eventos
– Rede de causas
– Múltiplas causas – múltiplos efeitos

Modelos ecológicos
– Tríade ecológica: agente, hospedeiro e meio ambiente
– Dupla ecológica: hospedeiro e meio ambiente


Abordagem sistêmica da saúde
Etiologia social da doença
– Vertente centrada no componente sócio-político (estrutura
social)
– Vertente centrada na influência dos fatores
comportamentais (indivíduo)
FATORES DETERMINANTES DA DOENÇA

Endógenos: Fatores determinantes que, no
quadro geral da ecologia da doença, são
inerentes ao organismo e estabelecem a
receptividade do indivíduo.
• Herança genética.
• Anatomia e fisiologia do organismo humano.
• Estilo de vida.

Exógenos: Fatores determinantes que dizem
respeito ao ambiente.
• Ambiente biológico: determinantes biológicos.
• Ambiente físico: determinantes físico-químicos.
• Ambiente social: determinantes sócio-culturais.
DUPLA ECOLÓGICA: HOSPEDEIRO E MEIO
AMBIENTE
Ambiente
Físico
Herança
Genética
Anatomia
Fisiologia
HOMEM
Ambiente
Biológico
Estilo de
Vida
Interação complexa com o ambiente
Ambiente
Social
FATORES DETERMINANTES
ENDÓGENOS
Genéticos:
• Âmbito da Genética Médica
FATORES DETERMINANTES
BIOLÓGICOS

Exógenos
– Infecções
• Varias espécies 
Âmbito da
Microbiologia
e
Entomologia
médicas
O resultado do relacionamento da
população humana com uma ou
mais espécie com conseqüente
advento de diversos agravos à
saúde.
FATORES DETERMINANTES FÍSICOS
E QUÍMICOS

Naturais:
– Previsíveis: Aqueles
cuja ação, em boa parte,
pode ser de antemão
prevista, permitindo
estimar as possíveis
conseqüências e, desta
forma, adotar medidas
que possibilitem reduzir
seus efeitos (a depender
dos conhecimentos
atingidos sobre o
assunto).
• Atmosfera: Clima.
• Hidrosfera e
litosfera: Carência de
elementos essenciais ou
presença de agentes
indesejados.
FATORES DETERMINANTES FÍSICOS
E QUÍMICOS

Naturais:
– Imprevisíveis:
• Acidentes naturais.
• Desastres ou
calamidades naturais.
Mortalidade
Morbidade (epidemias
ou doenças
infecciosas)
Desabilidades
psicológicas
FATORES DETERMINANTES FÍSICOS
E QUÍMICOS

Artificiais:
– Acidentais: Acidentes
ou desastres antrópicos.
• Ambiente natural:
“Efeito estufa”, “buraco
na camada de ozônio”.
• Ambiente antrópico:
Impacto de tecnologias
sofisticadas que, fora de
controle, atingem o
próprio ambiente
antrópico (energia
nuclear, acidentes com
produtos químicos
perigosos).
FATORES DETERMINANTES FÍSICOS
E QUÍMICOS

Artificiais:
– Produzidos: De uso
programado e continuado
(riscos antrópicos) 
Poluição.
• Poluição conseqüente
(desenvolvimento
industrial): Gases e
partículas na atmosfera,
substâncias químicas no
meio hídrico e resíduos
sólidos no meio terrestre.
• Poluição pressentida
(consecução de certa
finalidade): Defensivos
agrícolas, medicamentos,
agentes tóxicos e nocivos
usados em conflitos
armados.
FATORES DETERMINANTES SOCIAIS


A aquisição de conhecimentos sobre os determinantes sociais
parte do estudo da desigualdade social, tida como geradora
de agravos à saúde, traduzidos em morbidade e mortalidade.
Categorias gerais desses determinantes:
– Comportamentais
• Psicossociais  Relacionados à personalidade do indivíduo.
• Hábitos e estilos de vida: sexualidade, étnicos (relacionados à
cultura), adquiridos.
– Organizacionais
• Estruturais
– Ocupação
– Família
– Nível socioeconômico
• Evolutivos  Relacionados ao Desenvolvimento
– Intrasociais: convivência (mobilidade social); produção e
desenvolvimento (apropriação dos recursos sociais); e competição.
– Intersociais: agressões ao meio ambiente, migrações populacionais,
intercâmbio social e conflitos.
MEDIDAS
PREVENTIVAS
NÍVEIS DE PREVENÇÃO
Autores
Leavel y
clark
Primário
Promoção da
Saúde
Diagnóstico
precoce
Proteção
específica
Tratamento
adequado
Limitação da
incapacidade
Universidade Promoção de
de Columbia Saúde
Itoh y Lee
Secundário
Terceário
Reabilitação
Diagnóstico
precoce
Limitação da
incapacidade
Proteção
específica
Tratamento
adequado
Reabilitação
Promoção da
saúde
Diagnóstico
precoce
Limitação da
incapacidade
Proteção
específica
Tratamiento
adequado
Reabilitação
Cuidados de
custodia
ATENCÃO INTEGRAL DE SAÚDE
Prevenção Primária

Promoção de Saúde
– Moradia adequada
– Alimentação adequada
– Áreas de lazer
– Escolas
– Educação em todos os níveis
Prevenção Primária

Proteção Específica
– Imunização
– Saúde ocupacional
– Higiene pessoal e do lar
– Proteção contra acidentes
– Aconselhamento genético
– Controle dos vetores
Prevenção Secundária

Diagnóstico Precoce
– Inquéritos para descoberta de casos na
comunidade
– Exames periódicos, individuais, para
detecção precoce de casos
– Isolamento para evitar a propagação de
doenças
– Tratamento para evitar a progressão da
doença
Prevenção Secundária

Limitação da Incapacidade
– Evitar futuras complicações
– Evitar seqüelas
Prevenção Terciária
Reabilitação (impedir a incapacidade
total)
 Fisioterapia
 Terapia ocupacional
 Emprego para o reabilitado

OBRIGADO!!!
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Sistema Único de Saúde - Universidade Castelo Branco