A Influência dos Estilos de Liderança no uso de Redes Sociais Digitais Felipe Amaral Borges Marcon Perez – CPGA/UFSC Terezinha Angeloni – SG Educação Empresarial Flavia Panazzolo Maciel – CPGA/UFSC Rafael Ávila Faraco - UNISUL Florianópolis – SC – [email protected] 1 Organizações, Redes e Incubadoras de Empresas REDE – de armadilha a conexão digital Pesquisa social sobre redes sociais se iniciam ao fim da II Guerra Mundial e ganham fôlego após o fim da guerra fria (MARTELETO, 2001); Castells (2003) define como um conjunto abrangente de conexões entre elementos que têm relação de fato; Granovetter – Sociologia Econômica DiMaggio e Powell – relacionando com práticas organizacionais Mizruchi – Sociologia Estrutural (remonta a Durkheim, Marx e Simmel) 2 Organizações, Redes e Incubadoras de Empresas Destaca-se a relevância dos relacionamentos entre as organizações – capital de relacionamento (EDVINSSON, 2003) Incubadoras empresariais Têm o potencial de fomentar este relacionamento Abrigam PMEs – que formam redes de cooperação na busca de objetivos comuns (BALLESTRIN; VARGAS, 2004) Devem favorecer a aproximação entre empresas e universidades (LIMA; TEIXEIRA, 2001) Empresas graduadas (após a incubação) devem manter o vínculo com as redes formadas na incubadora – mas estes laços são frequentemente rompidos (SERRA et al, 2008) 3 Uso das Redes Sociais Digitais em Organizações Intraorganizacional Comunicação Interna Formação de uma cultura compartilhada Conectar profissionais de alto desempenho e com boas práticas Formar comunidades virtuais Interorganizacional / Extraorganizacional Conectar profissionais, especialistas, pesquisadores em busca de soluções e inovação Promover a colaboração com universidades, institutos de pesquisa, clientes e fornecedores com vistas à inovação aberta – Open Innovation Marketing e relacionamento com o cliente – parte do controle está na mão dos clientes Recrutamento e seleção – localização de especialistas, indicação e referências (CROSS; THOMAS, 2009; MARTÍNEZ-TORRES et al., 2010; ARCHIBALD; MCDERMONT, 2010; HASGALL; SHOHAM, 2007; PEREIRA, 2009; TERRA, 2009; BUGHIN et al, 2008; ALMIRAL; 4 CASADESUS-MASANELL, 2010; BAIRD; GONZALEZ-WERTZ,2011; CARMICHAEL, 2011) O papel das lideranças nas organizações Todas as ações adotadas, todas as decisões a que um gestor está sujeito, são influenciadas por seu estilo de liderança Blake e Mouton (1975) – Grid de Liderança Estilos: Autoridade-obediência; empobrecido; meio de estrada; country club Likert (1979) Estilos: autoritário-rígido; autoritário-benevolente; participativoconsultivo; participativo-grupal Atkins e Katcher (1973) – LIFO: Life Orientation Estilos: dá e apóia; toma e controla; mantém e conserva; adapta e negocia. Hesey e Blanchard (1986) – Liderança Situacional Posturas: Determinar; Persuadir; compartilhar; delegar 5 Método Analisar a relação entre os estilos de liderança e o uso das redes sociais digitais nas organizações. Abordagem quantitativa Levantamento nas empresas incubadas física ou virtualmente no MIDI – Tecnológico, incubadora mantida pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia – ACATE Coleta de dados por meio de questionários eletrônicos com 15 questões fechadas e 6 abertas (não obrigatórias) População: 20 empresas incubadas (2010); obtendo-se 17 questionários respondidos. Dados quantitativos analisados por meio de estatística descritiva – teste Qui-quadrado (χ²) e qualitativos por análise de conteúdo 6 Análise dos resultados Incentivam relacionamentos informais e reconhecem o seu valor (65% - 77%) Sabem que os colaboradores usam RSD (82%); não incentivam o uso profissional (35%);não orientam (70%); líderes usam para fins pessoais (60%) O acesso só é restrito ou bloqueado em 6% das empresas; Líderes caracterizam as empresas como democráticas e participativas; Mas apresentam estilos rígidos, autoritários e coercitivos: “autoritário-rígido” / “autoritário benevolente”; “toma e controla” / “mantém e conserva”; “determinar”, e “persuadir” 7 Análise dos resultados - Ferramentas LinkedIn – site de redes sociais mais utilizado (sendo usado somente pelos gestores); Wikis (de uso interno): ferramenta mais comum (60%); Fóruns (externos) (53%); blogs (47%). A maior parte das empresas submente as publicações à aprovação prévia; Os líderes acreditam que as Redes Sociais Digitais: aumentam o compartilhamento de conhecimento (82%); diminui a concentração dos colaboradores (47%); prejudica a produtividade (24%); pode colocar em risco informações estratégicas (35%); 8 Conclusões - O que tudo isso significa? A comunicação e o relacionamento por meio da Internet são capazes de subverter as normas e regulamentos, bem como os modelos instituídos de concentração de poder. (CASTELLS, 2001) Líderes autoritários, mas efetiva utilização: evidencia o potencial de ação das Redes Sociais Digitais; O uso se dá mediante regras, restrições e medidas procedurais, condizentes com estilo autoritário; Muito embora o relacionamento por meio de RSD supere as restrições impostas, é duramente marcado pelas características de controle e dominação dos líderes; O uso de RSD no contexto corporativo é inexorável, todavia, organizações onde prevaleçam posturas autocráticas e hierárquico-funcionais dificilmente poderão aproveitar todos os benefícios destas ferramentas, podendo comprometer o seu 9 futuro (TERRA, 2009). REFERÊNCIAS ALMIRALL, E.; CASADESUS-MASANELL, R. Open Versus Closed Innovation: A Model of Discovery and Divergence. The Academy Of Management Review (AMR), v. 35, n. 1, p.27-47, jan. 2010. ARCHIBALD, D; MCDERMOTT, R; ARCHIBALD, D. Harnessing your staff’s informal networks. Harvard Business Review, v. 88, n. 3, p.82-89, mar. 2010. BALESTRIN, A.; VARGAS, L. M. A dimensão estratégica das redes horizontais de PMEs: Teorização e evidências. Revista de Administração Contemporânea: Edição Especial, São Paulo, p.203-227, 2004. BLAKE, R. R.; MOUTON, J. S. O Grid Gerencial. São Paulo: Pioneira, 1975. ______. O Novo Grid Gerencial. São Paulo: Pioneira, 1986. BUGHIN, J. et al. The next step in open innovation. Mckinsey Quarterly, New York, v. 4, p.112-122, 2008. CROSS, R. THOMAS, R. Redes Sociais. São Paulo: Gente, 2009. EDVINSSON, L. Longitude Corporativa: Navegando pela Economia do Conhecimento. São Paulo: M. Books do Brasil, 2003. GRANOVETTER, M. Ação econômica e estrutura social: O problema da imersão. In: MARTES, Ana Cristina Braga. Redes e Sociologia Econômica. São Carlos: Edufscar, 2009. Cap. 1, p. 31-68. ______. The Strenght of Weak Ties. The American Journal of Sociology. Vol. 78, n. 6, p. 1360-1380, maio de 1973. 10 REFERÊNCIAS HEDIN, H. Market Intelligence Is Now More Socially Engaged. Information Today, [s.l.], p.20, abr. 2010. HEDIN, Hans. Market Intelligence Is Now More Socially Engaged. Information Today, [s.l.], p.20, abr. 2010. HERSEY, P.; BLANCHARD, K. H.. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional. São Paulo: EPU, 1986. 254 p. HERSEY, P.; BLANCHARD, K. H.. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional. São Paulo: EPU, 1986. 254 p. MARTÍNEZ-TORRES, M. R. et al. The role of Internet in the development of future software projects. Internet Research, [s.l.], v. 20, n. 1, p.72-86, 01 jan. 2010. Disponível em: <www.emeraldinsight.com/1066-2243.htm>. Acesso em: 17 mar. 2011. MIZRUCHI, M. S. Análise de redes sociais: Avançoes recentes e controvérsias atuais. In: MARTES, Ana Cristina Braga. Redes e Sociologia Econômica. São Carlos: Edufscar, 2009. Cap. 4, p. 131-159. POWELL, W. W.; SMITH-DOERR, L.. Networks and Economic Life. In: SMELSER, N. J.; SWEDBERG, R. (Comp.). The Handbook of Economic Sociology. 2. ed. 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