Muitos estudos já comprovaram que o estresse é
um importante fator de risco para desenvolver a
obesidade em adultos. Mas, será que o estresse
infantil também impacta no aumento do peso?
Um estudo da American Psychological
Association (APA), dos Estados Unidos, mostrou
que crianças e adultos obesos têm maior
tendência ao estresse do que aqueles com peso
normal. A pesquisa indicou ainda que as crianças
obesas tinham mais problemas que as dentro
do peso, como dificuldades do sono, dor de
cabeça, dor de estômago, agressividade e baixo
desempenho escolar.
Cuidado com a superproteção
Quem é mãe tem uma tendência natural a querer
proteger os filhos, seja simplesmente do frio
ou de brincadeiras potencialmente perigosas.
Porém, pesquisas mostram que crianças obesas
costumam ter mães superprotetoras ou fracas e
pais tímidos. Mas, de acordo com Dra. Giovana,
a relação entre superproteção e obesidade, é
indireta.
“Mães superprotetoras podem restringir mais
seus filhos, inclusive com relação a atividades
físicas. Assim, as crianças podem aprender a
temer atividades mais movimentadas e, com o
tempo, tornam-se de fato menos hábeis do que
a média (por falta de treino) e, portanto, menos
motivadas, numa espécie de círculo vicioso.
Além disso, gastam mais tempo em casa, o
que aumenta a chance de permanecerem
em atividades sedentárias, como ver televisão
(e todos os comerciais sobre salgadinhos e
guloseimas). O acesso à cozinha se torna
muito mais fácil e provável para essas crianças.
Soma-se a isso, o fato da dificuldade das mães
superprotetoras em dizerem “não” aos filhos
quando eles pedem alimentos pouco saudáveis
ou fora do horário das refeições, temendo frustrálos”, explica a psicóloga.
Alguns estudos têm associado o comer em
excesso à dificuldade em lidar com emoções
desencadeadas por situações de estresse. “É
importante esclarecer que a obesidade não é
um diagnóstico psiquiátrico; ela é resultado de
fatores genéticos, fisiológicos, comportamentais
e ambientais. Existe, no entanto, uma associação
entre obesidade e vários transtornos mentais,
como o transtorno de compulsão alimentar e o
transtorno depressivo, além de baixa autoestima,
mal estar emocional, déficits em habilidades
sociais e outras dificuldades sociais”, explica Dra.
Giovana.
Segundo a psicóloga, as crianças obesas podem
ser fisiologicamente mais “sensíveis” ou “atraídas”
por comida (especialmente aquelas ricas em
açúcares e gorduras) e podem ter menos
autocontrole para frear o impulso de comer.
Podem também ter menos consciência do próprio
comportamento enquanto comem, o que dificulta
a autorregulação.
Agosto 2015
03
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