Obesidade:
A prevalência da obesidade está a aumentar em alguns países desenvolvidos, tendo-se
registrado um aumento muito considerável na última década. Por exemplo, nos Estados
Unidos, de acordo com estudos estatísticos de saúde, a percentagem de pessoas obesas
atinge 33 % para os homens e 35 % para as mulheres.
A variação torna-se mais evidente com a idade e a origem étnica, sendo duas vezes mais
frequente entre as pessoas de idade avançada do que entre os jovens e mais acentuada
entre as mulheres de meia-idade de etnia negra do que entre as brancas da mesma idade.
Por exemplo, os valores oscilam em torno de 60 % nas primeiras e 33 % nas últimas.
Contudo, não existe muita diferença entre os homens, qualquer que seja a sua origem
étnica.
Causas
A obesidade é o resultado da ingestão de uma quantidade de calorias maior do que a
utilizada pelo corpo. Os fatores genéticos e ambientais influem no peso do corpo, mas a
sua interação para determinar o peso de uma pessoa ainda não está esclarecida. Uma das
explicações propostas é que o peso do corpo se regula em torno de um ponto fixo,
semelhante à afinação de um termostato. Um ponto fixo mais elevado do que o normal
pode explicar a razão por que algumas pessoas são obesas e por que perder peso e manter
a perda é difícil.
Fatores genéticos: investigações recentes sugerem que, em média, a influência genética
contribui em 33 %, aproximadamente, para o peso do corpo, mas que esta influência pode
ser maior ou menor numa pessoa em particular.
Fatores sócio-econômicos: estes fatores influem fortemente na obesidade, sobretudo
entre as mulheres. Em alguns países desenvolvidos, a frequência da obesidade é mais do
dobro entre as mulheres de nível sócio-econômico baixo do que entre as de nível mais
alto. O motivo pelo qual os fatores sócio-econômicos têm uma influência tão poderosa
sobre o peso das mulheres não se compreende completamente, mas sabe-se que as
medidas contra a obesidade aumentam com o nível social. As mulheres que pertencem a
grupos de um nível sócio-econômico mais alto têm mais tempo e recursos para fazer
dietas e exercícios que lhes permitem adaptar-se a estas exigências sociais.
Fatores psicológicos: as perturbações emocionais, que durante certo tempo foram
consideradas como uma importante causa da obesidade, consideram-se atualmente como
uma reação aos fortes preconceitos e à discriminação contra as pessoas obesas. Um dos
tipos de perturbação emocional, a imagem negativa do corpo, é um problema grave para
muitas mulheres jovens obesas. Isso conduz a uma insegurança extrema e a mal-estar em
certas situações sociais.
Dois modelos anormais de alimentação que contribuem para a obesidade em algumas
pessoas, a doença da alimentação excessiva e a síndrome da alimentação noturna, podem
ser desencadeados pelo stress e por certas perturbações emocionais. A doença da
alimentação excessiva é semelhante à bulimia nervosa, excetuando que os excessos não
são seguidos de vômitos auto-induzidos. Por conseguinte, consomem-se mais calorias.
Na síndrome da alimentação noturna, a falta de apetite durante a manhã é seguida por
sobrealimentação, agitação e insônia durante a noite.
Fatores relativos ao desenvolvimento: um aumento do tamanho ou do número de
células adiposas, ou ambos, soma-se à quantidade de gorduras armazenadas no corpo. As
pessoas obesas, em particular as que desenvolveram a obesidade durante a infância,
podem ter uma quantidade de células gordas até cinco vezes maior do que a das pessoas
de peso normal. Como não se pode reduzir o número de células, pode-se perder peso
apenas diminuindo a quantidade de gordura de cada célula.
Atividade física: a atividade física reduzida é provavelmente uma das principais razões
para o aumento da obesidade entre as pessoas das sociedades opulentas. Em algumas, os
Estados Unidos, por exemplo, a obesidade é hoje duas vezes mais frequente do que no
ano de 1900, mesmo quando o valor médio de calorias consumidas diariamente diminuiu
cerca de 10 %. As pessoas sedentárias precisam de menos calorias. O aumento da
actividade física faz com que as pessoas de peso normal comam mais, mas pode não
acontecer o mesmo com as pessoas obesas.
Hormonais: raramente as perturbações hormonais causam obesidade.
Lesão do cérebro: só em muito poucos casos uma lesão do cérebro, especialmente do
hipotálamo, pode ter como resultado a obesidade.
Medicamentos: alguns medicamentos utilizados frequentemente causam aumento de
peso, como a prednisona (um corticosteróide) e muitos antidepressivos, assim como
também muitos outros medicamentos que são utilizados para curar perturbações
psiquiátricas.
Sintomas
A acumulação do excesso de gordura sob o diafragma e na parede torácica pode exercer
pressão nos pulmões, provocando dificuldade em respirar e dispnéia, mesmo com um
esforço mínimo. A dificuldade na respiração pode interferir gravemente no sono,
provocando a paragem momentânea da respiração (apnéia do sono), o que causa
sonolência durante o dia e outras complicações.
A obesidade pode causar vários problemas ortopédicos, incluindo dor na zona inferior
das costas e agravamento da artrose, especialmente nas ancas, joelhos e tornozelos.
As perturbações cutâneas são particularmente frequentes. Dado que os obesos têm uma
superfície corporal escassa relativamente ao peso, não podem eliminar o calor do corpo
de forma eficiente, de modo que suam mais do que as pessoas magras. Também é
frequente a tumefação dos pés e tornozelos, causada pela acumulação a este nível de
pequenas a moderadas quantidades de líquido (edemas).
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Obesidade: A prevalência da obesidade está a aumentar em alguns