XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA MELHORIA DO PROCESSO PRODUTIVO: UM ESTUDO NO PROCESSO DE PANIFICAÇÃO EM UMA REDE DE SUPERMERCADOS DA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ Josinaldo de Oliveira Dias (UCAM) [email protected] Ana Paula Licasalio Arlindo (UCAM) [email protected] Higina Gomes Rangel dos Santos (UCAM) [email protected] Ana Carla de Souza Gomes dos Santos (UCAM) [email protected] Na organização econômica mundial faz-se necessário cada vez mais a busca pela qualidade dos produtos e serviços oferecidos visando à satisfação plena dos consumidores. Para a obtenção da qualidade total é necessário o uso de metodologias, dentre as quais se destacam as ferramentas da qualidade. O presente artigo buscou por meio do uso de tais ferramentas, identificar e solucionar os problemas encontrados na produção e venda dos produtos do departamento de padaria e confeitaria, em específico a produção e venda de pães e bolos de um supermercado localizado no interior do Rio de Janeiro. O levantamento de dados ocorreu no mês de março de 2015, com o desenvolvimento de entrevistas semi-estruturadas e visitas in loco, o que permitiu caracterizar a pesquisa de forma descritiva e qualitativa. Com a metodologia aplicada através do uso das ferramentas da qualidade: Brainwrite, diagrama de Ishikawa e fluxograma, identificaram-se os principais gargalos do processo, permitindo o estabelecimento de um plano de ação, baseado na ferramenta 5W2H. O plano de ação elaborado visa o maior investimento em incentivo salarial e manutenção preventiva dos equipamentos a fim de manter os equipamentos em perfeitas condições, evitando interrupções no processo e motivando os colaboradores, propiciando ganhos com a redução de custo, um aumento na produtividade e lucros da empresa. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Palavras-chave: Ferramentas da qualidade, produtividade, satisfação dos clientes. 2 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 1. Introdução A preocupação com qualidade surgiu de forma progressiva durante a Revolução Industrial, onde a customização foi substituída pela padronização e produção em larga escala. A partir de então, fez-se necessário a presença de um inspetor da qualidade para verificação dos produtos, surgindo temas como: especificação, tolerância e conformidade. Surge ainda para a garantia da qualidade, o uso de ferramentas quantitativas, como histograma, gráfico de Pareto, gráfico de controle, diagrama de dispersão e a matriz de importância e desempenho. Nas organizações modernas, o enfoque na adoção da qualidade total ocorre visando o planejamento estratégico que permite englobar toda a organização nos parâmetros estabelecidos pelo sistema de qualidade. A qualidade implica na busca contínua da satisfação dos clientes, conseguindo atender as suas expectativas, sejam eles internos ou externos à organização. Para que isso aconteça é necessário antecipar-se aos desejos e necessidades desses clientes, para que desta forma consiga reter esses clientes (PEINADO; GRAEML, 2007). Uma empresa que almeja ter uma boa qualidade deve evitar o desperdício seja ele de tempo ou de matéria-prima, por que esse é um dos principais fatores que afetam no desempenho de uma empresa (SLACK et al., 2006). A busca pela qualidade atualmente, tornou-se algo indispensável e as empresas devem estar constantemente inovando para manter-se no mercado com estabilidade e competitiva. A sobrevivência no mercado representa o principal motivo pela busca da qualidade nas empresas. Portanto, o presente artigo consiste em aplicar as ferramentas da qualidade em um supermercado varejista, com a finalidade de proporcionar possíveis melhorias tanto para os colaboradores quanto para os clientes. O artigo apresenta na seção 2 o referencial teórico sobre gestão da qualidade e ferramentas da qualidade. A seção 3 discorre sobre a metodologia utilizada para realizar esta pesquisa. A seção 4 apresenta o estudo de caso e, por fim, a seção 5 apresenta as considerações finais. 2. Referencial teórico 3 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 2.1. Gestão da qualidade O mercado atual está cada vez mais exigente, buscando inovações, produtos diferenciados e de alta qualidade, isso ocorre devido ao aumento da exigência dos consumidores e da grande concorrência entre as empresas. Disponibilizar produtos e serviços de qualidade tornou-se uma questão de sobrevivência para as organizações segundo (CHIAVENATO; IDALBERTO, 2004). “Estamos vivendo uma era de mudanças, incertezas e perplexidade. A Era da Informação está trazendo novos desafios para as organizações e, sobretudo, para sua administração [...] A constante necessidade de inovação e renovação, a busca de flexibilidade e agilidade para proporcionar mudança e transformação, a adoção de novas ideias.” É nesse contexto de busca por mais destaque no mercado mundial que faz-se necessário a utilização de metodologias como a qualidade e as suas ferramentas. Segundo Peinado e Graeml (2007), os diversos problemas que ocorrem no dia a dia de uma empresa podem ser resolvidos de forma simples com a utilização de algumas ferramentas da qualidade, sem gerar grandes custos para a empresa. Desta forma uma gestão que busca inserir metodologias e ferramentas da qualidade se mostra mais eficaz na conquista de maiores parcelas de mercado. Apesar da evolução dos sistemas de qualidade empresarial, ainda não há uma definição consensual de o que qualidade significa. Paladini (2007) apud Gonçalves et al. (2012) apontam que a avaliação e adoção da qualidade sempre ocupou um lugar de destaque no meio corporativo, tanto na tentativa de criar métodos adequados para uma boa gestão, como pelo empenho de desenvolver estratégias que viabilizem todo o processo. A qualidade é vista como um desenvolvimento de empenho dentro da organização a fim de atingir metas de melhorias propostas, pois seus efeitos afetam aos consumidores internos e externos contribuindo para a definição da receita da empresa (SLACK et al. ,2006). De acordo com Peinado e Graeml (2007), a qualidade pode ser abordada sobre vários aspectos: Abordagem Transcendental – A qualidade é uma excelência inata. 4 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Abordagem focada no produto – Conjunto de características que são necessárias na satisfação do consumidor. Abordagem focada no usuário - A qualidade é subjetiva, onde os produtos de melhor qualidade atende melhor aos desejos do consumidor. Abordagem focada na produção - A qualidade é precisa, oriunda do grau de conformidade do planejamento com o executado. Abordagem focada no valor - A qualidade possui um grau de excelência a um preço aceitável. 2.2 Ferramentas da qualidade As ferramentas representam um caminho lógico e gradativo para identificar e solucionar problemas, visando à análise e melhoria do processo. Segundo Peinado e Graeml (2007), as principais ferramentas da qualidade são: fluxograma, folha de verificação, gráfico de controle, diagrama de pareto, diagrama de ishikawa, diagrama de correlação, histograma, brainstorm, gráficos demonstrativos, estratificação, PDCA e 5W2H. Das ferramentas citadas acima somente serão abordadas na revisão da literatura aquelas que foram utilizadas para a execução do estudo de caso deste artigo. 2.2.1 Fluxograma O fluxograma é um diagrama utilizado para representar, por meio de símbolos gráficos, a sequência de todos os passos seguidos em um processo. Isto torna mais fácil visualizar e entender seu funcionamento. A análise de um fluxograma permite uma visão global do procedimento, facilitando a visualização do processo. Com muita frequência, quando um fluxograma de processo é desenhado, identificam-se os gargalos e falhas do processo, que não eram percebidos nas atividades rotineiras. Tais gargalos e falhas podem ser trabalhados, permitindo ao processo sofrer melhorias, buscando alcançar a Qualidade Total (PEINADO; GRAEML, 2007). 5 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 2.2.2. Diagrama de Ishikawa Representação gráfica que auxilia a identificação, exploração e apresentação das possíveis causas de uma situação ou problema específico, que por razões técnicas podem influenciar no resultado do processo. O diagrama de causa e efeito trabalha com a correlação entre as causas e o problema estudado. As possíveis causas representam hipóteses que precisam ser analisadas em suas particularidades, a fim de identificar a influencia destas causas no processo. O levantamento das possíveis causas geralmente é feito em uma sessão de brainstorming (WERKEMA, 2006). 2.2.3. Brainstorm/Brainwrite Também conhecido como “tempestade de ideias”, o brainstorming pode ser utilizado como suporte a muitas ferramentas da qualidade. O objetivo é criar ideias por um grupo de indivíduos reunidos de maneira rápida e dinâmica para debater os principais problemas da organização e suas respectivas causas (TOLEDO et al., 2013 apud CARDOSO, 2014). O Brainwrite é também conhecido como uma tempestade de ideias, porém de forma escrita. 2.2.4. Diagrama de correlação O objetivo é permitir que o grupo identifique, analise e classifique sistematicamente as relações de causa e efeito que existem entre todas as questões críticas, de forma que as forças motoras ou resultados possam se converter em uma solução eficaz; Peinado e Graeml (2007) afirmam que “O diagrama de correlação é utilizado para comprovar a relação entre uma causa e um efeito. Serve para mostrar o que acontece com uma variável quando a outra se altera, ajudando a verificar a existência de relação entre elas.”. 2.2.5. 5W2H A ferramenta 5W2H foi desenvolvida para auxiliar na utilização do PDCA, principalmente na fase de planejamento. Polacinski (2012) apud Silva (2013) descreve que a ferramenta consiste num plano de ação para atividades pré-estabelecidas que precisem ser desenvolvidas com a 6 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. maior clareza possível, além de funcionar como um mapeamento dessas atividades. O objetivo central da ferramenta 5W2H é responder a sete questões e organizá-las. Na Figura 1 são apresentadas as etapas para estruturação da planilha do plano de ação 5W2H. Figura 1 – Estrutura da ferramenta 5W2H Fonte: Meira (2003) 3. Metodologia Inicialmente buscou-se realizar uma ampla pesquisa bibliográfica para embasamento conceitual sobre o tema gestão da qualidade e suas ferramentas, o que permitiu o conhecimento necessário para a utilização de tais ferramentas no contexto do estudo de caso elaborado. Cabe ressaltar que a pesquisa ocorreu durante os meses de março e abril de 2015. Posteriormente, o estudo procurou a particularidade de cada etapa do processo produtivo de pão fatiado, visando informações mais detalhadas sobre as funções exercidas por cada trabalhador. A pesquisa delimita-se apenas a este produto devido à pluralidade de produtos existentes e a limitação do tempo para realizar a pesquisa. A ferramenta utilizada nesta etapa foi entrevista semi-estruturada junto aos funcionários do setor em estudo: dois confeiteiros, um líder, dois atendentes, dois padeiros e o encarregado. O procedimento seguinte fundamentou-se nos conceitos do brainwrite, sendo entregue um envelope para cada funcionário com o direcionamento de formalização por escrito, de acordo com a suposição de cada funcionário para as causas dos problemas apontados. O procedimento foi realizado com todos os funcionários do setor e em seguida confrontado com o posicionamento do líder e do encarregado, uma vez que ambos possuem representatividade gerencial. 7 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Após a coleta de informações sobre o processo produtivo do pão fatiado, elaborou-se o fluxograma, permitindo uma visualização mais ampla da alocação de pessoal, detalhamento do processo e localização dos problemas determinados na pesquisa. O próximo passo foi à identificação das possíveis causas dos problemas apontados na entrevista e observado no fluxograma por meio do diagrama de ishikawa. Posteriormente, evidenciou-se a causa raiz através do diagrama de correlação, e por fim, propuseram-se soluções alternativas através do 5W2H, servindo como um critério de direcionamento do estudo realizado. 4. Estudo de caso 4.1 Caracterizações da empresa A empresa em estudo é constituída por uma rede de supermercados que atuam no interior do Rio de Janeiro, em especial no município de Campos dos Goytacazes, no setor varejista. A estrutura desta rede de supermercados é composta por 10 filiais e uma matriz. Sua atuação fundamenta-se no fornecimento de produtos de diversos segmentos, como: limpeza, alimentação, perfumaria, açougue, hortifrúti e padaria. A empresa iniciou suas atividades atendendo as demandas locais no município de Campos dos Goytacazes, que foram crescendo e ofertando empregos para a população local, favorecendo a sua expansão por toda a cidade. O fundador da empresa implantou suas filiais em pontos estratégicos da cidade, permitindo o crescimento da receita. 4.2 Estrutura hierárquica do setor Segue na figura 2 a estrutura hierárquica do setor em estudo, com todos os funcionários que compõem o processo produtivo de pães e bolos. A estrutura representa a forma de organização do setor. Figura 2 - Representação hierárquica do setor padaria. 8 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 4.3 O processo de transformação do pão fatiado O processo inicia-se com a pré-pesagem, onde são misturados os ingredientes formando uma massa não consistente e levados a uma balança de precisão para aferir a pesagem. Após a pré-pesagem inicia-se o processo mecânico, onde os ingredientes misturados são levados até a masseira, responsável por bater a massa até ganhar uma consistência firme e de bom preparo, esse processo leva em torno de 10 a 15 min. Posteriormente, a massa é conduzida manualmente para o processo de cilindragem, que consiste em organizar as fibras para dar um melhor aspecto à massa, a fim de deixá-la fina e homogênea. A seguir, inicia-se o processo de corte da massa e da pesagem por unidade de produto. A próxima etapa é levar as massas já cortadas até a modeladora para que o pão tenha a forma retangular, comum a todos os pães fatiados, porém alguns pães ao sair dessa modeladora adquirem uma forma indesejada, sendo então reaproveitados para a produção da farinha de rosca. Ao sair da modeladora, os pães que estão em conformidade são levados para o processo de fermentação, isto é, as massas já modeladas são deixadas em um recipiente por 2 horas para que fermente. Em ponto de fermentação são levados até o forno, para assar por 30 min a 180°C. Por fim, a última etapa é a verificação do produto, visto que alguns pães nem sempre saem com a coloração desejada. Se o produto estiver dentro dos parâmetros de conformidade, o mesmo será embalado para venda, caso contrário será reaproveitado para fazer farinha de rosca. 9 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. A seguir tem-se na figura 3 a representação do processo produtivo do pão fatiado de forma simplificada, permitindo uma visão global do processo. Figura 3 - Fluxograma do processo produtivo do pão fatiado. 10 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 4.4 Identificação e solução dos problemas A seguir são evidenciados os problemas identificados por meio do brainwrite com os funcionários. Utilizam-se as ferramentas diagrama de Ishikawa com a finalidade de identificar as possíveis causas, o diagrama de correlação para encontrar a causa raiz e o plano de ação 5W2H para propor melhorias. 4.4.1 Deformação e coloração não uniforme do pão A deformação e coloração não uniforme do pão foram os principais problemas apontados durante o brainwrite pelos funcionários do setor. O diagrama de Ishikawa da figura 4 abaixo aponta as possíveis causas que resultem este problema. 11 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Figura 4 - Aplicação do Diagrama de Ishikawa para o efeito: deformidade e coloração não uniforme do pão. 4.4.2 Longas filas e desistência de clientes A operação de atendimento é realizada por apenas dois funcionários, porém um está sempre relacionado ao processo de produção, restando apenas um para atender efetivamente o cliente. Observou-se também que alguns funcionários não dominam todos os códigos de produtos do setor, sendo este conhecimento de grande importância para que o atendimento ocorra de forma mais rápida. Diante disto, os pontos negativos são as longas filas e a desistência de alguns clientes. O supermercado é de grande porte e está constantemente com uma grande quantidade de clientes, principalmente nesse setor, o que faz as filas irem crescendo rapidamente. A Figura 5 aponta as possíveis causas que resultem estes problemas. 12 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Figura 5 - Aplicação do Diagrama de Ishikawa para o efeito: Longas filas e desistência de clientes 4.4.3 Diagrama de correlação Para descobrir as causas raízes dos efeitos apontados acima, utiliza-se o auxílio do diagrama de correlação (vide figura 6), que é uma ferramenta da qualidade que classifica sistematicamente as relações de causa e efeito que existem entre todas as questões críticas, de forma que os resultados possam trazer uma solução eficaz para os problemas abordados, o que é evidenciado no quadro 1. Figura 6 - Diagrama de correlação entre as causas e efeitos 13 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Quadro 1 - Contagem das setas que incidem em cada causa Possíveis causas Falta de planejamento Falta de treinamento Má divisão das funções Ausência de incentivos salariais Redução de custos de forma não estruturada Entra 4 3 1 3 2 Sai 2 2 3 2 4 Ao analisar o diagrama de correlação percebe-se que a raiz do problema é a redução de custos não estruturada. Os donos optam por minimizar os gastos a fim de obter maior receita, o que contribui para o surgimento de inúmeros problemas que resultam em maiores gastos. Outro problema relevante é a má divisão das funções, ou seja, os funcionários não realizam suas tarefas originalmente ou são sobrecarregados. Tem-se como resultado chave a falta de planejamento, dessa forma, atuando na correção das causas raízes, o fator chave também sofrerá correção, propiciando uma melhora no quesito planejamento. 4.4.4 Aplicação da ferramenta 5W2H De acordo com as causas raízes e fator chave evidenciados por meio do diagrama de correlação, a ferramenta mais adequada para delinear o plano de ação é a ferramenta 5W2H, 14 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. que irá listar de forma estruturada como agir na correção dos problemas encontrado, como segue no quadro 2. Quadro 2 – Plano de ação Problemas Deformidade e coloração não uniforme do pão 5W2H Longas filas Quem? Defeito na máquina modeladora e forno desregulado Técnico da área Quando? Em curto prazo Em médio prazo Onde? Na empresa Para motivar os funcionários Como? Assistência técnica Para solucionar o problema e aumentar a lucratividade da empresa Processo de manutenção corretiva Quanto Custa? Custo a ser avaliado Valor relativamente alto O quê? Por quê? Funcionários desmotivados Gerência Incentivos salariais 5. Considerações finais Uma empresa que adota a utilização da qualidade para a sua gestão possuirá um sistema estruturado para atingir seus objetivos organizacionais, pois essa é uma ferramenta que auxilia na identificação e resolução da maioria dos problemas que surgem no dia a dia de uma empresa, permitindo ao gestor auxílio para obter bons resultados e lucratividade. De acordo com os problemas alvos do estudo no diagrama de causa e efeito, fez-se necessário a utilização do diagrama de correlação a fim de estudar as causas raízes do problema e do plano de ação 5W2H com o objetivo de apresentar a estratégias de melhorias. A utilização das ferramentas da qualidade traz para o dia a dia de uma organização maior visibilidade, satisfação dos clientes, bem estar dos funcionários, melhoria da produtividade, e por fim, sucesso no mercado. Referencia Bibliográfica 15 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. CARDOSO, B. SIVA, F. MOREIRA, L. CARNEIRO, M. BENTES, M. Redução de produtos defeituosos em uma indústria de poliestireno expandido: uma aplicação das ferramentas da qualidade XXXIV ENEJEP. Curitiba-PR. outubro 2014. CHIAVENATO, IDALBERTO. Introdução à teoria geral da administração/edição compacta. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. GONÇALVES, W. MORAIS, S. SILVA, A. ARAÚJO, I. BARBOSA, E. Uso das ferramentas da qualidade visando a padronização do tamanho da massa de lasanha produzida em uma indústria alimentícia XXXII ENEGEP. Bento Gonçalves-RS. Outubro 2012. MANHÃES, NILO. FREITAS, ANDRÉ. 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