A56 ID: 60079502 09-07-2015 Tiragem: 33183 Pág: 13 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 10,46 x 30,44 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Ministério diz que despesa das famílias com saúde diminuiu Saúde OCDE referia um aumento das despesas da saúde em 2013, o ministério contra-argumenta recorrendo a dados do INE O Ministério da Saúde reagiu ontem ao relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que reporta um aumento das despesas de saúde privada em Portugal. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a despesa corrente das famílias em 2013 terá diminuído 4,7%. “Importa referir que a única fonte que a OCDE dispõe para o out-ofpocket [pagamentos directos no momento de utilização dos cuidados de saúde] é a conta-satélite da saúde”, refere uma nota do ministério, sublinhando que os dados do INE apontam para 2013 um “decréscimo da proporção do financiamento das famílias (menos 0,8 pontos percentuais face a 2012)”. Segundo as Estatísticas de Saúde 2015 da OCDE, as despesas de saúde privada em Portugal e na Grécia tiveram o maior crescimento da área da OCDE de 2009 a 2013, significando já um terço da despesa total em saúde. Este é um dos indicadores que foram destacados pela própria organização internacional. Numa nota enviada à Lusa, o Ministério da Saúde refere, recorrendo a dados do INE, o aumento da importância relativa da despesa do Serviço Nacional de Saúde que, em 2013, se estimou ser a maior desde 2010. O ministério argumenta ainda que “a redução na despesa privada de saúde nas famílias com produtos farmacêuticos e outro artigos médicos mais do que compensou o aumento da despesa privada de saúde das famílias com a redução das deduções à colecta de IRS e aumento das taxas moderadoras”. Sector privado cresce Sobre o crescimento do sector hospitalar privado, também referido pela OCDE, o ministério contrapõe novamente com dados do INE que considera mostrar “o peso expressivo do sector público na prestação de cuidados de saúde”. Assim, recorda que, em 2013, mais de 50% dos hospitais em Portugal eram tutelados pelo Estado, 88% dos atendimentos nos serviços de urgência feitos em hospitais oficiais Ministério de Paulo Macedo desmente relatório da OCDE e que 70% das camas disponíveis e apetrechadas para internamento imediato de doentes eram de hospitais públicos. As Estatísticas de Saúde 2015 da OCDE, divulgadas na terça-feira, mostram que a despesa de saúde continuou a tendência decrescente em Portugal, Grécia e Itália no ano 2013. “A maioria dos países-membros da OCDE da União Europeia indicou gastos com a saúde per capita abaixo dos níveis de 2009. Fora da Europa, estas despesas aumentaram a uma taxa de 2,5% ao ano desde 2010”, refere a OCDE. Três quartos dos gastos com a saúde continuam a ser financiados por fontes públicas nos países da OCDE, “mas as medidas de contenção de custos tomadas por alguns Estados levaram a um aumento do consumo privado”, seja através de seguros de saúde seja através de pagamentos directos pela família. “Na Grécia e em Portugal, a participação das despesas de saúde privada cresceu quatro pontos desde 2009, o que representa o maior aumento na área da OCDE e significa que um terço da despesa total em saúde foi financiado por fontes privadas em 2013”, refere uma síntese da organização. A OCDE destaca mesmo que “alguns dos países mais atingidos pela crise tiveram aumentos significativos” nos pagamentos directos no momento de utilização dos cuidados de saúde (pagamentos out-ofpocket). Como exemplos surgem Portugal e a Grécia, que entre 2009 e 2013 viram as despesas de saúde privada aumentarem, respectivamente, para 28% e 31% do total. Página 56