Empowerment e educação crítico-reflexiva freireana Artigo de Atualidades Update Article Artículo de Actualidades Atualidades EMPOWERMENT DAS FAMÍLIAS DE CRIANÇAS DEPENDENTES DE TECNOLOGIA: DESAFIOS CONCEITUAIS E A EDUCAÇÃO CRÍTICOREFLEXIVA FREIREANA EMPOWERMENT OF FAMILIES WITH TECHNOLOGY-DEPENDENT CHILDREN: CONCEPTUAL CHALLENGES AND FREIREAN CRITICAL-REFLEXIVE EDUCATION EMPODERAMIENTO DE LAS FAMÍLIAS DE NIÑOS DEPENDIENTES DE TECNOLOGÍA: DESAFIOS CONCEPTUALES Y LA EDUCACIÓN CRÍTICO-REFLEXIVA FREIREANA Noélia Silva Ladislau LeiteI Sueli Rezende CunhaII Maria de Fátima Lobato TavaresIII RESUMO: As famílias que cuidam de crianças com dependência tecnológica são submetidas a alguns impactos. Estes se revelam através da desorganização familiar em várias dimensões. A complexidade do processo de cuidar destas famílias demanda, então, uma nova abordagem para promoção da saúde familiar por parte dos profissionais de saúde, em particular da enfermeira. O papel do trabalho de grupo na perspectiva educacional como um espaço de troca de experiências entre semelhantes tem sido reconhecido como importante intervenção no processo de facilitação à adaptação em situações de doença crônica. É também aliado no desenvolvimento de políticas que defendem o envolvimento dos usuários e famílias em seu próprio cuidado. Este artigo objetivou discutir a articulação do método freireano no trabalho de grupo com o processo de empowerment (empoderamento) das famílias dessas crianças. Palavras-chave: Crianças com deficiência; famílias; educação em saúde; processos grupais. ABSTRACT: Families caring for technology-dependent children suffer impacts revealed in family disorganization in several dimensions. The complexity of the care given by these families requires a new family health promotion approach by health personnel, especially nurses. The role of group work, as a means of exchanging experiences among peers for educational purposes, has been recognized as an important intervention in facilitating adaptation in situations involving chronic disease. It is also an ally in the development of policies to foster user and family involvement in their own care. This paper discusses interrelations between the Paulo Freire method in group work and the process of family empowerment. Keywords: Disabled children; families; health education; group processes. RESUMEN: La familias que cuidan de niños con dependencia tecnológica son sometidas a algunos impactos. Estos se revelan mediante la desorganización familiar en varias dimensiones. La complejidad del proceso de cuidar de estas familias demanda, entonces, un nuevo abordaje para la promoción de la salud familiar por parte de los profesionales de salud, en particular de la enfermera. El rol del trabajo de grupo en la perspectiva educacional como un espacio de cambio de experiencias entre semejantes ha sido reconocido como importante intervención en el proceso de facilitación a la adaptación en situaciones de enfermedad crónica. Es también aliado en el desarrollo de políticas que defienden el envolvimiento de los usuarios y familias en su propio cuidado. En este artículo, el objetivo es debatir la articulación del método freireano en el trabajo de grupo con el proceso de empoderamiento de las familias de eses niños. Palabras clave: Niños con discapacidad; familias; educación en salud; procesos de grupo. INTRODUÇÃO As crianças estomizadas podem ser identificadas como crianças dependentes de tecnologia (CDT), pois demandam uma série de cuidados que são do domínio de profissionais de saúde, e necessitam de dispositivos adequados para assegurar condições mínimas de qualidade de vida. O grupo de dependentes de tecnologia é I Doutora em Saúde da Criança e da Mulher. Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Departamento de Cirurgia Pediátrica. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: [email protected]. II Doutora em Enfermagem. Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz, Presidência, Campus Mata Atlântica. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: [email protected]. III Doutora em Ciências. Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, Departamento de Administração e Planejamento em Saúde. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: [email protected]. p.152 • Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jan/mar; 19(1):152-6. Recebido em: 24.05.2010 – Aprovado em: 20.10.2010 138- Artigo de Atualidades Update Article Artículo de Actualidades estratificado segundo o grau de dependência e necessidades, conforme classificação da Office of Technology Assessment (OTA)1. De acordo com esta classificação, neste estudo, identificaremos como crianças dependentes de tecnologia aquelas submetidas a procedimentos cirúrgicos para realização de traqueostomia, gastrostomia, colostomia, ileostomia ou urostomia. Os estomas em crianças são, em sua maioria, temporários, realizados no período neonatal para tratamento coadjuvante de atresias, de malformações congênitas e de doenças adquiridas. Entretanto, o tempo de permanência desta condição pode ser de meses ou anos, dependendo da doença de base e da quantidade de cirurgias a que é submetida ao longo da vida para reconstrução das áreas atingidas. Esta transitoriedade não é um atenuante para uma situação extremamente complexa de aceitação, convivência e necessidade de cuidados especiais associados aos múltiplos aspectos do viver destas crianças e suas famílias. Cuidar de um filho com dependência tecnológica provoca alguns impactos na família. Estes se revelam através da desorganização familiar em várias dimensões do viver, quais sejam: emocionais, sociais, financeiras e nas atividades rotineiras, isto é, aquelas que estão relacionadas ao aspecto instrumental do funcionamento da família2. O grupo educativo é revestido de características que auxiliam o diálogo entre enfermeiras e famílias, o que evidencia um trabalho coletivo, possibilitando a construção de conhecimentos partindo dos seus interesses e necessidades1. O trabalho em grupo tem um grande potencial para fornecer suporte emocional e real para os indivíduos. Também reduz o risco de isolamento, estimula a troca de experiências, oferece oportunidades para o desenvolvimento de habilidades pessoais e sociais, além de ser base para o processo de conscientização, de engajamento em iniciativas de ação social e política3. Dessa forma, buscamos neste artigo o seguinte objetivo: discutir a articulação do método freireano no trabalho de grupo com o processo de empowerment (empoderamento) das famílias. Promoção da saúde e empowerment Nos últimos 20 anos, nos países em desenvolvimento, em particular Canadá, Estados Unidos e Europa Ocidental, o conceito moderno de promoção da saúde tem surgido e se desenvolvido mais fortemente. As bases conceituais e políticas contemporâneas da promoção da saúde foram estabelecidas pelas conferências internacionais realizadas em Ottawa, em 1986, Adelaide, em 1988 e Sundsval, em 19914. As perspectivas de redirecionar as práticas de saúde nas duas últimas décadas articulam-se com a ideia de promoção da saúde. A autora argumenta que a promoção da saúde emerge de uma necessidade de controlar os custos crescentes da assistência à saúde5. 138- Leite NSL, Cunha SR, Tavares MFL O termo promoção da saúde está inicialmente associado a um conjunto de valores tais como: vida, saúde, solidariedade, equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria entre outros. No entanto, refere-se também a uma combinação de estratégias como: ações do Estado (políticas públicas saudáveis), da comunidade (reforço da ação comunitária), de indivíduos (desenvolvimento de habilidades pessoais), do sistema de saúde (reorientação do sistema de saúde) e de parcerias intersetoriais, trabalhando com a ideia de responsabilização múltipla tanto pelos problemas quanto pelas soluções propostas6. Ao analisar o modelo de Whitehead e Dahlgren, podemos identificar quatro níveis de atenção, que são inter-relacionados e não excludentes. O autor considera que políticas e programas podem se derivar desses níveis, com o objetivo de atuar sobre os determinantes sociais da saúde. São estes os níveis propostos: Primeiro nível – individual, em que a atuação está focada no fortalecimento ou empowerment dos indivíduos. As estratégias devem visar principalmente a informação e motivação, buscando apoiar mudanças de comportamento em relação aos fatores de riscos pessoais ou lidar melhor com as consequências advindas de suas condições de vida e trabalho. Segundo nível – redes sociais e comunitárias, cujo principal foco é unir as comunidades em desvantagem para obter apoio mútuo, fortalecendo suas defesas contra os danos à saúde. Terceiro nível – condições de vida e trabalho, refere-se à atuação das políticas sobre as condições físicas e psicossociais da vida e do trabalho das pessoas. Quarto nível – condições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais, relacionadas a mudanças macroeconômicas e culturais que visem promover um desenvolvimento com melhor distribuição, reduzindo as desigualdades e seus efeitos sobre a sociedade7. O conceito de empowerment (empoderamento) constitui um eixo central de promoção da saúde e é considerado complexo, com múltiplos sentidos e com noções originadas em distintos campos de conhecimento. Tem raízes nas lutas pelos direitos civis, no movimento feminista e na ideologia da ação social. Foi influenciado, nos anos 70, pelos movimentos de autoajuda; nos 80, pela psicologia comunitária; e, na década de 90, recebe influência de movimentos que visam a afirmar o direito de cidadania nas distintas esferas sociais, entre as quais a prática médica, educação em saúde e o ambiente físico8. Alguns autores8-11 sugerem utilizar o termo original em inglês, empowerment, com o objetivo de manter a complexidade e o caráter multifacetário do conceito. Adotaremos a proposta e consideraremos um sentido provisório para o termo como aumento do poder e autonomia pessoal e coletiva de indivíduos e grupos sociais nas relações interpessoais e institucionais, principalmente daqueles submetidos a relações de opressão, dominação e discriminação social 8:20 . Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jan/mar; 19(1):152-6. • p.153 Empowerment e educação crítico-reflexiva freireana Existem duas noções sobre a categoria empowerment, a psicológica e a comunitária. O empowerment psicológico pode ser definido como um sentimento de maior controle sobre a própria vida que os indivíduos experimentam através do pertencimento a distintos grupos e que pode ocorrer sem que haja necessidade de que as pessoas participem de pem deações açõespolíticas políticascoletivas coletivas9:1090. O empowerment comunitário pode ser entendido como um processo e também como resultado de ações que afetam a distribuição de poder, levando a um acúmulo ou desacúmulo (disempowerment) de poder nas esferas pessoais, políticas e intersubjetivas. A definição e operacionalização do termo empowerment pode ser guiada por três características: a primeira é o acesso e controle a recursos necessários, a segunda se relaciona ao processo decisório e habilidades para resolução de problemas, e a terceira é a aquisição de comportamento instrumental necessário para interagir efetivamente com outros para obter recursos10. Assim, o empowerment pressupõe a existência de competências ou, pelo menos, que elas possam possam ser desenvolvidas. Indica também que um funcionamento precário pode ser o resultado da influência da estrutura social e da falta de recursos impedindo que as competências latentes operem12. O modelo biotecnológico, com sua estrutura inflexível e esquema reducionista, encontra-se esgotado como possibilidade de atender aos desafios gerados pelas mudanças sociais, políticas e culturais das últimas décadas. O reconhecimento das necessidades e aspirações, a partir do foco das famílias e não dos profissionais, deve ser o objetivo da nossa ação. A habilidade para administrar eventos de vida e obter domínio sobre as suas questões requer que as famílias sejam empowered para se tornarem capacitadas a tomar decisões e identificar as necessidades familiares, adquirindo maior independência dos profissionais ou dos sistemas. Isto é efetuado por meio da criação de oportunidades para que as famílias incorporem o conhecimento necessário e as habilidades para não tornarem mais fortes e capazes de administrar e negociar as suas muitas demandas12. Empowerment e educação crítica freireana As abordagens de empowerment europeias e anglo-saxônicas foram influenciadas fortemente pelo pensamento freireano. A categoria denominada opressão constitui o núcleo da visão sociológica deste pensamento e tem a propriedade de resumir de forma maleável diferentes padrões de relações sociais8. Identificamos, no trabalho de grupo, estreita relação do método de educação crítico-reflexiva freireana com o processo de empowerment das famílias. Este processo se dá, de forma profunda, num intercâmbio de saberes que extrapola o conceito de p.154 • Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jan/mar; 19(1):152-6. Artigo de Atualidades Update Article Artículo de Actualidades capacitação. O desafio, para nós profissionais de saúde, é desenvolver métodos e atividades que possibilitem o avanço da capacidade destas famílias para a tomada de decisões. O processo educativo, numa perspectiva crítica da realidade, cria possibilidades para que as pessoas tenham mais autonomia, mais poder, no sentido de tomar decisões mais adequadas às suas necessidades e consequentemente, da elevação de sua autoestima, com todos os benefícios daí advindos10:641. A educação em saúde requer uma nova abordagem, que valorize o desenvolvimento da consciência crítica e o despertar da necessidade de luta pelos direitos à saúde e qualidade de vida13. Algumas críticas têm sido feitas atribuindo um sentido paternalista ao empowerment, considerando que haveria uma ideia de transmissão de poder de uma pessoa poderosa a outra sem poder14. No entanto, o modelo pedagógico sob a influência de Paulo Freire, que alguns autores têm denominado de empowerment education ou educação popular, tem como propósito romper com os métodos educativos que estão baseados no poder sobre o outro e enfatizar o modelo que valoriza a discussão de ideias, opiniões e conceitos na busca de solução de problemas, o poder com9. É importante compreender que existem muitas e diferentes interpretações sobre o que o empowerment exige e como deveria ser executado. Nessas considerações, deve-se levar em conta que as relações entre profissionais e famílias não são equilibradas, com o poder inclinado para os profissionais, e estes, de certa forma, relutantes em abrir mão dele15. O empowerment pode ser uma lente conceitual através da qual a prática dos profissionais de saúde seja revalorizada. O objetivo desta revalorização é um relacionamento mais empowering entre profissionais e usuários, entre instituições e grupos comunitários. Mesmo que este relacionamento não seja suficiente nele mesmo, considera-se uma estratégia para mudança social saudável16. A identificação das necessidades individualizadas das famílias requer dos profissionais uma expansão nos papéis que assumem nas interações com as famílias. Isso implica uma mudança significativa nos modos pelos quais estes papéis são desempenhados. Para que os profissionais estejam aptos a colaborar no processo de empowerment das famílias, é necessário que haja um colapso no papel típico de relacionamento entre profissionais e comunidade. As parcerias são mais valorizadas do que as abordagens paternalistas porque aquelas levam a uma crença de que parceiros são indivíduos capazes que se tornam ainda mais capazes quando compartilham conhecimento, habilidades e recursos12. É fundamental para a prática educativo-crítica que o educador compreenda que ensinar não é só transferir conhecimento, mas criar as possibilidades 138- Leite NSL, Cunha SR, Tavares MFL Artigo de Atualidades Update Article Artículo de Actualidades para sua produção ou sua construção. O aprendizado é um processo que possibilita deflagrar no aprendiz uma crescente curiosidade, tornando-o cada vez mais criador17. Nessa abordagem de educação, espera-se superar a desigualdade de poder que há na relação entre profissionais e usuários, buscando uma relação mais horizontal em que usuário e profissional possam trabalhar em parceria na busca de soluções para os desafios de uma vida mais saudável, contribuindo para o aumento da capacidade crítica e de reflexão. É partindo deste pressuposto que se critica o ensino bancário em que a educação se torna um ato de depositar, cujo depositário é o educando e depositante, o educador18. Nessa visão de educação não há criatividade nem transformação. Esta concepção julga que os educandos nada sabem e que o educador é sempre o que detém o conhecimento. Ao reconhecer as famílias como possuidoras de conhecimento, respeitando e compartilhando os saberes, o profissional pode exercer a dialogicidade ou educação dialógica. O diálogo é uma exigência existencial, um ato de criação. No entanto, para que o diálogo entre famílias e profissionais possa efetivamente acontecer, consideramos alguns requisitos que Paulo Freire ensinou: não há diálogo se não existe amor ao mundo e aos homens; não há diálogo se a humildade não está presente, ou seja, a autossuficiência não é compatível com o diálogo; não pode haver diálogo quando não existe fé nos homens e no seu poder de criar, recriar e transformar, fé na vocação de ser mais como um direito dos homens; o diálogo se faz numa relação horizontal, num clima de confiança entre os sujeitos; para haver diálogo é preciso esperança que leva a uma eterna busca e a uma razão de desejar ainda mais, de procurar sem descanso; e, por final, não pode haver diálogo se não há um pensar crítico que permita entender a realidade como processo em transformação constante, opondo-se ao pensar ingênuo, acomodado ao hoje normalizado. A proposta freireana para a educação é a prática problematizadora18. Para a aplicação desta prática, o grupo de famílias desenvolve a habilidade de captar e compreender o mundo e suas relações com ele como uma realidade em transformação, em processo. Então, é necessário que o conteúdo programático não seja uma imposição através de informes depositados. O que fazemos é dialogar utilizando os elementos que as famílias propõem de forma desestruturada devolvendo-os de um modo organizado, sistematizado e acrescentado. O conteúdo programático “não pode ser elaborado a partir das finalidades do educador, do que lhe pareça ser o melhor para seus educandos”18:84. Neste caminhar, famílias e profissionais podem estabelecer uma maneira autêntica de pensar e atuar, pensando o mundo e a si mesmos sem separar o pensar da ação. pessoal, socioeconômica e política, além de exercer influência na melhoria de sua situação de vida. Pode ser usada nos campos da assistência social, saúde e setores relacionados, para mediar o papel que a ineficácia representa na perpetuação dos problemas sociais. Esta teoria apresenta uma abordagem nova para pensar sobre problemas e incorporar níveis múltiplos de intervenção. O grupo educativo realizado com as famílias de crianças dependentes de tecnologia é desenvolvido na perspectiva de superação das formas educacionais tradicionais e prescritivas, vislumbrando um modo alternativo de aproximação, numa relação humanizante, centrada no diálogo e no respeito. As ações do trabalho em grupo representam oportunidades para que as famílias das referidas crianças se apropriem dos conhecimentos, habilidades e competências co-construídos. Ao apropriarem-se de diferentes maneiras, é possível tornarem-se mais fortalecidas. O método freireano de educação crítico-reflexiva pode então ser considerado uma poderosa ferramenta para o alcance do empowerment dessas famílias. Quando desenvolvemos e aplicamos a pedagogia freireana no relacionamento educando-educador, é possível superar as limitações subjacentes a este conceito. A horizontalidade nas relações entre profissionais e famílias, o diálogo na busca da superação das desigualdades de poder, a disponibilidade e acesso às informações, o estímulo à autonomia para tomada de decisões e identificações de problemas são os elementos essenciais para o fortalecimento e desenvolvimento do processo de empowerment. REFERÊNCIAS duos, famílias, grupos e comunidades a aumentar a sua força 1. Cunha SR. A enfermeira e a família da criança dependente de tecnologia: a intermediação dos saberes [dissertação de mestrado]. Rio de janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 1997. 2. Leite NSL. A família da criança dependente de tecnologia: organização para sobrevivência [dissertação de mestrado]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 2003. 3. Oka S, Ueda R. 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