INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRÁS CRISTIANE PEREIRA BALLISTA DE ARAUJO TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR EM PACIENTES JOVENS SANTO ANDRÉ 2010 CRISTIANE PEREIRA BALLISTA DE ARAUJO TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR EM PACIENTES JOVENS Monografia apresentada ao Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE / SOEBRÁS – Núcleo Santo André, como parte dos requisitos para obtenção do título de ESPECIALISTA pelo Programa de PósGraduação em ODONTOLOGIA – Área de Concentração: Ortodontia. Orientadora: RITA CÁTIA BARIANI SANTO ANDRÉ 2010 FOLHA DE APROVAÇÃO Cristiane Pereira Ballista de Araujo TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR EM PACIENTES JOVENS Monografia apresentada ao Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE / SOEBRÁS – Núcleo Santo André como parte dos requisitos para obtenção do título de ESPECIALISTA pelo Programa de Pós-Graduação em ODONTOLOGIA – Área de Concentração: Ortodontia. Data de aprovação___/___/___ COMISSÃO EXAMINADORA __________________________________________________________________ Prof. Rita Cátia Bariani Orientadora ___________________________________________________________________ Prof. José Eduardo dos Santos ___________________________________________________________________ Prof. Mário Oshima Dedico aos meus avós, Darly e Idelina, pela força e pela ajuda para a realização deste sonho. Aos meus pais, Osmar e Dilma, pelo amor e pela dedicação. Ao meu marido, Mauricio, pela paciência, compreensão e incentivo neste trabalho. Agradecimentos Agradeço a minha família pelo amor e dedicação. Ao meu marido por me apoiar e sempre estar ao meu lado. A todos os colegas e amigos da primeira turma de especialização FUNORTE/SOEBRÁS – Núcleo Santo André pela ajuda, dedicação e momentos de muita alegria. Aos professores Rita, Mariângela, Sandra e José Eduardo, por dividirem todos os seus conhecimentos, pela paciência e por estarem sempre presentes nas horas difíceis. Aos funcionários dessa instituição por todo seu empenho e por ter dado todo o suporte para a realização desse curso. A Deus, por estar sempre presente em minha vida, me abençoando em todos os momentos. RESUMO O sistema estomatognático possui algumas funções básicas definidas tais como: a sucção, a mastigação; a fonoarticulação e a respiração que, quando em equilíbrio, desempenham um importante papel no crescimento craniofacial e fisiologia oclusal. Pretende-se avaliar um possível rompimento deste equilíbrio, principalmente, quando se atenta para a possibilidade de tais funções se prolongarem com o tempo, originando assim os hábitos deletéricos mais comuns na infância como (sucção digital e chupeta). Quando esses hábitos não são realizados com a finalidade nutritiva e sim para dar conforto e prazer, ultrapassando a idade de cinco anos, deve receber especial atenção da parte dos ortodontistas, tendo em vista íntima associação com os fatores etiológicos das maloclusões, sendo a mordida aberta anterior a maloclusão mais frequentemente encontrada. O caráter preventivo e interceptivo da Ortodontia devem ser realizados nos estágios iniciais do desenvolvimento da oclusão. Essas ações envolvem a indicação de chupetas ortodônticas para recém-nascidos, assim como o emprego de dispositivos recordatários e impedidores. Associadas a estas condutas ortodônticas iniciais, deve-se considerar uma abordagem multidisciplinar do problema, incluindo no planejamento ortodôntico a participação de fonoaudiólogas, psicólogos e otorrinolaringologistas, evitando as deformidades esqueléticas permanentes. Palavras-Chave: Mordida Aberta Anterior, Tratamento. ABSTRACT The system estomatognatics possesses some such defined basic functions as the suction, the mastication; the fonoarticulation and the breathing that, when in balance, they play an important part in the growth craniofacial and physiology oclusal. Its have to evaluate a possible breaking of this balance, mainly, when it is attempt for the possibility of such function to be prolong with the time, originating like this the habits more common deletéricos in the childhood as (digital suction, pacifier). When the habit is accomplished with the non nutritious purpose, but of giving comfort and pleasure surpassing the five year-old age it should receive special attention on behalf of the orthodontists, tends in view it becomes intimate association with the factors aetiology of the more occlusions, being the previous open bite, the bad occlusion more frequently found. The preventive character and interceptive of the orthodontia, should be accomplish in the initial apprenticeships of the development of the occlusion. Those actions involve the indication of pacifiers ortodontics for newly born, as well as the employment of devices recordataries and impedimented. Associated to these conducts initial ortodontics, he/she should be considered an approach multidisciplinary of the problem, including in the planning ortodontic the fonoaudiologes participation, psychologists and otorrinolaringologists; avoiding the permanent skeletal deformities. Key Words: Anterior Open bite, Treatment. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8 2. PROPOSIÇÃO ........................................................................................................ 9 3. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 10 4. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 24 4.1. Mordida Aberta Anterior: Prognóstico e Autocorreção ........................................ 24 4.2. Amamentação Natural............................................................................................... 24 4.3. Etiologia ....................................................................................................................... 24 4.4. Plano de Tratamento ................................................................................................. 25 4.5 Aparelhos Utilizados em Mordida Aberta Anterior ................................................. 26 4.5.1 Grade Palatina ..................................................................................................... 26 4.5.2 Bionator ................................................................................................................. 26 4.5.3 Aparelho Extrabucal (AEB) ................................................................................ 26 4.5.4 Esporões Linguais ............................................................................................... 27 4.5.5 Terapia de Camuflagem com Exodontias ........................................................ 27 4.5.6 Intrusão de Molares ............................................................................................. 28 4.5.7 Placa Lábio Ativa (PLA) ...................................................................................... 28 4.5.8 Bite Block .............................................................................................................. 28 4.5.9 Terapia de Berço ................................................................................................. 28 4. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 29 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30 8 1. INTRODUÇÃO A Mordida Aberta Anterior (MAA) é caracterizada pela ausência de contato das bordas incisais dos dentes maxilares e mandibulares no plano vertical e tem deixado muitos profissionais apreensivos no diagnóstico e planejamento do tratamento. A frequência dessa maloclusão ocorre em crianças no estágio de dentição mista e 75% a 80% delas têm melhora notável, sem qualquer forma de tratamento. Vários estudos realizados indicam uma autocorreção do problema, a qual parece estar associada à troca dos incisivos e também a interrupção de hábitos, tais como o de sucção do polegar ou dos dedos, sucção de chupeta, interposição lingual ou deglutição atípica e respiração bucal. MAA é classificada em duas categorias: dentária e esquelética. As dentárias resultam da interrupção do desenvolvimento vertical normal dos dentes anteriores e as esqueléticas envolvem displasias craniofaciais. A etiologia da MAA é multifatorial, sendo principais a hereditariedade e as causas ambientais. O diagnóstico exige a observação das características da MAA na definição do planejamento do tratamento. A MAA é uma desarmonia vertical difícil de ser tratada e o resultado obtido é menos estável, que desafia muitos profissionais e dependendo da sua etiologia pode apresentar prognóstico favorável ou desfavorável. Sendo assim, os tratamentos para MAA apresentam diferentes prognósticos. 9 2. PROPOSIÇÃO A proposta desse trabalho é apresentar tratamentos para a Mordida Aberta Anterior com vários aparelhos e técnicas, mostrando formas de tratamento e planejamento para essa maloclusão. Ressaltando a importância do diagnóstico e da intervenção precoce. 10 3. REVISÃO DA LITERATURA LEWIS (1930) relata que o hábito de sucção dos dedos é uma causa definitiva para a ocorrência da maloclusão de MAA em dentes decíduos e que se este hábito persistir até a troca para os dentes permanentes, essa maloclusão pode se agravar, e até se tornar uma MAA cirúrgica. Portanto, deve ser interrompido até os cinco anos de idade. KELLY (1950) relata que o tratamento na dentadura mista deve ser baseado apenas pela própria vivência clínica, fazendo um controle baseado em modelos de estudo, radiografias intra e extraorais, telerradiografias, panorâmicas e fotografias. Durante essa fase, a criança deve ser apenas observada, só podendo intervir se aparecer algum problema na esfoliação dentária, hábitos deletérios e pacientes Classe III. STEADMAN (1974) relata que overjets e overbites podem ser tratados ortodonticamente dentro de limites normais. Na dentadura mista, a falta da interposição lingual pode permitir a erupção dos dentes permanentes se posicionarem numa oclusão perfeita. A Falta de crescimento facial, erupção ectópica e hábitos musculares desfavoráveis podem causar um colapso durante ou seguinte a retenção mesmo em um caso tratado com perfeição. Isto ocorre em alguns casos, no entanto, para o adolescente o overbite e o overjet final não podem ser acuradamente previstos antes do tratamento ortodôntico. Parece que entre os casos relatados, o overbite, o overjet, o alinhamento e a oclusão são os mais bemsucedidos naqueles que possuem um período de retenção prolongado, pelo menos até que todos os 3º molares estejam devidamente erupcionados ou extraídos e preferivelmente até o paciente parar de crescer, por volta dos 20 anos. KLECHAK et al. (1976) realizaram um estudo dividido em dois grupos. No primeiro grupo havia dez pessoas, sendo três homens e sete mulheres, com idade de nove a 31 anos. No segundo grupo havia 10 pessoas, sendo 6 homens e 4 mulheres, na mesma faixa etária do grupo um, mas apresentavam MAA e esse grupo foi dividido em severo e moderado. No grupo severo a MAA era 5mm, no grupo moderado a MAA era menor que 5mm. 11 Foi avaliada a pronúncia das consoantes fricativas (s, f, z, l, r) nos dois grupos, com e sem MAA. Fizeram o uso de um cateter orofaríngeo para cada paciente, no qual foram examinadas a passagem do ar e a pressão. Concluíram que em pacientes com MAA a pronúncia das consoantes fricativas era deficiente, pois esses pacientes possuem uma grande constrição palatina e quanto maior a amplitude da MAA maior deficiência haverá na fonação. MC NAMARA (1984) considera a respiração bucal sendo um resultado inevitável da obstrução da passagem de ar nasal. Mudanças associadas à postura mandibular e à função de músculos relacionados têm sido postuladas como causa na mudança do crescimento facial. Essa obstrução na passagem de ar nasal faz com que se instale uma maloclusão e a remoção dessa obstrução faz com haja melhora dessa maloclusão. Pacientes respiradores bucais apresentam adenoide e MAA. Uma adenoidectomia pode devolver ao paciente as condições normais de respiração, promovendo uma autocorreção da MAA. LOPEZ-GAVITTO et al. (1985) realizaram um estudo nos EUA com uma amostra de 41 pacientes, sendo 29 mulheres e doze homens, todos com a maloclusão de MAA. Os pacientes foram tratados com aparatologia ortodôntica e aparelho extraoral tração alta ou cervical ou ambas. Traçou-se o cefalograma no pré-tratamento, no pós-tratamento e no mínimo nove anos e seis meses pós-tratamento. Os resultados mostraram que mais de 35% dos pacientes tratados demonstraram uma MAA de 3mm ou mais, significando ausência de estabilidade, diminuição da altura facial anterior superior, aumento da altura facial anterior inferior, aumento de ANB e ângulos do plano mandibular e hiperplasia da maxila dentoalveolar total. Alterações nas posições dentárias não foram significativas quando se dividiu as amostras em pós-tratamento e categoria MAA estabilizada. Mostrou-se recidiva da MAA nos pacientes que apresentaram menor altura dentária mandibular anterior, menor altura facial anterior superior, inferior e posterior. BOLMGREN & MOSHIRI (1986) avaliam a ação do aparelho bionator em pacientes com maloclusão de Classe II, div. 1, e também os efeitos do tratamento ortodôntico. Mudanças nessas duas fases de tratamento são comparadas a mudanças em uma amostra não tratada e uma amostra tratada somente com aparelhos fixos. O 12 bionator produz alguma retração dos incisivos superiores e verticalização; ângulo do plano mandibular foi aumentado; o aumento no comprimento mandibular foi maior do que com terapia fixa; aumento na altura facial anterior foi maior do que com aparelhos fixos; aumento na erupção dos molares inferiores foi similar aquela com aparelhos fixos; mudanças com terapia com aparelhos fixos se parecem com as mudanças do bionator, mas a terapia fixa e o uso seguinte do bionator se parecem mais; mudanças similares foram conseguidas por qualquer aparelho usado anteriormente desconsiderando se foi bionator ou aparelho fixo. HUANG et al. (1989), num estudo de 33 pacientes com maloclusão de MAA, sendo divididos em dois grupos, um com 26 pacientes em crescimento, e os 7 restantes eram pacientes em não crescimento, perceberam um significante aumento na MAA em ambos os grupos durante o tratamento. O grupo de não crescimento apresenta um significante aumento na MAA durante o período de pós-tratamento. Durante o pós-tratamento teve um intervalo de 17,4% da amostra de crescimento e 0% da amostra de não-crescimento exibiram recidiva. Todos os pacientes que alcançaram uma overbite positiva durante o tratamento mantiveram uma overbite positiva no pós-tratamento. Estes achados sugerem que pacientes que alcançaram uma overbite positiva com a terapia de berço tenham uma boa chance de manter esta correção depois que o tratamento ortodôntico está completo. A terapia de berço consiste na modificação da lingual e sua postura. Segundo NIELSEN (1991), a etiologia das maloclusões verticais é variada, nas quais devem ser observados lábios, línguas e hábitos deletérios. O diagnóstico correto deve ser determinante para o sucesso no tratamento dessa maloclusão. Há vários fatores que devem ser observados para o diagnóstico preciso e tratamento da MAA, tais como, crescimento mandibular, rotações de crescimento, morfologia facial, função muscular, análise cefalométrica e predisposição de crescimento. NANDA et al. (1992), com o intuito de enfocar o efeito das alterações nas estruturas dentofaciais na contenção e estabilidade pós-tratamento, observaram que pouca ou nenhuma consideração parecia ser dada às alterações esqueletais pós-tratamento em relação a grande importância dada antes e durante o tratamento ortodôntico. E que nenhuma compensação era realizada para o crescimento dentoalveolar e 13 esqueletal dos maxilares. Os autores sugerem que a contenção deve ser diferenciada para a morfologia das bases dentofaciais e uma extrema importância para o padrão de crescimento de cada indivíduo. A duração da contenção dependeria do status da maturação do paciente. KUSTER & INGERVALL (1992) realizaram um estudo na Suíça com os objetivos de avaliar o efeito na morfologia e a força muscular mastigatória em tratamentos com dois tipos de bite-block, em casos de MAA esquelética. A amostra era composta por 33 crianças, sendo 15 meninos e 18 meninas. As crianças foram divididas em dois grupos, um grupo foi usado bite-block com molas, num período de um ano, utilizando somente à noite, com compressão das molas no 1º molar permanente entre 6,5 e 9mm, com intuito de intruir os dentes posteriores. O segundo grupo utilizou-se bite-block magnéticos na maxila superior e inferior. Dois magnetos embebidos no acrílico acima do dente posterior (superior e inferior) com diâmetro de 12mm se repeliam, ambos os magnetos foram cobertos em couro para proteção contra corrosão. Os resultados da força de mordida aumentaram durante os primeiros meses, mas não variaram nos últimos seis meses ao término do tratamento. A conclusão dos autores é que no primeiro grupo a atividade muscular não alterou, já com o segundo houve aumento da atividade muscular temporal anterior e da mastigação. PAUNIO et al. (1993) consideram o hábito de sucção um dos fatores predisponentes para a instalação da MAA. Este hábito ocorre em 25,1% em crianças com 3 anos de idade. O hábito de sucção de chupeta ocorre em 23,4%, e o hábito se sucção de dedo ocorre em 1,7%. A informação sobre hábitos de sucção foi perdida em 74 casos em 1018 crianças examinadas, mais que a metade das crianças era do sexo feminino, mas as diferenças não eram estatisticamente significantes. Crianças que foram amamentadas mais de 6 meses o índice de sucção caiu em relação às crianças que não foram amamentadas. E crianças que frequentavam creches possuíam um índice de sucção maior do que as crianças que ficavam com suas famílias. BIMLER (1997) afirma que para a avaliação prognóstica das alterações funcionais orofaciais e a possibilidade de serem influenciadas terapeuticamente deve-se 14 realizar um estudo detalhado da estrutura facial normal e alterada. As MAAs diferenciam-se em função da sua relação clínica uma forma de prognóstico favorável nas MAAs funcionais, e uma forma de prognóstico desfavorável nas MAAs esqueléticas. O estudo das diferenças na estrutura facial permite julgar antes do começo do tratamento sobre as perspectivas e probabilidades de sucesso. BONI et al. (1997) relatam que crianças de quatro a seis anos que apresentam MAA com hábitos de sucção de chupeta e/ou mamadeira quando abandonam o hábito, sem uso de aparelhos ortodônticos, a MAA diminui ou mesmo fecha, somente pelo método de conscientização e reforço positivo. FARRET et al. (1999) concluem que o uso de placas impedidoras e reeducadoras linguais utilizadas em crianças que possuem MAA, em aproximadamente 6 meses de tratamento, apresentam fechamento dessa mordida. A ampla faixa etária das crianças da amostra realizada e o tempo médio de tratamento demonstram a efetividade do uso de placas impedidoras e reeducadoras no reposicionamento lingual e, consequentemente, no tratamento da MAA dentária e dentoalveolar. COURA et al. (2000) defendem que a MAA é mais comum nas dentaduras mista e decídua e que ao longo dos anos a correção dessa maloclusão se torna mais complexa. Provavelmente, o fator etiológico predominante é o hereditário e os fatores ambientais são secundários. E que o diagnóstico é favorável quando os fatores etiológicos são eliminados precocemente e a correção da disfunção muscular, principalmente a interposição lingual, é fundamental para a manutenção dos resultados. CAPELLI et al. (2000) acreditam que os ortodontistas devem possuir um profundo conhecimento sobre crescimento facial, pois pode-se obter respostas favoráveis ou desfavoráveis, dependendo da mecânica ortodôntica empregada e da resposta individual de cada paciente. FUJIKI et al. (2000) relatam 20 pacientes do sexo feminino, 10 com MAA, e 10 sem nenhuma maloclusão. As pacientes com MAA mostraram interposição lingual, movimentação mais devagar da parte posterior da língua, e fechamento precoce da 15 nasofaríngeo, comparado com controles durante a deglutição. Esses resultados sugerem que pacientes com MAA tenham coordenação compensatória da língua e movimentos suaves da língua ao palato durante a deglutição. Foi utilizado a cinerradiografia para conseguir esses resultados, nos quais foram estabelecidos sete estágios para a movimentação da língua e posição durante a deglutição. MENEZES et al. (2000) descrevem a etiologia da MAA causada por forças resultantes de sucção de polegar e outros dedos, uso de chupeta, hábitos deletérios de lábios ou língua, obstrução das vias aéreas superiores, via nasal inadequada (respirador bucal), alergias, problemas de septo e conchas nasais, hipertrofia das tonsilas palatinas e faríngeas, além de anormalidades do crescimento esqueletal. Consideram a incidência da MAA ligada a vários fatores como idade biológica dos pacientes, grau do desenvolvimento mental, heranças genéticas e patologias de ordem geral. O tratamento da MAA até os cinco anos de idade, somente com a remoção do hábito é suficiente para a correção espontânea da maloclusão sem qualquer forma de terapia. Com o fechamento da MAA observa-se uma melhora na função da língua a nova relação dos dentes anteriores durante a deglutição. Neste artigo, relatam um caso clínico em uma criança de sete anos de idade, sexo feminino, feoderma, com MAA, hábito de sucção de dedo, chupeta e projeção anterior da língua. Foi diagnosticado da seguinte forma: MAA com interposição anterior lingual e presença de Classe II esquelética com biprotrusão dentária. A grade palatina foi usada primeiramente durante um período de seis meses, havendo sensível melhora da MAA. Posteriormente planejou-se o uso da grade lingual móvel por 13 meses, substituindo-o por um arco lingual fixo com grade. Faz-se o controle do caso aproximadamente uma vez ao mês e a paciente já não apresenta MAA ou hábitos deletérios. Os autores concluem que a grade palatina ou lingual é um aparelho de fácil confecção e efetivo para o tratamento da MAA causada por projeção lingual e sucção de dedos, fazendo com que impeça a colocação da língua, dedos ou outros objetos na boca. E consideram a grade lingual mais adequada, já que não interfere na fonação. FERREIRA et al. (2001) avaliam a prevalência da MAA em 261 crianças entre zero e cinco anos de idade que frequentavam creches do município de Bento Gonçalves, 16 RS. Os resultados mostraram uma prevalência de 45,2% (118 crianças) de MAA na população estudada, destas, 84,7% tinham idade entre dois e cinco anos. A amplitude da MAA prevalente ficou entre 1,1mm e 5mm (72%), sendo que esta amplitude não teve relação com a idade das crianças. Todas as crianças diagnosticadas com MAA tinham como hábito de sucção de chupeta. FORTE & BOSCO (2001) constatam em sua pesquisa que a prevalência da MAA esteve presente em 24,8% das crianças entre 3 e 6 anos, e 27,1% entre 3 e 4 anos. Em relação ao sexo das crianças, houve uma equivalência na prevalência. Constataram também que em todos os casos as crianças possuíam algum tipo de hábito de sucção não nutritiva. FRANCO et al. (2001) consideram que os efeitos deletérios da ação da língua na etiologia das maloclusões estão relacionados com a postura durante o repouso à medida que esta afeta o padrão de irrupção e posicionamento dos dentes. Sugerem o uso de aparelhos ortodônticos com pontas ativas, que obrigam a língua a adotar uma postura normal de deglutição de repouso, e assim faz com que a MAA diminua ou feche totalmente. Empregados na dentição mista evitam deformidades mais severas na dentição permanente. HOTOKEZAKA et al. (2001) relatam o caso de uma mulher, 21 anos, com MAA severa, macroglossia, cujo tratamento foi com um aparelho Edgewise. Usou-se o aparelho de Begg na arcada superior com grade para auxílio na interposição lingual (a macroglossia estava inclinando e causando mobilidade dos dentes anteriores) e uma contenção de canino a canino na arcada inferior. Devido à macroglossia, os autores resolveram fazer a redução da língua e 1/3 da parte dorsal foi removida. Após a cirurgia, não apresentou problema funcional na mastigação e na deglutição, mas houve reclamação de dificuldade na fala e pequena dor na parte dorsal da língua. Esses sintomas desapareceram após 6 meses a cirurgia. Houve melhora no arco mandibular, retornando para uma posição vertical e a mobilidade dos dentes voltou ao normal. Nenhum aparelho foi usado após a cirurgia. A maioria das alterações ocorreu em torno de 4 meses. Nesses casos, realçam a importância dos dentes tendendo a mover-se a frente entre a pressão da língua interna e a pressão do lábio externa. 17 ALMEIDA et al. (2002) estudaram a MAA e considerou que o diagnóstico diferencial entre os tipos de MAA e a intervenção precoce no tratamento são essenciais para um prognóstico favorável. Para uma MAA esquelética, o diagnóstico precoce pode fazer com que a criança não desenvolva no futuro, na fase adulta, uma MAA esquelética cirúrgica. Se a tendência é um crescimento vertical, pode-se usar um aparelho extrabucal de tração alta. Se o palato se encontra muito atrésico, pode-se fazer uma disjunção para corrigir a discrepância transversal. Se há algum hábito deletério, para removê-lo pode-se usar uma grade palatina ou esporão inferior. BROZI et al. (2002) defendem que o fator etiológico é de fundamental importância na determinação do tipo da MAA e também nas alterações faciais que podem ser provenientes desses hábitos causadores da MAA. E ressaltam a importância de o tratamento ser o mais precoce possível, conscientizando tanto a criança quanto os pais, usando métodos preventivos e terapêuticos adequados. KLOCKE et al. (2002) avaliaram as alterações longitudinais de pacientes com MAA, na fase de dentadura decídua, através de informações anuais de radiografia cefalométrica lateral. Os pacientes apresentavam sobremordida negativa do incisivo decíduo, medida no plano oclusal, na idade de cinco anos. Na amostra, havia 14 crianças com trespasse vertical negativo e um grupo controle com trespasse normal para comparação. Os autores concluíram que 13 crianças com MAA apresentaram uma autocorreção quando acompanhados até os doze anos. MCLAUGHLIN et al. (2002) descrevem a MAA como uma consequência genética e/ou resultante de fatores ambientais. Se o paciente apresenta crescimento facial anterior excessivo, em relação ao crescimento facial vertical posterior, serão mais propensos a MAA (MAA esqueléticas). Em pacientes que apresentam altura facial inferior média ou curta o tratamento é mais fácil, embora os fatores ambientais possam provocar uma MAA, e a simples eliminação das causas possibilita um rápido fechamento da MAA (MAA dentoalveolares). ALMEIDA et al. (2003) nos seus estudos defendem que a MAA na fase de dentadura mista, com caráter dentoalveolar, possui um prognóstico favorável, sendo que os hábitos deletérios são um dos principais fatores etiológicos da MAA e sua remoção 18 faz com que a MAA regrida sem uso de aparelhos auxiliares. Se houver a necessidade do uso de aparelhos, acredita-se que a grade palatina, fixa ou móvel, é muito eficiente, auxiliando na remoção do hábito e se fizer o uso em conjunto com a mentoneira, uso noturno, faz com que o prognóstico seja mais favorável. ALARASHI et al. (2003) analisam 49 pacientes Classe II div. 1 que foram comparados a 50 pacientes Classe I, ambos em dentadura mista e com histórico de tratamento ortodôntico. Compararam os dois grupos e os resultados dos pacientes Classe II exibiram significantes diferenças no formato crânio facial no plano frontal quando comparados aos pacientes de oclusão normal. Essas diferenças consistem de uma contração da maxila, de níveis dentoalveolares, e da distância da base do nariz. A redução da maxila foi associada ao aumento do tamanho vertical da maxila. GANDINI et al. (2003) em seus estudos relatam um caso clínico de uma criança de sete anos de idade, sexo feminino, leucoderma, com queixa principal a MAA. Apresentava protrusão maxilar, leve retrognatismo mandibular e perfil convexo. Foi diagnosticada uma Classe II div. 1ª e MAA com sobressaliência moderada. O tratamento foi iniciado com um aparelho extrabucal removível, para se obter uma restrição do crescimento vertical da maxila. O torno expansor presente neste aparelho foi ativado 1/4 de volta por mês, para que a relação transversal entre os arcos fosse mantida, acompanhando a correção ântero-posterior. Foi indicado o uso do aparelho por 14 horas por dia e a paciente apresentou-se muito colaboradora. Após 2 anos de tratamento, observou-se que houve melhora na relação maxilomandibular ântero-posterior e uma melhora no perfil mole com redução do ângulo nasolabial. Conseguiu-se a restrição do crescimento maxilar tanto no sentido ântero-posterior quanto vertical, ocasionando uma autorrotação mandibular para frente e para cima, contribuindo para a correção da MAA. MIRANDA et al. (2003) relatam um caso clínico de uma criança de 12 anos de idade, sexo masculino, feloderma, com hábito de sucção de polegar desde recém-nascido com constante frequência. Na anamnese foi questionado sobre o aleitamento materno e a resposta obtida foi que não havia sido praticado, tendo a criança só utilizado mamadeira. Notou-se ao exame clínico um desarranjo oclusal caracterizado por uma mínima MAA e um significante trespasse horizontal, além de interposição 19 lingual em repouso e durante a deglutição e fonação. Apresentava um bom relacionamento transversal, sem nenhuma mordida cruzada, porém um aprofundamento de palato causado pela sucção de polegar. Foi adotada uma abordagem psicológica de sensibilização do paciente através de explicações em seu nível de compreensão sobre desordens oclusais e funcionais presentes. De imediato houve interesse do paciente, já que estaria entrando na adolescência. Frente ao seu desejo de abandonar o hábito e a presença de maloclusão instalada, foi proposto o uso de um arco de Hawley em placa de resina, grampos de Adams e grade palatina, que impedira a projeção da língua e a colocação do dedo na boca. O paciente queixou-se de salivação abundante e dificuldade para falar, mas foi incentivado ao uso, pois essas sensações desapareceriam com o tempo. Após um mês o jovem relatou o abandono do hábito. Após três meses de tratamento, foi relatado o abandono definitivo do hábito e com isso foi removido o aparelho. Aos seis meses de iniciado o tratamento, com a descontinuidade do hábito, a criança não apresentava mais a maloclusão e o desejo de succionar o dedo. TANAKA et al. (2003) observaram em seus estudos que na adolescência a MAA é provavelmente induzida por várias causas e a maioria dos pacientes com MAA mostram disfunção muscular mastigatória. A correção ortodôntica de uma MAA pode levar a uma recuperação da função estomatognática harmoniosa. Fizeram um estudo com meninas de 10 a 12 anos de idade com MAA. Houve distúrbios oclusais devido a MAA. Antes da erupção dos 2º molares superiores reconheceu-se a presença de contatos oclusais entre os dentes anteriores superiores e inferiores. Antes do tratamento, a atividade dos músculos mastigatórios foi relativamente baixa durante a mordida. Um arco lingual superior com uma mola acessória para eliminar o contato prematuro e melhorar a MAA mais aparelhos fixos montados para alinhamento dos dentes foram selecionados como plano de tratamento. Imediatamente após a melhora da MAA, a atividade muscular tornou-se minimamente maior do que o estágio inicial. O tempo de tratamento total foi de 13 meses. Após o tratamento, uma conclusão foi conseguida, os músculos mastigatórios estavam trabalhando harmoniosamente e atividade muscular foi muito maior do que aquela no estágio inicial. Após um período de retenção de 2 anos, uma oclusão aceitável foi mantida sem recorrência da MAA, indicando uma estabilidade em longo prazo da oclusão. O resultado desse tratamento indicou que a correção da 20 MAA é de grande importância para recuperação do sistema estomatognático e de uma oclusão estável. GURTON et al. (2004) indicam a intrusão dos molares para o fechamento na MAA. Realizaram um estudo com 14 pacientes (8 mulheres e 6 homens), todos apresentavam maloclusão Classe II com MAA. O tempo de tratamento de intrusão dos molares foi de 5 meses. Com a intrusão, conseguiu-se fechar a MAA e o tratamento ortodôntico foi simplificado. ALVIANO et al. (2005) em seus trabalhos descrevem dois casos de MAA dados por sucção de polegar. O uso da grade palatina fixa possibilitou o controle do hábito de sucção e já o uso do arco lingual com grade anterior não foi eficaz. Após a remoção do hábito, nos dois casos, houve melhora espontânea na oclusão. Segundo BASTOS (2005) o uso da grade palatina nos casos de MAA em pacientes com dentadura mista e que possuem hábitos deletérios, como sucção de polegar, pesquisou que é muito indicado e seu prognóstico é favorável. Defende que crianças que tiveram uma amamentação deficiente no seio materno possuem uma tendência maior de ter um hábito prolongado de sucção, tanto sucção de polegar, como chupeta, mamadeira, e aumenta a chance de adquirir uma MAA. GERMEÇ & TANER (2005) relatam o caso de uma garota de 11 anos, com Classe I esqueletal, com grande overjet, que tinha o hábito de sucção labial inferior. Foi indicado o uso da placa lábio ativa - PLA. Este aparelho impede a sucção do lábio, fazendo com que o overjet diminua, corrigindo as relações funcionais e oclusão mal posicionada por causa desse hábito deletério e restaurando as estéticas faciais. BINATO et al. (2006) relatam um caso de MAA instalada com 3mm em dentadura mista. Com o uso da grade palatina fixa conseguiu-se fechar essa MAA em apenas um mês e chegam à conclusão de que após retirar a ação da língua sobre os dentes anteriores a MAA fecha. O paciente tinha o hábito de sucção de polegar e interposição lingual, portanto o uso da grade palatina faz com que as funções bucais sejam normalizadas. Não se espera que a grade reeduque a língua, mas que 21 impeça sua projeção, a qual é prejudicial devido a tempo, intensidade e frequência que ocorre. Segundo HOLANDA et al. (2006) a amamentação natural é fundamental para a prevenção de hábitos deletérios e de maloclusão, principalmente a mordida aberta, sendo que o hábito de sucção reforça o sistema estomatognático do bebê e o período mais indicado para a amamentação natural é de no mínimo 6 meses. A amamentação artificial é um fator que auxilia no desenvolvimento de hábitos e sucção não-nutritivas, tais como sucção do polegar e/ou chupeta, e desenvolvimento da mordida aberta anterior. Segundo LIMA & BERNARDES (2006) a MAA ocorre com uma variedade de padrões esqueléticos, não dependendo somente da existência de hábitos deletérios. Indicam o uso do aparelho de Thurow modificado num período mínimo de 18 horas com força de 500g para que ocorra a movimentação em massa dos dentes maxilares, causando intrusão dos molares superiores e auxílio no fechamento da MAA, já que as características morfológicas deste tipo de anomalia incluem uma maior irrupção dos incisivos e molares superiores. A pré-maxila encontra-se rotacionada para cima e o plano que passa na borda da mandíbula encontra-se rotacionada para baixo, podendo também a mandíbula estar retrusa em relação à base do crânio. Segundo CHAMBRONE et al. (2007) o tratamento das MAAs pode ser realizado em diferentes estágios da dentição através de recursos ortopédicos, ortodônticos e/ou cirúrgicos. A realização do tratamento nos estágios de dentição decídua ou dentição mista permitirão resultados mais eficientes e estáveis ao longo do tempo. DENNY et al. (2007) relatam o caso de uma garota de 13 anos, que possuía hábito de sucção do dedo desde os cinco anos, apresentando um perfil ortognático, Classe II, div.1, com 2mm de MAA e 8mm de overjet. Neste caso, optaram pela exodontia dos 1º pré-molares superiores e instalação do botão de Nance para ancoragem. Concluíram que a terapia de camuflagem é um tratamento apropriado para quem possui média a moderada discrepância esqueletal e limitado potencial de 22 crescimento, trazendo bons resultados para a oclusão, balanço, harmonia facial e estabilidade do tratamento. SANGCHAREARN (2007) relata que em casos de tratamento de camuflagem em pacientes de Classe II deve-se tomar cuidado com a inclinação dos incisivos, no qual pode não conseguir o fechamento total da MAA. Um excessivo torque de raiz palatal irá resultar no aumento do overjet e diminuição do overbite. Se os incisivos superiores estão muito retroinclinados resultará em uma relação de incisivos topo a topo. O tratamento de camuflagem em Classe II, com extração dos primeiros prémolares, requer correta angulação dos incisivos para alcançar uma oclusão adequada e relação dos incisivos correta. O torque labial e a redução interproximal dos dentes anteriores inferiores deverão ser considerados quando os incisivos inferiores estão excessivamente proclinados. ARAT et al. (2008) analisaram 77 pacientes com MAA no período pós-puberal, sendo 60 do sexo feminino e 17 do masculino, em uma média de idade de 16.2 a 25 anos, no qual observava-se análise cefalométrica e análise visual de cada caso, com observações de vários dentistas. Os pacientes foram divididos em três grupos: hipodivergente, normodivergente e hiperdivergente. Concluíram que as avaliações foram muito divergentes e que quase nunca houve acerto no diagnóstico preciso. E que somente a cefalometria não é adequada para avaliar um caso. FREITAS & SANTOS (2008) consideram que nos casos de maloclusão de Classe II, div. 1, o uso do APM (Aparelho Protrator Mandibular) é muito indicado, tanto por sua eficácia como também por ser de baixo custo e de fácil confecção. O APM pode substituir o aparelho de Herbst, sendo que este também é eficaz, mas com custo muito elevado. GÓIS et al. (2008) analisaram 300 crianças escolares, com idade entre 3 a 6 anos. Foram selecionadas de escolas públicas e privadas. Dividiram-se em dois grupos, um com maloclusões (MAA, mordida cruzada posterior, overjet maior que 3mm) e outro com oclusão normal. Outras variáveis foram questionadas como sucção de chupeta, sucção de dedos e a duração desses hábitos, respiração bucal, cefalometria radiográfica para avaliar a 23 passagem de ar e a sua relação com as adenoides. O fator de risco para a instalação de uma maloclusão é o hábito deletério de sucção após os 2 anos de idade e a respiração bucal. Concluíram que a presença de hábitos de sucção não nutritivos foi associada à maloclusão. Crianças com mais de 2 anos de idade e com respiração bucal apresentaram maior índice de maloclusão. Porém o autor relata ser difícil relacionar esses casos pelo baixo nível de crianças em ambos os grupos. PÉREZ et al. (2008) nos seus estudo examinaram 57 crianças entre 3 e 15 anos, todas com Síndrome de Down. Concluíram que a prevalência da MAA é significativamente mais alta nestas crianças. A MAA não foi associada a distúrbios da fala, seja em crianças com Síndrome de Down ou em crianças normais. Tratamentos ortodônticos mais precoces em crianças com esta síndrome com MAA podem não ser justificados para a melhora da fala, mas há muitas outras condições dentárias para as quais os tratamentos precoces podem ser indicados. BALLANTI et al. (2009) analisaram um grupo de 22 pessoas, 16 mulheres e 6 homens, com MAA, comparados a um grupo de controle com 22 pessoas, sendo 11 homens e 11 mulheres sem MAA e nenhum hábito de sucção. Todos estavam na dentição mista, sem nenhuma história de tratamentos ortodônticos anteriores. Mostraram, em seus estudos, na MAA uma deficiência transversal na região zigomática, na maxila (dentoalveolar e esqueletal) e na mandíbula (gônio e côndilo) quando comparados com casos normais. 24 4. DISCUSSÃO 4.1. Mordida Aberta Anterior: Prognóstico e Autocorreção BIMLER (1997), CAPELLI et al. (2000), MCLAUGHLIN et al. (2002) consideram que o conhecimento sobre crescimento facial é essencial para um diagnóstico preciso das maloclusões. Um crescimento facial anterior aumentado pode levar à instalação de uma MAA esquelética e seu tratamento é diferenciado pra uma MAA dentária. O prognóstico da MAA dentária é mais favorável que uma MAA esquelética. O estudo das diferenças na estrutura facial permite julgar antes do começo do tratamento sobre as perspectivas e probabilidades de sucesso. E nas MAAs dentárias, em que o fator etiológico incide em hábitos deletérios, consideram que a simples remoção desses hábitos, a MAA diminui ou mesmo se fecha por completo. 4.2. Amamentação Natural MIRANDA et al. (2003), BASTOS et al. (2005), HOLANDA et al. (2006) consideram que a amamentação natural é essencial para o bom desenvolvimento do sistema estomatognático do bebê e que deve ser feito no mínimo seis meses. A amamentação artificial pode levar a criança a adquirir hábitos deletérios como sucção de chupeta, dedos e o uso de mamadeira e com isso se instalar uma MAA. 4.3. Etiologia LEWIA (1930), PAUNIO et al. (1993), MENEZES et al. (2000), FERREIRA et al. (2001), MIRANDA et al. (2003), GERMEÇ & TANER (2005), GÓIS (2008) consideram o hábito de sucção não-nutritiva um dos fatores predisponentes para a instalação da MAA. Em dentição decídua, se este hábito não for removido antes da erupção dos dentes permanentes, essa maloclusão pode se agravar e até se tornar uma MAA cirúrgica. Indicam a remoção dos hábitos até os 5 anos de idade. 25 MC NAMARA (1984) considera que a respiração bucal causa obstrução da passagem de ar nasal. Mudanças associadas na postura da mandíbula e a função de músculos relacionados têm sido postulados como causa na mudança do crescimento facial. Esta obstrução da passagem de ar nasal faz com que se instale uma maloclusão. Pacientes respiradores bucais apresentam adenoide e MAA, e a adenoidectomia pode devolver ao paciente as condições normais de respiração, promovendo uma autocorreção da MAA. PÉREZ et al. (2008) concluíram que a prevalência da MAA é mais alta em crianças que apresentam Síndrome de Down, e a MAA não foi associada a distúrbios da fala. O tratamento precoce nessas crianças pode não ser justificado para a melhora da fala, mas há muitas outras condições dentárias para as quais o tratamento precoce pode ser indicado. HOTOKEZAKA et al.(2001) indicam a redução da língua em casos de macroglossia. A língua muito grande fica interposta e o uso de aparelhos impedidores não consegue reeducar a língua. Assim que há a remoção do aparelho, a língua ficará interposta novamente na região anterior causando a MAA. Nestes casos, de macroglossia a cirurgia para redução da parte dorsal é indicada, não apresentando problemas funcionais na mastigação e na deglutição. 4.4. Plano de Tratamento BONI et al. (1997), MENEZES et al. (2000), BROZI et al. (2002), COURA et al. (2000), MACLAUGHLIN et al. (2002), MIRANDA (2003) indicam um tratamento mais precoce possível em casos de MAA em pacientes com dentadura decídua ou mista. Pacientes na idade entre 4 e 6 anos, que apresentam algum hábito deletério e MAA, assim que abandonam o hábito, a MAA diminui ou mesmo se fecha, somente pelo método de conscientização e reforço positivo. Já em casos de dentadura mista, o uso de aparelhos impedidores do hábito deletério faz com que a MAA se feche. Se o tratamento não for realizado precocemente, a MAA pode se tornar uma MAA cirúrgica. A conscientização deve ser feita tanto nas crianças quanto nos pais também. 26 COURA et al. (2000), CHAMBRONE et al (2007) consideram uma idade ideal para intervenção crianças a fase de dentição decídua ou mista, permitindo assim resultados mais eficientes e estáveis ao longo do tempo. O diagnóstico é favorável quando os fatores etiológicos são eliminados precocemente e a correção da disfunção muscular é fundamental para a manutenção dos resultados. 4.5 Aparelhos Utilizados em Mordida Aberta Anterior 4.5.1 Grade Palatina MENEZES et al. (2000), HOTOKEZAKA et al. (2001), ALMEIDA et al. (2003), MIRANDA et al. (2003), ALVIANO et al. (2005), BINATO et al. (2006) acreditam que a grade palatina é o aparelho mais indicado para crianças que apresentam MAA tendo como hábito de sucção não-nutritiva, tais como sucção de dedos, chupeta, sucção labial e/ou interposição lingual. Indicada em dentição decídua ou mista, impedindo a colocação dos dedos ou chupeta, removendo a interposição lingual e assim auxiliando para o fechamento da MAA. A grade palatina mais indicada é a fixa, na qual não há a necessidade da colaboração do paciente. Acreditam na eficácia da grade móvel, mas necessita da colaboração do paciente e há muitas reclamações, com problemas na fala e salivação abundante. 4.5.2 Bionator BOLMGREN & MOSHIRI (1986) indicam o uso do bionator em casos de MAA. Este aparelho produz retração dos incisivos superiores e verticalização. Aumenta o ângulo do plano mandibular, do comprimento mandibular, da altura facial anterior e na erupção dos molares inferiores. 4.5.3 Aparelho Extrabucal (AEB) LOPEZ-GAVITO et al. (1985), ALMEIDA et al. (2002), GANDINI et al. (2003), LIMA & BERNARDES (2006) indicam o uso do aparelho extrabucal de tração alta para se 27 obter uma restrição do crescimento vertical da maxila. Este aparelho possui um torno expansor para que a relação transversal entre os arcos seja mantida, acompanhando a correção ântero-posterior. O uso deve ser de no mínimo de 18 horas com força de 500g para que ocorra a movimentação em massa dos dentes superiores e auxílio no fechamento da MAA. 4.5.4 Esporões Linguais FARRET et al. (1999), FRANCO et al. (2001) concluíram que o uso de esporões linguais utilizados em casos de MAA, apresentaram fechamento dessa mordida num período aproximado de 6 meses. Consideram que os efeitos deletérios da ação da língua na etiologia desta maloclusão estão relacionados com a postura durante o repouso, à medida que esta afeta o padrão da irrupção e posicionamento dos dentes. Os esporões linguais obrigam a língua a adotar uma postura normal de deglutição de repouso e assim faz com que a MAA diminua ou mesmo se feche. Empregados na dentição mista evitam deformidades mais severas na dentição permanentes. 4.5.5 Terapia de Camuflagem com Exodontias DENNY et al. (2007) e SANGCHAREARN (2007) concluíram que a terapia de camuflagem é um tratamento apropriado para quem possui média a moderada discrepância esqueletal e limitado potencial de crescimento, trazendo bons resultados para oclusão, balanço e harmonia facial e estabilidade do tratamento. Este tratamento requer uma correta angulação dos incisivos para alcançar uma oclusão adequada, e se os incisivos superiores estão muito retroinclinados resultará em uma relação de incisivos topo a topo. O torque labial e a redução interproximal dos dentes anteriores inferiores deverão ser considerados quando os incisivos inferiores estão excessivamente proclinados. 28 4.5.6 Intrusão de Molares GURTON et al. (2004) indicam a intrusão dos molares para o fechamento da MAA. Com a intrusão, a MAA se fecha e o tratamento ortodôntico é simplificado. Ressaltam que a intrusão não é difícil de conseguir e o tempo aproximado é de 5 meses. 4.5.7 Placa Lábio Ativa (PLA) GERMEÇ & TANER (2005) concluíram que em casos de pacientes que possuem MAA por sucção labial a PLA é muito indicada, pois impede a sucção labial, fazendo com que o overjet diminua, corrigindo as relações funcionais e oclusão mal posicionada por causa desse hábito deletério e restaurando as estéticas faciais. 4.5.8 Bite Block KUSTER & INGERVALL (1992) indicam o uso de bite-block em casos de MAAs esqueléticas. Fizeram uso de dois tipos de bite-blocks: com molas no 1º molar permanente (usados num período de 1 ano) e com magnéticos nos 1º molares superiores e inferiores. Concluíram que no bite-block com molas a atividade muscular não houve alteração, já no de magnéticos houve alteração na atividade muscular temporal anterior e da mastigação. 4.5.9 Terapia de Berço HUANG et al. (1989) descrevem a terapia de berço como a modificação da língua e sua postura, evitando a instalação ou permanência de uma MAA. 29 4. CONCLUSÃO 1. A Mordida Aberta Anterior é um tipo de maloclusão que geralmente se instala devido à presença de um mau-hábito, o que causa um desequilíbrio no crescimento e desenvolvimento do complexo muscular orofacial. É a falta de contato entre as bordas incisais dos dentes anteriores superiores e inferiores no plano vertical. 2. Se o hábito deletério for removido antes da erupção dos incisivos centrais permanentes, fica menor a probabilidade de surgirem efeitos na dentição permanente em circunstâncias normais, ocorrendo desta forma uma autocorreção. 3. A intensidade, frequência e duração do hábito podem causar deformações de ordem esquelética e dental, havendo a necessidade de utilização de aparelhos ortopédicos, ortodônticos e cirúrgicos, e com um prognóstico bastante desfavorável e com grandes possibilidades de recidiva após o término do tratamento terapêutico. 4. O mais importante é detectar o mau-hábito precocemente, fazer uma análise ortodôntica e pessoal minuciosa do paciente, e intervir o mais precocemente possível a fim de eliminar o mau-hábito e suas sequelas. 5. A idade mais adequada para intervenção é na dentadura decídua e mista, antes do pico de crescimento, que permitirá resultados mais eficientes e estáveis ao longo do tempo. 6. Vários aparelhos foram estudados, tais como grade palatina (fixa e móvel), bionator, aparelho extrabucal, placa lábio ativa e esporões linguais. Todos os aparelhos são efetivos em relação à maloclusão de Classe II com MAA. A grade palatina é o aparelho mais utilizado pelos ortodontistas, por ser de baixo custo e por falta de conhecimento a respeito de outros aparelhos. 30 REFERÊNCIAS ALARASHI, M.; FRANCHI, L.; MARINELLI, A., Morphometric analysis of the transverse dentoeskeletal features of Class II malocclusion in the mixed dentition, Angle Orthodontist, vol.73, n.1, 2003, p.21-25. ALMEIDA, R. R.; PEDRIN, R. R. A.; ALMEIDA, M. R.; FERREIRA, F. P. C.; PINZAN, A.; INSABRALDE, C. M. B., Displasias Verticais: Mordida Aberta Anterior Tratamento e Estabilidade, Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.8, n.4, jul/ago 2003, p. 91-119. ALMEIDA, R. R.; PEDRIN, R. R. A.; ALMEIDA, M. R.; FERREIRA, F. P. C.; PINZAN, A.; INSABRALDE, C. M. B., Displasias Verticais: Mordida Aberta AnteriorTratamento e Estabilidade, Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.8, n.4, jul/ago 2003, p. 91-119. ALVIANO, W.S.; CAETANO, M. T. O.; BOLOGNESE, A. 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