Federação Nacional dos Professores
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Concentração junto ao MEC contou com a participação solidária da
FENPROF
“Vim fazer força para a escola não fechar"
Apontamentos de reportagem: JN | SIC Notícias
Imagens (AL e P. Machado) Atualizado a 25/07
"As escolas são do povo", "A Educação é um direito", "Desistir, nunca!", "As nossas crianças precisam de escolas nas
suas aldeias", "O interior do país também é Portugal", "Desistir nunca!" e "Não ao abate cego de escolas" - estas eram
algumas das mensagens em destaque na concentração realizada no passado dia 24 de julho, junto ao MEC, na "5 de
Outubro", contra o encerramento de escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico.
A FENPROF, solidarizando-se com a luta das populações, também esteve presente, apoiando o protesto de membros de comissões
locais e outros cidadãos, pais e encarregados de educação, dirigentes associativos, autarcas, professores e educadores, oriundos de
diferentes regiões do país, com destaque para as Beiras e o Alentejo.
Entrevistados por várias equipas de reportagem, muitos dos participantes nesta concentração alertaram para as consequências
sociais e demográficas do abate cego de escolas e deram nota das sentidas preocupações das famílias. Um cidadão de Estarreja
interrogava: "Primeirio foi o hospital. Agora, as escolas. Amanhã, o que será?..."
FENPROF com as populações
"As comunidades contam sempre com o nosso apoio nesta luta fundamental em defesa das crianças, do ensino e do futuro",
sublinhou Mário Nogueira.
"Desde há 12 anos já fecharam ao todo cerca de 7 mil escolas num país tão pequeno", alertou o dirigente sindical, o primeiro a abrir
um período de intervenções por parte de vários dos participantes nesta ação.
"Não temos sobre este assunto uma posição fechada. Para a FENPROF, o reordenamento da rede de escolas do 1.º Ciclo deve
obedecer a vários requisitos: distância para a escola de acolhimento; origem dos alunos (por vezes, oriundos de localidades mais
distantes, onde a escola já encerrou); tempo de duração da deslocação diária e adequação do horário do transporte ao do
funcionamento das atividades dos alunos; garantia de melhor condições de trabalho na escola de acolhimento; garantia de resposta
social adequada, nomeadamente ao nível das refeições e ocupação dos tempos livres das crianças; acordo das autarquias e das
populações que deixam de ter escola para as suas crianças. O Governo não respeita nada disto..." - observou Mário Nogueira.
MEC de Crato insiste no quero, posso e mando
Como se ouviu neste protesto na "5 de Outubro", o ensino público e a educação são essenciais para o desenvolvimento das crianças
e jovens. O MEC de Nuno Crato insiste no quero, posso e mando e não respeita critérios nem situações específicas das
comunidades locais.. "Trata-se de um ataque às populações das pequenas freguesias, acelerando o processo de despovoamento e
abandono das zonas rurais", dizia um encarregado de educação do Baixo Alentejo.
O necessário aumento da mobilidade dos alunos acarreta custos acrescidos de transporte e alimentação aos municípios e às suas
famílias, bem como do tempo despendido desnecessariamente nos trajetos diários. Obrigar as crianças a deslocarem-se para fora do
seu meio natural compromete de forma negativa o processo de vinculação com a comunidade em que residem, destruindo o
envolvimento da comunidade e das estruturas familiares de apoio.
Escolas que o MEC fecha sem o acordo das autarquias, crianças encaminhadas para escolas muito afastadas das suas áreas de
residência, escolas remodeladas que agora vão para abate, aldeias condenadas à desertificação, "perdas enormes para as
localidades e as famílias" - os exemplos não faltaram e a determinação no prosseguimento da luta também não. Uma luta relançada
na sequência do anúncio, pelo MEC, em junho passado, de encerramento de mais 311 escolas, "decidido contra tudo e contra
todos", como a FENPROF alertou desde logo. / JPO
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Concentração junto ao MEC contou com a participação