Federação Nacional dos Professores www.fenprof.pt Crato não pode continuar a fugir às responsabilidades! "O senhor Ministro Nuno Crato não pode continuar a ser o buraco negro da Educação. Não pode continuar a fugir às responsabilidades. Tem que dar respostas, tem que ser claro e explicar o que está em preparação..." São palavras de Mário Nogueira na conferência de imprensa de 8 de março (sexta-feira), em Lisboa, realizada após a reunião de dois dias do Secretariado Nacional da FENPROF. Também presentes na Mesa os dirigentes Branca Gaspar (SPGL), Manuela Mendonça (SPN), Anabela Sotaia (SPRC), Joaquim Páscoa (SPZS), Sofia Canha (SPM) e António Lucas (SPRA). O dirigente sindical alertou uma vez mais para a grave situação que se vive no país e para os seus reflexos no dia-a-dia das escolas. Um panorama que será agravado com a concretização do anunciado corte de 4 mil milhões nas funções sociais do Estado. A "espiral negativa" que envolve o país, observou, cresce devido às políticas erradas do Governo, que continua, deliberadamente, a apostar no desemprego , que afeta um número crescente de portugueses, no empobrecimento da sociedade e na eliminação de direitos. Entre os professores, lembrou, o desemprego tem crescido de "forma brutal", como revelam as estatísticas recentemente divulgadas, num cenário marcado também pela redução dos rendimentos mensais. "Não há sensibilidade social", destacou Mário Nogueira, lembrando, a propósito, as recentes (e infelizes) declarações de Passos Coelho sobre o salário mínimo nacional. Municipalização da escola pública: gato escondido com o rabo de fora... Depois de referir que no final do mês decorrerá um concurso nacional em que o MEC "irá fechar mais lugares nas escolas", Nogueira alertou para "os cortes brutais nos salários e nas pensões" e para os objetivos da municipalização do ensino pretendida pelo Governo ("o protocolo do MEC com a Câmara Municipal de Cascais é exemplo expressivo dessas intenções, baseadas, no essencial, na redução de custos da escola pública"). Revelou ainda que a FENPROF vai escrever a todas as Câmaras e Assembleias Municipais do país para se saber o que pensam da municipalização do ensino. "Queremos também conhecer e divulgar o que pensam os partidos" sobre esta matéria. Do ensino profissional aos mega-agrupamentos, passando pela situação dos aposentados As questões do ensino profissional e das politicas de desvio precoce dum número cada vez maior de alunos para as vias profissionalizantes, num quadro de "elitização e desvalorização do ensino", também estiveram presentes na intervenção de Mário Nogueira neste encontro com a comunicação social, tendo lembrado o recente debate realizado pela FENPROF, no último dia de fevereiro, em Lisboa. O Secretário Geral da FENPROF reafirmou as posições da Federação sobre as consequências dos mega-agrupamentos no plano da organização e funcionamento das escolas, lembrando que o principal objetivo do MEC é reduzir postos de trabalho. A situação dos reformados não foi esquecida por Mário Nogueira. "Estão a ser roubados!", alertou, abordando as consequências da soma dos cortes à chamada "taxa de solidariedade". "A Caixa Geral de Aposentações - CGA está em perigo", realçou. Noutra passagem, afirmou que "o Governo quer estoirar com o sistema público de segurança social". Estas manobras do Executivo de Passos Coelho, com as ameaças de privatização do setor, "são preocupantes", concluiu. Ainda antes do período de perguntas e respostas, Mário Nogueira deixou uma saudação especial "neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher". / JPO