14 | NACIONAL | SÁB 17 OUT 2015 PSD esclarece Portas ao “ataque” quer Cavaco a indigitar Passos Orçamento só deverá sair pelo novo governo © Albino Encarnação Operação em curso para “sequestrar votos” O A coligação não recebeu até hoje à hora a que vos falo [cerca das 16:30] uma só linha escrita do PS. PSD defendeu ontem que todos compreenderão que só o novo Governo entregue em Bruxelas o projeto orçamental português, e considerou que a Comissão Europeia está a fazer o seu papel, assim como o executivo PSD/CDS-PP. "Eu julgo que a Comissão Europeia, guardiã dos tratados de acordo com as regras comunitárias, faz aquilo que é seu papel, e o Governo faz aquilo que também é o seu papel", declarou o vice-presidente do PSD José Matos Correia, depois de questionado sobre a insistência da Comissão Europeia na entrega por parte do executivo cessante português de um projeto orçamental em Bruxelas, que deveria ter sido feita até quinta-feira, 15 de outubro. JM FENPROF divulga decisão Prova de avaliação é inconstitucional Federação Nacional dos Professores (FENPROF) quer saber quando vai ser devolvido o dinheiro da prova de avaliação aos docentes que as fizeram e ressarcir quem ficou desempregado na sequência da mesma prova, declarada inconstitucional. A estrutura sindical divulgou ontem, em Coimbra, o acórdão do Tribunal Constitucional (TC), que julga inconstitucional o decreto-lei que institui a prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) para os professores contratados poderem exercer a função docente. A FENPROF quer saber “quando e de que forma” o ministro da Educação, Nuno Crato, vai devolver “o dinheiro que os professores pagaram para se submeterem a uma prova que é inconstitucional e não tem validade nenhuma”, disse o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, que falava numa conferência de A Portas assumiu ontem o protagonismo da coligação. líder do CDS-PP sustentou que há uma operação em curso para sequestrar os votos da coligação, defendeu que o Presidente deve indigitar Passos Coelho a formar Governo e dramatizou as consequências económicas de PCP e BE no poder. "A coligação espera, com serenidade, que o Presidente da República, no exercício das suas competências e após a audição dos partidos, indigite o doutor Pedro Passos Coelho para formar Governo no quadro da coligação que venceu as eleições", afirmou Paulo Portas, que argumentou que há "2,6 milhões de portugueses que votaram na coligação, que têm neste momento o senti- O mento que há uma operação em curso para sequestrar o seu voto". À saída de uma reunião com a Confederação Empresarial, Paulo Portas frisou ainda que à hora que falava (cerca das 16:30) aqueles partidos ainda não tinham recebido "uma linha" do PS em resposta às propostas enviadas por PSD e CDS-PP aos socialistas, na terça-feira à tarde, para "um compromisso" para "a governabilidade". "A coligação não recebeu até hoje à hora a que vos falo [cerca das 16:30] uma só linha escrita do PS no sentido de nos dizer se consideram que a nossa proposta não é suficiente, então, para eles o que seria suficiente", afirmou, considerando que "os portugueses podem medir quem é que está neste processo com autenticidade e boa-fé". Portas insistiu que "é absolutamente evidente" do ponto de vista da tradição constitucional e do "bom senso da população", que "quem vence as eleições deve receber o mandato para a formação do governo". "Está em curso uma tentativa de alterar esse princípio de bom senso e, porventura, o doutor António Costa não tem bem a noção do sentimento que está a gerar na sociedade portuguesa. Não são apenas os 2,6 milhões de portugueses que votaram na coligação, que têm neste momento o sentimento que há uma operação em curso para sequestrar o seu voto. JM imprensa, hoje, à tarde, em Coimbra. É também necessário saber como e quando vai o Ministério da Educação e Ciência (MEC) ressarcir os docentes que, no âmbito da PACC, não foram colocados e ficaram “impedidos de trabalhar”, defendeu Mário Nogueira, salientando que Nuno Crato não pode empurrar a solução dos problemas suscitados pela prova de avaliação, para a qual foi alertado, "designadamente pelo provedor de justiça, que era ilegal". JM ©DR Proibição de se ausentar de Portugal e contactar outros arguidos José Sócrates em liberdade ex-primeiro-ministro José Sócrates foi libertado ontem, embora fique proibido de se ausentar de Portugal e de contactar com outros arguidos do processo da “Operação Marquês”, informou o Ministério Público (MP). Também o empresário Carlos Santos Silva, amigo de longa O data do ex-primeiro ministro socialista e arguido na “Operação Marquês”, viu alterada a medida de coação, deixando de estar em prisão domiciliária, refere uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR). “O MP promoveu, e o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) deferiu, que a medida de coação de obrigação de permanência na habitação, aplicada a José Sócrates e a Carlos Santos Silva, seja substituída pela proibição de ausência do território nacional, sem prévia autorização, e pela proibição de contactos, designadamente com outros arguidos no processo”, acrescenta a nota da PGR. JM Sócrates deixa de estar em prisão domiciliária.