Escola Secundária / 3 de Vila Verde A vontade de ter um filho é um sentimento primitivo e inato. Mas,… Nem sempre a capacidade de dar continuidade à espécie, se pode tornar, naturalmente, realidade. Com a realização deste trabalho pretendemos conhecer as causas que levam à infertilidade masculina, bem como algumas técnicas para prevenir a infertilidade. Sobre as causas da infertilidade vamos abordar duas situações: uma relativa à secreção de hormonas indispensáveis ao processo de fertilização relacionado com problemas no hipotálamo ou na hipófise; e outra relativa à acção de factores externos que intervêm na produção de espermatozóides. Infertilidade representa a incapacidade de conceber após um ano de relações sexuais não protegidas (seis meses se a mulher tem mais de 35 anos de idade) ou a incapacidade de manter a gravidez até ao fim. Quando um casal tem dificuldades em gerar um filho, o que fazer? O primeiro passo é determinar , por meio de procedimentos médicos, as causas desse facto. Procedimentos médicos relativamente aos homens: -Análises hormonais para quantificação de gonadotrofinas e testosterona; -Exame médico para permitir fazer um rastreio às principais causas orgânicas; -Realização de um espermograma para avaliar a quantidade e qualidade dos espermatozóides do sémen; -Testes genéticos para despistagem de doenças associadas à produção de espermatozóides; -Biopsia aos testículos -Análise à urina para verificar se há microrganismos responsáveis por doenças sexualmente transmissíveis. A infertilidade masculina encontra-se, principalmente, associada à produção de espermatozóides e à impotência. Produção média de espermatozóides na população humana Variação da fertilidade em função do nº de espermatozóides Variação da produção de espermatozóides nas últimas décadas O que se pode referir da análise dos gráficos? O valor médio de espermatozóides libertados em cada ml de sémen ejaculado na maioria dos homens é cerca de 80-100 milhões de espermatozóides. A % de gravidezes por ciclo em função do nº de espermatozóides aumenta até cerca de 100 x 106 /ml de esperma, estabilizando, seguidamente. A produção de espermatozóides tem vindo diminuir ao longo das últimas décadas para valores próximos dos 75 x 106 / ml de sémen, em que ocorre uma diminuição de gravidezes. A fertilidade do homem depende de vários factores: Produção adequada de gonadotropinas que actuam na estimulação da espermatogénese; Testículos capazes de responder àquelas hormonas, produzindo esperma; Sistema de ductos intactos para expulsão de esperma ( ao nível dos canais deferentes, ao nível dos epidídimos, da próstata e uretra); Sistema nervoso intacto para controlo da erecção peniana e ejaculação; Produção de fluido seminal e prostático. Da alteração nalgum destes factores pode advir infertilidade. A morfologia, o número e a mobilidade dos espermatozóides são importantes para a fecundação do oócito II MORFOLOGIA DO ESPERMATOZÓIDE A B A- espermatozóide normal, com forma oval B- espermatozóides anormais. A morfologia do espermatozóide (forma e estrutura) pode causar infertilidade, devido aos espermatozóides terem cabeças não ovais, peças intermédias partidas ou mal formadas, ou flagelos não capazes de se movimentarem, apresentando dificuldades em fecundar o oócito II e de se deslocarem nas vias genitais femininas. Para que não haja infertilidade masculina, aproximadamente 60 % dos espermatozóides, devem ter morfologia normal NÚMERO DE ESPERMATOZÓIDES Normalmente, durante uma ejaculação expulsam-se 2 a 5 ml de sémen, possuindo 15 a 250 milhões de espermatozóides por mililitro. Se não existirem espermatozóides diz-se que há azoospermia ou, então, os espermatozóides podem existir em número muito reduzido. MOBILIDADE DOS ESPERMATOZÓIDES Cerca de 50% dos espermatozóides produzidos devem ter mobilidade e, 25% devem movimentar-se rapidamente, tendo uma estrutura e forma próprias para a locomoção. A infertilidade pode dever-se a cuja incidência tem vindo a aumentar, alterando a estrutura e funcionamento dos testículos, cancro testicular. Evolução do nº de cancros testiculares em países nórdicos. Segundo o Dr. Fernando Carreira, director do Serviço de Urologia do Hospital de Pedro Hispano, em Matosinhos, num espaço de tempo de 23 anos (19731996), os números apontam para um aumento de incidência de cancro testicular de 51% nos homens brancos, enquanto que a incidência nos homens negros tenderá a menor aumento, cifrando-se abaixo dos 18%. A mortalidade nesse espaço de tempo diminuiu em 70%. Os factores ambientais poderão afectar os testículos e a espermatogénese ? Acção/ exposição Acção/ exposição Diminuição do nº de espermatozó ides Condução prolongada Contacto com solventes orgânicos (ex: produção de plásticos- acetona) Trabalho em fundições metalúrgicas, com elevadas temperaturas Exposição mercúrio. a vapor de Calor ( sauna, banho com água muito quente, roupas muito justas) Exposição a radiações ( ex. radares militares ) Radiactividade Formas anormais dos espermatozóides Modificações no transporte dos espermatozóides Modificação hormonal/ desempenho sexual A impotência é uma disfunção sexual que também é responsável pela infertilidade masculina, podendo ser causada por desregulações hormonais, neurológicas, psicológicas, doenças ou drogas. O tabaco também afecta a espermatogénes e, assim como outras drogas. O álcool pode provocar Um efeito depressor no Sistema nervoso, dificultando A erecção e a ejaculação durante o acto sexual. Problemas na produção de espermatozóides Neste grupo estão doenças da hipófise, da tiróide ou das supra-renais (todas são glândulas que produzem hormonas necessárias para a produção de espermatozóides); traumas ou problemas congénitos dos testículos; problemas provocados pelo uso de medicamentos, agrotóxicos ou irradiação do testículo; ou varicocele (varizes nas veias dos testículos) Problemas no Caminho dos espermatozóides até ao oócito II Neste grupo estão os distúrbios de ejaculação, alguns distúrbios do sistema imunológico (que em alguns casos podem destruir os espermatozóides produzidos pelo próprio organismo), alterações congénitas ou quistos das vesículas seminais, obstruções por malformação congénita, por cirurgia de vasectomia, ou por cicatrizações de infecções no local e ejaculação retrógrada (que pode ser devido a acidentes ou, principalmente, a cirurgias da próstata. Síndrome de Klinefelter; Criptorquidia; Varicocele ; Defeitos do cromossoma Y ; Orquites virais (papeira) ; Orquiepididimites ; Intoxicação ou uso crónico de algumas substâncias como maconha, cetoconazol, cimetidina, antiandrogênicos, drogas antineoplásicas ; Radiações ionizantes ; Hipertermia ; Anticorpos anti-espermatozóides; Traumatismos directos ; Torção do cordão espermático ; Doenças crónicas debilitantes ( anemia falciforme,etc) Em síntese: Infertilidade masculina: tipo, causas e procedimentos clínicos para tratamento. O diagnóstico precoce é a melhor forma de prevenir algumas causas da infertilidade; evitar os agentes desencadeadores de algumas causas, tais como: consumo de drogas e de álcool, vestuários justos, banhos a altas temperaturas, exposição a radiações, doenças sexualmente transmissíveis (uso preservativo), etc. O assunto da infertilidade e suas causas é extenso e complexo, o que requer estudos multidisciplinares para que se possa actuar com certeza, decisão e segurança para investigar e tratar adequada e satisfatoriamente uma condição que gera muita ansiedade além de ser muito frustrante para o seu portador. O primeiro passo para um tratamento bem sucedido e a consequente gravidez da parceira, é o correcto diagnóstico da situação. Muitas causas de infertilidade masculina podem ser corrigidas; outras, apesar da impossibilidade, poderão ser contornadas com diversos métodos disponíveis de fertilização em laboratório. RIBEIRO, Elsa et al, Biodesafios, Biologia 12º ano, vol.1, Edições ASA, 1ª edição. (2005) Sites da Internet: http://guiadobebe.uol.com.br/planej/infertilidade_masculina.h tm http://www.gineco.com.br/infert13.htm http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=414 2&ReturnCatID=1794 Trabalho Realizado Pelos Alunos do 12ºC: Estelle Costa nº7 Rafael Painço nº18 Sara Bezerra nº20 Helena Leitão nº30 Ano lectivo 2006/2007 Biologia