Prevenção da Encefalopatia Espongiforme Bovina
(EEB)
Serviço de Sanidade Agropecuária – SEDESA
Superintendência Federal de Agricultura no Estado de São Paulo - SFA
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA EEB
Organograma simplificado dos setores do MAPA envolvidos nas ações da política sanitária
de prevenção da EEB.
MAPA
SDA
SISBOV
CGAL
DIPOA
DFIP
DSA
CGCD
CRHE
 Responsabilidades CRHE
- Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros – PNCRH
- Prevenção da Encefalopatia Espongiforme Bovina – EEB
- Controle da Paraplexia Enzoótica dos Ovinos (scrapie)
EEB - Encefalopatia Espongiforme Bovina
“Doença da Vaca Louca”
•
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•
•
•
•
Espécies afetadas:
Naturalmente em bovinos;
Pode acometer humanos (por contaminação de alimentos ou em
produtos médicos de uso injetável): causa a Nova Variante da Doença
de Creutzfeldt-Jacob (v-DCJ);
Recentemente ocorreu em uma cabra na França;
Experimentalmente é possível infectar e desenvolver a doença em
vários mamíferos;
Em bovinos naturalmente infectados o agente concentra-se no encéfalo,
medula espinhal e retina (materiais de risco específico - MRE)
Epidemiologia:
• Primeiros casos diagnosticados em 1986, no Reino Unido
• Principal forma de transmissão = alimentos contaminados
• Período de incubação de 2 a 8 anos (média de 5 anos)
• Maioria dos animais infectados quando jovens
• Maioria dos animais afetados entre 4 e 5 anos de idade
• Sem predileção aparente por sexo ou raça
• Notificada na Europa, América do Norte e Ásia (casos autóctones)
Sinais clínicos da EEB
Distúrbios do comportamento:
Nervosismo Apreensão Medo Ranger de dentes
Distúrbios da sensibilidade:
Hipersensibilidade ao toque, ao
som e à luz
Distúrbios da locomoção:
Hipermetria
Ataxia
Prevenção da EEB
A EEB é uma doença diferente!
•
•
•
Agente etiológico: proteína infecciosa de conformação anormal
Modo de transmissão: naturalmente por via oral (fonte de infecção comum a um rebanho em
determinado período)
Período de incubação: longo, de 4 a 7 anos (implica em rastreabilidade da fonte de infecção e do
rebanho exposto)
Fonte de infecção comum
Febre aftosa
EEB
 Não é uma doença de tipo epidêmico, mas tem grande
impacto no comércio internacional
POPULAÇÃO MUNDIAL DE BOVINOS
COMERCIAIS (em milhões de cabeças)
Brasil
207
Índia
180
China
117,7
EUA
96,7
Argentina
50,7
México
28,6
28,5
Austrália
Fonte: FAO
21,4
19,4
Rússia França
12,7
Alemanha
 Representatividade mundial da produção de carne
bovina brasileira
Fator
Representatividade
mundial (%)
Ranking
mundial
Rebanho
20,3
1º
Produção de carne
18,2
2º
Consumo de carne
13,5
3º
Exportações de carne
32,8
1º
Fonte: USDA/MDIC/CONAB/Scot Consultoria (dados agosto/2007)
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA EEB
I. PREVENÇÃO DA ENTRADA
DO AGENTE
II. VIGILÂNCIA – exames EET
na população-alvo
Mesmo que a doença ultrapasse a “primeira barreira” e o sistema de vigilância não
detecte a sua presença, com a adoção de medidas de mitigação de risco, o agente não
encontraria condições favoráveis para a sua propagação e manutenção na população
bovina, resultando em sua extinção.
III. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DE RISCO
SITUAÇÃO SANITÁRIA
IDEAL = MÍNIMO RISCO
PARA EEB
CONTROLE DA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES:
- CONTROLE DA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES À CAMPO (CAMA-DE-AVIARIO E SUBPRODUTOS DE
ABATE)
- VIGILÂNCIA NO ABATE DE EMERGÊNCIA E PROIBIÇÃO ABATE BOVINOS IMPORTADOS DE PAISES DE RISCO
- REMOÇÃO DO MATERIAL DE RISCO ESPECÍFICO (MRE) NOS MATADOUROS
- ADOÇÃO DE “ESTERILIZAÇÃO” (133º/20’/3bar) NAS GRAXARIAS
- CONTROLE DAS FÁBRICAS DE RAÇÃO (evitar contaminação cruzada - ração de ruminantes com FCO)
- CONTROLE DA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS DE ABATEDOUROS – uso seguro como fertilizantes
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA EEB
I. PREVENÇÃO DA ENTRADA DO AGENTE
DSA:
PROIBIÇÃO DE IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS DE RISCO DE
PAÍSES CONSIDERADOS COMO DE RISCO
ANÁLISE DE RISCO PARA IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS
II. VIGILÂNCIA – exames EET na população-alvo
DSA:
- Em suspeitas clínicas de EEB (bov +24 m c/ doença nervosa ou
comportamental + 15 dias);
- Ruminantes negativos p/ raiva;
- Ruminantes encontrados mortos s/ causa determinada;
- Ruminantes com doença caquetizante progressiva;
- Bovinos importados de países de risco
DIPOA:
- Ruminantes mortos durante o transporte ao matadouro e enviados
ao abate de emergência.
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA EEB
Mesmo que a doença ultrapasse a “primeira barreira” e
o sistema de vigilância não detecte a sua presença,
com a adoção de medidas de mitigação de risco, o
agente não encontraria condições favoráveis para a
sua propagação e manutenção na população bovina,
resultando em sua extinção.
SITUAÇÃO SANITÁRIA
IDEAL = MÍNIMO
RISCO PARA EEB
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA EEB
III. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DE RISCO
 Estabelecimentos de abate
- Inspeção na recepção dos animais e ante-mortem
- Vigilância no abate de emergência
- Remoção dos materiais de risco específico para EEB (MRE), que não
podem ir para a graxaria (rendering)
MRE = cérebro, olhos, medula espinal, tonsilas e terço final do intestino
de ruminantes
 Processamento de subprodutos de origem animal (rendering)
- Estabelecimentos sob registro federal
- Normas de boas práticas de fabricação
- Não processam MRE e nem animais mortos
- Processamento de esterilização (133ºC/3bar/20’)
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA EEB
III. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DE RISCO
 Indústrias de alimentos para animais
- Estabelecimentos sob registro federal
- Devem processar subprodutos de origem animal provenientes de
estabelecimentos inspecionados
- Restrição do uso de proteína de ruminantes em alimentos para
ruminantes desde 1996
- Normas de boas práticas de fabricação
- Alimentos com proteína animal (para não ruminantes) contêm na
embalagem o aviso:
“PROIBIDO NA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES”
- Monitoramento com plano de amostragem do MAPA desde 2001
- Separação de plantas produtoras de alimentos para ruminantes e
não ruminantes (usam FCO)
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA EEB
III. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DE RISCO
Vigilância em alimentos para ruminantes em estabelecimentos de
criação:
Coleta e envio de amostras de alimentos para detecção proteína animal
a. Vigilância ativa: nº mínimo de amostras por Unidade Federativa (Norma
Interna DSA nº 1/2005)
b. Vigilância Passiva: central de atendimento (ligação gratuita) para
receber denúncias, que são investigadas pelo serviço de defesa animal (tel.
nº 08007041995)
Desde 1996: Proibição de proteína de ruminantes (exceto lácteas e outras)
na alimentação de ruminantes
A partir de 2004: Proibição de proteína animal na alimentação de ruminantes
A cadeia epidemiológica EEB e ações da política sanitária
Entrada do agente no pais –
importação bovinos/alimentos
Controle da
importação
- Vigilância na população-alvo
Morre na fazenda
Ingestão de alimento
contaminado
Bovino
infectado
Não permitir a
reciclagem do agente
Matadouro
Vigilância no abate de
emergência
Remoção de material de
risco para EEB
Controle da alimentação
de ruminantes
Vigilâncias ativa e passiva
Criações de aves e suínos
Outros fatores de risco
Conhecimento dos riscos
(sistemas de produção; potencial
contaminação de alimentos p/
ruminantes)
-Esterilização das farinhas
- Controle de origem (s/ MRE)
Fábrica de ração
Controle contaminação
cruzada
Graxaria
Avaliação de situação sanitária para EEB
Avaliação do status sanitário da OIE quanto à EEB depende de:
1. Avaliação de risco revisada anualmente (considera a avaliação
da difusão do agente e da exposição ao agente – controle dos
alimentos e da alimentação dos ruminantes)
2. Educação em saúde e treinamento de médicos veterinários
(conscientização e capacitação dos atores envolvidos).
3. Notificação obrigatória e investigação dos bovinos acometidos por
doenças nervosas
4. Sistema laboratorial para diagnóstico da EEB – laboratórios
credenciados (auditáveis) e os resultados dos testes, que são
convertidos em pontos.
A recategorização para risco insignificante depende de aprimorar
e efetivamente adotar as medidas de mitigação de risco,
adequadas ao grande desafio externo do Brasil (importação de
milhares de bovinos de países de risco)
Análise de risco brasileira para EEB
Principais conclusões:
 apesar de mínima, existiu a possibilidade do agente da
EEB ter sido introduzido no País por pelo menos um
animal importado e infectado;

antes de 1996 (feed ban) esse agente teria encontrado
condições para sua amplificação, podendo ter
acometido alguns poucos animais nativos e sua
existência não ter sido detectada pelo sistema de
vigilância vigente na época;

em regiões específicas no País há possibilidade de
existência de condições propícias para a formação de
ciclos epidemiológicos completos da EEB - áreas de
risco
A percepção da problemática da EEB
internamente
Conscientização do
consumidor nacional
OUVIDORIA DO MAPA
DENUNCIA Nº 21083 – MS
Vimos da mesma forma informá-lo que minha esposa, Maria de Lourdes Pinto Fernandes, 66 anos, é vítima da doença de
Creutzfeld-Jackob (DCJ) .................................As respostas às nossas perguntas, tanto por parte dos órgãos competentes
como de profissionais da área da saúde (por exemplo, quanto à hipótese de que a variante da DCJ não acometeria pessoas
de mais idade) não têm diminuído nossas inquietações. Da mesma forma, tem nos chegado denúncias da utilização, no
Estado, da “cama de frango”, farinha de ossos e farinha de carne na alimentação bovina, o que tem nos alarmado.
Nossa expectativa e esperança é que investigações científicas e imparciais levem a ações que minimizem nossas angústias,
não somente em relação a minha esposa, mas a toda a população.
Certos de contarmos com seu apoio e deste Ministério, pedimos sua atenção para o assunto e aguardamos retorno o mais
breve possível. Grato.
Waldemar Fernandes e família
Dourados, 22 de dezembro de 2007.
Crescente contaminação de alimentos para ruminantes
(uso cama-de-aviário)
-Não há como fiscalizar 100% das propriedades
-Falta de punição aos infratores
AUMENTO DO RISCO
DE EEB NO PAÍS
(principalmente nas
áreas de risco)
Prevenção da EEB
Vigilância
- Passiva
- Notificação obrigatória de doenças exóticas:desde 1934
- Notificação obrigatória de EEB: desde 1997 (Portaria nº 516/97)
Diagnósticos para EEB:
Realizados por 3 laboratórios (2 credenciados pelo MAPA –
IMA/MG e IB/SP e
um laboratório oficial – LANAGRO/PE)
Histopatologia
Imunoistoquímica
Algumas publicações sobre a EEB (vigilância
e prevenção)
Avaliações de situação sanitária para
EEB
OIE (Organização Mundial de Saúde Animal)
-Categorias de risco para EEB: Insignificante, controlado e
indeterminado
- Classificação atua do Brasil: Controlado – o que tem causado
problemas para evitar importações de risco e para manter as
exportações de produtos de ruminantes
Principal problema de exportação:
Envoltórios intestinais de bovinos (casings) para fabricação de
embutidos para União Européia
A recategorização para risco insignificante depende de aprimorar e
efetivamente adotar as medidas de mitigação de risco, adequadas ao
grande desafio externo do Brasil (importação de milhares de bovinos de
países de risco)
Estratégias de Prevenção e Gestão de Risco
de EEB no Brasil
Identificação de áreas de risco – Fatores de risco
Risco
Conceito
1
Região com criação de bovinos de leite em sistema intensivo ou semi intensivo ou passível de
ingestão regular concentrado (tipo creepfeeding)
2
Região com criação de bovinos + aves ou suínos industriais na mesma propriedade
3
Região com grande oferta de cama de aviário e com produção de bovinos em sistema intensivo ou
semi intensivo.
4
Região de escassez de forragens e com criação de bovinos em sistema intensivo ou semi intensivo.
5
Região com graxarias próximas à criação de bovinos consideradas tecnificadas
6
Região com produção de FCO (resíduos de frigoríficos) e sem fábricas de ração para não
ruminantes.
A – Alto uso de concentrado em criações bovinas. (Riscos 1 e 2)
B – Maior risco de alimentação cruzada. (Riscos 3 e 4)
C – Maior risco de fornecimento direto de FCO a bovinos (Riscos
5 e 6)
Coordenação da Raiva dos Herbívoros e
das EET – CRHE
Serviço de Sanidade Agropecuária SFA/SP
Fiscais Federais Agropecuários
Elaine Fátima de Sena
DSA/SDA-DF
Juliana Moreira
Patrícia Pozzetti
SEDESA/DT/SFA-SP
Fone: (61) 3218 2236 - Fax: (61) 3224 4180
[email protected]
(11) 32515742 – r. 1316
[email protected]
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Prevenção da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB)