Promogran ™ & Promogran ™ PLUS made PRODUCTS FOR PRACTICE easy Volume 1 | Edição3 | Maio de 2010 www.woundsinternational.com Introdução Este artigo descreve detalhadamente a composição, o modo de acção, a evidência e a aplicação prática de uma geração de tratamentos tópicos avançados que contêm colagénio e celulose regenerada oxidada, e que foram desenvolvidos para garantir a cicatrização de feridas crónicas. É importante que os profissionais de saúde saibam como e em que situações usar estes tratamentos avançados, para que possam proporcionar cuidados eficientes e eficazes a pacientes com feridas. Autores: Cullen B, Ivins N. Na página 5 encontra-se informação completa acerca dos autores. O que é o PROMOGRAN? A matriz moduladora da protease PROMOGRAN é um tratamento tópico avançado para feridas crónicas com potencial de inverter no sentido positivo a dinâmica da ferida, promovendo a cicatrização, podendo contribuir para uma melhoria dos resultados em pacientes com feridas estagnadas ou com dificuldade de cicatrização1-3. O PROMOGRAN é uma matriz absorvente de poros abertos, esterilizada e liofilizada, composta por 55% de colagénio e 45% de celulose regenerada oxidada (CRO). Ambos os compostos são materiais naturais que se decompõem ou são reabsorvidos quando colocados na ferida. Ao entrar em contacto com o fluido/exsudado da ferida, a matriz de colagénio/CRO absorve o líquido, formando um gel suave. Isto permite ao penso adaptar-se ao formato da ferida e entrar em contacto com todas as áreas da mesma. O gel liga-se fisicamente às proteases nocivas que se encontram dentro da ferida – tanto a matriz de metaloproteases (MMP) como a elastase – e torna-as inactivas. Além disso, associa-se com naturalidade a factores de crescimento, impedindo que estes sejam anulados por proteases nocivas. À medida que a matriz se decompõe lentamente, os factores de crescimento são libertados e devolvidos à ferida de forma activa, enquanto que as proteases nocivas se mantêm inactivas4. O que é o PROMOGRAN PLUS? A matriz de equilíbrio de ferida PROMOGRAN PLUS é uma versão do PROMOGRAN que contém prata, proporcionando protecção contra bactérias e permitindo, ao mesmo tempo, que o processo de cicatrização progrida. Apesar de a combinação destes materiais ser muito simples em teoria, na prática foi bastante complicado encontrar a concentração óptima de prata capaz de evitar efeitos adversos no crescimento celular. Investigações laboratoriais revelaram que a fórmula ou combinação óptima implicava a preparação de um composto de prata-CRO com 1% de concentração. Além disso, o PROMOGRAN PLUS contém mais colagénio e CRO do que o PROMOGRAN, o que aumenta a densidade geral do produto e prolonga o tempo de biodegradação do colagénio e da CRO na ferida. Este facto é importante na medida em que, existindo um grau elevado de contaminação biológica, os níveis de exsudado são também elevados. Como são fabricados os produtos? Ambos os produtos são formados num preparado de colagénio e de fibras de celulose oxidada regenerada em suspensão líquida. No caso do PROMOGRAN PLUS, as fibras de prata-CRO são acrescentadas nesta fase. A suspensão é então congelada e submetida a vácuo. Neste estado de congelação, a água é retirada da formulação na forma de cristais de gelo, sublimando (transformação directa do estado sólido ao estado gasoso) sob o efeito do alto vácuo, sendo gradualmente removida do material congelado. Após a remoção total da água, o colagénio/CRO restante permanece como estrutura 3D. Este processo de desidratação (conhecido como liofilização) permite que as propriedades estruturais destes materiais naturais sejam preservadas, sendo recorrentemente usado pela indústria farmacêutica para preparar formulações medicamentosas altamente estáveis. Os produtos são elaborados em lâminas com 3 mm de espessura, que se cortam em fragmentos hexagonais. As feridas apresentam geralmente uma forma mais circular, mas produzir pensos com formato circular gera grande quantidade de desperdício no processo de produção. Este produto foi, por isso, moldado em peças hexagonais, o que proporciona um padrão repetitivo, minimizando o desperdício e garantindo que cada fragmento apresente forma muito próxima da circular. Qual é o papel do colagénio? O nome colagénio deriva de “Kolla”, palavra grega que significa cola. Apesar de o colagénio ser conhecido pelos romanos desde o ano 50 d.C., a sua estrutura não foi claramente estabelecida até 1955, e só na década de 1970 se descobriu que o colagénio fazia parte de uma família de proteínas com pelo menos 28 membros6. Actualmente, o colagénio é reconhecido como uma importante proteína estruturante que está presente em todos os animais e é usada para sustentar e ligar tecidos corporais e órgãos internos. É uma das proteínas mais abundantes no corpo humano, representando 25% do total das proteínas e sendo um dos constituintes principais da pele, dos ossos, dos tendões, dos músculos e da cartilagem7. Trata-se de uma proteína extremamente importante que apresenta um conjunto único de propriedades físicas e biológicas essenciais ao funcionamento do organismo. O colagénio apresenta elevada resistência à ruptura e tem um papel importante na reparação tecidular (Quadro 1). Tem sido amplamente usado num vasto leque de áreas médicas, entre as quais cicatrização de feridas, hemostase, suturas, válvulas cardíacas artificiais 1 Promogran™ & Promogran ™ PLUs Quadro 1 Papel do colagénio na reparação tecidular n Ajuda a parar o sangramento (propriedades n Tem uma baixa resposta inflamatória e hemostáticas) n n n n antigénica, não causando reacção adversa (mesmo quando se usa colagénio de espécies diferentes)8,9 Promove a acumulação de colagénio novo e reduz a contracção da ferida10 Os fragmentos de colagénio (peptídeos – formados com a degradação do penso)11 podem atrair células para a área ferida (quimiotaxia) e induzir crescimento celular (proliferação celular)12 Os peptídeos de colagénio degradamse em aminoácidos, os quais podem ser reutilizados pelas células, auxiliando a formação de novas proteínas Reduz a actividade das MMP, um efeito que ajuda a controlar o ambiente proteolítico na ferida crónica13 e artérias artificiais, tratamento de hérnias e ampliação de tecidos moles. O colagénio tipo 1 é o mais utilizado e pode ser isolado da pele (pele animal) ou tendões. Qual é o papel da CRO? A celulose é um biomaterial natural encontrado na maior parte da flora (constituindo cerca de um terço da matéria vegetal), o que faz com que seja o biomaterial mais abundante na Terra. Na sua forma natural não pode ser digerido ou decomposto pelos seres humanos e consequentemente, a sua utilidade é limitada. No entanto, quando modificado quimicamente através de oxidação, esta matéria é prontamente decomposta e absorvida pelo organismo14. O processo regenerativo produz fibras de diâmetro uniforme que oxidam de forma reproduzível, criando um material de características físicas e químicas consistentes. A CRO é usada clinicamente há mais 50 anos, sendo reconhecida mais habitualmente como o biomaterial usado em agentes hemostáticos15. Quimicamente, a celulose e a CRO são classificadas como polissacarídeos, moléculas de açúcar ligadas que formam um polímero; no caso da CRO, os principais componentes são a glucose e o ácido glucorónico. Quando as fibras de CRO absorvem fluidos como PRODUCTS FOR PRACTICE made easy a solução salina ou o exsudado da ferida, dilatam-se e transformam-se num gel, decompondo-se nos seus componentes básicos (açucares), os quais podem ser completamente absorvidos16,17. À medida que a CRO se decompõe, o acido glucorónico é libertado, o que tem como efeito a diminuição do pH; pensa-se que o pH baixo ajuda a controlar o crescimento bacteriano graças à sua inibição. Estudos in vitro demonstraram que, além das suas propriedades bactericidas, a CRO estimula a migração e o crescimento celular 19,20. Os estudos também revelaram a sua capacidade para reduzir os níveis de protease (especificamente a elastase neutrófila humana e as MMP), eliminar os radicais livres e controlar os iões de metal em excesso 20,21. Como funcionam os pensos? Tem-se demonstrado que as feridas crónicas contêm níveis elevados de citoquinas, radicais livres e proteases, o que cria um ambiente hostil na ferida, prejudicial à cicatrização22-24. O facto perpetua a cronicidade da ferida, o que causa mais dano tecidular e degradação das principais moléculas funcionais. Incluemse aqui os factores de crescimento, que são necessários para estimular o crescimento celular e a produção de novo tecido25,26. A presença de bactérias agrava o problema e amplifica um ambiente hostil já existente, aumentando a resposta inflamatória através do aumento dos níveis de proteases bacterianas27, 28 (Figura 1). Quadro 2 O papel do colagénio/CRO na cicatrização de feridas Reduz a actividade da protease, incluindo as MMP e a elastase neutrófila humana n Reduz a inflamação (elimina radicais livres e controla os iões metálicos) n Controla a contaminação bacteriana n Protege os factores de crescimento de se degradarem n Estimula o crescimento celular e a infiltração celular na área ferida n Efeito nas proteases Muitos estudos demonstraram que as MMP e as proteases séricas se encontram em níveis elevados nas feridas crónicas. Em particular, tem-se demonstrado que as MMP-8 e 9 e a elastase neutrófila humana, proteases com origem inflamatória, são as proteases mais predominantes no ambiente das feridas crónicas29,32,33. Estudos publicados demonstraram que o colagénio/CRO reduz a actividade das MMP e da protease sérica, sendo particularmente eficaz contra a MMP-8, a MMP-9 e a elastase29. Além disso, a combinação do colagénio com a CRO é mais eficaz na redução dos níveis de protease do que cada um dos componentes por si só34. Esta redução da actividade da protease é rápida e sustentada, mesmo se o material se degradar. Estudos clínicos e in vitro29,31-35 demonstraram que o nível de citoquinas inflamatórias e de proteases é reduzido na presença do colagénio/CRO. A sua capacidade de eliminar Figura 1 Ambiente da ferida crónica É importante corrigir esta bioquímica subjacente para se iniciar a cicatrização. O PROMOGRAN e o PROMOGRAN PLUS podem ser utilizados para modificar o ambiente da ferida. Estes produtos podem reduzir os factores prejudiciais, como sejam as proteases, os radicais livres e os iões metálicos em excesso, protegendo simultaneamente os factores positivos, como proteínas matriz e factores de crescimento, levando a um aumento geral na formação de novo tecido e promoção da cicatrização (Quadro 2)19,20,29- 31. Níveis elevados Proteases MMPs Contaminação biológica / Citoquinas infecção inflamatórias Factores Proliferação de celular crescimento Níveis baixos 2 radicais livres, que resultam da inflamação, e de controlar as endotoxinas e iões metálicos em excesso capazes de induzir mais inflamação, como o ferro e o zinco, contribui indirectamente para o seu efeito favorável no que respeita ao processo inflamatório20. desempenho nas úlceras de pé diabético, úlceras causadas por pressão e úlceras venosas dos membros inferiores2,3,38-41. Além dos ensaios publicados, muitos estudos de caso descrevem os efeitos benéficos destes pensos num amplo leque de feridas42-45. Efeito na contaminação biológica Embora estes estudos demonstrem a eficácia clínica do PROMOGRAN e do PROMOGRAN PLUS, não focam a natureza interactiva destas matrizes. No entanto, vários investigadores desenvolveram investigação clínica para examinar o mecanismo pelo qual o colagénio/CRO pode modificar o ambiente da ferida30,31,35. O colagénio/CRO pode contribuir para controlar os níveis bacterianos devido à sua capacidade de diminuir o pH, efeito atribuído ao componente CRO36. Acrescentar prata-CRO à formulação demonstrou não ser citotóxico e poder ajudar na redução do número de patogénios na ferida, independentemente da biocarga bacteriana37. Qual é a evidência existente relativamente ao PROMOGRAN/PROMOGRAN PLUS? Os pensos de colagénio/CRO foram avaliados em vários ensaios clínicos aleatórios (que incluíram grupo de controlo) para medir o seu Por exemplo, Lobmann et al trataram 33 pacientes com PROMOGRAN versus um penso de controlo durante oito dias e fizeram biopsias tecidulares em três locais diferentes para medir os níveis de protease31. Os autores concluíram que as feridas tratadas com PROMOGRAN revelaram maior redução no tamanho da ferida em comparação com o penso de controlo (16% contra 1,65%). Em termos bioquímicos, Tabela 1 Resumo da evidência publicada acerca do PROMOGRAN Referência do Estudo Terapia Desenho Critérios de selecção Resultados clínicos Veves A, et al. Arch Surg 2002; 137(7): 822-73 PROMOGRAN versus tratamento standard (gaze humedecida com solução salina) durante 12 semanas Ensaio clínico multicêntrico prospectivo com grupo de controlo aleatório n=276 Úlceras de pé diabético Maior número de feridas a atingirem a cicatrização completa com o tratamento PROMOGRAN, particularmente feridas <6 meses de duração (45% vs 33%, p=0,056) Vin F, et al. J Wound Care 2002; 11(9): 335-412 PROMOGRAN + compressão vs penso não aderente + compressão durante 12 semanas Ensaio clínico multicêntrico prospectivo com grupo de controlo aleatório n=73 Úlcera venosa dos membros inferiores O PROMOGRAN acelera a cicatrização em úlceras venosas dos membros inferiores com mais de 20% de feridas a cicatrizarem ou a melhorarem (p=0,0797). Foi alcançada uma redução significativa adicional com o PROMOGRAN, em comparação com o penso não aderente e a compressão por si só (p<0,0001) Nisi G, et al. Chir Ital 2005; 57(4): 465-838 PROMOGRAN vs cicatrização em ambiente húmido Ensaio clínico, prospectivo, com grupo de controlo aleatório n=80 Úlceras causadas por pressão Um maior número de feridas alcançou cicatrização completa com PROMOGRAN (90% vs 70%) em períodos de cicatrização mais curtos, provando ser mais eficientes na relação custobenefício do que o grupo de controlo Wollina U, et al. Int J Low Extrem Wounds 2005; 4(4): 214-2440 PROMOGRAN vs cicatrização em ambiente húmido durante 2 semanas Ensaio clínico prospectivo, com grupo de controlo aleatório n=30 vs n=10 Úlceras venosas dos membros inferiores As feridas tratadas com PROMOGRAN demonstraram melhoria significativa na qualidade de cicatrização e nos níveis de dor após uma semana de tratamento. Redução significativa na área da úlcera medida num período de 2 semanas após o início do tratamento (p<0,05). O estudo demonstrou melhoria da microcirculação da ferida com a terapia PROMOGRAN Lobmann R, et al. J Diabetes Complications 2006; 20(5): 329-3531 PROMOGRAN vs tratamento de controlo seguido durante 8 dias Investigação clínica (RTC) que mediu a cicatrização e a bioquímica da ferida n=18 vs n=15 Úlceras de pé diabético Dados clínicos 16% vs 1,65% de redução do tamanho da ferida em 8 dias. Dados bioquímicos demonstraram redução significativa na proporção MMP9: TIMP2 e ausência de mudança na expressão mRNA Lázaro-Martinez JL, et al. Circ Esp 2007; 82(1): 27-3139 PROMOGRAN vs cicatrização em ambiente húmido durante 6 semanas Ensaio clínico, prospectivo, com grupo de controlo aleatório Úlceras de pé diabético Um número significativamente maior de feridas atingiu a cicatrização completa com PROMOGRAN, 63% vs 15% (p<0,03). O tempo médio de cicatrização foi de 23.3+/-9.9 vs 40.6+/-1,15 dias em comparação com o grupo de controlo (p<0.01) Kakagia DD, et al. J Diabetes complications 2007; 21(6): 387-9141 PROMOGRAN vs factores de crescimento autólogos vs combinação (PROMOGRAN+ factores de crescimento autólogos) Estudo clínico prospectivo, aleatório, 3 grupos, n=51 (17 pacientes/grupo) Úlceras de pé diabético O PROMOGRAN foi mais eficaz na redução do tamanho da ferida do que os factores de crescimento autólogos. No entanto, a combinação foi significativamente melhor do qualquer um dos outros grupos (p<0.001) Smeets R, et al. Int Wound J 2008, 5: 19520330 PROMOGRAN PLUS + hidrocolóide vs controlo (apenas penso hidrocolóide) durante 12 semanas Investigação clínica que mediu o efeito nas proteases (RTC) n=17 vs n=10 Úlceras venosas dos membros inferiores As feridas tratadas com PROMOGRAN demonstraram uma diminuição significativa na elastase e gelatinases em comparação com o grupo de controlo (p<0.05) 3 PRODUCTS FOR PRACTICE Lobmann et al concluíram que as feridas tratadas com PROMOGRAN revelaram uma redução no rácio MMP9:MMP2. Análises posteriores demonstraram que esta redução nos níveis de protease não se devia a uma alteração na produção de MMP mas, provavelmente, ao facto de as MMP estarem agregadas à matriz. Um estudo revelou que os níveis de MMP e de elastase neutrófila nos fluidos da ferida foram reduzidos em feridas tratadas com pensos de colagénio/CRO e que, posteriormente, tais feridas cicatrizaram num período de seis a doze semanas35. O resultado foi confirmado num estudo de maior amplitude realizado por Smeets et al, que revelou uma redução significativa de várias proteases principais, incluindo gelatinases, elastase e plasmina, nos casos em que as feridas foram tratadas com PROMOGRAN, em comparação com o grupo de controlo. Este efeito bioquímico foi associado a uma redução no tamanho da ferida30. No âmbito do PROMOGRAN PLUS há vários RCT em curso que indiciam melhoria na cicatrização de feridas em comparação com os grupos de controlo e, paralelamente, protecção contra a infecção36,46,47. Serão necessários mais estudos conclusivos para confirmar estes resultados iniciais. Em que situações está indicado o PROMOGRAN/ PROMOGRAN PLUS? do respectivo leito ou bordos e o tamanho permanece o mesmo, deve ser considerada a utilização de PROMOGRAN. O objectivo do tratamento é “dar um arranque” à cicatrização nos casos em que a ferida pareça ter estagnado. Em que situações se deve utilizar o PROMOGRAN PLUS? Estes pensos podem ser considerados para utilização em feridas que não tenham conseguido cicatrizar através de um processo de reparação ordenado e atempado48. Lazarus et al definiram o facto como qualquer ferida que apresenta pouca ou nenhuma progressão num período de oito semanas48. Mustoe et al definem uma ferida crónica como aquela que existe há mais de 12 semanas e não chegou a fechar49. O PROMOGRAN PLUS pode ser utilizado em feridas que revelem sinais de infecção local ou relativamente às quais se suspeite a existência de um grau baixo de infecção (ver estudo de caso em baixo). Pode ser apropriado usar PROMOGRAN PLUS em caso de historial recorrente de infecção local, podendo o penso ser usado profilaticamente como medida de prevenção. Em que situações se deve utilizar o PROMOGRAN? Guia passo-a-passo de aplicação O PROMOGRAN pode ser utilizado para tratamento de feridas exsudativas, incluindo úlceras venosas dos membros inferiores, úlceras de pé diabético e úlceras causadas por pressão. Em termos práticos, se um paciente apresenta uma ferida que demonstra poucas modificações no que respeita à aparência Passo 1: Preparar o leito da ferida Antes de qualquer utilização de PROMOGRAN ou PROMOGRAN PLUS, o leito da ferida deve ser preparado de acordo com as orientações locais. O processo envolve normalmente a remoção de tecido necrosado ou morto e de outros pensos usados anteriormente. Estudo de caso sobre o PROMOGRAN PLUS O Sr. W tem 81 anos de idade, diabetes de tipo 2 e uma úlcera venosa dos membros inferiores recorrente, com 11 meses de duração. O seu maior problema tem sido a inexistência de progresso na úlcera ao longo de um período de aproximadamente 6 meses. O paciente teve anteriormente uma úlcera (em 2002), que atingiu a cicatrização completa. O Sr. W apresentava uma úlcera inactiva no maléolo direito lateral. A úlcera media 3,5 cm² com uma profundidade aproximada de 0,3 cm, sem tunelização aparente. A pele perilesional estava macerada, eritematosa e apresentava escoriações, com eczema e atrofia branca. Os níveis de exsudado eram moderados e havia presença discreta de odor, o que poderia ser indicativo de presença bacteriana, a qual, se não tivesse sido tratada, poderia ter causado infecção local ou sistémica. O Sr. W fora tratado anteriormente com um penso primário de carboximetilcelulose sódica (Aquacel™) e ele próprio tratou a ferida com mel de Manuka. O paciente queixava-se de dor moderada intermitente. A ferida foi tratada com PROMOGRAN PLUS. Devido aos sintomas apresentados, considerou-se que a utilização de prata no penso poderia impedir o desenvolvimento de infecções locais. Foi prescrita a utilização do penso duas vezes por semana, em combinação com terapia compressiva modificada. Anteriormente, o Sr. W não tolerava ligaduras de alta compressão. Usou-se um penso secundário fino com tecido em viscose (NA-Ultra™) com ligaduras de almofadamento. Aplicou-se um creme esteróide (Eumovate) e parafina branca suave para proteger a pele perilesional. Foram efectuados registos e tiradas fotografias a cada uma ou duas semanas. Úlcera que não cicatriza localizada no maléolo direito antes do tratamento com PROMOGRAN PLUS Resultados Duas semanas após o início do tratamento o leito da ferida apresentava-se mais saudável, com tecido de granulação observável na base. A ferida media 2,5cm² de área e a profundidade tinha diminuído para 0,2cm. Duas semanas depois, a ferida apresentava 100% de granulação, superficial e com uma área de 1 cm². Nos últimos registos efectuados, a ferida não tinha alterado em termos de área, mas apresentava novamente uma ligeira profundidade de 0,2 cm, mantendo aspecto saudável. O paciente também tinha reduzido a quantidade de compressão durante este período de tempo, o que pode ter afectado a cicatrização. Ao longo de um período de seis semanas, o Sr. W obteve bons progressos na cicatrização com a utilização de PROMOGRAN PLUS em combinação com terapia compressiva. O paciente considerou o penso confortável quando in situ e solicitou continuar a utilizálo. A úlcera do Sr. W cicatrizou num período de quatro semanas após a avaliação final. Aspecto após tratamento de três semanas com PROMOGRAN PLUS 4 Nota: Se existirem sinais e sintomas de infecção, os mesmos devem ser tratados adequadamente e considerar-se o uso de PROMOGRAN PLUS. Passo 2: Controlar o nível de exsudado Os produtos são fornecidos numa embalagem que pode ser utilizada para colocar a solução salina para pré-humedecer o penso caso a ferida apresente baixo nível de exsudado. Em alternativa, pode-se acrescentar uma pequena quantidade de solução salina na superfície do penso aquando da aplicação no leito da ferida. Isto ajuda a iniciar a degradação do penso e promove a sua capacidade de modificar o ambiente da ferida. Nota: A escolha do penso secundário depende do nível de exsudado. Passo 3: Aplicar o penso Coloque o penso no leito da ferida. Se o paciente apresentar pequenas feridas múltiplas o penso pode ser dividido em fragmentos menores usando uma luva. Nota: Se existir alguma profundidade na ferida, o penso deve ser colocado de forma a preencher a cavidade. Passo 4: Mudança do penso Atendendo às instruções de utilização, o penso deverá ser mudado a cada 72 horas ou com mais frequência se o nível de exsudado for elevado. Se o gel não se biodegradou, o penso não deve ser retirado até à mudança seguinte de penso, minimizando assim as perturbações à ferida. Se não existirem resíduos de gel no leito da ferida ou vestígios no penso secundário e o leito da ferida está limpo e em granulação, isso significa que o gel foi biodegradado completamente. Ambos os produtos podem ser usados sob ligaduras compressivas e não causam relevos, irritação cutânea ou maceração, mesmo quando o penso ultrapassa o bordo da ferida. Que factores indicam que esta é a escolha correcta do penso? experimentar elevados níveis de dor, o que pode afectar todos os aspectos da vida diária e causar padrões de sono deficientes52. Por experiência pessoal, durante as primeiras mudanças de penso deve ser visível uma mudança de cor do leito da ferida. Após duas semanas de tratamento deve verificar-se uma redução evidente do nível de exsudado. Muitas vezes, a primeira alteração é a redução do nível de dor que os pacientes dizem experimentar. Também Phillips et al53 revelaram que muitos pacientes com úlceras dos membros inferiores experimentam efeitos financeiros, sociais e psicológicos negativos, que são resolvidos assim que a ferida é cicatrizada. Quando se deve interromper o tratamento? Não existe necessidade de interromper o PROMOGRAN ou o PROMOGRAN PLUS se a ferida estiver a progredir bem. No entanto, se a ferida estiver a epitelizar e não houver exsudado, pode ser mais apropriado mudar para um penso não aderente simples. Em que situações está o tratamento contra-indicado? Nenhum dos produtos deve ser usado em pacientes com queimadura graves, vasculite activa ou hipersensibilidade ao colagénio ou à CRO 4. Se existe infecção ou suspeita da mesma, deve-se tratar conforme o protocolo local. O PROMOGRAN PLUS pode ser usado com antibióticos sistémicos para tratar a infecção. Quais são as vantagens económicas de utilização deste penso? Pode justificar-se a utilização destes produtos se os mesmos demonstrarem acelerar a cicatrização e reduzir o número de mudança de pensos, o que pode ser sustentado por evidência obtida em ensaios clínicos50,51. Além disso, é importante considerar factores como a redução da dor na medida em que muitos pacientes podem Frequentemente, as decisões acerca da escolha do penso a utilizar baseiamse em experiência clínica limitada. Os pacientes podem ser atendidos por vários profissionais e cada um deles recomendar um penso diferente. Isto pode levar à falta de continuidade dos cuidados e deficiente selecção do tratamento, que se pode reflectir negativamente nos custos. É por isso importante que os profissionais compreendam como e em que situações usar de forma apropriada estes produtos para garantir resultados óptimos para os pacientes. Links úteis Experiências clínicas que utilizam estes produtos: http://woundsinternational.com/article.php?issueid=3 03&contentid=129&articleid=8836&page=1 Informação acerca do produto: www.systagenix.co.uk/ our-products/promogran www.systagenix.co.uk/our-products/promogran-prisma Detalhes do Autor Cullen B1, Ivins N2. 1. Director do Programa Científico de Cuidados de Feridas Systagenix, Skipton, UK 2. Enfermeiro-investigador, Unidade de Investigação em Cicatrização de Feridas, Universidade de Cardiff, UK Patrocinado por um subsídio educativo da Systagenix. Os pontos de vista divulgados nesta secção de “Made Easy” não reflectem necessariamente os da Systagenix. Resumo O PROMOGRAN e o PROMOGRAN PLUS foram desenvolvidos para proporcionar um ambiente de cicatrização óptimo e para modificar a bioquímica da ferida através da redução da actividade excessiva das proteases, de modo a promover a cicatrização. Estes pensos podem ser utilizados num amplo leque de feridas para “dar um arranque” à cicatrização. Para citar esta publicação: Cullen B, Ivins N. PROMOGRAN™ & PROMOGRAN PRISMA™ Made Easy Wounds International 2010; 1(3): Disponível em: http://www.woundsinternational.com © Wounds International 2010 5 Bibliografia 1. Gibson D, Cullen B, Legerstee R, et al. MMPs Made Easy. Wounds International 2009; 1(1): Available from http://www.woundsinternational.com/article.php?is sueid=1&contentid=123&articleid=21 2. Vin F, Teot L, Meaume S. The healing properties of PROMOGRAN in venous leg ulcers. J Wound Care 2002; 11(9): 335-41. 3. Veves A, Sheenan P, Pham HT. A randomized, controlled trial of Promogran (a collagen/oxidised regenerated cellulose dressing) vs standard treatment in the management of diabetic foot ulcers. Arch Surg 2002; 137(7): 822-7. 4. Promogran data card. Available at http://www. dressings.org/Dressings/promogran.html 5. Subramanian E. GN Ramachandran (obituary). Nature Struct Biol 2001; 8(6): 489-91. 6. Veit G, Kobbe B, Keene DR, et al. Collagen XXVIII, a novel von Willebrand factor A domain-containing protein with many imperfections in the collagenous domain. J Biol Chem 2006; 281(6): 3494-504. 7. Di Lullo GA, Sweeney SM, Körkkö J, et al. Mapping the ligand-binding sites and disease-associated mutations on the most abundant protein in the human, type I collagen. J Biol Chem 2002; 277(6): 4223-31. 8. Shoshan S. Wound healing. In: Hall DA, Jackson DS, (eds). International Review of Connective Tissue Research. New York: Academic Press, 1981; 9: 1-25. 9. Chvapil M, Kronenthal L, Van Wrinkle Jr WA. Medical and surgical applications of collagen. Int Rev Connective Tissue Res 1973; 6: 1-61. 10. Pachence JM. Collagen-based devices for soft tissue repair. J Biomed Mater Res 1996; 33(1): 35-40. 11. Postlewaithe AE, Seyer JM, Kang AH. Chemotactic attraction of human fibroblasts to type I, II and III collagens and collagen-derived peptides. Proc Nat Acad Sci USA 1978; 75(2): 871-5. 12. Mian M, Beghe F, Mian E. Collagen as a pharmacological approach in wound healing. Int J Tissue React 1992; 14(Suppl): 1-9. 13. Schultz GS, Ladwig G, Wysocki A. Extracellular matrix: a review of its roles in acute and chronic wounds. World Wide Wounds 2005; Available from: http://www.worldwidewounds.com/2005/august/ Schultz/Extrace-Matric-Acute-Chronic-Wounds.html (accessed April 2010). 14. Doelker E. Cellulose derivatives. Adv Polymer Sci 1993; 107: 199-265. 15. Bajerová M, Krejčová K, Rabišková M, et al. Oxycellulose: Significant characteristics in relation to its pharmaceutical and medical applications. Adv Polymer Technol 2009; 28(3): 199-208. 16. Stilwell RL, Mark MG, Saferstein L, Wiseman DM. Oxidised cellulose: chemistry, processing and medical applications. In: Domb AJ, Kost J, Wiseman DM (eds). Handbook of Biodegradable Polymers. Amsterdam: Harwood Academic Publishers, 1997; 291-306. 17. Dimitrijevich SD, Tatarko M, Gracy RW, et al. In vivo degradation of oxidized, regenerated cellulose. Carbohydr Res 1990; 198(2): 331-41. 18. Dineen P. Antibacterial activity of oxidized regenerated cellulose. Surg Gynecol Obstet 1976; 142(4): 481-6. 19. Hart J, Silcock D, Gunnigle S, et al. The role of oxidised regenerated cellulose/collagen in chronic wound repair: effects in vitro on fibroblast biology and in vivo in a model of compromised healing. Int J Biochem Cell Biol 2002; 34(12): 1557-70. 20. Cullen B, Watt PW, Lundqvist C, et al. The role of oxidized regenerated cellulose/collagen in chronic wound repair and its potential mechanism of action. Int J Biochem Cell Biol 2002; 34(12): 1544-56. 21. Jeschke MG, Sandmann G, Schubert T, Klein D. Effect of oxidized regenerated cellulose/collagen matrix on dermal and epidermal healing and growth factors in an acute wound. Wound Repair Regen 2005; 13(3): 324-31. 22. Harris IR, Yee KC, Walters CE, et al. Cytokine and protease levels in healing and non-healing chronic venous leg ulcers. Exper Dermatol 1995; 4(6): 342-9. 23. Salim AS. The role of oxygen-derived free radicals in the management of venous (varicose) ulceration: a new approach. World J Surg 1991; 15(2): 264-9. 24. Wysocki AB, Staiano-Coico L, Grinnell F. Wound fluid from chronic leg ulcers contains elevated levels of metalloproteinases MMP-2 and MMP-9. J Invest Dermatol 1993; 101(1): 64-8. 25. Grinnell F, Zhu M. Fibronectin degradation in chronic wounds depends on relative levels of elastase, alpha1-proteinase inhibitor and alpha2macroglobulin. J Invest Dermatol 1996; 106(2): 335-41. 26. Chen SM, Ward SI, Olutoye OO, et al. Ability of chronic wound fluids to degrade peptide growth factors is associated with increased levels of elastase activity and diminished levels of proteinase inhibitors. Wound Rep Regen 1997; 5(1): 23-32. 27. Davies CE, Wilson MJ, Hill KE, et al. Use of molecular techniques to study microbial diversity in the skin: chronic wounds re-evaluated. Wound Rep Regen 2001; 9(5): 332-40. 28. Schmidtchen A, Holst E, Tapper H, Björck L. Elastaseproducing Pseudomonas aeruginosa degrade plasma proteins and extracellular products of human skin and fibroblasts, and inhibit fibroblast growth. Microb Pathog 2003; 34(1): 47-55. 29. Cullen B, Smith R, McCulloch E, et al. Mechanism of action of PROMOGRAN, a protease modulating matrix, for treatment of diabetic foot ulcers. Wound Repair Regen 2002; 10(1): 16-25. 30. Smeets R, Ulrich D, Unglaub F, et al. Effect of oxidized regenerated cellulose/collagen matrix on proteases in wound exudate of patients with chronic venous ulceration. Int Wound J 2008; 5: 195-203. 31. Lobmann R, Zemlin C, Motzkau M, et al. Expression of metalloproteinases and growth factors in diabetic wounds treated with a protease absorbent dressing. J Diabetes Complications 2006; 20(5): 329-35. 32. Nwomeh BC, Liang H-X, Cohen IK, Yager DR. MMP-8 is the predominate collagenase in healing wounds and non-healing ulcers. J Surg Res 1999; 81(2): 189-95. 33. Rayment EA, Upton Z, Shooter GK. Increased matrix metalloproteinase-9 (MMP-9) activity observed in chronic wound fluid is related to the clinical severity of the ulcer. Br J Dermatol 2008; 158(5): 951-61. 34. Cullen B, Boyle C, Webb Y. Modulation of the chronic wound environment; an in vitro evaluation of advanced wound therapies. Presented at Symposium of Advanced Wound Care (SAWC) Tampa, FL, 2007. 35. Cullen B, Kemp L, Essler L, Wallenfang-Sohle K, Stadler R. Rebalancing wound biochemistry improves healing: a clinical study examining effect of PROMOGRAN. Wound Rep Regen 2004; 12(2): A4. 36. Cullen B, Jenkins E, Gibson M, et al. The effect of collagen-based dressings on bacterial growth. Presented at Symposium of Advanced Wound Care (SAWC) Dallas, TX, 2009. 37. Gregory SJ, Rennison TJ, Cullen BM. Effect of ORC/ collagen matrix containing silver on bacterial and host cells. J Wound Ostomy Continence Nurs 2005; 32(3 Suppl): S27-S28. 38. Nisi G, Brandi C, Grimaldi L, et al. Use of a proteasemodulating matrix in the treatment of pressure sores. Chir Ital 2005; 57(4): 465-8. 39. Lázaro-Martinez JL, Garcia-Morales E, BeneitMontesinos JV, et al. [Randomized comparative trial of a collagen/oxidized regenerated cellulose dressing in the treatment of neuropathic diabetic foot ulcers]. Article in Spanish. Circ Esp 2007; 82(1): 27-31. 40. Wollina U, Schmidt WD, Krönert C, et al. Some effects of a topical collagen-based matrix on the microcirculation and wound healing in patients with chronic venous leg ulcers: preliminary observations. Int J Low Extrem Wounds 2005; 4(4): 214-24. 41. Kakagia DD, Kazakos KJ, Xarchas KC, et al. Synergistic action of protease-modulating matrix and autologous growth factors in healing of diabetic foot ulcers. A prospective randomized trial. J Diabetes Complications 2007; 21(6): 387-91. 42. Tausche AK, Sebastian G. Wound conditioning of a deep tissue defect including exposed bone after tumour excision using PROMOGRAN matrix, a protease modulating dressing. Int Wound J 2005; 2(3): 253-7. 43. Guarnera G, Restuccia A. PROMOGRAN and complex surgical lesions, a case report. J Wound Care 2004; 13(6): 237-9. 44. Omugha N, Jones AM. The management of hard-toheal necrobiosis with PROMOGRAN. Br J Nurs 2003; 12(15): S14-20. 45. Romanelli M, Dini V, Romanelli P. Hydroxyurea-induced leg ulcers treated with a protease modulating matrix. Arch Dermatol 2007; 143(10): 1310-3. 46. Lanzara S, Tacconi G, Zamboni P. A pilot randomised trial to determine the effects of a new active dressing on wound healing of venous leg ulcers. European Wound Management Association; Lisbon 2008. 47. Gottrup F, Karlsmark T, Bishoff-Mikkelsen M, et al. Comparative clinical study to determine the effects of collagen/ORC + silver on wound healing of diabetic foot ulcers. European Wound Management Association (EWMA), Geneva, Switzerland 2010. 48. Lazarus GS, Cooper DM, Knighton DR, et al. Definitions and guidelines for assessment of wounds and evaluation of healing. Arch Dermatol 1994; 130(4): 489-93. 49. Mustoe TA, O’Shaughnessy K, Kloeters O. Chronic wound pathogenesis and current treatment strategies: a unifying hypothesis. Plast Reconstr Surg 2006; 117(7 Suppl): 35S-41S. 50. Ghatnekar O, Willis M, Persson U. Cost-effectiveness of treating deep diabetic foot ulcers with Promogran in four European countries. J Wound Care 2002: 11(2): 70-4. 51. Snyder R, Richter D, Hill ME. Sequential therapies and advanced wound care products as a standard of care in the home care setting. Proceedings 9th Annual New Cardiovascular Horizons, New Orleans, 2008. 52. Walshe C. Living with a venous leg ulcer: a descriptive study of patients’ experiences. J Adv Nurs 1995; 22(6): 1092-100. 53. Phillips T, Stanton B, Provan A, Lew R. A study of the impact of leg ulcers on quality of life: financial, social, and psychologic implications. J Am Acad Dermatol 1994; 31(1): 49-53. 6