Comentários sobre o Artigo “GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO DO VAREJO” Publicado originalmente no Anuário SINDICOM 2015 Comentários sobre o Artigo “GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO DO VAREJO” Publicado originalmente no Anuário SINDICOM 2015 INTRODUÇÃO Desde sua criação a Cardinalis Consultoria tem como um de seus Pilares a disseminação de informação relevante para o Mercado. Gerar e distribuir conhecimento está gravado em nossa Visão como empresa. Desta maneira, resolvemos dar eco a um conteúdo de altíssima qualidade veiculado no Anuário SINDICOM 2015. Trata-se do “Capítulo Especial”, redigido por Flávio Santiago – Diretor da Valdevez e Santiago Assessoria Empresarial, e trata sobre o Gerenciamento Estratégico do Varejo. Em nossa vivência como Consultores de Varejo observamos que o nível de conhecimento médio do Pequeno e Médio Varejista, no Brasil, ainda é muito baixo. Gestões pouco profissionalizadas, muitas vezes superficiais e empíricas, ainda são a regra. Em toda a cadeia do Varejo, dois entes sofrem com esta realidade: o consumidor, que muitas vezes encontra produtos e serviços a preços majorados, por conta de ineficiências de gestão; e os próprios varejistas, que por não dominarem seus custos operacionais, suprem esta deficiência na precificação e perdem atratividade num mercado de margens acirradas e competitividade voraz. Por esta razão, optamos por reproduzir – dando todos os créditos aos seus autores – tal obra, e tecer alguns comentários e glosas sobre aspectos que julgamos fundamentais na Operação do Varejo, ampliando a discussão e trazendo “novos temperos”. Compreender a lógica do documento é bastante simples. O texto original encontra-se redigido sobre o fundo azul, originário do Anuário Sindicom. Por outro lado, os comentários da Cardinalis Consultoria estão destacados em boxes vermelhos, com letras brancas. O Leitor pode ler todo o texto original e, depois, retornar parte a parte, lendo os comentários e reflexões da Cardinalis. Ou, se assim desejar, pode interromper sua leitura do texto original e ampliar o debate a cada trecho, lendo os comentários efetuados. Fica a critério e gosto de cada um. O importante, no final das contas, é que o conhecimento sobre a Gestão do Varejo seja disseminado, fazendo com que os Varejistas brasileiros dominem melhor conceitos básicos e fundamentais para a operação lucrativa de uma Loja. O Varejista ganha, o Consumidor ganha, a Indústria ganha e o Mercado florece. Ficamos orgulhosos de poder fomentar esta Corrente da Pujança. O Brasil precisa disto. Boa leitura! 2 3 4 Infelizmente, é ainda muito comum encontrar Varejistas que gerenciam seu negócio através de números superficiais, ou mesmo número algum. A utilização da Margem Bruta Teórica é recorrente, pricipalmente nos pequenos varejos. Justamente aqueles que precisam ser absolutamente controlados. Não somente pelo fato de seu tamanho reduzido favorecer o controle, como por não fazerem juz a benefícios que tamanho e volumes grandes podem trazer, como poder de barganha com a Indústria. Neste cenário, para calcular a Margem Bruta REAL, fica claro que, para precificar corretamente uma Categoria, e por conseguinte, os produtos da mesma, é fundamental o conhecimento da Perda que incide sobre a mesma. Cada Loja apresentará um índice de Perdas particular e específico. Apenas através de um minucioso trabalho de Inventário será possível apontar as categorias e os produtos de maior risco, e determinar quais as causas e fontes de Perdas, e, consequentemente, traçar Planos de Ação específicos para dirimí-las. De outra forma, o Varejista sempre sobrecarregará seus Preços, transferindo para o consumidor sua pouca competência de gestão, e perderá, assim, competitividade. 5 O Gerenciamento de Categorias ainda é um método de gestão que não está plenamente sedimentado na cultura do pequeno e médio Varejo no Brasil. Ter completo domínio do estoque é o primeiro passo para implementá-lo. A maioria dos sistemas de gestão de Loja fornecem ao usuário dados de volume de venda de cada produto, ou categoria. Além disso, informações como margem por produto, tempo em estoque e etc. Com estes dados, o varejista pode obter uma Curva ABC de vendas, considerando tanto sua Loja por completo, quanto uma curva específica para cada Categoria, reconhecendo, portanto, quais são os produtos (e suas versões) campeãs de vendas, traçando assim, seus “papéis” dentro do composto da Loja. Estas serão as informações cruciais para que se defina o Mix de Produtos ideal para cada Categoria. Ou seja, o mix com a composição ideal para maximizar o giro e a obtenção da melhor margem de contribuição possível. Entretanto, esta prática somente é possível se o SISTEMA DE GESTÃO da Loja é nutrido corretamente e ele reflete exatamente aquilo o que existe fisicamente na Loja. Mais uma razão, portanto, para a realização periódica de inventários, pois somente através da conferência física X sistêmica é que se poderá confiar nas informações do Sistema e, a partir dele, construir Inteligência de Vendas. É muito corriqueiro, ao conversar com Varejistas, colher depoimentos em que o mesmo considera uma “boa compra” aquela em que, em virtude da grande quantidade comprada, obteve um preço de custo reduzido, na expectativa de que, mantendo o preço de venda, obtenha uma Margem maior pela venda do produto. Entretanto, numa análise um pouco mais madura, percebe-se que nem sempre isto é sinônimo de bom negócio. Compras muito volumosas, muito acima da média para aquele produto, não só comprometem uma fatia maior do capital de giro do varejista, como podem causar grandes transtornos operacionais. É comum o varejo não estar preparado com espaço físico suficiente para receber um volume exacerbado de mercadorias, fazendo com que seja necessário armazenar esta carga de produtos extra em locais inadequados, e até mesmo vulneráveis. Sem falar, é claro, na possibilidade de os produtos vencerem antes mesmo de irem para área de vendas, uma vez que, dependendo do Varejo e do produto em questão, a elasticidade de vendas do mesmo é limitada, independentemente do esforço promocional empreendido pela Loja. A forma de remediar tal situação é reduzir o preço de venda, em busca de alavancar as vendas e girar o estoque. Entretanto, assim, se perde toda vantagem de se ter comprado a preço reduzido, trazendo eficácia zero para todo o esforço. 6 A Classificação de “vocações “ dos diferentes produtos e das diferentes Categorias, dentro de uma Loja, segundo metodologia da NACS – National Association of Convenience Stores – divide os produtos em cinco categorias: 1) Destino; 2) Rotina; 3) Sazonal; 4) Conveniência; 5) Nicho. Cada uma destas classificações define não somente o preço, e por conseguinte a Margem de cada Categoria de Produto, mas sim, o mix, a profundidade e a extensão da linha de produtos , o tamanho do estoque, a exposição e a localização dentro da Loja, os esforços promocionais e de merchandising, etc. Ou seja, o Varejista deve ter claro para si que existe uma estratégia diferente para cada Categoria (e cada Produto) dentro da Loja. O conjunto sinérgico de vocações é que torna uma Loja Vendedora. 7 A comercialização de produtos que são feitos na Loja trouxe uma complexidade muito maior ao negócio. Não somente pela dificuldade em se manter um padrão de qualidade e constância no produto final – muitas vezes exigida pela Franqueadora, no caso de a Loja ser uma Franquia. Mas também pelo fato de exigir cuidados sanitários muito maiores, uma vez que o preparo de food service está regulado por severas determinações da ANVISA, e o varejo que se propõe a trabalhar com manipulação de produtos deve observar. Entretanto, existe um outro viés complicador: o controle dos estoques dos insumos e a observação, por parte da Equipe de Produção da Loja, na execução correta da ficha técnica de cada produto. O Varejo apresenta uma dificuldade enorme em gerenciar estoques de produtos que são transformados e manipulados em Loja. Ou seja, aqueles produtos em que são dadas entradas em Notas Fiscais de Insumos – como farinha, queijo, presuto, e é vendido no PDV o produto acabado – sanduíche. Para controle destas situações, mais uma vez é fundamental a prática de Inventários perenes, de maneira a avaliar se a ficha técnica está sendo seguida a risca e se não está havendo desvio de insumos. A experiência mostra que o descontrole neste quesito, muitas vezes, é o fator determinante de insucesso na operação. 8 Apesar de absolutamente desnecessário e óbvio, é preciso alertar: não são todos os varejistas que realizam Gestão de seus Estoques e Controle sobre suas Perdas. “Em 2013, os Supermercados brasileiros desperdiçaram R$5,3 bilhões com produtos quebrados, vencidos ou furtados.” – o dado é da Pesquisa Anual de Perdas da Abras – Associação Brasileira de Supermercados. Outra informação alarmente é que o Brasil apresenta o 5 o maior índice de perdas do Mundo. Em determinados Varejos, a Perda é maior do que o Lucro Líquido do Negócio, mostrando, portanto, a importância que se deve dar ao tema. Entretanto, a realidade é bastante diferente disto: estimase que 61% dos pequenos supermercados não tem ações para evitar perdas. Ou seja, este é um assunto que deveimediatamente – ser trazido para a mesa de debate. 9 10 Os índices abaixo apresentados não são de domínio comum e rotineiro por parte da maioria dos pequenos e médios varejistas. Apesar de serem cálculos simples, uma pequena parcela dos empresários do Varejo os fazem. Tratam-se de análises fundamentais para se avaliar a performance da Loja em questão e o quanto de retorno ela está proporcionando ao seu Operador segundo 3 óticas diferentes: 1) o tamanho da Loja; 2) o capital investido em Estoque; 3) A margem bruta gerada por cada Colaborador. Sugerimos a cada Varejista que leia este documento faça estes cálculos e observe seus números. Estamos certos de que terão surpresas com os resultados. Algumas agradáveis, outras nem tanto. Lembrando, é claro, que quanto maior o capital materializado em Estoque de produtos, maior a chance de ocorrerem Perdas operacionais. O trabalho de Gestão de Estoques é fundamental para controlar, e se necessário, diminuir este número. Quanto menor o fatuamento por metro quadrado indica subutilização do espaço de loja. Todo metro quadrado de Loja é caro. Seja por que se pagou caro pela aquisição do imóvel, e se paga caro pelo IPTU do mesmo anualmente. Ou por que se paga um aluguel elevado sobre o espaço, pesando a taxa de ocupação. Em resumo, é necessário se obter o melhor resultado possível dentro do espaço de vendas. O trabalho de Gestão de Categorias é o mais indicado para se obter o melhor desempenho na Loja, e elevar ao máximo o resultado por m 2. Quanto a funcionários, não há fórmula mágica: desempenho é fruto de Atração, Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento constante e Motivação. É fácil? Nem um pouco. Empresas de todo o mundo, e de todos os tamanhos, têm problemas com seus Recursos Humanos. Nunca houve, ao mesmo tempo, 4 gerações diferentes trabalhando “sob o mesmo teto”, na mesma empresa: baby boomers, Geração X, Millenials (ou Geração Y) e Geração Z. Um desafio e tanto para todos os Varejistas. 11 12 13 Sobre a CARDINALIS A CARDINALIS É UMA CONSULTORIA FOCADA EM SOLUÇÕES PARA O VAREJO. Situada em Porto Alegre, com clientes de diversos segmentos e atuação nacional, a empresa nasceu da Visão de seus sócios: acreditamos na Nova Economia. No poder do indivíduo e na colaboração em massa. Vivemos tempos de mudanças de paradigmas. Sociais, culturais e econômicos. Acreditamos numa cadeia de valor que gere frutos a todos. Em relações ganha-ganha. Em parceria e transparência. E na Construção de Conhecimento. Aqui prezamos a Criatividade – Criamos Valor Econômico por meio de soluções criativas. Acreditamos sempre na Ética e na Transparência. Honramos o espírito de competição amigável. Encaramos o sucesso de nossos parceiros e associados como o nosso. Praticamos o Gracious Professionalism em tudo o que fazemos. Por fim, nós nos Divertimos. CONSTRUÍMOS E DISSEMINAMOS CONHECIMENTO PARA O MERCADO. Desejamos fazer a diferença. Deixar nossa assinatura. Colaborar, de fato, para o sucesso de nossos clientes. E é por isso que miramos num alvo ambicioso, que vai além das relações contratuais: a CARDINALIS quer ser reconhecida como uma Consultoria que além da implementação de metodologias de resultado, GERA CONHECIMENTO para as empresas clientes e para o mercado como um todo. Trabalhamos com ciência, conhecimento acadêmico e seriedade. ACREDITAMOS NO ESFORÇO E NO TRABALHO. DIAMANTES NÃO CAEM DO CÉU. Assim como dito por Roberto Menna Barreto, acreditamos que “O profissional competente é, via de regra, um simplificador”. Entretanto, SIMPLIFICAR não é ser simplista. Não é subestimar os problemas, ou agir com ingenuidade. Para ser SIMPLES deve-se ter o máximo de competência e excelência. Processos certeiros, enxutos, rápidos e padronizados. Isto é INTELIGÊNCIA. ENTRE EM CONTATO CONOSCO E CONHEÇA NOSSAS SOLUÇÕES! 14 CRÉDITOS Todos os créditos referentes à Produção e Edição do Anuário SINDICOM são do próprio SINDICOM – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes. A presente Edição, a partir da qual foi extraído o conteúdo exposto e comentado pela Cardinalis Consultoria encontra-se disponível no site da Entidade ou através dos contatos abaixo: Av. Almirante Barroso 52, 20o andar, sala 2002 - Centro - Rio de Janeiro - RJ, CEP: 20031-918. Tel: (21) 2122-7676 [email protected] www.sindicom.com.br Os comentários e glosas foram feitos pela Cardinalis, uma consultoria focada em soluções para o Varejo, com forte expertise no setor de Distribuição de Combustíveis e Lubrificantes, e Operação de Postos de Serviços e Lojas de Conveniência. Frederico Amorim Sócio Diretor +55 51 8133 3400 [email protected] Marcelo Gonçalves Louzada Sócio Diretor +55 51 9971 4069 [email protected] Vladimir dos Passos Sócio Diretor +55 51 9905 3278 [email protected] Av. Bento Gonçalves, 1403 - Sala 1605. Santo Antônio, Porto Alegre – RS, CEP: 90650-002. Nature Centro de Negócios. Tel: (51) 3239-9554 [email protected] www.cardinalis.com.br 15