Linguagens didático-pedagógicas para o ensino da Matemática no 1º Ciclo do Ensino Básico 4 = Da linguagem científica à linguagem comum: A importância da transversalidade residual no desenvolvimento do conceito < 0 - > : 2 + 3 1 João M. G. Cabral OBJETIVOS GERAIS 1. Manifestar curiosidade e gosto pela exploração e resolução de problemas simples do universo familiar. 2. Recolher dados simples e organizá-los de forma pessoal recorrendo a diferentes tipos de representação. 3. Efectuar medições, escolhendo instrumentos adequados, para resolver problemas simples da vida corrente. 4. Fazer e utilizar estimativas em situações de cálculo ou de medição. 5. Explorar, construir e transformar modelos geométricos e estabelecer relações entre eles. 6. Explicar e confrontar as suas ideias com as dos companheiros, justificar as suas opiniões e descrever processos utilizados na realização de atividades. 7. Desenvolver estratégias pessoais de resolução de progressivamente uma atitude crítica perante os resultados. problemas e assumir 8. Resolver situações e problemas do dia-a-dia, aplicando as operações aritméticas e as noções básicas de geometria, utilizando algoritmos e técnicas de cálculo mental. Na aprendizagem da matemática, como em qualquer outra área, as crianças são enormemente dependentes do ambiente e dos materiais à sua disposição. Neles, a criança deverá encontrar resposta à sua necessidade de exploração, experimentação e manipulação. Sendo os objectos da Matemática entes abstractos, é importante que os conceitos e relações a construir possam ter um suporte físico. O corpo; material disponível na sala de aula: lápis, caixas, papéis, mesas, etc.; material não estruturado recolhido pelos próprios alunos e pelos professores; material estruturado ou construído com objectivos específicos (blocos lógicos, ábacos, geoplano…); o computador, etc. ATIVIDADES «RECORRENTES» Entende-se por atividades recorrentes aquelas que, promovendo o desenvolvimento de competências lógicas elementares, são fundamentais não apenas para a compreensão de ideias matemáticas mas também para a apreensão de noções de outras áreas, nomeadamente na Língua Portuguesa e do Estudo do Meio. Ideias Matemáticas? Método Científico Raciocínio Coerente e Estruturado LINGUAGEM E REPRESENTAÇÃO É necessário que, desde muito cedo, as crianças se apercebam de que a Matemática é também uma linguagem que traduz ideias sobre o mundo que as rodeia. Uma das dificuldades mais sentidas por crianças destas idades é a tradução do real e da linguagem comum para a linguagem simbólica da matemática. 4 + 4 + 4 = 12 A criação de sinais, desenhos e esquemas individuais constitui um suporte importante para a descoberta e construção pessoal de linguagens convencionais. 3 x 4 = 12 Ao longo dos 4 anos deste ciclo a utilização dos símbolos convencionais deverá decorrer a par das seguintes atividades: Criar sinais convencionados com os companheiros e desenhos que expressem situações. Inventar e utilizar esquemas. Representar objetos por pontos. Explorar situações através de diagramas. Construir e utilizar gráficos de barras. Construir e utilizar tabelas. Representar relações por setas. Construtivismo Empirismo Parte do princípio de que o homem é uma tabula rasa, um ser absolutamente passivo, uma folha em branco, Inatismo e o professor, no caso, representa a transmissão do conhecimento e do saber. Os seres já nascem Ou seja, o aluno, nada sabendo tudo, entretanto, sabendo, só consegue esse conhecimento está “adquirir” conhecimento através em estado latente, cabendo de aulas ministradas pelos ao professor, tão somente, mestres. retirá-lo dos alunos, estimulando uma liberdade Representantes do Empirismo: sem limites para que estes Locke, Hume, Pavlov, Skinner e se desenvolvam. Mager. Um conhecido colégio inglês denominado A.S. Neill’s Summerhill tem os fundamentos baseados no inatismo. Baseado nos fundamentos teórico-metodológicos de Piaget e Vigotsky, procurase entender o ensino como uma relação dialética entre sujeito e objeto, ou seja, já não se pode separar o processo de ensino do aprendiz, ambos relacionam-se em conjunto. “(…) os alunos desenvolvem capacidade de estabelecer relações inteligentes entre os dados, as informações e os conhecimentos já construídos” (WEISZ, 2002. p.36). Atividade Qual é o segmento de fio maior? Porquê? Quanto mede cada um dos segmentos? Qual é o comprimento do fio no total? Modelo de Aprendizagem I - Convergente Modelo de Aprendizagem II – Sequencial por etapas Etapa 1 Etapa 2 Modelo de Aprendizagem III - Iterativo Caso: Filho de lavrador 1º Ano Qual das duas bilhas de leite usarias para encher as 8 garrafas? A B Maior quantidade de leite disponível Grande bilha Conhecimento residual : uma bilha se é maior do que outra leva mais leite. [maior em tamanho Quantidade de leite em A 50 maior em quantidade] É maior do que > Quantidade de leite em B 10 “ O maior número aponta para o menor” Caso: Filho de lavrador 2º Ano 4 2 1 5 Ordenar por ordem crescente 1 < 2 < 4 < 5 Conhecimento Residual do Conceito (C.R.C.) CRC 1º ano A 2º ano B 3º ano C 4º ano D Permitem que o uso do conhecimento adquirido na Matemática possa ser mais facilmente usado em outras disciplinas Transversalidade residual 5º Ano Etapa 1 Desenvolvimento de um novo conceito. Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Resultado pretendido A B C D Atividade 1+1=? 1+1=2 1 e 1 dá 2 1 1 +1 1 2 2 1 1 2 2 Algoritmo Processo de Cálculo Resultado 1 +1 2 Como induzir a resolução de um problema ? 1- Conhecer o domínio de resolução de um problema, e suas condicionantes, conhecendo as componentes do problema. Recolha de dados 2- Criar regras estruturantes para estabelecer relações entre as componentes. Algoritmo 3- Ligar as componentes para estabelecer um resultado. Processo de cálculo 4- Dar a resposta ao problema. Linguagens didático-pedagógicas para o ensino da Matemática no 1º Ciclo do Ensino Básico Da linguagem científica à linguagem comum: A importância da transversalidade residual no desenvolvimento do conceito João M. G. Cabral