LÍQUIDOS PUROS: INFLUÊNCIA DA PRESSÃO NA EBULIÇÃO TEMPERATURA DE 1. Introdução Quando um líquido puro é colocado em um recipiente no qual se faz vácuo, um certo número de moléculas escapa da fase líquida e passa para a fase gasosa, até que se estabeleça o equilíbrio. O número de moléculas que escapam depende da natureza do líquido e da temperatura. Quanto maior for a temperatura maior será esse número de moléculas e maior será a pressão sobre o líquido. Esta pressão do equilíbrio líquido-vapor, a uma determinada temperatura constante, é denominada “pressão de vapor de equilíbrio do líquido”. Ela é independente das quantidades de líquido e vapor presentes enquanto as duas fases existirem. Por outro lado, a temperatura de equilíbrio líquido-vapor depende da pressão externa sobre o sistema. Assim, para uma pressão externa fixa, a temperatura de equilíbrio depende apenas da natureza da substância e é por isto que diferentes líquidos têm diferentes temperaturas normais de ebulição (pressão externa de 1 atm). A vaporização é um processo endotérmico, e a energia necessária para vaporizar uma certa amostra numa temperatura constante, é o calor de vaporização ou entalpia de vaporização molar (expressa em energia por mol). A relação entre temperatura e a pressão de vapor de equilíbrio de um líquido puro pode ser expressa pela seguinte equação matemática : ln Pv H v 1 R T C (01) onde: pv = pressão de vapor ; Hv = entalpia ou calor de vaporização molar do líquido ; T = temperatura Kelvin do sistema em equilíbrio ; R = constante universal dos gases ideais ; C = constante de integração. Este trabalho prático tem por objetivo a verificação desta relação, assim como a determinação do calor de vaporização para o caso da água, a partir do efeito da variação da pressão externa sobre a temperatura de ebulição. 2 2. Materiais e reagentes balão de fundo redondo, com boca esmerilhada, de 500 mL condensador de bola e adaptador de Claisen Manta de aquecimento bomba de vácuo manômetro aberto de Hg e termômetro água destilada barômetro 3. Procedimento Experimental 1 – Fazer a montagem do sistema colocando água destilada no interior do balão juntamente com pérolas de ebulição (figura 1). 2 – Verificar o funcionamento da bomba de vácuo e como se faz a leitura no manômetro. 3 – Ajustar a bomba de vácuo de tal forma que a diferença entre os níveis de Hg (h) nas colunas do manômetro seja 280 mm. Iniciar o aquecimento. 4 – Quando a água entrar em ebulição e o sistema atingir o equilíbrio térmico, fazer a leitura da temperatura. Anotar esta temperatura e o h deste momento na tabela1. 5 – Reajustar a bomba de vácuo de tal forma que a diferença entre os níveis de Hg nas colunas do manômetro seja 240 mm. (Observe que a água não está mais em ebulição). 6 – Quando a água, novamente, entrar em ebulição e o sistema atingir o equilíbrio térmico, fazer a leitura da nova temperatura e do h, anotar na tabela 1. 7 – Repetir os itens 5 e 6 para todas as condições mencionadas na tabela 1. 8 – Para h igual a zero a bomba deve estar desligada (pressão atmosférica). 9 – Fazer a leitura da pressão atmosférica no barômetro. 3 4. Apresentação e Discussão dos Resultados Os resultados obtidos experimentalmente devem ser registrados na tabela 1. TABELA 1 : Valores de temperatura de ebulição e pressão de vapor para a água Medida h /mm 1 200 2 160 3 120 4 80 5 40 6 0 h /mm t/ oC pv / mm Hg Ln pv (1/T)/K-1 NOTA: h é a diferença entre os níveis das colunas de Hg no manômetro. T(K) = t (ºC) + 273,15 A leitura de h representa a diferença entre os níveis das colunas de Hg, lida em mm, no manômetro aberto e reflete a diferença entre as pressões exercidas em cada coluna. Na extremidade aberta exerce a pressão atmosférica e na outra a pressão da bomba (patm > pb). A pressão de vapor é igual à pressão da bomba dada pela equação: pv patm h (02) Fazer o gráfico colocando no eixo de coordenada Y os valores de ln p v e no eixo X os valores de (1/T) . Traçar a curva que melhor se ajusta aos pontos experimentais. Determinar os coeficientes angular e linear da reta. Calcular a entalpia molar de vaporização (Hv). Comparar os valores da entalpia de vaporização molar obtido experimentalmente com o valor fornecido nas tabelas termodinâmicas (Hv = 43,556 k J mol-1), e calcular o erro experimental. 4 APÊNDICE h Figura 1 – Representação esquemática da montagem TABELA 2: Constantes e fatores de conversão. R = 0,082058 atm.L.K-1.mol-1 R = 8,31451 J. K-1.mol-1 R = 1,9872 cal.K-1.mol-1 1 erg = 1 dina.cm-1 1 atm = 760 mm Hg 1 atm = 1,01325 x 106 dinas.cm -2 1 cal = 4,184 J 1J = 107 ergs