ÍNDICE
DEDICATÓRIA......................................................................................... 9
AGRADECIMENTOS............................................................................... 11
AS AUTORAS........................................................................................... 13
PREFÁCIO à 3.ª edição............................................................................ 15
PREFÁCIO — Um livro para todos os dias............................................17
INTRODUÇÃO......................................................................................... 19
NÓS E O NOSSO TRABALHO.............................................................. 21
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
01
02
03
04
05
06
07
– AS CÓLICAS..................................................................... 25
– O BOLÇAR/REGURGITAR.............................................28
– A PRISÃO DE VENTRE (OBSTIPAÇÃO)......................32
– AS ALERGIAS ALIMENTARES.....................................40
– INTOLERÂNCIA AO LEITE DE VACA.........................47
– A GARGANTA INFLAMADA — A CONSTIPAÇÃO....49
– A ANEMIA FERROPÉNICA (POR CARÊNCIA
DE FERRO)....................................................................... 56
08 – A FEBRE............................................................................ 62
09 – A RECUSA ALIMENTAR — BAIXO PESO .................66
10 – A GASTROENTERITE AGUDA (VÓMITOS
E/OU DIARREIAS)........................................................... 74
11 – A DIABETES MELLITUS................................................83
12 – A DOENÇA CELÍACA...................................................... 99
13 – A OBESIDADE INFANTIL..............................................108
14 – A HIPERCOLESTEROLEMIA/DISLIPIDEMIA.............122
15 – A HIPERATIVIDADE....................................................... 131
16 – A ADOLESCÊNCIA.......................................................... 138
17 – A ALIMENTAÇÃO ECONÓMICA..................................150
18 – AS VITAMINAS E OS MINERAIS.................................160
BIBLIOGRAFIA........................................................................................ 191
7
AS AUTORAS
ARIANE BRAND
Ariane Brand é pediatra. Trabalhou catorze anos no Hospital
de São Francisco Xavier, hospital central em Lisboa. Trabalha
em clínica privada há onze anos. Presentemente é diretora da
Familiarítas, clínica médica que reúne medicina oriental e
ocidental num conceito clínico novo. Dá consultas a crianças
e adolescentes. É formadora em saúde e alimentação infantil para
profissionais de saúde e leigos. É membro honorário da Xuexi,
Virtudes do Oriente, associação que promove o estudo e divul­
gação da medi­cina tradicional chinesa. Escreve para a revista
Papas e Bebés, e colabora com outras revistas, programas de
rádio e televisão no âmbito da pediatria.
Colabora ativamente com o Projeto «Ler mais» do Ministério
da Educação e além do livro Como Devo Alimentar o Meu Filho
publicou ainda os livros As Doenças das Crianças e O Guia da
Amamentação.
É mãe de três filhos.
EDUARDA ALVES
Nascida em Lisboa, Eduarda Alves é licenciada em Dietética
e Nutrição pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de
Lisboa. Durante 15 anos exerceu a sua atividade como dietista
no Hospital de São Francisco Xavier, dando apoio a vários servi­
ços de internamento, com destaque para a Pediatria, Obstetrícia,
Urgência Pediátrica e Neonatalogia, e participando em várias
con­sultas como Consulta Geral de Dietética, Neurologia Pediá­
trica, Endocrinologia Pediátrica, Pediatria Geral, Diabetes,
Diabetes na Gravidez, Oncologia, Cardiologia, Medicina, Obste­
trícia, Nefro­logia e outras.
13
Lecionou de 1999 a 2001 a cadeira de Dietética Laboratorial
aos alunos do 2.º e 3.º anos da licenciatura em Dietética da Escola
Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa.
Ao longo de vários anos, tem sido monitora de estágios de
Nutrição e Dietética Clínica de alunos dos 2.º e 3.º anos
da li­cenciatura em Dietética da Escola Superior de Tecnologia da
Saúde de Lisboa, em várias valências destacando-se a área
de Saúde Materno-Infantil.
É diretora da Clínica dos Alimentos desde 2007, onde
acompanha crianças, adolescentes e adultos. Fundadora do site
www.nutricaoedietetica.com e do blogue www.draeduardaalves.
blogspot.com. Com mais de 17 anos de prática de nutrição clí­
nica, é consultora e formadora na área de nutrição e dietética,
sendo presença habitual na imprensa escrita e em programas de
televisão e de rádio.
14
PREFÁCIO
à 3.ª edição
O livro Como Devo Alimentar o Meu Filho constitui uma
ajuda preciosa para todos os pais. Escrito de forma simples e des­
pretensiosa, encerra em si um conjunto de conselhos que muito
contribuem para o crescimento e desenvolvimento saudável dos
nossos filhos. Apresenta leveza na forma, mas profundidade na
substância.
Este livro resulta da longa experiência das suas autoras, Ariane
Brand, pediatra, e Eduarda Alves, dietista especialista em nutrição
infantil, as quais têm, ao longo de vários anos, dado resposta aos
receios e dúvidas que a alimentação dos filhos causa aos pais
em geral.
A título de curiosidade, será interessante fazer aqui uma breve
referência à relação entre a dietética e a pediatria. A primeira
referência aos dietistas em Portugal surge em 1938, quando num
documento dos Hospitais Civis de Lisboa, desse mesmo ano, é
possível identificar, nos quadros de pessoal, a categoria profis­
sional de dietista dos lactentes.
A expressão popular «nós somos o que comemos» revela de
forma excelente a importância que a alimentação tem na nossa
saúde. Apesar desta evidência, longo é o caminho que ainda tere­
mos de percorrer para que todos os portugueses possam usufruir
de uma alimentação saudável. Segundo os últimos resultados da
balança alimentar (INE, 2011), verifica-se um excesso de calorias
e gorduras saturadas, disponibilidades deficitárias em frutos,
produtos hortícolas e leguminosas secas e um recurso excessivo
aos grupos alimentares de «carne, pescado, ovos» e de «óleos e
gorduras» que caracterizam a alimentação em Portugal durante
a infância. Este livro reforça a importância da alimentação como
um dos fatores do meio ambiente que mais contribui para a
saúde. Quanto mais precoce for a aquisição de hábitos alimen­
tares corretos, tanto mais saudável é a população de adultos na
sociedade.
15
As temáticas selecionadas neste livro são muito pertinentes e
atuais indo ao encontro do esclarecimento de dúvidas que surgem
diariamente aos pais, desde as cólicas, às situações de diarreia
e a muitas outras. Cada capítulo tem uma explicação simples
sobre os vários temas: a situação clínica, as causas, os sintomas,
a intervenção dietética e por fim algumas receitas adequadas à
situação em causa.
Por todos os aspetos mencionados, o livro Como Devo Ali­
mentar o Meu Filho é uma mais-valia para os pais, contribuindo
para a divulgação de uma alimentação saudável, equilibrada
e racional, permitindo uma aprendizagem conducente a uma
melhor saúde nutricional dos nossos bebés e homens de amanhã!
Graça Raimundo
Presidente da Direção da
Associação Portuguesa de Dietistas
16
PREFÁCIO
UM LIVRO PARA TODOS OS DIAS
Penso que Como Devo Alimentar o Meu Filho, o livro escrito
por Ariane Brand, pediatra, e Eduarda Alves, licenciada em
­dietética, é uma obra muito útil para as famílias que procuram
­alimentar da melhor maneira os mais pequeninos.
Escrito duma forma simples, em muitos casos respondendo a
perguntas comuns dos pais das crianças, é com certeza um
manual que acompanhará os pais desde a altura das fraldas até
à fase da preocupação com o conteúdo das pequenas mochilas. Ao
lê-lo, fui associando esta escrita ao estilo do saudoso Dr. Spock,
que foi uma tábua de salvação para diversas gerações de pais
aflitos perante a inexperiência que sentiam.
Sobre a alimentação infantil dificilmente se poderá dizer que
o empirismo ensina tudo. É de facto uma das áreas onde grandes
e boas mudanças se observaram e onde a evocação «dos ­antigos
que já faziam assim» esbarra com a evidência. Essas evocações
míticas, que muitos tentam aplicar a outras áreas da vida, nin­
guém as tenta aplicar ao seu bébé, à sua criança — que ­colocamos
acima de todas as coisas, no lugar talvez dos semideuses e por
certo ao nível dos anjos.
Ao longo do tempo, desde que há memória escrita, as ­crianças
morriam em grande escala por problemas neonatais, gas­tro­
enterites, raquitismo, epidemias — e as gerações atuais têm ainda
memória oral destas devastações. Por isso, tudo o que se rela­ciona
com o tratamento das crianças encontra pouco eco no «sempre se
fez assim».
Os higienistas do princípio do século XX estabeleceram algumas
medidas, mas foi sobretudo no baby-boom após a Segunda Guerra
Mundial que na Europa e nos EUA se verificaram as ­grandes
mudanças de caráter científico que vieram alterar profundamente
a forma de lidar com as crianças. O aparecimento dos antibió­
ticos, a generalização das vacinas, o desenvolvimento ­de condições
sanitárias básicas, a introdução das vitaminas, criaram uma nova
17
geração, para a qual a morte já não era aceite como uma inevitabi­
lidade. A alimentação das crianças passou a ser ­racionalizada.
É verdade que se cometeram erros, como foi o da substituição
forçada da ­alimentação ao peito pela alimentação artificial, mas o
cuidado na diversificação alimentar das crianças, a introdução
sistemática de vegetais e de fruta foram também muito próprios
dum tempo que despertava para a racionalidade aplicada à alimen­
tação. Ao período da segunda metade dos anos 40 do século XX,
que veio a dar uma parte dos atuais adultos obesos, fruto de terem
tirado «a barriga de misérias» após os anos de escassez, seguiu-se
a dos bébés filhos de pais conhecedores, que tentavam dar à sua
criança uma alimentação adequada de acordo com os conhecimentos
adquiridos.
Infelizmente foi crescendo a abundância da comida hiper­
calórica e desde os últimos vinte anos confrontamo-nos com uma
realidade alimentar, cujas consequências podem ser desastrosas.
Neste livro, Ariane Brand e Eduarda Alves respondem de
forma prática a problemas habituais das crianças.
A obstipação, com suas causas e soluções. As cólicas, que
tantas noites de desassossego nos fazem perder... E também esses
episódios, que tanto nos afligem, dos bébés que «bolsam».
A febre, as alergias. E ainda situações específicas de patologias,
como a doença celíaca, a obesidade, a hipercolesterolemia, a
gastroenterite, a diabetes. Na adolescência são contemplados os
magrinhos e os gordinhos, com os seus problemas. E as receitas
culinárias estão sempre presentes em cada uma destas questões.
É prestada também atenção à economia das famílias, numa
época social em que não falta a informação, mas falta o dinheiro.
Por todos os aspetos referidos, considero que este é um manual
de grande utilidade e, como tal, aconselho vivamente a sua
leitura.
Isabel do Carmo
Diretora do Serviço de Endocrinologia,
Diabetes e Metabolismo
do Hospital de Santa Maria
18
INTRODUÇÃO
«Que a comida seja o teu alimento e que
o alimento seja o teu remédio.»
Hipócrates
A alimentação é uma necessidade básica, tendo constituído
desde sempre uma das principais preocupações da humanidade.
De facto, é desde há muito conhecida a relação entre uma boa
saúde e uma alimentação racional e equilibrada, bem como os
benefícios de uma dieta adequada em inúmeras situações de
doença.
A dietética era designada pelos gregos como sendo a arte de
bem viver, correspondendo a noção de diaita (dieta) a um estilo
de vida saudável, o qual deveria assegurar a manutenção da saúde
física e psicológica.
De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da
Obesidade, 31,55 por cento das crianças portuguesas têm peso a
mais, sendo o segundo país da Europa com maior prevalência de
obesidade infantil. Segundo dados da Organização Mundial
de Saúde, o número de adultos com diabetes tipo 2 poderá duplicar
nos próximos vinte e cinco anos, devido em grande parte
à obesidade infantil. É urgente tomar medidas e efetuar uma
­reeducação alimentar abrangente e continuada.
Não pretendemos escrever um livro sobre obesidade infantil,
mas sim um guia prático, que indique a alimentação adequada
a várias doenças comuns na infância.
No decorrer do exercício das nossas profissões (a Dr.a Aria­ne
como pediatra e eu como dietista), apercebemo-nos de que mui­
tos pais, alunos, e até alguns profissionais de saúde, sentiam
a necessidade de recorrerem a um guia que os orientasse sobre a
alimentação mais adequada às suas crianças em situação de
19
doença. E foi assim que surgiu este projeto conjunto, fruto das
nossas experiências (as quais se complementam) e do trabalho
conjunto ao longo de vários anos.
Assim, este livro pretende ser, essencialmente, um guia prático
que forneça aos pais informações que lhes permitam ­alimentar
corretamente os filhos em algumas situações de doença, não
substituindo, no entanto, o recurso a uma consulta. Na verdade,
convém não esquecer que «cada caso é um caso» e que deverá
ser tratado como tal.
Todos os capítulos da presente obra possuem uma estrutura
semelhante, começando com uma abordagem sobre a doença e
conselhos sobre como atuar nas diversas situações. Esta primeira
parte é da responsabilidade da pediatra Dr.a Ariane Brand. Na
segunda parte, a dietista Dr.a Eduarda Alves faz uma abordagem
à intervenção dietética, à dieta, seus objetivos e forma de ­atuação,
descrevendo e apresentando algumas recomendações práticas, ao
que se seguem algumas receitas e respetivo valor nutricional.
Neste guia fornecem-se ainda orientações sobre a utilização
dos alimentos como aliados no tratamento de algumas doenças
infantis, conselhos dietéticos e receitas com os aportes nutricionais,
como forma de ajudar ativamente à sua recuperação e ao aumento
da qualidade de vida das crianças e das suas famílias.
As crianças são muito atentas aos exemplos que observam à
sua volta, e assimilam toda a informação que lhes é veiculada,
sendo a infância a altura certa da vida para lhes incutir hábi­
tos alimentares saudáveis, prevenindo no futuro muitas doenças
­crónicas, como a obesidade, a diabetes, as doenças cardiovas­
culares e alguns tipos de cancro.
E que melhor legado podem os pais deixar aos seus filhos do
que proporcionarem-lhes os conhecimentos necessários que lhes
assegurem um futuro pleno de saúde?
«O destino das nações depende da maneira como os seus
povos se alimentam.»
Brillat-Savarin
20
NÓS E O NOSSO TRABALHO…
Nós, a pediatra e a dietista hospitalar, trabalhamos juntas em
pediatria há muitos anos. A ideia para este livro já nos surgiu há
mais de dez anos, quando exercíamos a nossa atividade na enfer­
maria do Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa. Ao longo
deste tempo, fomo-nos apercebendo das muitas dúvidas dos pais
sobre a forma como alimentar os filhos — e sobretudo os filhos
doentes. Todavia, este nosso projeto não pôde passar de imediato
à prática, uma vez que eu, na minha qualidade de médica
pediátrica, sentia necessidade de ganhar experiência. Passados
onze anos e três filhos, a Pandora com onze anos, o Rafael
de nove e o Geronimo de quatro, posso dizer que conheço todo
o tipo de problemas alimentares e compreendo bem as ânsias
dos pais.
Ultimamente, nas minhas consultas, tenho constatado um
acréscimo de crianças, mesmo de tenra idade, com problemas de
obesidade, níveis altos de colesterol e hipertensão arterial, bem
como outros tipos de perturbações alimentares.
Comecei por contactar um projeto de saúde comunitária na
Alemanha que visa a reintegração de crianças obesas na socie­
dade, oferecendo­-lhes um programa completo de apoio nutricional,
atividade física, ajuda psicológica, entre outros.
Em seguida, conversei com a Dr.a Eduarda Alves, dietista, e
decidimos criar uma consulta em conjunto para ajudar esta
população com os meios de que dispomos, bem mais modestos
do que os existentes na Alemanha, naturalmente.
Obviamente não pretendemos substituir uma consulta hospi­
talar específica de endocrinologia ou de gastrenterologia, mas
sabendo de antemão que a grande maioria das crianças com peso
excessivo não sofre de qualquer doença orgânica subjacente,
decidimos pôr mãos à obra.
21
Consulta de nutrição e dietética
As ciências de nutrição e dietética complementam-se com a
gastronomia, pois os nutrientes são veiculados através das
refeições, as quais deverão ser saboreadas com prazer e, em
simultâneo, desempenhar uma função terapêutica orientada para
os objetivos pretendidos (emagrecimento, controlo do nível de
­glicémia, melhoria do perfil lipídico, melhoramento do estado
nutricional, etc.).
De cada vez que servimos uma refeição aos nossos filhos,
proporcionamos-lhes várias sensações, como prazer, segurança,
­conforto e bem-estar e, ao mesmo tempo, contribuímos para
­reparar as suas perdas, para o seu crescimento e desenvolvimento
adequados, ajudando-os a terem uma existência plena de saúde
e bem-estar.
Nas consultas de nutrição e dietética obtém-se muito mais do
que um simples relato de hábitos e padrões alimentares, obtém-se
o espelho de uma realidade de vida.
Durante a consulta de nutrição e dietética é feita uma anamnese
(levantamento da história clínica, hábitos alimentares e de
exercício físico), que contempla a avaliação nutricional (evolução
de peso e altura, análises ao sangue e à urina, doenças anteriores,
doenças existentes na família, alergias e intolerâncias alimenta­
res, etc.), inquérito alimentar (tipos de alimentos e quantidades
ingeridas ao longo dos dias da semana e ao fim de­semana, pra­
tos ­preferidos e mais frequentes, combinações de alimentos mais
­frequentes, hábitos de exercício físico, etc.), avaliação do meio
envolvente (condições económicas, estabilidade familiar, aspetos
culturais, religiosos e sociais, estilo de vida, apoios existentes,
tempo disponível, etc.) e avaliação complementar (estado emocio­
nal, grau de motivação, capacidade de aprendizagem, escolaridade,
expectativas quanto à dietoterapia, conhecimento da situação, etc.).
Na primeira consulta de nutrição e dietética é efetuada toda
a avaliação já mencionada anteriormente e instituída uma dieta
baseada na mesma e adequada à situação atual e específica de
cada pessoa, de forma a atingir os objetivos específicos pre­ten­
didos. É ainda ministrado um ensino dietético detalhado, do qual
constam os alimentos aconselhados, desaconselhados, ­fre­quên­cia aconselhada da sua ingestão, quantidades, associações de
alimentos mais benéficas, equivalências nutricionais dos vários
22
alimentos, formas mais indicadas de cozinhar os alimentos, tem­
peros indicados, horários das refeições, conselhos ­dietéticos
para cada situação e esclarecimento de dúvidas sobre nutrição
e dietética.
O ensino dietético permite dar à criança e aos pais uma maior
autonomia na seleção da sua alimentação, bem como uma alimen­
tação variada e agradável, de forma a evitar a monotonia e um
consequente desânimo na adesão à dieta.
Nas consultas subsequentes é realizada uma avaliação dos
resultados obtidos, da adesão à dieta e da motivação para conti­
nuar a dietoterapia. Se necessário, é efetuado um ajuste na dieta
insti­tuída, de acordo com a evolução e com os objetivos a atingir,
bem como o esclarecimento de conceitos associados à dietoterapia.
Por fim, prossegue-se o ensino dietético.
Há que assegurar um aporte nutricional adequado de acordo
com a idade, atividade física, existência ou ausência de ­doenças,
medicação seguida, entre outros fatores, de modo a contribuir
para um crescimento e desenvolvimento adequados.
Há que ter sempre presente que as pessoas ingerem alimentos,
não nutrientes (ferro, cálcio, frutose, etc.) de forma isolada, com
toda a diversidade de combinações e apresentações possíveis.
Ao dietista cabe o papel de «tradutor», transmitindo a infor­
mação nutricional e dietética através de um esquema alimentar
específico para a situação em causa, que seja de fácil perceção e
agradável (dentro do possível) de seguir, bem como todas as
­orientações necessárias para a sua preparação, o estabelecimento
de objetivos a atingir, a explicação de forma mais ou menos deta­
lhada (consoante o doente, bem como o seu interesse, formação,
etc.) de como irá atuar a dieta, qual a sua evolução, etc.
Para que haja uma maior adesão à dieta, esta deverá aproximar-se
o mais possível da alimentação habitual, devendo ser nutricional­
mente adequada, bem como variada e agradável aos sentidos.
Para que sejam alcançados os objetivos pretendidos, os
doentes deverão ser informados da importância da sua adesão à
dieta, da necessidade de mudança de estilo de vida, da forma de
atua­ção da dietoterapia e dos resultados obtidos, e ainda moti­
vados a continuar.
O apoio familiar é fundamental para o cumprimento da dieto­
terapia, promovendo uma mudança conjunta para um estilo de
vida mais saudável.
23
Nas crianças e adolescentes, todas as mudanças destinadas à
adoção dum estilo de vida mais saudável deverão ser incutidas
de forma gradual e continuada, e não repentinamente, a menos
que tal se revele indispensável.
Fazendo uma anamnese nutricional pormenorizada, criando
ementas variadas, apelativas e adaptadas às preferências alimen­
tares de cada criança, ou adolescente, o dietista vai corrigindo
gradualmente os erros alimentares identificados e incentivando
o consumo de alimentos que não gozam de grande popularidade
nestas idades (como o peixe, as leguminosas, os legumes, as
saladas), preparados de forma atrativa, variada e nutritiva.
24