Curso de Extensão em Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva: estratégias
pedagógicas para favorecer a inclusão escolar
O Curso de Extensão em Educação
Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva: estratégias pedagógicas para
favorecer a inclusão escolarobjetiva
proporcionar aos professores participantes
conhecimentos sobre as diferentes
dimensões que envolvem a implementação
da Política de Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva e as
Diretrizes Operacionais do Atendimento
Educacional Especializado na modalidade
de Educação Básica, Educação Especial.
•Proporcionar
conhecimentos
sobre
a
implementação do Atendimento Educacional
Especializado
conforme
as
diretrizes
do
Ministério da Educação.
•Oferecer aos professores conhecimentos para a
produção de material adaptado (em braille,
comunicação alternativa, entre outros) para
atender alunos com necessidades educacionais
especiais de escolas públicas dos sistemas
educacionais da Baixada Fluminense.
•-
•Promover
reflexões
sobre
as
diferentes
possibilidades pedagógicas presentes no uso de
ajudas técnicas (tecnologias assistivas) para a
inclusão
de
alunos
com
necessidades
educacionais especiais nos diferentes contextos
educacionais.
1. Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva: dimensões filosóficas, políticas e
pedagógicas.
2. O processo de ensino-aprendizagem de alunos
com
diferentes
especiais
sensoriais,
em
necessidades
decorrência
transtornos
educacionais
de
deficiências
globais
do
desenvolvimento, altas habilidades/ superdotação
e outros.
3.
O
Plano
de
Desenvolvimento
Psicoeducacional Individualizado (PDPI): uma
estratégia
para
favorecer
o
atendimento
educacional especializado em salas de recursos
multifuncional.
4.
Comunicação
assistivas.
alternativa
e
tecnologias
5. O ensino de Braille, sorobã e tecnologias
assistivas.
6. O ensino de Libras e tecnologias assistivas.
7. O trabalho colaborativo entre o professor da sala
de recursos e do ensino regular.
Financiamento
PROEXT 2009
1. Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva: dimensões
filosóficas, políticas e pedagógicas.
2. O processo de ensinoaprendizagem de alunos com
diferentes necessidades educacionais
especiais em decorrência de
deficiências sensoriais, transtornos
globais do desenvolvimento, altas
habilidades/ superdotação e outros.
O desenvolvimento humano pode ser explicado
basicamente por três vertentes:
EMPIRISTA – diz que o conhecimento vem primeiro
através de uma informação sensorial, sendo transmitido do
exterior do indivíduo par ao seu interior (o individuo é
comparado a uma folha branca de papel na qual as
experiências vão sendo escritas).
RACIONALISTA – (Descartes e Kant) nega a
importância da experiência sensorial e defende a razão
como o mais poderoso meio para se chegar a verdade,
Defendem o raciocínio como uma capacidade INATA.
RELATIVISTA
–
construtivismo
(interacionista/cognitivista)
Vygostky
e
(sócio-interacionista)
de
Piaget
sócio-histórico
visão
dinâmica
de
e
construtivista do conhecimento. Também temos Wallon
nessa vertente.
PIAGET
•Nasceu na Suíça em 1896.
Piaget foi biólogo, zooólogo,
filósofo, epiastemólogo e piscólogo.
Desde muito cedo mostrou interesse
pela ciência;
• Aos 10 anos publicou o seu primeiro artigo sobre um pardal
totalmente albino que observava num parque público.
•Em seguida iniciou seu trabalho como voluntário no Museu
de Ciências Naturais (durante 4 anos). Nesse período publicou
20 artigos sobre moluscos e temas zoológicos afins.
•Em 1915 licenciou-se como Biólogo. Três anos depois
doutorou-se em moluscos de Valois.
• De 1857-1939 estudou psiquiatria em Zurique;
• Em París (1875-1911) estudou filosofia e trabalhou com
a padronização de testes de raciocínio (textos de QI) no
Laboratório Criado por Binet.
• Em 1921 ingressou no Instituto Jean JACQUES
Rousseau de Genebra a convite do editor que
impressionou-se com a originalidade dos escritos de
Piaget.
• Em 1923, Piaget casou-se com Valentine Châtenay, com
quem teve três filhas: Jacqueline (1925), Lucienne (1927)
e Laurent (1931). As teorias de Piaget foram, em grande
parte, baseadas em estudos e observações de seus filhos
que ele realizou ao lado de sua esposa.
-Em 1925, Piaget foi nomeado titular de Filosofia em
Neuchâtel (Suíça) onde lecionou até 1929 quando
voltou
para
Genebra.
Lecionou
história
da
matemática, da física e da biologia. Nesse período foi
nomeado Diretor do Departamento Internacional de
Educação. Foi nesse período que começou a
introduzir suas grandes descobertas
desenvolvimento das crianças.
sobre o
• Em 1936 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da
Universidade de Harvard.
• De 1939 a 1952, foi professor de sociologia da
Universidade de Genebra.
• Em 1940 tornou-se diretor do laboratório de psicologia
experimental.
• Seu projeto de elaborar uma epistemologia baseado nas
ciências concretizou-se em 1955.
• Piaget morreu em 16 de setembro de 1980.
Epistemologia genética
Supõe que o indivíduo passa por várias etapas de
DESENVOLVIMENTO ao longo da sua vida (teoria do
conhecimento).
Conforme Piaget, a aprendizagem é um processo que
começa no nascimento e acaba na morte.
DEASAFIO
DESEQUILÍBRIO =
ASSIMILAÇÃO/ACOMODAÇÃO
ADAPTAÇÃO
EQUILIBRIO
Isto é, a inteligência se constrói com a participação ativa
do sujeito, a partir da interação do indivíduo com o meio.
s
Sujeito e meio – experiência sensorial e razão juntas
Imagem extraída da palestra proferida por Ferreira (2009).
Pensamento
simbólico
(irracional)
Fonte: Ferreira (2009).
Pensamento
lógico
(racional)
É com base nessa lógica que Piaget define os esquemas e
as estruturas em dois processos:
Esses processos são permanentes e acontecem o tempo
todo.
O desenvolvimento e a construção do conhecimento segundo
Piaget:
•Base biológica;
•Trocas com o meio físico;
•Trocas com o meio social.
Vale lembrar que os esquemas são modos de agir
mentalmente sobre objetos.
Definição de Assimilação segundo Ferreira (1994, 2009)
É a transformação do objeto a partir dos esquemas do sujeito.
Já a acomodação segundo a mesma autora:
Fonte: Ferreira (1998; 2009)
É a reestruturação ou transformação dos esquemas antigos
frente a novos objetos que resistem à assimilação através
dos esquemas familiares usados (FERREIRA, 2009).
Em síntese:
Para Piaget, o ser humano assimila as informações que
recebe do exterior, mas uma vez que já tem uma estrutura
mental que não está "vazia", precisa de adaptar esses dados
à estrutura mental já existente. Uma vez que os dados são
adaptados a si, dá-se a acomodação.
Para Piaget nenhum conhecimento nos chega do exterior
sem que sofra nenhuma alteração pela nossa parte, ou seja,
tudo o que aprendemos é influenciado por aquilo que já
tínhamos aprendido.
Estágios de desenvolvimento
• Inteligência sensório-motora
• Inteligência pré-operatória
• Inteligência operatória concreta
• Inteligência operatória formal
Inteligência sensório-motora
•Dura do nascimento ao 18º mês de vida;
•A criança busca adquirir controle motor e aprender sobre
os objetos físicos que a rodeiam. Esse estágio se chama
sensório-motor, pois o bebê adquire o conhecimento por
meio de suas próprias ações que são controladas por
informações sensoriais imediatas.
1ª FASE – Exercícios reflexos (0 a 1 mês) - nessa fase a
criança só possui como meio de adaptação os reflexos
hereditários.
2ª FASE – Reação circular primária (1 a 4 meses) - o
bebê repete os movimentos que prolongam as atividades
reflexas que são desprovidas de intencionalidade. 3ª FASE
3ª FASE- Reação circular secundária (4 a 8 meses) - o
bebê se focaliza mais no mundo dos objetos ao seu redor
que no seu próprio corpo.
4ª FASE – Coordenação de esquemas secundários ( 8 a
12 meses) - O bebê experimento vários esquemas
conhecidos como balançar, puxar, etc. Estes são usados
como meio para conseguir determinada coisa (brinquedo).
5ª FASE – Reação circular terciária (12 a 18 meses)
A criança varia e experimenta novos padrões de
comportamento, para analisar e compreender o que
acontece. Ex. a criança joga o brinquedo fora do berço
várias vezes, mas cada vez observa a trajetória diferente e o
lugar onde caiu.
6ª FASE – Combinações mentais (18 a 24 meses) – A
criança inicia o “jogo simbólico”, o faz-de-conta, recordase de fatos passados e os imita depois de algum tempo
decorrido.
Estágio Pré-operatório
•No estágio pré-operatório, que dura do 18º mês aos 8 anos
de vida, a criança busca adquirir a habilidade verbal. Nesse
estágio, ela já consegue nomear objetos e raciocinar
intuitivamente, mas ainda não consegue coordenar
operações fundamentais.
Pensamento simbólico – ex. uma uma caixa e faz de
conta que é um carrinho.
Pensamento intuitivo – é uma espécie de ação
executada em pensamento: encaixar, seriar, deslocar, etc.
A imitação –
é uma das manifestações da função
simbólica.
O jogo simbólico – Em várias de suas obras Piaget
mostra a importância do brinquedo e do jogo em termos
de evolução social e crescimento intelectual;
O Desenho – É uma forma de função simbólica.
Apresenta-se em diferentes fases.
A imagem mental – considera-se a imagem mental como
uma imitação interiorizada
A linguagem –aparece paralelamente ás outras formas de
função simbólica. Começa no período sensório –motor
com o balbuciar da criança.
Estágio - Operatório concreto
• No estágio operatório concreto, que dura dos 8 aos 12
anos de vida, a criança começa a lidar com conceitos
abstratos como os números e relacionamentos. Esse
estágio é caracterizado por uma lógica interna
consistente e pela habilidade de solucionar problemas
concretos.
- Noção de conservação de quantidades (construção
do nº)
- Noção de classificação (ex. diferentes figuras)
- Noção de seriação (ex. a seriação das frutas)
- Noção de espaço (deslocamento)
- Noção de tempo (se constrói junto com as noções de
movimento, velocidade e espaço)
- Noção de causalidade (causa e efeito)
Para refletir.....
Tonucci, 1979. Homenagem a Piaget.
Operatório formal
•No estágio operatório formal – desenvolvido entre os
12 e 15 anos de idade – a criança começa a raciocinar
lógica e sistematicamente. Esse estágio é definido pela
habilidade de engajar-se no raciocínio abstrato. As
deduções lógicas podem ser feitas sem o apoio de
objetos concretos.
•No estágio das operações formais, desenvolvido a
partir dos 12 anos de idade, a criança inicia sua
transição para o modo adulto de pensar, sendo capaz de
pensar sobre idéias abstratas.
Em síntese....
WALLON
•Nasceu na França em 1879.
•Antes de chegar à psicologia passou pela filosofia e
medicina e ao longo de sua carreira foi cada vez mais
explícita a aproximação com a educação.
• Em 1902, com 23 anos, formou-se em filosofia pela
Escola Normal Superior, cursou também medicina,
formando-se em 1908.
• Viveu num período marcado por instabilidade social e
turbulência política. As duas guerras mundiais (1914-18 e
1939-45), o avanço do fascismo no período entre guerras,
as revoluções socialistas e as guerras para libertação das
colônias na África atingiram boa parte da Europa e, em
especial, a França.
•Em 1914 atuou como médico do exército francês,
permanecendo vários meses no front de combate. O
contato com lesões cerebrais de ex-combatentes fez com
que
revisse
posições
neurológicas
que
havia
desenvolvido no trabalho com crianças deficientes.
• Até 1931 atuou como médico de instituições
psiquiátricas.
• Paralelamente à atuação de médico e psiquiatra
consolida-se seu interesse pela psicologia da criança.
• Na 2ª guerra atuou na Resistência Francesa contra os
alemães,
foi
perseguido
e
teve
que
viver
na
clandestinidade.
• De 1920 a 1937, fez conferências sobre a psicologia da
criança na Sorbonne e outras instituições de ensino
superior.
•Em 1925 fundou um laboratório destinado à pesquisa e ao
atendimento de crianças ditas deficientes.
• Ainda em 1925 publicou sua tese de doutorado “A
Criança Turbulenta”. Iniciou um período de intensa
produção com todos os livros voltados para a psicologia da
criança. O último livro “Origens do pensamento na
criança’, em 1945.
• Em 1931 viajou para Moscou e é convidado para
integrar o Círculo da Rússia Nova, grupo formado por
intelectuais que se reuniam com o objetivo de aprofundar
o estudo do materialismo dialético e de examinar as
possibilidades oferecidas por este referencial aos vários
campos da ciência.
•Faleceu em 1962.
DIALÉTICA
“É o modo de pensarmos as contradições da realidade,
o modo de compreendermos a realidade como
essencialemnte
contraditória
e
em
transformação” (KONDER,2006, p. 8).
permanente
Desenvolvimento saegundo Wallon
"o ser humano é organicamente social e sua estrutura
orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar"
(DANTAS, 1992).
O QUE ISSO QUER DIZER? Que a teoria do
desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na
psicogênese da pessoa como um todo.
Ou seja: afetivo, cognitivo e motor.
Para Wallon a educação é: “Um fato social”.
“o homem é um ser social e mais ainda, membro de
uma sociedade concreta, nela atuando, modificando-a
e sendo por ela modificado”.
O estudo de Wallon é centrado na criança contextualizada.
Ou seja, o ritmo no qual se sucedem as etapas do
desenvolvimento é descontínuo, marcado por rupturas,
retrocessos e reviravoltas, provocando em cada etapa
profundas mudanças nas anteriores.
Ou seja, a passagem dos estágios de desenvolvimento não
se dá linearmente, por ampliação, mas por reformulação,
instalando-se no momento da passagem de uma etapa a
outra, crises que afetam a conduta da criança.
Conflitos se instalam nesse processo e são de origem exógena
quando resultantes dos desencontros entre as ações da criança e o
ambiente exterior, estruturado pelos adultos e pela cultura e
endógenos e quando gerados pelos efeitos da maturação nervosa
(Galvão,
1995).
Esses
conflitos
são
propulsores
do
desenvolvimento.
Os cinco estágios de desenvolvimento do ser humano segundo
Wallon são:
-Estágio impulsivo puro; Estágio emocional ou de simbiose
afetiva;
-Estágio sensitivo-motor ou sensório–motor; o projetivo;
personalismo.
1- ESTÁGIO IMPULSIVO PURO & ESTÁGIO
EMOCIONAL OU SIMBIOSE AFETIVA
-1º ano de vida – esse estágio tem como principal
característica a atividade motora reflexa.
- No primeiro ano a criança também vive o 2º
estágio que é o estágio emocional ou de simbiose
afetiva.
“A emoção é altamente contagiante e, através do
choro, se configura como a primeira expressão social
do ser humano” (FONTES, 2003, p. 54).
OBS: Ex. jogo de futebol.
A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO ATRAVÉS DA
EMOÇÃO (WALLON)
Mundo cultural/
Mundo biológico
social
EXPLICANDO O ESQUEMA....
“Por meio da linguagem a emoção pertence a dois
mundos simultaneamente: o biológico e o social. A
emoção está na base do desenvolvimento
intelectual do ser humano, influenciando-o, da
mesma forma como a inteligência desempenha
forte influência no desenvolvimento da emoção, ao
longo de toda a vida, numa relação visivelmente
dialética da constituição do sujeito”.
2- SENSITIVO MOTOR OU SENSÓRIO MOTOR
- Surge no final do 1ª ano ou início do segundo;
- A criança orienta-se para objetos e descobre o
mundo dos objetos;
3- PROJETIVO
- Atividade mental
representação).
(ato de acompanhar a
4 - PERSONALISMO
- A criança chega ao “CONCEITO DO EU”.
- Nessa idade (6 anos) a criança possui os meios
intelectuais e as oportunidades de individualizarse.
OBS: ESCOLA
QUESTÕES IMPORTANTES SOBRE A TEORIA DE
WALLON
Podemos identificar 4 grandes temas na teoria de
Wallon.
1ª A motricidade ou psicomotricidade Para Wallon a
motricidade é a 1ª forma de manifestação do ser humano.
Para ele a motricidade é sempre afetiva. O bebê por ser
prolongadamente dependente do outro utiliza-se de recursos
da afetividade para agir sobre o outro. O movimento pode ser
dividido em duas dimensões:
a) Dimensão afetiva: reforço da comunicação, por ex., a
mímica do bebê, movimentos das pernas e dos braços, etc.
b) Dimensão práxica: quando atua sobre o ambiente
(envolve a cognição)
Wallon é considerado o pai da
psicomotricidade.
“A postura está ligada também à atividade
intelectual.Ao mesmo tempo em que expressamos
por gestos nossas reflexões, a função postural dá
sustentação à atividade de reflexão mental”.
“Através da expressividade, o indivíduo atua sobre
o outro e isto lhe garante a sobrevivência”
O que isso quer dizer?
2ª - A questão da emoção – a emoção é orgânica
e social. É por meio dela que o indivíduo se
socializa.
“No primeiro ano de vida
nutrir a inteligência é
nutrir o afeto”
A afetividade não é apenas uma das dimensões da
pessoa, é a fase mais primitiva do desenvolvimento
(NAUJOKS, 2001).
Com a linguagem surgem ouras formas de
vinculação afetiva (1 – afetividade emocional; 2 –
afetividade simbólica e 3 – afetividade categorial)
Importante....
“A construção da pessoa é sempre uma autoconstrução. O vínculo afetivo supre a insuficiência
da inteligência do início da vida. (...) o estágio
afetivo cria os elos os elos necessários à ação
coletiva” (NAUJORKS, p. 56).
3º - A questão da inteligência – Para Wallon a
inteligência se desenvolve por meio de saltos. Para
tal é necessário o amadurecimento neurológico e
também a influência da cultura. São dois os
momentos principais:a inteligência sensório-motor e
a inteligência representativa.
4º Questão a formação do “eu” “personalidade” –
o “eu” se estrutura por um processo de diferentes
etapas.
“Na estruturação do “eu” os aspectos cognitivos estão
misturados, incorporados nos aspectos afetivos e um nutre o
outro. Primeiramente, quando o indivíduo é bebê, este afetivo
é quase corporal. É necessário que o bebê consiga uma
ruptura
com
estes
elementos
para
que
construa,
progressivamente, a consciência de si e adquira autonomia.
Nesta fase o conflito com o outro está sempre presente
caracterizando atos de rebeldia e negação. É a “tempestade
do personalismo” que permite ao indíviduo diferenciar-se,
progressivamente do outro” ( NAUJORKS, p. 56).
VIGOSTKI
•Nasceu em 1896 na Rússia.
•Filho de família com boas condições
financeiras e alta escolaridade;
• Estudou até os 15 anos com tutores particulares;
• Aos 17 anos completou o secundário em uma escola
privada;
• De 1914 a 1917 estudou direito e literatura e História
e Filosofia. Estudou também medicina;
Vigotski acompanhou de perto a instalação da revolução
comunista de 1917. Período de grandes mudanças
sociais e culturais da Russia.
•O interesse pelo desenvolvimento psícólogico do ser
humano teve início por meio de um curso de formação de
professores de crianças com problemas como cegueira,
retardo mental severa, afasia (termos usados por
Vigostki), etc;
•Em 1925 fundou o laboratório de psicologia para
crianças deficientes.
•De 1924 até a sua morte, apesar da tuberculose e das
inúmeras internações, Vigotski produziu muito. Escreveu
aproximadamente 2000 artigos, incluindo temas desde a
neurologia até a crítica literária, passando pela
deficiência, linguagem, psicologia, educação e questões
teóricas e metodológicas relativas ao desenvolvimento
humano.
Defectologia
Defectologia: é a ciência geral da deficiência, com carater
de um sistema, que integra, numa unidade, os aspectos
neurológicos, psicológicos, scoaisi e educativos na anaálise
da deficiência (PADILHA, 2001).
Curiosidades
• Casou-se aos 28 anos e faleceu aos 37 anos em Moscou
dia 11 de junho de 1934.
• Durante o período de 1936 a 1956, devida á censura do
regime stalinista sua obra foi proibida no ocidente. Contudo,
circulava clandestinamente.
• Vygotsky é considerado um dos maiores psicólogos do
século XX.
O desenvolvimento para Vigotski
Origem histórico-cultural
Origem biológica
Estruturas elementares são:
(reflexos, reações
automáticas,
associações simples,
entre outros)
condicionadas
principalmente por
determinantes
biológicos.
Processos
psicológicos
superiores
Referem-se aos processos
que
caracterizam
o
funcionamento
psicológico tipicamente
humano,
como,
por
exemplo,
ações
conscientemente
controladas,
atenção
voluntária, memorização
ativa,
pensamento
abstrato, etc).
Isto é....
Para esse autor o ser humano nasce apenas com
recursos biológicos, mas com a convivência
social, com seus valores e sua cultura, esses
recursos concretizam o processo de humanização
(de desenvolvimento humano), essencialmente
possível por meio do processo ensinoaprendizagem.
Essas estruturas por sua vez são
construídas e (re)construídas com base no
uso de instrumentos e de signos ao longo de
toda a vida do sujeito.
Os
instrumentos
elementos
externos
indivíduo
usados
são
ao
para
alcançar objetivos
Por exemplo, o uso do material dourado pela criança na
resolução de problemas matemáticos constitui um
instrumento que mediará o processo de apreensão das
operações matemáticas.
Os signos são representações internas
sobre
objetos,
por exemplo,
os
números são signos usados para
representar
quantidades.
Podemos
citar também a linguagem (oral,
gestual, escrita), o desenho, etc.
É o que ele denomina de “experiência
simbólica”
É graças ao sistema de signos que o homem pode
nomear as coisas e suas experiências (dizer o que elas
são, pensá-las), compartilhar estas experiências com os
outros e interrelacionar-se com eles, afetando os seus
comportamentos
e
sendo
por
eles
afetados;
transformando-se ele mesmo e desenvolver diferentes
níveis de consciência a respeito da realidade socialcultural e de si mesmo (PINO, 1995, p. 33).
Exemplo
O jogo é fruto do processo social mediatizado pelos
sistemas simbólico e normativo
INSTRUMENTO
BRINQUEDO
SIGNO
A essência do brinquedo é a criação de uma nova
relação entre o campo do significado e o campo da
percepção visual, ou seja, entre situações de pensamento
e situações reais (Vygotsky)
É
com
base
na
relação
entre
essas
“ferramentas” internas e externas que a
pessoa constrói o seu conhecimento. Em
outras palavras, é por meio dessa relação
que o sujeito continuamente transforma os
seus
conhecimentos
contidianos
(experiências vividas) e conceitos científicos.
FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES
- SÃO ESTRUTURA MEDIATIZADA
1. Social
- papel do outro na formação da consciência
- papel dos grupos sociais
2. Organismo.
3. Instrumentos
-ferramentas – transformam a realidade
- signos- permitem a regulação da vida social e a autoregulação da própria atividade.
MEDIAÇÃO
•Compreender o conceito de mediação é essencial para
entender as proposições vigotskianas, no que se refere ao
funcionamento psicológico.
•A mediação não deve ser entendida como algo que só
ocorre quando se observa e descreve a relação direta entre
as pessoas. Ela também pode ocorrer no processo de
ensino-aprendizagem
sem
a
presença
visível
ou
participação imediata do outro, por meio da representação
mental ou simbólica.
A aprendizagem é um ato mediado....
A aprendizagem não ocorre de maneira espontânea, mas
sim a partir da interação e do desenvolvimento de práticas
curriculares
planejadas
e
sistematizadas
de
forma
intencional.
Saviani (2007) explica que “o trabalho educativo é o ato
de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo
singular, a humanidade que é produzida histórica e
coletivamente pelo conjunto dos homens” (p.17).
Obs: concepções sobre o construtivismo.
Para Vigotski......
Todas as funções psicológicas superiores aparecem
duas vezes:
1ª- nas atividades sociais, nas funções intersubjetivas.
2ª-
nas
atividades
individuais,
como
funções
intrasubjetivas.
O
conceito
de
internalização
compreender esse processo.
ajuda
a
Plano
Intrapsíquico
Fonte: Ferreira (2009)
O conceito de internalização
Compreender o conceito de internalização no contexto
escolar é importante, porque lida com formas culturais e
conteúdos que precisam ser apreendidos pelos sujeitos.
Para Vigotki a internalização é uma atividade em que o
sujeito transforma uma atividade externa par auma
atividade interna, isto é, um processo interpessoal para
um processo intrapessoal.
Entra a função da linguagem/palavra
NA ESCOLA.....
O conceito de internalização, promove no sujeito uma
“reorganização individual em oposição a uma transmissão
automática dos instrumentos fornecidos pela cultura”
(CAVALCANTE, 2005, p.191). Esse processo sempre
ocorre “de fora para dentro” e promove as transformações
necessárias
para
o
desenvolvimento
das
funções
psicológicas superiores que, como veremos no próximo
encontro, ocorrem no ambiente escolar a partir da
elaboração dos conceitos científicos/escolares (anterior,
superios, maior, menor, antes, depois, sequenciação,
seleção, menos, mais, lucro, prejuízo, a vista, a prazo, entre
outros).
No caso do aluno com deficiência mental
Para concretizar tal processo, as mediações com uso de
signos e instrumentos são necessárias. No caso de uma
criança com deficiência mental em contexto escolar em
que se prioriza a internalização de conteúdos científicos
culturalmente valorizados, esse processo também ocorre.
Contudo, muitas vezes, em função do ritmo mais lento
para o desenvolvimento das funções superiores, as
mediações usadas para os demais alunos, não efetivam a
internalização ou aprendizagem desejada para o aluno
com deficiência mental.
Para tanto, na maioria das vezes, é necessário usar durante
as práticas curriculares mediações com ferramentas
externas diferentes daquelas usadas comumente para os
demais alunos em sala de aula. Assim como, outras vezes,
poder-se fazer necessário realizar tais mediações em
ambientes diferenciados à sala de aula comum para que
esses sujeitos tenham possibilidade de realizar as
chamadas zonas de desenvolvimento proximal.
Ex: O caso de Bianca descrito por Padilha (2001).
Para
Vigotski
a
linguagem
tem
como
função:comunicação e o pensamento generalizante
PENSAMENTO & LINGUAGEM
SIGNIFICADO DA PALAVRA
- comunicação
- pensamento generalizante
SENTIDO DA PALAVRA
- subjetivo
- depende de afetos e contexto
SENTIDO E SIGNIFICADO PARA VIGOTSKI
Para Vigottski o sentido de uma palavra é a soma de todos
os eventos psicológicos que a palavra desperta em nossa
consciência. Já o significado é apenas uma das zonas do
sentido. É durante a internalização dos conhecimentos
externos (culturais), enquanto reconstrução interna e
subjetiva dos sentidos e dos significados, que a
linguagem (fala) tem papel central. Cabe a ela controlar,
planejar e ordenar o pensamento para que ocorram os
processos intelectuais superiores.
ZONA DESENVOLVIMENTO PROXIMAL
real
Real
POTENCIAL
Zona de desenvolvimento proximal é:
A distância entre o nível de desenvolvimento real,
que se costuma determinar através da solução
independente
de
problemas,
e
o
nível
de
desenvolvimento potencial, determinado através da
solução de problemas sob a orientação de um adulto
ou em colaboração em companheiros mais capazes
(VIGOTSKI, 2003, p. 112).
O uso da mediação para impulsionar a ZDP é o aspecto
primordial da educação escolar, pois implica:
a) a transformação de um processo interpessoal (social)
num processo intrapessoal (individual);
b) os estágios de internalização dos conhecimentos —
reconstrução interna, intersubjetiva, de uma operação
externa com objetos em interação;
c) o papel da mediação dos “mais experientes”, que
podem ser os professores ou os colegas.
Questões para pensar...sobre o processo
avaliativo
“O único bom ensino é o que se adianta
ao desenvolvimento”.
“Medir, além do desenvolvimento atual,
o desenvolvimento potencial”.
Como é o desenvolvimento de uma criança
com deficiência mental?
Para Vigotski (1984) a criança com deficiência mental se
desenvolve a partir dos mesmos pressupostos que uma
criança dita “normal”. No entanto, defende que elas tem um
desenvolvimento diferenciado, principalmente pq desde o
nascimento são expostas a vivências sociais diferenciadas,
o que implica em relações sociais diferentes. Em outras
palavras, o desenvolvimento, fruto da síntese entre os
aspectos orgânicos, socioculturais e emocionais, manifestase de forma peculiar e diferenciada em sua organização
sociopsicológica.
Nesse sentido, é importante destacar que devemos ter claro
que não podemos reduzir a pessoa com deficiência mental
as suas limitações e nem imaginar que todas as pessoas
com determinado tipo de deficiência sejam exatamente
iguais.
O CONCEITO DE COMPENSAÇÃO
Tese central
dos estudos da
defectologia
Consiste
em
criar
condições e estabelecer
interações
que
possibilitem aos sujeitos
com deficiência mental
se desenvolverem.
Para Vigotski (1997), a deficiência de uma função ou
lesão de um órgão, faz com que o sistema nervoso
central e o aparato psíquico assumam a tarefa de
compensar o defeito. Essa concepção antecipa a idéia de
plasticidade
do
funcionamento
humano,
bastante
investigada na atualidade
“todo defeito cria os estímulos para elaborar uma
compensação” (VIGOTSKI, 1997, p.14).
Proporcionar
elementos
pedagógicos
baseados
na
“compensação” não possibilita a “cura” da deficiência,
mas oferece alternativas que podem contribuir para o
desenvolvimento de áreas potenciais.
Vale chamar atenção para a necessidade de conhecer e
compreender as formas como a pessoa que apresenta um
déficit age sobre o meio, sem perder de vista as condições
que o constituem. Ex. conceitos de deficiência primária e
secundária
(discutir
as
questões
psicossociais
envolvem a condição de deficiência mental).
que
A superação das dificuldades decorrentes de uma
deficiência só é possível com a ajuda de uma série de
formações psicológicas que não são intrínsecas, mas que se
formam
no
percurso
do
próprio
processo
de
desenvolvimento e que não dependem apenas do caráter e
da gravidade das formas de manifestação do que é
organicamente dado, mas também da forma como ocorre o
desenvolvimento cultural da pessoa, da realidade social do
defeito, das dificuldades que este provoca, das condições
socioculturais de existência (CARVALHO, 2006, p. 35).
No entanto, Vigotski alerta para o fato de que a
compensação nem sempre tem resultados positivos, pois:
Como qualquer processo de superação e de luta, a
compensação pode ter resultados extremos: a vitória e a
derrota. Mas, seja qual for o resultado, sob qualquer
circunstância, o desenvolvimento agravado por uma
deficiência constitui um processo criador, de construção e
reconstrução da personalidade da criança, sobre a base da
reorganização de todas as funções de adaptação e da
formação de novos niveladores, equilibradores que são
gerados pela deficiência (1997, 16-17).
Isto
é,
a
promoção
do
desenvolvimento do sujeito com
deficiência mental está diretamente
relacionada às possibilidades para
“compensar” seu déficit oferecidas a
ele na interação social, no processo de
ensino-aprendizagem.
Em outras
palavras, o processo não é espontâneo,
mas mediado pelo outro, pela
aprendizagem.
Estimulação essencial e precoce, as interações
oferecidas desde o nascimento.
É nessa direção que entram as práticas
curriculares, mas antes vamos ver o que dizem
as pesquisas a respeito.
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