UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS THIAGO BECKERT OTTO IMPLANTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA EMPRESA DE SISTEMAS DE AUTOMATIZAÇÃO JOINVILLE - SC 2010 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS THIAGO BECKERT OTTO IMPLANTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA EMPRESA DE SISTEMAS DE AUTOMATIZAÇÃO Trabalho de Graduação apresentado à Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de Produção e Sistemas. Orientador: Dr. Lírio Nesi Filho Joinville - SC 2010 THIAGO BECKERT OTTO IMPLANTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA EMPRESA DE SISTEMAS DE AUTOMATIZAÇÃO Trabalho de Graduação aprovado como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro do curso de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade do Estado de Santa Catarina. Banca Examinadora: Orientador: ______________________________________ Professor Lírio Nesi Filho, Dr. Membro: ______________________________________ Professor José Oliveira da Silva, Dr. Membro: ______________________________________ Professor Adalberto José Tavares Vieira, Dr. Joinville, 16 de novembro de 2010 ”Nunca tivemos tantas opções para decidir nosso destino. Nenhuma escolha será boa, porém, se não soubermos quem somos.” Peter Drucker AGRADECIMENTOS Ao professor Lírio, com seus sábios conselhos e dedicação de tamanha importância para construção deste trabalho. À minha mãe que sempre fez parte da minha vida, com bastante apoio. Sou completamente grato a toda suas conquistas, buscadas com determinação e amor. Ao meu pai, pelos espaços concebidos aos ensinamentos dados. À Rafaela, meu amor, por sempre estar do meu lado, me compreendendo e me respeitando. À minha família, formada por pessoas com características diferentes, porém sinceras umas com as outras. Aos meus amigos, os verdadeiros, por serem bastante importantes para mim. Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que este trabalho pudesse ser realizado. THIAGO BECKERT OTTO IMPLANTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA EMPRESA DE SISTEMAS DE AUTOMATIZAÇÃO RESUMO As empresas competem entre si visando satisfazer as necessidades de seus clientes. Lidam constantemente com desafios, necessitando tomar decisões importantes que as levam a determinado caminho perante este mercado competitivo. O planejamento estratégico é uma ferramenta administrativa que transmite o conhecimento para a organização com suas características e com informações do ambiente em que está inserida, a fim de tomar decisões eficientes. No entanto, muitas empresas não determinam suas estratégias, utilizando de experiências e intuições para executarem suas atividades e, ainda, aquelas em que seus produtos estão ligados diretamente com a alta tecnologia, estão sujeitas a serem mais prejudicadas por não apresentarem soluções inovadoras para o mercado. Deste modo, o presente trabalho tem por objetivo implantar o planejamento estratégico em uma microempresa que realiza projetos de automatização, para que a mesma administre seus recursos e opere-os de maneira eficiente, evitando desperdícios de trabalho. Utilizou-se, nessa perspectiva, pesquisa bibliográfica e exploratória, havendo estudos referentes ao planejamento estratégico, coletas de informações sobre seus projetos específicos e prospecção de mercado. Pôde-se determinar, portanto, a identidade organizacional da microempresa estudada, através do diagnóstico empresarial e da análise ambiental, como também, planos de ação para que as estratégias definidas neste trabalho sejam executadas e acompanhadas, visando o crescimento contínuo da empresa. PALAVRAS-CHAVE: Mercado competitivo. Planejamento estratégico. Crescimento contínuo. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Modelo de Planejamento Estratégico .................................................................18 Figura 2 – Fases do projeto ..................................................................................................24 Figura 3 – Sistema de automatização ................................................................................... 29 Figura 4 – Indústrias contatadas ........................................................................................... 30 Figura 5 – Sistema instalado nas indústrias contatadas........................................................ 31 Figura 6 – Proposta de modelo do Planejamento Estratégico .............................................. 32 Figura 7 – Intensidade das forças ......................................................................................... 36 Figura 8 – Estrutura da Empresa .......................................................................................... 43 Figura 9 – Orçamento da Empresa para os próximos anos .................................................. 45 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Notas para as cinco forças .................................................................................. 19 Tabela 2 – Avaliação das cinco forças ................................................................................. 35 Tabela 3 – Análise da atratividade do setor .........................................................................37 Tabela 4 – Fatores chave de sucesso .................................................................................... 38 Tabela 5 – Notas para comparativo entre as áreas funcionais .............................................. 40 Tabela 6 – Comparativo entre as áreas funcionais ............................................................... 41 Tabela 7 – Objetivos das áreas funcionais ........................................................................... 44 Tabela 8 – Plano de Ação para Marketing ........................................................................... 47 Tabela 9 – Plano de Ação para Engenharia ..........................................................................48 Tabela 10 – Plano de Ação para Suprimentos......................................................................49 Tabela 11 – Plano de Ação para Informática .......................................................................50 Tabela 12 – Plano de Ação para Finanças............................................................................ 50 LISTA DE ABREVIATURAS AGVs Automated Guided Vehicles (Veículos Guiados Automaticamente) CLPs Controladores Lógico Programáveis CNC Comando Numérico Computadorizado ERP Enterprise Resource Planning (Planejamento dos Recursos Empresariais) FCSs Fatores Chave de Sucesso LV Lucro com Vendas PVC Policloreto de Vinila SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities, Oportunidades e Ameaças) UEN Unidades Estratégicas de Negócios Threats (Forças, Fraquezas, SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 13 2.1 COMPETIÇÃO .............................................................................................................. 13 2.2 ESTRATÉGIA ............................................................................................................... 14 2.3 PLANEJAMENTO ........................................................................................................15 2.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ............................................................................ 16 2.5 METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .....................................17 2.5.1 Modelo do Fernandes e Berton ................................................................................... 17 2.5.2 Modelo do Oliveira .....................................................................................................21 2.5.3 Modelo do Chiavenato e Sapiro .................................................................................. 21 2.6 GESTÃO DE PROJETOS ............................................................................................. 23 2.6.1 Projetos de Automatização .......................................................................................... 24 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................27 4 CARACTERIZAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................ 28 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .............................................................................. 28 4.2 APLICAÇÃO DA ESTRATÉGIA................................................................................. 31 4.2.1 Fase 1: Análise ............................................................................................................ 32 4.2.2 Fase 2: Formulação .....................................................................................................42 4.2.3 Fase 3: Implantação .....................................................................................................46 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 53 ANEXOS ............................................................................................................................. 55 APÊNDICES ....................................................................................................................... 58 11 1 INTRODUÇÃO A sobrevivência da empresa está ligada com sua administração, precisando estar pronto para mudanças e adaptar melhorias. Kwasnicka (1989) define administração como um processo pelo qual o administrador é quem cria, dirige, mantém, opera e controla uma organização. Segundo Oliveira (2009a), a chave do sucesso de uma empresa relaciona-se com a habilidade da alta administração em identificar as principais necessidades dos grupos da organização, estabelecer algum equilíbrio entre eles e atuar com um conjunto de estratégias que permitam a satisfação de cada grupo. Para destacar-se neste mercado competitivo a corporação necessita ser inovadora, apresentando soluções diferenciais visando otimizar seus resultados. O planejamento estratégico contempla justamente este cenário orientando as tomadas de decisões dos gestores para tornar a empresa competitiva. A organização, nessa perspectiva, deve planejar seus recursos de modo a garantir lucratividade para estar na frente de seus concorrentes. Possuir um diferencial competitivo é almejado pelas empresas identificando e eliminando, quando possíveis, atividades que não agregam valor para alcance da meta. Necessita-se, para isso, realizar processos enxutos eliminando os desperdícios com rapidez e flexibilidade perante atendimento dos clientes e confiabilidade de fornecedores. O presente trabalho, diante deste contexto, tem por objetivo implantar o planejamento estratégico em uma microempresa que realiza projetos de automatização, para que a mesma administre seus recursos e opere-os de maneira eficiente, evitando desperdícios de trabalho. Deste modo, o trabalho busca pautar-se na presente questão: Quais as ações necessárias que devem ser executadas de modo a tornar competitiva uma microempresa atuante em um mercado altamente tecnológico, diante de um prazo estabelecido? A empresa estudada, perante este cenário, realiza projetos de automatização para diversas empresas fabris, através de equipamentos para transportar e abastecer matériasprimas em pó nas máquinas de fabricação. Foi realizado, nesta empresa, levantamento de informações dos seus projetos de automatização para entender o mercado em que está inserida, com intuito de visualizar a necessidade de implantar a estratégia na sua administração. 12 Contemplam-se também, nesta pesquisa, os seguintes objetivos específicos: Conhecer as principais características da empresa estudada; Identificar suas potencialidades; Conhecer o mercado de atuação da empresa estudada; Estudar algumas metodologias sobre Planejamento Estratégico; Identificar um modelo de Planejamento Estratégico que seja adequado para a empresa; Preparar a empresa para as oscilações do mercado, tornando-a competitiva através de planos de ação. Perante os objetivos propostos, o trabalho está estruturado em cinco capítulos, iniciando com a introdução. O segundo capítulo contém teorias que foram utilizadas para resolução do problema do trabalho. São abordados assuntos relacionados à competição, estratégia, planejamento, planejamento estratégico, modelos de planejamento estratégico para implantar em empresas, gestão de projetos e automatização. O terceiro capítulo menciona a metodologia da pesquisa. Foram definidos o procedimento, o local de aplicação, as fases, as atividades, as ferramentas e o tipo da pesquisa. O estudo de caso está descrito no quarto capítulo, relatando a empresa em estudo e abordando as fases para implantação do planejamento, segundo uma adaptação dos modelos abordados no atual estudo. Em conseqüência dos estudos e análises realizadas em campo, o quinto capítulo faz as considerações finais sobre o que foi estudado e implantado, havendo recomendações para trabalhos futuros. Posteriormente, as referências bibliográficas são mencionadas uma vez que foram utilizadas para realização deste trabalho. 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 COMPETIÇÃO Com as constantes mudanças nos cenários econômicos, tanto mundial, quanto nacional, tornando o mercado cada vez mais competitivo, exige-se das organizações a excelência nas execuções de suas atividades. Diante disso, buscam continuamente em serem mais enxutas, produtivas, interligadas e mais próximas dos clientes. Bushidô (2007), ao adaptar a obra do general Sun Tzu, descreve como conquistar o inimigo, por analogias, trocando-se palavras-chaves por outras, gerando um raciocínio que as empresas poderiam seguir para estarem a frente de seus concorrentes. Palavras-chaves trocadas como “guerra” por “mercado competitivo” e “morte” por “falência”. “A arte da guerra é questão vital para o Estado. É o âmbito onde a vida e a morte são fundamentadas, um caminho que leva à aniquilação ou determina a sobrevivência. Deve ser examinada com cuidado e nunca negligenciada” (SUN TZU apud BUSHIDÔ, 2007, p. 25). Chiavenato e Sapiro (2003) mencionam que a competição está presente em todos os sentidos da vida, caracterizadas como competição biológica, competição militar, competição política, competição esportiva e competição nos negócios. A competição biológica surgiu com o aparecimento da própria vida obtida ao acaso e às leis das probabilidades, encontrando as combinações de recursos que melhor correspondiam às suas diversas características. A estratégia não era utilizada neste tipo de competição. O conceito de estratégia surgiu com a competição militar. Os militares pensavam antes de agir nas batalhas que enfrentavam. As guerras foram, com o passar do tempo, sendo aprimoradas no quesito estrategista. A competição política, neste contexto, traz ensinamentos para os estrategistas de negócios, os quais utilizam a capacidade de raciocínio lógico enfatizando destaques na competição. A competição esportiva, todavia, está ligada no aumento da qualidade de vida do homem, tornando-o mais poderoso. Há a necessidade do indivíduo em viver com a sociedade, de explorar, conhecer e de vencer o outro, através de estratégias. A competição nos negócios exige estratégias implantadas. Para Oliveira (2009a), os estrategistas visam utilização adequada dos recursos tecnológicos, físicos, financeiros e 14 humanos. Nesse sentido, segundo Chiavenato e Sapiro (2003), a competição nos negócios passou pelas seguintes fases: Revolução Industrial, criando as organizações industriais e comerciais, aumentando, assim, a oferta de capital e de crédito. O início do século XX, iniciando com a produção em massa. O planejamento estratégico formal e tradicional, havendo transferência do planejamento estratégico da área militar para o mundo empresarial. Modelo criado da análise SWOT (strengths, weaknesses, opportunities and threats), ou seja, diagnóstico interno dos pontos fortes e fracos da organização e análise das oportunidades e ameaças do ambiente externo. Unidades estratégicas de negócios (UEN), buscando planejamento mais dinâmico em função da complexidade do ambiente externo. Competências organizacionais, criando vantagens competitivas projetando novos mercados para os produtos e serviços da organização e desenvolvendo habilidades para suprir tal mercado projetado. Atualidade, necessitando o planejamento estratégico ser contínuo e ininterrupto para atender as necessidades oscilantes do mercado. 2.2 ESTRATÉGIA A estratégia orienta os objetivos dentro de um comportamento holístico da organização, que necessita de indicadores e demonstrações financeiras para ser avaliada quanto ao seu desempenho e resultados. É melhor dimensionado a partir do momento em que possui a participação de todos para sua formulação e tem sucesso quando todas estas pessoas entendem e executam o objetivo almejado. O compromisso da estratégia assegura a utilização da melhor maneira possível do raciocínio estratégico e do plano estratégico, ou seja, compromete com os resultados do processo de planejamento estratégico. Conforme Dagnino et al (2002), o foco é em transformar o que se deseja alcançar em realidade. Segundo Fernandes e Berton (2005), a estratégia possui importância, pois assume o controle sobre o destino, enxerga as oportunidades, transforma ameaças em oportunidades, define novos rumos para a organização, introduz a disciplina de pensar a longo prazo, 15 mobiliza recursos para objetivo comum, promove a mudança, vende idéias, desenvolve processo educacional e incentiva a interação e a negociação. Oliveira (2009a) define as estratégias em categorias voltadas a compra de empresas, venda de empresas, fusões de empresas, alianças de empresas, globalização de empresas e diversificação de negócios. Segundo o autor, as estratégias estabelecem os caminhos, os cursos e os programas de ação que devem ser seguidos para alcançarem os objetivos estabelecidos pela empresa. O executivo estrategista, nesta perspectiva, possui características em ter atitude interativa perante as questões estratégicas da empresa, saber administrar as turbulências que ocorrem no ambiente das empresas, estar voltado para o processo de inovação, ter adequado processo de tomada de decisões e de estabelecimento de prioridades, ter capacidade administrativa para consolidar e perpetuar o negócio ao longo do tempo e ter um processo adequado de controle administrativo e de autocontrole. 2.3 PLANEJAMENTO O processo de planejamento é contínuo, criando-se uma “visão” a respeito do futuro para tomadas de decisões necessárias. O planejador deve estender periodicamente seus planos à medida que o tempo passa, devido turbulências do mercado. Conforme Corrêa e Corrêa (2007), o período do tempo em que haja interesse em criar uma visão é chamado de horizonte de planejamento. Para Chiavenato e Sapiro (2003), o planejamento maximiza os resultados e minimiza as deficiências através de princípios de maior eficiência, eficácia e efetividade. A eficiência, neste contexto, é o cumprimento do dever de maneira adequada, a eficácia obtém resultados produzindo alternativas criativas, enquanto que a efetividade apresenta resultados globais ao longo do tempo. Estes três princípios são os principais critérios de avaliação da gestão. Para Tavares (2008) o planejamento é afetado por diversos recursos e fatores abrangendo várias perspectivas, havendo o desafio de se estabelecer uma coerência entre os objetivos e os meios para alcançá-los. É necessário identificar com clareza quem os afeta e como são afetados, com intuito de direcionar ao melhor atendimento dos interesses da organização. O autor define planejamento como “Conjunto previamente ordenado de ações com o fim de alcançar-se posições futuras desejadas. Compreende o envolvimento de pessoas, a alocação de recursos e de procedimentos para o desempenho das ações e o estabelecimento 16 do controle e avaliação necessários para estimar sua efetividade em relação ao que foi estabelecido” (TAVARES, 2008, p. 68). Oliveira (2009b) alerta que o planejamento não deve ser confundido com previsão, projeção, predição, resolução de problemas e plano. Segundo o autor, este processo de planejar envolve um modo de pensar, pois há questionamentos sobre o que fazer, como, quando, quanto, para quem, por que, por onde e onde. O planejamento, nesta perspectiva, possui três classificações denominadas de planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacional. O planejamento estratégico está relacionado com objetivos de médio e longo prazo, com estratégias e atitudes para atingimento destes objetivos afetando a empresa como um todo, foco principal deste trabalho. O planejamento tático, ou planejamento mestre, possui objetivos de médios prazos, afetando parte da empresa que está sendo trabalhada. Visa otimizar determinada área da empresa, com planos mercadológicos, financeiros, dos recursos humanos e da produção. Necessita-se diferenciar o planejamento estratégico do planejamento tático, para facilitar no processo decisório da organização. Oliveira (2009b) difere estes planejamentos em aspectos, entre outros mencionados, como o planejamento estratégico ser de amplitude maior e menos flexível, por considerar a empresa como um todo, enquanto o planejamento tático considera apenas uma parte dela. O planejamento operacional está relacionado com execução dos trabalhos rotineiros, organizados por planilhas para mapear tais execuções. É composta por planos de produção, sendo elaborados por níveis inferiores da alta administração da empresa. 2.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O Planejamento Estratégico está ligado com a direção da empresa, tornando-a competitiva no mercado atuante. Tal empresa passa a agir de maneira eficiente com as mudanças de exigências do mercado. Muitas empresas não adotam o planejamento estratégico, realizando atividades através de intuições dos profissionais. Os resultados adquiridos poderiam ser gerados por intermédio de outros caminhos mais enxutos, focando um plano a ser seguido, ou seja, resultados que causem menos despesas para a empresa atingindo o mesmo objetivo ou, até mesmo, resultados melhores. 17 Oliveira (2009b) estabelece algumas perguntas para saber se a organização realmente possui um planejamento estratégico: Conhece seu negócio? Conhece as interações com outros negócios? Tem perfeita interação entre os fatores externos e os fatores internos em sua empresa? Conhece o que o mercado necessita? Sabe o que sua empresa pode oferecer para satisfazer esse mercado? A sua empresa é padronizada nas atuações? Todos na empresa têm comprometimento e entendimento com os resultados almejados? Possui caminhos alternativos para o caso do plano não der certo? 2.5 METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO São apresentados, neste estudo, três metodologias referentes o planejamento estratégico, havendo semelhança e divergindo, basicamente, pelas etapas a serem seguidas para implantar a estratégia dentro da organização. 2.5.1 Modelo do Fernandes e Berton Segundo estes autores, esta metodologia é aplicável em qualquer empreendimento que necessite da administração, havendo três etapas: análise, formulação e implantação, conforme visto na figura 1. A primeira etapa consiste na definição do negócio e análises do ambiente inserido e da organização como um todo, sendo que, após isto, faz-se um comparativo entre estas análises. O negócio está relacionado com as atividades principais da organização. Deve ser claro e objetivo, pois estabelece os limites da atuação da empresa. Estes autores definem algumas recomendações como: pensar no negócio com os olhos da concorrência ampliada e de produtos substitutos, nos serviços que o produto presta ao cliente e pensar em como satisfazer o cliente com o uso do produto. A análise do ambiente é uma das principais etapas da administração estratégica, uma vez que o seu monitoramento pode identificar riscos e oportunidades, e ignorando-a haverá, possivelmente, rompimento da empresa fazendo com que haja crescimento de forma desordenada e obsoleta. 18 Figura 1 – Modelo de Planejamento Estratégico Fonte: Fernandes e Berton (2005), p. 3 O ambiente é dividido em dois níveis: o ambiente geral referente às forças externas que influenciam a organização e o ambiente operacional, tratando-se das atividades internas à empresa. O ambiente geral, também definido como macroambiente, é considerado como uma situação imposta, de difícil mudança por parte da grande maioria de empresas. Há mudanças somente com o passar dos anos, refletindo as conquistas e aspirações da sociedade. As empresas devem investigar e entender quatro forças que representam este cenário geral: político-legais, econômicas, tecnológicas e sociais. Deve, ainda, prever cenários para diferenciarem-se e atender as exigências deste mercado. O ambiente operacional, todavia, refere-se às ações tangíveis da organização integrando os clientes, fornecedores, concorrentes e produtos. As técnicas e metodologias para mapear o ambiente operacional, segundo este modelo, consiste em analisar a estrutura da indústria, o ciclo de vida do setor, o tamanho e crescimento do mercado, a atratividade do setor e a estratégia da concorrência. Para analisar a estrutura da indústria, neste contexto, baseia-se no modelo das Cinco Forças (PORTER, 1986). Neste modelo, o desempenho de uma empresa está relacionado a dois motivos: o desempenho estrutural do setor e o posicionamento da empresa nesse setor. 19 As cinco forças visam análises relacionadas à concorrência: ameaça de novos concorrentes, rivalidade em relação aos concorrentes existentes, ameaça de produtos e serviços substitutos, poder de compra dos clientes e poder de negociação dos fornecedores. Segundo Fernandes e Berton (2005) estas avaliações das cinco forças podem ser implantados mediante o uso de uma planilha eletrônica contendo alguns fatores para análise. Nestes fatores são geradas notas determinando o grau de intensidade que cada uma das cinco forças exerce sobre o mercado, conforme auxílio da tabela 1. Tabela 1 – Notas para as cinco forças NOTAS 1 -TOTALMENTE FALSA OU NÃO SE APLICA AO SETOR 2 - É FALSA, MAS PODE SER VERDADEIRA SOB CERTAS CONDIÇÕES 3 - PARCIALMENTE FALSA E PARCIALMENTE CORRETA 4 - CORRETA, MAS PODE SER FALSA SOB CERTAS CONDIÇÕES 5 - TOTALMENTE CORRETA RESULTADO - INTENSIDADE DA FORÇA BAIXA MÉDIA ALTA Fonte: Fernandes e Berton (2005), p. 82 e 84 0 - 34 35 - 70 71 - 100 Quanto ao ciclo de vida do setor, refere-se a uma sistemática existente em toda indústria baseado em quatro etapas: introdução, crescimento, maturidade e declínio, sendo que o período referente à maturidade está relacionado diretamente com as tecnologias concorrentes, podendo, assim, ser prolongado ou encurtado. A análise do tamanho e do crescimento do mercado, por sua vez, refere-se a participação de determinada empresa perante mercado que está inserida. É obtida através de uma fórmula lógica envolvendo dados do faturamento desta organização e dividindo-os pela estimativa do mercado, quantificando as possibilidades de ganho desta empresa. Para estudo da atratividade do setor, devem-se identificar os fatores externos críticos e extrair as oportunidades e as ameaças associadas ao negócio da organização. Os fatores externos crítico são os fatores de mercado, competitivos, tecnológicos, sociais, econômicos e governamentais. Diferenciam-se estes fatores conforme posicionamento do item no presente e posicionamento do item no futuro. Referente à estratégia da concorrência, nesta perspectiva, é observado cada concorrente atuante no setor e não somente as forças genéricas e abstratas de todo o setor. Para tanto, é necessário identificar os fatores-chave de sucesso (FCSs) da empresa, ou seja, 20 para as exigências do setor em que a empresa está inserida, busca-se um diferencial competitivo a fim de atender fatores almejados pelos clientes. A análise da organização, após término da análise do ambiente, tem por objetivo mapear as qualidades e deficiências existentes da empresa frente ao mercado de atuação. As etapas para o diagnóstico da organização estão em identificar as competências e em analisar as estratégias genéricas e as áreas funcionais da empresa, sendo delimitada pelos recursos que a empresa possui. Avaliam-se, para tanto, a importância destes recursos com a descrição do talento que exerce sobre as atividades. Para definição das estratégias genéricas, neste contexto, é necessário que a empresa examine seu perfil quanto à liderança em custo, diferenciação e enfoque, ou seja, realizar um mapeamento das características que levam a empresa em ser líder em custos, possuir diferenciação nos seus processos e produtos e para qual mercado está voltado seu negócio. Na segunda etapa desta metodologia formula-se a missão, a visão, os objetivos e as estratégias gerais e específicas da empresa. Após mapear os objetivos almejados, bem como as estratégias para alcance destes objetivos, determinam-se os pontos fracos e fortes e as oportunidades e ameaças, através da análise SWOT. Após definição dos objetivos e estratégias, realiza-se o orçamento, traduzindo em valores tudo aquilo que a empresa pretende colocar em prática, definindo metas financeiras de receitas, gastos e investimentos a serem executados. Inicia-se com a previsão de vendas gerada, para então planejar todas as demais necessidades. A terceira etapa deste modelo consiste na implantação de todo o estudo das etapas anteriores. São considerados os fatores humanos e comportamentais interferindo para que esta fase seja efetivada, analisando o que motiva as pessoas, a cultura da empresa, dimensão dos recursos, comunicação das estratégias e a tecnologia utilizada na estratégia. A mudança, diante disso, que irá ocorrer com esta implantação deve concordar com a estratégia proposta e com a cultura que a empresa apresenta. Deve-se saber se as pessoas da organização aceitarão ou não o que foi formulado, informando o responsável por determinada atividade e como irá executá-la, quando ocorrerá e quais métricas serão adotadas, através de planos de ação. Para finalizar os processos citados neste modelo tem-se a aprendizagem, resultando no crescimento da organização devido importância nos alcances contínuos de resultados futuros. Os processos nunca são estáticos e a estratégia só acontece na implantação e com ajustes durante sua execução, pois os clientes mudam seus desejos, a economia e a política tomam rumos diferentes em diversos períodos e novas tecnologias surgem no mercado. 21 2.5.2 Modelo do Oliveira Este modelo foi desenvolvido com realizações de trabalhos e contatos em empresas e consultores durante seminários, cursos e consultoria dentro de diversas empresas. Segundo o autor, as etapas para elaboração e implementação do planejamento estratégico são definidos em quatro fases denominadas de diagnóstico estratégico, missão da empresa, instrumentos prescritivos e quantitativos e controle e avaliação. A fase 1, referente ao diagnóstico estratégico, está relacionada com análise e verificação da situação da empresa na atualidade com aspectos internos e externos. Trata-se das identificações de visão e das análises externa e interna. A fase 2 orienta a empresa com sua estratégia, definindo a missão, os propósitos atuais e potenciais, estruturação e debate dos cenários e no estabelecimento da postura estratégica. A fase 3, todavia, descreve o caminho que a organização deve seguir para alcançar o objetivo almejado. É dividido nos instrumentos prescritivos e instrumentos quantitativos. O primeiro estabelece objetivos, desafios, metas, estratégias, políticas, projetos e planos de ação da empresa. No segundo instrumento são analisados estes itens estabelecidos no sentido de dimensionar os recursos necessários e expectativas de retorno para alcance das metas. Por último, este modelo apresenta a fase 4 com o controle e avaliação dos estudos. Avalia-se como a empresa está posicionada perante o mercado e qual o controle deve ser adotado para garantir os objetivos estabelecidos. Envolve: Analisar os indicadores de desempenho, estabelecidos na fase do diagnóstico estratégico; Avaliar o desempenho dos profissionais relacionados no processo; Comparar o desempenho real com todos os planos estabelecidos; Analisar os desvios dos objetivos, metas, desafios e projetos estabelecidos; Tomar decisões para corrigir eventuais desvios das análises anteriores; Acompanhar para avaliar a eficiência e eficácia da ação de natureza corretiva; Adicionar conteúdos no processo de planejamento para trabalhos futuros. 2.5.3 Modelo do Chiavenato e Sapiro Este modelo é dividido em cinco fases principais constituída de concepção estratégica, gestão do conhecimento estratégico, formulação estratégica, implementação da estratégia e avaliação estratégica. 22 Na fase 1, concepção estratégica, são definidos a missão, valores, visão e objetivos organizacionais, entendendo o negócio da empresa, quais os clientes, quais os resultados e a quem interessa chegar a tais resultados. Primeiramente trabalha-se no âmbito interno da empresa, capacidades e competências para cumprir suas metas. Para estes autores, a intenção estratégica somente pode existir quando todas as pessoas da organização buscam um desempenho único e significativo. É preciso identificar também, todavia, as circunstâncias externas da empresa, ou seja, estratégia dos clientes, fornecedores, parceiros e concorrentes. A missão organizacional, diante disso, corresponde à causa pela qual a empresa deve atuar, declarando seu propósito em termos de produto e de mercado. A empresa deve definir sua missão, estabelecendo os tipos de atividades que se concentra. Com isso, pode-se definir o seu negócio afim do entendimento do que o cliente busca comprar com tal produto ou serviço. É necessário que ocorra sempre a redefinição deste negócio, atualizando constantemente a missão, devido exigências do mercado. Segundo estes autores, a empresa deve avaliar suas competências entre diversos departamentos e trabalhar sistematicamente novos processos. Com isso, chega-se a visão organizacional, explicando o motivo da dedicação do trabalho, investimento e negócios de todos. Deve descrever as pretensões da empresa no futuro, exigindo uma liderança aberta e decidida para que possa estimular o sentido desta visão em todas as pessoas da organização. Os objetivos organizacionais, por sua vez, possuem um processo complexo e dinâmico uma vez que as empresas buscam diversos objetivos para atender seus clientes, fornecedores e funcionários. Apresenta, nesta perspectiva, uma situação futura justificando suas atividades e existência, deixando sua imagem entendida aos objetivos pretendidos. Na fase 2 trabalha-se na gestão do conhecimento estratégico envolvendo diagnóstico externo, diagnóstico interno e construção de cenários. O diagnóstico externo, diante disso, estuda as ameaças e oportunidades do mercado através da avaliação deste mercado, dos negócios, da evolução setorial e das forças competitivas. O diagnóstico interno, por sua vez, opera com as unidades de negócio e áreas de suporte da organização, lidando com os principais desenvolvimentos e capacidades competitivas, definindo, portanto, os pontos fortes e pontos fracos da organização. A fase 3, contudo, é caracterizada pela formulação estratégica para definição do valor e, conseqüentemente, do posicionamento competitivo. Esta etapa vislumbra a implementação 23 do plano estratégico após entendimento da fase anterior, definindo a política de negócios, modelos dinâmicos de concorrência e definição dos objetivos. A fase 4 trata-se, todavia, da implementação estratégica, abordando alguns programas para colocar em prática o planejamento estratégico estabelecido até então. Desenvolve, nesse sentido, a liderança para competir eficientemente envolvendo a cultura e o poder da empresa. Para finalizar este método, na fase 5 realiza-se a avaliação e a reavaliação estratégica com auditoria de desempenho dos resultados. Apresenta os critérios de mensuração de desempenho por indicadores e conceituação de gestão do clima organizacional. Segundo estes autores, a estratégia deve ser avaliada continuamente no decorrer das suas atividades e não somente no fechamento por completo deste modelo. 2.6 GESTÃO DE PROJETOS “Um projeto é um empreendimento temporário, com datas de início e término definidas, que tem por finalidade criar um produto ou serviço único e que está concluído quando suas metas e objetivos foram alcançados e aprovados pelos stakeholders” (HELDMAN, 2006, pag. 2 e 3). Os stakeholders são pessoas ou organizações que possuem interesse no projeto e, sendo assim, são influenciados com os resultados. Os responsáveis pelo projeto geralmente são profissionais generalistas, assumindo compreensão de diversas competências. Tem por especialidade resolver problemas, contando com um time de responsáveis técnicos para auxiliá-lo. O gerenciamento de projetos, diante disso, tem como função acompanhar o projeto, organizá-lo e monitorá-lo diante do andamento de suas atividades. Segundo Maximiano (2009) há casos em que os projetos necessitam ser encerrados ou prorrogados, devido acidentes, eventos imprevistos, falta de recursos ou não cumprimento do prazo estabelecido para sua execução. Ao optar na adaptação de um projeto, a organização necessita avaliar para qual objetivo deseja atingir a fim de garantir o seu sucesso. Vargas (2005) menciona que os critérios mais importantes são: realismo, capacidade, flexibilidade, facilidade de uso, custo e facilidade de informatização. Conforme Valeriano (1998), as fases para realização de um projeto são: concepção, planejamento e organização, implementação e encerramento, havendo sempre a transição entre estas fases, conforme figura 2. 24 Figura 2 – Fases do projeto Fonte: Valeriano (1998), p. 378 2.6.1 Projetos de automatização Uma manufatura ineficiente não suportará o crescimento dos negócios, afastando o lucro da empresa. A automatização, considerada como um meio de serviços para atingir o objetivo, melhora os processos produtivos tornando a organização competente em relação aos seus concorrentes perante a competitividade do mercado. A primeira evolução industrial foi caracterizada pela mudança operacional nas indústrias substituindo-se o homem por máquinas, denominada mecanização. Assim, tem-se conseguido maiores velocidades na execução das tarefas, menores tempos de paradas, menor número de acidentes e a obtenção de produtos com melhor qualidade e padronizados. Para Moraes e Castrucci (2001) automação é um sistema suportado por computadores que substitua o trabalho humano, visando soluções rápidas e econômicas para atingir os objetivos. 25 São de extrema importância, nesta perspectiva, os CLPs (controladores lógicoprogramáveis). Permitem a confiabilidade operacional, funções matemáticas, controle da qualidade, informações para relatórios, comunicação em rede e simplificação em painéis elétricos para uso operacional. “É um dispositivo digital que controla máquinas e processos. Utiliza memória programável para armazenar instruções e executar funções específicas” (MORAES E CASTRUCCI, 2001, p. 16). Ao longo da história, a automatização passa por etapas de melhorias. Delgado (2010) explica que havia elevado número de operadores e grande existência de estoques e, após a década de 60, reduziram-se os estoques a nível mínimo, houve inserção de máquinas mais sofisticadas conhecidas como CNC (comando numérico computadorizado), robôs para manipulação, sofisticação das fabricações através de manuseamento automático AGV’s (automated guided vehicles), reduzindo o número de trabalhadores operacionais. “A integração e a automatização fabril são processos complexos (...) os objetivos específicos de médio e longo prazo necessitam estar devidamente fundamentados e serem conhecidos por todos. Só desse modo pode haver sintonia, participação, motivação e, consequentemente, uma implementação correta” (DELGADO, 2010). Segundo Tovar (1996) as empresas que procuram investir em um sistema de automatização estão visando obter lucro, pois contribui no aumento da competitividade. Para este autor, os benefícios são: Redução de custos de mão-de-obra; Redução de custos de estoque; Otimização do processo de compras graças ao controle de produção em tempo real; Aumento da qualidade dos produtos; Aumento da disponibilidade dos produtos; Aumento da flexibilidade da produção. Dicasali apud Delgado (2010), neste contexto, orienta os fatores que necessitam de atenção nestes projetos: Definir os problemas e expectativas da implementação da automatização; Formar as pessoas para a mudança; Identificar a tecnologia requerida; Formalizar políticas de operação; Estabelecer laços de trabalho com fornecedores; 26 Acompanhar o progresso da implantação. As causas do insucesso da implantação de um sistema de automatização, contudo, segundo Hegland apud Delgado (2010) são: Requer cooperação de todas as pessoas envolvidas neste sistema; Amortização lenta. Os administradores resistem a investimentos que possuem esta característica; Nível operacional mais sofisticado, havendo custos com qualificação operacional. Segundo Sighieri (1998) as vantagens dos sistemas automáticos estão em melhorar a qualidade nos produtos, aumento da produção e segurança no trabalho operacional. “Para compreender o funcionamento de um controle automático basta observar como agiria uma pessoa se tivesse que controlar manualmente uma variável” (SIGHIERI, 1998, p.4). Verifica-se, portanto, que as empresas de automatização estão inseridas em um mercado altamente tecnológico e competitivo, devendo planejar suas atividades para alcance dos objetivos de forma eficiente. 27 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Neste capítulo será entendida a metodologia da pesquisa que foi utilizada para atingir o objetivo proposto no trabalho, descrevendo, assim, todas as etapas realizadas. Segundo Gil (2002) a pesquisa é criada através de um processo que passa por vários estágios, desde a formulação do problema até a apresentação dos resultados, utilizando-se de conhecimentos, métodos e técnicas científicas. Perante os tipos de pesquisa existentes, utilizou-se pesquisa bibliográfica e exploratória, havendo estudos referentes ao planejamento estratégico e projetos de automatização, observações diretamente na empresa estudada e prospecção de mercado através de ligações para indústrias do ramo plástico. Para tanto, trabalhou-se em campo. Para Cruz e Uirá (2003), a pesquisa de campo requer uma análise qualitativa diante dos resultados adquiridos de coleta e apresentação de dados. São utilizados questionários, entrevistas e procedimentos estatísticos como instrumentos para a coleta de dados. Fatos estes que ocorreram no atual trabalho. A primeira etapa do estudo foi baseada na pesquisa bibliográfica com referenciais teóricos publicados em livros e artigos que abordam sobre competição, planejamento, estratégia e modelos de planejamento estratégico para implantação em empresas, além de assuntos referentes a projetos e automatização. O trabalho passa, na próxima etapa, para pesquisa exploratória visando conhecer os fatos e fenômenos relacionados aos projetos de automatização da organização em estudo, através de reuniões com os responsáveis e coleta de informações de algumas revistas do mercado em que atua. Além disso, foram realizadas ligações para diversas empresas do ramo plástico, potenciais usuários destes equipamentos, a fim de obter informações sobre as necessidades do uso de sistemas automatizados e, conseqüentemente, entendimento do mercado em que a empresa estudada está inserida. A última etapa do trabalho consiste na implantação do planejamento estratégico para a organização estudada, de modo a mapear uma diretriz para tomada de decisões, seguindo os modelos de planejamento estratégico estudados. 28 4 CARACTERIZAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA A empresa em estudo está genericamente denominada como Alimbag. Foi fundada em 2005 atuando no ramo de engenharia industrial, prestando serviços de consultoria em diversas indústrias situadas no Brasil, precisamente na cidade de Joinville, estado de Santa Catarina. Realizava, nessa perspectiva, trabalhos de redução de custos nos processos, arranjo físico/layout de produção e otimização em estoques de matérias-primas, materiais em processo e produtos acabados. Após dois anos de atuação, a empresa agregou novas atividades desenvolvendo projetos de automatização para alguns clientes do ramo plástico, fabricantes de tubos, forros e/ou perfis de PVC (policloreto de vinila). Fato este representado pela padronização de necessidade de seus clientes com melhorias no transporte e armazenagem dos materiais, redução de desperdício de material e custos de mão-de-obra operacional. O fator que levou a Alimbag em restringir para este nicho, o plástico, foi decorrente da experiência dos funcionários com atuação profissional anteriores neste ramo e por causa dos clientes em carteira, na sua maioria, serem desta área. Foram realizados, então, parcerias em alguns clientes para desenvolver tais equipamentos. Passou a lidar, perante este contexto, com equipamentos para transporte pneumático de materiais em pó e sistemas de automação para controle de tais equipamentos em funcionamento, com uso de CLPs. Dimensiona, nesse sentido, os processos de fabricação das indústrias e apresenta um projeto específico para automatizar o transporte das matérias-primas e abastecer as máquinas produtivas. Em 2008, focou suas atividades com estes equipamentos eliminando os serviços de engenharia industrial. Devido esta mudança, seus clientes passaram a ser exclusivamente indústrias do ramo plástico fabricantes de tubos, forros e/ou perfis de PVC. Essas empresas, em sua grande maioria, utilizam matérias-primas em pó, gerando contaminação no ambiente e desperdício do material por ineficiência do sistema de alimentação manual. Atualmente, a Alimbag busca tornar-se do ramo industrial para ser inscrita no mercado como fabricante de equipamentos. Está construindo um galpão na zona industrial em Joinville para que isso possa ser concretizado. Atende fábricas em todo território brasileiro, não realizando exportações. 29 A Alimbag, após dimensionar a fabricação do cliente, cria um projeto que atenda as necessidades específicas encontradas. Terceiriza, para tanto, a confecção dos equipamentos e do sistema de automação (painel de comando CLP), e compra os componentes/acessórios necessários para os equipamentos. O projeto é específico para cada realidade apresentada pelos processos produtivos, mantendo organização, ritmo de produção na fábrica, eliminando desperdícios de pó no ambiente e reduzindo os custos com mão-de-obra direta. Os itens/equipamentos que compõe um sistema de automatização da empresa estudada para transporte da matéria-prima e alimentação de máquinas, conforme figura 3, são: recipiente para o material, alimentadores situados acima das máquinas produtivas, conjunto de vácuo para sucção do material até os alimentadores, tubulações para o transporte do material e do vácuo e um painel de comando central CLP para controlar toda a lógica deste sistema. Figura 3 – Sistema de automatização Fonte: Dados da pesquisa A empresa é composta por dois sócios, funcionários A e B, com excesso de atividades a serem executados. São polivalentes, atuando nas áreas de Marketing, Engenharia, Suprimentos, Informática e Finanças, sem divisão estabelecida com os trabalhos. Utilizam o senso comum para exercer as atividades diárias através da demanda de projetos que venderem.O funcionário A possui experiência nos sistemas de automatização exercendo, geralmente, as instalações e start-up dos equipamentos nos clientes, além de iniciar o projeto com desenho técnico dos equipamentos a serem confeccionados. O funcionário B geralmente fica com a parte comercial, vendas, compras e montagem dos equipamentos antes de serem entregues aos clientes. Há, portanto, um indicativo a ser executado, porém a empresa não possui delimitada exatamente as atividades de cada um destes dois funcionários. 30 Como um dos objetivos deste trabalho, conhecer o mercado em que a empresa estudada está inserida, realizaram-se ligações para diversas indústrias brasileiras do ramo plástico que utilizam compostos de PVC em pó em seus processos de produção, com auxílio do apêndice A. A figura 4, nesta perspectiva, apresenta a classificação das indústrias contatadas durante esta atividade, havendo 148 empresas de PVC no total, com distribuição de 69 fabricantes de tubos, 61 fabricantes de forros, 20 fabricam perfis, 6 fazem compostos e 7 foram classificados como outros. Figura 4 – Indústrias contatadas Fonte: Própria Observou-se, através destas ligações, interesse por diversas indústrias em adquirirem os sistemas de automatização, entendendo o retorno que é gerado em suas fábricas. Em alguns casos, já usufruíam estes equipamentos, porém não somente similar ao sistema que a Alimbag oferece, mas também outras soluções que automatizem sua fabricação, satisfazendo, portanto, a mesma necessidade. A figura 5 apresenta os sistemas em que as empresas contatadas possuíam na sua fabricação, sendo que 65 abastecem as máquinas manualmente, 29 possuem solução a vácuo já instalado (similar ao da Alimbag), 11 possuem manuseio dos materiais até as máquinas por gravidade, 11 por rosca mecânica e 32 optaram por não fornecer esta informação. O resultado, em suma, foi que os clientes potenciais necessitam de um sistema de automatização para melhorarem seus processos, contudo há certo bloqueio devido o alto valor de investimento destes equipamentos. 31 Figura 5 – Sistema instalado nas indústrias contatadas Fonte: Própria 4.2 APLICAÇÃO DA ESTRATÉGIA A metodologia utilizada para implantação do planejamento estratégico na Alimbag deve satisfazer as seguintes realidades da empresa, apresentadas pelos funcionários: Recente projeto realizado que alavancou desenvolvimento dos equipamentos: a empresa passa a partir do mês de Julho/2010 a fornecer, também, equipamentos automatizados de dosagem e pesagem dos materiais em pó. Falta de padronização na execução das atividades; Falta de controle da qualidade dos produtos, acompanhamento dos fornecedores; Dificuldade em identificar as competências da Empresa; Dificuldade em estabelecer os pontos fracos e pontos fortes, ameaças e oportunidades; Falta de visão de longo prazo; Falta de informações atualizadas do mercado em que atua. Deste modo, considerando o foco do estudo, optou-se em aplicar os modelos de planejamento estratégico que foram analisados especificamente neste trabalho, estruturandoos de acordo com a figura 6, com ênfase principal da ordem de aplicação desenvolvida pelos autores Fernandes e Berton (2005). Inicia-se com a análise do ambiente, fato este uma das maiores necessidades da Alimbag. A formulação das estratégias foram direcionadas às áreas de Marketing, Engenharia, Suprimentos, Informática e Finanças, áreas presentes na Alimbag. 32 Figura 6 – Proposta de modelo do Planejamento Estratégico Fonte: Própria 4.2.1 Fase 1: Análise Esta primeira fase está caracterizada nas atividades I à VII, conforme figura 6. Analisou-se o ambiente externo e interno à organização deste trabalho e realizou-se um comparativo entre ambos para determinação das ameaças, oportunidades, pontos fracos e pontos fortes, além da determinação do seu negócio de trabalho. Visto que a Alimbag desenvolveu recentemente seus produtos, o seu negócio ficou definido da seguinte forma: soluções em manuseio, dosagem e pesagem de matérias-primas para indústrias transformadoras de plásticos. Um pensamento míope do seu negócio, contudo, é apenas em fornecer equipamentos para transporte, dosagem e pesagem de matérias-primas e não ser visto como solução de problemas que os clientes encontram. Através da análise do ambiente identificaram-se os riscos e as oportunidades. Para tanto, coletou-se informações referentes ao ambiente geral e ao ambiente operacional 33 juntamente com os dois funcionários da Alimbag, além de consultas em algumas revistas relacionadas ao mercado de plástico. Foi estudado, nessa perspectiva, o Ambiente Geral, atividade II da figura 6, da Alimbag. Pesquisaram-se sobre as variáveis econômicas, fatores tecnológicos, fatores sociais e fatores políticos. As características presentes nas variáveis econômicas são: globalização, estabilização econômica, fusões e crescimento dos serviços. Apresentam-se diversas fusões de empresas fabricantes de máquinas e equipamentos, tornando-as cada vez mais competitivas neste mercado. Expandem, diante disso, a quantidade de produtos sofisticando-os com alta tecnologia. A PLÁSTICO INDUSTRIAL (2010b) anunciou que apenas 48% das empresas fornecedoras de máquinas para indústrias do ramo plástico afirmaram não possuir parceria com fornecedor de sistemas de alimentação e dosagem de matérias-primas. ALBERT NETO (2010) apresenta um anúncio de déficit na balança comercial do setor de máquinas e equipamentos, devido aumento dos juros e contínua elevação das importações oriundas, principalmente, da China. Anuncia, ainda, que os equipamentos chineses são produtos de baixo valor agregado possuindo menor custo em relação aos do Brasil, porém as importações destes produtos para o Brasil aumentaram 57% em 2010. A PLÁSTICO INDUSTRIAL (2009), por sua vez, realizou uma pesquisa com sete empresas fornecedoras de transportes pneumáticos que atuam no mercado há cerca de 30 anos. Revela que o faturamento de cinco destas empresas ficou entre R$ 1 e 10 milhões em 2008, havendo queda de 38% nas vendas nos últimos meses, motivo principal como insegurança dos clientes quanto ao futuro do mercado em que atuam. Segundo informações da PLÁSTICO INDUSTRIAL (2010a) uma empresa do ramo plástico de São Paulo investiu aproximadamente R$ 28 milhões para aumentar sua capacidade produtiva, adquirindo novo galpão e comprando máquinas e equipamentos. Nos fatores tecnológicos, por sua vez, estão presentes a internet, as telecomunicações, a automação e a informática, como características do mercado da Alimbag. Os fatores sociais, todavia, são gerados com o envelhecimento da população, preocupação com a saúde, fim do emprego, maior tempo livre, aumento das atividades centradas no lar, incorporação da mulher no mercado de trabalho, crescimento do nível educacional, incremento nos valores democráticos e aumento das taxas de violência. Os fatores políticos, por fim, apresentam incentivos fiscais, mudança de legislação e concessões. 34 A PLÁSTICO EM REVISTA (2010), neste contexto, anunciou que as indústrias brasileiras de máquinas e equipamentos para transformação de plásticos não obtiveram as previsões de calamidade no balanço devido crise financeira, de setembro de 2008 a junho de 2009. Fato este devido o governo ter melhorado as condições de financiamento dos equipamentos e assegurado a continuidade do crescimento do consumo interno com incentivos fiscais, crédito farto e aumento do poder aquisitivo de baixa renda. O Ambiente Operacional, presente como atividade III da figura 6, apresenta técnicas e metodologias, consistindo em analisar a estrutura da indústria, o ciclo de vida do setor, o tamanho e crescimento do mercado, a atratividade do setor e a estratégia da concorrência. Com o apoio dos funcionários da empresa e com as abordagens por telefones realizadas no início deste trabalho, pode-se conduzir esta etapa. A Análise Estrutural da Alimbag foi gerada a partir das notas encontradas na tabela 2, conforme auxílio das informações contidas na tabela 1. Observam-se que: O mercado é atrativo não havendo muitas barreiras para infiltração de novos competidores. Os participantes do mercado de equipamentos para automatização são impulsionados com sua diferenciação de marca, estimulando fidelidade de diversos clientes. Há a manifestação mútua entre as empresas deste mercado, ou seja, as ações de uma empresa exercem impacto sobre as demais, como no caso constante em desenvolvimento de produtos. Concorrentes divergentes, com estratégias, origens e personalidades bastante distintas. Uma empresa fabrica máquinas industriais com o sistema automatizado embutido, enquanto outras focam justamente nos projetos de automatização A Empresa está criando maturidade, expandindo seu nicho de mercado. Com isso, aumenta-se a concorrência. Este mercado em que a empresa atua apresenta produtos substitutos, ou seja, produtos diferentes que oferecem a mesma solução para o cliente. Motivo que gera as empresas do ramo em focarem no preço. A cadeia de fornecimento da empresa é um insumo importante para o negócio e há ameaça para integração. Com isso, nota-se que a entrada por novos produtos é o ponto mais ameaçador do mercado. Há também como força alta a ameaça de novos concorrentes, conforme fatores analisados. A figura 7 é resultado dessas cinco forças analisadas. 35 Tabela 2 – Avaliação das cinco forças FORÇA 1 - AMEAÇA DE NOVOS CONCORRENTES FATORES É possível ser pequeno para entrar no negócio Empresas concorrentes têm marcas desconhecidas ou os clientes não são fiéis Baixo investimento em infra-estrutura, crédito a clientes e produtos Os clientes terão baixos custos para trocarem seus atuais fornecedores Tecnologia dos concorrentes não é patenteada. Não é necessário investimento em pesquisa O local, compatível com a concorrência, exigirá baixo investimento Não há exigências do governo que beneficiam empresas existentes ou limitam a entrada de outras Empresas estabelecidas têm pouca experiência no negócio ou custos altos É improvável uma guerra com os novos concorrentes O mercado não está saturado Força 1 = FORÇA 2 - RIVALIDADE ENTRE AS EMPRESAS DO RAMO FATORES Existe grande número de concorrentes, com relativo equilíbrio em termos de tamanho e recursos O setor em que o negócio se situa mostra lento crescimento. Custos fixos altos e pressão no sentido de vender o máximo para cobrir esses custos Acirrada disputa de preços entre os concorrentes Não há diferenciação entre os produtos/serviços comercializados pelos concorrentes É muito dispendioso para as empresas já estabelecidas sairem do negócio Força 2 = FORÇA 3 - AMEAÇA DE PRODUTOS SUBSTITUTOS FATORES Verifica-se uma enorme quantidade de produtos substitutos Produtos substitutos têm custos mais baixos que os das empresas existentes no negócio Empresas existentes não costumam utilizar publicidade para promover sua imagem Setores de atuação dos produtos substitutos estão em expansão, aumentando a concorrência Força 3 = FORÇA 4 - PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS COMPRADORES FATORES Clientes compram em grandes quantidades e sempre fazem forte pressão por preços menores Produto vendido pela empresa representa muito nos custos dos clientes ou de suas compras Produtos que os clientes compram são padronizados Clientes não têm custos adicionais significativos se mudarem de fornecedores Há sempre uma ameaça dos clientes virem a produzir os produtos adquiridos no setor Produto vendido pela empresa existente não é essencial para melhorar os produtos do comprador Clientes são muito bem-informados sobre preços e custos do setor Clientes trabalham com margens de lucro achatadas Força 4 = FORÇA 5 - PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DESCRIÇÃO O fornecimento de produtos necessários é concentrado em poucas empresas fornecedoras Produtos adquiridos pelas empresas existentes não são facilmente substituídos por outros Empresas existentes no negócio não são clientes importantes para os fornecedores Materiais adquiridos dos fornecedores são importantes para o sucesso dos negócios no setor Os produtos comprados dos fornecedores são diferenciados Existem custos significativos para se mudar de fornecedor Ameaça permanente de os fornecedores entrarem no negócio do setor Força 5 = Fonte: Dados da pesquisa NOTA 5 4 5 2 4 5 3 1 2 5 72 NOTA 3 1 3 3 2 3 50 NOTA 5 4 2 5 80 NOTA 2 5 2 2 4 2 2 4 58 NOTA 2 4 2 5 4 2 4 66 36 Figura 7 – Intensidade das forças Fonte: Dados da pesquisa A Análise do Ciclo de Vida do Setor, diante desse ambiente operacional, é caracterizada nas quatro etapas: introdução, crescimento, maturidade e declínio. A introdução é caracterizada pela diferença da marca através de trabalhos de divulgação, entregas dos produtos com qualidade e desenvolvimento de fornecedores. A etapa do crescimento refere-se à inovação dos produtos e aumento do número de clientes. A maturidade, nessa perspectiva, reduz custos internos e com terceirização. O declínio mantém vendas com clientes específicos gerando retornos maiores com implementação dos projetos. Para Análise do Tamanho e do Crescimento do Mercado, todavia, foram fornecidos dados pelos responsáveis da Alimbag. A participação da empresa no ano de 2009, segundo esses dados, resultou em apenas 2% do mercado e neste ano de 2010 subiu para 5%. Seu faturamento aumentou em 67% neste período, contudo sua participação necessita ser melhorada. Para analisar a Atratividade do Setor de empresas que realizam projetos de automatização, foi avaliado cada fator contido na tabela 3 referente o posicionamento atual deste setor, inserindo-se a letra “P”, e qual sua perspectiva no futuro, indicados pela letra “F”. Nota-se que este segmento de mercado tem bom nível salarial com perspectiva em ser melhorado, é altamente tecnológico necessitando de trabalhos com pesquisa e desenvolvimento e exerce influência no impacto ecológico. O preço dos produtos, contudo, é elevado havendo complexidade dos projetos e diversos de produtos substitutos. A inflação e o impacto do comércio exterior exercem elevada influência neste setor sendo altamente nãoatrativo às empresas brasileiras deste segmento. 37 Tabela 3 – Análise da atratividade do setor Altamente nãoatrativo Fatores sociais Fatores tecnológicos Fatores econômicos e governamentais Fatores competitivos Fatores de mercado ANÁLISE DA ATRATIVIDADE DO SETOR Tamanho de mercado Taxa de crescimento de mercado Diferenciação e produtos Sensibilidade de preços Ciclos econômicos Sazonalidade Mercados cativos Rentabilidade da indústria Intensidade competitiva Grau de concentração Barreiras para entrada Barreiras para saída Volatilidade das ações Grau de integração Existência de substitutos Utilização da capacidade Inflação Impacto do comércio exterior Impacto da variação cambial Nível salarial Suprimento de matéria-prima Suprimento de mão-de-obra Legislação Regulação Taxação Apoio governamental Maturidade e volatilidade Complexidade do projeto Patentes Exigência de P&D de produtos Exigência de P&D de processos Impactos ecológicos Ética do trabalho Proteção ao consumidor Mudanças demográficas Grau de sindicalização Interculturalidade Fonte: Dados da pesquisa Nãoatrativo Neutro Atrativo P Altamente Atrativo P-F P-F F P-F P-F P-F P-F P-F P-F P-F P-F P-F F P P-F P-F P-F F F P P P-F P P-F P P-F P-F P-F P-F F F P-F P-F F P P-F P-F P-F P-F P-F P-F P-F P-F Os FCSs para uma empresa de projetos de automatização, presentes na Análise Estratégica da Concorrência, estão ligados com as necessidades dos clientes quanto aos equipamentos, atendimento, confiabilidade e flexibilidade no fornecimento do sistema. Considerou-se, nesta perspectiva, força da marca, inovação, preço, durabilidade dos equipamentos, data de entrega e feedback, estando este último relacionado com o suporte técnico e com a disponibilidade da empresa se fazer presente no cliente através de contatos para verificação de seu sistema implantado. 38 Foram analisados três concorrentes da empresa em estudo com nomes fictícios de Alimmelt, Moneal e Yushi. A Alimmelt atua de maneira global em diversos segmentos de mercado. Possui estrutura formada de engenharia, produção e marketing, sendo sua matriz construída com fábrica e laboratórios para testes, localizada na Alemanha. No território brasileiro, há um representante apenas. Participam de feiras nacionais e internacionais. Preço é bastante elevado, com tecnologia dominada e possuindo diversas patentes de mercado. Atendem clientes de grande porte. É considerada a referência de mercado. A Moneal possui produtos individuais, não fazendo soluções completas. Possuem fabricação própria. Atendem indústrias de pequeno porte, possuindo uma carteira bastante elevada de clientes brasileiros. Anunciam em revistas do setor plástico. A marca tem se firmado ao longo dos anos, possuindo preço da média do mercado. A Yushi é uma empresa chinesa. Atua de maneira global, atendendo clientes de pequeno, médio e grande porte. Possui preço competitivo, porém com qualidade inferior dos produtos, além de ineficiência com suporte técnico. Terceiriza a fabricação dos equipamentos e do sistema de automação/CLP, possuindo diversos fornecedores localizados na China. A tabela 4 demonstra a comparação dos FCSs presentes na Alimbag com os três concorrentes selecionados. Observa-se, nesta perspectiva, prioridade em melhorar a marca uma vez que está muito abaixo de seus concorrentes. Quanto à inovação e durabilidade dos produtos, perde para seu concorrente de referência do mercado, a Alimmelt, necessitando também manter suas potencialidades relacionadas a este aspecto e melhorá-las. Tabela 4 – Fatores chave de sucesso FCSs – Sistemas de Automatização Força da marca Inovação Preço Durabilidade Alimmelt 5 5 1 5 Moneal 4 4 2 4 Yushi 1 4 5 3 Alimbag 1 3 4 4 Fonte: Dados da pesquisa Data de entrega 3 4 2 4 Feedback 3 3 2 5 Tratando-se dos fatores de preço, data de entrega e feedback, mantém-se bastante competitiva, estando entre as melhores ou, até mesmo, a melhor colocação. Este fato está ligado às tecnologias simplificadas que a Alimbag possui e na sua gama de clientes, caracterizados somente pelo mercado brasileiro, diferentemente de seus concorrentes que atendem o mercado de maneira global. 39 Após concluído esta análise do ambiente, na análise da organização foram identificadas as qualidades e deficiências que a Alimbag possui frente ao mercado de atuação. Seguiram-se as etapas de identificar as competências, as estratégias genéricas e as áreas funcionais da organização, conforme figura 6 representados pelas atividades IV, V VI e VII. As competências, nesta perspectiva, são identificadas através dos recursos que a empresa possui. Para a Alimbag, tais recursos são: Computadores com softwares necessários instalados para execução dos projetos. Recém adquirido sistema ERP (Enterprise Resource Planning) para comunicação. Pessoas capacitadas para executar os projetos de maneira eficiente. Fornecedores/parceiros desenvolvidos para executar os projetos de automatização. Contudo, apenas um fornecedor para confecção dos equipamentos e um para o sistema de automação. Sala comercial alugada. Galpão industrial em construção. Futuramente será um recurso ampliado do existente para montagem do equipamento e armazenagem dos componentes. Perante as características de valor, sustentabilidade e versatilidade, a Alimbag possui competência por possuir comprometimento no prazo de entrega de seus equipamentos, produtos com qualidade, além de o mercado estar relacionado a equipamentos de alta tecnologia, exigindo produtos versáteis. As Estratégias Genéricas da Alimbag, neste contexto, possuem perfis relacionados na liderança em custos, na diferenciação e no enfoque. Quanto à liderança em custos: Possui estrutura para realização de projetos e, tratando de fabricação dos equipamentos, somente para executar a etapa de montagem de seus produtos. Idealiza toda cadeia de fabricação através de terceiros. Trabalha focado com metas definidas de vendas. Necessita melhorar capacidade de engenharia, com setor de montagem, conferência da qualidade nos fornecedores evitando retrabalho e na execução dos projetos. As características de diferenciação mostram que: Capacitado na área de engenharia de produtos, necessitando melhor captação dos desejos de mercado para transformá-los em realidades / produtos. Necessita desenvolver habilidade de marketing para propaganda e pesquisa de mercado. 40 Trabalha sob encomenda, com produtos que atendam necessidades específicas dos clientes. Necessita desenvolver fornecedores com foco em qualidade e preço. Referentes ao enfoque: Estabelecido o nicho de mercado que atende: indústrias que utilizam compostos de PVC em pó no processo de fabricação. Para as áreas funcionais, por sua vez, compara-se cada área da empresa estudada com os mesmo concorrentes já analisados neste trabalho, com auxílio da tabela 5. Analisou-se, diante disso, a necessidade em melhorar todos os setores classificados em ordem crescente de prioridade: Marketing, Engenharia, Suprimentos, Informática e Finanças, conforme tabela 6. Tabela 5 – Notas para comparativo entre as áreas funcionais Avaliação dos Pontos Fortes e Fracos da Empresa (e Concorrentes) Ponto muito forte Ponto forte Ponto médio Ponto fraco Ponto muito fraco Fonte: Dados da pesquisa 5 4 3 2 1 Os indicadores presentes na tabela 6 mostram que a empresa estudada está abaixo das outras três concorrentes, motivo principal devido a falta de definição dos objetivos e das estratégias nos diversos setores para seu crescimento. Para finalizar esta etapa de análise, confrontaram-se os estudos adquiridos das observações externas e internas à Alimbag. Criou-se, diante disso, as oportunidades e ameaças, e os pontos fortes e pontos fracos, conhecidos como análise SWOT. 1. Pontos Fortes da Alimbag: Localização em um dos principais pólos industriais de PVC do país, gerando proximidade aos clientes. Capacitado para desenvolver soluções particulares apresentadas para cada cliente, pois as pessoas detêm de conhecimento técnico e gerencial. Capacidade com criatividade e inovação tecnológica. Preço competitivo dos sistemas de automatização abaixo da média do mercado e havendo boa margem de lucro para manter-se e crescer perante realidade atual. Suporte técnico eficiente. Retorno constante para os clientes. 41 Tabela 6 – Comparativo entre as áreas funcionais Marketing Clientes fiéis à empresa Situação financeira dos clientes Imagem da empresa Participação de mercado da empresa Localização e número de pontos-de-venda Localização e número de pontos de armazenagem Sistema de distribuição Capacidade de pesquisa de mercado Competitividade em preço Amplitude da linha de produtos Produtividade da força de vendas Integração e relacionamento com outras áreas Média marketing Engenharia Produtos diferenciados Disponibilidade para testes de protótipos Domínio de alternativas com os projetos Capacidade produtiva Experiência com projetos Experiência com sistemas de manufatura Integração e relacionamento com outras áreas Média engenharia Suprimentos Poder de barganha em compras Confiabilidade de fornecedores Nível adequado de estoques Disponibilidade de matéria-prima Capacidade de investimento Integração e relacionamento com outras áreas Média suprimentos Informática Sistema de informática instalado Grau de entendimento de todos com os objetivos Controle de inventário Controle dos projetos Integração e relacionamento entre todas as áreas Média informática Finanças Lucratividade da empresa Endividamento Receitas/vendas da empresa Custos da empresa Sistema de custos gerenciais Contabilidade fiscal atualizada e confiável Integração e relacionamento com outras áreas Média finanças Média do diagnóstico das áreas funcionais Fonte: Dados da pesquisa Alimmelt Moneal Yushi Alimbag 4 5 5 4 4 3 4 5 2 5 5 5 4,25 Alimmelt 5 5 5 4 5 5 5 4,86 Alimmelt 5 5 3 5 5 5 4,67 Alimmelt 5 4 3 3 5 4,00 Alimmelt 5 4 5 1 4 5 3 3,86 4,33 3 3 4 4 4 3 4 4 4 3 5 4 3,75 Moneal 2 3 2 4 4 4 5 3,43 Moneal 4 4 3 5 5 5 4,33 Moneal 4 4 3 3 4 3,60 Moneal 4 4 4 2 4 5 3 3,71 3,77 2 2 2 2 1 1 4 2 5 4 2 4 2,58 Yushi 4 1 5 5 5 3 5 4,00 Yushi 2 4 4 5 2 5 3,67 Yushi 2 5 3 3 2 3,00 Yushi 3 3 3 5 3 2 4 3,29 3,31 4 3 2 1 2 1 4 2 5 3 2 5 2,83 Alimbag 3 1 3 2 4 4 5 3,14 Alimbag 2 2 4 4 2 5 3,17 Alimbag 3 5 3 3 3 3,40 Alimbag 3 2 2 3 3 5 5 3,29 3,17 42 2. Pontos Fracos da Alimbag: Planejamento de marketing não eficaz. Falta de controle de toda cadeia envolvida em cada projeto. Falta de acompanhamento dos serviços terceirizados, gerando, em alguns casos, necessidade de retrabalhos e conhecimento de falhas nos produtos pelo cliente. Tempo alto para realização dos projetos. Falta de controle dos projetos, com ausência de cronograma das atividades. 3. Oportunidades: Constante crescimento industrial dos clientes, necessitando de projetos de automatização em seus processos produtivos. Aumento no poder de compra e investimento dos clientes do ramo, devido alta demanda de seus produtos plásticos. Demandas de recursos humanos qualificados e de profissionais com novos perfis. Avanço tecnológico, afetando todo mercado, clientes e fornecedores, para melhorias dos sistemas. Exigência do cumprimento das normas ambientais para adequação das empresas de PVC na redução de resíduos provenientes da produção, fato este um dos benefícios do sistema de automatização: a eliminação de pós no ambiente em que está aplicado. 4. Ameaças; Expansão tecnológica dos concorrentes diretos e indiretos, utilizando de patentes para serem exclusivos. Impedimento de financiamento de longo prazo para empresas comerciais, motivo o qual leva a Alimbag na busca por ser do ramo industrial. Desenvolvimento dos sistemas de automatização pelos próprios clientes, adaptando em sua fábrica sistemas que já adquiriu e/ou tem conhecimento por intermédio de terceiros. Emigração do Brasil das indústrias de PVC por razões de ofertas mais rentáveis no exterior. 4.2.2 Fase 2: Formulação Nesta fase estão presentes as atividades de VIII à XII, vistos na figura 6. A Alimbag projeta seus sistemas dimensionando a fábrica do cliente e já visando o futuro, entendendo 43 juntamente com o cliente qual a previsão de expansão em sua demanda para que o sistema automatizado atenda às máquinas futuras instaladas, com a expansão de sua capacidade produtiva. A missão da Alimbag, diante disso, ficou definida da seguinte forma: solucionar as necessidades dos fabricantes de tubos, forros e perfis de PVC com sistemas de automatização, manuseio, dosagem e pesagem de matérias-primas, e contribuir para expansão destes clientes com adequação dos sistemas às necessidades futuras, oferecendo melhorias nos processos e redução de custos de fabricação, através de tecnologias inovadoras e constante aperfeiçoamento de nossos funcionários. Visto que a organização restringiu seu nicho de mercado voltado às indústrias que trabalham com compostos de PVC em pó e, conforme esclarecimento dos sócios, seu foco está direcionado em atender primeiramente o mercado de plástico, a visão ficou sendo como: ser referência em projetos de automatização para empresas transformadoras de plásticos. Para melhor compreensão dos objetivos e estratégias funcionais e auxílio para realizar o plano de ação, mapeou-se o organograma dos setores da empresa e suas atividades macro, vistos na figura 8. Figura 8 – Estrutura da Empresa Fonte: Própria A área de suprimentos, diante disso, é responsável pelas compras dos produtos necessários para realizar um projeto, além de negociar e desenvolver os fornecedores. O setor de marketing, contudo, realiza as vendas e divulga os projetos de automatização. O setor de engenharia responsabiliza-se pela produção e desenvolvimento dos produtos da Alimbag. 44 Os serviços contábeis, para tanto, são terceirizados, porém internamente o setor financeiro controla as documentações necessárias para estes serviços e, também, realiza o fluxo de caixa. A informática, por fim, mantém o site e os programas utilizados na empresa, além de operar o sistema ERP para planejamento de seus recursos, sendo uma tarefa recente na Alimbag. Conforme informações adquiridas até este momento do trabalho, definem-se os objetivos referentes às áreas e geral, apresentados na tabela 7. Tabela 7 – Objetivos das áreas funcionais Objetivos de Marketing Aumentar 100% o faturamento de 2010 para 2011, mantendo disputa entre as empresas anunciadas nas revistas Participar das feiras de plástico em 2011, em Joinville e em São Paulo Divulgar produtos através de anúncio em revista, a partir de 2012 Visitar todos os clientes por região a cada dois meses a partir de fevereiro de 2011 Obter as realidades de todos os potenciais clientes quanto ao processo de fabricação Realizar e manter contato com todos os potenciais clientes Conquistar dois novos clientes até mês de maio e um novo cliente por mês a partir de abril de 2011 Objetivos de Engenharia Desenvolver um novo produto por bimestre em 2011 Criar alternativas de soluções para os produtos existentes Organizar o setor de montagem no novo galpão em 2011 Eliminar erros com qualidade dos produtos em 2011 Objetivos de Suprimentos Reduzir preço na compra dos componentes Desenvolver um novo fornecedor na área de automação até final de 2011 Desenvolver três novos fornecedores na área de fabricação até o segundo semestre de 2011 Objetivos de Informática Manter o site da empresa atualizado Melhorar comunicação entre as áreas em 2011 Objetivos de Finanças Adquirir ferramentas e equipamentos para auxiliar na montagem até final de 2012 Fonte: Dados da pesquisa As estratégias para estas áreas foram definidas para atingir os resultados esperados, interligando os objetivos com os planos de ação. As estratégias de Marketing identificam as necessidades dos clientes não atendidas e fornecem as soluções necessárias. As demais áreas devem seguir os dados fornecidos por este setor. São eles: Utilizar 14% do lucro mensal das vendas para participar das feiras. 45 Utilizar 5% do lucro mensal das vendas, a partir do segundo bimestre de 2012, para divulgar a empresa nas revistas. Criar roteiro de viagens por região para auxiliar nas visitas. Realizar prospecção de mercado através de contato por telefone, feiras, e-mail e visitas. Utilizar banco de dados cadastrado, registrando os contatos realizados. As estratégias de Engenharia, por sua vez, ficaram definidas como: Preencher, em todos os projetos, o check-list da Alimbag, a exemplo o anexo A, que atualmente é pouco utilizado para inspecionar os produtos, extremamente importante para conferir a qualidade tratando-se de uma folha com conteúdo em ambos os lados. Este anexo apresenta a inspeção específica no produto alimentador da Alimbag. Organizar o setor de montagem, com auxílio de uma ferramenta administrativa. Revisão contínua dos sistemas em aplicação, pesquisando e/ou desenvolvendo alternativas de solução que atendam as necessidades dos usuários. Manter-se atualizado com o mercado de equipamentos para automatização e testar os protótipos no novo galpão que irá possuir. As estratégias de Suprimentos, contudo, baseiam-se em: Gerar banco de dados com valores de cada componente de diversos fornecedores. Explorar o mercado de automação industrial e de caldeiraria (fabricante dos equipamentos) em Joinville e região. As estratégias de Informática, nesse contexto, visam: Atualizar, no site, semanalmente notícias referentes ao mercado plástico e quando houver desenvolvimento do produto da empresa. Implantar sistema de comunicação ERP, instalado recentemente, para controle e aperfeiçoamento de todas as áreas. As estratégias de Finanças direcionam a utilização eficiente do crédito e decisões sobre os investimentos de capital. Dizem respeito aos recursos adquiridos e ao retorno de capital investido. Definiu-se em: Gerar fluxo de caixa voltado à aquisição de ativos, retendo 5% do lucro líquido mensal. Investir, nesta perspectiva, em ativos para auxiliar na montagem. Após desenvolvimento destas estratégias foram realizados os orçamentos das áreas, conforme modelo na figura 6. Conforme planejado com ampliação de novos clientes esperase em atingir diversos objetivos, aumentando o LV (lucro com vendas). Todavia, este lucro é 46 relativo, pois depende da quantidade e tipos de projetos vendidos. Diante disso, os investimentos seriam: área de marketing utilizará 35% de LV, engenharia usufruirá 30%, suprimentos 15%, informática 1% e finanças 5% deste valor, sendo que os 14% restantes serão guardados para fluxo de caixa, utilizados para eventuais necessidades. Estes investimentos estão demonstrados na figura 9. Figura 9 – Orçamento da Empresa para os próximos anos Fonte: Dados da pesquisa 4.2.3 Fase 3: Implantação Esta última fase da pesquisa é representada pelas atividades XIII e XIV da figura 6. A Alimbag possui o tipo de estrutura de microempresa, sendo caracterizada pela flexibilidade. Como já foi mencionado, é composta por dois colaboradores, necessitando a polivalência em suas atividades. Possuem grau elevado quanto à motivação, pois interessam em trazer resultados positivos e alavancar a empresa. Espera-se, nesse contexto, alcance dos objetivos através do auxílio dos planos de ação criados para cada setor, conforme as tabelas 8, 9,10, 11 e 12. Contém, portanto, cinco planos distintos, identificando os participantes de cada atividade, como fazer para alcançar cada objetivo, qual o período necessário e quais serão os recursos necessários. Estes recursos, em geral, serão fornecidos pela própria empresa estudada, com exceção de algumas atividades. No decorrer das execuções destas atividades, deve-se haver monitoramento para verificar os resultados com o planejado, representado pela atividade XIV da figura 6. Finalizando, este método indica uma etapa de aprendizagem, o qual será observado na medida do avanço das atividades, com alcance ou melhorias das metas estabelecidas. 47 Tabela 8 – Plano de ação para Marketing MARKETING - 35% de LV O QUE FAZER? Aumentar 100% o faturamento de 2010 para 2011, mantendo disputa no mercado de atuação ATIVIDADE / COMO FAZER? Conquistar 2 novos clientes por mês QUAIS RECURSOS SERÃO NECESSÁRIOS? QUEM PARTICIPARÁ? M1 Pesquisar quais as indústrias brasileiras de forros, perfis e/ou tubos de PVC e inserir no banco de dados dos clientes cadastrados 01/01/11 - Contínuo Computador com software, internet, revistas do mercado plástico e jornais Colaborador B M2 Realizar prospecção de mercado das indústrias cadastradas, através de contatos por telefone 01/02/11 - Contínuo Telefone e banco de dados Colaborador B e Clientes Potenciais M3 Enviar por e-mail/correio informações do site da empresa apresentando, resumidamente, os sistemas de automatização 01/02/11 - Contínuo E-mail e correios M4 Separar, por região, as indústrias que possuem interesse em adquirir um sistema automatizado das que não possuem interesse 01/02/11 - Contínuo Computador com software necessário M5 Criar roteiros de viagens por região do Brasil, para as empresas que possuem interesse em instalar a automatização no seu processo de fabricação 01/03/11 - Contínuo Computador com banco de dados e software para criar planilha M6 Agendar visitas nestas empresas, de acordo com os roteiros de viagens 01/03/11 - Contínuo Computador com software necessário, email e telefone 15/03/11 - Contínuo Passagem aérea, folders da empresa e cartão de visita M7 Realizar e manter contato com os clientes potenciais QUAL O PERÍODO? Visitar conforme agendamentos M8 Colaborador B Colaborador A e Clientes Potenciais Conforme atividades "M1 à M7" M9 Utilizar banco de dados cadastrado para registro dos contatos realizados 01/02/11 - Contínuo Computador com software necessário M10 Participar da feira que ocorre anualmente em São Paulo, utilizando 7% do lucro mensal das vendas 01/01//11 - 30/05/11 Stand no local, um equipamento de automatização montado, folders da empresa e cartões de visita M11 Participar da feira que ocorre anualmente em Joinville, utilizando 7% do lucro mensal das vendas 01/06/11 - 30/09/11 Stand no local, um equipamento de automatização montado, folders da empresa e cartões de visita Pesquisa da revista mais lida pelos fabricantes de forros, perfis e/ou tubos de M12 PVC 01/12/11 - 30/12/11 Notícias (e-mail, jornais, revistas), telefone e contato direto com os clientes M13 Negociar com os publicadores 15/01/12 - 30/01/12 Telefone e e-mail M14 Anunciar nesta revista, utilizando 5% do lucro mensal das vendas 01/02/12 - 31/07/12 Lucro mencionado M15 Visualizar o retorno gerado com a divulgação na revista 01/08/12 - 01/08/12 Computador com software necessário M16 Tomar nova decisão: anunciar ou não nesta revista 01/08/12 - 10/08/12 Computador com software necessário Colaborador B Colaborador A e Colaborador B Fonte: Dados da pesquisa 47 48 Tabela 9 – Plano de ação para Engenharia ENGENHARIA - 30% de LV O QUE FAZER? Padronizar o gerenciamento e as execuções para cada projeto Eliminar os erros de qualidade dos produtos Em vista a qualidade e custo baixo: Desenvolver um novo produto por bimestre & Criar alternativas de solução para os produtos existentes Transferir e organizar o setor de montagem no galpão novo ATIVIDADE / COMO FAZER? QUAL O PERÍODO? QUAIS RECURSOS SERÃO NECESSÁRIOS? QUEM PARTICIPARÁ? E1 Fazer levantamento da maneira que foram executados os projetos anteriores 01/02/11 - 01/02/11 Computador com registro dos projetos executados E2 Comparar e eleger, para cada atividade, a maneira mais eficiente já executada 02/02/11 - 02/02/11 Computador com registro dos projetos executados E3 Criar sistemática para execução dos projetos: orçamento, fluxograma e cronograma 03/02/11 - 05/02/11 Computador com registro dos projetos executados E4 Revisar todos os check-list de inspeção existentes 01/01/11 - 05/01/11 Computador com software necessário Colaborador B E5 Criar check-list para os equipamentos, a partir da revisão 05/01/11 - Contínuo (desenvolvimento de novos produtos) Computador com software necessário Colaborador A e Colaborador B E6 Realizar inspeção, em todos os equipamentos, diretamente no fornecedor fabricante com auxílio do check-list 05/01/11 - Contínuo (após vendas dos projetos) Check-list, gabaritos, trena e paquímetro E7 Em caso de não-conformidade encontrada, informar o responsável da empresa fabricante e registrar as anomalias, conforme procedimento do check-list Após atividade E6 Check-list, gabaritos, trena e paquímetro E8 Retornar ao fabricante para verificar correção do erro de qualidade encontrado Após atividade E7, com intervalo de 1 dia Check-list, gabaritos, trena e paquímetro E9 Pesquisar em revistas atualizadas, jornais, artigos e pela internet, assuntos referentes ao sistema de automatização Computador com internet, jornais, revistas dos mercados de plástico e de equipamentos indústrias Colaborador A e Colaborador B E10 Nas visitas aos clientes potenciais, verificar o sistema instalado e entendê-lo - Colaborador A E11 Projetar as informações coletadas, desenhando os possíveis equipamentos E12 Encaminhar os desenhos técnicos aos fornecedores fabricantes 01/01/11 - contínuo (quando necessário) Colaborador A e Colaborador B Colaborador B e Fornecedor Fabricante Computador com software necessário Telefone e e-mail Colaborador A e Colaborador B E13 Testar protótipos Galpão Industrial E14 Avaliar se satisfaz a condição almejada Computador com software necessário E15 Atualizar, em caso positivo, os registros com produtos novos e/ou existentes Computador com software necessário Colaborador B E16 Transferir todos os pertences da empresa do escritório atual para o galpão industrial 01/12/10 - 05/12/10 Frete E17 Organizar este espaço de trabalho com auxílio de uma ferramenta administrativa que vise a organização e a limpeza Após atividade E16 Necessidades da ferramenta escolhida Colaborador A e Colaborador B 48 Fonte: Dados da pesquisa 49 Tabela 10 – Plano de ação para Suprimentos SUPRIMENTOS - 15% de LV O QUE FAZER? Reduzir preço na compra dos componentes Desenvolver 3 novos fornecedores, instalados na mesma região da Alimbag, para confecção dos produtos Desenvolver 1 novo fornecedor, instalado na mesma região da Alimbag, para desenvolvimento dos sistemas de automação ATIVIDADE / COMO FAZER? QUAL O PERÍODO? QUAIS RECURSOS SERÃO NECESSÁRIOS? QUEM PARTICIPARÁ? S1 Consulta de diversas empresas que fornecem os componentes necessários para os projetos de automatização 01/01/11 - 20/01/11 Internet, revistas e jornais Colaborador B S2 Contato com estas empresas, cadastrando os produtos e seus respectivos valores 21/01/11 - 31/01/11 Telefone, e-mail e computador Colaborador B e Fornecedores Potenciais S3 Cadastrar as empresas que possuem os produtos necessários, informando estes itens e seus respectivos valores 01/02/11 - 05/02/11 Computador com software necessário Colaborador B S4 Negociar, após venda de um projeto, os componentes necessários 05/02/11 - Contínuo (após venda dos projetos) Computador software necessário, telefone e e-mail Colaborador B e Fornecedores S5 Atualizar mensalmente a planilha de preços 05/02/11 - contínuo Computador com software necessário, telefone e e-mail Colaborador A e Colaborador B S6 Consulta de diversas empresas de caldeirarias instaladas nesta região 01/01/11 - 15/01/11 Computador e internet S7 Contato com estas empresas 20/01/11 - 01/02/11 Telefone e e-mail S8 Filtragem destas empresas, refugando as que não atendem as premissas dos projetos de automatização 20/01/11 - 02/02/11 Telefone e e-mail S9 Delegar um projeto para cada novo fornecedor potencial executar 02/02/11 - Contínuo (após venda dos projetos) Desenho técnico dos equipamentos do projeto S10 Acompanhar a fabricação no fornecedor potencial Durante a fabricação Check-list, gabaritos, trena e paquímetro S11 Consulta de diversas empresas de automação instaladas nesta região 01/04/11 - 02/04/11 Computador e internet Colaborador A S12 Contato com estas empresas 03/04/11 - 04/04/11 Telefone e e-mail Colaborador A e Fornecedores Potenciais S13 Filtragem destas empresas, refugando as que não atendem as premissas dos projetos de automatização 05/04/11 - 05/04/11 Telefone e e-mail Colaborador A S14 Delegar um projeto para cada novo fornecedor potencial executar 06/04/11 - Contínuo (após vendas dos projetos) Informações do projeto específico S15 Acompanhar o projeto de automação Durante a fabricação Informações do projeto específico Colaborador A e Fornecedores Colaborador B e Fornecedores Potenciais Fonte: Dados da pesquisa 49 50 Tabela 11 – Plano de ação para Informática INFORMÁTICA - 1% de LV O QUE FAZER? Manter o site atualizado Implantar sistema ERP já instalado ATIVIDADE / COMO FAZER? QUAL O PERÍODO? QUAIS RECURSOS SERÃO NECESSÁRIOS? QUEM PARTICIPARÁ? I1 Buscar notícias referentes ao mercado plástico e a economia brasileira, nos meios de comunicação 01/01/11 - contínuo Internet, revistas do mercado plástico e jornais I2 Atualizar semanalmente o site com as notícias encontradas Após atividade I2 Computador com internet I3 Divulgar, sempre que for desenvolvido, os produtos novos/existentes na hospedagem do site 01/01/11 - contínuo Computador I4 Estudar/entender o sistema instalado 01/01/11 - 15/01/11 Computador com o sistema ERP instalado Colaborador B I6 Solicitar treinamento com a empresa que instalou o sistema 15/01/2011 - 16/01/2011 Telefone e e-mail I7 Realizar treinamento 17/01/2011 - 17/02/2011 Computador com o sistema ERP instalado Colaborador B e Equipe ERP I8 Utilizar o sistema e, em caso de dúvidas, registrar para esclarecimento com a equipe de treinamento 17/02/2011 - contínuo Computador com o sistema ERP instalado Colaborador B QUAL O PERÍODO? QUAIS RECURSOS SERÃO NECESSÁRIOS? QUEM PARTICIPARÁ? 01/01/11 - 15/12/11 Agência financeira Colaborador A Colaborador A e Colaborador B Fonte: Dados da pesquisa Tabela 12 – Plano de ação para Finanças FINANÇAS - 5% de LV O QUE FAZER? Investir em ativos para auxiliar na montagem dos equipamentos ATIVIDADE / COMO FAZER? F1 Arrecadar 5% do lucro com vendas mensalmente F2 Visualizar necessidade atual da empresa em qual(is) ativo(s) necessita investir 01/12/11 - 02/12/11 - Colaborador A e Colaborador B F3 Pesquisar as empresas fabricantes/representantes do(s) equipamento(s) necessário(s) 03/12/11 - 15/12/11 E-mail, jornais e revistas Colaborador B F4 Negociar preço dos equipamentos das empresas encontradas 15/12/11 - 17/12/11 Telefone e e-mail Colaborador B e Fornecedores Potenciais F5 Investir, caso haja reserva monetária suficiente, no(s) equipamento(s) 20/12/11 - 21/12/11 Reserva gerada Colaborador A Fonte: Dados da pesquisa 50 51 CONSIDERAÇÕES FINAIS As empresas que desenvolvem projetos de automatização necessitam potencializar a área de engenharia, acompanhando avanços tecnológicos para otimizar constantemente seus produtos. No entanto estas organizações, através dos trabalhos de marketing, devem entender as necessidades de seus clientes, visualizando em quais aspectos, em nível de automatização, seus processos produtivos necessitam de melhorias. O planejamento estratégico, nesse sentido, amplia o conhecimento da empresa para realizar suas atividades com uma visão holística, desempenhando de forma a tomar decisões eficientes para seu crescimento. Saberá qual ação executar para atingir eficientemente suas metas. Assim sendo, este trabalho buscou implantar, com auxílio da proposta de modelo conforme a figura 6, o planejamento estratégico para a empresa Alimbag cuja administração não havia mapeado as estratégias e nem quantificado os objetivos de longo prazo. Foram realizadas as etapas de análise, formulação e implantação. Em vista disso, descreveu-se o negócio da empresa estudada considerando sua realidade atual. Foi analisado o ambiente em que está inserida identificando e quantificando diversos fatores. Realizaram-se comparativos entre a Alimbag e alguns concorrentes do mercado e, diante disso, foram definidos os pontos fracos e fortes desta empresa e as ameaças e oportunidades deste mercado. Em seguida, definiu-se a missão e a visão da Alimbag, os objetivos a serem alcançados e as estratégias necessárias para atingir estes objetivos. A pergunta chave da atual pesquisa, todavia, buscando identificar as ações necessárias para transformar uma microempresa competitiva diante de um mercado altamente tecnológico, foi resolvida em função dos planos de ação elaborados ao final deste estudo. Tais ações foram mapeadas para serem executadas conforme perfil dos funcionários presentes na empresa estudada, dividindo-se por cinco áreas: Marketing, Engenharia, Suprimentos, Informática e Finanças. Assim sendo, pode-se determinar as ações necessárias para o crescimento da Alimbag tornando-a competitiva nos prazos estabelecidos, conforme cada plano proposto. Tais planos, neste contexto, puderam ser criados em virtude da elaboração dos orçamentos a serem investidos em cada um dos cinco setores, uma vez delimitados os objetivos e estratégias a serem seguidos. 52 Por outro lado, evidentemente, a dificuldade encontrada para implantar o planejamento estratégico foi à falta de informações atualizadas do mercado do ramo plástico e de suas necessidades para otimizar as fabricações. Contudo, com a realização da prospecção de mercado através de ligações para as indústrias potenciais ao uso dos sistemas de automatização, atendeu as necessidades do estudo. Podem-se perceber, frente a isso, empresas com interesse em adotar um projeto específico em seus processos produtivos, enquanto outros manifestaram restrições ou apresentaram motivos em não utilizar. As recomendações para outros trabalhos de pesquisa requer o monitoramento com as execuções das atividades elaboradas no plano, capaz de identificar o comportamento da empresa estudada frente ao planejamento estratégico implantado com o atual trabalho. 53 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERT NETO, Luiz. Déficit da balança comercial do setor de máquinas e equipamentos. Jornal Informaq. Nº 136, ano XIX, pág. 6. Julho de 2010. BUSHIDÔ, Nikko. Sun Tzu - A arte da guerra: os treze capítulos originais. São Paulo: Jardim dos Livros, 2007. CORRÊA, Henrique L.; CORRÊA, Carlos A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços, uma abordagem estratégica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico: fundamentos e aplicações. Rio de Janeiro: Campus, 2003. CRUZ, Carla; UIRÁ, Ribeiro. Metodologia científica: teoria e prática. São Paulo: Axcel Books, 2003. DAGNINO, Renato et al. 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