UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE FARMÁCIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MÉDICAS ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE ORTOPEDIA Doenças do Punho e da Mão Prof. Otávio de Melo Silva Jr [email protected] Roteiro • • • • • • Exame Físico Síndrome do Túnel do Carpo Cisto Sinovial Fraturas Lesões Tendinosas Mão Reumatóide Exame Físico Mão • Pele; • Aponeurose palmar; • Túneis e bainhas sinoviais dos tendões flexores, compartimentos extensores; • Inervação; • Vascularização; • Esqueleto; • Musculatura intrínseca. Exame Físico Mão Retináculo Extensor Exame Físico Mão Face Dorsal Mecanismo Extensor Exame Físico Mão Zonas Extensores Túnel do carpo Mão - Face Palmar Vínculos dos tendões flexores Vínculos dos tendões flexores Zonas dos Flexores I – distal à inserção do flexor superficial; II – Zona de ninguém de Bunnell, túnel osteofibroso; III – origem dos lumbricais; IV – Túnel do carpo; V – proximal ao Túnel do carpo. Exame Físico Mão Inspeção Estática Exame Físico Mão Pele Exame Físico Mão Saliências, vascularização. Exame Físico Mão Posição de repouso (normal) Repouso com lesão dos flexores do dedo médio. Exame Físico Mão Sindactilia complexa Braquisindactilia Exame Físico Mão Encondroma no 3º metacarpeano. Tumor de células gigantes (partes moles). Depressões cutâneas, nódulos e cordões na moléstia de Dupuytrem. Exame Físico Mão Palpação Extensores dos dedos Palpação do palmar longo com a flexão do punho contra resistência. Exame Físico Mão Palpação Palpação do flexor ulnar do carpo. Palpação do flexor radial do carpo com a flexão do punho contra resistência. Exame Físico Mão Palpação Tuberculo de Lister Capitato Exame Físico Mão Palpação Escafóide Semilunar Exame Físico Mão Palpação Palpação do complexo ulno-carpal (fibrocartilagem triangular) entre a apófise estilóide da ulna e o piramidal. Palpação do piramidal na região medial do punho. Exame Físico Mão Movimentação Passiva Exame Físico Mão Movimentação Passiva Exame Físico Mão Testes Especiais Teste de Tinel Teste de Durkan Teste de Phalen Exame Físico Mão Testes Especiais T.F.Superficial dos dedos T.F.Profundo dos dedos Exame Físico Mão Testes Especiais Extensor longo Polegar Extensor Curto Polegar Teste de Allen permeabilidade da artéria radial. Exame Físico Mão Testes Especiais • Teste Watson – testar a instabilidade do escafóide; • Teste de Filkenstein – tenossinovites estenosantes do 1° compartimento (De Quervain). Síndrome do Túnel do Carpo INTRODUÇÃO • A STC caracteriza-se por compressão do nervo mediano na área em que este cruza o túnel do carpo, causando isquemia e disfunção do mesmo. Síndrome do Túnel do Carpo • Túnel inelástico na face palmar do punho. • Dormência ou parestesia na mão, – Acompanhada ou não de dor, – Inicialmente noturna ou ao amanhecer, • 51% mão dominante • 15% mão não dominante • 34% ambas as mãos Etiologia Exame físico • • • • • • Alteração sensitiva na área do n. mediano Fraqueza de abdução do polegar Com ou sem hipotrofia muscular Teste de Phalen Sinal de Tinel Teste de Durkan Exames complementares • U.S • E.N.M.G. • RNM Tratamento • Não cirúrgico: • Quadro clínico pouco exuberante • Pouco tempo de evolução • Sem parestesia ou atrofias • Cirúrgico: • Falha no tratamento não cirúrgico • Longa duração • Comprometimento da musculatura tenar Tratamento não cirúrgico • Repouso relativo • Imobilização para punho – Neutro ou ligeira extensão (5°) • A.I.N.H • Fisioterapia • Infiltração Tratamento cirúrgico • Via aberta Tratamento cirúrgico • Miniincisão – Retinaculótomo Tratamento cirúrgico • Via endoscópica Cisto Sinovial Cisto Sinovial • • • • • • • • • Tumores de partes moles Encontrados principalmente na mão e punho. Surgimento rápido ou lento. Massa firme, indolor, localizada próxima a articulação ou a um tendão. >50% dos tumores de partes moles do punho e mão. Mais freqüente em ♀ na 2ª a 4ª décadas de vida. Podem acometer qualquer idade e sexo. A questão estética e incerteza da benignidade é que levam o paciente ao médico. Pode acontecer dor, mas geralmente é a estética que preocupa. Cisto Sinovial • Crianças <10anos: localização palmar é mais comum que dorsal • Cistos dorsais têm maior probabilidade de resolução espontânea. • Cisto sinovial X Gânglio sinovial – Cisto sinovial (tem comunicação com sinóvia) – Gânglio (não comunica-se) com sinóvia • Etiopatogenia: – – – – Mal definida Antecedente traumático em 10% casos. Trauma de repetição. A correlação com doença ocupacional não pode ser inferida. Cisto Sinovial • Etiologia - Teorias – Hérnia sinovial – Modificação e/ ou degeneração de tecidos – Degeneração mucóide (mais aceita) • Fibrose e acúmulo de mucina intra e exrtacelular e decréscimo de fibras colágenas. • Estímulo à produção de Ácido hialurônico por trauma. • A mucina formada, desenha ductus tortuosos através da cápsula e ligamentos. • Esses ductos promovem a comunicação entre articulação e cisto em sentido único. • Esse fenômeno é chamado válvula ou única via. • Contraste na articulação entra no cisto, mas se colocado no cisto, não entra na articulação. Anatomia patológica • Macroscopia: – Cisto – formação sacular lisa e esbranquiçada,de consistência elástica,não aderida a planos adjacentes,com pedículo em sua base,contendo substância gelatinosa,clara e mais viscosa que o fluido articular • Microscopia: – parede composta de fibras colágenas densas,dispostas em linhas esparsas com células achatadas.O conteúdo é de globulina,albulmina, glicosamina e alta concentração de ácido hialurônico. • Os cistos não causam erosão da cartilagem hialina e não ocorre processo inflamatório em seu interior ou mitose. • Também inexiste degeneração maligna em seu interior. Diagnóstico Clínico • Massa palpável : – – – – – Consistência elástica, Endurecida, Bordas definidas e Indolor. Dor (quando existe) se deve a inflamação de tecidos adjacentes e não ao cisto. – O 1º sinal pode ser a compressão de nervo periférico, como n.ulnar (canal de Guyon) ou mediano ( túnel do carpo). Diagnóstico • Exames – USG • Dor no punho não especificada = cisto sinovial oculto? – RNM • Sinovite X cisto sinovial. – Suspeita de cisto intra-ósseo • TC e RX simples Diagnóstico diferencial • • • • • • • Tenossinovite Infecção Pólo proximal escafóide em flexão dorsal Pólo proximal semilunar em flexão palmar Artrose carpometacarpal do polegar / artrose do carpo Bossa carpometacarpal Aneurisma venoso / malformação arteriovenosa / aneurisma art radial • Lipoma / neuroma / hamartoma / sarcoma • Cisto intraneural Tratamento • • • Observação do seu comportamento. Os cistos dorsais tem 30% de resolução espontânea em 1 ano de observação clínica. Nenhuma terapia invasiva deve ser feita antes de 6 meses de observação. • • • Aspiração com ou sem injeção de substância: Feita no ambulatório com antissepsia e anestesia local percutâneamente. Sugere-se injeção de esteróide com USG para evitar injeção na articulação,tendão ou nervo adjacente. Cistos dorsais – aspiração sozinha(alta recidiva) e com injeção de esteróide(27-67% recidiva). Alguns autores sugerem injetar previamente hialuronidase para dissolver o conteúdo e facilitar a aspiração(77% sucesso).Esteródes e hialuronidase(89% sucesso).Outros agentes como fenol e solução salina hipertônica são usados, mas sem comprovação científica de sua efetividade. Cistos palmares – mais cuidado pela proximidade da art.radial . A alta recidiva orienta que o tto seja cirúrgico. • • • • Ressecção cirúrgica • Via aberta – Cistos tendíneos devem ser ressecados preservando-se o tendão. – Cistos intra-ósseos – curetagem e enxertia com osso esponjoso. • Via atroscópica – menor agressão e e retorno mais rápido as atividades.Recidiva em 5%. • Complicações após ressecção: A maior parte vem de ressecção mal feita. – Dor articular persistente – alteração ligamentar – Recidiva – Cicatrizes hipertróficas – Limitação da mobilidade do punho – Lesão neurológica / vascular ou tendínea – Instabilidade ligamentar – conseqüência ou causa? O tratamento deve seguir uma seqüência de complexidade: Orientação (benignidade ) observação por 1 ano aspiração/infiltração cirurgia Fraturas Fraturas do Rádio Distal ANATOMIA GENERALIDADES : • Fraturas de maior incidência no MMSS • Correspondem á 1/6 de todas as fraturas atendidas em Pronto – Socorro • Mais frequentes em adolescentes e idosos MECANISMO DE LESÃO • Hiperflexão(45 á 90°) com a mão estendida • Quanto menor o â menor a força necessária para fraturar EPÔNIMOS : • Fratura de Colles(1814) : – Fratura da metáfise distal do rádio c/ desvio e angulação dorsal (deformidade em garfo de prata • Fratura de Smith : – (Fratura de Colles inversa) : fratura da metáfise distal do rádio c/ desvio e angulação palmar ( deformidade em pá de jardim). RADIOLOGIA: • Rx em PERFIL : => Inclinação palmar => Vn : 11 á 12° RADIOLOGIA: • Rx em AP : =>Comprimento radial (vn:11á12mm) Inclinação ulnar (vn: 22 á 23°) TRATAMENTO: A) FRATURAS SEM DESVIO: - Se houver edema considerável utiliza-se uma tala por 48 horas, trocando em seguida por um aparelho gessado axilo palmar ( jovens) ou luva gessada(idoso) - Tempo: de 03 á 06 semana com o punho em rotação neutra (desvio secundário é tratado com osteossíntese) TRATAMENTO: B) FRATURAS COM DESVIO: 1) redução incruenta + aparelho gessado: => indicação: em fraturas extra-articulares estáveis. Critérios de instabilidade: - cominuição dorsal > 50% - Â dorsal> 20° - Idade > 60 anos - Osteoporose => tempo: aparelho gessado axilopalmar por 03 semanas em seguida trocado por uma luva gessada TRATAMENTO: • 2) PINOS PERCUTÂNEOS: => indicação: em fraturas instáveis => contra-indicação: cortical volar destruida, cominuição intrarticular, fraturas irredutíveis incruentamente. => pos-operatório: fixação mantida com uma tala gessada.Em casos de edema acentuado utiliza-se o fixador externo.E FIXAÇÕES PERCUTÂNEAS: TRATAMENTO: 3) FIXADOR EXTERNO: =>indicação: em fraturas intrarticulares multifragmentadas, fraturas expostas, pacientes politraumatizados e fraturas extrarticulares instáveis. => tempo: 06 á 08 semanas, após a remoção tala gessada por 02 á 03 semanas TRATAMENTO: • 4) REDUÇÃO CRUENTA: => indicação: - desvio de fragmento articular - associadas com a diáfise distal da ulna - fraturas desviadas c/ acometimento da cortical volar.Se houver impacção > 04 á 05 mm utiliza-se enxerto ósseo => material: placas de apoio com parafusos corticais(3,5 mm); placas de pequenos fragmentos c/ parafusos 2,7 mm, eventualmente fios de kirschner COMPLICAÇÕES: • PRECOCES: - Lesão do nervo mediano - Lesão da articulação radioulnar distal - Perda da redução • - TARDIAS : Consolidação viciosa Instabilidade cárpica Artrose Pseudoartrose Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fraturas do Escafóide Epidemiologia #Carpo = 678mil nos EUA(1995) =>70% #Escafóide; #Escafóide 2a mais frequente (1a #Rádio distal); Mais comum em homens 2a e 3a décadas => Consolidação 9-12 semanas; Incomuns em crianças 0,5% das # extremidade superior (tuberosidade + frequente)=> Consolidação 7-8 semanas. Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Incidência relativa de fraturas do osso carpal (hand surgery cap 22) Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fraturas do Escafóide Anatomia Forma de barco – do grego Skaphos; Primeira fileira do carpo, na sua porção radial; É o maior osso desta fileira; Articula-se com 05 ossos: rádio, capitato, semilunar, trapézio e trapezóide; Quase todo envolto por cartilagem(exceção do dorso da cintura); Tuberosidade Hemisférica => entrada p/ suprimento vascular. Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fraturas do Escafóide Anatomia Tuberosidade =>20-30% da irrigação ->distal; Ramos da A. Radial a nível da cintura (dorsal) => 70-80% irrigação -> proximal; Segundo Gelberman não existe vascularização do escafóide penetrando o osso através da cartilagem ou do ligamento escafoulnar, e grande parte do osso é dependente de um único vaso intra-ósseo; Não existem anastomoses entre sistemas, o que aumenta a chance de necrose e pseudo-artrose nos casos de fratura; Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fraturas do Escafóide - Segundo Cozzi a vascularização do escafóide é feita por meio de três sistemas originados da artéria radial: sistema palmar, que irriga um terço do escafóide em sua parte ântero-lateral; sistema lateral que irriga principalmente o tubérculo do escafóide, e do sistema dorsal, que nutre dois terços proximais do osso; Fraturas do escafóide Fraturas do Escafóide • Diagnóstico: História do trauma; Queixas =>dor (tabaqueira anatômica), inchaço, equimose, impotência funcional; Exame Físico => . Verdan – pronação forçada do pulso contra resistência causando dor; . Teste de Watson . Weizeneeger e cols – 12 testes em 52 pctes concluindo q nenhum exato =>essencialmente radiológico; Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fraturas do Escafóide Diagnóstico (Imagem) Radiografias => Pelo menos 4 incidências PA; - Perfil; - Obliquas (30° pronação e 30° supinação). - PA desvio ulnar. - Fratura do Escafóide Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fraturas do Escafóide - RNM; TC; Cintilografia com Te99; Planigrafia; Ultra-som. Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fratura do Escafóide Fratura oculta escafóide. Hand Surgery cap21 Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fratura do escafóide Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fratura do Escafóide Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fratura do Escafóide Fratura do Escafóide Classificação de Weber • Não deslocadas =>100% consolidação • Anguladas=> 67% consolidação • Deslocadas => 55% Não consolidação Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo Fratura do Escafóide Fratura do Escafóide Fraturas do Escafóide • Tratamento: - Feito de acordo com o traço e a localização anatômica da fratura; - Forma e o tempo de imobilização tem relação direta com o tipo de fratura a ser tratada; Fratura do Escafóide - Gesso Axilo-palmar (90° cotovelo) incluindo polegar em oponência, punho em leve extensão, antebraço neutro; - Liberar cotovelo com 5 semanas. - # 1/3distal ou de tubérculo => gesso luva incluindo polegar leve extensão => 4-6sem - # obliqua vertical => gesso incluindo 2°3° dedos =>90 dias (12sem) - Instabilidade => Cirurgia Fratura do Escafóide Indicação de Cirurgia: • • • • • Deslocamento > 1mm; Angulo radio-semilunar >15°; Angulo escafo-semilunar >60°; “Humpback deformity”; Não-união. Fraturas de Escafóide: • Nas fraturas com desvio o consenso é pela redução e fixação. • A melhor posição pós-cirúrgica da imobilização segundo Pardini para a consolidação seria com um desvio radial de 15° e flexão de punho por volta de 20 a 30°. Fraturas do Escafóide: • Técnica Fechada (percutânea) – fraturas agudas com deslocamento minimo. • Tecnica aberta - Acesso Volar entre o t.flexor radial do carpo e a A.radial => boa exposição p/ redução ; - Imobilização pós-op => gesso incluindo polegar por 6 sem. Fraturas do Escafóide: Complicações da fratura: - Pseudo-artrose do escafóide pode ser evitada, desde que a fratura seja suspeitada precocemente e realizando-se o tratamento adequado, observando o tempo e tipo de imobilização com controles clínicos e radiológicos periódicos; - O paciente deve ser tratado até que não apresente mais sinais clínicos ou até que a trabeculação óssea no foco de fratura seja visível ao Rx; Fraturas do Escafóide: - O paciente portador de pseudo-artrose apresenta dor, fraqueza e diminuição da amplitude dos movimentos do punho, associados ou não à deformidades, crepitações e alterações radiográficas. Tais sintomas podem estar presentes desde o início do processo como podem desenvolver quando do início das alterações artrósicas ou conseqüente à um trauma no punho. Fratura do Escafóide Fixação Percutânea Fratura do Escafóide Fraturas do Escafóide Complicações - Necrose do pólo proximal por problemas circulatórios; - Consolidação viciosa quando o osso perde sua forma original, predispondo à instabilidade do carpo. O fragmento distal encontra-se angulado em flexão em relação ao proximal. Deve ser preconizado osteotomia e interposição do enxerto ósseo na forma trapezoidal, inserindo-o ventralmente; Lesão de Tendões Lesão de Tendões Flexores Diagnóstico • Nem sempre é fácil • Pela simples observação da postura digital podemos suspeitar de uma lesão • A mão em repouso apresenta-se com os dedos em flexão que aumenta do 2° para o 5° dedo. • Somente lesão do flexor profundo => articulação IFD fica estendida • Somente lesão do flexor superficial => o dedo fica em posição de menor flexão que o normal • Se os dois tendões forem lesados => as duas articulações interfalângicas ficam estendidas • Os testes funcionais também são de extrema importância no diagnóstico • Pela proximidade do pedículo neurovascular digital, as lesões destas estruturas também devem ser pesquisadas Zonas • É necessário dividir os tendões flexores em 5 zonas => diferenças anatômicas que são responsáveis pelas diferenças no prognóstico - Zona I => distal à inserção do flexor superf. - Zona II => entre a polia A1 e a inserção do flexor superficial - Zona III => entre a polia A1 e o túnel do carpo - Zona IV => região do túnel do carpo - Zona V => acima do túnel do carpo • Polegar - zona PI =>distal à interfalângica - zona PII => da polia anular até a IF - zona PIII => região da eminência tenar - zona PIV => o túnel cárpico - zona PV => zona proximal ao túnel cárpico Tratamento • Deve ser realizado em centro cirúrgico com anestesia apropriada e instalação de garrote pneumático • A ferida deve ser debridada e lavada com SF 0,9% • Os ferimentos são ampliados em ziguezague para que os cotos tendinosos sejam expostos • os ângulos são colocados nas pregas de flexão do dedo e deverão ser de 90° ou mais para evitar sofrimento vascular e retração Lesão de Tendões Extensores Zonas de lesão dos tendões extensores Introdução • As lesões podem ser abertas e fechadas • Lesões abertas devem ser reparadas primariamente. • Em condições adversas, e mesmo como rotina para pronto-socorro - reparação primária retardada: limpeza, inventário da lesão, sutura da pele e imobilização, com posterior cirurgia eletiva. Tempo de raparação tendinosa após a lesão • Reparação primária: até 24h • Reparação primária retardada: de 24h até 2 semanas • Reparação secundária: após duas semanas • Reparação secundária retardada: após 5 semanas Princípios do tratamento • - Imobilização por 3 a 4 semanas: Extensão passiva dos dedos; Discreta flexão de MF; Extensão de punho de 45°; Estimular flexão ativa; Extensão ativa após 4 semanas; Extensão ativa resistida após 7 semanas. Exame Físico • Baseado na função do tendão lesionado • Extensão ativa e contra a resistência • Para avaliação das partes mais proximais, pedir ao paciente para fletir as IFs e extender as MCF Zona I - IFD • Flexão da IFD por ruptura do tendão extensor terminal Dedo em Martelo: incapacidade de extensão ativa da IFD Ruptura fechada do mecanismo extensor Principalmente jovens, masculino Trauma direto contra extremidade dos dedos. Dedo martelo Dedo martelo Mecanismo do trauma dedo martelo Zona I - IFD • 95% das vezes resulta de traumatismo fechado. • Maioria pode ser tratada sem cirurgia: - tala metálica digital com leve hiperextensão da IFD (6 semanas). Zona III - IFP Deformidade em botoeira • Lesão da banda central do aparelho extensor na IFP: flexão • Deslocamento palmar das extensoras laterais levando a uma hiperextensão da IFD • Retração das fibras do ligamento retinacular, aderência e retração da placa volar lesão crônica Dedo em botoeira Dedo em botoeira Dedo em baqueta de tambor Dedo em Martelo Dedo em baqueta tambor Pescoço de Cisne Mão Reumatóide Definição • Doença difusa do tecido conectivo que afeta principalmente a sinovial das articulações e dos tendões • No aparelho músculo esquelético manifesta-se como uma sinovite hipertrófica destrutiva de ligamentos, tendões, cartilagens e osso Etiologia • Multifatorial: – fatores ambientais: vírus (Epstein-Barr), bactérias, micoplasmas) – fatores psicossomáticos – personalidade artrítica; – patrimônio genético; – desequilíbrio imunológico – alterações neuroendócrinas Epidemiologia • 1% da população de países desenvolvidos; • Comprometimento inicial em adultos entre 30 a 50 anos de idade; • Freqüência maior no sexo feminino (4:1) • Incidência maior nos parentes de 1º grau dos portadores de doença reumatóide; • Risco de comprometimento é 30 vezes maior em gêmeo univitelínico de portador e 6 vezes em bivitelínico. • Gasto anual nos EUA é de 25 mil dólares por paciente Fisiopatologia articular • • A sinovial na doença reumatóide é caracterizada por proliferação celular, angiogênese e aumento do número de linfócitos nas áreas perivasculares Pannus A sinovite caracteriza-se por uma membrana sinovial hiperplasiada e hipertrofiada, formando o "pannus", que destrói a cartilagem articular, tendões, ligamentos e cápsula, diretamente, ou através de mediadores enzimáticos ativados. Pannus Patologia articular • Lesões cápsulo-ligamentares: – instabilidade – deformidade • Lesões tendinosas – ruptura – deficiência funcional – deformidade • Lesões da cartilagem articular – quadro degenerativo – anquilose Diagnóstico • Pródromos: – Astenia, fadiga, mal estar, febre baixa, dores articulares • Exame físico – – – – Pele: nódulos subcutâneos Vasculites Neuropatia Miopatia Diagnóstico • Radiografia – – – – – – Acometimento simétrico Rarefação óssea periarticular Aumento de partes moles Redução do espaço articular Deformidades articulares anquilose Diagnóstico • Critérios Diagnósticos para Classificação da Artrite Reumatóide – ACR 1987 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Rigidez matinal > 1 hora Artrite (edema ou derrame articular) de 3 ou mais áreas articulares Artrite de articulações das mãos Artrite simétrica Nódulos subcutâneos Fator reumatóide positivo Alterações radiográficas (osteopenia e erosões periarticulares) nas mãos e punhos Tratamento clínico • Controle clínico da doença pelo reumatologista • Órteses para prevenção de deformidades • Poupar as mãos ao máximo, pois previne deformidades Tratamento cirúrgico • O tratamento cirúrgico inclui procedimentos de tenossinovectomias, sinovectomias, cirurgias em tendões, artroplastias com ou sem próteses e artrodeses. Tenossinovectomia dorsal do punho Tenossinovectomia ventral do punho Tenossinovectomia dos flexores dos dedos • Limpeza ampla, preservando ao máximo as polias • Incisão de Brunner (zigue-zague) • Fisioterapia intensiva e precoce para prevenir aderências Sinovectomia das articulações • Metacarpofalângicas – Cuidados com a drenagem veno linfática dos dedos – Se necessário, realizar o realinhamento tendíneo • Interfalângicas proximais – Incisão longitudinal sobre a banda central – Nas deformidades flexíveis, utiliza-se as bandas laterais para correção Rupturas tendíneas • Tendão doente com cicatrização complicada • Enxertia de tendão controversa • Em alguns casos indica-se a solidarização Artrodeses • Acometimento grave e irreversível, associado a dor • Indicadas principalmente no punho, MCF do polegar, interfalângica do polegar e dos dedos Artroplastias • Sem próteses – Consiste em cirurgias em partes moles • • • • Correção dos desvios Realinhamento do aparelho extensor Tenotomias Transferências dos extrínsecos Artroplastias • Com prótese – Próteses de silicone descritas por Swanson em 1968 – Indicado para metacarpofalângica degenerada, luxada, instável ,com desvio ulnar e grave comprometimento funcional