UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
ESCOLA DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MÉDICAS
ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE
ORTOPEDIA
Doenças do
Punho e
da Mão
Prof. Otávio de Melo Silva Jr
[email protected]
Roteiro
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Exame Físico
Síndrome do Túnel do Carpo
Cisto Sinovial
Fraturas
Lesões Tendinosas
Mão Reumatóide
Exame Físico Mão
• Pele;
• Aponeurose palmar;
• Túneis e bainhas sinoviais dos tendões
flexores, compartimentos extensores;
• Inervação;
• Vascularização;
• Esqueleto;
• Musculatura intrínseca.
Exame Físico Mão
Retináculo Extensor
Exame Físico Mão
Face Dorsal
Mecanismo Extensor
Exame Físico Mão
Zonas Extensores
Túnel do carpo
Mão - Face Palmar
Vínculos dos tendões flexores
Vínculos dos tendões flexores
Zonas dos Flexores
 I – distal à inserção do
flexor superficial;
 II – Zona de ninguém de
Bunnell, túnel
osteofibroso;
 III – origem dos
lumbricais;
 IV – Túnel do carpo;
 V – proximal ao Túnel do
carpo.
Exame Físico Mão
Inspeção Estática
Exame Físico Mão
Pele
Exame Físico Mão
Saliências, vascularização.
Exame Físico Mão
Posição de repouso (normal)
Repouso com lesão dos flexores do
dedo médio.
Exame Físico Mão
Sindactilia complexa
Braquisindactilia
Exame Físico Mão
Encondroma no
3º metacarpeano.
Tumor de células gigantes
(partes moles).
Depressões cutâneas, nódulos e cordões na
moléstia de Dupuytrem.
Exame Físico Mão
Palpação
Extensores dos dedos
Palpação do palmar longo com a flexão
do punho
contra resistência.
Exame Físico Mão
Palpação
Palpação do flexor
ulnar do carpo.
Palpação do flexor radial do carpo com a
flexão do
punho contra resistência.
Exame Físico Mão
Palpação
Tuberculo de Lister
Capitato
Exame Físico Mão
Palpação
Escafóide
Semilunar
Exame Físico Mão
Palpação
Palpação do complexo ulno-carpal
(fibrocartilagem triangular) entre a
apófise estilóide da ulna e o piramidal.
Palpação do piramidal
na região medial do punho.
Exame Físico Mão
Movimentação Passiva
Exame Físico Mão
Movimentação Passiva
Exame Físico Mão
Testes Especiais
Teste de Tinel
Teste de Durkan
Teste de Phalen
Exame Físico Mão
Testes Especiais
T.F.Superficial dos dedos
T.F.Profundo dos dedos
Exame Físico Mão
Testes Especiais
Extensor longo Polegar
Extensor Curto Polegar
Teste de Allen
permeabilidade da artéria radial.
Exame Físico Mão
Testes Especiais
• Teste Watson – testar a instabilidade do
escafóide;
• Teste de Filkenstein – tenossinovites
estenosantes do 1° compartimento (De
Quervain).
Síndrome do Túnel do Carpo
INTRODUÇÃO
• A STC caracteriza-se por compressão do nervo
mediano na área em que este cruza o túnel do
carpo, causando isquemia e disfunção do mesmo.
Síndrome do Túnel do Carpo
• Túnel inelástico na face palmar do punho.
• Dormência ou parestesia na mão,
– Acompanhada ou não de dor,
– Inicialmente noturna ou ao amanhecer,
• 51% mão dominante
• 15% mão não dominante
• 34% ambas as mãos
Etiologia
Exame físico
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•
•
•
•
Alteração sensitiva na área do n. mediano
Fraqueza de abdução do polegar
Com ou sem hipotrofia muscular
Teste de Phalen
Sinal de Tinel
Teste de Durkan
Exames complementares
• U.S
• E.N.M.G.
• RNM
Tratamento
• Não cirúrgico:
• Quadro clínico pouco exuberante
• Pouco tempo de evolução
• Sem parestesia ou atrofias
• Cirúrgico:
• Falha no tratamento não cirúrgico
• Longa duração
• Comprometimento da musculatura tenar
Tratamento não cirúrgico
• Repouso relativo
• Imobilização para punho
– Neutro ou ligeira extensão (5°)
• A.I.N.H
• Fisioterapia
• Infiltração
Tratamento cirúrgico
• Via aberta
Tratamento cirúrgico
• Miniincisão
– Retinaculótomo
Tratamento cirúrgico
• Via endoscópica
Cisto Sinovial
Cisto Sinovial
•
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•
•
Tumores de partes moles
Encontrados principalmente na mão e punho.
Surgimento rápido ou lento.
Massa firme, indolor, localizada próxima a articulação ou a um
tendão.
>50% dos tumores de partes moles do punho e mão.
Mais freqüente em ♀ na 2ª a 4ª décadas de vida.
Podem acometer qualquer idade e sexo.
A questão estética e incerteza da benignidade é que levam o
paciente ao médico.
Pode acontecer dor, mas geralmente é a estética que preocupa.
Cisto Sinovial
• Crianças <10anos: localização palmar é mais comum que
dorsal
• Cistos dorsais têm maior probabilidade de resolução
espontânea.
• Cisto sinovial X Gânglio sinovial
– Cisto sinovial (tem comunicação com sinóvia)
– Gânglio (não comunica-se) com sinóvia
• Etiopatogenia:
–
–
–
–
Mal definida
Antecedente traumático em 10% casos.
Trauma de repetição.
A correlação com doença ocupacional não pode ser inferida.
Cisto Sinovial
• Etiologia - Teorias
– Hérnia sinovial
– Modificação e/ ou degeneração de tecidos
– Degeneração mucóide (mais aceita)
• Fibrose e acúmulo de mucina intra e exrtacelular e decréscimo de
fibras colágenas.
• Estímulo à produção de Ácido hialurônico por trauma.
• A mucina formada, desenha ductus tortuosos através da cápsula e
ligamentos.
• Esses ductos promovem a comunicação entre articulação e cisto em
sentido único.
• Esse fenômeno é chamado válvula ou única via.
• Contraste na articulação entra no cisto, mas se colocado no cisto, não
entra na articulação.
Anatomia patológica
• Macroscopia:
–
Cisto – formação sacular lisa e esbranquiçada,de consistência elástica,não aderida a planos
adjacentes,com pedículo em sua base,contendo substância gelatinosa,clara e mais viscosa que o fluido
articular
• Microscopia:
– parede composta de fibras colágenas densas,dispostas em linhas esparsas com
células achatadas.O conteúdo é de globulina,albulmina, glicosamina e alta
concentração de ácido hialurônico.
• Os cistos não causam erosão da cartilagem hialina e não ocorre
processo inflamatório em seu interior ou mitose.
• Também inexiste degeneração maligna em seu interior.
Diagnóstico
Clínico
• Massa palpável :
–
–
–
–
–
Consistência elástica,
Endurecida,
Bordas definidas e
Indolor.
Dor (quando existe) se deve a inflamação de tecidos
adjacentes e não ao cisto.
– O 1º sinal pode ser a compressão de nervo periférico, como
n.ulnar (canal de Guyon) ou mediano ( túnel do carpo).
Diagnóstico
• Exames
– USG
• Dor no punho não especificada = cisto sinovial oculto?
– RNM
• Sinovite X cisto sinovial.
– Suspeita de cisto intra-ósseo
• TC e RX simples
Diagnóstico diferencial
•
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•
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•
Tenossinovite
Infecção
Pólo proximal escafóide em flexão dorsal
Pólo proximal semilunar em flexão palmar
Artrose carpometacarpal do polegar / artrose do carpo
Bossa carpometacarpal
Aneurisma venoso / malformação arteriovenosa / aneurisma
art radial
• Lipoma / neuroma / hamartoma / sarcoma
• Cisto intraneural
Tratamento
•
•
•
Observação do seu comportamento.
Os cistos dorsais tem 30% de resolução espontânea em 1 ano de observação clínica.
Nenhuma terapia invasiva deve ser feita antes de 6 meses de observação.
•
•
•
Aspiração com ou sem injeção de substância:
Feita no ambulatório com antissepsia e anestesia local percutâneamente.
Sugere-se injeção de esteróide com USG para evitar injeção na articulação,tendão
ou nervo adjacente.
Cistos dorsais – aspiração sozinha(alta recidiva) e com injeção de esteróide(27-67%
recidiva).
Alguns autores sugerem injetar previamente hialuronidase para dissolver o conteúdo
e facilitar a aspiração(77% sucesso).Esteródes e hialuronidase(89% sucesso).Outros
agentes como fenol e solução salina hipertônica são usados, mas sem comprovação
científica de sua efetividade.
Cistos palmares – mais cuidado pela proximidade da art.radial .
A alta recidiva orienta que o tto seja cirúrgico.
•
•
•
•
Ressecção cirúrgica
•
Via aberta
–
Cistos tendíneos devem ser ressecados preservando-se o tendão.
–
Cistos intra-ósseos – curetagem e enxertia com osso esponjoso.
•
Via atroscópica – menor agressão e e retorno mais rápido as atividades.Recidiva em 5%.
•
Complicações após ressecção: A maior parte vem de ressecção mal feita.
– Dor articular persistente – alteração ligamentar
– Recidiva
– Cicatrizes hipertróficas
– Limitação da mobilidade do punho
– Lesão neurológica / vascular ou tendínea
– Instabilidade ligamentar – conseqüência ou causa?
O tratamento deve seguir uma seqüência de complexidade:
Orientação (benignidade )  observação por 1 ano  aspiração/infiltração  cirurgia
Fraturas
Fraturas do Rádio Distal
ANATOMIA
GENERALIDADES :
• Fraturas de maior incidência no MMSS
• Correspondem á 1/6 de todas as fraturas
atendidas em Pronto – Socorro
• Mais frequentes em adolescentes e idosos
MECANISMO DE LESÃO
• Hiperflexão(45 á 90°)
com a mão
estendida
• Quanto menor o â
menor a força
necessária para
fraturar
EPÔNIMOS :
• Fratura de Colles(1814) :
– Fratura da metáfise distal do rádio c/ desvio e
angulação dorsal (deformidade em garfo de prata
• Fratura de Smith :
– (Fratura de Colles inversa) : fratura da metáfise
distal do rádio c/ desvio e angulação palmar (
deformidade em pá de jardim).
RADIOLOGIA:
• Rx em PERFIL :
=> Inclinação palmar
=> Vn : 11 á 12°
RADIOLOGIA:
• Rx em AP :
=>Comprimento
radial
(vn:11á12mm)
Inclinação ulnar
(vn: 22 á 23°)
TRATAMENTO:
A) FRATURAS SEM DESVIO:
- Se houver edema considerável utiliza-se uma tala
por 48 horas, trocando em seguida por um aparelho
gessado axilo palmar ( jovens) ou luva gessada(idoso)
- Tempo: de 03 á 06 semana com o punho em
rotação neutra (desvio secundário é tratado com
osteossíntese)
TRATAMENTO:
B) FRATURAS COM DESVIO:
1) redução incruenta + aparelho gessado:
=> indicação: em fraturas extra-articulares estáveis. Critérios de
instabilidade:
- cominuição dorsal > 50%
- Â dorsal> 20°
- Idade > 60 anos - Osteoporose
=> tempo: aparelho gessado axilopalmar por 03 semanas em seguida
trocado por uma luva gessada
TRATAMENTO:
• 2) PINOS PERCUTÂNEOS:
=> indicação: em fraturas instáveis
=> contra-indicação: cortical volar destruida, cominuição intrarticular,
fraturas irredutíveis incruentamente.
=> pos-operatório: fixação mantida com uma tala gessada.Em casos de
edema acentuado utiliza-se o fixador externo.E
FIXAÇÕES PERCUTÂNEAS:
TRATAMENTO:
3) FIXADOR EXTERNO:
=>indicação: em fraturas intrarticulares multifragmentadas, fraturas expostas,
pacientes politraumatizados e fraturas extrarticulares instáveis.
=> tempo: 06 á 08 semanas, após a remoção tala gessada por 02 á 03 semanas
TRATAMENTO:
• 4) REDUÇÃO CRUENTA:
=> indicação:
- desvio de fragmento articular
- associadas com a diáfise distal da ulna
- fraturas desviadas c/ acometimento da cortical volar.Se houver impacção >
04 á 05 mm utiliza-se enxerto ósseo
=> material: placas de apoio com parafusos corticais(3,5 mm); placas de
pequenos fragmentos c/ parafusos 2,7 mm, eventualmente fios de kirschner
COMPLICAÇÕES:
• PRECOCES:
- Lesão do nervo
mediano
- Lesão da articulação
radioulnar distal
- Perda da redução
•
-
TARDIAS :
Consolidação viciosa
Instabilidade cárpica
Artrose
Pseudoartrose
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fraturas do Escafóide
Epidemiologia
 #Carpo = 678mil nos EUA(1995) =>70% #Escafóide;
 #Escafóide 2a mais frequente (1a #Rádio distal);
 Mais comum em homens 2a e 3a décadas => Consolidação 9-12
semanas;
 Incomuns em crianças 0,5% das # extremidade superior
(tuberosidade + frequente)=> Consolidação 7-8 semanas.
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Incidência relativa de fraturas do osso carpal (hand surgery cap
22)
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fraturas do Escafóide
Anatomia




Forma de barco – do grego Skaphos;
Primeira fileira do carpo, na sua porção radial;
É o maior osso desta fileira;
Articula-se com 05 ossos: rádio, capitato, semilunar, trapézio e
trapezóide;
 Quase todo envolto por cartilagem(exceção do dorso da cintura);
 Tuberosidade Hemisférica => entrada p/ suprimento vascular.
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fraturas do Escafóide
Anatomia
 Tuberosidade =>20-30% da irrigação ->distal;
 Ramos da A. Radial a nível da cintura (dorsal) => 70-80%
irrigação -> proximal;
 Segundo Gelberman não existe vascularização do
escafóide penetrando o osso através da cartilagem ou do
ligamento escafoulnar, e grande parte do osso é
dependente de um único vaso intra-ósseo;
 Não existem anastomoses entre sistemas, o que aumenta a
chance de necrose e pseudo-artrose nos casos de fratura;
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fraturas do Escafóide
- Segundo Cozzi a vascularização do escafóide é feita por meio de
três sistemas originados da artéria radial: sistema palmar, que
irriga um terço do escafóide em sua parte ântero-lateral;
sistema lateral que irriga principalmente o tubérculo do
escafóide, e do sistema dorsal, que nutre dois terços proximais
do osso;
Fraturas do escafóide
Fraturas do Escafóide
• Diagnóstico:
 História do trauma;
 Queixas =>dor (tabaqueira anatômica), inchaço,
equimose, impotência funcional;
 Exame Físico =>
. Verdan –
pronação forçada do pulso contra resistência causando
dor;
. Teste de Watson
.
Weizeneeger e cols – 12 testes em 52 pctes concluindo q
nenhum exato =>essencialmente radiológico;
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fraturas do Escafóide
Diagnóstico (Imagem)
 Radiografias =>
Pelo menos 4
incidências
PA;
- Perfil;
- Obliquas (30°
pronação e 30°
supinação).
- PA desvio ulnar.
-
Fratura do Escafóide
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fraturas do Escafóide
-
RNM;
TC;
Cintilografia com Te99;
Planigrafia;
Ultra-som.
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fratura do Escafóide
Fratura oculta escafóide. Hand Surgery cap21
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fratura do escafóide
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fratura do Escafóide
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fratura do Escafóide
Fratura do Escafóide
Classificação de Weber
• Não deslocadas =>100% consolidação
• Anguladas=> 67% consolidação
• Deslocadas => 55% Não consolidação
Fraturas do Escafóide e de outros ossos do Carpo
Fratura do Escafóide
Fratura do Escafóide
Fraturas do Escafóide
• Tratamento:
- Feito de acordo com o traço e a localização anatômica da
fratura;
- Forma e o tempo de imobilização tem relação direta com o tipo
de fratura a ser tratada;
Fratura do Escafóide
- Gesso Axilo-palmar (90° cotovelo) incluindo polegar em
oponência, punho em leve extensão, antebraço neutro;
- Liberar cotovelo com 5 semanas.
- # 1/3distal ou de tubérculo => gesso luva incluindo polegar leve
extensão => 4-6sem
- # obliqua vertical => gesso incluindo 2°3° dedos =>90 dias
(12sem)
- Instabilidade => Cirurgia
Fratura do Escafóide
Indicação de Cirurgia:
•
•
•
•
•
Deslocamento > 1mm;
Angulo radio-semilunar >15°;
Angulo escafo-semilunar >60°;
“Humpback deformity”;
Não-união.
Fraturas de Escafóide:
• Nas fraturas com desvio o consenso é pela redução e fixação.
• A melhor posição pós-cirúrgica da imobilização segundo
Pardini para a consolidação seria com um desvio radial de 15°
e flexão de punho por volta de 20 a 30°.
Fraturas do Escafóide:
• Técnica Fechada (percutânea) – fraturas agudas com
deslocamento minimo.
• Tecnica aberta
- Acesso Volar entre o t.flexor radial do carpo e a A.radial =>
boa exposição p/ redução ;
- Imobilização pós-op => gesso incluindo polegar por 6 sem.
Fraturas do Escafóide:
Complicações da fratura:
- Pseudo-artrose do escafóide pode ser evitada, desde que a
fratura seja suspeitada precocemente e realizando-se o
tratamento adequado, observando o tempo e tipo de
imobilização com controles clínicos e radiológicos
periódicos;
- O paciente deve ser tratado até que não apresente mais
sinais clínicos ou até que a trabeculação óssea no foco de
fratura seja visível ao Rx;
Fraturas do Escafóide:
- O paciente portador de pseudo-artrose apresenta dor, fraqueza e
diminuição da amplitude dos movimentos do punho,
associados ou não à deformidades, crepitações e alterações
radiográficas. Tais sintomas podem estar presentes desde o
início do processo como podem desenvolver quando do início
das alterações artrósicas ou conseqüente à um trauma no
punho.
Fratura do Escafóide
Fixação Percutânea
Fratura do Escafóide
Fraturas do Escafóide
Complicações
- Necrose do pólo proximal por problemas circulatórios;
- Consolidação viciosa quando o osso perde sua forma original,
predispondo à instabilidade do carpo. O fragmento distal
encontra-se angulado em flexão em relação ao proximal. Deve
ser preconizado osteotomia e interposição do enxerto ósseo na
forma trapezoidal, inserindo-o ventralmente;
Lesão de Tendões
Lesão de Tendões Flexores
Diagnóstico
• Nem sempre é fácil
• Pela simples observação da postura digital
podemos suspeitar de uma lesão
• A mão em repouso apresenta-se com os dedos
em flexão que aumenta do 2° para o 5° dedo.
• Somente lesão do flexor profundo =>
articulação IFD fica estendida
• Somente lesão do flexor superficial => o
dedo fica em posição de menor flexão que o
normal
• Se os dois tendões forem lesados => as duas
articulações interfalângicas ficam
estendidas
• Os testes funcionais também são de extrema
importância no diagnóstico
• Pela proximidade do pedículo
neurovascular digital, as lesões destas
estruturas também devem ser pesquisadas
Zonas
• É necessário dividir os tendões flexores em 5
zonas => diferenças anatômicas que são
responsáveis pelas diferenças no prognóstico
- Zona I => distal à inserção do flexor superf.
- Zona II => entre a polia A1 e a inserção do
flexor superficial
- Zona III => entre a polia A1 e o túnel do carpo
- Zona IV => região do túnel do carpo
- Zona V => acima do túnel do carpo
• Polegar
- zona PI =>distal à interfalângica
- zona PII => da polia anular até a IF
- zona PIII => região da eminência tenar
- zona PIV => o túnel cárpico
- zona PV => zona proximal ao túnel cárpico
Tratamento
• Deve ser realizado em centro cirúrgico com
anestesia apropriada e instalação de garrote
pneumático
• A ferida deve ser debridada e lavada com SF
0,9%
• Os ferimentos são ampliados em ziguezague
para que os cotos tendinosos sejam expostos
• os ângulos são colocados nas pregas de flexão
do dedo e deverão ser de 90° ou mais para
evitar sofrimento vascular e retração
Lesão de Tendões Extensores
Zonas de lesão
dos tendões
extensores
Introdução
• As lesões podem ser abertas e fechadas
• Lesões abertas devem ser reparadas
primariamente.
• Em condições adversas, e mesmo como rotina
para pronto-socorro - reparação primária
retardada: limpeza, inventário da lesão, sutura
da pele e imobilização, com posterior cirurgia
eletiva.
Tempo de raparação tendinosa após a
lesão
• Reparação primária: até 24h
• Reparação primária retardada: de 24h até 2
semanas
• Reparação secundária: após duas semanas
• Reparação secundária retardada: após 5
semanas
Princípios do tratamento
•
-
Imobilização por 3 a 4 semanas:
Extensão passiva dos dedos;
Discreta flexão de MF;
Extensão de punho de 45°;
Estimular flexão ativa;
Extensão ativa após 4 semanas;
Extensão ativa resistida após 7 semanas.
Exame Físico
• Baseado na função do tendão lesionado
• Extensão ativa e contra a resistência
• Para avaliação das partes mais proximais, pedir
ao paciente para fletir as IFs e extender as MCF
Zona I - IFD
• Flexão da IFD por ruptura do tendão extensor
terminal
Dedo em Martelo: incapacidade de
extensão ativa da IFD
Ruptura fechada do mecanismo extensor
Principalmente jovens, masculino
Trauma direto contra extremidade dos dedos.
Dedo martelo
Dedo martelo
Mecanismo do trauma dedo
martelo
Zona I - IFD
• 95% das vezes resulta de traumatismo fechado.
• Maioria pode ser tratada sem cirurgia:
- tala metálica digital com leve hiperextensão da
IFD (6 semanas).
Zona III - IFP
Deformidade em botoeira
• Lesão da banda central do aparelho extensor na
IFP: flexão
• Deslocamento palmar das extensoras laterais
levando a uma hiperextensão da IFD
• Retração das fibras do ligamento retinacular,
aderência e retração da placa volar  lesão
crônica
Dedo em botoeira
Dedo em botoeira
Dedo em baqueta de tambor
Dedo em Martelo
Dedo em baqueta tambor
Pescoço de Cisne
Mão Reumatóide
Definição
•
Doença difusa do tecido conectivo
que afeta principalmente a sinovial
das articulações e dos tendões
•
No aparelho músculo esquelético
manifesta-se como uma sinovite
hipertrófica destrutiva de
ligamentos, tendões, cartilagens e
osso
Etiologia
• Multifatorial:
– fatores ambientais: vírus (Epstein-Barr), bactérias,
micoplasmas)
– fatores psicossomáticos
– personalidade artrítica;
– patrimônio genético;
– desequilíbrio imunológico
– alterações neuroendócrinas
Epidemiologia
• 1% da população de países desenvolvidos;
• Comprometimento inicial em adultos entre 30 a 50 anos de
idade;
• Freqüência maior no sexo feminino (4:1)
• Incidência maior nos parentes de 1º grau dos portadores de
doença reumatóide;
• Risco de comprometimento é 30 vezes maior em gêmeo
univitelínico de portador e 6 vezes em bivitelínico.
• Gasto anual nos EUA é de 25 mil dólares por paciente
Fisiopatologia articular
•
•
A sinovial na doença reumatóide é
caracterizada por proliferação celular,
angiogênese e aumento do número de
linfócitos nas áreas perivasculares
Pannus
A sinovite caracteriza-se por uma membrana
sinovial hiperplasiada e hipertrofiada,
formando o "pannus", que destrói a
cartilagem articular, tendões, ligamentos e
cápsula, diretamente, ou através de
mediadores enzimáticos ativados.
Pannus
Patologia articular
• Lesões cápsulo-ligamentares:
– instabilidade
– deformidade
• Lesões tendinosas
– ruptura
– deficiência funcional
– deformidade
• Lesões da cartilagem articular
– quadro degenerativo
– anquilose
Diagnóstico
• Pródromos:
– Astenia, fadiga, mal estar, febre baixa, dores articulares
• Exame físico
–
–
–
–
Pele: nódulos subcutâneos
Vasculites
Neuropatia
Miopatia
Diagnóstico
• Radiografia
–
–
–
–
–
–
Acometimento simétrico
Rarefação óssea periarticular
Aumento de partes moles
Redução do espaço articular
Deformidades articulares
anquilose
Diagnóstico
• Critérios Diagnósticos para Classificação da Artrite
Reumatóide – ACR 1987
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Rigidez matinal > 1 hora
Artrite (edema ou derrame articular) de 3 ou mais áreas articulares
Artrite de articulações das mãos
Artrite simétrica
Nódulos subcutâneos
Fator reumatóide positivo
Alterações radiográficas (osteopenia e erosões periarticulares) nas mãos e
punhos
Tratamento clínico
• Controle clínico da doença
pelo reumatologista
• Órteses para prevenção de
deformidades
• Poupar as mãos ao máximo,
pois previne deformidades
Tratamento cirúrgico
• O tratamento cirúrgico inclui procedimentos de
tenossinovectomias, sinovectomias, cirurgias em tendões,
artroplastias com ou sem próteses e artrodeses.
Tenossinovectomia dorsal do punho
Tenossinovectomia ventral do punho
Tenossinovectomia dos flexores
dos dedos
•
Limpeza ampla, preservando ao máximo
as polias
•
Incisão de Brunner (zigue-zague)
•
Fisioterapia intensiva e precoce para
prevenir aderências
Sinovectomia das articulações
• Metacarpofalângicas
– Cuidados com a drenagem veno
linfática dos dedos
– Se necessário, realizar o
realinhamento tendíneo
• Interfalângicas proximais
– Incisão longitudinal sobre a
banda central
– Nas deformidades flexíveis,
utiliza-se as bandas laterais para
correção
Rupturas tendíneas
• Tendão doente com cicatrização
complicada
• Enxertia de tendão controversa
• Em alguns casos indica-se a solidarização
Artrodeses
• Acometimento grave e irreversível, associado a dor
• Indicadas principalmente no punho, MCF do polegar,
interfalângica do polegar e dos dedos
Artroplastias
• Sem próteses
– Consiste em cirurgias em partes moles
•
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Correção dos desvios
Realinhamento do aparelho extensor
Tenotomias
Transferências dos extrínsecos
Artroplastias
• Com prótese
– Próteses de silicone descritas por Swanson em 1968
– Indicado para metacarpofalângica degenerada, luxada,
instável ,com desvio ulnar e grave comprometimento
funcional
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Doenças do Punho e da Mão - Escola de Medicina