DIAGNOSE DO PERFIL PSICOMOTOR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 8 A 15 ANOS DE UM PROJETO SOCIAL DA CIDADE DE JOÃO MONLEVADE–MG Thales Henrique Soares Barcelos Graduando em Educação Física pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG [email protected] Myrian de Castro Rodrigues e Almeida Mestre em Desenvolvimento da Criança pela Faculdade de Motricidade Humana/ Universidade Técnica de Lisboa (Portugal) Docente do Curso de Educação Física do Unileste – MG [email protected] RESUMO Os projetos sociais voltados para a área desportiva cumprem uma função cada vez mais importante na vida de crianças e adolescentes, combatendo à violência, preservando e aprimorando a saúde e a qualidade de vida, contribuindo assim, para o seu desenvolvimento. A psicomotricidade é essencial para o desenvolvimento da criança, através de atividades esportivas ela se diverte e interage com o meio em que vive melhorando seu diálogo corporal. O objetivo deste estudo foi diagnosticar o perfil psicomotor em crianças e adolescentes a fim de nortear o programa a ser elaborado para os grupos G1, G2 e G3, em especial aqueles que demonstraram alterações relevantes nos elementos psicomotores. A amostra foi composta por 50 crianças e adolescentes com idades entre 8 e 15 anos integrantes de um projeto social da cidade de João Monlevade – MG. Foi utilizada uma bateria psicomotora que analisa e avalia os fatores tonicidade, equilíbrio, lateralidade, noção corporal, espaço-temporal, praxia global e praxia fina. Os resultados mostraram uma predominância dos valores dentro da faixa de normalidade para crianças e adolescentes. No geral, os resultados encontrados foram considerados satisfatórios em relação à tabela de referência, porém, quando considerados separadamente, os fatores apresentaram diferenças, sugerindo necessidade de aprimoramneto, como: a tonicidade, equilíbrio, praxias global e fina e a estruturação espaço-temporal. Neste último, os grupos analisados apresentaram os piores resultados, sugerindo que maior atenção deve ser dada ao mesmo. Diante destes resultados será elaborado um programa de estimulação/reeducação psicomotora a ser desenvolvido com os grupos em atendimento às suas necessidades. Palavras-chave: Psicomotricidade. Projeto social. Atividade esportiva. ABSTRACT The social projects focused on the area sports meet an increasingly important role in the lives of children and adolescents, combating violence, preserving and improving the health and quality of life, thereby contributing to its development. The psychomotricity is essential for the development of children through sports activities if it entertains and interacts with the environment in which their lives improving dialogue 1 MOVIMENTUM - Revista Digital de Educação Física - Ipatinga: Unileste-MG - V.3 - N.2 – Ago/Dez. 2008. body. This study aimed to diagnose the psychomotor profile in children and adolescents in order to guide the program to be drafted for the groups G1, G2, G3, especially those who have demonstrated relevant changes in psychomotor elements. The sample was composed of 50 children and adolescents aged between 8 and 15 years members of a social project of the city of Joao Monlevade - MG. It was used a psychomotor battery, which analyzes and assesses the factors tonicity, equilibration, laterality, body concept, space-time, global praxis and fine praxis. The results showed a predominance of the values within the range of normalcy for children and adolescents. Overall, the results were considered satisfactory in relation to the table of references, however, when considered separately factors it was observed differences, suggest be improved, such as tonicity, balance, global and fine praxis and structure space-time. In the latter, the groups examined had the worst results, suggesting that greater attention should be given to it. In view of these results will produce a programme of stimulation / reeducation psychomotor being developed with groups in response to their needs. Key-words: Psychomotricity. Social project. Sportive activity. INTRODUÇÃO A violência nas grandes cidades brasileiras vem se agravando ao longo dos anos ocasionada não somente pelo aumento da população, mas também pela falta de políticas públicas direcionadas ao segmento da infância e adolescência, voltadas à construção de sua cidadania e promotoras de inclusão social, por meio de atuação sócio-educativa. Uma solução prática ao combate da vulnerabilidade infantil e juvenil , são os projetos sociais na área desportiva, que procuram combater, de forma preventiva, a exclusão social por meio do desenvolvimento de ações capazes de estimular a confiança, promover o bem-estar físico, a saúde e gerar a ampla mobilização dos adolescentes provenientes de classes sociais menos favorecidas, contribuindo para a integração social e a construção de sua cidadania. Silveira (2001, p.8) define o projeto social como “um conjunto de medidas organizadas para alcançar resultados geradores de mudanças de problemas sociais identificados no meio”. Neste contexto, a atividade esportiva surge como um dos grandes agentes de formação e transformação de valores, conceitos, ações, e de vivência real entre crianças e adolescentes. Iniciar uma atividade física significa direcionar posturas, atividades e os resultados das mesmas. Ramos (1999) apud Miranda(2006), afirma que a prática esportiva traz benefícios à saúde, entretenimento e lazer, combate às drogas, a violência e assegura que o esporte cumpre uma função social cada vez mais importante. Como forma de prever a formação de base indispensável ao desenvolvimento motor, afetivo e psicológico de crianças e adolescentes, alguns estudos têm sido desenvolvidos usando a psicomotricidade como ferramenta básica de trabalho, pois sabe-se que ela atua diretamente na organização das emoções, percepções e cognições do ser humano (KRUG et al, 2004 apud BRAGA et al,2007). A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade(s.d) define: Psicomotricidade é uma ciência que estuda o homem por intermédio de seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, e também em relação as suas possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Trata-se de um processo de 2 MOVIMENTUM - Revista Digital de Educação Física - Ipatinga: Unileste-MG - V.3 - N.2 – Ago/Dez. 2008. maturação, no qual o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. A evolução psicomotora favorece o desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes. Os elementos psicomotores estão divididos em sete fatores: tonicidade, equilíbrio, lateralidade, noção corporal, estruturação espaço/temporal, praxia global e praxia fina (FONSECA, 1995). Dentre os sete fatores apresentados, a tonicidade é a base fundamental da psicomotricidade, tendo um papel fundamental no desenvolvimento motor, garantindo as atitudes, a postura, as mímicas, as emoções, de onde emergem todas as atividades motoras humanas (FONSECA, 1995). Já o equilíbrio refere-se à capacidade de sustentar a estabilidade do corpo, mesmo quando o centro de gravidade é desviado, com finalidade de adaptar-se às necessidades em situações de deslocamentos ou não (SOUZA, 2005 apud FERREIRA; LIMA, 2007). O terceiro fator é a lateralidade, que segundo Oliveira (2000), é a propensão que o ser humano possui para utilizar, preferencialmente, um lado do corpo mais do que o outro, sendo observada em relação à mão, pé, olho e audição. Isso significa que existe dominância de um dos lados, o qual apresenta mais força muscular, precisão e rapidez, além de iniciar e executar as ações, o lado não dominante é utilizado como auxílio ao dominante e na manutenção do equilíbrio corporal. A noção de corpo é representada como sendo o atlas do corpo, ou seja, é uma verdadeira composição de memória que a criança tem de todas as partes do corpo (Fonseca, 1995). A capacidade de orientar-se adequadamente no espaço e no tempo trata-se de um fator ligado ao desenvolvimento psicomotor conhecido como estrutura espaçotemporal. É um dado importante para uma adaptação favorável do indivíduo ao meio ambiente, pois permite a ele não só se deslocar e reconhecer-se no espaço, mas também dar seqüência aos seus gestos, localizando e utilizando as partes do corpo, coordenando e organizando suas atividades de vida diária (FERREIRA, 2001). O sexto e sétimo fatores dizem respeito à praxia que tem por definição a capacidade de realizar a movimentação voluntária pré-estabelecida com forma de alcançar um objetivo. A praxia global está relacionada com a realização e a automação dos movimentos globais complexos, e que exigem a atividade conjunta de grandes grupos musculares (FONSECA, 1995). Já a praxia fina é a capacidade de realizar movimentos coordenados utilizando pequenos grupos musculares das extremidades, compreendendo todas as tarefas motoras finas (FONSECA, 1995). A identificação e o estudo destes fatores em crianças e adolescentes são de fundamental importância para o acompanhamento de seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, visto que nesta fase da vida as habilidades motoras estão mais sensíveis às alterações. Nesta perspectiva, o presente estudo teve o propósito de diagnosticar o perfil psicomotor em crianças e adolescentes com idades entre 8 e 15 anos, integrantes de um projeto social para nortear o programa de estimulação/reeducação a ser elaborado para cada grupo, em especial para aqueles que demonstrarem alterações relevantes nos elementos psicomotores. 3 MOVIMENTUM - Revista Digital de Educação Física - Ipatinga: Unileste-MG - V.3 - N.2 – Ago/Dez. 2008. METODOLOGIA O presente estudo caracterizou-se como do tipo descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa, tendo como objetivo diagnosticar o perfil psicomotor dos participantes. A amostra foi composta por 50 crianças e adolescentes de ambos os sexos, pertencentes a um projeto social da cidade de João Monlevade – MG, com idades entre 8 e 15 anos divididas em 3 grupos, G1- de 8 a 10 anos, G2 - de 11 a 13 anos e G3 - de 14 e 15 anos. Num primeiro momento do estudo foi encaminhada uma carta ao responsável por cada criança, solicitando a autorização para a realização da pesquisa, na qual foram explicitados os procedimentos e os objetivos da mesma. Concedida a autorização, deu-se início a aplicação dos testes, sendo concedido aos participantes a opção de desistir a qualquer momento da participação do estudo, sendo esta voluntária e anônima. Os testes foram realizados na área destinada às práticas desportivas do local onde se realiza o projeto social, Clube Recreativo Metalúrgico Vila Tanque. Foi aplicada uma avaliação diagnóstica utilizando a Bateria Psicomotora de Fonseca (1995; p.121-236).que é composta de sete fatores psicomotores, constituindo-se num total de 42 tarefas. Cada tarefa aplicada foi pontuada por uma escala de um a quatro pontos e efetuou-se uma somatória e média dos pontos adquiridos, classificando assim o desempenho da criança em cada fator. TABELA 1 - Classificação dos perfis psicomotores. 1 Realização imperfeita, incompleta e descoordenada (fraco) Perfil Apráxico 2 Realização com dificuldade de controle (satisfatório) Perfil Dispráxico 3 Realização adequada e controlada (bom) Perfil Eupráxico 4 Realização perfeita, harmoniosa e controlada (excelente) Fonte: Fonseca, 1995. Perfil Hiperpráxico Em seguida, somando a pontuação dos sete fatores, obteve-se uma segunda pontuação, permitindo classificar a criança quanto ao tipo de perfil psicomotor geral. TABELA 2 - Classificação do perfil psicomotor geral. 7a8 Deficitário Significativos (moderado ou severo) 9 a 13 Dispráxico Ligeiros (específico) 14 a 21 Normal - 22 a 26 Bom - 27 a 28 Fonte: Fonseca, 1995. Superior - 4 MOVIMENTUM - Revista Digital de Educação Física - Ipatinga: Unileste-MG - V.3 - N.2 – Ago/Dez. 2008. RESULTADOS E DISCUSSÃO FIGURA 1 – Porcentagem das pontuações obtidas no Fator Tonicidade Pode-se constatar na figura 1 que ouve a prevalência do perfil eupráxico (3) em todos os grupos. Isto significa que a grande maioria da amostra conseguiu realizar as tarefas de forma controlada e adequada. Observou-se também, que nenhum dos três grupos obteve o perfil apráxico (1), ou seja, a realização imperfeita, incompleta e desordenada das tarefas. Segundo Fonseca (1995), a tonicidade é estabelecida a partir do nascimento até o 1º ano de vida da criança, constituindo-se na base do sistema funcional no qual está inserida a psicomotricidade. Favero (2004) apud Pereira (2005), observou que a dificuldade na realização de movimentos simples ocorre em alunos de diferentes idades, determinando rigidez e má postura, decorrentes do escasso tempo destinado às atividades físicas. FIGURA 2 – Porcentagem das pontuações obtidas no Fator Equilíbrio 5 MOVIMENTUM - Revista Digital de Educação Física - Ipatinga: Unileste-MG - V.3 - N.2 – Ago/Dez. 2008. Na figura 2 pode-se observar que o perfil eupráxico (3) predominou sobre os demais perfis, significando que a maioria dos participantes da pesquisa realizou as tarefas de forma controlada e adequada. Fonseca (1995) afirma que o equilíbrio é essencial ao processo de aprendizagem, se desenvolvendo dos 12 meses de vida até os 2 anos. Dentre os 3 grupos analisados, o G3 apresentou os melhores resultados, que segundo Gallahue e Ozmun (2003), se explica devido ao fato da habilidade do equilíbrio ser aperfeiçoada com a idade. FIGURA 3 – Porcentagem das pontuações obtidas no Fator Lateralidade Na figura 3 está descrita a porcentagem das pontuações obtidas no fator lateralidade, sendo este o que obteve melhores pontuações. Somente pode constatar-se perfis eupráxicos (3) e hiperpráxicos (4). O G3 foi o grupo em que o maior número de participantes realizou as tarefas de forma harmoniosa e bem controlada, dos quais 50% obtiveram nota 4. Segundo Araújo (2003) o domínio da lateralidade ocorre na infância a partir dos 4 anos de idade, e no ambiente social durante as experiências vivenciadas. A partir de estudos com crianças de 4 a 6 anos, Cavalli e Vieira(1995), constataram também que a maturação parece ser um fator determinante na dominância da lateralidade. Rezende et al (2003) ressaltam que quando a lateralidade não está bem definida é comum ocorrerem problemas na orientação espacial, dificuldade na discriminação e na diferenciação entre os lados do corpo. 6 MOVIMENTUM - Revista Digital de Educação Física - Ipatinga: Unileste-MG - V.3 - N.2 – Ago/Dez. 2008. FIGURA 4 – Porcentagem das pontuações obtidas no Fator Noção Corporal Pode-se observar na figura 4 que houve uma predominância da pontuação 3, ou seja, perfil eupráxico, em todos os grupos analisados. Destes, o G3 destaca-se por apresentar apenas notas 3 e 4, o que de acordo com Barreto(2002) é justificado pelo fato da noção corporal desenvolver-se antes do nascimento e evoluir lentamente ao longo da vida, o que explica os resultados encontrados. Segundo Oliveira (1997) apud Braga et al (2007), a desorganização da noção corporal pode também discorrer na construção de relações interpessoais pobres e malefícios ao desenvolvimento social e psicológico da criança. FIGURA 5 – Porcentagem das pontuações obtidas no Fator Espaço-Temporal Fonseca (1998) afirma que a coordenação espaço- temporal se desenvolve entre os 4 e 5 anos, evoluindo com a idade. Os resultados apresentados na figura acima demonstram um progresso deste fator de G1 em relação a G3. Verificou-se ainda a predominância dos perfis dispráxicos (2) e eupráxicos (3). Os piores resultados foram o do G1 no qual 82,2% dos componentes realizaram as tarefas 7 MOVIMENTUM - Revista Digital de Educação Física - Ipatinga: Unileste-MG - V.3 - N.2 – Ago/Dez. 2008. com dificuldades de controle, alcançando a nota 2. Executaram as tarefas de forma imperfeita e incompleta 3,5% do grupo, atingindo a nota 1. Este fator apresentou um grande número de crianças e adolescentes com o perfil dispráxico (2), o que demonstra grande dificuldade destes em orientar-se adequadamente no espaço e no tempo. Estudos como o de Ferreira, Lima e Almeida (2007), apontam que a predominância de perfis apráxicos (1) e dispráxicos (2) na estruturação espaçotemporal geram na maioria das vezes dificuldades na aquisição de noções numéricas e matemáticas. FIGURA 6 – Porcentagem das pontuações obtidas no Fator Praxia Global Em relação à figura 6, houve a prevalência do perfil eupráxico (3) em todos os grupos. Os piores resultados foram obtidos pelo G1, com 46,4% dos seus componentes tendo o perfil dispráxico (2), e os melhores resultados foram encontrados no G3 no qual 90% do grupo obteve nota 3 e 10% nota 4. O bom resultado obtido pela maioria das crianças e adolescentes é pertinente, pois segundo Fonseca (1995), a praxia global está diretamente relacionada a todos os elementos psicomotores, sendo aprimorada dos 5 aos 6 anos de idade. Sá e Pereira (2003) apontam o treinamento físico especifico da coordenação motora global como forma de melhorar a performance motora da criança. 8 MOVIMENTUM - Revista Digital de Educação Física - Ipatinga: Unileste-MG - V.3 - N.2 – Ago/Dez. 2008. FIGURA 7 – Porcentagem das pontuações obtidas no Fator Praxia Fina Na figura 7, a pontuação que mais se sobressaiu foi a nota 3 indicando perfil eupráxico, em todos os grupos analisados. Pela primeira vez, o G2 apresentou um maior número de participantes com perfil hiperpráxico (4), um total de 25%, destacando-se sobre o G3. Acredita-se que a justificativa para isso esteja nos estímulos e experiências individuais vivenciadas no cotidiano. Segundo Fonseca (1995) a praxia fina começa a ser aperfeiçoada dos 6 ao 7 anos de idade. Segundo Bruner (1970) apud Fonseca (1995), apesar do desenvolvimento da praxia fina vir junto com a maturação, ele traduz uma inteligência manual e distingue o ser humano das outras espécies. FIGURA 8 – Porcentagem das pontuações obtidas em relação ao Perfil Psicomotor Geral Pode-se observar na figura 8 que foram encontrados somente perfis psicomotores normais e bons. O perfil psicomotor bom foi alcançado por crianças 9 MOVIMENTUM - Revista Digital de Educação Física - Ipatinga: Unileste-MG - V.3 - N.2 – Ago/Dez. 2008. que não apresentaram dificuldades de aprendizagem específica e que não obtiveram nenhuma pontuação inferior a 3 em todas as tarefas que realizaram. Já o perfil psicomotor normal foi obtido por crianças sem dificuldades de aprendizagem podendo, no entanto, apresentar fatores psicomotores já mais variados e diferenciados. O nível de realização foi completo, adequado e controlado na maioria das tarefas, podendo surgir uma ou outra que revelou imaturidade ou imprecisão de controle. Trata-se de crianças sem problemas psicomotores visto que não se detectou sinais desviantes (FONSECA, 1995). O perfil predominante na amostra é o perfil psicomotor normal. O G1 apresentou 89,2% de perfil psicomotor normal e 10,8% de perfil bom. O G2 teve como resultado 83,3% de perfil normal e 16,7% de perfil bom. E por fim, o que apresentou os melhores resultados, o G3, obteve 50% de perfil psicomotor normal e 50% de perfil psicomotor bom. CONCLUSÃO Os resultados do presente estudo mostraram uma predominância de valores dentro da faixa de normalidade para crianças com idades entre 8 e 15 anos. Sabese que os sete fatores psicomotores desenvolvem-se hierarquicamente de acordo com a faixa etária, do nascimento aos 7 anos de idade, sendo que depois dos 8 anos, a criança deve ter pouca dificuldade em realizar qualquer uma das tarefas da Bateria Psicomotora de Fonseca (BPM). Mesmo verificando resultados satisfatórios em relação à tabela de referências, quando considerados separadamente os fatores, observou-se diferenças que sugerem que sejam aprimorados, como a tonicidade, equilíbrio, praxia global e praxia fina. Em relação ao elemento espaço-temporal, os grupos analisados apresentaram maiores dificuldades na realização das tarefas, sugerindo que maior atenção deve ser dada ao mesmo. Desta forma, esta pesquisa servirá como base para os profissionais que trabalham no projeto nortearem um programa de estimulação/reeducação psicomotora para cada grupo de acordo com as alterações relevantes apresentadas. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Tomaz Diniz de. Estudo comparativo do comportamento psicomotor de crianças na faixa etária de 8 anos de uma escola pública e particular da cidade de Campina Grande. Campina Grande: UEPB, 2003. BARRETO, J.F. Sistema estomatognático y esquema corporal. 2002. Disponível em http://www.colombiamedica.univalle.edu.co/Vol30No4/estomato.html. Acesso em: 18 abr. 2008. BRAGA, Aline de Oliveira; MARTINS, Andresa Cristina Martins; SARMENTO, Renata de Oliveira Vasconcelos; ALMEIDA, Myrian de Castro Rodrigues e. 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