Saúde comunitária
Saúde
Conceito em movimento
Paradigma
Mágico - religioso
Biomédico
Holístico
Visão do mundo
Saúde
Doença
O controlo do mundo está sob o
controlo de forças sobrenaturais,
deus ou outra força sobrenatural
do bem ou do mal tem o
controlo; os humanos estão à
mercê destas forças
Dádiva ou recompensa como
sinal da vontade de Deus, ou
como uma bênção
Originada por um agente
sobrenatural, com ou sem
justificação, bruxaria.
A causa da doença não é orgânica,
é mística.
Causas: possessão por espíritos
malignos, quebra de um tabu,
forças sobrenaturais (bruxaria,
sacrilégio)
A vida é controlada por processos
físicos e bioquímicos que podem
ser estudados e manipulados
pelo homem
A mente e o corpo são
entidades distintas. Existe
uma causa para a doença,
mesmo que desconhecida.
Actividades para a prevenção
da doença; recuperação
através do exercício,
medicamentos, tratamentos
e outros meios.
O desgaste, acidente, traumatismo,
elementos patogénicos e
desiquilíbrios bioquímicos e de
fluidos. Existe uma relação causaefeito para acontecimentos
naturais. A vida relaciona-se com
estruturas e as funções com as
máquinas
Harmonia, equilíbrio natural. A
vida humana é apenas um
aspecto da natureza e parte da
ordem natural do cosmos. Cada
coisa tem o seu lugar e
desempenha o seu papel de
acordo com as leis de
manutenção da ordem
Meio ambiente,
comportamentos e factores
socioculturais influenciam a
manutenção da saúde e a
prevenção da doença.
Manter e restaurar o
equilíbrio é importante para
a saúde.
Doenças, desiquilíbrio e caos são o
resultado da alteração das leis do
universo
Adaptado Romper et al 1995
Adaptado de Garcia Martinez et al, 2000
Modelo Patogénico
Modelo Salutogénico
(Paradigma da doença)
(Paradigma da saúde)
Tratamento dos sintomas
Trabalho especializado, cuidado direccionado para
um determinado órgão
Procura as causas dos sintomas e implementa
tratamento; preocupa-se com a totalidade do
indivíduo
O profissional assume uma postura neutra nas
intervenções
A atenção que o profissional dedica ao indivíduo
faz parte do processo do processo de intervenção
As intervenções baseiam-se em actos cirúrgicos e
intervenções farmacológicas
Evitam intervenções invasivas, procuram
intervenções não agressivas (psicoterapia,
alimentação, exercício…)
O corpo é perspectivado como uma máquina em
bom ou mau estado
O corpo é visto como um sistema dinâmico
A componente psíquica é secundária a um
problema orgânico
A componente psíquica é o factor principal em
todas as patologias
Procura eliminar os sintomas da doença
Procura obter um bem-estar óptimo, uma “metasaúde”
O indivíduo é dependente do profissional
O indivíduo é (ou deve ser) autónomo
O profissional é uma autoridade
O profissional é um interlocutor terapêutico
A prevenção é fundamentalmente individual:
vitaminas, exercício, não fumar…
A prevenção engloba todos os aspectos da vida
humana. Trabalho, relações humanas,
motivação…
“Saúde é uma qualidade da vida que envolve a aptidão
social, emocional, mental, espiritual e biológica por parte
do indivíduo, resultante das adaptações ao meio ambiente.”
Dubos, R. 1968. Man, medicine, and environment. New York: Praeger
René Dubos 1901-1982
“ Saúde é um estado de bem estar físico, mental e social e a
capacidade para funcionar, e não somente a ausência de se sentir
doente ou incapacitado” Milton Terris “APPROACHES TO AN EPIDEMIOLOGY
OF HEALTH “ American Journal of Public Health 65 (1975): 1037-1045
Milton Terris - 1915-2002
Saúde: Definições e conceitos
“…a saúde não é simplesmente a ausência de doença; é algo positivo,
uma atitude de alegria face à vida e a aceitação entusiasta das
responsabilidades que a vida impõe ao indivíduo. …
Uma pessoa saudável, é um ser humano com um equilíbrio físico e
mental bem balanceado, bem adaptado ao seu meio físico e social…
“Medicine and Human Welfare, New Haven:Yale University Press, 1941.
Henry Sigerist 1891-1957
“É um estado de completo bem estar
físico, mental e social e não meramente a
ausência de doença ou enfermidade”.
OMS (1948)
Saúde “ El logro del más alto nivel de bienestar físico,
mental y social y de capacidad de funcionamiento que
permitan los factores sociales en los que viven inmersos
el individuo y la colectividad.” 1985.
Salleras Sanmartí
OMS
Determinantes: Saúde/Doença
M Lalonde: New Perspectives for the health of Canadians, 1974
Biologia
Genes
Idade
Sexo
Ambiente
Físico
Água
Ar
Radiações
Agentes
infecciosos
Estilos
de vida
Álcool
Social
Económico Tabaco
Pobreza
Classe Social
Emprego
Educação
Desigualdades
Nutrição
H. Sexuais
Exercício
Drogas
Serviços
Saúde
Acesso
Equidade
Serviços
Saúde Pública
Medicamentos
Cuidados
Primários
Revoluções da saúde
Transmissíveis
Agente infeccioso
Século XIX
2ª revolução da saúde
1ª revolução da saúde
Doenças infecciosas
Doenças crónicas
Não transmissíveis
Comportamentos
de risco
Meio séc. XX
Transição epidemiológica
Milton Terris: revoluções epidemiológicas
3ª revolução da saúde
Foco na (promoção) da saúde
Foco na (prevenção) da doença
Saúde
Recurso para a
vida
Bem - estar
Final sec XX
Determinantes: Saúde/Doença
Contribuição potencial
para a redução da mortalidade
Afectação de gastos para
a saúde nos EUA
100%
90%
80%
11
19
90
70%
60%
50%
43
40%
30%
1,5
20%
27
1,6
10%
7,9
0%
Biologia Humana
Ambiente
Estilos de Vida
Fonte: Dever, GEA, Soc. Ind. Res. 1976(2), 465
“ An epidemiological model for Health Policy Analysis”
Sistema de Saúde
Conferência Alma Ata (1978)
- cuidados de saúde primários -
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Um conjunto de actividades:
Educação para a Saúde
Alimentação e nutrição apropriadas
Água potável e saneamento básico
Cuidados à grávida e à criança
Vacinação
Prevenção e controlo das doenças endémicas
Tratamento Básico dos problemas de saúde
Provisão de medicamentos essenciais
30 anos de Promoção da saúde
• 1986 – I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Canadá)
Carta de Ottawa sobre Promoção da Saúde
• 1988 – II Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Austrália)
Declaração de Adelaide sobre Políticas Públicas Saudáveis
• 1991 – III Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Suécia)
Declaração de Sundsval sobre Ambientes Favoráveis à Saúde
• 1997 – IV Conferência Internacional sobre Promoção da saúde (Jakarta)
Declaração de Jakarta sobre Promoção da Saúde no Século XXI
2000 – V Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (México)
Declaração do México sobre a consecução do nível de saúde, como
elemento positivo para o aproveitamento da vida e necessário para o
desenvolvimento social e económico e para a equidade...
2005 – VI Conferência internacional sobre Promoção da Saúde (Bangkok)
Carta de Bangkok sobre determinantes da Saúde, num mundo
globalizado.
Carta de Ottawa 1986
É o processo de capacitação da
população para aumentar o controlo
sobre a sua própria saúde e melhorála.
Carta de Otawa para a Promoção da
Saúde- 1986
• A Promoção da Saúde deve ter
cinco áreas:
•
•
•
•
•
Estabelecer políticas saudáveis;
Criar ambientes favoráveis à saúde;
Desenvolver as competências pessoais;
Reforçar a acção comunitária;
Reorientar os Serviços de saúde;
Promoção de Saúde/ Educação para a Saúde
(Mª Rosário Dias e al. 2004)
• A promoção da saúde é qualquer combinação de estratégias de
educação para a saúde e apoios de tipo organizativo, legislativo ou
normativo, económico e ambiental que facilitem as práticas de
comportamentos saudáveis. A promoção da saúde é um processo
amplo por meio do qual os indivíduos, os grupos e as comunidades
melhoram o seu controlo sobre os determinantes pessoais e
ambientais da saúde.
(Costa e López (1996)
• A educação para a saúde constitui-se como um instrumento, para
alcançar os objectivos da promoção da saúde, assumindo uma função
vanguardista na estratégia global da promoção da saúde.
(Tones, 1988)
Educação para a Saúde
(Mª Rosário Dias e al. 2004)
(…)“uma acção exercida sobre os indivíduos no sentido de
modificar os seus comportamentos, a fim de adquirirem
e conservarem hábitos de saúde saudáveis,
aprenderem a usar judiciosamente os serviços de
saúde que têm à sua disposição e estarem capacitados
para tomar, individual ou colectivamente,
as decisões que implicam a melhoria do seu estado
de saúde e o saneamento do meio em que
vivem” (OMS, 1969)
A educação para a saúde é, pois, uma estratégia
da promoção da saúde
Barreiras ao avanço da PS
• Incompreensão generalizada do alcance e dos benefícios
•
•
•
•
•
•
•
da PS
Importância excessiva do modelo médico – curativo
Necessidade de financiamento
Burocracia
Falta de capacitação e de formação de recursos
humanos
Necessidade de descentralização das acções
Mudanças nas políticas e nos programas
Necessidade de identificar evidências da eficácia das
acções.
A promoção da saúde e a prevenção da doença
- Calero, Miguel, y, Fernández, 2006-
Promoção da saúde
Prevenção
Os objectivos
Actuar sobe os determinantes da
saúde
Reduzir os factores de risco e as
doenças.
Proteger contra riscos específicos
A quem se
dirigem as
acções
À população em geral.
Aos grupos e às comunidades.
A processos sociais, condições de
vida e sistemas que requerem
alterações
A pessoas ou a grupos em risco
de adoecer por alguma causa
(prevenção primária).
A indivíduos e grupos em risco e
já doentes sem manifestações
obvias de doença (prevenção
secundária).
A doentes a quem se quer
prevenir complicações e morte
(prevenção terciária)
Modelos e marcos
conceptuais
Modelo de determinantes da
saúde.
Modelos socio-políticos ecológicos
e sócio- culturais
Modelo de investimento em saúde
Modelos de saúde pública e
epidemiologia
Tipo de actores
Promove a participação de novos
actores sociais; os políticos, os
representantes da sociedade civil,
a comunidade, etc.
Predominam os prestadores de
serviços e os profissionais das
ciências da saúde.
Métodos e estratégias
Utiliza métodos diversos e
complementares. A educação para
a saúde, a comunicação e o
mercado social.
Desenvolvimento comunitário,
participação comunitária e
empoderamento.
A formulação de políticas públicas
e legislação.
Medidas fiscais.
Alteração organizacional.
Promover ambientes físicos e
sociais favoráveis à saúde
A educação para a Saúde.
Prevenção primária; identificar riscos,
reduzir susceptibilidade ou exposição
antes do surgimento da doença.
Prevenção secundária; provas de
detecção, diagnóstico e tratamento
precoce para evitar o progresso ou
recorrência da doença.
Avaliar os efeitos da doença e dos
danos
Educação em saúde:
Conceitos essenciais
Promoção
É o processo de capacitação da população
para aumentar o controlo sobre a sua
própria saúde e melhorá-la. Ottawa, 1986
Dimensões:
Curricular
Psicossocial
Ecológica
Comunitária
Implicações:
-A quem atribuir a
responsabilidade da saúde?
“ Fornecer os meios e as oportunidades,
tornar possível, prático, simples, e dar
poder legal, capacidade ou autorização
para”. Albuquerque , 1999
-Quem são os alvos de
intervenção?
-Até onde devemos/podemos
promover a saúde?
Prevenção
Implica um conjunto de acções antecipatórias
que visam diminuir a probabilidade do
aparecimento de um acontecimento ou de
uma situação
- Antes que –
Consiste em ajudar o indivíduo dotando-o de
aptidões para dar respostas mais funcionais
e adequadas
- Junto de -
Primária
Secundária
Terciária
(Caplan 1964)
Universal
Selectiva
Precoce (indicativa)
(Gordon, 1987)
Concepção pedagógica de EPS
Educação
EPS
Sentido amplo: fenómeno social
Saúde
Produto social: Equilíbrio entre o bem estar
físico, mental e social
Sentido restrito: processo pedagógico
Executores
Alunos
Técnicos de Educação
Técnicos de Saúde
Família
Comunidade
Educação para a saúde
Educação
Saúde
Em sentido amplo
Produto social
Aprendizagem
Educação
em sentido restrito
Escola
Ensino
Instrução
Formação
Desenvolvimento
Educação para a Saúde
Promoção da Saúde
-Doença
+ Bem estar
+ Responsabilidade
+ Cooperação
+ Conhecimento
+ Participação
+ Compreensão
+ controlo sobre as
determinantes da saúde
Estilos de vida saudáveis
Projectar e avaliar em EPS
- Poderia dizer-me,
por favor, qual o
caminho para eu
sair daqui?
- Oh, mas
isso
depende
muito,
minha cara
menina, do
lugar para
onde você
quer ir…
- Quero ir
para a
Cidade da
Saúde, na
rua da
Escola. É lá
a minha
casa nº1.
-Nesse
caso, vou
mostrar e
emprestarlhe um
mapa…
Tem aqui
um
caminho
…
Quem caminha?
. Agentes
Motivação e
formação dos
agentes
Mobilização
Participação
Envolvimento
- Educandos
- Educadores
. Contextos Parcerias
- Escolar
Mudança
- Familiar
- Sanitário
Manutenção
dos ganhos
- Comunitário
Necessidade
de reforço
Para onde?
Prevenção
Primária
Secundária
Terciária
Universal
Selectiva
Indicada
Necessidades
Promoção da Saúde
Identificação e
hierarquização Capacitar os indivíduos
para Compreenderem
necessidades e problemas
Acesso ao grupo
destinatário
Facilitar a adopção de
comportamentos
de saúde
Específica
Inespecífica
Passiva
Activa
Utilizando recursos
Internos e externos
Objectivos a
atingir
Por onde?
Conteúdos
Necessidades
Grupo
destinatário
contexto
objectivos
Recursos
Parcerias
tempo
Metodologias
Dinâmica
da acção
Projecto
Fases e elementos
•Diagnosticar
•Planificar
•Aplicar
•Avaliar
•Divulgar
Actividades
Relação
educativa
Resultados
Projectar e avaliar
-fases e elementosPlanificação
Objectivos
Grupo
destinatário
Necessidades
Avaliação
inicial
(Adaptado de Lopez, 1993)
Conteúdos
Dinâmica
da acção
Efeitos
Resultados
previstos
Estrutura
dos conteúdos
Aplicação
Actividades
Recursos
Avaliação
processual
contexto
Resultados
não previstos
Diagnóstico
Avaliação final
Planificar para melhora agir
Definir problemas
e prioridades
Executar o plano
Definir um
plano de acção
Criar um plano
de avaliação
Estabelecer metas
e objectivos
Escolher estratégia
Para atingir as metas
Identificar os recursos
necessários e
os existentes
Pilares da educação ao longo da vida
• Aprender a conhecer………….…….Saber
• Aprender a fazer………………..... Saber- fazer
• Aprender a viver juntos, aprender
a viver com os outros……………Saber – estar
• Aprender a ser………………………Saber - ser
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