VIII Seminario Regional (Cono Sur) ALAIC
“POLÍTICAS, ACTORES Y PRÁCTICAS DE LA COMUNICACIÓN:
ENCRUCIJADAS DE LA INVESTIGACIÓN EN AMÉRICA LATINA”
27 y 28 de agosto 2015 | Córdoba, Argentina
No camino com a singularidade e a unidade: a
potencialidade reflexiva da memoria para o campo da
Comunicação e Educação em um relato de mudança
de projeto de pesquisa
On the way with the uniqueness and unity: the reflexive potential of the memory to the
field of Communication and Education in a change research project story
Raquel LARA REZENDE
Universidade Federal de Juiz de Fora (Brasil)
[email protected]
Resumo
Proponho trabalhar nesse artigo as potencialidades reflexivas latentes em torno da mudança
temática no processo de doutoramento em andamento desde 2013, trazendo para o centro do
debate as noções de singularidade e unidade e a ponte que estabelecem entre a temática da
memória e o campo da Comunicação e Educação. Iniciei o curso de doutorado com a proposta
de seguir a pesquisa iniciada no mestrado com a comunidade de congado – manifestação
cultural afrobrasileira – de São José do Triunfo, Viçosa – MG, trabalhando com as temáticas da
memória e de educomunicação; me vi, entretanto, mobilizada com o envolvimento com o
projeto “Espelho d’água”, realizado por mim e mais três pesquisadores, na cidade de Juiz de
Fora, ao longo dos anos de 2013 e 1014. O projeto trabalhou com narrativas de memórias e
experiências em torno da água, e trouxe incômodos e reflexões que em sua força me
colocaram o desafio de mudar de projeto. Essa mudança, no entanto não inferiu uma mudança
de eixo temático. Há, entretanto um ponto entre os dois temas que levam a possibilidades
distintas em termos de discussão: o tema do congado nos aproxima mais da questão
identitária; enquanto a água, por se tratar de um elemento presente na vida de todo ser
humano e não humano, alcança a dimensão da unidade, daquilo que nos é comum, que nos
une e enlaça. Ao mesmo tempo, como há imensa diversidade na forma de estarmos em
relação com esse elemento, sua discussão não nos aparta da magia da singularidade. Essa
terceira discussão em torno da singularidade e da unidade constituiu os principais enlaces
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percebidos por mim no que diz respeito ao diálogo entre memória e o campo da comunicação e
da educação.
Abstract
I propose work in this Article the potentiality reflective around the theme change in the doctoral
process, underway since 2013, bringing to the center the uniqueness andunitynotions of and
the bridge that is established between the theme of memory and the field of Communication and
education.I began the course of doctorate with the proposal of following the inquiry initiated into
the master's degree with the community of congado – culture afrobrazilian demonstration – of
São José do Triunfo, Viçosa – MG,working with the themes of the memory and of
educomunication;I was, meantime, mobilized with the involvement with the project “Espelho
D’água”, carried out by me and more three investigators, in Juiz de For a city, along the years of
2013 and 1014.The project worked with narratives of memories and experiences around the
water, and brought nuisances and reflections that in his strength put me the challenge of
change of project.This change, however it did not infer a change of thematic axle.There is,
meantime a point between two subjects that lead to different means in terms of discussion:the
subject of the congado brings near us more than the identity question; while the water, because
of treating as a present element in the life of any human being and I do not humanize, it reaches
the dimension of the unity, of what it us is common, what joins and hugs us.At the same time,
since there is immense diversity in the form of being in relation with this element, his discussion
us does not separate of the magic of the peculiarity.This third discussion around the peculiarity
and of the unity it constituted the principal links realized by me what concerns the dialog
between memory and the field of the communication and of the education.
Palabras Clave: Memória, Comunicação e Educação, Unidade, Singularidade.
Key Words: Memory, Comunication and Education, Unity, Uniqueness.
1. Introdução
Acredito que em uma pesquisa, o processo de investigação, ou em outras palavras, o caminho
percorrido possui maior potencialidade em termos de conhecimento, que o resultado em si. No
processo de doutoramento, vivenciado desde 2013, a orientação da professora Dra. Sônia
Regina Miranda se desenha em consonância com essa aposta, tem sublinhado ainda mais a
importância de não apenas refletir sobre como tem se dado o caminho de investigação, mas
também de partilhá-lo. As escolhas que fazemos, tanto no sentido do que priorizamos, mas
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também do que esquecemos ou damos menor importância, dizem muito e nos trazem
elementos importantes para pensarmos nossos horizontes epistemológicos.
É nesse sentido que trago neste artigo a proposta de trazer, a partir do relato de mudança de
projeto, a tessitura de sentidos construída desde as escolhas tomadas nesse percurso. Iniciei o
curso de doutorado com a proposta de seguir a pesquisa iniciada no mestrado com a
comunidade de congado – manifestação cultural afrobrasileira – de São José do Triunfo,
Viçosa – MG, trabalhando com as temáticas da memória e de educomunicação; me vi,
entretanto, mobilizada com o envolvimento com o projeto “Espelho d’água”, realizado por mim e
mais dois pesquisadores, na cidade de Juiz de Fora, ao longo dos anos de 2013 e 1014. O
projeto trabalhou com narrativas de memórias e experiências em torno da água, e trouxe
incômodos e reflexões que em sua força me colocaram o desafio de mudar de projeto.
Na primeira parte deste texto trato da mudança em si, trazendo elementos mínimos teóricos e
reflexivos para compreendermos as aproximações e distanciamentos entre as duas propostas
de pesquisa; na segunda parte aprofundo a discussão sobre a memória, eixo temático comum
a ambos projetos, e discuto como a questão singularidade/unidade se constituiu ponto chave
para as tomadas decisórias em torno da pesquisa; e finalizo trazendo as reflexões que esse
processo pode nos trazer para pensar o campo da Comunicação e Educação.
2. Elos entre o Congado e o Espelho D’água
Durante o curso de graduação em Comunicação Social na Universidade Federal de Viçosa, tive
a grande felicidade de conhecer e me envolver com um grupo de Congado (manifestação
cultural popular, marcada por motivos religiosos afro-descendentes), em um bairro rural do
município de Viçosa (localizado na região denominada Zona da Mata do estado de Minas
Gerais, no sudeste brasileiro). Foi em um dia de outubro de 2004 que re-conheci nas batidas
dos tambores da banda de Nossa Senhora do Rosário, um universo sensual de conhecimentos
e saberes, de lembranças e de esperança. Foram dois dias intensos, acompanhando todo o
ritual, participando das rezas, dos cantos, da preparação da comida, e sua partilha. Impossível
não se encantar pelas cores, pelos movimentos das fitas que engrandecem as coroas do
reizado negro. As ruas enfeitadas com bandeirinhas vibravam de forma diferente ao receber os
congadeiros com seus pandeiros, viola e reco-reco, espadas, bandeira e a imagem de Nossa
Senhora do Rosário. Foi nesse clima de encantamento, curiosidade e carinho que fundamos o
grupo de pesquisa sobre cultura popular, Gengibre, sob a orientação da professora do curso de
graduação em Dança da Universidade Federal de Viçosa – UFV –, Carla Ávila.
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Esse foi um momento importante no meu percurso acadêmico – que me levaria mais tarde ao
tema de pesquisa do mestrado em Comunicação Social -, e me trouxe outras perspectivas
quando me encontrava tomada por grande incômodo no que diz respeito à relação entre a
Universidade e a cidade. Foi o começo de um período de envolvimento com projetos de
extensão – o que ampliou o meu olhar para a Universidade –, e discussões em torno das
culturas populares, e da ancestralidade. Dentro dessas grandes temáticas, outras questões nos
seguiam, como negritude, identidade, alteridade, complexidade, transdisciplinaridade, entre
outras.
Também durante a graduação, o contato com o campo de conhecimento proveniente do
encontro entre Comunicação e Educação foi central e se deu a partir de leituras sobre
“educomunicação”, principalmente. Educomunicação é um termo proposto por Mario Kaplún, e
adotado por alguns pesquisadores,principalmenteda USP, como Ismar Soares. No entanto,
antes do termo ser proposto por Kaplún, já aconteciam iniciativas no sentido de problematizar
os conteúdos dos meios de comunicação, desde a década de 1960, iniciadas principalmente
pelas Pastorais de Igreja. A proposta de Mario Kaplún mostra grande influência do pensador
Paulo Freire e coloca os produtos midiáticos como importantes conteúdos formadores, sobre os
quais se torna cada vez mais imprescindível, pensarmos sob o olhar da educação, mas com
um prisma interdisciplinar, o que nos permite pensar formas de empoderamento dos sujeitos
nos processos comunicativos.
Senti-me profundamente motivada com a perspectiva educativa em torno da mídia, o que
parecia para mim, uma possibilidade interessante diante o quadro extremamente desfavorável
em termos de produção comunicativa com o qual ainda lidamos. Essa motivação me impeliu a
me envolver em distintos trabalhos educomunicativos com jovens de baixa renda nas cidades
de Viçosa, Betim e Juiz de Fora. E essas experiências reforçaram o desejo latente de fazer
cruzar as duas grandes pontes: cultura popular e educomunicação.
Na convivência com o grupo de congado do Fundão, acompanhando os complexos processos
de negociação com a Universidade, a Igreja, a cidade, a escola e a mídia, fui cada vez mais me
sentindo incomodada com marginalização de seus saberes por essas instituições, que mesmo
quando se colocavam na tentativa de valorá-los, o fazia a partir de discursos e ações
hierarquizantes, exotizantes, superficializantes. E, assim, intuía que o processo
educomunicativo com a comunidade de congado poderia empoderá-los em relação à
legitimidade e importância de seus saberes.
Ingressei no mestrado com a proposta de realizar um trabalho de educomunicação com esta
comunidade. Entretanto, ao longo do primeiro ano do curso, fui atentada por alguns
professores a repensar a minha proposta em função do tempo de que dispunha para realizá-la.
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Atentando-me para as conversas realizadas até então com o rei congo, “seu” Dola, e o capitão
da guarda, “seu” Zeca, que a todo o momento sinalavam preocupação com os jovens e com
sua ausência nas reuniões onde são passados os passos, cantos e sentidos da festa,
compreendi a importância de aprofundar o diálogo com a juventude congadeira. Aproximei-me
dos cotidianos dos jovens congadeiros com a expectativa de visualizar alguns elementos da
densa teia de conversações, relações, práticas, produções, e negociações que compõem suas
construções identitárias.
Realizei encontros com os jovens que quiseram participar do trabalho, e a partir de diferentes
dinâmicas e atividades, esforcei-me por compreender as relações, pensamentos, lembranças e
sentimentos partilhados por eles em relação ao bairro, congado, à escola, família, mídia, fé,
entre outros conceitos mais abstratos como cultura e identidade. Deparei-me, entre muitas
coisas, com a grande importância de três âmbitos – educação, comunicação e cultura – e da
urgência da intercessão dos mesmos para a criação de espaços que garantam a
experienciação cultural e comunicativa de forma criativa e profunda.
Mais uma vez chamava-me a atenção a necessidade de maior inserção nos espaços públicos e
institucionais de referências identitárias e culturais não estereotipadas ou exotizadas. E, assim,
prossegui com o desejo de realizar algo que mais efetivamente contribuísse para essa
comunidade, o que me levou a propor o projeto “Os lugares de memória do Congado de São
José do Triunfo, Viçosa/MG, e sua ampliação a partir da educomunicação”, para o ingresso no
curso de doutorado em Educação, pela UFJF.
Naquele texto, assinalava a necessidade de pensar e propor ações no sentido de ampliar os
espaços de rememoração e de troca, não apenas dos jovens, mas da comunidade como um
todo. Propunha investigar os espaços de sustentação da memória do congado, como eles se
integram e se interpenetram; e de que formas a prática educomunicativa poderia potencializar
os espaços já existentes, assim como suas conexões, e criar brechas de rememoração nos
espaços de ausência.
Perseguia a temática da memória, também em outro projeto: o Espelho d’Água. Concomitante
à minha aprovação na seleção para o doutorado fui contemplada, junto à equipe de mais três
artistas e pesquisadores) pela Lei Municipal de Juiz de Fora, Murilo Mendes, de Incentivo à
Cultura, com esse projeto, a partir do qual propus embrenhar pelos sentidos que os juizforanos
atribuem à água, no intuito de criar músicas, poesias, vídeos e fotografias como produtos
reflexivos da investigação. A ideia desse projeto surgiu de um movimento de encontro com as
duas fontes de maior prazer pessoal: a água e o canto. Sempre me senti atraída pelas músicas
que entoavam e falavam sobre a água, e, interessada em montar um espetáculo musical a
partir dessa temática, comecei a pesquisar músicas e textos. Deparei-me com grande presença
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de produções artísticas inspiradas na temática da água, que trazem motivações espirituais, da
vida cotidiana, ambientais e metafóricas. Como a Arte é uma pro-dução que trabalha com a
multidimensionalidade, integrando dimensões materiais e imateriais, perspectivas ontológicas,
psicológicas e sociais, compreendi que esses sentidos presentes nas obras com as quais me
encontrei, dizem de relações que permeiam ou permearam as vidas desses artistas de alguma
forma. Ao olhar em nosso entorno, Juiz de Fora, me perguntei que sentidos e motivações
enlaçam e tecem as relações das pessoas deste lugar com a água.
Dessa forma, o ano de 2013 começava com o início da realização de dois trabalhos de
imensurável importância para mim: a continuidade do trabalho com o congado e o Espelho
D’água. À medida, porém, que me envolvia com o espelho d’água, também me distanciava do
congado, em um movimento de aproximar-me de preocupações de fundo pungentes que
escapavam às possibilidades investigativas em torno da comunidade.
A mudança de projeto foi uma decisão tomada junto à orientação, e esse processo foi crucial
para que eu pudesse visualizar os fios condutores e de ruptura entre um projeto e outro. O
pano de fundo temático permanece o mesmo: a memória; além disso, a narrativa segue
enquanto material investigativo. A preocupação com a experiência se torna mais central no
projeto em torno da água, e tece junto à memória e à narrativa, o tripé conceitual que sustenta
minha mirada. Por fim, a temática da água, a partir do viés do tripé memória, narrativa e
experiência, me permitiu pautar a noção da unidade, noção esta que tem despontado a mim
como importante ponto reflexivo na contemporaneidade marcada ainda tão fortemente pela
exacerbação da individualização.
3. Memória, experiência e narrativa na constituição do mundo
Meu encantamento com o congado de São José do Triunfo se deu principalmente porque me
deparei com um universo de mistérios e saberes profundos e submersos, não-ditos, ausentes
nos aparelhos e dispositivos institucionais, e nos espaços públicos. O envolvimento com a
educomunicação, por sua vez, deu-se por vislumbrar ali a possibilidade de trabalhar na
contramão de histórias únicas, da estereotipização e padronização de pensamentos e
comportamentos. E o encontro desses dois universos me levou a pensar a identidade, a
singularidade, e formas de sua sustentação em um mundo ditado pela homogeneização e
superficialização das relações e da alteridade.
Assim, em meus primeiros passos no universo da pesquisa, da reflexão, do olhar sobre o
mundo, persegui a preocupação com a homogeneização das experiências e das identidades.
Parecia-me assustadora a possibilidade de vivermos em um mundo onde cada vez mais se
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plastificam comportamentos, espaços e mentalidades. E mesmo quando nos esbarramos com
iniciativas que exaltam singularidades, essas surgem da lógica capitalista, na maior parte das
vezes a intenção não é outra senão, o próprio lucro.
A discussão em torno das identidades, porém, passou a me parecer insuficiente, e essa
sensação se tornou mais forte com o projeto Espelho D’água. A importância de debatermos e
sentirmos a dimensão da unidade, que por sua vez traz consigo valores como solidariedade,
cooperação e colaboração, começou a me mobilizar fortemente. E é nesse ponto que me vi
afastada do congado, por ser uma manifestação cultural partilhada por poucas pessoas. O
tema do congado, mesmo que o mirasse a partir de uma temática maior, a memória, me
aproximava mais de uma questão identitária. De forma diversa, a água, por se tratar de um
elemento presente na vida de absolutamente todo ser humano e não humano, nos ajuda a
pensar de forma mais palpável a dimensão da unidade, daquilo que nos é comum, que nos une
e enlaça. Ao mesmo tempo, há imensa diversidade na forma de estarmos em relação com esse
elemento, o que não nos aparta da magia da singularidade.
Nesse sentido, o pensamento de Hannah Arendt nos ajuda a perceber como essas duas
ideias, unidade e singularidade, comumente tomadas de forma antagônica, tecem uma relação
estreita. Em sua obra “A condição humana” (1983), Arendt afirma ter a pluralidade humana um
“duplo aspecto de igualdade e diferença”; e afirma, ainda, ser a “condição básica da ação e do
discurso”, uma vez que se todos iguais, os homens seriam incapazes de compreender-se entre
si, tampouco a seus ancestrais. Além disso, é justamente porque são diferentes que os homens
precisam do discurso e da ação (pg. 188).
Importante compreendermos que para Arendt a realidade não existe por ela mesma, mas se
constitui na medida em que compartilhamos com outros nossas percepções do mundo. “A
presença de outros que vêem o que vemos e ouvem o que ouvimos garante-nos a realidade do
mundo e de nós mesmos” (ARENDT, 1983: 60).É por meio da comunicação, assim, que
constituímos e partilhamos uma realidade. Compartilhar uma realidade, por sua vez, objetiva as
subjetividades, construindo o mundo a partir da diversidade. Essa diversidade, por sua vez, não
diz respeito somente às subjetividades dos vivos, mas diz daquilo que compartimos com os que
já se foram e os que estão por vir.
A forma como percebemos o mundo, por sua vez, assim como a experiência, é complexificada
pela memória. Eclea Bosi (1994) traz essa reflexão através do pensamento do filósofo Henri
Bergson, para quem a memória opera a partir da escolha não arbitrária de acontecimentos,
sempre com grande liberdade, no espaço e no tempo, tendo como mote o que liga em torno de
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índices comuns. Quando esses índices passam por um sentido coletivo, essas configurações
se fazem mais intensas.
Dentro do universo da memória, Olga Von Simson (1997) compreende que a memória coletiva
é formada por fatos e aspectos julgados relevantes, guardados, por sua vez, como memória
oficial da sociedade mais ampla. Ela se expressa, geralmente, nos lugares da memória que
compreende os monumentos, hinos oficiais, entre outros materiais de teor artístico, que
expressam ou fazem referência a versões consolidadas do passado coletivo de cada
sociedade. Há, entretanto, inúmeras dimensões não oficiais, chamadas por Von Simson de
memórias subterrâneas ou marginais que trazem conteúdos e versões sobre o passado dos
grupos marginalizados da sociedade. Percebemos, assim, como nos diz Michel Pollack (1989),
a fronteira entre o “dizível e o indizível”, o “confessável e o inconfessável” (pg. 8), que aparta a
memória coletiva subterrânea, da memória coletiva organizada.
Nas organizações sociais, chamadas pela historiadora de sociedades da memória, em que a
memória é organizada e retida pelo conjunto de seus integrantes, encontramos a figura dos
mais velhos como transmissores às novas gerações, devido à maior experiência e vivência dos
fatos que foram retidos como fundamentais para a sobrevivência do grupo. Esse importante
papel social é chamado por Von Simson de “guardiões da memoria”. Esse papel ainda é
encontrado, hoje, em muitos grupos que nutrem suas memórias subterrâneas, esses são
geralmente vinculados à cultura popular e à tradição.
Esse ato de relembrar em conjunto, de compartilhar a memória, é essencial para a criação e o
estreitamento de laços entre os indivíduos, e é potencializador da ação humana, ao promover
no encontro e na partilha do saber, o sentido de solidariedade.
Portanto a memória compartilhada é tanto forma de domar o tempo, vivendo-o
plenamente, como empuxo que nos leva à ação, constituindo uma estratégia
muito valiosa nestes tempos em que tudo é transformado em mercadoria, tudo
possui valor de troca. Essa memória compartilhada, enquanto desejo latente do
homem pós-moderno, que, entretanto se realiza numa relação não inserida na
lógica de mercado, leva-nos a construir redes de relacionamentos nas quais é
possível focalizar em conjunto aspectos do passado, envolvendo participantes de
diferentes gerações de um mesmo grupo social. Nesse processo utilizam os
“óculos do presente” para reconstruir vivências e experiências pretéritas o que nos
propicia pensar em bases mais sólidas e realistas nossas futuras ações (VON
SIMSON, 1997: 66).
Compreendemos, assim, que o vínculo com a memória não nos aprisiona ao passado, mas nos
conduz com maior segurança para o enfrentamento dos problemas atuais. Nesse sentido, Von
Simson toca em uma questão que muito nos interessa: a capacidade potencializadora da
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memória, no que tange a dimensão da ação, dimensão chave no pensamento de Hannah
Arendt. Para a historiadora, o mergulho conjunto e compartilhado no passado nos faz emergir
mais conscientes quanto aos problemas contemporâneos da vida da comunidade e nos conduz
naturalmente a ações conjuntas.
Em uma entrevista à Revista de História (2013), Beatriz Sarlo comenta que vivemos em um
tempo que mescla passado e presente e que converte o passado em museu. Essa fala nos faz
pensar acerca da nossa compreensão e relação com o passado, como um conjunto
imensurável de conteúdos e artefatos exotixados e distantes do nosso tempo e realidade. Ao
confinarmos o passado e também os saberes tradicionais, ao espaço do museu, os
esvaziamos de sentido e os alijamos dos processos de construção e concepção do mundo,
cada vez mais comprometidos com a obsessão pelo novo. Afastando-nos do exercício da
rememoração, perdemos nossa capacidade seletiva, o que para Von Simson é uma das mais
importantes funções da memória humana. A perda do exercício do poder de escolher aquilo
que precisa ser preservado constitui a principal característica do que chamamos de sociedades
do esquecimento, marcada pela escassez da escuta e das trocas.
Essa relação estanque com o passado é uma das consequências da “crise da modernidade”
sobre a qual fala Arendt (2013). Essa crise desencadeou uma série de outras crises, entre elas
a crise da tradição e do espaço público. Walter Benjamin também trata das consequências da
modernidade que marcam o mundo contemporâneo, como as mudanças em torno da atividade
de narrar. Em seu texto “O narrador”, Benjamin fala sobre a impossibilidade da narração no
contexto da modernidade, dramatizada pela Primeira Guerra que manifesta nossa sujeição à
potencialidade máxima da impessoalidade da técnica que, por sua vez, transforma cada vez
mais rapidamente nossas vidas, de modo que não conseguimos assimilá-las e expressá-las.
A modernidade instaura, assim, a crise da tradição e também da experiência compartilhada.
Anteriormente à modernidade, a experiência se inscrevia em uma temporalidade comum a
várias gerações, supondo uma tradição compartilhada e retomada na continuidade das
“sociedades artesanais”, termo de Benjamin. Essa tradição é circunscrita por uma prática
comum em que o que se escuta é seguido, sendo assim as histórias elementos formativos.
Essa orientação se perdeu e instaurou também a nossa incapacidade de dar e receber
conselhos. Hoje, as experiências tradicionais, os provérbios e as histórias soam como se
fossem ocas; e o tempo é deslocado e entrecortado no novo sistema capitalista de trabalho.
No documentário “Contadores de Histórias” (Documentário financiado pela Lei Municipal de
Juiz de Fora de Incentivo à Cultura, Murilo Mendes, sob direção de Fabrício Conde. Disponível
na Funalfa, Prefeitura de Juiz de Fora), Edmilson Pereira afirma que a vida é uma narrativa; e
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que todos nós, a partir do momento em que abrimos os olhos para o mundo e tomamos
consciência dele, nos fazemos narradores. Para o poeta e professor, a experiência contínua do
contato com os outros é fundamentalmente uma experiência de narração. Aquele, assim, que
não narra ou que perde o interesse por narrar a vida, e que se isola dessa grande experiência
que é a partilha da vivência com o outro, fica alheio às próprias descobertas do mundo,
fundamentalmente dividias como narrativas.
Como nos diz Pereira, ainda no documentário, é importante que valorizemos cada vez mais,
em tempos de “comunicação em redes cada vez mais expandidas” as narrativas locais e os
narradores locais, principalmente no contexto de sociedades como a brasileira e as da América
Latina, onde ainda há esses narradores “tradicionais” (aspas indicada na fala do entrevistado),
que correm o risco de serem atropelados pelos processos comunicativos acelerados. Para
Pereira, esses sujeitos carregam em sua experiência com a palavra a dignidade de suas
comunidades, que, por sua vez, se perdem nos grandes processos econômicos, mais
preocupados com experiências massivas e superficiais.
Essas experiências que estão na contramão do modelo de vida da acumulação desenfreada,
nos importam, pois nos levam a pensar na dimensão do tempo em que ele é um lugar de estar
do homem, ele é a dimensão na qual o homem pode existir, e não apenas um material a mais
de lucro. A narrativa nos toca de forma profunda porque reporta a uma dimensão que é
singular, uma vez que diz respeito à experiência única e intransferível, e ao mesmo tempo
arquetípica, na medida em que nos remete seja a partir da imaginação, seja pela nossa própria
memória, a experiências pessoais que também são únicas e intransferíveis. Nesse encontro
paradoxal profundo, marcado pela alteridade, encontramos potencial educativo, comunicativo e
transformador. Material esse extremamente necessário em um momento em que inúmeros
enfrentamentos começam a se desvelar e que nos convocam a grandes movimentos de
reflexão e re-constituição dos pensamentos político, filosófico, econômico e cultural.
Na medida em que compreendemos que a experiência e a percepção do mundo são afetados
pela memória, fazendo com que essa seja parte constitutiva dessas duas dimensões centrais
do ser humano; e que a narrativa, por sua vez, é a forma pela qual comunicamos, no sentido
de que partilhamos, essas experiências; e, ainda, que essa partilha permite que constituamos o
mundo; entendemos que comunicação e educação se enlaçam nessa trama complexa. A
comunicação, por ser justamente o que nos permite partilhar a experiência; e a educação por
ser, desde uma concepção arendtiana, o meio pelo qual preparamos as crianças para o
mundo, enquanto constituidoras do mesmo.
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4. Comunicação e Educação em sua dimensão política
Essa trama se torna mais interessante quando agregamos o sentido de unidade e
singularidade. No sentido arendtiano de que é justamente nessa relação paradoxal que
encontramos a motivação inalienável da necessidade de comunicação com o outro, e, por sua
vez, da construção da noção de realidade e de mundo, que só existe porque é partilhado.
Também no sentido de que a unidade e a singularidade são dimensões presentes tanto no
âmbito da comunicação como da educação.
A educação, porque, como nos diz Arendt (2013), assume um papel central na tarefa de
conservar o mundo, apresentando às crianças e aos jovens as estruturas de pensamento,
políticas, as construções históricas, sociais, linguísticas, econômicas e etc., que o constituem.
O sentido de conservação em Arendt, entretanto, não se encontra apenas em relação ao
mundo, que nos é comum, mas também à criança, cuja novidade precisa ser preservada e
introduzida “(...) como algo novo em um mundo velho, que, por mais revolucionário que possa
ser em suas ações, é sempre, do ponto de vista da geração seguinte, obsoleto e rente à
destruição” (pg. 243).
Para Arendt, a contemporaneidade marcada pela diluição da tradição, da autoridade e do
espaço público, se caracteriza pela presença de profunda fragmentação, visto que partilhamos
valores e costumes de maneira mais localizada e isolada. Essa qualidade de estar em um
mundo fragmentado, onde o espaço público se encontra dissolvido, afeta o modo como nos
inserimos no mesmo; como agimos e pensamos. Os interesses individuais se sobrepõem aos
interesses comuns e os homens não podem mais se reconhecer em um espaço comum,
tampouco o que são interesses comuns.
A dissolução desse espaço público implica a perda de um lugar onde os homens podem se
articular politicamente, compondo tramas interpretativas e de ação em torno dos fatos e
eventos. A perda dessa articulação, possível pela comunicação, implica também o
enfraquecimento ou a superficialização do “senso comum”, o que compromete nossa
capacidade de discernimento e julgamento. Além disso, perdemos também a autonomia na
construção da realidade, visto que para a filósofa, é no espaço público que damos visibilidade
às questões e fatos, e é essa visibilidade, por sua vez, que constrói a realidade.
Compreendemos, assim, que a educação, para Arendt, ao encontrar-se na mediação entre
esse espaço comum e o espaço privado, faz-se instância política, e é nesse sentido que busca
pensá-la. Para a filósofa, a educação é o meio pelo qual nos responsabilizamos pelos que
nascem, garantindo a eles a possibilidade de “liberdade”, de transformar o que está posto; e,
assim, também é o meio pelo qual nos responsabilizamos pelo mundo, uma vez que
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garantimos que as gerações que chegam tenham conhecimento e sabedoria para cuidar do
mesmo.
Para pensamos o encontro dos dois campos de conhecimento, comunicação e educação, e
sua relação com a memória, me reporto às reflexões que teço desde as experiências
vivenciadas nos projetos de educomunicação. Ao longo dessas vivências percebi o quanto a
produção comunicativa em diferentes linguagens amplia espaços de reflexão acerca de nossas
próprias histórias de vida, do que nos move enquanto sujeitos no mundo, e nos ajuda a
desenvolver o senso comunitário, nos provocando a pensar sobre o que de fato é importante
ser dito, no sentido coletivo, de sociedade. Trabalhar a comunicação, assim, diz de trabalhar a
compreensão do poder da palavra, e de suas consequências em termos mais amplos, ou seja,
política, ética e ambientalmente.
Compreender a experiência como eixo central do processo comunicativo, valorizando a
competência comunicativa dos envolvidos, nos permite visualizar uma potente aproximação
com a educação.Se miramos a comunicação como um processo múltiplo através do qual os
sujeitos se colocam no mundo, se compreendem no contato com o outro, na partilha de suas
experiências, ao comunicar para o outro e para o mundo suas experiências, os sujeitos tecem
práticas que são, não apenas comunicativas, mas também educativas.
É importante compreendermos que a comunicação constitui um cenário cotidiano de
reconhecimento social, de produção e expressão dos imaginários a partir dos quais as pessoas
representam aquilo que temem ou que têm direito de esperar, seus medos e suas esperanças
(MARTIN-BARBERO, 2003: 63). Também é a partir da competência comunicativa que nos
valemos de diferentes linguagens para partilhar experiências e nos lançar no mundo em nossa
singularidade. A forma, então, como estabelecemos o processo comunicativo e o concebemos
infere diretamente em processos centrais que dizem respeito à nossa inserção social no
mundo, à nossa composição cultural, à compreensão e expressão dos nossos mais profundos
anseios e expressividades, e à produção de saberes. Acredito que se compreendemos o
processo comunicativo como o estabelecimento dialógico alicerçado na escuta aberta apartada
do exercício de julgamento, e de preconcepções cristalizadas, potencializamos nosso estar
diante do outro.
Em uma sociedade que percebe e enxerga o mundo e as pessoas por uma perspectiva linear,
evolutiva, e fragmentada, ampliar em termos de consciência as relações comunicativas e
educativas se torna passo fundamental para a dilatação de pensamento e visada para o
mundo. Uma vez que nos comunicamos de forma a compreender todos os envolvidos como
dotados de saberes não concorrentes, mas possíveis de ser agregados, aproximados, desde
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um prisma respeitoso e aberto à escuta, a nossa relação educativa estará sustentada por essa
qualidade, uma vez que educar é comunicar e comunicar é educar.
A percepção dessa possibilidade de aproximar saberes diz de uma compreensão do sentido da
relação entre unidade e singularidade. O que nos une e ao mesmo tempo nos diferencia
parece ser justamente a experiencia e é a partir de sua motivação que nos comunicamos,
construindo não somente a realidade que compartimos, mas também quem somos. E é porque
se estabelece também a partir da memória, que a experiencia nos une atemporalmente. Nesse
sentido, acredito que esse novo campo que começa a se adensar, da comunicação e
educação, se potencializa no encontro com esse eixo memória, experiencia e narrativa; e esse
encontro se aprofunda quando tomamos a noção de unidade e singularidade, uma vez que um
se liga ao outro em uma potencialização mútua. A consciência desse processo me parece
importante para retomarmos a dimensão política da comunicação e da educação e seu lugar
central na reconstituição do espaço público.
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No camino com a singularidade e a unidade: a potencialidade