Prevenção e Tratamento da Radiodermite: Uma proposta de conduta Helena Maria Bajay, Heloisa Morelli,Heloise Francine Bertelli, Geison Moreira Freire. EMPTFE – HC UNICAMP / RADIOTERAPIA – HC - UNICAMP. [email protected] Resumo: A radiodermite é uma dermatite induzida por radiação ionizante, ocasionada por efeito colateral de radioterapia, uma das complicações decorrentes deste tratamento. A avaliação da área irradiada deve ser realizada através da escala de radiotoxicidade na pele, de acordo com “Radiation Therapy Oncology“ e estabelecer conduta precoce, de acordo com o comprometimento tecidual. A prevenção destas lesões consiste em avaliar a pele e realizar a sua higiene e hidratação com umectantes. O tratamento das lesões consiste em aplicar os princípios do tratamento tópico de feridas. Introdução A radiodermite ou radiodermatite é uma dermatite induzida por radiação ionizante, ocasionada por efeito colateral de radioterapia, uma das complicações decorrentes deste tratamento. Na prática, as reações na pele geralmente tornam-se visíveis em torno da segunda ou terceira semana de tratamento. A incidência destas lesões não tem sido reportada nos serviços de radioterapia. Os achados clínicos da radiodermite são identificados de acordo com o exame físico minucioso da pele no local irradiado. Esta lesão é caracterizada por eritema, descamação seca, podendo ter prurido e/ou descamação úmida, dor, além de bolhas e exsudação. Os efeitos tóxicos do tratamento vão depender da localização do tumor, da energia utilizada, do volume do tecido irradiado, da dose total e do estado geral do doente. Alguns fatores de risco podem influenciar na evolução clínica da radiodermite, entre estas: radioterapia concomitante com quimioterapia, desnutrição, o tabagismo, o etilismo, alergias, alterações hematológicas e diabetes, entre outras. A avaliação da área irradiada deve ser realizada através da escala de radiotoxicidade na pele, de acordo com “Radiation Therapy Oncology“ e estabelecer conduta precoce, de acordo com o comprometimento tecidual. A prevenção destas lesões consiste em avaliar a pele e realizar a sua higiene e hidratação com umectantes duas vezes por dia. O tratamento das lesões consiste em aplicar os princípios do tratamento tópico de feridas. O Objetivo deste trabalho é divulgar a conduta em relação a prevenção e tratamento das radiodermites no HC-UNICAMP. Metodologia Trata-se de um relato de experiência da prática profissional dos profissionais envolvidos, acrescido de referencial teórico. Quadro 1: Critérios de Radiotoxicidade na Pele Critérios de Toxicidade da Radioterapia na Pele Resultados Elaboração do quadro ilustrativo dos níveis de radiotoxicidade na pele, ilustrados por imagens dos diversos tipos de lesões (Quadro 1). Grau 0 Nenhuma alteração. Conclusão Este trabalho propiciou a sistematização da avaliação da pele, favoreceu a prevenção destas lesões, culminou com o nosso aprendizado e espera-se contribuir com a divulgação deste para os demais profissionais. Grau I Eritema leve ou descamação seca. Grau II Eritema moderado a vigoroso, descamação úmida focada confinada à dobras e pregas cutâneas (em placas), edema moderado. Referências BLECHA FP; GUEDES MTS. Tratamento de radiodermatite no cliente oncológico: subsídios para intervenções de enfermagem. Rev Bras de Oncologia, 2006; 52(2): 151-163. Grau III HOSPITAL DAS CLÍNICAS UNICAMP Radiodermite. Manuais/ Equipe Multiprofissional de Prevenção e Tratamento de Feridas. Acesso 07 de abril de 2010. www.hc.unicamp.br/ MATSUBARA MGS; DENARDI VA. Cuidados com a Radiodermite. IN: DENARDI et al. Enfermagem em Radioterapia. Ed Lemar 2008. pag 263-277. Grau Descamação confluente > ou igual 1,5 cm e não confinado a dobras cutâneas, edema acentuado. Necrose seca ou ulceração de toda a espessura da derme, IV pode incluir sangramento não induzido por trauma menor ou abrasão. Imagens (arquivo pessoal enf BAJAY HM)