UNIJUI – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação Curso de Administração SATISFAÇÃO NO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO DA EMPRESA METALBAUER DE PANAMBI-RS Trabalho de Conclusão de Curso MARIANE GONÇALVES Orientador: Amauri Luis Lampert Panambi, Junho de 2014 2 MARIANE GONÇALVES SATISFAÇÃO NO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA METALBAUER DE PANAMBI-RS Trabalho de conclusão de curso em Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito a obtenção da Graduação em Administração. Orientador: Amauri Luis Lampert Panambi, Junho de 2014 3 “Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!” Rui Barbosa 4 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por me proporcionar a vida, e sempre ter iluminado meus passos ao longo dos meus estudos. A minha mãe querida, que me apoiou e esteve ao meu lado em todos os momentos. Sempre proporcionando uma palavra de força, e por alegrar meus dias. Ao meu pai, obrigada por ter me educado, pessoa que tenho como exemplo de vida, dedicação e superação. Ao meu irmão, e amigo querido. Obrigada por me apoiar a seguir em frente, e me transmitir confiança que sou capaz. Ao meu mestre Amauri Luis Lampert. Muito obrigada pela sua dedicação ao longo do semestre. Pelo teu esforço em transmitir o conhecimento aos alunos. Saiba que tem minha profunda admiração como pessoa e o profissional que és. Agradeço a todos que de alguma forma estiveram ao meu lado nesta etapa da minha vida. A todos vocês muito obrigada! 5 SATISFAÇÃO NO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO DA EMPRESA METALBAUER DE PANAMBI-RS Mariane Gonçalves 1 2 Referência do trabalho: Trabalho de Conclusão de Curso Referência do autor: [email protected] Resumo: A satisfação no trabalho pode ser representada pelo quanto de esforços o indivíduo esta disposto a empenhar dentro da organização que atua. Segundo Davis e Newstrom, “a administração necessita de informações a respeito da satisfação no trabalho dos empregados, de modo a tomar decisões pertinentes, tanto no sentido de prevenir como no de resolver problemas com os funcionários” (1992, p. 130). Assim o foco é como motivar os colaboradores, estruturar estratégias que visam elevar os níveis de satisfação dentro da empresa. Palavras-chave: Satisfação no trabalho. Colaborador. Organização. Introdução: Uma organização que busca manter-se competitiva no mercado deve ter um planejamento organizacional definido. Definir os objetivos organizacionais, a missão e visão da empresa possibilita que todos que nela atuam tenham o mesmo direcionamento. As pessoas que trabalham na organização são as peças fundamentais, elas empenham esforços diários. Desta forma o estudo tem como objetivo identificar como se apresenta a satisfação no trabalho dos colaboradores em relação: aos colegas, ao salário, à chefia, com a natureza do trabalho e com as promoções. Metodologia: O estudo tem por objetivo do estudo é identificar como se apresenta a satisfação no trabalho dos colaboradores em relação: aos colegas, ao salário, à chefia, com a natureza do trabalho e com as promoções. O questionário compreende 25 questões, destas 5 questões direcionadas para cada dimensão. Os entrevistados tiveram 7 opções de respostas, para cada pergunta uma resposta, onde 1 representa totalmente insatisfeito, 2 muito insatisfeito, 3 insatisfeito, 4 indiferente, 5 satisfeito, 6 muito satisfeito e 7 totalmente satisfeito. Em relação a interpretação quanto maior o grau, maior será o índice de satisfação, sendo 1 a 3,9 sinalizam insatisfeito, de 4 a 4,9 indiferença e de 5 a 7 satisfeito. Resultados e discussão: A pesquisa foi direcionada aos colaboradores da empresa MetalBauer de Panambi-RS. A fim de apresentar características dos entrevistados, sem citar o nome, foram abordadas as variáveis de gênero, idades, estado civil, tempo de trabalho, grau de escolaridade e tempo de atuação na empresa. Após interpretar os dados, é possível relatar que em relação a satisfação aos colegas de trabalho o índice de 5,2 demonstra satisfação. Já em relação a chefia índice de 4,6, a natureza do trabalho 4,9 e salários 4,2 demonstra indiferença. Por fim a satisfação com as promoções índice de 3,8 foi à única dimensão que apresenta insatisfação. De modo geral a satisfação no trabalho da organização obteve média 4,6 – indiferença. A satisfação no trabalho é uma ferramenta que possibilita identificar o quanto satisfeito o colaborador esta com a organização que atua. Os resultados encontrados constatam que em alguns pontos a gestão precisa ficar atenta, no que se refere ao comportamento organizacional. Os índices de indiferença e insatisfação precisam ser 6 avaliados, e um planejamento ser estruturado, com estratégias que possibilitem modificar o cenário atual. Conclusões: Conclui-se que, um indivíduo que atua motivado, tem a tendência de ter maior comprometimento organizacional. Buscando assim seu desenvolvimento profissional, e proporcionando o crescimento da organização que atua. Referências Bibliográficas: DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento humano no trabalho: uma abordagem psicológica. São Paulo. 1992. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 12 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................... 14 1.1. Apresentação do tema ................................................................................................ 14 1.2. Questão do estudo ...................................................................................................... 15 1.3. Objetivos .................................................................................................................... 15 1.3.1. Objetivo Geral ........................................................................................................ 15 1.3.2. Objetivos Específicos ............................................................................................. 15 1.4. Justificativa ................................................................................................................ 16 2. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 17 2.1. Comportamento Organizacional ................................................................................ 17 2.1.1. Indivíduo .................................................................................................................... 20 2.1.2. Grupo ......................................................................................................................... 22 2.1.3. Organização ............................................................................................................... 23 2.2. Satisfação no trabalho ................................................................................................ 24 2.2.1. Satisfação e desempenho ........................................................................................ 28 2.2.2. Satisfação e rotatividade......................................................................................... 29 2.2.3. Satisfação e absenteísmo ........................................................................................ 30 2.2.4. Insatisfação ............................................................................................................. 30 2.3. Motivação .................................................................................................................. 31 2.3.1. Motivação Básica e Questões de Recompensa ...................................................... 32 2.3.2. Motivação e realização ........................................................................................... 33 2.3.3. Reconhecimento ..................................................................................................... 34 2.4. Programa de remuneração variável ............................................................................ 34 2.4.1. Programa de remuneração por habilidades e competências ................................... 36 2.5. Fatores de estresses .................................................................................................... 37 2.6. Satisfação quanto aos colegas de trabalho ................................................................. 37 2.7. Satisfação com o salário ............................................................................................ 38 2.8. Satisfação com a chefia.............................................................................................. 38 2.9. Satisfação com a natureza do trabalho ....................................................................... 39 2.10. Satisfação com as promoções .................................................................................... 39 8 3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 41 3.1. Classificação do estudo .............................................................................................. 41 3.2. Universo amostral ...................................................................................................... 43 3.3. Coleta de dados .......................................................................................................... 43 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS............................................................... 45 4.1. Histórico e caracterização da organização ................................................................. 45 4.2. Caracterização e perfil da amostra ............................................................................. 49 4.3. Sistematização das informações de satisfação dos colaboradores da MetalBauer .... 53 4.4. Análise dos resultados de satisfação dos colaboradores da empresa MetalBauer ..... 57 4.4.1. Satisfação quanto aos colegas de trabalho ............................................................. 58 4.4.2. Satisfação quanto ao salário ................................................................................... 59 4.4.3. Satisfação com a chefia .......................................................................................... 60 4.4.4. Satisfação em relação à natureza do trabalho......................................................... 61 4.4.5. Satisfação em relação às promoções ...................................................................... 63 4.5. Melhorias e sugestões ................................................................................................ 65 CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 67 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 70 ANEXO A ................................................................................................................................ 72 ANEXO B ................................................................................................................................ 74 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Elementos-chave do comportamento organizacional .............................................. 18 Figura 2 - Pirâmide de Maslow ................................................................................................ 26 Figura 3 - Foto da empresa ....................................................................................................... 46 Figura 4 - Organograma da empresa MetalBauer .................................................................... 48 10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Gênero .................................................................................................................... 49 Gráfico 2 - Faixa etária ............................................................................................................. 50 Gráfico 3 - Estado Civil ............................................................................................................ 50 Gráfico 4 - Nível de escolaridade ............................................................................................. 51 Gráfico 5 - Cargo atual ............................................................................................................. 52 Gráfico 6 - Tempo de serviço na instituição............................................................................. 52 Gráfico 7 - Tempo de serviço no cargo .................................................................................... 53 Gráfico 8 - Satisfação quanto aos colegas de trabalho ............................................................. 54 Gráfico 9 - Satisfação quanto ao salário ................................................................................... 55 Gráfico 10 - Satisfação em relação à chefia ............................................................................. 55 Gráfico 11 - Satisfação em relação à natureza do trabalho ...................................................... 56 Gráfico 12 - Satisfação em relação às promoções .................................................................... 57 Gráfico 13 - Gráfico Sistematizador dos Resultados de Satisfação ......................................... 58 11 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Número de Funcionários da MetalBauer ............................................................... 47 12 INTRODUÇÃO A motivação é essencial para realizar atividades diárias dentro de uma organização, bem como na vida pessoal. Através de estudos ao longo dos tempos pode-se dizer que o entusiasmo e a persistência são fatores que influenciam o desenvolvimento de atividades no ambiente de trabalho. Com a concorrência acirrada entre as organizações, é necessário que o gestor esteja preparado para enfrentar os constantes desafios que o esperam. Um desafio a ser levado em conta é a continua evolução da tecnologia, processo de grande importância para o desenvolvimento do negócio. Outro desafio maior ainda é o comportamento organizacional. Administrar pessoas é a grande chave para o sucesso de uma empresa, pois cada pessoa é única com seu perfil, cultura e valores. Portanto, é necessário um estudo comportamental a fim de identificar o perfil profissional e pessoal de cada pessoa, e, a partir daí, descobrir a forma de motivar a todos respeitando suas diferenças. Conforme Chiavenatto: Administrar não significa executar tarefas ou operações, mas sim fazer com que elas sejam executadas por outras pessoas em conjunto. O administrador não é aquele que faz, mas sim o que faz fazer. A administração faz as coisas acontecerem através das pessoas, levando as organizações ao sucesso (CHIAVENATTO 1999, p 6). Este estudo apresenta a satisfação dos colaboradores da empresa Metalbauer, em uma análise da satisfação com colegas, salário, chefia, natureza do trabalho e promoções. O presente trabalho traz contribuições significativas para os administradores da organização, pois com os resultados da pesquisa realizada pode-se manter e melhorar o atual planejamento estratégico em recursos humanos, ou rever as estratégias atuais. A pesquisa está estruturada em quatro capítulos e a conclusão. O primeiro capítulo expõe a contextualização do estudo englobando a apresentação do tema e questão do estudo, objetivo geral e específicos, tema e a justificativa. No segundo capítulo apresenta-se o referencial teórico, base para o desenvolvimento deste trabalho, focando no tema satisfação no trabalho, dentro das cinco dimensões. A metodologia estudada compõe o terceiro capítulo, apresentando o tipo de pesquisa que foi desenvolvida, a coleta de dados, análises e interpretação dos dados coletados. 13 O quarto capítulo apresenta os dados coletados juntamente com suas interpretações, traz a caracterização da amostra e suas respectivas particularidades e as recomendações da acadêmica. Por fim, está exposta a conclusão, mencionando os objetivos e relatando seu alcance ou não, e a percepção da acadêmica em relação ao estudo desenvolvido durante o semestre sobre o tema. 14 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Neste capítulo apresenta-se o histórico da empresa, o tema, questão do estudo e os objetivos geral e específicos. 1.1. Apresentação do tema As organizações estão inseridas em um contexto que sofre alterações constantes, desta forma verifica-se a necessidade de estar em desenvolvimento contínuo e melhoramento de suas estratégias competitivas. Neste sentido, inúmeras são as variáveis que precisam estar em análise sobre olhar crítico, como o desenvolvimento de novos produtos, infraestrutura, tecnologia e recursos humanos. O foco até então estava em um produto de qualidade ou equipamento de alta tecnologia, mas isto hoje está mudando, uma atenção em especial é dada ao comportamento organizacional. Um profissional como fator de escolha de trabalho não leva apenas o salário que irá receber, pois outros fatores influenciam na decisão da empresa em que vai atuar. A satisfação é levada em conta na decisão, pois um funcionário motivado exercerá sua tarefa não apenas como uma obrigação, mas com prazer e realização. Para Robbins (2008, p. 6), “uma pessoa que tem um alto nível de satisfação com seu trabalho apresenta atitudes positivas em relação a ele, enquanto uma pessoa insatisfeita apresenta atitudes negativas”. A insatisfação gera a falta de motivação do trabalhador, assim, um dos impactos será a baixa produtividade. É de expressivo valor que cada trabalhador venha a produzir mais e sempre com a qualidade exigida pela empresa. Portanto, o estudo realizado tem como tema identificar como se apresenta o nível de satisfação no trabalho em relação à: satisfação com os colegas, satisfação com o salário, satisfação com a chefia, satisfação com a natureza do trabalho e satisfação com as promoções. Esta análise possibilita apresentar aos gestores da organização os níveis de satisfação de seus colaboradores, resultado este que dá sustentação para a elaboração de estratégias de recursos humanos. 15 1.2. Questão do estudo A insatisfação de um indivíduo com seu trabalho vêm a influenciar suas atitudes na organização. Ela reproduz reflexos no comportamento dos colaboradores, impactando no desempenho profissional, como exemplo na sua produtividade. Desencadeando assim variados desalinhamentos organizacionais. Uma pesquisa proporciona investigar os fatores que influencia na satisfação e a insatisfação no trabalho. Possibilita aos administradores a observação dos índices, a fim de formular estratégias de melhorias na área de gestão de pessoas. Deste modo a questão do estudo é: como se apresenta a satisfação no trabalho dos colaboradores da empresa MetalBauer de Panambi-RS. 1.3. Objetivos 1.3.1. Objetivo Geral Desenvolver um estudo para identificar como se apresenta a satisfação no trabalho dos colaboradores em relação: aos colegas, ao salário, à chefia, com a natureza do trabalho e com as promoções. 1.3.2. Objetivos Específicos • Verificar os índices de satisfação com os colegas; • Identificar o grau de satisfação com o salário; • Pesquisar o grau de satisfação com a natureza do trabalho; • Investigar o índice de promoções; • Avaliar o índice de satisfação com a chefia; • Propor melhorias. 16 1.4. Justificativa O estudo tem importância para a empresa em questão, pois é necessário conhecer o nível de satisfação de seus colaboradores. Através da pesquisa o colaborador é estimulado a transmitir seus sentimentos. Muitas vezes ele não possui abertura junto ao seu gestor, isto acarreta atitudes negativas que, em determinado momento, poderão ter impacto junto à equipe de trabalho. A insatisfação traz consequências que afetam o desempenho do profissional e da organização. Após ter identificado o nível de satisfação, torna-se indispensável para uma organização fazer uma avaliação destes índices e perceber sua devida importância. O desempenho individual de cada colaborador garante qualidade no desenvolvimento da empresa, por isso, percebe-se a necessidade de possuir estratégias por parte da gestão na área de recursos humanos. Quando uma organização apresenta índices desfavoráveis de níveis de satisfação, ou seja, a maioria dos colaboradores esta insatisfeita em relação a algum aspecto, este índice afetará o desempenho de toda organização. Os indivíduos, nesta situação, tendem a declinar seu comprometimento organizacional. Outro fator de relevância se dá em função da empresa ainda não ter passado por um estudo na área do comportamento organizacional, com foco na satisfação no trabalho. Assim esta pesquisa possibilita aos gestores visualizar a satisfação de seus funcionários, e considerar as variáveis do estudo a fim de manter as estratégias de gestão de pessoas que dão resultados positivos, ou ser o momento de revê-las para realinhar as metodologias. A escolha da empresa se deu em função da relação de amizade existente com os sócios, que possibilitou acesso às informações. Ao apresentar o tema aos administradores da organização, foi aprovada a realização do estudo e salientou-se que ainda não havia sido realizada uma pesquisa de satisfação junto a seus funcionários, o que gerou interesse no assunto, com vistas a contribuir para com as estratégias de gestão de pessoas. Assim como o resultado do estudo contribuirá com o desenvolvimento da empresa, também serviu como experiência para a autora, pois o trabalho desenvolvido individualmente possibilita agregar bagagem e principalmente empregar os conhecimentos aprendidos ao longo do curso. O assunto oportuniza a escolha de uma futura especialização acadêmica. 17 2. REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico fundamenta o trabalho desenvolvido, com base nas teorias escritas pelos autores descritos nas referências bibliográficas. 2.1. Comportamento Organizacional O comportamento organizacional tem como finalidade estudar a organização em três âmbitos, são eles: o indivíduo, o grupo e a organização. O resultado obtido neste estudo propiciará aos administradores avaliar o desempenho da organização, possibilitando melhorar os aspectos abaixo do nível esperado. O comportamento organizacional é um campo de estudos que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações com o propósito de utilizar este conhecimento para melhorar a eficácia organizacional (ROBBINS, 2008, p.6). Segundo Davis e Newstrom (1992, p. 5), o comportamento organizacional “é uma ferramenta humana para o benefício do homem. Ele se aplica amplamente ao comportamento das pessoas em todos os tipos de organizações, tais como negócios, governo, escolas e organizações de serviços”. Dubrin orienta: Um benefício importante do estudo do comportamento organizacional proporciona informações que pode ser aplicadas aos problemas organizacionais. Uma meta importante do comportamento organizacional é melhorar a eficácia da organização, isto é, a extensão pela qual uma organização é produtiva e satisfaz as exigências de suas partes interessadas (DUBRIN 2003, p. 7). Desta forma os principais elementos do comportamento organizacional são as pessoas, estrutura, tecnologia e ambiente. Quando um grupo de pessoas se organiza para atuar em uma empresa precisa haver interação entre os elementos citados acima para que haja desenvolvimento. Além das forças internas a empresa sofre influência de forças externas. A Figura 01 demonstra os elementos chaves do comportamento organizacional. 18 Figura 1 - Elementos-chave do comportamento organizacional Fonte Davis e Newstrom (1992, p.5). Pessoas: as pessoas representam o sistema social interno da organização. Elas consistem de indivíduos e grupos, tantos grupos grandes como os pequenos. Estrutura: a estrutura define os relacionamentos formais das pessoas dentro das organizações. Diferentes cargos são necessários para se realizar todas as atividades de uma organização. Existem administradores e empregados, contadores e trabalhadores da linha de produção. Tecnologia: a tecnologia oferece recursos com os quais as pessoas trabalham e afetam as tarefas que elas desempenham. Elas não podem realizar muito com as mãos vazias. Ambiente: todas as organizações operam dentro de um ambiente externo. Nenhuma organização existe sozinha (DAVIS E NEWSTROM 1992, p. 5-6). Quando a administração preocupa-se com o comportamento organizacional ela desenvolve um melhor colaborador, e proporciona seu crescimento como profissional. Para Davis e Newstrom (1992, p.10), “os cargos modelam as pessoas conforme são desempenhados, desta forma, a administração deve estar preocupada com os efeitos dessas atividades sobre a pessoa como um todo”. O resultado de um sistema eficaz de comportamento organizacional é a motivação que, quando combinada com as habilidades e capacidades do empregado, resulta na produtividade humana. A motivação bem-sucedida pode conseguir um desempenho humano acima da média. Ele constrói um relacionamento de mão dupla que se apoiam mutuamente significando que a administração e o empregado se influenciam e beneficiam mutuamente (DAVIS E NEWSTROM,1992, p.28). Gerenciar a diversidade de força de trabalho dentro de uma organização é um grande desafio aos administradores. Por isso, o estudo do comportamento humano contribui com o melhoramento do desempenho da organização, o que possibilita elevar o desempenho de toda a organização e aumentar o nível de satisfação no trabalho. 19 No entendimento de Robbins (2008, p. 21), “umas das principais preocupações no estudo do comportamento organizacional é a produtividade. Precisamos descobrir quais são os fatores que influenciam a eficiência e a eficácia dos indivíduos, dos grupos e da organização como um todo”. Dentro de uma organização encontram-se indivíduos das mais variadas culturas, que trazem consigo seus costumes, suas crenças e seus valores. Para Robbins (2008, p. 11), “o que é motivador para você pode não ser para eles. Se seu estilo de comunicação é franco e direto, para eles pode parecer desconfortável e ameaçador”. São fatores que precisam ser identificados e compreendidos, a fim de serem trabalhadas as diferenças da melhor forma possível. Robbins (2008, p. 14) orienta no sentido de que, “o desafio para as organizações, portanto, é conseguir acomodar os diferentes grupos de pessoas, atendendo aos seus diferentes estilos de vida, necessidades familiares e modos de trabalhar”. Desta forma, este gerenciamento deve ser conduzido a compreender as diferenças existentes e conduzir a força de trabalho numa mesma linha, ou seja, a fim de alcançar o melhor desempenho da organização. Caso o gerenciamento do comportamento organizacional ocorra de forma inadequada, isto resulta em perdas para a empresa, como por exemplo, o aumento da rotatividade, conflitos internos. Complementando a ideia de Robbins (2008, p.2), “o reconhecimento da importância das habilidades interpessoais dos executivos está estreitamente relacionado com a necessidade das organizações de conseguir e reter funcionários com alto nível de desempenho”. Como manter um profissional competente motivado é o desafio, a empresa necessita ter ciência que se não conseguir a motivação dos mesmos, logo ele poderá deixar de fazer parte da organização e buscar novos desafios, na maioria das vezes buscará na concorrência que vai oferecer o que na atual ele não recebe. Para uma organização atingir um elevado nível de competência, não basta trabalhar o indivíduo isoladamente, pois ele faz parte do sistema. Portanto, os gestores precisam também estar atentos aos grupos dentro da organização. Para Dubrin (2003, p. 13), “desenvolver habilidade no comportamento organizacional significa aprender a trabalhar eficazmente com indivíduos, grupos e forças organizacionais”. Alcançar metas e atingir objetivos é o desejo de todo gestor, para isso, é preciso observar não apenas a parte operacional de uma organização, mas principalmente a comportamental, pois esta é a chave para o sucesso. Segundo Robbins (2005, p. 2), “os executivos realizam trabalhos por meio do trabalho de outras pessoas. Eles tomam decisões, 20 alocam recursos e dirigem as atividades de outros com o intuito de atingir determinados objetivos”. No entendimento de Wagner III e Hollenbeck: Muitos especialistas consideram atualmente as pessoas que formam uma organização como a fonte primeira de vantagem competitiva sustentável. Se a sua empresa emprega as melhores pessoas e é capaz de mantê-las, dispõe de uma fonte de vantagem competitiva que dificilmente será alcançada por outras empresas (WAGNER III e HOLLENBECK 1999, p. 5). Uma empresa não se torna diferenciada apenas pelo produto ou serviço que oferece ao mercado, mas também como este bem é oferecido. Neste ponto que se percebe que os indivíduos são considerados uma vantagem competitiva, pois são eles que alcançaram os resultados planejados. 2.1.1. Indivíduo Uma organização é composta por vários indivíduos de diferentes perfis. Assim, é fundamental um estudo que identifique estas diferenças para que o gestor possa gerenciar os comportamentos com o objetivo de alcançar resultados positivos. Portanto, “a base do comportamento organizacional é o estudo do comportamento individual, pois nenhum grupo ou organização é tão poderoso (a) que possa desconsiderar as características individuais.” (2008, Pizolotto e Drews, p. 22). Conforme Davis e Newstrom (1992), cada indivíduo possui seu perfil, cabe ao administrador saber respeitar suas diferenças e trabalhar em cima delas extraindo o melhor de cada um, a fim de atingir um desempenho excelente de sua organização. A noção de diferenças individuais vem originalmente da psicologia. Desde o dia do nascimento, cada pessoa é única e as experiências individuais depois do nascimento tendem a torná-las ainda mais diferentes. Diferenças individuais significam que a administração pode conseguir a motivação entre os empregados tratando-os de maneiras diferentes. Se não fosse por causa das diferenças individuais, algum padrão ou receita da maneira como lidar com empregados poderia ser adotado (DAVIS e NEWSTROM, 1992, p.10) Além da diferença de perfis, “as pessoas diferem muito em relação as suas características biográficas, e essas diferenças, por vezes, afetam o desempenho, a produtividade, o absenteísmo, a rotatividade, a cidadania, a satisfação” (Pizolotto e Drews, 2008, p. 23). Estas diferenças também exercem sua força no comportamento. Se analisarmos a 21 questão da idade, por exemplo, um colaborador jovem que está iniciando no emprego, terá pensamentos e atitudes diferentes de um que possui mais de vinte anos de empresa. Este cenário pode gerar futuros conflitos que precisam ser gerenciados e amenizados. No entendimento de Davis e Newstrom (1992, p.27), “as pessoas também trazem com elas para a organização seus objetivos psicológicos, sociais e econômicos, os quais elas expressam individualmente e coletivamente”. Tendo o conhecimento de que as pessoas passam boa parte de seu dia dentro da organização que atua, seria inevitável que ela transmita aos demais seus sentimentos, suas opiniões, suas experiências. A conduta que um indivíduo exerce na empresa poderá produzir efeitos positivos que contribuem com o desenvolvimento individual, coletivo e organizacional. Ao contrário de uma conduta negativa que pode gerar conflitos no grupo, prejudicando a harmonia do coletivo. Toda organização é formada por indivíduos com diferentes personalidades e características. Cada um, assim, contribuirá com suas qualidades para desempenhar seu papel dentro da empresa e alcançar os objetivos propostos. Logo, é preciso existir respeito por cada indivíduo, não devendo o gestor querer mudar atitudes das pessoas e moldá-las da sua maneira de pensar. Basta ele saber gerenciar o comportamento, havendo um contato com estas pessoas a fim de alinhar o desempenho esperado pela organização. Conforme Robbins (2008, p.7), “existem algumas consistências fundamentais no comportamento de todos os indivíduos que podem ser identificadas, e então, modificadas para refletir as diferenças individuais”. Assim vem se trabalhando dentro das organizações a competência. Esta é uma forma estratégica de aprimorar o desempenho dos colaboradores, proporcionando seu desenvolvimento profissional em conjunto com o desenvolvimento da empresa. De acordo com Fleury e Fleury (2004, apud PIZOLOTTO et al 2008 , p. 27 ), “competência consiste num saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. Uma forma de se trabalhar as competências individuais é através do conceito estudado na administração, sendo o Conhecimento, Habilidade e Atitudes (o C-H-A). Leme (2005): Conhecimento, habilidade e atitudes (o “CHA”), que são os diferenciais de cada pessoa e têm impacto em seu desempenho e consequentemente nos resultados de seu trabalho. O Conhecimento é o saber, é o que aprendemos nas escolas, nas universidades, nos livros, no trabalho e na escola da vida. A Habilidade é o saber fazer, é tudo o que utilizamos dos nossos conhecimentos no dia-a-dia. E a Atitude é o querer fazer, que nos leva a trabalhar os nossos comportamentos (2008, apud PIZOLOTTO et al , p. 28). 22 Outra característica individual que influência a organização está relacionada aos valores que cada pessoa traz consigo. Segundo Robbins (2005), “os valores são importantes, pois ajudam a compreender as atitudes, os comportamentos e as motivações das pessoas e das diferentes culturas” (2008, apud PIZOLOTTO et al , p. 31). Estes valores vão acompanhar o indivíduo ao longo de sua vida, na organização ou grupo social em que estiver inserido, através de suas atitudes, seus posicionamentos, enfim, no seu agir. 2.1.2. Grupo Robbins (2005, p. 211) conceitua, “um grupo é definido como dois ou mais indivíduos, interdependentes e interativos, que se juntam visando à obtenção de um determinado objetivo”. Ainda segundo Robbins, os grupos podem ser formais ou informais: Por grupos formais entendemos aqueles que são definidos pela estrutura da organização, com atribuições de trabalho que estabelecem tarefas. Nestes grupos, o comportamento das pessoas é estipulado e dirigido em função das metas organizacionais. Em contraste, os grupos informais são alianças que não são estruturadas formalmente nem determinadas pela organização. Esses grupos são formações naturais dentro do ambiente de trabalho, que surgem em resposta à necessidade de contato social (ROBBINS 2005, p. 211). O trabalho em grupo tem como objetivo a união dos esforços, com a finalidade de alcançar as metas organizacionais, bem como os objetivos profissionais. Uma comunicação adequada proporciona o bom andamento das tarefas, pensar no coletivo é fundamental para trabalhar em um ambiente agradável. Dentro dos grupos, devido à diversidade de perfis, acabam ocorrendo os conflitos. Não basta apenas tem um bom relacionamento, mas estar preparado para aceitar ideias distintas. Assim, “é inerente à vida de cada pessoa e parte indissociável da natureza humana, pois as pessoas são diferentes e isso faz com que dificilmente tenham interesses e objetivos idênticos” (2008, apud PIZOLOTTO et al , p. 65). Com os diversos perfis profissionais agrupados dentro de uma organização, a relação entre os mesmos precisa ter um acompanhamento por parte do gestor imediato, bem como a área de gestão de pessoas. A relação interpessoal, quando saudável, contribui significativamente para o crescimento da empresa. Mas para alcançar esta posição, o 23 indivíduo necessita respeitar o espaço e opinião do outro, vivenciar a empatia no seu local de trabalho. 2.1.3. Organização Segundo Robbins, “uma estrutura organizacional define como as tarefas são formalmente distribuídas, agrupadas e coordenadas” (2005, p. 401). Assim para constituir uma organização, são necessários duas ou mais pessoas, que juntamente trabalham visando atingir objetivos coletivos, organizada através de processos, tarefas e responsabilidades atribuídas. Em meio a tanta competição, as empresas devem manter-se em constante evolução, aprimorando a cada dia o seu desempenho. O termo desenvolvimento organizacional necessita estar presente nas empresas. Segundo Robbins (2005) “o desenvolvimento organizacional é um termo empregado para englobar uma série de intervenções de mudanças planejadas, com base em valores humanos e democráticos” (2008, apud PIZOLOTTO et al, p. 100). Em síntese, competir significa o desenvolvimento contínuo das estratégias empresariais, com o intuito de estar à frente dos concorrentes. Desta forma, a estrutura da organização precisa melhorar as estratégias organizacionais, com o objetivo de ser eficiente e competitiva. Entre as pessoas e a organização existe uma relação de cooperação conforme Davis e Newstrom (1992), desta forma ambos possuem seus objetivos e somam forças para alcançarem: As organizações têm objetivos humanos. Elas são formadas e mantidas em bases de algum interesse mútuo entre os seus participantes. As pessoas veem as organizações como um meio de ajudá-las a atingirem os seus objetivos, enquanto as organizações necessitam das pessoas para ajudarem na consecução dos objetivos organizacionais (DAVIS e NEWSTROM, 1992, p.12). O conceito trazido por Robbins (2005), em relação à satisfação confirma definitivamente a relação entre produtividade e o nível de satisfação: Quando os dados relativos à satisfação e à produtividade são coletados para a organização como um todo, e não no nível individual, descobrimos que as 24 organizações com funcionários mais satisfeitos tendem a ser mais eficazes do que aquelas com funcionários menos satisfeitos (ROBBINS, 2005, p.68). Assim, consequentemente, a satisfação no trabalho produz impacto na produtividade da organização. Colaboradores satisfeitos se comprometem de forma mais efetiva com os objetivos organizacionais. 2.2. Satisfação no trabalho No conceito de Robbins (2005, p. 61), “o termo satisfação no trabalho se refere à atitude geral de uma pessoa em relação ao trabalho que realiza”. Grande parte das organizações não vê à satisfação no trabalho como uma ferramenta estratégica. Conforme Siqueira: Satisfação no trabalho representa a totalização do quanto o indivíduo que trabalha vivencia experiências prazerosas no contexto das organizações. Assim todas as cinco dimensões de satisfação no trabalho compreende um foco, uma fonte ou origem de tais experiências prazerosas. Identificar os níveis de satisfação significa avaliar o quanto os retornos oferecidos pela organização na forma de salários e promoções, a convivência com os colegas e com a chefia, e a realização das atividades propiciam ao profissional sentimentos gratificantes (SIQUEIRA 2008, p. 267). Wagner III e Hollenbeck destaca que: A maioria das organizações não está no “ramo da satisfação no trabalho”. Por isso às vezes é difícil fazer com que os gerentes percebam a importância de compreender e melhoras as atitudes e os sentimentos dos seus funcionários para com o trabalho (WAGNER III e HOLLENBECK 1999, p. 120). Segundo Davis e Newstrom (1992, p. 130), “a administração necessita de informações a respeito da satisfação no trabalho dos empregados, de modo a tomar decisões pertinentes, tanto no sentido de prevenir como no de resolver problemas com os funcionários”. Quando estudamos a satisfação no trabalho, estudamos, em conjunto, as atitudes de um colaborador, pois o nível de satisfação é que determinará as atitudes de uma pessoa. Conforme Robbins (2005, p.61), “uma pessoa que tem um alto nível de satisfação com seu trabalho apresenta atitudes positivas em relação a ele, enquanto uma pessoa insatisfeita apresenta atitudes negativas”. 25 As atitudes determinarão o envolvimento que a pessoa terá com a empresa. Para Robbins (2005, p.61), “os funcionários com alto nível de envolvimento com o trabalho se identificam profundamente com ele, e realmente preocupam-se com o tipo de trabalho que realizam”. Quando o nível de comprometimento é maior, as pessoas buscam desempenhar suas atividades com maior prazer, e com mais atenção, pois estão determinadas a executar seu papel com comprometimento, visando maior qualidade. Para Robbins (2005, p. 69), “funcionários satisfeitos parecem mais propensos a falar bem da organização, a ajudar os colegas e a ultrapassar as expectativas em relação ao seu trabalho”. Funcionários satisfeitos costumam ser mais amáveis, alegres e atenciosos – traços apreciados pelos clientes. Como os funcionários satisfeitos tendem a permanecer mais tempo no emprego, há maior probabilidade de os clientes encontrarem rostos familiares e receberem o atendimento que já conhecem. Estes aspectos são responsáveis pela construção da satisfação e da lealdade dos clientes (ROBBINS 2005, p. 70). Os colaboradores são a linha de frente de uma organização, pois eles têm o contato diário com os clientes. São responsáveis pelo sucesso ou fracasso da empresa. Realizar um bom atendimento ao cliente não se resume em apenas ser simpático e vender, mas superar a sua expectativa em relação ao produto. No entanto para que se concretize um bom atendimento, o colaborador precisa ser reconhecido pelo esforço, através de gratificações, ou de recompensas, enfim, conforme as estratégias que a empresa adota. Conforme Wagner III e Hollenbeck: A insatisfação também é uma causa maior de declínio do compromisso organizacional, o grau com que as pessoas se identificam com a organização que as emprega. Compromisso implica vontade de investir uma grande dose de esforço em favor da organização e intenção de ficar muito tempo na empresa. (WAGNER III E HOLLENBECK, 1999, p. 125). Manter a satisfação de um colaborador não é uma tarefa fácil, é um trabalho que precisa ser desenvolvido junto a cada pessoa, e um esforço contínuo e diário pela parte da gerência. Ao longo dos anos os funcionários vêm mudando suas atitudes, pois antigamente era comum ficar por décadas trabalhando na mesma empresa, isto mudou, atualmente permanecem em média no máximo cinco anos, esta dependência vem se perdendo já que o mercado abre novas oportunidades de trabalho, Wagner III e Hollenbeck (1999). 26 Ainda segundo Wagner III e Hollenbeck (1999) a rotatividade não se torna apenas um custo para a empresa, mas o seu desempenho irá diminuir, pois o tempo que demandou para ensinar o colaborador e o investimento de conhecimento será perdido. Os estudos iniciais sobre a motivação trazem uma teoria das necessidades, essa que seria a base das motivações. A teoria denominada Teoria de Maslow elenca cinco necessidades que precisam ser atendidas. Segundo Robbins 2005, as necessidades movem-se para o topo, sendo que jamais cada necessidade será atingida por completo. A figura 02 ilustra as etapas da teoria. Figura 2 - Pirâmide de Maslow Fonte Dubrin (2003, p. 112) Segundo este autor, dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco necessidades. São elas: Fisiológicas: tais como a necessidade de água, ar, alimento, repouso e sono. Segurança: as necessidades relacionadas à obtenção de um ambiente seguro, sem ameaças ambientais. Sociais e de amor: incluem pertencer a um grupo, afiliar-se a pessoas, dar e receber amor e atividade sexual. Estima: incluem auto respeito baseado em realização genuína e respeito aos outros, prestígio, reconhecimento e apreciação. Auto realização: no topo da hierarquia estão as necessidades de auto realização e desenvolvimento pessoal e a necessidade de crescer até o máximo do potencial (DUBRIN, 2003, p.111). Outra teoria conhecida é a Teoria das Necessidades de McClelland, que foi desenvolvida por David McClelland. A teoria enfoca três necessidades: realização, poder e associação. Elas são definidas da seguinte maneira: Necessidade de realização: busca da excelência, de se realizar em relação a determinados padrões, de lutar pelo sucesso. Necessidade de poder: necessidade de fazer as outras pessoas se comportarem de uma maneira que não o fariam naturalmente. 27 Necessidade de associação: desejo de relacionamentos interpessoais, próximos e amigáveis (ROBBINS, 2005, p. 158). Esta teoria busca a realização pessoal, onde o indivíduo busca superar o que já foi realizado por alguém. Robbins (2005) descreve esta teoria sendo os indivíduos que preferem grandes desafios ou invés de acomodar-se na sua rotina diária. No entendimento de Wagner III e Hollenbeck (1999): Toda empresa que deseja realmente reforçar as atitudes de seus funcionários precisa realizar regularmente pesquisas sobre satisfação para monitorar tendências e mudanças nessa área. Em todo caso, por uma série de razões, um programa contínuo e sistemático de pesquisa deve ser um componente destacado de qualquer estratégia de recursos humanos. Em primeiro lugar, ele permite à empresa monitorar tendências no decorrer do tempo. Em segundo, fornece um meio para avaliar empiricamente o impacto de mudanças de política (por exemplo, introdução de um novo sistema de avaliação de desempenho) ou de pessoal (por exemplo, um novo presidente) nas atitudes dos trabalhadores (WAGNER III e HOLLENBECK, 1999, p. 136). O coração de uma organização são as pessoas, sem a sua atuação não seria possível alcançar nenhum objetivo. A motivação é essencial ao funcionamento organizacional. Não importa quanta tecnologia e equipamentos uma organização tenha, essas coisas não podem ser colocadas em uso a menos que sejam liberadas e guiadas por pessoas que estejam motivadas (DAVIS e NEWSTROM, 1992, p.11). Para Davis e Newstrom (1992, p.28), “o resultado de um sistema eficaz de comportamento organizacional é a motivação que, quando combinada com as habilidades e capacidade do empregado, resulta na produtividade humana”. A motivação pode conseguir alavancar o desempenho de um colaborador, permite a realização das tarefas e potencialização do profissional. Um estudo da satisfação no trabalho pode trazer vantagens para uma organização. O mesmo precisa ser estruturado de forma adequada e através do levantamento das informações obtidas planejarem meios de motivar os colaboradores. Para Davis e Newstrom (1992, p. 130), “um método típico utilizado é o levantamento da satisfação no trabalho, também conhecido como levantamento de moral, opinião, clima ou qualidade de vida no trabalho”. Robbins (2005, p. 69) orienta neste sentido, “os funcionários de melhor desempenho tendem mais a permanecer na organização, porque recebem reconhecimento, elogios e outras recompensas que os levam a ter vontade de continuar no emprego”. 28 Para Davis e Newstrom (1992, p. 11), “todo trabalho, embora simples, dá direito à pessoa que o realiza um respeito adequado e reconhecimento de suas aspirações e habilidades”. Portanto, os indivíduos de uma organização precisam ser tratados com respeito e dignidade. Eles atuam na organização grande parte de seu dia, não apenas em busca da remuneração, mas ali transmitem seus valores, seus sentimentos, suas vitórias e suas derrotas. O indivíduo não pode ser tratado apenas como instrumento econômico. Desta forma, para Wagner III e Hollenbeck (1999, p. 142), “a satisfação no trabalho é um estado emocional agradável que resulta da percepção de que o trabalho ajuda a pessoa a atingir os resultados valorizados”. Quando o colaborador não esta satisfeito, acaba se retraindo e tendo atitudes que irão desfavorecer seu desempenho. Assim, para Wagner III e Hollenbeck (1999, p.137), “além de observar de perto os empregados e realizar pesquisas, também é conveniente que os gerentes estejam atentos a fontes bem conhecidas de satisfação e stress”. Uma pesquisa de satisfação abre muitos caminhos, pois neste momento o colaborador pode expressar suas opiniões. Conforme Wagner III e Hollenbeck (1999, p. 138), “a capacidade de uma pessoa lidar com experiências de trabalho insatisfatórias ou estressantes também aumenta quando há uma oportunidade de falar sobre problemas e queixas”. Segundo Robbins (2005, p. 67), “o contrato informal de lealdade que existia há 20 anos entre empregados e empregadores está seriamente abalado”. A ideia de que o colaborador permanece por boa parte se sua vida profissional em uma mesma organização está ficando obsoleta. Portando Robbins (2008, p. 62), afirma que “comprometimento organizacional é definido como a situação em que o trabalhador se identifica com uma empresa e seus objetivos, desejando manter-se parte dessa organização”. 2.2.1. Satisfação e desempenho Em relação à teoria da fixação de objetivos, as evidências confirmam positivamente a importância dos objetivos. Pois os objetivos específicos melhoram o desempenho do indivíduo, e que os objetivos difíceis, quando aceitos, melhoram o desempenho, e que o feedback também conduz aos melhores desempenhos. O estabelecimento de objetivos específicos vão estimular mais do que apenas estabelecer uma meta subjetiva, um simples “faça o que melhor puder” (Robbins 2005). 29 Para que o desempenho atingido seja de nível elevado, é preciso que alguns fatores sejam conduzidos, como a capacitação e a aceitação dos objetivos. A aceitação de objetivos mais difíceis consequentemente exige um desempenho maior por parte do colaborador. Esta teoria auxilia na avalição do desempenho e produtividade, pois ajuda a entender o porquê dos trabalhadores não se sentirem motivados, e acabarem mantendo um nível de baixa produtividade, nem melhorando seu desempenho para continuar no emprego (Robbins 2005). Segundo Davis e Newstrom: Quando o empregado é produtivo e a organização percebe isto, recompensas são distribuídas, resultando isto na satisfação das necessidades e impulsos do empregado. Embora não haja respostas simples para a questão da motivação, um importante ponto de partida reside na compreensão das necessidades do empregado (DAVIS e NEWSTROM 1992, p. 47). Outro fator de importância em relação ao desempenho e produtividade são as condições de trabalho oferecidas aos indivíduos pela organização. Estas condições precisam ser favoráveis para exigir um desempenho alto. Segundo Robbins (2005), o desempenho pode ser prejudicado se os materiais e equipamento são deficientes, ou se o acesso a informações é difícil. 2.2.2. Satisfação e rotatividade A satisfação no trabalho influencia na rotatividade, pois um funcionário insatisfeito tem maior tendência a pedir demissão. Quando o nível de rotatividade de uma organização é alto, esta sofre com algumas consequências negativas, como, por exemplo, elevados custos com seleção, recrutamento e treinamento. De acordo com Robbins (2005, p.22), “um índice alto de rotatividade causa uma ruptura na eficiência da organização quando pessoal experiente e treinado vai embora da empresa e é necessário encontrar substitutos e prepará-los devidamente”. Por outro lado, segundo Robbins: Se as pessoas “certas” estão deixando a empresa – os funcionários não essenciais -, a rotatividade poder ser um aspecto positivo. Ela pode criar a oportunidade para a substituição de uma pessoa de fraco desempenho por outra mais capacitada ou motivada, aumentar as chances de promoções e trazer ideias novas para a organização (ROBBINS 2005, p. 22). 30 2.2.3. Satisfação e absenteísmo A satisfação no trabalho influência o absenteísmo, visto que pessoas menos satisfeitas são mais propensas a faltar ao emprego. Estas faltas, muitas vezes sem justificativas, acabam também prejudicando o desempenho da organização. Este fator pode demonstrar rejeição ao trabalho, insatisfação com o salário e com as condições de trabalho, e até mesmo por fatores emocionais. Robbins destaca: O fluxo de trabalho é interrompido e frequentemente decisões importantes precisam ser postergadas. Nas organizações que dependem da produção na linha de montagem, o absenteísmo é mais que uma interrupção; ele pode resultar em uma drástica perda na qualidade e, em certos casos, até na completa paralisação da fábrica. Níveis de absenteísmo acima do normal, em qualquer caso, causam um impacto direto sobre a eficiência e a eficácia da organização (ROBBINS 2005, p. 21) O principal ponto é identificar a causa do elevado índice de faltas e atrasos, pois são variados os motivos que levam a estas atitudes, nem sempre são por motivos banais, o colaborador pode estar passando por problemas de doenças e por isso apresenta tantos atestados. Após descobrir os motivos um diálogo aberto com o indivíduo poderá resolver a questão é necessário o entendimento por parte da empresa da situação para encontrar a melhor forma de lidar com o problema. Assim como a rotatividade, o absenteísmo também gera custos para a organização, pois diminui a produtividade e reduz a qualidade no serviço. Existem alternativas que pode ser aplicadas, como integração, estimulação a educação, distribuição de recompensas por baixo absenteísmo. 2.2.4. Insatisfação Ter conhecimento de tudo que ocorre dentro de uma organização é fundamental para a gerência. Além de ter o controle do processo de produção, de vendas, da área financeira, a atenção não pode ser reduzida no que diz respeito ao comportamento de seus colaboradores. Desta forma, é necessário estar atento às mudanças de atitudes dos colaboradores. A insatisfação pode ser expressa de várias maneiras, para Robbins (2005, p.70), “em vez de 31 pedir demissão, os funcionários podem reclamar, tornarem-se insubordinados, furtar algo da empresa ou fugir de suas responsabilidades de trabalho”. Para as empresas bem-sucedidas tornou-se essencial fazer do ambiente de trabalho um local agradável, pois ele torna mais fácil o relacionamento interpessoal e melhora a produtividade. Ainda reduz acidentes, doenças, absenteísmo e rotatividade. De acordo com Wagner III e Hollenbeck: Insatisfação e stress fazem mais do que gerar custos diretos para as organizações em termos de programas de assistência médica. São a fonte também de custos indiretos, notadamente na forma de absenteísmo e rotatividade. A insatisfação é umas das principais razões para o absenteísmo, um problema organizacional muito caro (WAGNER III E HOLLENBECK 1999, p. 125) Ter a percepção que o indivíduo não está satisfeito é fundamental para a gestão de uma organização. A compreensão que um gestor necessita ter é de que não basta apenas trabalhar em um ambiente limpo, mas sim, em um ambiente agradável com relacionamento benigno entre empresa e colaborador. 2.3. Motivação A motivação é um elemento importante, pois colaboradores que atuam motivados impulsionam o crescimento das empresas. Desta forma, podem-se observar dois tipos de motivação, á intrínseca, que se baseia na motivação de força interior do indivíduo, e a extrínseca, que se baseia em forças do ambiente que ele vive. Robbins (2005) define motivação como o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta. E esta motivação focada no âmbito organizacional possui três elementos chave: intensidade, direção e persistência. A intensidade refere-se o quanto esforço a pessoa será agregado, um dos principais elementos atrelado à motivação. O esforço sem uma direção pode não gerar os melhores resultados, assim é alinhado atitudes que beneficiaram a empresa. E por fim a persistência, ou seja, por quanto tempo o indivíduo manterá seu esforço, sendo que se estiver motivado sustentará seus objetivos até que sejam atingidos. Procurar identificar as necessidades de cada colaborador se torna primordial na administração de líder. Isto permite alinhar os objetivos individuais aos organizacionais, a fim de proporcionar motivação em cada profissional e garantir o desenvolvimento da organização. 32 O ambiente que o indivíduo vive, ou seja, o ambiente familiar e social terá influencias em relação à motivação. De acordo com Davis e Newstrom (1992, p. 47), “cada indivíduo tem tendência a desenvolver certas forças motivacionais como produto do ambiente cultural no qual vive, afetando a maneira pela qual as pessoas percebem seu trabalho e encaram suas vidas”. Uma das teorias relacionadas à motivação é a Teoria da Expectativa. Ela sustenta que a força exercida em determinada ação dependerá do resultado que trará. Em outras palavras um funcionário sente-se motivado a gastar certo esforço quando acredita que isso ira resultar em recompensas, como por exemplo, gratificação, promoção, etc. (Robbins 2005). Segundo Robbins (2005), nem todo colaborador é motivado pelo dinheiro, nem todo mundo deseja um trabalho desafiador. Logo a responsabilidade da gerência esta em identificar a diversidade de necessidades dentre os profissionais e buscar adequar-se as mesmas com o objetivo de motivá-los. Dentro de uma organização são variadas as atividades e procedimentos que precisam ser executados. Com a diversidade de perfis alocados, alguns atuaram em cargos de gerencia, e outros na área da produção. Há então tarefas repetitivas que necessitam ser realizadas, e que não podem ser alteradas, tornando-as não muito desafiadoras. Conforme Robbins (2005): Isso deixa poucas opções. Pode-se não ter muito o que fazer, além de criar um bom clima de trabalho para tornar tolerável uma situação desagradável. Isto pode incluir o oferecimento de um ambiente físico limpo e atraente, amplas pausas de descanso, possibilidade de socialização com os colegas durante estas pausas e supervisores capazes de sentir empatia pelos subordinados (ROBBINS 2005, p.202). 2.3.1. Motivação Básica e Questões de Recompensa As organizações estão estruturas com o propósito de alcançar objetivos e principalmente gerar lucros, desta forma os indivíduos que nela atuam são as peças fundamentais para que isso ocorra. A motivação exerce influência no desempenho do colaborador na organização. Relacionado ao alcance de metas esta o nível de comprometimento dos envolvidos, que produzindo forças juntamente com o grupo garanta sucesso na empresa. Entrelaçado ao comprometimento está à motivação do profissional. O nível de satisfação que influência nas suas atitudes, assim não basta apenas atingir as metas, é 33 necessário oferecer um preparado ao indivíduo a fim de capacitá-lo, fazendo com que seu desenvolvimento seja contínuo. Robbins (2005), explica: ... precisamos considerar a qualidade do esforço, tanto quanto sua intensidade. O tipo de esforço que devemos buscar á aquele que vai em direção aos objetivos da organização e que são coerentes com eles. Finalmente, a motivação tem uma dimensão de persistência. Esta é uma medida de quanto tempo uma pessoa consegue manter seu esforço. Os indivíduos motivados se mantêm na realização da tarefa até que os objetivos sejam atingidos (ROBBINS, 2005, p. 132). O que motiva determinado indivíduo, poderá não motivar os demais. Também ocorre em relação às recompensas, o que atraia e satisfaz um profissional, não necessariamente satisfará todos. Assim não apenas o dinheiro trará contento, questões como capacitação, aprendizado e evolução da carreira também tem influência. 2.3.2. Motivação e realização Pessoas motivadas buscam a realização, demostram interesse no seu desenvolvimento, na sua capacitação e na conquista de seus objetivos. Mesmo nos momentos críticos da rotina do trabalho, focam seus esforços na resolução das demandas, buscam alternativas viáveis para a solução de problemas. De acordo com Davis e Newstrom (1992, p. 47), “motivação para a realização é uma força que algumas pessoas têm para vencer desafios e obstáculos na busca de objetivos”. Ainda conforme Davis e Newstrom: Um certo número de características define um empregado orientado para a realização. Trabalham com mais afinco quando percebem que irão ter um crédito pessoal por seus esforços, quando existe apenas o risco moderado de fracasso e quando recebem um retorno específico pelo desempenho passado. Enquanto administradores tende a confiar em seus subordinados, receber e compartilhar abertamente ideias. Propor objetivos mais desafiantes e esperam que seus subordinados também se orientem no sentido da realização (DAVIS e NEWSTRON, 1992, p. 47-48) 34 2.3.3. Reconhecimento O reconhecimento pode ser um forte agente motivacional, empresas que percebem isto e aplicam esta prática utilizando seus próprios programas. A intenção de reconhecer o desempenho individual proporciona não apenas o sucesso do indivíduo, mas em conjunto o sucesso organizacional. Um exemplo a ser citado seria a homenagem perante toda a empresa dos colaboradores que tiveram mais desempenho em um determinado período, e juntamente a entrega de brindes. No entendimento de Robbins: Os programas de reconhecimento dos funcionários podem tomar diferentes formatos. Eles vão desde um “muito obrigado” espontâneo e em particular até programas formas explícitos, nos quais tipos específicos de comportamento são encorajados e os procedimentos para a conquista do reconhecimento são identificados claramente. O reconhecimento pode ser de várias formas. Você pode cumprimentar um subordinado em particular pelo seu bom desempenho. Pode também enviar um bilhete ou uma mensagem por e-mail com um elogio para algo positivo que o funcionário tenha feito. Para os funcionários com forte necessidade de aceitação social, o elogio pode ser feito em público. Para reforçar a coesão e a motivação dos grupos, pode-se celebrar o sucesso das equipes (ROBBINS 2005, p. 162). Esta forma de motivação que estimula o compromisso do indivíduo é uma estratégia que busca não somente o ganho organizacional, mas também o individual, pois a questão salarial deixa de ser vista de forma isolada e a atenção é voltada para o bem estar dos colaboradores. Uma empresa não se torna competitiva apenas pela quantidade que produz, mas é necessário produzir mais com custos menores e com alto nível de qualidade e é este o principal objetivo do reconhecimento. 2.4. Programa de remuneração variável Com a competitividade que as organizações estão envolvidas, não basta apenas oferecer remuneração fixa, pois uma forma de incentivar o colaborador consiste em dispor de um programa de remuneração variável. Para que sejam alinhados os objetivos individuais em relação aos objetivos organizacionais e o alcance dos mesmos garante um plus na remuneração mensal. 35 Desta forma para Robbins (2005) o diferencial desta forma de remuneração é que em vez de pagar apenas pelo cargo exercido ou pelo tempo de casa, um percentual poderá ser recebido com base na medida do desempenho individual ou organizacional. Portanto o valor a ser recebido será variado conforme o desempenho alcançado. Este tipo de remuneração produz nos indivíduos ambição de esforço a fim de alcançar o que foi proposto, e consequentemente produz sentimento de reconhecimento dentre os indivíduos, assim segundo Robbins (2005, p. 193), “com o passar do tempo, os funcionários começam a perceber que aqueles que têm melhor desempenho desfrutam de uma remuneração maior”. Um dos programas utilizados é o plano de remuneração por unidade de produção, neste exemplo a remuneração é oferecida conforme a quantia que for produzida, em alguns casos o colaborador irá receber apenas a quantia que produzir. Em outros casos recebe um salário fixo e é acrescentado pelo que for produzido, assim incentiva os trabalhadores a produzir cada vez mais. Outro programa seria o plano de participação nos lucros, onde o indivíduo receberia um percentual em relação ao lucro da organização. Já o plano de participação nos resultados, é um dos mais utilizados recentemente, que proporciona ao colaborador receber certo valor em dinheiro, este oriundo do atingimento do planejado para determinado período. Esta remuneração de fato proporciona motivação entre os indivíduos, pois é o esforço empregado para o atingimento dos objetivos é reconhecido (ROBBINS 2005). A remuneração pode ser considerada uma estratégia de gestão de pessoas, claro que se usada de forma correta, não basta apenas escolher um programa de remuneração e aplicá-lo em qualquer organização, é preciso realizar um estudo da viabilidade da estrutura do programa que seja compatível com a necessidade da mesma. Um programa de remuneração que não atenda as necessidades da organização pode trazer resultados negativos, pois ao invés de contribuir com a motivação, desmotivará alguns indivíduos. Outro aspecto que deve ser levado em conta, segundo Robbins (2005) é expectativa dos colaboradores, pois a remuneração é variável desta forma, é preciso ter cautela e não acreditar que será garantido o recebimento de determinado valor pelo mesmo período, sendo que alguns já se programam e investem o valor mesmo antes de receber. Segundo Robbins (2005, p.194), “com as recompensas vinculadas ao desempenho da equipe, os funcionários fazem esforços extras para ajudar no sucesso de suas equipes”. Portanto a remuneração variável traz vários benefícios para a organização, não somente em 36 relação à motivação individual, mas ela proporciona a união da equipe, pois o individualismo não é a essência do programa e sim o espírito de equipe, a ética e a transparência. Atualmente muitas empresas já adotam um plano de remuneração variável, pois se constatou que sua utilização resulta em um poder motivacional de grande potência. Um detalhe importante trata-se da forma que será avaliado o desempenho da equipe, este processo precisar ser esclarecido e exemplificado aos envolvidos, isso proporciona uma melhor comunicação entre gerencia e colaboradores e transparência no programa aplicado. 2.4.1. Programa de remuneração por habilidades e competências Sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo, as empresa precisam buscar seus diferenciais, sendo assim a remuneração por habilidade possibilita o constante desenvolvimento dos indivíduos, bem como o aperfeiçoamento de suas competências. Segundo Robbins (2005, p. 196), “além de estimular os trabalhadores a ampliarem seu leque de competências, esses planos trazem outros benefícios”. Para colaborador atual não basta apenas desempenhar sua rotina diária, executando a mesma tarefa sem analisar o impacto que a mesma tem para o conjunto, é fundamental seu desenvolvimento contínuo, tornando-se um funcionário flexível e que venha a agregar valor a empresa. Para Robbins (2005, p. 196), os programas “facilitam a comunicação dentro das organizações, por que as pessoas passam a entender melhor o trabalho da outras”. O conhecimento técnico, ou seja, a habilidade é primordial na vida profissional, mas as competências tem um grande destaque, pois são elas que os tornam diferenciados dos demais. Competências esta ligada ao comportamento individual, ou seja, as atitudes e a postura do indivíduo frente à empresa, em relação à execução de suas tarefas, e o comprometimento que apresenta. Dessa forma, as competências que serão trabalhadas com cada indivíduo são definidas e alinhadas em conjunto às estratégias da organização com a finalidade de alcançar os objetivos propostos. 37 2.5. Fatores de estresses Com um ambiente cada dia mais competitivo, as organizações tornam-se um ambiente gerador de estresse, o que geram vários tipos de desgastes físicos e emocionais. Segundo Cohen e Fink: Em qualquer estágio da vida, o estresse pode afetar o desempenho. Os que experimentam muito pouco estresse podem não pôr em ação o melhor de sua atenção e energia, os que sofrem demais podem ficar paralisados, repetir comportamentos inúteis ou dispersar seus esforços (COHEN e FINK 2003, p.189). Identificar os sintomas de estresses, através de alguns sinais é imprescindível, podese observar que a pessoa se mostra irritável, não se concentra no trabalho, perde os prazos, não se relaciona socialmente, etc. Já outros aspectos podem ser ocultos, como ansiedade, perturbações estomacais, dor de cabeça, exaustão, distração ao exercer as tarefas. Desta forma, segundo Cohen e Fink (2003), fica por parte da empresa a responsabilidade a preocupação em relação este fator, pois além de desenvolver pessoas e supervisionar a execução de tarefas, os colaboradores se desenvolvem como indivíduos totais, não apenas como fazedores de tarefas. 2.6. Satisfação quanto aos colegas de trabalho Para Robbins (2005, p. 74), “o trabalho requer a convivência com colegas e superiores, a obediência a regras e políticas organizacionais, o alcance de padrões de desempenho”. Trabalhar em grupo, e gerenciar um grupo não são tarefas fáceis, elas exigem muita atenção nas atitudes e reações de cada indivíduo, pois se conflitos começarem a ocorrer um intermediador precisa estar atento pois em um grupo que não exista união dificilmente terá sucesso. A relação entre colegas de trabalho é um fator importante que precisa ser gerenciado, pois uma organização precisa estar engajada a fim de atingir os objetivos propostos. Um ponto principal é a cordialidade entre os indivíduos, tratar os colegas com respeito e educação é um grande passo para que haja uma convivência harmoniosa. Para Davis e Newstrom (1992, p.16), “as pessoas encontram maior satisfação no trabalho quando existe cooperação e trabalho em equipe. Elas estão aprendendo, crescendo e contribuindo”. 38 Os indivíduos devem ter maturidade suficiente para saber separar a vida pessoal da profissional, para que suas atitudes não venham a gerar conflitos, um diálogo de forma aberta é um meio para uma relação estável. Ser comprometido com a organização contribui para as relações organizacionais, assim desempenhar sua função da melhor forma, sempre sendo transparentes nas suas atitudes influência no nível de satisfação com os colegas. 2.7. Satisfação com o salário Satisfação com o salário sempre será um item em discussão, pois os colaboradores em sua opinião sempre poderia ganhar um pouco mais do que ganha atualmente, já para o empregador pagar mais seria um custo elevado. Robbins 2005, “a motivação será alta à medida que as recompensas recebidas pela pessoa, por seu bom desempenho, satisfazerem as suas necessidades dominantes coerentes com suas metas individuais” (p.171). A empresa precisa estabelecer metas para o grande grupo, afim de todos se unirem em busca do sucesso. Traçar metas individuais, pois assim o indivíduo se sente disposto a se desenvolver em busca de resultados positivos que irão gerar resultados em sua remuneração. O salário é sem dúvida um dos fatores de motivação, fica nas mãos da organização a responsabilidade de estruturar as faixas salarias e deixar claro aos colaboradores para que possam se desenvolver a fim de atingir e elevar sua remuneração. Caso a empresa não esteja atenta a esse fator certamente contribuirá de forma negativa ao nível de comprometimento de seus colaboradores. Entre os profissionais existe a perspectiva de progresso salarial, esse fator influência na escolha da empresa para atuar. 2.8. Satisfação com a chefia A relação entre organização e empregado primeiramente precisa ser de respeito, de ambos os lados, a partir daí será construído as demais relações necessárias para a convivência. Um gestor que atua de forma correta com seus colabores, vai garantir por parte deles um maior comprometimento. Segundo Robbins (2005, p. 78), “se você não vê justiça em seu chefe, nos procedimentos da empresa ou na sua política de remuneração, sua satisfação com o trabalho decai consideravelmente. Entretanto quando você percebe que os processos e resultados da empresa são justos, a confiança é criada”. 39 A interação entre chefia e subordinado contribui significativamente com o alcance de resultados, um diálogo aberto, com troca de opiniões e conhecimentos influência em um bom relacionamento. Um mau relacionamento é um dos influenciadores de demissão, é preciso ficar atento a atitudes que cultivam um bom convívio, de um lado o chefe espera esforço por parte do colaborador, do outro lado o profissional aguarda reconhecimento dos resultados. Assim os feedbacks são essências neste relacionamento, pois cultiva o diálogo e contribui para o desenvolvimento individual e organizacional através da construção de estratégias. 2.9. Satisfação com a natureza do trabalho A maioria das pessoas escolhe a sua profissão, e muitas se sentem orgulhosas do que fazem. Mas nem todos tem a oportunidade de escolher seu caminho, por força do destino começam a trabalhar em um ramo e neste ficam até o final de sua carreira. Primeiramente é necessário gostar de seu trabalho, não somente da empresa, mas de sua atividade, aquilo que o indivíduo se propõe há realizar todo dia. Para Davis e Newstrom (1992, p. 126), “quando os empregados estão insatisfeitos em seus cargos e tais sentimentos são fortes e persistentes, torna-se necessário compreender que impacto isto pode ter em seus comportamentos subsequentes”. Quando um colaborador já não está mais satisfeito com a natureza de seu trabalho, passa a não ter mais ânimo em desempenhar tal função, este sentimento produzirá atitudes negativas para a empresa. Conforme Davis e Newstrom (1992, p. 126), “a preocupação é determinar se o empregado insatisfeito irá mais provavelmente falta ou chegar tarde, ou então reduzir os níveis de produtividade, cometer furtos ou demitir-se da organização”. 2.10. Satisfação com as promoções Dentro de uma organização a palavra promoção é uma das mais esperadas dentre os colaboradores, mas para que ela ocorra esperasse um desempenho de qualidade do indivíduo, esta seria a percepção da maioria, onde a promoção seria consequência do merecimento. Um fator que é percebido no mercado, segundo Robbins (2008), no que diz respeito à prática da promoção é a questão da promoção justa, ou seja, ela ocorrer após um desempenho individual, de habilidades, e atitudes diferenciadas do profissional. 40 Segundo Robbins (2005, p. 17), “se a empresa tiver um sistema de recompensas percebido pelos funcionários como algo pelo qual “vale a pena” ter um bom desempenho, essas recompensas vão reforçar e encorajar a continuação do bom desempenho”. Desta forma o indivíduo seria instigado a buscar desenvolvimento. As promoções dentro de uma organização contribuem para que um colaborador venha a ter motivação para desenvolver-se em busca de novos desafios. Essa motivação segundo Davis e Newstrom: Quando a administração leva em conta o comportamento organizacional, o faz tentando desenvolver um melhor empregado, como também querendo desenvolver uma pessoa melhor em termos de crescimento e realização assim não só o empregado terá ganhado, mas principalmente a empresa, pois além de elevar o nível de qualidade e desempenho terá ao seu lado um profissional competente e comprometido (DAVIS e NEWSTROM 1992, p.10). Ao promover um colaborador, este deve ter o conhecimento necessário, mas principalmente atitudes percebidas pela gestão, de que sua nova posição produzirá efeitos positivos para a empresa. Desta forma, não apenas o colaborador acaba por ser motivado, em outras palavras acaba ganhando, mas a empresa também sentirá os reflexos no seu desenvolvimento. 41 3. METODOLOGIA Os procedimentos metodológicos deste estudo foram divididos em quatro etapas. No primeiro momento realizou-se a classificação do estudo, em seguida o universo amostral, em um terceiro momento os índices resultantes da coleta de dados e para finalizar a análise de dados. 3.1. Classificação do estudo Esta pesquisa quanto à natureza define-se como uma pesquisa aplicada: Visa a gerar conhecimentos para aplicação prática voltadas à solução de problemas específicos da realidade. Envolve verdades e interesses locais. A fonte das questões de pesquisa é centrada em problemas e preocupações das pessoas e o propósito é oferecer soluções potenciais para os problemas humanos. A pesquisa aplicada refere-se à discussão de problemas, empregando um referencial teórico de determinada área de saber, e à apresentação de soluções alternativas (apud TEIXEIRA, ZAMBERLAN e RASIA, 2009, p.112). Segundo Vergara (2004) propõem-se dois critérios para classificar o tipo de estudo, ou seja, quanto aos fins, os quais determinam a maneira como o estudo é realizado e quanto aos meios, os quais determinam os meios utilizados para a realização da pesquisa. Este estudo estrutura-se quanto aos fins em pesquisa Exploratória e pesquisa Descritiva. Uma pesquisa pode ser considerada de natureza exploratória quando tem se o objetivo de aprofundar-se em um assunto ou temática de modo a torná-lo mais claro. Este tipo de pesquisa tem como finalidade a proposição de ideias ou de métodos, lembrando que não necessariamente venham a ter efetividade, assim será avaliado entre as teorias e conceitos existentes qual melhor que ira adaptar-se ao problema, ou questão de estudo. Segundo Gil: Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado (GIL 2010, p. 27) Uma técnica normalmente utilizada em pesquisas exploratórias são os estudos de casos, sendo este o estudo de um fenômeno complexo, quando o conhecimento do investigador é reduzido, busca-se o de levantamento de dados qualitativos e quantitativos. 42 Já a pesquisa descritiva tem como objetivo principal identificar, registrar e analisar as informações obtidas. Neste tipo de pesquisa não ocorre interferência do investigador, apenas se descobre os dados e como ocorrem dentro de um sistema, é possível citar pesquisa mercadológica e de opinião como exemplos de pesquisas descritivas. A pesquisa exploratória se fez necessário para identificar o nível de satisfação dos colaboradores da empresa MetalBauer, foi realizada a coleta de dados para processamento de informações fundamentais com a intenção de atingir o objetivo proposto. Conforme Gil: A pesquisa descritiva têm como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis. São em grande número as pesquisas que podem ser classificadas como descritivas e a maioria das que são realizadas com objetivos profissionais provavelmente se enquadra neste categoria (GIL 2010, p.27): Quanto aos meios, ou seja, os procedimentos técnicos do estudo se dividem em: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa de campo e estudo de caso. A pesquisa bibliográfica, “abrange todo o referencial teórico já tornado público em relação ao tema de estudo, como publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses” (LAKATOS; MARCONI, apud TEIXEIRA, ZAMBERLAN E RASIA, 2009, p.118). Pesquisa documental de modo geral, são documentos e/ou materiais que ainda não foram analisados, mas que, de acordo com a questão e objetivos da pesquisa, podem ter valor científico. Em relação à pesquisa de campo: Esta estratégia de pesquisa procura muito mais o aprofundamento das questões propostas do que a distribuição das características da população, segundo determinadas variáveis”. Apresenta maior flexibilidade, podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam reformulados ao longo da pesquisa. É desenvolvida no próprio local em que ocorrem os fenômenos, utilizando-se técnicas de observação direta. (GIL, apud TEIXEIRA, ZAMBERLAN e RASIA, 2009, p.118). Estudo de caso conforme Gil (2010, p. 37), “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados”. O método propõe ao investigador definir uma situação ou um problema relacionado ao meio organizacional, assim parte-se para uma avaliação do caso, em seguida propor 43 soluções e por fim fazer uma avaliação dos resultados mais produtivos. Cabe ao investigador à tarefa de propor as soluções após ter identificado as etapas do processo. Quanto à abordagem esta pesquisa classifica-se como uma pesquisa qualitativa e quantitativa: Pesquisa Qualitativa, defende que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são requisitos básicos no processo de pesquisa qualitativa. Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o emprego de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.). MINAYO (1994), GIL (1999), SILVA E MENEZES (2001, p. 20), OLIVEIRA (1997, p. 115-117) e RICHARDSON et al (1985, p. 29-46) (apud Teixeira, ZAMBERLAN e RAISA, 2009, p. 113). 3.2. Universo amostral O universo amostral deste estudo são os colaboradores da empresa MetalBauer da cidade de Panambi-RS. “Uma população é o agregado, ou a soma, de todos os elementos que compartilham algum conjunto de características comuns, conformando o universo para o problema da pesquisa” (apud Teixeira, Zamberlan e Rasia, 2009, p. 158). Os participantes que responderam o questionário foram profissionais de diversas áreas. Atualmente a organização conta com um quadro total de 61 colaboradores. A amostra para análise dos dados trabalhada foi de aproximadamente 33%, ou seja, 20 respondentes. 3.3. Coleta de dados Segundo Malhotra (2001), questionário é um conjunto formal de perguntas cuja finalidade é obter informações dos entrevistados. “Um bom questionário é aquele capaz de coletar os dados necessários para atingir os objetivos específicos da pesquisa. As perguntas devem estar diretamente relacionadas ao propósito do projeto” (apud Teixeira, Zamberlan e Rasia, 2009, p. 154). O questionário aplicado aborda questões sobre a satisfação dos colaboradores com relação aos colegas, ao salário, a chefia, a natureza do trabalho e às promoções. A fim de apresentar características dos entrevistados, sem citar o nome, foram abordadas as variáveis 44 de gênero, idades, estado civil, tempo de trabalho, grau de escolaridade e tempo de atuação na empresa. Questionário, com questões fechadas baseadas no modelo de Siqueira (2008) Anexo A. A escala de satisfação no trabalho é uma medida multidimensional, construída e validada com o objetivo de avaliar o grau de contentamento do trabalhador frente a cinco dimensões do seu trabalho. O grau ou nível de contentamento será apresentado a partir de cinco dimensões, sendo elas satisfação com os colegas de trabalho (cinco itens), satisfação com o salário (cinco itens), satisfação com a chefia (cinco itens), satisfação com a natureza do trabalho (cinco itens) e satisfação com as promoções (cinco itens). Em relação à interpretação quanto maior o grau, maior será o índice de satisfação, sendo 1 a 3,9 sinalizam insatisfeito, de 4 a 4,9 indiferença e de 5 a 7 satisfeito. Os entrevistados tiveram 7 opções de respostas, sendo para cada pergunta uma resposta, onde 1 representa totalmente insatisfeito, 2 muito insatisfeito, 3 insatisfeito, 4 indiferente, 5 satisfeito, 6 muito satisfeito e 7 totalmente satisfeito. Abaixo segue conceito da escala: Na escala de Likert as respostas para cada item variam segundo o grau de intensidade. Essa escala com categorias ordenadas, igualmente espaçadas e com mesmo número de categorias em todos os itens, é largamente utilizada em pesquisas organizacionais que investigam as práticas da GQT (Gestão pela Qualidade Total) (SARAPH et al., 1989), (BADRI, 1995), (TAMIMI, 1995) e (ALEXANDRE, 2001a). Os questionários foram entregues ao departamento humano, que distribuiu entre os colaboradores da empresa, o período destinado a responder foi de 06 a 14 de março 2014. Cabe a observação que foi esclarecida que não seria necessário o preenchimento do nome dos participantes apenas os dados que foram solicitados. 45 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS O capítulo abaixo apresenta a análise dos dados. “A fase do tratamento do material leva o pesquisador à teorização sobre os dados, o que gera o confronto entre a abordagem teórica anterior e o que a investigação de campo revela de singular como contribuição” (apud Teixeira, Zamberlan e Rasia, 2009, p. 169). A fim de realizar as análises e interpretação dos dados quantitativos foi utilizada uma escala de satisfação no trabalho-EST Anexo B, codificados com o uso do programa Excel, e são apresentados em forma de gráficos para posterior análise dos índices apurados. A escala de satisfação deve ser computada em cinco escores médios Siqueira (2008). Assim, “o cálculo de cada escore médio será obtido somando-se os valores assinalados pelos respondentes em cada um dos itens, e a seguir divide-se este valor pelo número de itens da dimensão”. A soma deve ser divida por cinco, estes dados representaram o nível de satisfação e qualidade no ambiente de trabalho. 4.1. Histórico e caracterização da organização1 A Metalbauer foi fundada em 15 de outubro de 1987, pelo senhor Adilo Bauer. É uma empresa de pequeno porte, localizada na Rua Professor Felizardo, nº 212, no Bairro Jardim Paraguai, na cidade de Panambi no Rio Grande do Sul. Possui ainda uma filial de atendimento em Rio Verde no estado de Goiás, sendo atuante no mercado nacional e países do Mercosul. Empresa familiar, atualmente administrada por seus fundadores Cláudio Bauer, Clarice Bauer de Oliveira e Gladis Bauer do Nascimento, filhos do Sr. Adilo. Conta atualmente com 61 colaboradores. 1 Histórico fornecido pela empresa 46 Figura 3 - Foto da empresa Fonte: Departamento Financeiro da empresa MetalBauer Atua no ramo metal-mecânico, produzindo peças de reposição da linha agrícola utilizadas em máquinas colheitadeiras na separação e limpeza de grãos. Seus principais clientes são empresas montadoras de implementos agrícolas e rodoviários, e proprietários rurais de pequeno, médio e grande porte. Os referenciais estratégicos definidos pela organização são: Objetivos: “Contribuir para o resultado final de seus clientes e máxima rentabilidade de seus sócios.” Missão: “Crescer de maneira sustentável atendendo nossos clientes com qualidade.” Visão: “Produzir produtos desenvolvidos tecnologicamente para atender nossos Clientes.” Política da qualidade: “Produzir produtos competitivos obtendo lucro e satisfação dos clientes, através do desenvolvimento dos colaboradores e melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade.” Objetivos da qualidade: satisfazer os Clientes; desenvolver a competência dos colaboradores; obter Lucro; melhorar continuamente o Sistema de Gestão da Qualidade. A Metalbauer está no mercado a mais de 20 anos. Inicialmente, sua atividade era voltada apenas para conserto de peneiras. Com o passar dos anos, fez-se necessária à aquisição de mais equipamentos e máquinas para o desenvolvimento da empresa. Com o avanço na área mecânica e com a demanda crescente, a organização passou a atender a outras necessidades de seus clientes, passando a produzir novas peças e produtos. Isto gerava a necessidade de ampliação do espaço físico bem como investimento em tecnologia que permitisse ganho de escala. 47 Assim a empresa deixava de ser apenas uma microempresa, e vinha em constante crescimento, ganhando destaque entre os concorrentes. Atualmente, produz e industrializa peças para diversas marcas de máquinas colheitadeiras, nacionais e importadas. Especializouse no segmento de separação e limpeza de grãos, isto é, peneiras, saca palhas, bandejões e caixas de peneiras. A carteira de clientes são basicamente agricultores, cooperativas, indústrias e distribuidoras de peças agrícolas. A organização atua em todo o território brasileiro e parte da América Latina, em países como Paraguai e Bolívia. Atualmente conta com uma equipe de 61 colaboradores, conforme demonstrado no Quadro 1: Quadro 1 - Número de Funcionários da MetalBauer AJUDANTE DE PRODUÇÃO AJUDANTE GERAL AUDITOR DE QUALIDADE CONSULTOR DE VENDAS CONTROLLER DESENHISTA DESENHISTA PROJETISTA FATURISTA FERRAMENTEIRO LÍDER FERRAMENTARIA MONTADORA DE PENEIRAS OPERADOR DE GUILHOTINA OPERADOR DE MÁQUINA LASER OPERADOR DE PRENSA OPERADOR DE PRENSA VIRADEIRA ORÇAMENTISTA PINTOR SÓCIO SUPERVISOR DE PRODUÇÃO SOLDADOR VENDEDOR TOTAL 11 2 1 1 2 1 3 1 4 1 2 1 4 2 3 1 2 3 1 13 2 61 Fonte: Departamento Recursos Humanos da empresa MetalBauer O quadro acima apresenta um número maior na função de ajudante de produção com 11 colaboradores e 13 soldadores, as demais se encontram na faixa de 1 a 4 colaboradores, isto se da em função da área de atuação da empresa que trabalha no ramo metal mecânico. 48 Abaixo na Figura 4 está demonstrado o organograma da empresa, sendo o pai o diretor e os filhos gerentes. Por tratar-se de uma empresa familiar, a estrutura de hierarquia se mantem ao longo dos anos. Figura 4 - Organograma da empresa MetalBauer DIRETOR Adílo Bauer Gerente Administrativo Gerente Financeiro Gerente Custos Gerente Processos Gladis Nascimento Clarice Oliveira Cláudio Bauer Cláudio Bauer Fonte: Departamento Recursos Humanos da empresa MetalBauer Nesta trajetória de constante crescimento, a empresa busca desenvolver-se, aprimorando seus produtos e acompanhando as inovações tecnológicas do mercado que atua, ou seja, mercado agrícola. Assim na atualidade possui três produtos patenteados: • Sistema de peneiras aperfeiçoado para colheitadeiras de grãos – atribuído o número de registro de patente MU8303321-5; • Bandejão aperfeiçoada para colheitadeiras de grãos – atribuído o número de registro de patente MU8303402-5; • Saca palha de alto rendimento para colheitadeiras – atribuído o número de registro de patente MU8500965-2 Outra conquista a ser destaca, refere-se à Certificação ISO 9001, alcançada após atingir o aprimoramento de seus processos, garantindo maior confiabilidade junto a seus clientes. 49 4.2. Caracterização e perfil da amostra Em relação à caracterização da amostra, abaixo será apresentado os dados coletados da variável gênero, idade, estado civil, tempo de serviço na instituição e tempo de serviço no cargo. Dentre as resposta dos 20 questionários respondidos, 14 são do gênero masculino e 6 do gênero feminino, equivalente a 70% e 30% respectivamente, com base no Gráfico 1 e na relação fornecida pela área de recursos humanos confirma-se que a maioria dos colaboradores que hoje atuam são do gênero masculino. Gráfico 1 - Gênero Analisando o Gráfico 2, onde apresenta-se o percentual da faixa etária da empresa, obteve-se o maior percentual na faixa etária de mais de 40 anos, este um total de 50% das pessoas. Em seguida um percentual de 40% na faixa de 31 a 40 anos correspondentes a 8 pessoas e em menor concentração sendo de 10% entre a faixa dos 22 aos 30 anos, 2 pessoas respectivamente. 50 Gráfico 2 - Faixa etária De acordo com o gráfico 3 - estado civil, observa-se um percentual maior em relação a casados ou em união estável, este 80%, ou seja, 16 indivíduos. Na sequência tem-se 15% dos entrevistados que são solteiros, correspondentes a 3 indivíduos, e por último um percentual de 5% que não responderam, ou seja 1 indivíduo. Gráfico 3 - Estado Civil O gráfico 4 a seguir apresenta o nível de escolaridade dos entrevistados. O percentual maior concentra-se na escolaridade ensino médio respectivamente 50%, correspondente a 10 51 indivíduos. Ensino fundamental um percentual de 25% correspondentes a 5 indivíduos, superior incompleto correspondente a 20% sendo 4 indivíduos e 5% superior completo correspondente a 1 indivíduo. Gráfico 4 - Nível de escolaridade 50% 25% 20% 5% ensino médio ensino fundamental superior incompleto superior completo Em relação ao cargo atual gráfico 5, atuam como operador de máquina e auxiliar de produção um percentual de 20% para cada função. Na função de vendedor e soldador 15%, respectivamente. Na atividade de ferramenteiro e pintor, um percentual de 10% para cada função, e por fim 5% como ferramenteiro e 5% que não respondeu. 52 Gráfico 5 - Cargo atual 20% 20% 15% 15% 10% 10% 5% 5% Analisando o Gráfico 6, que demonstra o tempo de serviço na instituição, 40% ou seja 8 colaboradores trabalham até 2 anos na organização. Já entre 3 e 10 anos são 30%, um total de 6 colaboradores. Na faixa de 11 a 17 anos um total de 25%, correspondente a 5 colaboradores, e 1 que não respondeu. Gráfico 6 - Tempo de serviço na instituição O Gráfico 7 exibe o percentual de tempo de serviço no cargo. A faixa de até 2 anos no cargo corresponde a 45% dos colaboradores. Entre 3 a 10 anos um total de 30% colaboradores. No período de 11 a 17 anos são 20%, e 5% dos participantes não responderam. 53 Gráfico 7 - Tempo de serviço no cargo Ao analisar o gráfico de tempo de serviço na instituição em relação ao gráfico tempo de serviço no cargo, percebe-se que a variação de percentual é baixa. Ou seja, os colaboradores permanecem por um bom tempo na organização na mesma função. 4.3. Sistematização das informações de satisfação dos colaboradores da MetalBauer Este capítulo apresenta a análise dos resultados obtidos por meio do questionário composto pelas 25 questões. Dentre as questões foi abordado o tema satisfação no trabalho, o qual é apresentado através de cinco dimensões. As dimensões estudadas foram: satisfação quanto aos colegas de trabalho, quanto ao salário, quanto à chefia, em relação à natureza do trabalho e quanto às promoções, que cada dimensão é composta por cinco perguntas aleatórias. O Gráfico 08 apresenta a satisfação quanto aos colegas de trabalho, compreende as questões de número 1, 6, 14, 17 e 24, o resultado demonstra média de 5,5, significando satisfação dos colaboradores. 54 Gráfico 8 - Satisfação quanto aos colegas de trabalho Esta média demonstra que existe espírito de equipe dentre os colegas, estão satisfeitos com a maneira com que se relacionam, e esta relação proporciona amizade e cria laços entre os colaboradores. Deste modo este vínculo afetivo faz com que exista a confiança entre os colegas. Em seguida, o Gráfico 9, apresentam-se os índices em relação ao salário. Conforme média resultante de 4,2 verifica-se que os colaboradores estão indiferentes. Em relação às questões 5, 8, 15 e 21 a média é de indiferentes, já na questão 12 quando são questionados sobre o seu salário em relação ao custo de vida a média caia para 3,6, resultado indica insatisfação. 55 Gráfico 9 - Satisfação quanto ao salário O Gráfico 10 demonstra a satisfação em relação à chefia, o resultado da média de 4,6 significando indiferença. Ao analisar as questões que compõe esta dimensão de forma isolada percebe-se que a questão 22 onde se questiona em relação à maneira como o chefe me trata apresenta uma média de 5,0 esta de satisfação. Já em relação à maneira como meu chefe organiza o trabalho no meu setor, pergunta número 2, exibe a média de 3,9 estando assim insatisfeitos. O item sobre o interesse do meu chefe pelo meu trabalho na questão 9 demonstra média de 4,6, faixa da indiferença, bem como em relação a capacidade profissional do meu chefe com a mesma média. Gráfico 10 - Satisfação em relação à chefia 56 Quando questionados sobre a satisfação em relação à natureza do trabalho, os respondentes deveriam responder as questões 7, 11, 13, 18 e 23 que englobam a dimensão estudada no Gráfico 11, logo a média expressa um percentual de 4,9, esta de indiferença. Gráfico 11 - Satisfação em relação à natureza do trabalho Dentre esta dimensão percebe-se que a questão 7, referente o grau de interesse que as tarefas despertam resultou uma média de 5,1 demostrando assim satisfação neste item. Na questão seguinte onde se questiona a capacidade do chefe absorvê-lo a média encontrada foi de 4,7 o que representa indiferença. Na pergunta sobre a oportunidade em fazer o tipo de trabalho que é realizado a média obtida foi de 4,8 o que representa indiferença dos entrevistados nesta questão. Em relação às preocupações exigidas pelo meu chefe o índice demonstra satisfação com a média de 5,2. Na questão 23 que menciona a variedade de tarefas que são realizadas resultou uma média de 4,7, correspondente à indiferença. A satisfação em relação às promoções, as questões de referência desta dimensão foram a número: 3, 4, 10, 16 e 20. A média geral obtida neste item é de insatisfação, ou seja 3,8. 57 Gráfico 12 - Satisfação em relação às promoções Na pergunta que são questionados o número de vezes que já foram promovidos, a média de respostas resultou em 3,9 demonstrando insatisfação. Na próxima pergunta onde questionados sobre as garantias que a empresa oferecer a quem é promovido novamente mostra resultado de insatisfação sendo este média de 3,7. A questão de número 10 que questiona a maneira como a empresa realiza as promoções de seu pessoal apresenta média 4,2 sendo esta de indiferença. Ao questionar os colaboradores em relação às oportunidades de serem promovidos nesta empresa, a média resultou 3,6, correspondente a insatisfação. Por fim a questão de número 20 onde foram indagados em relação ao tempo de espera para receber uma promoção mais uma vez apresenta média de indiferença de 3,8. 4.4. Análise dos resultados de satisfação dos colaboradores da empresa MetalBauer Nesta etapa será exposta a análise dos resultados encontrados na pesquisa de satisfação dos colaboradores da empresa MetalBauer. Pesquisa esta composta por cinco dimensões sendo, satisfação quanto aos colegas de trabalho, satisfação quanto ao salário, satisfação em relação à chefia, satisfação em relação à natureza do trabalho e satisfação em relação às promoções. Representado no Gráfico 13 as médias das cinco dimensões de estudo, em seguida estão expostas as respectivas análises de cada média obtida. 58 Gráfico 13 - Gráfico Sistematizador dos Resultados de Satisfação De modo geral, a satisfação no trabalho na organização apresenta uma média de indiferença. De forma individual, a satisfação quanto aos colegas demonstra média de satisfação. Quanto ao salário, a chefia e a natureza do trabalho os colaboradores estão indiferentes. E em relação as promoção encontram-se insatisfeitos. 4.4.1. Satisfação quanto aos colegas de trabalho De acordo com o Gráfico 13, que apresenta a média de satisfação quanto aos colegas de trabalho, a pesquisa demonstrou uma média de 5,5, representando um resultado de satisfação. Isto demonstra que há contentamento na relação entre os colegas, existe confiança, espírito de equipe e cooperação. A convivência dentro de uma organização exige das pessoas que nelas atuam o condicionamento e seguimento de regras, e principalmente atitudes que promovam um relacionamento de cordialidade e respeito. Robbins (2005, p.74) destaca que, “o trabalho requer a convivência com os colegas e superiores, a obediência a regras e políticas organizacionais, o alcance de padrões de desempenho”. Trabalhar em um ambiente que cultiva a cordialidade propicia união entre os envolvidos, no caso de uma organização, contribui com o crescimento do negócio, juntamente com o atingimento de objetivos do colaborador. 59 Indivíduos trazem para o grupo suas características pessoais, como desejos, ideias, valores e experiências, e compartilham estes na empresa que atuam, onde transferem variadas percepções e peculiaridades. Este envolvimento agrega conhecimento na construção das relações dos indivíduos e proporciona união. Por outro lado, as diferentes concepções promovem a divergência de opiniões e visões, ocorrendo conflitos de ideias que precisam ser monitoradas por um intermediador. No entendimento de Davis e Newstrom (1992, p.27), “as pessoas também trazem com elas para a organização seus objetivos psicológicos, sociais e econômicos, os quais elas expressam individualmente e coletivamente”. Na mesma visão Robbins (2005), “os valores são importantes, pois ajudam a compreender as atitudes, os comportamentos e as motivações das pessoas e das diferentes culturas” (2008, apud PIZOLOTTO, et al, p. 31). Este papel de intermediar cabe ao administrador da empresa ou, conforme a estrutura organizacional, ao gestor imediato de cada área. Para o bom andamento de uma organização são vários os fatores que precisam ser analisados e monitorados, dentre as cinco dimensões estudadas a satisfação quanto aos colegas de trabalho tem importante relevância. As pessoas são essenciais para o andamento da empresa, e se nela atuassem colaboradores que fossem individualista, desrespeitosos e sem espírito de colaboração seria impossível existir convivência. A média obtida através do questionário demonstra contentamento por parte dos colaboradores com relação aos colegas de trabalho, explana o sentimento de colaboração que existe na organização. Assim, segundo Davis e Newstrom (1992 p. 16), “as pessoas encontram maior satisfação no trabalho quando existe cooperação e trabalho em equipe. Elas estão aprendendo, crescendo e contribuindo”. Complementando a ideia de Davis e Newstrom, (1992, p. 12), “as pessoas veem as organizações como um meio de ajudá-las a atingirem os seus objetivos, enquanto as organizações necessitam das pessoas para ajudarem na consecução dos objetivos organizacionais”. 4.4.2. Satisfação quanto ao salário Uma empresa que deseja ter em seu quadro funcional pessoas competentes e habilidosas precisa oferecer uma boa remuneração. No entanto, apenas o dinheiro não garante plena satisfação. Wagner III e Hollenbeck (1999, p. 5) explicam que “muitos especialistas 60 consideram atualmente as pessoas que formam uma organização como a fonte primeira de vantagem competitiva sustentável”. Um bom salário não deixa de ter sua relevância, mas outros fatores como relação com as colegas e com a chefia também tem influência. O fator remuneração é um assunto que promove muita discussão, pois para estabelecer o seu valor motivacional precisa avaliar outros fatores para se chegar a alguma definição. Neste sentido, é preciso atenção por parte das empresas ao definir seus planos de cargos e salários, pois os colaboradores estão atentos a essas práticas. Outro fator de responsabilidade da gerência é identificar as diversas necessidades, pois para Robbins (2005 p.201) “nem todo mundo é motivado por dinheiro”. Na mesma linha de pensamento, Wagner III e Hollenbeck (1999, p. 5) afirmam que “se a sua empresa emprega as melhores pessoas e é capaz de mantê-las, dispõe de uma fonte de vantagem competitiva, que dificilmente será alcançada por outras empresas”. Todos desejam dinheiro não apenas para suprir as necessidades fisiológicas e de segurança, mas com a finalidade de satisfazer as necessidades sociais e de autorealização. Assim, segundo Robbins (2005 p. 177) “a motivação será alta à medida que as recompensas recebidas pela pessoa, por seu bom desempenho, satisfazerem as suas necessidades dominantes com suas metas individuais”. Na empresa MetalBauer, o índice de satisfação no quesito salário alcançou um valor médio de 4,2. Este índice corresponde à indiferença por parte dos colaboradores, podendo ser avaliado de múltiplas maneiras. Uma maneira compreende que parte dos colaboradores está de acordo com o salário que recebe, em conformidade com a função desempenhada ou com seu desempenho. Por outro lado, parte dos colaboradores discorda com o salário recebido e comparado ao seu esforço no trabalho. 4.4.3. Satisfação com a chefia A qualidade na relação do colaborador com a chefia tem influência diretamente no comprometimento do funcionário com suas atividades. O comportamento de um líder frente a sua equipe de trabalho é fundamental para induzir a satisfação no trabalho. Suas práticas contribuem para a motivação da equipe e possibilita conquistar respeito e credibilidade entre os demais. A chefia traz consigo a responsabilidade de liderar o grupo com a finalidade de apresentar resultados positivos junto à gerência. Para isto é preciso manter um bom relacionamento com toda a empresa, ter atitudes de cordialidade e atenção. Para Davis e 61 Newstrom (1992, p. 130), “a administração necessita de informações a respeito da satisfação no trabalho dos empregados, de modo a tomar decisões pertinentes tanto no sentido de prevenir como no de resolver problemas com os funcionários”. Atitudes justas por parte do gestor despertam a confiança e proporciona o engajamento. Robbins (2005, p. 78) destaca que, “se você não vê justiça em seu chefe, nos procedimentos da empresa ou na sua política de remuneração, sua satisfação com o trabalho decai consideravelmente”. O líder deve ter um contato contínuo com os colaboradores, auxiliando o aperfeiçoamento das atividades diárias e no desenvolvimento do profissional. Davis e Newstrom (1992, p. 28) destacam que, “o resultado de um sistema eficaz de comportamento organizacional é a motivação que, quando combinada com as habilidades e capacidade do empregado, resulta na produtividade humana”. Outra função relativa ao cargo é o modo como organiza o trabalho do setor que é responsável. A distribuição das tarefas, ou seja, o delegar responsabilidades disponibiliza maior tempo ao gestor à dedicação de atividades de longo prazo e principalmente a planejamento estratégico. Ao delegar uma atividade de forma correta, faz com que o colaborador sinta-se valorizado, também estimula o desenvolvimento do profissional e contribui com o desenvolvimento de uma equipe qualificada. Robbins (2008, p. 21) traz a concepção que, “umas das principais preocupações no estudo do comportamento organizacional é a produtividade. Precisamos descobrir quais são os fatores que influenciam na eficiência e a eficácia dos indivíduos, dos grupos e da organização como um todo”. A relação que o gestor mantem com seus colaboradores terá impacto na satisfação em trabalhar em determinada organização. Parte-se do princípio que as pessoas passam boa parte do seu dia dentro da empresa. Desta forma, Robbins (2008, p. 14) destaca que “o desafio para as organizações, portanto, é conseguir acomodar os diferentes grupos de pessoas, atendendo aos seus diferentes estilos de vida, necessidades familiares e modos de trabalhar”. 4.4.4. Satisfação em relação à natureza do trabalho Determinar a natureza do trabalho que será realizado por todos os dias é uma responsabilidade de cada indivíduo, pois caso não esteja satisfeito com o tipo de atividade exercida não será a empresa a culpada por isto. Um profissional deve ser maduro suficiente para identificar que não esta mais feliz com o ramo escolhido. Não é justificável descontar suas frustações na organização que atua. 62 A escolha da profissão para alguns não é uma tarefa fácil, quando jovens se reflete qual a carreira a seguir. Definir a profissão a percorrer é uma escolha para vida, pois uma escolha incorreta reproduzir para o indivíduo no futuro uma frustação. A dimensão satisfação em relação à natureza do trabalho resultou na média 4,9, está significando indiferença. Ao analisar detalhadamente as questões que correspondem a esta dimensão verifica-se que em relação ao grau de interesse que as tarefas despertam o índice de 5,1 demostra satisfação. O interesse pelas tarefas exercidas contribui para o desempenho individual, bem como afeta o desempenho da organização. A motivação será responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços. No âmbito organizacional estes elementos agregam resultados positivos, pois as atitudes do colaborador beneficiaram a empresa, pois manterá seu foco nos objetivos que deve alcançar (Robbins, 2005). O desempenho de um profissional esta ligado aos objetivos que a ele foram propostos. Robbins (2008, p. 62) explica que, “comprometimento organizacional é definido como a situação em que o trabalhador se identifica com uma empresa e seus objetivos, desejando manter-se parte dessa organização”. A fixação de objetivo contribuirá com o melhoramento do desempenho do indivíduo, pois acaba estimulando a fazer o seu melhor. Para Robbins (2005), a proposta de estabelecer objetivos deve ser conduzida de forma correta para alcançar resultados positivos. Para um desempenho eficiente, o colaborador precisa ter o entendimento do que a empresa espera dele, e assim aceitar os objetivos propostos. Esta ferramenta auxilia a organização na avaliação, por exemplo, da produtividade. A pergunta 18 questiona em relação às preocupações exigidas pelo chefe também obteve resultado de 5,2 correspondente à satisfação. O empenho que o colaborador tem com a empresa contribui com o comprometimento que executa as atividades. Robbins (2005, p. 61) argumenta que, “os funcionários com alto nível de envolvimento com o trabalho se identificam profundamente com ele e, realmente, preocupam-se com o tipo de trabalho que realizam”. Na organização são variadas as tarefas que precisam ser executadas. Dentre as diversas áreas, alguns atuam em cargos de gerência e os demais em área da produção. No caso da empresa MetalBauer, a sua existência depende essencialmente da produção. Robbins (2005), explica que há tarefas repetitivas que necessitam ser realizadas, e que não podem ser alteradas, tornando-as não muito desafiadoras. Davis e Newstrom (1992, p. 11) explicam, “todo trabalho, embora simples, dá direito à pessoa que o realiza um respeito adequado e reconhecimento de suas aspirações e habilidades”. Na mesma linha de pensamento, Wagner 63 III e Hollenbeck, (1999, p. 142), “a satisfação no trabalho é um estado emocional agradável que resulta da percepção de que o trabalho ajuda a pessoas atingir os resultados valorizados”. A pergunta 23 questiona em relação à variedade de tarefas que se realiza, esta obteve média de 4,7 corresponde à indiferença. Sendo necessária diariamente a execução da mesma atividade, Robbins (2005, p. 202) destaca que “isso deixa poucas opções, pode-se não ter muito que fazer, além de criar um bom clima de trabalho para tornar tolerável uma situação desagradável”. 4.4.5. Satisfação em relação às promoções No contexto atual, promover um colaborador dentro das organizações deve ocorrer de forma estratégica. As promoções contribuem para a motivação profissional, instiga a busca pelo conhecimento. Consequentemente colabora para o atingimento dos objetivos organizacionais. Assim para Robbins (2005, p. 76), “qualquer que seja o nível de satisfação, os funcionários de melhor desempenho tendem mais a permanecer na organização, porque recebem reconhecimento, elogios e outras recompensas que os levam a ter vontade de continuar no emprego”. Para a organização definir quem será promovido é um desafio. As medidas que a empresa adota para realizar promoções devem ser definidas e estruturadas, pois ao promover um colaborador este deverá demonstrar competências para ocupar a função e desempenhá-la de maneira eficiente. Uma promoção contribui para a motivação em busca de novos desafios. Dentre as cinco dimensões, a satisfação com as promoções foi à única que obteve média de insatisfação, ou seja, 3,8. A insatisfação ocorre com o número de vezes que os colaboradores são promovidos, com as oportunidades e com o tempo de espera para receber uma promoção. A maneira como a empresa realiza as promoções impacta na percepção dos demais colaboradores. Quando questionados em relação à maneira como são realizadas as promoções de seu pessoal, na questão 10, obteve média de indiferença. Segundo Robbins (2005, p. 17), “se a empresa tiver um sistema de recompensas percebido pelos funcionários como algo pelo qual “vale a pena” ter um bom desempenho, essas recompensas vão reforçar e encorajar a continuação do bom desempenho”. Portanto para, Davis e Newstrom, (1992, p. 10) “quando a administração leva em conta o comportamento organizacional, o faz tentando desenvolver um melhor empregado, 64 como também querendo desenvolver uma pessoa melhor em termos de crescimento e realização”. Conforme Robbins (2008), nas organizações promoção é algo muito esperado, dentre os colaboradores esperasse que ela ocorra de forma justa. Seria uma consequência do merecimento, após um desempenho individual de habilidades, conhecimentos e atitudes diferenciadas. Na mesma visão, Davis e Newstrom (1992, p. 47). “um certo número de características define um empregado orientado para a realização. Trabalham com mais afinco quando percebem que irão ter um crédito pessoal por seu esforços”. A busca por aprimoramento técnico e desenvolvimento de habilidades com a finalidade de alcançar destaque entre os demais colegas de trabalho, e receber uma promoção traz benefícios para a empresa. Possuir colaboradores qualificados agrega valor à organização. Para o colaborador ser reconhecido pelo seu esforço e dedicação, resultando em uma promoção o faz sentir-se valorizado. Complementando Robbins (2008, p. 69), “funcionários satisfeitos parecem mais propensos a falar bem da organização, a ajudar os colegas e a ultrapassar as expectativas em relação ao trabalho”. Segundo Davis e Newstrom (1992, p. 47), “quando o empregado é produtivo e a organização percebe isto, recompensas são distribuídas, resultando isto na satisfação das necessidades e impulsos do empregado”. Caso contrário, se a empresa não observar o desempenho do colaborador, resultará em frustação, provocando em alguns casos baixa produtividade e insatisfação. Wagner III e Hollenbeck (1999, p. 125) chamam a atenção para o fato de que, “a insatisfação também é uma causa maior de declínio do compromisso organizacional, o grau com que as pessoas se identificam com a organização que as emprega”. Conforme Robbins (2005), a insatisfação pode ser expressa de diversas formas. No entendimento de Wagner III e Hollenbeck (1999, p. 125), “insatisfação e stress mais do que gerar custos diretos para as organizações em termos de programas de assistência médica. São a fontes também de custos indiretos, notadamente na forma de absenteísmo e rotatividades”. É necessário estar atento às mudanças de atitudes dos colaboradores. Um estudo da satisfação traz vantagens para a empresa, conforme Davis e Newstrom (1992, p. 130), “um método típico utilizado é o levantamento da satisfação no trabalho, também conhecido como levantamento de moral, opinião, clima ou qualidade de vida no trabalho”. Na mesma linha de pensamento Wagner III e Hollenbeck, (1999, p. 138), “a capacidade de uma pessoa lidar com experiências de trabalho insatisfatória ou estressantes também aumento quando há oportunidade de falar sobre problemas e queixas”. 65 Wagner III e Hollenbeck (1999, p. 120) alerta que a maiorias das organizações não estuda a satisfação de seus colaboradores, “por isso às vezes é difícil fazer com que os gerentes percebam a importância de compreender e melhorar as atitudes e os sentimentos dos seus funcionários para com o trabalho”. 4.5. Melhorias e sugestões Com base nos índices obtidos através da pesquisa de satisfação junto a empresa MetalBauer, o capítulo propõe a apresentação de sugestão e melhorias. Os índices que obtiveram resultados de indiferença e insatisfação recebem sugestões, que venham a contribuir com a administração da empresa. Satisfação: salário, promoções. Estruturar um planejamento de cargos e salários. Este alinhamento interno pode ter a remuneração estabelecida segundo o cargo em que o colaborador atua, conforme as atividades exercidas e as responsabilidades atribuídas, por exemplo. Por se tratar de uma empresa de porte médio, a estruturação deste tipo de plano precisa estar alinhada ao planejamento orçamentário. Alinhado a uma estruturação de cargos e salários, dois fatores são essenciais para sua elaboração. O primeiro fator está ligado aos salários ofertados no mercado, a empresa irá oferecer uma remuneração compatível, pois assim estará semelhante aos padrões praticados. O segundo fator seria a política estar em equilíbrio com o orçamento da organização. Pois as finanças da empresa precisam estar em situação que possibilite aumentar a remuneração de determinado colaborador. Uma avaliação mensal por parte de cada gestor imediato, este avaliando alguns itens que impactariam no recebimento de uma cesta com alimentos, ou um vale alimentação. Ponderação de critérios como: disciplina, pontualidade, responsabilidade, qualidade no trabalho realizado, colaboração com a equipe. Um plano de participação nos resultados é um dos mais utilizados recentemente. Esta remuneração proporciona motivação, união entre a equipe, pois com a força de cada um será alcançado os objetivos. É necessário um estudo de viabilidade para estruturação do plano, para que tenha contribuições positivas junto à organização. Um plano desadequado pode trazer resultados negativos junto à equipe. 66 Proporcionar um suporte de planejamento do orçamento familiar. Apresentar uma cartilha, ou em forma de curso, enfim, oportunizar aos indivíduos o conhecimento para que sejam capazes de planejar sua vida financeira e organizar o orçamento familiar. Uma forma que demonstra interesse da empresa para com a vida dos colaboradores fora da organização. Satisfação: chefia Sabendo que a motivação é essencial ao funcionamento da empresa, e que mesmo com tecnologia e equipamentos necessários uma organização sem pessoas não teria sentido, alcançar índices elevados de satisfação no trabalho é um desafio. Outra sugestão seria um trabalho de capacitação junto aos líderes das equipes. Oportunizar as pessoas que estão em contato diário com os colaboradores, agregar conhecimento que proporcione desempenhar um papel de agente motivador. Ao sentir-se motivado no âmbito organizacional, o colaborador acredita que seus esforços valem a pena. O reconhecimento pode ser um agente motivacional, assim os indivíduos com foco no resultado, produzem forças juntamente com sua equipe, tornando a empresa competitiva e produzindo com maior qualidade. Satisfação: natureza do trabalho O índice de satisfação em relação à natureza do trabalho obteve uma média de indiferença. Portanto uma sugestão aos administradores seria um estudo aprofundado no aspecto natureza do trabalho. Uma forma de trabalhar este aspecto poderia ser através de uma entrevista com cada colaborador. Questionamentos em relação ao contento com a atual atividade exercida, se o colaborador tem interesse em desempenhar outras atividades, se está disposto a aprender uma nova tarefa. 67 CONCLUSÃO As organizações atuais estão sujeitas a mudanças constantes, o mercado exige evolução nos procedimentos. A concorrência acirrada entre as empresas faz com que as mesmas busquem um posicionamento estratégico, com a finalidade de se manterem competitivas. O desafio para um administrador consiste em estruturar um planejamento estratégico consistente que, permita continuar fornecendo um produto ou serviço de qualidade. Ao estruturar uma empresa, as pessoas destinadas a sua administração precisam ter a percepção de todas as áreas que contemplam o universo organizacional. O estudo na área do comportamento organizacional é um amplo campo de aprendizagem, um instrumento que proporciona informações sobre o comportamento do indivíduo, dentro de um grupo, que pertence a uma organização. Entender o comportamento dos colaboradores fornece uma base para guiar os esforços com o intuito de atingir objetivos. Alcançar resultados positivos é a finalidade de toda empresa, e são as pessoas que nelas atuam a chave para o sucesso. No contexto organizacional, a satisfação no trabalho representa o quanto realmente o colaborador esta comprometido com seu trabalho, representa também o seu desempenho profissional. Identificar o nível de satisfação é compromisso do gestor. As informações obtidas através de uma pesquisa de satisfação possibilita rever as estratégias de gestão de pessoas, e contribuir com melhorias que proporcionem maior envolvimento dos colaboradores. Todo o processo de pesquisa é uma ferramenta importante para uma empresa que deseja desenvolver-se. Os resultados fornecem uma visão ampla e específica de determinada área estudada. Visualizar oportunidades entre as informações obtidas contribui com o processo de tomada de decisão. Quando uma pessoa esta satisfeita com seu trabalho apresenta atitudes positivas, colaborando com o seu crescimento profissional e da empresa. Ao contrário de atitudes negativas, que é uma das causas do declínio do comprometimento organizacional. O ambiente organizacional além de proporcionar crescimento profissional, também influência na construção de relações pessoais, pois por conviver boa parte do dia com as mesmas pessoa faz com que sejam criados laços afetivos, de amizade e respeito. Por outro lado há diferentes perfis, com variadas características, e percepções diferentes. Estes podem gerar conflitos interpessoais por não possuírem objetivos idênticos. Novamente é papel do 68 gestor identificar dentro do grupo os perfis profissionais, para que possa gerenciar os conflitos organizacionais. Este estudo teve como objetivo verificar os índices de satisfação no trabalho da empresa Metalbauer de Panambi-RS, em relação a cinco dimensões proposta por Siqueira (2008). Buscou analisar a satisfação em relação aos colegas de trabalho, ao salário, à chefia, à natureza do trabalho e às promoções. Para a realização da pesquisa utilizou-se um questionário (Anexo A), o qual foi ponderado e interpretado conforme a escala de satisfação – EST (Anexo B). De acordo com os dados obtidos, a satisfação quanto aos colegas de trabalho apresentou satisfação. Em relação à satisfação quanto ao salário, quando a chefia e quanto à natureza do trabalho a média foi de indiferença, por fim a satisfação em relação às promoções demonstra insatisfação. De modo geral a satisfação no trabalho conforme gráfico 13, revela um índice de 4, 6, na escala de satisfação demonstra indiferença. Os resultados encontrados ilustram o nível de satisfação no trabalho dos colaboradores. Portanto é fundamental que a gestão tenha um posicionamento em relação a sua equipe, elaborando uma forma de elevar os índices que se encontram abaixo da média desejada, ou seja, de satisfação. Fazer com que as pessoas venham até a empresa trabalhar motivadas é determinante para desenvolver uma empresa bem sucedia. Oferecer um ambiente agradável e harmonioso, onde se tenha vontade de estar ao longo do dia. Quando se esta feliz, consequentemente a produtividade será maior. Ao contrário um colaborador que já não sente satisfação em atuar na empresa terá pensamentos negativos que até podem influenciar e prejudicar a equipe. Pode-se concluir que á uma relação de cooperação entre empresa e colaborador. Ambos precisam um do outro para atingir seus objetivos. Para isto a relação entre os mesmo precisa ser sólida e construtiva. É responsabilidade de um administrador de empresas aprimorar o desenvolvimento organizacional. Quando se trata de gestão de pessoas, a satisfação no trabalho deve ter destaque, pois os membros da equipe quando motivados promovem seu crescimento profissional, ao mesmo tempo o desenvolvimento da empresa. Cada organização possui suas particularidades, é necessário entender a cultura da mesma, os valores e as crenças que estimulam os comportamentos. A partir dai estruturar um planejamento estratégico, com a finalidade de proporcionar mudanças que tragam resultados positivos para empresa. Gerenciar a organização, com o intuito de influenciar o envolvimento do empregado, motivar as pessoas que nela trabalham e demonstrar o reconhecimento pela atuação do indivíduo. O foco na satisfação dos colaboradores é uma ferramenta que permite 69 entender o comportamento dos indivíduos. Na sequência desenvolver práticas que contribuam com o comprometimento dos mesmos e que proporcione tornar a empresa mais eficaz. Por fim, o estudo desenvolvido foi capaz de alcançar os objetivos propostos. A pesquisa de satisfação deu a oportunidade dos colaboradores demonstrarem sua opinião dentre as cinco dimensões. Após a definição das cinco dimensões, dentro da escala de satisfação, foram apresentadas as melhorias e sugestão para a empresa que oportunizou o desenvolvimento do trabalho. 70 REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2ª ed. – Rio de Janeiro: Campus, 1999. COHEN, Alian R.; FINK, Stephen, Comportamento Organizacional: Conceitos e Estudos de Casos. 6ª tiragem. 2003. DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento humano no trabalho: uma abordagem psicológica. São Paulo. 1992. DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do Comportamento Organizacional. São Paulo, Editora Afiliada, 2003. GIL, Antonio Carlos, Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas SA, 2002. ______, Antonio Carlos, Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas SA, 2010. LOPES, Manuel Carlos Domingues. Remuneração habilidades e competências. 2008. Disponível em: < http://www.consultores.com.br/artigos.asp?cod_artigo=250>. Acessado em 11 de Nov de 2013. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: Uma Orientação Aplicada. 3º ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. PIZOLOTTO, Maira Fátima; DREWS, Gustavo Arno. Comportamento Organizacional. Unijuí, 2008. Série Livro texto ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11ª ed. São Paulo, Ed. Prentice Hall, 2005. _______, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo, 2008. SIQUEIRA, M. M. M. (ORG). Medidas de Comportamento Organizacional: ferramentas de diagnóstico e gestão. Porto Alegre: Artmed, 2008. 71 SIQUEIRA, Wagner. A motivação para a realização. 2008. Disponível em <http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/a-motivacao-para-arealizacao/56709/>. Acessado em 12 de nov de 2013. TEIXEIRA, Enise Barth. ZAMBERLAN, Luciano. RASIA, Pedro Carlos. Pesquisa em Administração. Rio Grande do Sul, Ed. UNIJUI, 2009. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 5ª Ed. São Paulo. Ed: Atlas S.A. 2004. WAGNNER III, John A. e HOLLENBECK, John R. Comportamento Organizacional. Editora Saraiva, 1999. 72 ANEXO A Escala de satisfação no trabalho – EST As frases abaixo falam a respeito de alguns aspectos do seu trabalho atual. Indique o quanto você se sente satisfeito ou insatisfeito com cada um deles. Dê suas respostas anotando, nos parênteses que antecedem cada frase, aquele numero (de 1 a 7) que melhor representa sua resposta. 1 = Totalmente insatisfeito 2 = Muito insatisfeito 3 = Insatisfeito 4 = Indiferente 5 = Satisfeito 6 = Muito satisfeito 7 = Totalmente satisfeito No meu trabalho atual sinto-me... 1 - ( ) Com o espírito de colaboração dos meus colegas de trabalho.® 2 - ( ) Com o modo como meu chefe organiza o trabalho do meu setor. 3 - ( ) Com o número de vezes que já fui promovido nesta empresa. ® 4 - ( ) Com as garantias que a empresa oferece a quem é promovido. 5 - ( ) Com o meu salário comparado com o quanto eu trabalho.® 6 - ( ) Com o tipo de amizade que meus colegas demonstram por mim.® 7 - ( ) Com o grau de interesse que minhas tarefas me despertam.® 8 - ( ) Com o meu salário comparado à minha capacidade profissional.® 9 - ( ) Com o interesse de meu chefe pelo meu trabalho. 10 - ( ) Com a maneira como esta empresa realiza promoções de seu pessoal.® 11 - ( ) Com a capacidade de meu trabalho absorver-me.® 12 - ( ) Com o meu salário comparado ao custo de vida. 13 - ( ) Com a oportunidade de fazer o tipo de trabalho que faço. 14 - ( ) Com a maneira como me relaciono com os meus colegas de trabalho. 15 - ( ) Com a quantia em dinheiro que eu recebo desta empresa ao final de cada mês. 16 - ( ) Com as oportunidades de ser promovido nesta empresa.® 17 - ( ) Com a quantidade de amigos que eu tenho entre meus colegas de trabalho. 18 - ( ) Com as preocupações exigidas pelo meu trabalho. 19 - ( ) Com o entendimento entre eu e meu chefe.® 20 ( ) Com o tempo que eu tenho de esperar para receber uma promoção nesta empresa. 21 - ( ) Com o meu salário comparado aos meus esforços no trabalho.® 22 - ( ) Com a maneira como meu chefe me trata. ® 23 - ( ) Com a variedade de tarefas que realizo.® 24 - ( ) Com a confiança que eu posso ter em meus colegas de trabalho. ® 25 - ( ) Com a capacidade profissional do meu chefe. ® 73 Para finalizar, preencha os seguintes dados complementares: Idade:________ anos Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino Escolaridade: ( ) Ensino médio ( ) Superior incompleto Estado civil: _____________ Cargo atual: ______________ Tempo de serviço na instituição:_______ anos. Tempo de serviço no cargo:______ anos. ( ) Superior ( ) Pós-Graduação 74 ANEXO B Dimensões, Definições, Itens e Índices de Precisão da Escala de Satisfação no Trabalho - EST Dimensões Satisfação com os colegas Definições Contentamento com a colaboração, a amizade, a confiança e o relacionamento mantido com os colegas de trabalho. Itens Resultados Satisfação com o salário 1, 6, 14, 17 e 24 4 e 4,9 - Indiferença Satisfação com a chefia Satisfação com a natureza do trabalho 5, 8, 12, 15 e 21 4 e 4,9 - Indiferença Satisfação com as promoções 24 MÉDIA 5,1 5,5 5,8 5,8 5,1 5 8 12 15 21 4,1 4,4 3,6 4,6 4,1 5,5 4,2 5 e 7 - Satisfação 2 9 19 22 25 3,9 4,6 4,7 5 4,6 7 11 13 18 23 5,1 4,7 4,8 5,2 4,7 1 e 3,9 - Insatisfação 2,9, 19, 22 e 25 4 e 4,9 - Indiferença 4,6 5 e 7 - Satisfação 1 e 3,9 - Insatisfação 7,11, 13, 18 e 23 4 e 4,9 - Indiferença 4,9 5 e 7 - Satisfação Resultados Contentamento com o número de vezes que já recebeu promoções, com as garantias oferecidas a quem é promovido, com a maneira de a empresa realizar promoções e com o tempo de espera pela promoção. 17 1 e 3,9 - Insatisfação Resultados Contentamento com o interesse despertado pelas tarefas, com a capacidade de elas absorverem o trabalhador e com a variedade das mesmas. 14 5 e 7 - Satisfação Resultados Contentamento com a organização e capacidade profissional do chefe, com o seu interesse pelo trabalho dos subordinados e entendimento entre eles. 6 1 e 3,9 - Insatisfação Resultados Contentamento com o que recebe como salário se comparado com o quanto o indivíduo trabalha, com sua capacidade profissional, com o custo de vida e com os esforços feitas na realização do trabalho. 1 3 4 10 16 20 3,9 3,7 4,2 3,6 3,8 1 e 3,9 - Insatisfação 4 e 4,9 - Indiferença 3, 4, 10, 16 e 20 3,8 5 e 7 - Satisfação