Questionário – Proficiência Clínica
Área: Marcadores Cardíacos
Rodada: Dez/2011
Tema
Marcadores Cardíacos
Elaboradores
Adagmar Andriolo. Médico Patologista Clínico, Professor Livre Docente de Patologia Clínica do
Departamento de Medicina - EPM / UNIFESP.
Carlos Eduardo dos Santos Ferreira. Médico Patologista Clínico. Laboratório Central do Hospital São
Paulo - Escola Paulista de Medicina/ Universidade Federal de São Paulo. Laboratório Clínico do Departamento
de Patologia Clínica-Medicina Diagnóstica Albert Einstein.
Introdução
As doenças do aparelho cardiocirculatório representam a principal causa de mortalidade tanto em países
desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. O Infarto do Miocárdio é uma das principais doenças deste
grupo. A busca por novos biomarcadores cardíacos é constante, em uma publicação sobre biomarcadores
cardíacos o autor os classifica em 3 diferentes grupos:
- biomarcadores de seleção = sem nenhuma doença aparente.
- biomarcadores de diagnóstico = aqueles que são suspeitos de ter a doença.
- biomarcadores de prognóstico = aqueles com doença manifesta.
Nos dias de hoje, dispomos de excelentes marcadores de diagnóstico (Troponinas I e T) e prognóstico
(Peptídeos Natriuréticos- BNP e NT-proBNP, e também as Troponinas), porém ainda não dispomos, para a
prática clínica, marcadores de seleção capazes de identificar o risco de doença cardiovascular com alta
especificidade. O exame mais utilizado com esta função é a PCR - Proteína C Reativa, mensurada por ensaios
de alta sensibilidade.
A Espectrometria de Massas é a metodologia atualmente disponível, no campo de pesquisa, para a busca de
novos marcadores em diferentes fases de doença: era genômica, transcriptômica, proteômica e metabolômica.
Nature 451, 949-952 (21 February 2008) | doi:10.1038/nature06802; Published online 20 February 2008
O Infarto do Miocárdio/SCA (Síndrome Coronariana Aguda) apresenta altas taxas de mortalidade nas primeiras
horas do início do quadro clínico. O diagnóstico precoce favorece uma orientação terapêutica direcionada e,
como consequência, a redução da mortalidade. O Laboratório Clínico se torna peça fundamental para o auxílio
diagnóstico. Desde que foram lançadas, na década de 90, as troponinas ganharam elevada sensibilidade
analítica, permitindo o diagnóstico de pequenas lesões no miocárdio.
A Síndrome Coronariana Aguda pode ser classificada como sendo: sem supra desnivelamento do segmento ST
ao eletrocardiograma (e o laboratório é fundamental no diagnóstico) ou com supra desnivelamento do
segmento ST (neste tipo, o laboratório agrega pouco para o diagnóstico). No início deste século, com o
surgimento dos ensaios sensíveis, algumas sociedades clínicas americanas e européias redefiniram o
diagnóstico do Infarto do Miocárdio e alteraram o diagnóstico sugerido pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). O documento baseou-se na capacidade das novas técnicas em diagnosticar pequenas áreas de
necrose no miocárdio, menores que um grama, e do consenso de que qualquer área de lesão miocárdica
secundária à isquemia deve ser considerada infarto do miocárdio. O novo critério define Infarto do Miocárdio
com: história clínica de desconforto torácico de tipo isquêmico + Troponina elevada, de acordo com critérios
definidos pelo consenso.
Para os laboratórios, é importante avaliar o kit utilizado para dosagem de Troponina, ter conhecimento das
novas informações referentes aos pontos de corte dos novos ensaios disponíveis e discutir com o corpo clínico
dos hospitais que solicitam a troponina para o diagnóstico do infarto.
Muitos laboratórios ainda realizam a dosagem da CK-MB para o diagnóstico do Infarto do Miocárdio. Para a
realização desta fração da Creatinoquinase (CK) são disponíveis 2 métodos: atividade (reação enzima
substrato) e massa (reação Ag/Ac). Para os que ainda não dispõe da Troponina, a melhor alternativa é a
utilização da CK-MB massa. Para os que utilizam a CK-MB atividade, é importante lembrar que esse parâmetro
não é mais aceito pelos consensos, por apresentar baixa especificidade, por poder se apresentar elevada em
lesões de músculo esquelético, e pelas dificuldades metodológicas, como a interferência de macromoléculas. O
ideal é que os laboratórios comecem uma reestruturação para disponibilizar a dosagem das Troponinas T ou I
para a prática clínica.
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Questão 1
Questão 2
Questão 3
Questão 4
Questão 5
Questão 6
Questão 7
Quais troponinas são utilizadas para o diagnóstico do Infarto do Miocárdio?
1.
Troponinas I e T;
2.
Troponinas I e C;
3.
Troponinas T e C;
4.
Troponinas C e V.
Dentre os marcadores a seguir, qual apresenta maior especificidade para o cardiomiócito?
1.
CK – total;
2.
Mioglobina;
3.
CK – MB;
4.
Troponinas.
Para o diagnóstico da Síndrome Coronariana Aguda (SCA) a utilização do ponto de corte para troponina deve
ser baseada em qual percentil?
1.
99;
2.
97,5;
3.
95;
4.
75.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da afirmativa: Com o aumento da sensibilidade
analítica dos ensaios de troponinas, o exame ganhou ___________ e perdeu _____________ para SCA em
dosagem isolada.
1.
Especificidade e sensibilidade;
2.
Sensibilidade e especificidade;
3.
Rapidez e especificidade;
4.
Especificidade e rapidez.
Os ensaios para a quantificação das troponinas são altamente sensíveis, fazendo com que “valores elevados”
possam ser observados em condições de agressão direta ou indireta do cardiomiócito. Todas as situações a
seguir podem elevar as troponinas, exceto:
1.
Sepses;
2.
Tromboembolismo pulmonar;
3.
Micose cutânea;
4.
Insuficiência cardíaca.
A dosagem de Proteína C Reativa ganhou sensibilidade analítica e passou a ser utilizada para estratificação de
risco para doença cardiovascular. Qual o valor que é considerado, pela literatura, para alto risco de doença
cardiovascular?
1.
Superior a 1 mg/L;
2.
Superior a 2 mg/L;
3.
Superior a 0,5 mg/L;
4.
Superior a 3 mg/L.
Quais das metodologias a seguir são mais comumente utilizadas para dosagem da PCR ultra-sensível?
1.
Íon eletrodo seletivo e Espctrometria de Massa;
2.
Nefelometria e Turbidimetria;
3.
Íon eletrodo seletivo e Nefelometria;
4.
Turbidimetria e Fotômetro de Chama.
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Questão 8
Questão 9
Questão 10
Questão 11
Para a dosagem das troponinas, qual o principal interferente relacionado à amostra?
1.
Hemólise;
2.
Lipemia;
3.
Conservar amostra em geladeira por 1 dia;
4.
Conservar a amostra em freezer -80ºC por 20 dias.
Qual a metodologia mais utilizada para dosagem automatizada de troponina I?
1.
Turbidimetria;
2.
Quimioluminescência;
3.
Nefelometria;
4.
Ion eletrodo seletivo.
Assinale a opção correta para as assertivas A, B e C respectivamente:
A.
A Síndrome Coronariana Aguda pode se manifestar com ou sem alteração eletrocardiográfica (supra
desnivelamento do segmento ST).
B.
A dosagem da troponina tem maior importância diagnóstica quando não há alteração no
eletrocardiograma.
C.
A dosagem da troponina tem maior importância diagnóstica quando há presença do supra desnivelamento
do segmento ST no eletrocardiograma.
1.
V, V, F;
2.
V, F, V;
3.
F, V, V;
4.
F, F, V;
Assinale a opção correta para as assertivas A, B e C respectivamente:
A.
Questão 12
Questão 13
Questão 14
Quanto maior a troponina, mais cardiomiócitos foram lesados.
B.
Quanto mais alto o valor da troponina, pior o prognóstico.
C.
A CK-MB é mais sensível e mais específica que a troponina.
1.
V, V, F;
2.
V, F, V;
3.
F, V, V;
4.
F, F, V.
Segundo os consensos atuais, devemos utilizar a dosagem da CK-MB (massa) quando:
1.
Não dispomos da dosagem da troponina;
2.
A dosagem de troponina for positiva;
3.
A dosagem de troponina for negativa;
4.
Em todas as situações clínicas.
Qual dos biomarcadores para Insuficiência Cardíaca (IC) apresenta maior estabilidade in vitro?
1.
BNP;
2.
NT-proBNP;
3.
Cistatina C;
4.
Mieloperoxidase.
Os Peptídeos Natriuréticos podem ser utilizados clinicamente, exceto para:
1.
Diagnóstico da IC;
2.
Monitoramento do Tratamento para IC;
3.
Prognóstico para IC;
4.
Diagnóstico do Infarto do Miocárdio.
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Questão 15
Referências
Bibliográficas
De acordo com as evidências clínicas, devemos utilizar a dosagem seriada de troponina para ganhar
especificidade no diagnóstico da SCA. Esta dosagem deve ser solicitada na admissão do paciente com
suspeita diagnóstica e deve ser repetida em qual intervalo de tempo para que se confirme o diagnóstico mais
precocemente?
1.
A cada 3 horas;
2.
A cada 12 horas;
3.
A cada 24 horas;
4.
Somente uma dosagem é o suficiente para todos os casos que dão entrada nas Unidades de Emergência.
•
Braunwald E, Antan EM, Beasley JW et al. ACC/AHA guidelines for the management of patients with
unstable angina and non-ST-segment elevation myocardial infarction: Executive summary and
recommendations. A report of the American College of Cardiology / American Heart Association Task
Force on Practice Guidelines (Committee on the Management of Patients with Unstable Angina).
Circulation 2000;102(10):1193-209.
•
Kristian Thygesen, Johannes Mair , Hugo Katus and col. Recommendations for the use of cardiac troponin
measurement in acute cardiac care. Eur Heart J, 2010.
•
Apple FS and col. IFCC Committee on Standardization of Markers of Cardiac Damage (C-SMCD)
Members, Apple FS, Cannon CP, Jaffe AS, Pagani F, Tate J, Ordonez-Llanos J, Mair J. National Academy
of Clinical Biochemistry and IFCC Committee for Standardization of Markers of Cardiac Damage
Laboratory Medicine practice guidelines: analytical issues for biomarkers of heart failure. Clin
Biochem 2008 Mar;41(4-5):222-6.
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